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Linha do tempo - Enfermagem

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ENFERMAGEM
História e Evolução
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Centro de Ciências da Saúde - CCS
Departamento de Enfermagem
Discente: Mayanne Brenda Soares Pereira
Disciplina: Processo de Trabalho em Enfermagem
Podemos considerar a Enfermagem como uma arte milenar… Mas, engana-se quem a resume como um dom, simples práticas de cuidado ou ao cumprimento de protocolos obrigatórios. De fato, o cuidado é a essência da profissão. Este ato é algo instintivo do ser humano, todos podem fazê-lo. Porém, o cuidado de enfermagem é profissional e formalizado cientificamente.
“(...) Desde que existe vida, existem cuidados que foram desenvolvidos no sentido de cuidar da própria vida, pois só assim ela poderia permanecer.” (Festas, 1999)
O instinto é o conhecimento no grau primitivo associado a sobrevivência e, nessa perspectiva, se formaram as primeiras sociedades e dividiram-se as atividades de cada grupo social de acordo com o aprimoramento e expansão dos povos. As mulheres são tidas como pioneiras no serviço da cura devido a sua vida doméstica desde então, bem como seus instintos maternos. 
Ao longo dos períodos históricos, a assistência a saúde se adequou aos moldes e descobertas de cada nação, como se observa abaixo na Idade Antiga:
	EGITO	CHINA	GRÉCIA
	Receitas médicas acompanhadas do recitar de fórmulas religiosas;
Praticava-se o hipnotismo e a interpretação dos sonhos;
Havia ambulatórios gratuitos que davam auxílio e hospitalidade aos desamparados.	Os doentes chineses eram cuidados por sacerdotes;
As doenças se dividiam em três categorias: benignas, médias e graves;
Conheciam algumas doenças, como a varíola e a sífilis;
Haviam hospitais de isolamento e casas de repouso.	Usavam sedativos, fortificantes e hemostáticos;
Faziam ataduras e retiradas de corpos estranhos;
Dispunham de casas para tratamento dos doentes.
A profissão foi surgindo do desenvolvimento dessas práticas de saúde, associadas ao instinto e ao trabalho feminino. Depois da Idade Antiga, vejamos mais alguns pontos notórios responsáveis por essa transformação ao longo da história:
	IDADE MÉDIA	IDADE MODERNA
	A construção de hospitais estava associada a presença de catedrais em determinado local e a assistência era comandada por diáconos e diaconisas;
Organização “embrionária” do serviço de enfermagem com religiosas coordenando e supervisionando os cuidados, enquanto leigos e trabalhadores mal remunerados realizam serviços manuais complementares;
A ideia de ciência e técnica ficou em segundo plano, sendo esta época essencialmente dominada por correntes religiosas, pois essas práticas se vinculavam a solidariedade humana, que historicamente corresponde à religiosidade e à abnegação.	Impactos da Reforma Protestante: fechamento de hospitais e a expulsão de religiosos atuantes neles. Os países que aderiram ao protestantismo se obrigaram a substituir esses devotos por leigos sem nenhum treinamento para o cuidado;
Revolução Industrial: impulsionou o capitalismo, acompanhado da expansão econômica e científica - nessa soma de fatores, a proliferação de novas doenças desencadeou uma crescente demanda dos serviços de enfermagem, já que essas afetaram diretamente os componentes da mão-de-obra subserviente, bem como os soldados de guerra, aliando a ideia de enfermidade a um transtorno econômico e político.
Aqui, conhecemos Florence Nightingale, a precursora dos primeiros moldes profissionais da assistência e cuidado. 
Inglaterra, século XIX: o marco de uma era na Enfermagem
Nightingale possuía boas condições de vida e acesso à educação, vinha de família aristocrata;
Interessou-se pela profissão por meio de atividades voluntárias realizadas pela sua família e sentiu necessidade de se apoderar de mais conhecimento para melhorar a vida das pessoas;
Fez uma viagem para a França e com irmãs francesas aprimorou suas habilidades em métodos de cuidado;
Ao voltar da viagem, assumiu a superintendência de um pequeno hospital britânico, porém seu trabalho foi verdadeiramente reconhecido e validado durante a Guerra da Crimeia.
Com suas teorias e sistemáticas reunidas até então, conseguiu reduzir a taxa de mortalidade na região em que trabalhou de 42% para 2% durante 8 meses. Ao retornar, foi tida como heroína nacional e recebeu fundos para treinar enfermeiras;
Publicou dois livros: Notas sobre hospitais e Notas sobre enfermagem, o que conferiu a esta como uma nova disciplina científica, renomada para mulheres;
Em suas obras, Nightingale distingue medicina e enfermagem em seus campos de atuação com conhecimentos e estruturas próprias para cada uma. De acordo com ela, a profissão de Enfermagem atua como um sistema regulador externo ao corpo do paciente por meio do cuidado do ambiente em que se está;
Iluminação, limpeza, organização e boa escolha da dieta por meio do profissional de enfermagem, para ela, são fundamentais para a promoção de uma boa recuperação, de tal modo que este profissional não serviria exclusivamente de apoio para a aplicação de medicamentos, por exemplo;
O enfermeiro também é responsável pela constante avaliação do doente e promoção de medidas de manutenção da saúde;
Hoje, as observações de Florence correspondem aos princípios da pesquisa e do senso crítico, contribuindo também na investigação de sintomas e descobertas de novas patologias.
1859 - Criação de uma escola de enfermagem pautada no Sistema Nightingaleano, o que possibilitou fomentar essa prática de forma institucionalizada e específica.
“A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!”
Florence Nightingale
Meados de 1900 - ruína do predomínio do Sistema Nightingaleano e responsabilidade da formação de enfermeiros atribuída aos hospitais:
Esta época marcou a descaracterização da enfermagem enquanto disciplina do campo de conhecimento aliada a interesses financeiros e questões de gênero. 
Foi-se moldada unicamente com o objetivo de seguir normas, procedimentos e ordens expressas por médicos (um regresso nos preceitos de cuidado, assim digamos). Isso representou a perda da autoridade e a categorização da ocupação assistencial como uma sub prática. 
Isso se estende até por volta da década de 1950, quando nos Estados Unidos da América, enfermeiras demonstraram preocupação em organizar os princípios científicos da prática profissional. Até então, e mais uma vez, a Enfermagem recebia visões não científicas, de ações baseadas na intuição…
Nessa perspectiva, com intuito combatente, iniciou-se um estudo de duração de 5 anos na Escola de Enfermagem da Universidade de Washington, formado de comitês especialistas em ciências naturais, sociais, física e química. Assim, o conhecimento de enfermagem passou a fundamentar técnicas e tornou-se científico.
“As lideranças da enfermagem seguiram na construção deste corpo de conhecimentos específicos para garantir a identidade da profissão, a sua autonomia, autoridade e responsabilidade, enfim, dar à enfermagem o estatuto de disciplina e de ciência aplicada na área da saúde, para garantir o cuidado qualificado. 
Portanto, o desenvolvimento da prática de enfermagem e de um corpo de conhecimentos não ocorre de forma desarticulada da sociedade, da compreensão de ser humano, da ciência, do processo saúde-doença-cuidado e da conformação das práticas de saúde. Dessa forma, a construção do conhecimento de enfermagem encontra-se marcada pelas determinações histórico-sociais presentes.”
Ao longo do século XX, surgiram diversas teorias alinhadas com esse propósito institucionalizador da profissão, dentre as quais, destacam-se:
Teoria dos Princípios Básicos da Enfermagem, por Virgínia Henderson;
Teoria do Processo de Enfermagem, por Lídia Hall;
Teoria Homeostática, por Wanda McDowell.
Ainda, podemos citaras famosas classificações taxonômicas dos problemas e diagnósticos em Enfermagem. Cada país pode ter a sua, mas algumas das mais conhecidas são: NANDA-I* (North American Nursing Diagnoses Association), ICN, ANA e CIPE. 
* Apesar de descrita como norte-americana, essa taxonomia é internacionalizada atualmente.
 
Muito foi discutido até aqui sobre os avanços da Enfermagem em parâmetros mundiais... 
Mas, qual é a história da profissão no nosso Brasil?
 
No Brasil, a história da Enfermagem pode ser dividida em três períodos:
Organização da Enfermagem: do período colonial ao final do século XIX
Desenvolvimento da Enfermagem: do final do século XIX até a Segunda Guerra Mundial
Enfermagem Moderna: do final da Segunda Guerra Mundial até os dias atuais.
 
Organização da Enfermagem
Instintiva e cultural;
Pajés, feiticeiros e outros líderes religiosos eram responsáveis por fazer rituais místicos com a intenção de curar enfermidades;
Mulheres cuidavam crianças e idosos, pois tinham como obrigação prezar pelo bem-estar da casa;
Colonização europeia: os europeus acabaram trazendo para cá diversas doenças que, logo, se tornaram epidemias;
O curandeirismo era o que havia de mais próximo às práticas da Enfermagem até a chegada dos padres jesuítas, que começavam a prestar assistência aos doentes nas Casas de Misericórdia.
 
Desenvolvimento da Enfermagem
Marcado pelo êxodo rural: crescimento urbano descontrolado que, por sua vez, aumentou o número de doenças contagiosas e acelerou as suas propagações;
Com a necessidade de mais atenção à saúde pública. o governo começou a assumir o controle dessa pasta, passando a criar órgãos específicos responsáveis para dar assistência à população;
A profissão de enfermeiro começa a ganhar força com a atuação, especialmente, em hospitais militares - o trabalho consistia em dar suporte durante as grandes guerras do período, muito em função da criação da Cruz Vermelha Brasileira.
Foi nesse período também que as primeiras escolas de Enfermagem foram inauguradas. E a atenção de saúde, desvinculou-se um pouco da religião.
1852 - Criação do Hospício de São Pedro
Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo vieram da França para prestar cuidados assistenciais às pessoas com doenças mentais que lá se instalaram. O trabalho autônomo das religiosas gerou conflitos de poder e hierarquia ao colocarem os médicos “em segundo plano”. Após pressões por parte dos médicos e discussões, elas foram excluídas de suas atividades.
1890 - Criação da primeira escola de Enfermagem do Brasil - Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras
Essa escola foi criada na tentativa de substituir a mão de obra perdida das Irmãs de Caridade. Os principais professores eram médicos, contribuindo para uma formação que atendia à submissão da profissão. Outras escolas da época como a da Cruz Vermelha Brasileira, de 1914, também tinham médicos como suas bases de ensino, seguindo da mesma filosofia. A formação brasileira, desse modo, baseou-se basicamente na busca por profissionais que preenchessem lacunas e cumprissem ordens. 
1923 - Criação da Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública
Apesar de anteriormente atender aos moldes de ensino que vinham se firmando no Brasil, esta escola representou contribuições significativas ao adotar o Sistema de Florence Nightingale, trazido na interpretação de enfermeiras norte-americanas que vieram ao Brasil. Esse modelo e seu posterior amparo legislativo na década de 1930 foram fundamentais para o firmamento de um modelo brasileiro de ensino e assistência em Enfermagem. Com o tempo, tal escola passou a carregar o nome de Anna Nery, símbolo da enfermagem brasileira atuante durante a Guerra do Paraguai, sendo responsável pela formação de diversas profissionais comprometidas e dedicadas à promoção e luta pelo desenvolvimento da saúde no país. 
Quem foi Anna Nery?
De origem humilde, se voluntariou para defender as cores da bandeira brasileira na Guerra do Paraguai;
O pedido de oferecer seus serviços como enfermeira ao exército do Brasil foi também uma maneira de ficar mais próxima de seus filhos, que serviam à pátria;
Depois de passar por um pequeno período de treinamento no Rio Grande do Sul, aos 51 anos, a enfermeira integrou o Décimo Batalhão de Voluntários. Na época, começou a tratar pacientes em hospitais militares nas cidades de Salto, Corrientes e Assunção.
Com muito êxito em seu trabalho, Ana Neri voltou da Guerra e começou a receber homenagens por seus serviços prestados: em 1870, Ana recebeu duas medalhas: a de prata Geral de Campanha e a Humanitária de Primeira Classe. Além disso, o Imperador Dom Pedro II conferiu pensão vitalícia por decreto, para que ela pudesse criar seus filhos, que haviam ficado órfãos de pai após a Guerra;
Faleceu em 1880;
Em 2009, por meio da Lei nº 12.105, de 2 de dezembro, Ana Neri foi a primeira brasileira a integrar o Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria.
Mais marcos históricos da Enfermagem no Brasil:
1960 - Wanda Horta - introduziu o conceito de Processo de Enfermagem no Brasil;
1973 - Criado o Conselho Nacional de Enfermagem e os respectivos conselhos regionais;
1974 - Criação da Conferência Nacional de Saúde, realizada a cada 4 anos;
1979 - Criação do Centro de Estudo e Pesquisa em Enfermagem (Cepen);
1986 - Regulamentada a profissão de enfermeiro e técnico em Enfermagem no País;
1990 - Regulamentação do Sistema Único de Saúde (SUS);
1994 - Lançamento do Programa Saúde da Família.
Diante de tantas evoluções e conquistas, atualmente a Enfermagem dispõe sua atuação num vasto segmento de oportunidades. Aqui, destacam-se alguns:
Dor: o objetivo do profissional é aliviar este sofrimento, contribuindo para a integridade global do corpo e do paciente com dor. Utiliza-se do SAE (Sistematização da Assistência de Enfermagem), por meio da entrevista e do exame físico que permitirá a avaliação e identificação; 
Áreas específicas de tratamento direcionado como Gestantes com Tuberculose, Transplantes de Tecido Musculoesqueléticos, Nefrologia, Obstetrícia, Captação de tecidos oculares, etc; 
Liderança Coaching; 
Gerenciamento de riscos; 
Diante de tantas evoluções e conquistas, atualmente a Enfermagem dispõe sua atuação num vasto segmento de oportunidades. Aqui, destacam-se alguns:
Iatrogenias (segurança do paciente crítico); Case Management (assistência prestada a pacientes com patologias específicas, visando garantir a qualidade e continuidade de seu tratamento, bem como reduzir custos);
Gerenciamento de enfermagem em instituições públicas;
Educador na formação e desenvolvimento profissional;
Hotelaria hospitalar;
Remoção aeromédica;
Terapias complementares ou alternativas no cuidar;
Saúde ambiental;
Pesquisa científica.
Pudemos observar, portanto, o valor indispensável da Enfermagem para a manutenção da saúde em sociedade. Seus entraves históricos e sociais percorridos, até então, reforçam a luta pelo reconhecimento que a acompanha. Que, enquanto futuros profissionais ou cidadãos, possamos nos munir do conhecimento necessário para transformar, diariamente, a nossa realidade e visão de mundo acerca da dita arte do cuidado.

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