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COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS – FIEMG Olavo Machado Júnior Presidente do Sistema FIEMG SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI Departamento Regional de Minas Gerais – DR/MG Cláudio Marcassa Diretor Regional Ricardo Aloysio e Silva Gerente de Educação para a Indústria Luiz Eduardo Notini Greco Gerente de Gestão da Educação Edmar Fernando de Alcântara Gerente de Educação Profissional COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de Minas Gerais FIEMG Av. do Contorno, 4456 - Bairro Funcionários 30110-916 - Belo Horizonte/Minas Gerais © 2018 SENAI. Departamento Regional de Minas Gerais FICHA CATALOGRÁFICA S474c Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. DR/MG. Comunicação e redação técnica / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Minas Gerais. Belo Horizonte: SENAI/MG, 2018. 114 p. il. Inclui referências. 1. Linguagem. 2. Comunicação. 3. Documentação técnica. 4. Informática. 5. Internet. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Minas Gerais. II Título. III. Série. CDU: 808.1: 004.01 Lista de ilustrações Figura 1 - Descobrindo significados ..........................................................................................................................15 Figura 2 - Mudança de comportamento .................................................................................................................16 Figura 3 - Pinturas na caverna de Cederberg na África do Sul .........................................................................17 Figura 4 - Elementos da comunicação .....................................................................................................................18 Figura 5 - Diálogo informal entre colegas ...............................................................................................................20 Figura 6 - Diálogo formal entre colegas ...................................................................................................................20 Figura 7 - Variações linguísticas ..................................................................................................................................22 Figura 8 - Como evitar acidentes de trabalho .......................................................................................................24 Figura 9 - Recursos visuais ............................................................................................................................................26 Figura 10 - Toten FIEMG .................................................................................................................................................27 Figura 11 - Catálogos ......................................................................................................................................................28 Figura 12 - Medidas primitivas ....................................................................................................................................42 Figura 13 - Engrenagem com aplicações em ferramentas diferentes ..........................................................44 Figura 14 - Biela de alta resistência ............................................................................................................................44 Figura 15 - Aplicação das NRs (Normas Regulamentadoras) ...........................................................................45 Figura 16 - Normas Internacionais .............................................................................................................................46 Figura 17 - Catálogo-Noções Básicas de Segurança e Saúde no Trabalho ..................................................48 Figura 18 - Elaborando o relatório de rotina ..........................................................................................................51 Figura 19 - Relatório ........................................................................................................................................................52 Figura 20 - Solicitação de compra ..............................................................................................................................53 Figura 21 - Hardware e Software ................................................................................................................................55 Figura 22 - Barra de tarefas do Windows .................................................................................................................56 Figura 23 - Barra de ferramentas ................................................................................................................................57 Figura 24 - Barra de ferramentas - inserir ................................................................................................................57 Figura 25 - Barra de ferramentas - layout de página ............................................................................................57 Figura 26 - Barra de ferramentas - referências .......................................................................................................57 Figura 27 - Barra de ferramentas - revisão ..............................................................................................................58 Figura 28 - Barra de ferramentas - inserindo comentários ................................................................................58 Figura 29 - Barra de ferramentas - exibição ............................................................................................................58 Figura 30 - Tela inicial ......................................................................................................................................................59 Figura 31 - Acessórios .....................................................................................................................................................59 Figura 32 - Criação do diretório/pasta ......................................................................................................................60 Figura 33 - Diretório User File ......................................................................................................................................61 Figura 34 - Documentos ................................................................................................................................................62 Figura 35 - Tela da área de trabalho ..........................................................................................................................62 Figura 36 - Tela da área de trabalho – relógio ........................................................................................................63 Figura 37 - Painel de Controle .....................................................................................................................................66 Figura 38 - Programas e Recursos ..............................................................................................................................66 Figura 39 - Área de trabalho do Microsoft Word ..................................................................................................67 Figura 40 - Abrindo um documento de Word .......................................................................................................68 Figura 41 - Formatação - Selecionando as margens ...........................................................................................68 Figura 42 - Formatação – recuos e espaçamento ................................................................................................68 Figura 43 - Configuração de página ..........................................................................................................................69 Figura44 - Inserindo imagens .....................................................................................................................................69 Figura 45 - Inserindo gráficos ......................................................................................................................................70 Figura 46 - Tipo de gráficos ..........................................................................................................................................70 Figura 47 - Salvando documentos .............................................................................................................................71 Figura 48 - Exibição .........................................................................................................................................................71 Figura 49 - Revisão ...........................................................................................................................................................72 Figura 50 - Quebra de Página ......................................................................................................................................72 Figura 51 - Marcadores e numeradores ...................................................................................................................73 Figura 52 - Formação de bordas .................................................................................................................................74 Figura 53 - Inserindo tabela .........................................................................................................................................74 Figura 54 - Ajustando a tabela ....................................................................................................................................74 Figura 55 - Inserindo formas ........................................................................................................................................75 Figura 56 - Imprimindo um documento ..................................................................................................................75 Figura 57 - Apresentando o Excel ..............................................................................................................................76 Figura 58 - Inserindo função ........................................................................................................................................77 Figura 59 - Linhas, colunas e célula ...........................................................................................................................77 Figura 60 - Formatação de linhas e colunas ...........................................................................................................77 Figura 61 - Configuração da página: Orientação e dimensão .........................................................................78 Figura 62 - Configuração da página: Margens.......................................................................................................78 Figura 63 - Configurar página- planilha ...................................................................................................................79 Figura 64 - Fórmulas........................................................................................................................................................80 Figura 65 - Inserção de fórmula ..................................................................................................................................80 Figura 66 - Opção Filtro..................................................................................................................................................81 Figura 67 - Classificando ................................................................................................................................................81 Figura 68 - Ordenando a coluna .................................................................................................................................82 Figura 69 - Gráficos ..........................................................................................................................................................82 Figura 70 - Gráfico – venda de carros .......................................................................................................................83 Figura 71 - Apresentação em PowerPoint ............................................................................................................. 84 Figura 72 - Inserindo imagem .....................................................................................................................................84 Figura 73 - Incluindo novos slides ..............................................................................................................................85 Figura 74 - Inserindo gráficos ......................................................................................................................................85 Figura 75 - Inserindo tabela .........................................................................................................................................86 Figura 76 - Formatando tabela ....................................................................................................................................86 Figura 77 - Design ............................................................................................................................................................86 Figura 78 - Inserindo vídeo/filme do arquivo ........................................................................................................87 Figura 79 - navegadores ................................................................................................................................................88 Figura 80 - Margens.........................................................................................................................................................96 Figura 81 - Parágrafo tradicional ................................................................................................................................96 Figura 82 - Parágrafo moderno ...................................................................................................................................97 Figura 83 - Configuração do parágrafo ....................................................................................................................97 Figura 84 - Capa ................................................................................................................................................................98 Figura 85 - Instruções para a capa .............................................................................................................................98 Figura 86 - Folha de rosto..............................................................................................................................................99 Figura 87 - Instruções para folha de rosto ...............................................................................................................99 Figura 88 - Sumário ...................................................................................................................................................... 100 Figura 89 - Partes constituintes do trabalho ....................................................................................................... 101 Quadro 1 - Operadores utilizados nas fórmulas do Excel ...................................................................................79 Sumário Prefácio .................................................................................................................................................................................11 Introdução ...........................................................................................................................................................................131 A Língua Portuguesa na comunicação oral e escrita ........................................................................................15 1.1 Conceituando comunicação ...................................................................................................................15 1.1.1 Língua e linguagem .................................................................................................................17 1.1.2 Elementos constitutivos da comunicação .......................................................................17 1.2 Princípios normativos da língua Portuguesa ....................................................................................19 1.2.1 Variações linguísticas ...............................................................................................................19 1.2.2 Falando em público .................................................................................................................23 1.2.3 Técnicas de argumentação ....................................................................................................24 1.3 Leitura e interpretação textual ...............................................................................................................27 1.3.1 O texto informativo ..................................................................................................................27 1.3.2 O texto jornalístico ...................................................................................................................28 1.3.3 O texto dissertativo ..................................................................................................................30 1.3.4 O texto descritivo ......................................................................................................................31 1.4 A produção de textos técnicos ..............................................................................................................33 1.4.1 Atas ................................................................................................................................................33 1.4.2 Resumo .........................................................................................................................................35 1.4.3 Cartas comerciais ......................................................................................................................37 2 Documentação técnica ..............................................................................................................................................41 2.1 Normas técnicas ..........................................................................................................................................41 2.1.1 Objetivos das normas ..............................................................................................................43 2.2 Ordem de Serviço (O.S.) ............................................................................................................................46 2.3 Catálogos (físicos e eletrônicos) ............................................................................................................48 2.4 Manuais de fabricantes .............................................................................................................................49 2.5 Relatório .........................................................................................................................................................50 2.6 Solicitação de compras .............................................................................................................................52 3 Informática: uma ciência a seu favor ......................................................................................................................55 3.1 Sistema Operacional ..................................................................................................................................55 3.1.1 Fundamentos e funções .........................................................................................................56 3.1.2 Barra de tarefas ..........................................................................................................................56 3.1.3 Barra de ferramentas ...............................................................................................................56 3.1.4 Utilização de acessórios ..........................................................................................................58 3.1.5 Criação de diretórios ................................................................................................................60 3.1.6 Pesquisa de arquivos e diretórios .......................................................................................61 3.1.7 Área de trabalho ........................................................................................................................62 3.1.8 Criação de atalho ......................................................................................................................63 3.1.9 Ferramentas de Sistemas .......................................................................................................64 3.1.10 Compactação de arquivos...................................................................................................64 3.1.11 Instalação e desinstalação de softwares ........................................................................65 3.2 Editor de Texto .............................................................................................................................................67 3.2.1 Formatação .................................................................................................................................68 3.2.2 Configuração de páginas .......................................................................................................69 3.2.3 Importação de figuras e objetos .........................................................................................69 3.2.4 Inserção de tabelas e gráficos ..............................................................................................69 3.2.5 Armazenando dados ..............................................................................................................70 3.2.6 Controles de exibição ..............................................................................................................71 3.2.7 Correção ortográfica e dicionário .......................................................................................72 3.2.8 Quebra de páginas ...................................................................................................................72 3.2.9 Marcadores e numeradores .................................................................................................73 3.2.10 Bordas e sombreamento......................................................................................................74 3.2.11 Tabelas ........................................................................................................................................74 3.2.12 Ferramentas de desenho .....................................................................................................75 3.2.13 Impressão ..................................................................................................................................75 3.3 Editor de Planilhas Eletrônicas ...............................................................................................................76 3.3.1 Funções .........................................................................................................................................76 3.3.2 Linhas, colunas e Células ........................................................................................................77 3.3.3 Formatação de células ............................................................................................................773.3.4 Configuração de páginas .......................................................................................................78 3.3.5 Inserção de fórmulas básicas ................................................................................................79 3.3.6 Classificação e filtro de dados ..............................................................................................81 3.3.7 Gráficos .........................................................................................................................................82 3.3.8 Impressão ....................................................................................................................................82 3.4 Editor de Apresentações ..........................................................................................................................83 3.4.1Criação de apresentações em slides e vídeos ..................................................................83 3.5 Internet ...........................................................................................................................................................87 3.5.1 Normas de uso ...........................................................................................................................87 3.5.2 Navegadores ...............................................................................................................................88 3.5.3 Sites de busca .............................................................................................................................88 3.5.4 Download e gravação de arquivos .....................................................................................89 3.5.5 Correio eletrônico .....................................................................................................................89 3.5.6 Direitos autorais (citação de fontes de consulta) ..........................................................89 4 Pesquisa: apropriação de novos conhecimentos ...............................................................................................93 4.1 Tipos de pesquisa ........................................................................................................................................93 4.2 Estruturação de uma pesquisa ...............................................................................................................95 4.4 Regras da ABNT ........................................................................................................................................ 103 4.4.1 Citações e referências ........................................................................................................... 103 Referências ........................................................................................................................................................................ 110 Minicurrículo da autora ................................................................................................................................................ 111 Prefácio “Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do conhecimento”. Peter Drucker O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta, disseminação e uso da informação. O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e ,consciente do seu papel formativo, educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada.” Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área tecnológica, am- plia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão importante quanto zelar pela produção de material didático. Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade, respon- der às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada! Gerência de Educação para a Indústria. Introdução Esta Unidade Curricular tem por objetivo auxiliá-lo no desenvolvimento de suas habilida- des comunicacionais, a partir dos estudos do conceito da comunicação, da estrutura do ato comunicativo e da produção de um trabalho escolar. Você compreenderá a importância do uso adequado da língua em momentos de formalidade e informalidade. A Unidade foi dividida em quatro capítulos. No primeiro capítulo, além da conceituação, pontua-se a importância da competência linguística, o conceito de oratória, mostrando a re- levância das técnicas de argumentação. Prioriza-se a leitura adequada de textos técnicos e da construção de objetivos claros para a sua produção, identificando elementos essenciais à cons- trução de um bom texto. O capítulo dois, além da definição e caracterização da produção escrita técnica, mostra as finalidades da documentação técnica, induzindo o leitor a elaborar diferentes tipos textuais. O capítulo três oferece os passos da computação básica, mostra a estrutura do sistema ope- racional, edições de textos, de planilhas e de apresentações, explicando a importância do uso ético das ferramentas tecnológicas que estão a serviço do homem. Finalmente, no quarto capítulo, conceitua-se pesquisa, apresentando os tipos diferentes e suas metodologias, levando-o a compreender quão sério é o ato de pesquisar e a necessidade de ser responsável, respeitoso, de maneira que o texto produzido possa agregar valor a quem o produz e a quem o lê. Nosso desejo é que esta Unidade possa mostrar a importância não só da língua portuguesa, utilizada nas mais diversas situações, como desenvolver fundamentos técnicos e científicos que permitam a você, estudante, empregar os princípios normativos na comunicação efetiva. 1 A Língua Portuguesa na comunicação oral e escrita Neste capítulo, você aprenderá a analisar a estrutura do ato comunicativo. Vamos explorar a importância da competência linguística e do uso das técnicas de argumentação. Você também estudará o uso das regras da norma padrão culta, bem como as variações linguísticas que devem ser respeitadas, evitando assim o preconceito linguístico. Além desses aspectos, mostrarei quão importante é definir objetivos antes de produzir um texto escrito. A coesão, a coerência, a clareza e a objetividade do texto permitirão que o escritor seja compreendido. Está entusiasmado? Espero que, assim como eu, sinta-se animado com o que preparamos para você. 1.1 CONCEITUANDO COMUNICAÇÃO Observe as ilustrações a seguir: @ is to ck ph ot o. co m /c of ot oi sm e/ g or ba ch le na / a le xl es ko / B on ill a1 87 9/ n ic ky la rs on 97 4/ d en e3 98 Figura 1 - Descobrindo significados COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA16 Você compreendeu a mensagem transmitida por cada uma das ilustrações da Figura 1? É capaz de dizer em que momentos essas ilustrações podem ser utilizadas? Se a sua resposta foi sim a cada uma das perguntas feitas, podemos dizer que houve comunicação. O verbo comunicar tem a sua origem no latim comunicare que significa tornar comum. Ou seja, compartilhamos com o outro aquilo que pensamos, ou queremos transmitir. Várias são as formas que utilizamos para tornarmos comum o nosso pensamento, opinião, conhecimento e, muitas vezes, nem o uso de palavras se faznecessário. As ilustrações da Figura 1 são uma prova disso! Comunicamos a todo instante e nem nos damos conta desse fato. Se alguém, ao conversar com você, levanta a sobrancelha, essa pessoa pode estar mostrando que está em dúvida quanto ao que está sendo dito. Se o seu amigo lhe retribui um sorriso, vocês estão em tom amistoso, mostrando satisfação ou aceitação de uma ideia. Quando o seu gerente balança a cabeça da esquerda para a direita e vice versa, está dizendo que "não". Até a postura do corpo pode transmitir algo. Veja: Hoje me sinto tão desanimado! Às vezes, penso que esta vida é tão sem graça! Olá, lindão! Puxa! Que dia maravilhoso! Não mais estou só... Ed ua rd o Cr iv el la ri G ui m ar ãe s Figura 2 - Mudança de comportamento Percebeu como o desânimo estava explícito nos dois primeiros quadrinhos da Figura 2? O elogio ex- presso no terceiro quadrinho teve como consequência uma mudança de comportamento demonstrada no corpo arqueado, sorriso largo e expressão de alegria. eflores Realce eflores Nota podemos nos comunicar sem usar as palavras. Com gestos, expressões faciais etc 1 A LÍNGUA PORTUGUESA NA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 17 1.1.1 LÍNGUA E LINGUAGEM A língua é um código que facilita e possibilita a comunicação. Esse código é composto por um sistema de signos, de sons, de combinações que tem por objetivo expor o pensamento. A língua portuguesa é um exemplo de código que utilizamos, assim como as demais línguas (inglesa e italiana, por exemplo). E a linguagem é o mecanismo que usamos para expressar nossas ideias, sentimentos, anseios e desejos. É por meio da linguagem que estabelecemos uma comunicação. Ela pode ser verbal (quando fazemos o uso das palavras) e não verbal (quando utilizamos os símbolos, gestos, expressões corporais e faciais, pin- tura, dança, entre outros). A pintura nas cavernas (Figura 3) é um exemplo de linguagem não verbal utilizada na pré-história. @is to ck ph ot o. co m /E co Pi c Figura 3 - Pinturas na caverna de Cederberg na África do Sul Note, na Figura 3, que as pinturas nos mostram que os animais faziam parte da vida das pessoas. 1.1.2 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA COMUNICAÇÃO Sabemos que para a comunicação acontecer, alguns elementos são imprescindíveis no processo co- municacional. Na ausência ou na incapacidade de utilizarmos algum deles, o processo se torna falho e a comunicação não acontece. Está curioso? Vamos conhecer os elementos importantes do processo comunicacional: a primeira pes- soa, o emissor, é aquele que transmite uma mensagem; e a segunda pessoa, o receptor, é aquele que a recebe. A mensagem é o conteúdo, o assunto das informações que são transmitidas. O referente é o objeto da mensagem, ou seja, o de que ou sobre quem estamos conversando. Observe que a Figura 4 apresenta os elementos da comunicação aos quais nos referimos: eflores Realce eflores Realce eflores Realce eflores Realce eflores Realce COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA18 código canal 2ª pessoa (receptor) 1ª pessoa (emissor) 3ª pessoa (referente) mensagem Ed ua rd o Cr iv el la ri G ui m ar ãe s Figura 4 - Elementos da comunicação Para que a mensagem chegue ao seu destinatário, o receptor, é necessário um canal, um meio, que pode ser um telefonema, um e-mail, ou uma mensagem escrita, por exemplo. Para isso, utilizaremos um código, que é o conjunto de signos e de regras de combinação desses signos que nos ajudam a elaborar a mensagem. Assim, o emissor codifica a mensagem que será decodificada pelo receptor. Quando um desses elementos é usado de maneira ineficiente, a comunicação não ocorre. Qualquer falha no processo comunicacional pode trazer prejuízos para você e para a empresa, como: fracassos na aprendizagem, desentendimentos, mal-entendidos, conflitos. Portanto, empenhe-se. Uma boa forma de melhorar a comunicação é se dedicando à leitura. Meia hora por dia será o suficiente para fazer você se tornar um usuário mais eficiente de sua língua, sem contar com o quanto de conhecimento você irá adquirir ao longo dos anos. DICA Vamos analisar situações em que houve uma falha no processo comunicacional. Um médico não utiliza vocabulário compreensível com o seu paciente. Esse paciente não entenderá as suas instruções sobre os medicamentos e a sua recuperação. Como o emissor (médico) não utilizou uma linguagem adequada, haverá falha no processo comunicacional. Um operador precisa fazer a montagem de uma máquina e o manual está escrito em japonês. O opera- dor não domina esta língua. O que ocorrerá? Uma falha na comunicação localizada no código utilizado, o manual. Um funcionário precisa enviar um e-mail para o seu cliente com informações sobre alteração na data de entrega do produto. A mensagem do e-mail é escrita sem coesão e coerência, com deslizes de pontuação e pouca clareza. Como o código não foi adequadamente utilizado, a mensagem não será corretamente decodificada, prejudicando a comunicação. eflores Nota várias são as falhas durante o processo comunicacional, podemos citar: *linguagem inadequada *não domínio da língua utilizada *falta de coerência e coesão * barulhos que atrapalhem a comunicação etc 1 A LÍNGUA PORTUGUESA NA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 19 O supervisor da área precisa se comunicar com o técnico, por telefone, mas o sinal da ligação está ruim. A comunicação falhará porque o canal impedirá que a comunicação aconteça. Podemos notar que são vários os obstáculos que podem prejudicar a compreensão de uma mensagem. Vamos a mais um exemplo. Desta vez, apontando um resultado positivo: imagine que um supervisor técnico precise repassar à equipe o relatório anual. Durante a preparação, ele organizará as informações e adaptará o vocabulário a ser empregado. Reservará computador, projetor de slides, tela. Note que o canal estará adequado, o emissor estará preparado. Os receptores, provavelmente, decodificarão a mensagem, já que se trata de assunto comum a eles. Assim, com todos os elementos da comunicação sendo contem- plados, num ambiente propício, dificilmente ocorrerão ruídos. Fique atento a esses aspectos. O desenvolvimento de nossa competência comunicacional é importante. Quanto mais competente for um indivíduo neste quesito, melhores chances ele terá de se fazer entender. PENSE NISSO Durante o nosso dia, várias vezes nos deparamos com situações de ruídos na comunicação que nos impedem de compreender o que o outro nos diz. Pense comigo: Você está na rua, seu telefone toca. Quando você o atende, passa uma motocicleta ao seu lado, impedindo-o de ouvir e de ser ouvido. Neste caso, podemos dizer que o ruído se localiza no canal de comunicação. 1.2 PRINCÍPIOS NORMATIVOS DA LÍNGUA PORTUGUESA Nesta etapa, estudaremos as variações linguísticas enfatizando o seu valor cultural e social. Demons- traremos que a Língua Portuguesa pode e deve ser usada e ajustada aos seus objetivos comunicacionais. 1.2.1 VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS Como qualquer outra língua, a Língua Portuguesa (não iremos estudar a Língua Portuguesa europeia) não é um todo uniforme. A macaxeira no Espírito Santo é a mandioca em Minas, e se transforma em aipim, aipi, castelinha, mandioca-doce, maniva em outros estados ou regiões. A macaxeira é um exemplo de que as variáveis da língua Portuguesa estão presentes no território brasileiro. Essas variações podem estar relacionadas ao vocabulário, estrutura da língua, pronúncia, por exemplo, e são chamadas de variantes linguísticas. Normalmente, nós adaptamos a nossa linguagem ao contexto em que estamos inseridos e, em termos de formalidade, podemos utilizar registros que variam desde a variante culta à coloquial. eflores Realce eflores Realce eflores Realce eflores Realce eflores Realce eflores Realce COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA20 A variante culta refere-se aos registros da língua padrão culta, utilizada em ambientes de formalidade, como formaturas, ou em comunicações, como telejornais. O registro coloquial é a linguagemdescompromissada que nós utilizamos em nosso dia a dia com os nossos amigos, familiares, colegas de trabalho. Observe a tirinha a seguir: SENAI FIEMG SENAI FIEMG Me explica aqui. Como é que a gente pode tirar o vazamento de óleo do motor do virabrequim? Ichiii. Num sei, não. Vamo perguntá o professor? Ed ua rd o Cr iv el la ri G ui m ar ãe s Figura 5 - Diálogo informal entre colegas A Figura 5 apresenta um diálogo informal entre dois colegas num ambiente de informalidade. Pode-se dizer que o vocabulário está de acordo com o local e a proximidade entre os dois personagens. A variante culta, neste contexto, não caberia. Veja como ficaria estranho se o diálogo ocorresse como proposto na Figura 6. SENAI FIEMG SENAI FIEMG Explique-me, por favor. Como é possível retirar o vazamento de óleo do motor do virabraquim? Infelizmente, não consigo te ajudar neste aspecto. Sugiro que perguntemos ao nosso professor. Ed ua rd o Cr iv el la ri G ui m ar ãe s Figura 6 - Diálogo formal entre colegas eflores Realce 1 A LÍNGUA PORTUGUESA NA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 21 A norma culta se refere ao uso da língua portuguesa de acordo com as normas gramaticais. Principal- mente na escrita, o rigor gramatical está no uso correto da acentuação, da pontuação, das concordâncias e regências, das colocações pronominais, entre outros aspectos que estudamos ao longo da nossa trajetória estudantil. Mas por que temos que estudar todas essas regras gramaticais? Qual é a importância delas? Não somos falantes nativos de Português? As regras são estudadas para que possamos nos comunicar melhor em todos os ambientes por onde transitamos. Para que possamos utilizá-las na linguagem oral, em momentos de formalidade, como em uma entrevista de emprego. Para podermos usá-la em reuniões de negócios, ou para compreendermos o que nos dizem os políticos, um médico, um apresentador de telejornal que, usualmente, fazem uso dessa linguagem mais formal. E, na escrita, esses aspectos da língua nos garantem que possamos enviar e-mails, cartas ou elaborar documentos que comuniquem o que desejamos, com correção, coesão, coerência e clareza. PENSE NISSO Lembre-se que não nos cabe julgar a maneira de falar de alguém, pois não devemos ser preconceituosos linguísticos. Somos sabedores das variações e das adaptações da língua portuguesa. Seguem referências de dois livros sobre as regras gramaticais que não devem faltar nas estantes dos brasileiros: BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38º ed. São Paulo: Saraiva. 2015. BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo acordo ortográfico. São Paulo: Nova Fronteira. 2008. Esta segunda indicação é um livro pequeno, fácil de ser carregado. Como temos várias regras que foram mudadas, vale a pena consultá-lo com frequência até nos habituarmos às mudanças propostas. SAIBA MAIS eflores Nota A norma culta é a forma padrão da língua portuguesa, sem gírias, abreviações etc. É usada quando temos que nos comunicar com alguém ou lugar que nos exige uma forma menos informal, onde todos que escutem ou leem possam entender a mensagem que esta sendo passada. Podemos citar como exemplo na escrita emails, atas etc eflores Nota A norma coloquial é geralmente a forma com que falamos com nossos amigos e ou familiares. De um jeito mais descontraído. Podemos usar gírias e usar abreviações. Na escrita podemos citar as conversas de whatsapp COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA22 COLOCANDO EM PRÁTICA Aê, véi, eu e os mano daqui do bairro tamo tudo à caça de mais um pro time. Num tá suave... Cê imagina que nessa paradinha ninguém do prédio topou? Cê num qué? Ed ua rd o Cr iv el la ri G ui m ar ãe s Figura 7 - Variações linguísticas Baseando-se no que foi discutido sobre variações linguísticas, analise a seguinte charge da Figura 7. Sobre a linguagem da charge é correto afirmar que: A) Evidencia-se uso da linguagem um pouco informal, a qual pôde ser compreendida. B) Não há problema algum com a linguagem utilizada e ela pode e deve ser utilizada em qualquer situação da vida social. C) Pode ter havido falha de comunicação, uma vez o receptor pode desconhecer a linguagem utilizada pelo emissor. D) Devem ser banidas da língua portuguesa todas as palavras do emissor em qualquer situação social. Se você optou pela letra C, acertou. A linguagem utilizada foi bastante informal, com acréscimo de gírias. Tal fato pode ter impedido que o receptor a compreendesse, possivelmente, por desconhecer tais construções. Isso não quer dizer, contudo, que a linguagem deva ser banida de toda e qualquer situação social. Nem tampouco quer dizer que deva ser utilizada em todas. Cabe ao falante utilizar vocabulário e construções linguísticas que estejam de acordo com a situação. 1 A LÍNGUA PORTUGUESA NA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 23 1.2.2 FALANDO EM PÚBLICO A maioria das pessoas tem medo de falar em público. Você sabia que este medo é controlável, embora não desapareça? É sobre isso que iremos conversar agora. Vamos mostrar que é possível superar medos, fazer boas apresentações e convencer pessoas. Vamos começar os nossos estudos pelo conceito do termo oratória. Ele origina-se do latim oratoria e significa a arte de falar em público. Na Grécia Antiga, a oratória era estudada como componente da retórica, ou seja, para a apresentação de discursos e era extremamente relevante para a vida pública e privada. Cada cidadão falava em seu próprio nome. Não havia representantes, como advogados, por exemplo. Se a pessoa não possuísse esse domínio, ou não o desenvolvesse, não seria bem sucedida. Hoje, a arte de falar em público tornou-se uma das exigências para nossa inserção e manutenção no mercado de trabalho. Precisamos estar preparados para a aquisição ou desenvolvimento dessa habilidade. PENSE NISSO O desenvolvimento da habilidade de se falar em público pode contribuir para o seu desempenho profissional. As pessoas que desenvolvem a oratória têm possibilidades de alcançarem melhores posições no mercado, por possuírem maior poder de convencimento. Não é nossa intenção transformar você em um exímio orador. Mas é possível registrar algumas técnicas que irão ajudar você a dar os primeiros passos rumo a essa excelência. Segundo Polito (2011), falar em público nada mais é do que uma conversa animada. Temos que empre- gar energia, aumentar um pouco o volume de nossa voz, demonstrando que estamos envolvidos e que te- mos interesse no assunto. Ele acrescenta que a linguagem não verbal deve ser colocada em prática, ou seja, gestos, olhares, expressões faciais, tom de voz, tudo deve estar em equilíbrio para ser um todo harmônico. A velocidade do discurso e as pausas também devem ser medidas. Elas dão tempo à plateia de melhor perceber a importância das informações. E quanto ao medo? Ele surge porque você conhece pouco sobre o assunto, tem pouca prática em falar em público, ou porque lhe falta autoconhecimento. Para o pouco conhecimento, basta estudar bastante até ter domínio sobre o assunto. Para a falta de prática, Polito (2011) sugere que todas as oportunidades que tivermos para nos apresentarmos diante das pessoas devem ser aproveitadas. Para ele, é importante fazer perguntas em palestras, aceitar convites para exposição de trabalhos escolares, apresentar palestrantes e, até mesmo, dar avisos. eflores Realce eflores Realce COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA24 A situação já não está tão difícil de resolver agora, não é mesmo? Dois problemas já estão solucionados. E quanto ao seu autoconhecimento? Tente identificar as suas qualidades, adquirir confiança em si mesmo. Assim, os defeitos vão perdendo força e sua autoconfiança se fortalecerá. Este assunto é longo e não se esgota por aqui. Há muito mais para ser dito e sabemos que, com o passar do tempo, se você sentir necessidade, poderá fazer um curso de oratória. Um bom material para consulta e estudos sobre as apresentações e o desenvolvimento da oratória é o livrode Polito: POLITO, Reinaldo. Como falar corretamente e sem inibições. 111. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2011. SAIBA MAIS Vamos agora dar mais um passo e falarmos um pouco sobre as técnicas de argumentação que poderão te auxiliar na hora de se preparar para uma apresentação. Elas, certamente, te ajudarão a ficar mais seguro. 1.2.3 TÉCNICAS DE ARGUMENTAÇÃO Uma das funções da linguagem é o seu uso para convencer o outro. Somos bombardeados dessa fun- ção praticamente o dia inteiro. É o amigo que tenta nos persuadir em favor de seu ponto de vista, o filho que tenta fazer os pais mudar de ideia, a propaganda que nos procura vender um produto, a campanha educativa, como a apresentada na Figura 8, que nos impulsiona a mudar comportamentos, adotar diferen- tes atitudes ou evitar alguma situação. EVITE ACIDENTE. USE OS EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA. Quem semeia segurança, colhe qualidade de vida! @i st oc kp ho to .c om /b on ez bo yz Figura 8 - Como evitar acidentes de trabalho eflores Realce eflores Realce 1 A LÍNGUA PORTUGUESA NA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 25 Nós também usamos argumentos para convencer as outras pessoas. Será que você consegue se lem- brar desses momentos? Se você comprou um produto que veio com defeito, você precisará reclamar um direito seu. Caso você esteja em uma mesa de reuniões, precisará mostrar aos seus colegas de trabalho o seu ponto de vista. Imagine que você não tenha feito a sua tarefa escolar. Precisará provar ao professor de que é possível entregá-la no dia seguinte. Os recursos usados para persuadir as outras pessoas têm o objetivo de emocionar, chamar a atenção, de apresentar as vantagens do objeto ou situação. Vejamos um exemplo de técnica de convencimento. Na tentativa de convencer o gerente de que um produto X no mercado deveria ser utilizado na empre- sa, três funcionários apresentaram os seguintes argumentos: Funcionário 1 - Acho que o produto X é muito bom. Funcionário 2 - O produto X é de boa qualidade. Meu amigo que trabalha na empresa Y faz uso dele e me disse que vale a pena. Funcionário 3 - De acordo com algumas pesquisas que fiz sobre o produto X, ele apresenta mais vanta- gens do que desvantagens. Entre as vantagens, podem ser mencionadas as seguintes características: a ba- teria é duradoura, gasta pouca energia, o som é nítido e as imagens são claras. E a grande maioria dos usu- ários apontou como mais grave somente o fato de que o produtor fornecer apenas seis meses de garantia. Em sua opinião, quem foi o mais convincente? O argumento mais persuasivo foi aquele que comprovou o valor do produto. Principalmente porque apontou a opinião de pessoas que já fazem uso dele. Ou seja, o funcionário 3 foi o mais claro de todos. Uma pessoa terá bons argumentos de convencimento quando o fizer de maneira a expor as suas ideias com clareza, com coerência, apresentando dados que comprovem e justifiquem a opinião apresentada, além da apresentação de argumentos convincentes. A utilização de noções vagas, opinativas, tais como: "é bom", "de boa qualidade", "não gostei" não apre- sentam motivos suficientes e, portanto, não têm poder de convencimento. Até agora, já vimos que há, pelo menos, duas maneiras diferentes de elaborar os argumentos, a saber: • Fazendo citações de especialistas no assunto; • Formulando argumento com base em um raciocínio que seja válido, não passivo de opinião pessoal. Além desses: • Apresentando informações que comprovem o que se afirma, citando resultados de estudos, de regis- tros ou de fenômenos; • Utilizando recursos visuais. eflores Realce eflores Realce COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA26 Figura 9 - Recursos visuais Polito (2011) nos dá algumas dicas sobre a produção de material visual de boa qualidade, tais como: colocação de títulos, legendas, letras legíveis, limitação do tamanho das letras, inserção de frases curtas, uso de poucas linhas e de cores diferentes. Além disso, é válido usar apenas uma ideia em cada visual, bem como apenas uma ilustração em cada um deles. Não se esqueça de retirar informações que possam preju- dicar a compreensão da mensagem. COLOCANDO EM PRÁTICA Você precisa criar para a sua empresa um cartaz informando que "há um lugar para cada coisa e cada coisa tem que estar em seu devido lugar". Como você recriaria esta expressão de maneira que soasse elegante e, ao mesmo tempo, convincente? Veja se você pensou em algo semelhante à nossa proposta: Caro colaborador, Para melhorar o nosso atendimento neste departamento e para acidentes com as ferramentas de uso diário possam ser evitados, pedimos que todas elas, após o uso, sejam recolocadas em seus devidos lugares. Se você pensou em algo parecido com a nossa proposta, você está de parabéns! Está indo no caminho certo. eflores Realce 1 A LÍNGUA PORTUGUESA NA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 27 1.3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL Compreender bem um texto não é uma atividade natural. Para um bom entendimento de um texto é necessário que as habilidades de leitura e interpretação sejam desenvolvidas. A pessoa precisa aprender o código linguístico, aprender a decifrá-lo e a extrair significados do que lê. Nem se trata tampouco de uma atividade isolada do meio e da sociedade à qual o indivíduo pertence. No momento que uma pessoa está lendo, ela acaba trazendo para o texto algumas informações que ela tem sobre um determinado assunto. As nossas experiências de vida nos oferecem um contexto que nos auxiliam a entender o mundo. E a compreensão de um texto também está vinculada a essa percepção. Iniciaremos os estudos sobre as práticas de leitura. Que tal começarmos a falar sobre os textos informativos? 1.3.1 O TEXTO INFORMATIVO O texto informativo é aquele que transmite uma informação sobre um determinado assunto. Possui o objetivo de esclarecer uma pessoa, ou várias, sobre algo. Ele pode transmitir dados, fatos, explicações. São encontrados em periódicos, enciclopédias, revistas, sites do governo, totens, cartazes de filme e peças teatrais, como na Figura 10. Figura 10 - Toten FIEMG Fonte: SENAI/MG, 2018. eflores Realce COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA28 Um exemplo de texto informativo é o verbete de um dicionário. Veja: Catalogação: s. f. Ato de catalogar, de elencar; classificação; cadastramento. ca.ta.lo.ga.ção (BUENO, Silveira, 2007, p.153-4) Os catálogos são relações de listas organizadas, geralmente, em ordem alfabética, de coisas ou pessoas, com informações a respeito de cada uma, tais como endereço, preços. Figura 11 - Catálogos Fonte: SENAI/MG, 2017. Você já deve ter percebido que os textos informativos fazem parte do nosso dia a dia. Imagine que o seu gerente lhe envia um e-mail comunicando sobre as novas regras para uma determi- nada área de atuação na empresa, ele fará uso de um texto informativo. Para que ele seja bem sucedido na comunicação, algumas regras para esse texto devem ser seguidas, tais como: ser neutro e objetivo, usar linguagem clara, sem palavras ambíguas e com frases curtas. Vamos continuar falando um pouco mais sobre o texto informativo. Desta vez, com um exemplo sobre o texto jornalístico, que merece nossa atenção. 1.3.2 O TEXTO JORNALÍSTICO Pense um pouco e lembre-se da última notícia de jornal que você leu e responda: qual foi o fato? Quem participou? Onde o fato aconteceu? Quando o fato ocorreu? O que o causou? 1 A LÍNGUA PORTUGUESA NA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 29 Você consegue imaginar por que a notícia de jornal é um bom exemplo de texto informativo? Convidamos você a ler a notícia a seguir: Educação de ouro O Brasil está na elite mundial no campo da educação profissionalizante. Os resultados alcançados pela delegação brasileira na WorldSkills 2017, que acaba de ser realizada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, nos enchem de orgulho. Numa disputa entre 68 países, de todos os continentes, conquistamos o segundo lugar geral. Em essência, os 56 competidores do nosso país – 51 deles alunos doServiço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) – simbolizam o futuro que queremos para o Brasil. Nesta “Copa do Mundo” da educação profissional, os estudantes mineiros tiveram participação destacada – os oito alunos do SENAI MG que participaram da WorldSkills 2017 trouxeram para Minas Gerais três medalhas. Foram duas de ouro e uma de prata, além de duas Medalhas de Excelência. Os resultados expressivos nos mostram que estamos no caminho certo, gerando oportunidades de capacitação para milhões de brasileiros e formando cidadãos capacitados para atuarem em empresas produtivas e competitivas. Na verdade, a colocação obtida em Abu Dhabi confirma que os investimentos feitos pelo Sistema S para formar trabalhadores são eficientes e estratégicos para o Brasil. O SENAI é o maior complexo de educação profissional e serviços tecnológicos das Américas. Fundado em 1942, já qualificou mais de 71 milhões de profissionais. Estamos presentes em todas as regiões do país, com 555 escolas e 442 unidades móveis. Em Minas Gerais, estamos presentes nos quatro cantos do estado. O Sistema FIEMG, por meio do SENAI MG, mantém 83 escolas de ensino profissionalizante. Somente nos últimos seis anos, essas unidades foram responsáveis pela formação de mais de 403 mil trabalhadores para a indústria mineira. Nossa homenagem, portanto, aos nossos campeões: Lucas Fernando Santos, de São João del Rei, e Pablo Joander de Paulo, de Pará de Minas, ambos medalhistas de ouro na WorldSkills 2017. Parabéns também a Rhany Moreira, de Divinópolis, prata na modalidade “Confecção”, e a Davi Fonseca e Rubens Santos, que conquistaram Medalhas de Excelência. São, todos, exemplos da qualidade dos profissionais que o SENAI forma para a indústria mineira. Promover a educação de qualidade é – e sempre será – compromisso da indústria mineira. Acreditamos que somente por essa via nossas empresas ampliarão sua capacidade de inovar, desenvolver tecnologia e agregar valor aos seus produtos. Apostamos e investimos na formação de recursos humanos qualificados em nível de excelência, capacitados a acompanhar a revolução que ocorre em um mundo cada vez mais globalizado e de concorrência mais intensa. Este, exatamente, é o foco do trabalho que desenvolvemos com o SESI, na educação básica, e com o SENAI, no ensino profissionalizante. Fonte: FIEMG, 2017. COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA30 Analisando a estrutura do texto: Observe que, na reportagem, o primeiro parágrafo relata qual será o assunto a ser tratado, deixando o leitor curioso para prosseguir a leitura. Nos outros três parágrafos são apresentados os fatos detalhando aspectos dos resultados, justificando por que foi possível chegar a ele. Finalmente, concluem endossando a seriedade dos trabalhos prestados pelo SESI e SENAI, que aposta na capacitação dos alunos para acompanhar o desenvolvimento do mundo globalizado e consequente concorrência de mercado. PENSE NISSO A notícia é um bom exemplo de narrativa porque apresenta os fatos de maneira concisa, clara e objetivamente. Sua linguagem é bem acessível e, um fato importante: faz uso da língua padrão culta. Se você ler notícias com frequência, poderá ampliar vocabulário e melhorar o seu registro da língua. Observe que o texto jornalístico nos apresenta respostas para os seguintes questionamentos: o que aconteceu? Onde aconteceu? Com quem? Por quê? Quando? Assim, percebemos que há um plano traçado para que a tessitura do texto1 seja bem feita. A reportagem terá um todo harmônico, de maneira que atraia a atenção do leitor, desde o seu título, que é cuidadosamente escolhido para, além de despertar a curiosidade do leitor, informar, com poucas palavras, qual é o assunto do texto. 1.3.3 O TEXTO DISSERTATIVO Já discutimos um pouco sobre as técnicas utilizadas para convencer alguém sobre as nossas ideias, não é verdade? O texto dissertativo também tem este intuito. Ou seja, é utilizado com o propósito de argumentar. O uso dele é frequente na apresentação de projetos, quando temos que convencer alguém da necessi- dade do que estamos propondo. Também quando desejamos defender uma determinada causa ou quan- do vamos analisar uma situação, cujos resultados pretendemos apresentar. É o tipo de texto em que se defende um ponto de vista, desenvolvendo ideias de maneira argumentativa. Observe esses aspectos no texto a seguir: 1 Tessitura do texto: entende-se por tessitura do texto a composição de uma trama, a redação de um fato, a elaboração e construção de um texto. eflores Nota texto jornalístico: são textos veicu 1 A LÍNGUA PORTUGUESA NA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 31 Justificativa para uma proposta de projeto: O índice de acidentes de trabalho registrados no Brasil tem trazido preocupações. O Brasil amarga o 4º lugar no ranking mundial de índices de acidentes, perdendo posição somente para a China, Índia e Indonésia. Este elevado número sugere que há necessidade de investimentos, na tentativa de minimizar o problema. Quem mais contribui para a elevação desses resultados é a indústria brasileira e entende-se que a parceria colaborador/empresa poderá trazer benefícios a ambos. Afinal, em momentos como estes, não há vencedores. Sendo assim, apresenta-se como proposta a criação de uma equipe, com membros representantes de vários setores da empresa. Alinhados com o objetivo de reduzir os índices de acidentes, dados estatísticos serão levantados, estratégias de prevenção e de ação serão criadas, bem como as análises de resultados após implementação das ações propostas. Note que para justificar a necessidade de implementação de um projeto que envolva toda a equipe da empresa, o texto apresentou dados alarmantes, apontando a necessidade de redução do índice de aci- dentes de trabalho. Trata-se de uma construção objetiva, que utiliza a língua padrão culta. E, em termos de linguagem, não usa subjetividade. As palavras são usadas em sentido próprio. Isto quer dizer que elas não possuem ideias de sentido figurado, ou seja, não há utilização de palavras que possibilitem várias interpre- tações, como ocorre, normalmente, em textos literários. A terceira pessoa do singular ou do plural é usada, indicando impessoalidade. Isso pode ser notado em: “entende-se que...”; “apresenta-se como proposta”; “dados estatísticos serão levantados”. A primeira pessoa não foi utilizada, fato que contribuiria para tornar o texto pessoal. O que quero dizer? Não foi feita uma proposta desta maneira: “Sendo assim, eu apresento a proposta de criação de uma equipe.” 1.3.4 O TEXTO DESCRITIVO Faça a leitura de um texto descritivo em que uma escola esteja oferecendo um curso de segurança do trabalho. Veja como ela descreve o curso. O curso tem por objetivo desenvolver a visão crítica quanto aos riscos existentes no ambiente de trabalho, conscientizando o aluno a saber como prevenir acidentes, instrumentalizando-o a lidar de maneira correta com questões de saúde e segurança. O curso oferece uma carga horária de 48h, distribuídas em um mês de aula, com carga horária semanal de 12h. Como a escola nos apresentou o curso? Qual foi o objetivo principal do texto: convencer alguém, relatar uma experiência ou descrever algo? Trata-se de um curso cujo objetivo é o desenvolvimento de uma visão crítica quanto aos riscos de acidentes em um ambiente laboral. O curso é curto, com um total de 48h. A descrição proposta convence o leitor de que se trata de um curso bom, rápido e que atenderá aos objetivos do leitor. COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA32 A descrição é uma representação de um local, um ser, como pessoa, objeto, ou, até mesmo, de um pro- cesso. Tem o objetivo de construir imagens que chegam aos nossos sentidos. Se você foi cuidadoso em sua leitura, deve ter conseguido imaginar a importância do curso (desenvol- vimento de uma visão crítica) e deve ter feito um cálculo para tentar imaginar quantas vezes por semana o aluno deverá comparecer. Se o curso é distribuído em um mês, com 12h semanais, implicaria quevocê deveria ir, pelo menos, três vezes na semana, para aulas de quatro horas, ou quatro vezes, para assistir a um total de três horas por dia. Os textos descritivos são encontrados em obras literárias, mas também são utilizados em relatórios técnicos ou científicos, em descrições de equipamentos, em processos de trabalho, em parágrafos que detalham métodos. Nas obras como romances, contos, crônicas, o texto descritivo leva a característica de ter sido escrito com palavras ambíguas, com sentidos não explícitos. Faz-se jogo de palavras que, muitas vezes, possuem a possibilidade de criar sentimentos adversos no leitor. A este tipo de texto, nominamos descrição subjetiva. Veja um trecho de uma obra literária que exemplifica bem do que se trata tal descrição: Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infini- dade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia. (...) (AZEVEDO, 1997, p.13) Observe que toda a descrição passou pelos olhar do escritor, que ao descrever o ambiente, utilizou-se de palavras que mostram a impressão que o ambiente lhe transmitia: “acordar alegre e farto”; “indolência de neblina”; “luz loura e tenra da aurora”. Em se tratando de manuais, relatórios, descrições de equipamentos, as palavras não podem ser carre- gadas de subjetividade. O texto é claro, não dá possibilidade de diversas interpretações e tem que ser fide- digno à descrição do objeto que se pretende descrever. Neste caso, estamos falando da descrição objetiva, que é utilizada na redação técnica a qual veremos a seguir. A descrição técnica A descrição técnica é utilizada para descrição de instrumentos, aparelhos, equipamentos, ferramentas; ou para descrição de processos: fases de uma pesquisa, processos de fabricação e funcionamento de me- canismos, por exemplo. A descrição técnica precisa ser objetiva, deve ter frases claras e o vocabulário deve ser preciso. Observe o trecho de uma descrição técnica de um equipamento de medição (micrômetro): 1 A LÍNGUA PORTUGUESA NA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 33 Micrômetro Um instrumento muito comum nas instalações industriais é o micrômetro. O micrômetro é um instrumento utilizado para a medição externa ou interna com elevada precisão, da ordem de micrômetros, que são a milionésima parte do metro. Existem vários modelos que permitem medições de diâmetros internos, profundidades e pequenas espessuras. Apresentam graduação em milímetros e em polegada milesimal e resolução de 0,01mm a 0,001mm (um centésimo de milímetro ou um milésimo de milímetro) e 0,001 a 0,0001 (um milésimo de polegada ou um décimo de milésimo de polegada). Na figura a seguir podemos observar o micrômetro e suas principais partes. Vamos passar agora para a produção de textos. Iniciaremos nossos estudos sobre como escrever atas, resumos e cartas comerciais. 1.4 A PRODUÇÃO DE TEXTOS TÉCNICOS Ao executar trabalhos e serviços técnicos, você produzirá textos de diversos tipos para se comunicar. A seguir você aprenderá a elaborar alguns desses textos técnicos. Vamos começar nossos estudos pela Ata. 1.4.1 ATAS Quem já participou de uma reunião de condomínio ou de negócio, por exemplo, deve ter observado que uma pessoa ficou responsável pela elaboração da ata e fez anotações durante o encontro. A ata é um texto utilizado para relatar tudo o que se passa ou o que se passou em uma assembleia, ses- são ou reunião. Leia o conceito de uma ata: COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA34 Ata: registro ou resenha (v.), geralmente em forma de relato (v.), de fatos ou ocorrências verificadas e resoluções tomadas numa assembleia ou numa reunião de corpo deliberativo ou consultivo de uma agremiação, associação, diretoria, congregação, etc. Geralmente, muito padronizada, de estilo formal e objetivo, traz uma parte inicial, onde constam data, local e nomes dos participantes da reunião, seguida das resoluções tomadas, a partir de uma pauta preestabelecida e, finalmente, um fecho com as assinaturas de quem secretariou a reunião e lavrou a ata e de todos os presentes. (COSTA, 2009, p.37) Por ser um registro sério, a ata fica lavrada em livro próprio ou em folhas soltas e deve ser escrita de tal maneira que fica impossível modificá-la introduzindo alguma informação extra. O texto precisa estar sem rasuras e pode ser digitado ou manuscrito. Ele deve, como em qualquer documento, ter linguagem clara e precisa, evitando-se ambiguidade. A ata deve ser redigida em único parágrafo ou se houver a opção por mais parágrafos, que sejam eles numerados, mas sem alíneas, que são as subdivisões de um artigo, usualmente designadas por a), b), c) etc. Você deve saber que documentos não podem ser rasurados, não é mesmo? Por isso, em caso de er- ros verificados no momento em que se está escrevendo, faz-se o uso de "digo" que vem separado entre vírgulas e continua-se o texto. Se o erro foi notado somente após todo o texto escrito, usa-se, no final de todo ele, a expressão "em tempo" e faz-se a correção logo em seguida, mencionando-se a linha onde se encontra o erro. Quanto aos números, se usados, devem ser escritos por extenso. E, se houver alguma ementa ou algu- ma contestação sobre o que foi escrito, somente após a correção das informações é que a ata poderá ser assinada. Numa empresa, usualmente, há um secretário para redigir as atas, mas, em sua ausência, nomeia- -se outra pessoa, a qual usará a expressão latina ad hoc para expressar que a pessoa foi designada para redigir a ata. Algumas empresas preferem adotar atas padronizadas quando as elas se referem a ações que são de rotina na empresa. Nesse caso, a própria empresa fornecerá um formulário que deverá ser preenchido de acordo com o que ela requisita. ATENÇÃO Você deve estar pensando: "OK, entendi. Mas quais são os principais elementos que devem ser utiliza- dos em uma ata?" São eles: • Dia, mês, ano e hora da reunião (por extenso, porque envolve números); • Local da reunião. • Relação e identificação de todos os presentes; • Declaração do presidente e secretário; • Ordem do dia; • Fechamento. Veja um exemplo fictício de uma ata: 1 A LÍNGUA PORTUGUESA NA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 35 ATA DE REUNIÃO DA DIRETORIA COM AS GERÊNCIAS DA EMPRESA CNPJ ________________/___________ EMPRESA xxxx Local da Reunião Dia, mês, ano e hora da Reunião Fecho ou encerramento Atenção à correção. Atenção à correção. Registro dos presentes Discussões, decisões e atos fielmente registrados Coleta das assinaturas. Aos vinte e seis dias do mês de outubro de 20...., às quatorze horas e trinta minutos, no escritório, na Avenida Afonso Pena, nº00 (zero), reuniu-se a diretoria da empresa XXXXXX, presentes todos os infra-assinados, sob a presidência do Sr. ZZZZZZ, que convidou-me, Fulano de Tal, para secretário. Os senhores presentes discutiram.................... Além dos assuntos discutidas, digo, discutidos, deliberaram.......................... O senhor Beltrano de Tal, logo em seguida, apresentou.................... Nada mais havendo a tratar, às dezesseis horas e trinta minutos, o Diretor ZZZZZZZ deu a reunião por encerrada, lavrando-se a presente ata que, após lida e aprovada por todos os presentes, será assinada. Em tempo, na linha 9, acrescente-se que as decisões.............................. (daqui para frente, sempre seguido, redige-se o nome de todos os presentes e de suas posições na empresa. O último a ser mencionado é o secretário). Todos assinam. Lembre-se: uma boa ata é aquela que representa, de maneira fidedigna, o que foi discutido em reunião. 1.4.2 RESUMO O Resumo é um texto abreviado referente ao conteúdo de um livro, peça teatral, ao conteúdo de um filme, entre outros.Muitas pessoas pensam que fazer um resumo é selecionar algumas partes soltas de uma determinada obra ou texto e copiar. Esta ação não representa um resumo. Na verdade, é cópia, e esse tipo de atitude fere os direitos autorais, por isso, a pessoa que o faz corre o risco de sofrer um processo. Vamos falar sobre as regras que evitam o plágio no capítulo intitulado Pesquisa. Um bom resumo é aquele que, sinteticamente, apresenta o conteúdo lido. Para isso, é necessário que o seu autor leia todo o material a ser resumido primeiro e depois, com suas próprias palavras, escreva um texto, sintetizando o que foi lido. Os pormenores devem ser esquecidos e o texto, como em toda redação técnica, deve mostrar clareza, coerente, coesão e, o que é muito importante, manter o respeito ao pensa- mento do autor. COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA36 Algumas dicas para te ajudar enquanto estiver lendo: tente compreender o texto, identifique as partes principais, sublinhe e faça esquemas que possam te ajudar a organizar os parágrafos e o texto. Atente-se às ideias e procure substituir aquelas que estão repetidas por uma única ideia-chave, usando a sua própria linguagem. Depois de pronto, releia e avalie, corrigindo os deslizes de ortografia, construção de frase, pon- tuação, acentuação. Sugiro mais uma atividade para colocar em prática o que foi estudado até agora. COLOCANDO EM PRÁTICA Convido você a fazer um resumo do texto jornalístico “Educação de Ouro” que apresentamos no item 1.3.2 Resumindo: A delegação brasileira que participou do evento WorldSkills 2017 em Abu Dhabi trouxe para o Brasil o segundo lugar geral. Dentre os oito alunos do SENAI MG, três deles conquistaram medalhas. Lucas Fernando Santos e Pablo Joander de Paulo trouxeram a duas medalhas de ouro. Rhany Moreira foi contemplada com a medalha de prata. Duas Medalhas de Excelência foram conquistadas por Davi Fonseca e Rubens Santos. Confirma, assim, que os investimentos na educação profissional que são feitos pelo Sistema S são eficientes e estratégicos para o país. Desde a sua fundação em 1942, o SENAI já profissionalizou mais de 71 milhões de estudantes, possuindo hoje 555 escolas e 442 unidades móveis e, nos últimos seis anos, fazendo parte do sistema FIEMG, mais de 403 mil trabalhadores se formaram e estão prontos para a indústria do estado. Tais resultados comprovam o pacto que o SESI e o SENAI assumem para a promoção de uma educação de qualidade, compromissada com a indústria mineira. No livro de Marconi e Lakatos você encontrará exemplos dos diferentes tipos de resumo. Vale a pena conferir. Leia: MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2010. SAIBA MAIS 1 A LÍNGUA PORTUGUESA NA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 37 1.4.3 CARTAS COMERCIAIS Cartas comerciais ou correspondências técnicas são documentos escritos que são trocados entre empresas ou entre empresas e clientes com o objetivo de fazer negociações. Hoje em dia elas são, muitas vezes, enviadas por e-mail, mas não deixam de exigir que o texto seja organizado, possuindo o assunto bem distribuído ao longo do corpo da carta, utilizando pensamento organizado e revisão gramatical. A maior importância da correspondência comercial reside no fato de que não se pode considerá-la como uma atividade simplória: trata-se de veículo utilizado para fechamento de negócios. Assim, deve ser bem redigida, criativa, espelhando uma imagem positiva da empresa. DICA Para uma boa elaboração de cartas, além dos aspectos mencionados, também é importante que: • Haja exatidão: palavras vagas podem trazer interpretações errôneas. Se dissermos que um material é bom, teremos um sentindo vago. Mas se dissermos que o material utiliza alto padrão de tecnologia, sabemos que é a tecnologia utilizada que é boa. • Exista clareza: evite mensagens truncadas. Observe o exemplo: não é sempre que a escolha do em- pregado agrada a todos. De qual escolha estamos falando? Da escolha por um novo empregado para a empresa, ou a escolha que o empregado faz sobre uma determinada situação? Percebe que houve uma dúvida? Para corrigirmos a situação, o ideal seria dizer: Não é sempre que o empregado escolhido agrada a todos. • Seja concisa: evite palavras em excesso, que não vão direto ao ponto. O uso de expressões como: "Acu- samos o recebimento da carta"; "Conforme segue abaixo relacionado."; "Encaminhamos em anexo..." podem e devem ser evitados. Fica mais elegante se substituirmos por: "Recebemos a carta"; "Relacio- nado a seguir."; "Encaminhamos" ou "Anexamos". • Apresente coerência das ideias: cuidado para não apresentar ideias contraditórias. Um bom exemplo de ideia contraditória é informar que o seu produto é o melhor do mercado e, em parágrafo posterior, fornecer a informação de que pouquíssimos clientes reclamaram do produto que está sendo nego- ciado. • Seja pontual, indo direto ao ponto desejado. • Tenha foco no receptor. Não se esqueça de que ele é o mais importante no processo comunicacional. O objetivo de uma carta com este teor é o de divulgar uma empresa ou produto. Sendo assim, ela deve chamar atenção do receptor. Veja: COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO TÉCNICA38 Nome da empresa Endereço completo AC: Nome da empresa destinatária Prezados, Somos uma empresa do ramo da construção civil há mais de 15 anos no mercado. Nossos colaboradores são especializados e preparados para atender às exigências de empresas de pequeno e médio porte, oferecendo soluções rápidas, inteligentes e seguras para quem precisa construir ou reformar. Temos como objetivo principal o atendimento às normas de qualidade que você procura e oferecemos garantia de 6 meses em todos os serviços prestados. Assim, poderemos contribuir de forma positiva e transparente, oferecendo atendimento diferenciado. Estamos disponíveis em horário comercial de segunda a sexta-feira e, se necessário, disponibilizamos atendimento emergencial aos finais de semana e feriados. Entre em contato conosco: (33) 3333.3333 Sempre à sua disposição. Atenciosamente, ...... Na introdução, a carta apresenta, de maneira abreviada, o seu objetivo e busca uma aproximação com o leitor. O desenvolvimento detalha o motivo da carta, apresentando as informações mais importantes sobre a empresa e os benefícios de ser parceiro dela. E, no final da carta, agradece a atenção e se coloca à disposição para contatos. Revise sempre. Desta forma, você não correrá o risco de enviar uma carta com deslizes de acentuação, pontuação, falta de clareza ou quaisquer outras inconsistências. Lembre-se de seu público-alvo e utilize uma linguagem que irá atingi-lo. RECAPITULANDO Nesta unidade, estudamos como empregar os princípios normativos da Língua Portuguesa na comunicação oral e escrita, além de ler e interpretar dados e informações de textos técnicos. Mostramos a comunicação e as suas formas de expressão, apresentamos técnicas de argumentação, discutimos sobre a leitura e interpretação de textos informativos, jornalísticos, técnicos. Você aprendeu a produzir textos técnicos, tais como: atas, resumos e cartas comerciais. Deixamos claro que, se o redator quer se tornar cada dia melhor, ele precisa se dedicar à leitura, para ampliar o seu vocabulário e escrever sempre com um olhar crítico, para que tenha a oportunidade de exercitar o seu potencial de escrita. 2Documentação técnica As relações de trabalho demandam uma linguagem compreensível, evitando os ruídos que dificultam a comunicação e a compreensão da mensagem. Neste capítulo apresentaremos alguns dos documentos que são utilizados nas empresas, apresentando as definições, características e finalidades de cada um deles. Nosso objetivo é mostrar que há técnicas para elaborar e analisar documentos técnicos como: relatórios, manu- ais de fabricantes, catálogos, ordens de serviço, procedimentos e normas técnicas. 2.1 NORMAS TÉCNICAS As normas são aplicadas em nosso dia a dia, embora não nos demos conta
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