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Resenha - Profissionalização da Enfermagem

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE ENFERMAGEM
LUIZA ARAUJO DOS SANTOS
RESENHA
PROFISSIONALIZAÇÃO DA ENFERMAGEM
Belo Horizonte
2021
Introdução
Hodiernamente a enfermagem apresenta-se como uma atividade reconhecida,
com diversas possibilidades de especializações e uma grande diversidade de áreas
de atuação organizadas ao longo dos anos a partir das demandas de saúde.
Sabe-se, todavia, da existência de um processo de profissionalização, pautado em
experiências religiosas e militares, responsável por regulamentar a arte do cuidado,
reconhecendo as atividades exercidas com competência para a promoção do ser
humano na sua integralidade.
A profissão foi institucionalizada na Inglaterra no século XIX, através de Florence
Nightingale e no Brasil no início do século XX, tendo como ponto marcante a Escola
de Enfermagem Anna Nery, pioneira na adoção do Sistema Nightingaleano na
década de 1920, que se tornou modelo de assistência, exemplo para a posterior
fundação da Escola de Enfermagem Carlos Chagas (EECC) atualmente conhecida
como Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (EEUFMG).
A importância do reconhecimento, contudo, pauta-se no protagonismo de
majoritariamente mulheres que dedicaram suas vidas a fim da promoção de saúde e
do desenvolvimento cada vez mais baseado na ciência de um corpo de profissionais
essenciais para o tratamento, prevenção, acolhimento e cura dos seres humanos.
A construção da Profissão de Enfermagem ao Decorrer da História
A Enfermagem é a arte de cuidar e a ciência do cuidar, necessária a todos os
povos e a todas as nações, imprescindível em época de paz ou em época de guerra
e indispensável à apresentação da saúde e da vida dos seres humanos em todos os
níveis, classes ou condições sociais (GEOVANINI, 2001).
A essência do cuidado ultrapassa a marcação dos tempos, aliás, tense-se como
definição deste verbo prestar assistência, atitude necessária desde que surgiu-se a
vida. Tendo em vista que para permitir sua continuidade necessita-se lutar contra a
morte, observando a garantia da alimentação, vestuário e ambiente de abrigo para
proteção. Atualmente, no entanto, o cuidado da enfermagem abrange conceitos
ainda mais amplos, apesar de trabalhar pela manutenção da vida, assume mais
procedimentos com autonomia abastecidos por pesquisas científicas que de forma
rigorosa aperfeiçoam o cuidado humano significativo.
Anteriormente, contudo, associado ao conhecimento místico no primeiro estágio
da civilização garantira a sobrevivência. Marcada pelas práticas domiciliares e
também a práticas nos templos inicialmente associada às religiões politeístas . Na
Grécia Antiga e na Roma Antiga, sobretudo, mulheres cuidavam dos doentes
aguardando a influência dos deuses na cura dos enfermos.
Contudo, durante a Era Cristã e a Idade Média o papel da enfermeira foi
assumido principalmente por religiosas da Igreja Católica, consoante a criação dos
primeiros hospitais, lugar de recolhimento e abrigo, trazendo junto as equipes com
os cuidados terapêuticos disponíveis na época nos espaços para atendimento
dedicavam-se à caridade abertas aos doentes, órfãos, pessoas de classe
econômica desfavorecida e marginalizados, um exemplo desses ambientes são as
Santas Casas de Misericórdia.
A Reforma Protestante foi um movimento religioso, econômico e político de
contestação à igreja católica, que resultou na fragmentação da unidade cristã e na
origem do protestantismo. Ela desencadeou um processo de rompimento dos
vínculos religiosos e da influência da Igreja nos cuidados prestados nos hospitais e
abrigos, inicialmente com uma crise e fechamento de muitos espaços e o
andamento do processo de capacitação profissional para a assistência.
A enfermagem moderna teve como fundadora a italiana Florence Nightingale,
jovem de família prestigiada que se interessou pela saúde pública e começou,
mesmo contra a seus familiares, a estudar a área da saúde e que, através de sua
audácia tornou-se uma das principais responsáveis pela profissionalização do
serviço de enfermagem. Durante a Guerra da Criméia ela ofereceu-se, já como
autoridade reconhecida em saúde, para levar uma equipe em busca de
proporcionar cuidados ao exército inglês. Nesse sentido, empenhou-se na melhoria
para assistência dos feridos, pautada na qualidade do atendimento a partir de uma
infraestrutura humanitária, que além de oferecer cuidados às enfermidades e
feridas, preocupava-se com a comunicação entre os soldados e suas famílias,
proporcionando uma biblioteca para os homens da guerra e etc. Na época ainda
não existira o conhecimento dos riscos acerca do contato com microrganismos,
entretanto, a enfermeira estava a frente de seu tempo e promovera um especial
cuidado com a limpeza dos ambientes, boa circulação de ar e iluminação, em busca
do sucesso da cura. Com essas práticas conseguiu reduzir as taxas de mortalidade
nas frentes de batalha e ao fim da guerra estimulou a abertura de escolas de
enfermagem, baseadas na humanização do atendimento.
A profissionalização da enfermagem no Brasil: A participação de Anna Nery e
a história da Escola de Enfermagem da UFMG
No contexto brasileiro, a primeira escola de enfermagem criada durante
movimento sanitarista foi a Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) fundada no
Rio de Janeiro , esta recebeu este nome em homenagem a célebre enfermeira Anna
Justina Ferreira Nery, nascida na Bahia, que atuou como voluntária na Guerra do
Paraguai cooperando para a recuperação dos soldados no contexto de guerra.
Assim, a escola foi a primeira a adotar o Sistema Nightingaleano e na década de
1920 tornou-se exemplo para o ensino de enfermagem em todo o país. O padrão de
profissionalização seguido, replicado e ensinado, foi muito importante para o
desencadear da formação. Seguiam um rígido ensino, sólido, baseado na união
entre a técnica e a ciência. Na época, as alunas residiam na escola, em um regime
de internato. O padrão de ensino de excelência, ainda que excludente analisando as
questões sociais e a predominância de mulheres brancas dentre os aprendizes,
recebeu a denominação de “Padrão Anna Nery” e foi responsável pela introdução
da enfermagem moderna no Brasil.
Dentre as egressas da primeira turma de enfermagem da escola carioca EEAN
formava-se Laís Moura Netto dos Reys, carinhosamente lembrada como “Dona
Laís”, que esteve à frente da implementação da profissionalização da enfermagem
no estado de Minas Gerais. Laís era uma mulher muito religiosa e também
nacionalista, dedicou sua vida a saúde após ficar viúva, teve um percurso
reconhecido na saúde e quando transferida para Minas Gerais continuou sua
carreira exercendo a profissão focada na saúde domiciliar, acompanhando,
rastreando e organizando as pessoas e doença e oferecendo auxílio sistemático e
humano, além de fundamnetar também trabalhos na saúde escolar. Em sua equipe,
observara que a maior parte do grupo de enfermagem mineiro era formado por
enfermeiras leigas, percebeu a necessidade de um ensino profissionalizante e
iniciou ministrando atividades de capacitação como cursos e mentorias, organizou
um corpo de professores e disciplinas e deu prosseguimento a formação com
práticas semanais. A partir desta necessidade de profissionalização percebida foi
criada a Escola de Enfermagem Carlos Chagas (EECC), recebeu o nome do
renomado cientista, sanitarista e político Carlos Chagas, visando a qualificação
profissional do corpo de enfermagem mineiro. Fundada em 1933 em Belo Horizonte,
a escola de enfermagem foi a primeira fora do Rio de Janeiro e também a primeira
unidade de formação para enfermagem estadual. Uma característica marcante entre
os anos iniciais da escola que perdurou por muitos anos foi a presença da religião.
No período de fundação o Brasil ainda não era um Estado laico, existia no espaço
da escola uma capela, o ensino religioso era ministrado e muitas irmãs de caridade
se diplomaram enfermeiras.
Ademais, outra importante personalidadesdesses tempos e depois também foi
diretora da EECC foi Waleska Paixão, que lecionou sem antes mesmo possuir
formação no curso de enfermagem mas posteriormente foi aluna da escola lecionou
a disciplina de higiene individual, juntamente com a Laís construiu a base intelectual
e humana da formação prestada aos enfermeiros formados no curso até os dias de
hoje.
No ano de 1950 a EECC foi federalizada integrada a Faculdade de Medicina, depois
começou a ofertar cursos de pós graduação como mestrado e doutorado, em
fevereiro de 1968 transformou-se em uma unidade de ensino autônoma, anexa à
Universidade Federal de Minas Gerais e ganhando uma nova denominação,
chamando-se: Escola de Enfermagem da UFMG (EEUFMG).
Apreciação
Observa-se, dessa maneira, a importância da regularização e estruturação da
prática de uma categoria profissional, através da formação de sua regulamentação,
que além de promover o devido reconhecimento aos profissionais atuantes,
promovendo através de bases legais a asseguração de seus direitos laborais,
todavia, favorece a saúde em um escala geral, já que profissionais cada vez mais
preparados poderão prestar um melhor atendimentos aos necessitados de seus
cuidados. Ressalta-se também o protagonismo feminino desafiando uma sociedade
machista.
Referências Bibliográficas
RAVAGNANI, Ana Carolina. História da Enfermagem.1° Edição. Rio de Janeiro:
SESES, 2015. Disponível em:
https://www.passeidireto.com/lista/87542260-historia-da-enf/arquivo/65165527-livro-
proprietario-historia-da-enfermagem Acesso em: 13 fev. 2021.
GEOVANINI, Telma ET AL. História da Enfermagem: versões e interpretações. 1.
Ed. Rio de Janeiro: Reviver, 2001.
SANTOS, Fernanda Batista Oliveira; MARQUES, Rita de Cássia. Escola de
Enfermagem Carlos Chagas: projeto, mudanças e resistência - 1933-1950.
2014. 141 f., enc Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais.
Escola de Enfermagem. Disponível em:
https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/GCPA-9HJPQZ (acesso virtual).
SANTOS, Fernanda Batista Oliveira.; MARQUES, Rita de Cássia. A trajetória
histórica da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais:
desdobramentos da federalização 1950-2004. 2018. 187 f., enc. Tese (Doutorado)
- Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem. Disponível em:
https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/ENFC-B3VHNN (acesso virtual).

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