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Aula 2 politicas publicas
Cidades chegam ao apice(século XVIII), vem o nascimento do capitalismo e a formação dos estados nacionais . Nesse momento também surge a interação entre política, economia e sociedade, e a nobreza inspira a nova classe social que surgira , no caso a burguesia .
Logo após esses eventos surge a declaração dos direitos do Homem e do Cidadão.
Com base nos ideais da Revolução Francesa, surgiram os argumentos para assunção de direitos civis (liberdade), políticos (igualdade) e
sociais (fraternidade), e deram o norte da natureza do novo cidadão.
Com a Revolução Industrial, emergiu uma nova classe social: o
proletariado urbano.
Tomas H. Marshall (sociólogo britânico - 1883/1981) tratou, em sua
obra Cidadania, Classe Social e Status (1950), da evolução da cidadania em
razão do desenvolvimento dos direitos civis (surgidos no século XVIII),
políticos (século XIX) e sociais (século XX), demonstrando que o desenvolvimento da cidadania, até o século XIX, esteve intimamente ligado à
questão das lutas de classes sociais.
Marshall classifcava os direitos nas seguintes categorias:
• Civil: garantia de todas as liberdades do indivíduo,);
• Político: garantia da participação (direta ou indireta) na vida pública e nos processos decisórios;
• Social: garantia de um bem-estar mínimo, defnido pela sociedade
por meio do Contrato Social para os indivíduos.
Falar em cidadania envolve dentre outros aspectos a definição de Direitos Humanos.
Para haver cidadania deve-se aliar-se esse conceito a noção de inclusão social(classes fora do contrato social)
Por meio da democracia participativa, as várias vozes, muitas vezes silenciadas, muitas vezes escondidas das, muitas vezes rotuladas como vozes, mãos e mentes “criminosas”.
Globalização
As novas tecnologias da informação e da comunicação têm
proporcionado o surgimento e a consolidação de uma nova organização do tempo e do espaço, que envolve capitais, pessoas e informa-
ções, possibilitando um novo arranjo do capitalismo em escala global.
O conceito de globalização se faz necessário entender pois:
- estamos passando por esse contexto histórico;
-observancia dos grupos sociais e mais particularmente no grupo social que passa pela noção de vulnerabilidade social.
As novas tecnologias da informação e da comunicação têm
proporcionado o surgimento e a consolidação de uma nova organização do tempo e do espaço, que envolve capitais, pessoas e informa-
ções, possibilitando um novo arranjo do capitalismo em escala global.
Ambos os processos caminham juntos, pois sempre que há desterritorialização, há uma reterritorialização. Ambos os conceitos
são apreendidos da Geografa e aplicados ao campo das Ciências
Sociais,
A globalização é um processo multifacetado que atinge diversas áreas da vida em sociedade - e não apenas a econômica, como se pode pensar.
A globalização é um processo multifacetado que atinge diversas áreas da vida em sociedade - e não apenas a econômica, como se pode pensar.
O processo de globalização e seus efeitos não ocorrem de modo igual
em todas as regiões do mundo; dependem da força hegemônica que cada
país possui no chamado sistema-mundo, que é o que veremos a seguir.
Sistema social pequeno x Sistema-mundo
sistema social pequeno, que possui uma economia de subsistência. Como exemplo, podemos apontar os países antes da
expansão do mercantilismo, que viviam em regime feudal.
sistema-mundo, que se baseia em divisão do trabalho e diversidade cultural (os países capitalistas existentes no mundo).
O autor entende que o sistema-mundo é de dois tipos: sistema-
-mundo império, que se calca em um regime centralizado que domina
todo(s) os território(s) por onde se expande; e o sistema-mundo econô-
mico, que se alicerça em um sistema político centralizador. Os Estados
Unidos da América são um bom exemplo de sistema-mundo dos dois
tipos. É ainda Wallerstein quem vai trazer a noção de centro e periferia
em relação aos países.
Efeitos da Globalização no campo social
No campo social, podemos observar o surgimento de uma classe capitalista transnacional, à qual Boron chama de elite global.
Esta classe é composta, segundo Sklair , por quatro frações:
• fração corporativa - que inclui as empresas multinacionais;
• fração estatal - que se liga aos Estados globalizados e seus políticos
e burocratas;
• fração técnica - referente aos profissionais globalizados;
• fração consumerista - composta pelos meios de comunicação.
A globalização é produtora de riquezas, mas também contribui para
a criação e acirramento de desigualdades sociais e formas de exclusão
social, levando várias comunidades à miséria, à fome. As consequências
sociais advindas do processo desigual de globalização, conhecidas como
ajuste estrutural, são inúmeras, citando, a título de exemplifcação:
:
• aumento da desigualdade social;
• achatamento do salário, aumento do desemprego;
• aumento da exclusão social e espacial;
• concentração maior de renda;
• flexibilização dos direitos sociais;
• degradação ambiental e outras demais implicações.
Todo este quadro se tornou palco extremamente propício à criminalização da pobreza e aumento dos grupos em situação de vulnerabilidade
Globalização e a mudança do
paradigma espaço/tempo
Anthony Giddens (2002) defne globalização como sendo “a intensifcação das relações sociais que vincula localidades distantes.
O processo de globalização muda nossa relação com o espaço e com
o tempo.
A ação a distância, que se relaciona com o advento de meios de comunicação globais e instantâneos, favorecidos pelas inovações tecnológicas, é um efeito do processo de globalização, que trata da efetiva
transformação do espaço e do tempo.
Há simultaneamente fatos acontecendo em espaços distantes no globo, que, para além de comprimidos, encontram-se também segmentados e fracionados em áreas civilizadas e selvagens (Santos, 1999, p. 31)
Bauman (1999, p. 08) aduz que o processo de globalização abre um
enorme fosso entre aqueles que têm e os que não têm.
Há acentuação da localidade para uns e mobilidade para outros.
A mobilidade adquirida pelos investidores garante uma nova desconexão do poder face às obrigações.
Os efeitos da globalização são diferentes sobre cada grupo, na medida em que uns indivíduos são plena e verdadeiramente globais, enquanto outros são locais, e a localização, enquanto ausência de possibilidade
de movimentação nos espaços, é sinal de privação e degradação social.
Na relação espaço/tempo, quando se trata de globalização, ao mesmo tempo trata-se do global e também do local, trazendo o conceito de
desterritorialização ou reterritorialização, já mencionado acima.
De todo modo, em qualquer circunstância global, há um forte componente local e de cunho cultural, lembrando que a globalização é muito mais
do que uma ideologia, posto que, na verdade, as várias formas de globalização hegemônica é que são promovidas como ideologia, segundo Sklair
(2005, p. 55). Pense nas produções cinematográfcas da Índia (Bollywood),
que têm força local, mas não conseguem fazer frente a Hollywood.
O processo de globalização transforma o espaço/tempo, influindo nas
relações sociais, abarcando diversos aspectos da sociedade, como o
econômico, político, religioso, social, cultural, jurídico, tecnológico,
entre outros.
A globalização hegemônica, ou neoliberal, traz em si enormes e nefastas
consequências a boa parte da população mundial, sobretudo nos países
periféricos que compõem o sistema-mundo, ressaltando e ampliando
a desigualdade e a exclusão social, tornando cada vez mais líquidas as
relações nas diversas esferas.
No entanto, apesar de o neoliberalismo desejar cada vez mais o fm do
Estado, ainda assim ele se mostra necessário, quiçá essencial, até mesmo
para a manutenção do próprio sistema.
Espaço Publico e sua ocupação
Conceito de Esfera Publica
Habermas foi o pioneiro na introdução do termo “esfera publica”. A esfera publica se configura como uma nova fonte de legitimidade do poder. Aqui se exclui as esferas de poder.
A esfera pública burguesa, na concepção de Habermas (2003a:
42),“pode ser compreendida inicialmente como a esfera das pessoas
privadas reunidas em público. Elas reivindicam esta esfera pública
regulamentada pela autoridade, mas diretamente contra a própria
autoridade, a fm de discutir com ela as leis gerais da troca na esfera
fundamentalmente privada, mas publicamente relevante, as leis do
intercâmbio de mercadorias e do trabalho social.”
De acordo com Habermas, ao longo dos anos, a esfera pública sofreu uma
série de mudanças estruturais, passando a se constituir, no século XIX,
como um espaço de pressão, em decorrência do próprio processo de
democratização e da ampliação do público, que passou a exigir a
consideração de seus interesses no sistema político.
Já no século XX, compreende Habermas que a esfera pública sofreu
um grande choque, na medida em que a diferença entre espaço público
e privado diminuiu.
Outros conceitos de esfera pública
Segundo Boaventura de Sousa Santos, três são os tipos de espaço
público:
1.Comunitário, Boaventura sugere a necessidade de haver participação política da
população para que o espaço público seja ocupado.
Ex.:Ruas,praias,praças . , 
2.Estatal -
3. Não-estatal.
Já na visão de Jonh Thompson , o mesmo considera a esfera publica como um espaço de representação social. Para o filosofo Tejerina (2005, p. 67) conceitua espaço público como sendo o
“espaço considerado como socialmente instituído, espaço de encontro
e desencontro entre autoridades e demandados, cujas condições
constituintes não se problematizam”.
A ocupação dos espaços públicos pelos grupos em situação de
vulnerabilidade é de suma importância para a introdução dos interesses
desses grupos na agenda política, fomentando assim a discussão, análise,
implementação e avaliação das políticas públicas. Quando o povo ocupa os espaços
públicos e aponta suas demandas, consegue colocá-las na agenda
política, saindo do campo da vulnerabilidade, ampliando, então, seu
espectro de cidadania.

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