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ADM. FINANCEIRA I e II

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UNINASSAU 
CURSO: ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS 
 
 
 
 
FINANÇAS E PLANEJAMENTO 
 FINANCEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor: Udilson Castelo Júnior 
 
 
Aluno (a): 
 
 
Maracanaú - Ceará 
 
 
 
 
 
2 
 
1. CONCEITUAÇÃO DE FINANÇAS 
Finanças 
é a arte e a ciência de administrar fundos (dinheiro). 
Isto é, aplicar às tomadas de decisões em negócios: 
⚫princípios econômicos, 
⚫princípios contábeis e 
⚫conceitos do valor do dinheiro no tempo. 
 
Conceituação de Finanças (cont.) 
A palavra “arte” implica que existem algumas oportunidades para ser criativo na 
administração de dinheiro. E a palavra “ciência” implica que existem alguns fatos 
comprovados subjacentes às decisões financeiras. 
 
ÁREAS BÁSICAS DE FINANÇAS 
•Finanças Empresariais (Corporate Finance) 
•Investimentos 
•Instituições Financeiras 
•Finanças Internacionais 
 
Neste curso focalizaremos a nossa atenção principalmente às Finanças Empresariais. 
 
ÁREAS RELACIONADAS 
As Finanças estão estreitamente relacionadas com 
⚫ Marketing 
⚫ Contabilidade 
⚫ Administração 
⚫ Você 
 
FINANÇAS E CONTABILIDADE 
 Para os Contadores, as Finanças é uma leitura obrigatória. Em pequenas empresas 
em especial, os contadores geralmente são solicitados tanto a tomar decisões financeiras 
como cumprir as obrigações tradicionais da contabilidade. Cada vez mais, como a 
complexidade do mundo financeiro continua a crescer, os contadores precisam conhecer 
Finanças, para entender as implicações de muitos dos novos tipos de contratos financeiros, 
e seu impacto sobre as demonstrações financeiras. Além disso, a contabilidade de custos 
e as finanças empresariais estão intimamente relacionadas, dividindo muito dos mesmos 
assuntos e preocupações. 
 Os analistas financeiros fazem uso intensivo das informações contábeis: são os seus 
usuários mais importantes. Conhecer Finanças ajuda os contadores a reconhecerem os 
 
 
 
 
3 
tipos de informações mais valiosas e, mais genericamente, como as informações contábeis 
serão realmente usadas (e manipuladas) na prática. 
 
FINANÇAS EMPRESARIAIS 
⚫ Algumas questões importantes que são respondidas usando finanças 
⚫ Quais investimentos de longo-prazo a empresa deveria fazer? Decisão de 
Investimento. 
⚫ Onde obteremos financiamentos de longo-prazo para pagar pelos investimentos? 
Decisão de Financiamento. 
⚫ Como administraremos as atividades financeiras diárias da empresa?Administração de 
Capital de Giro. 
 
O PAPEL DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
Administradores
Financeiros
Operações
da Empresa
Mercados
Financeiros
(1) Dinhei ro captados dos investidores
(1)
(2) Dinhei ro investido na empresa
(2)
(3) Dinhei ro gerado pelas operações
(3)
(4a) Dinheiro reinvestido
(4a)
(4b) Dinheiro retornado aos investidores
(4b)
 
 
 
O ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
 
 
 
 
4 
A função do administrador financeiro freqüentemente está associada a um alto 
executivo da empresa, geralmente denominado diretor financeiro ou vice-presidente de 
finanças (em inglês, Chief Financial Officer = CFO). 
 
O organograma simplificado a seguir destaca a atividade financeira em uma grande 
empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conforme ilustrado, o diretor financeiro coordena as atividades de tesouraria e 
controladoria. A controladoria lida com contabilidade de custos e financeira, pagamentos 
de impostos e sistemas de informações gerenciais. A tesouraria é responsável pela 
administração do caixa e dos créditos da empresa, pelo planejamento financeiro e pelas 
despesas de capital. Essas atividades de tesouraria estão todas relacionadas às questões 
levantadas acima, e o capítulo a seguir lida principalmente com esses assuntos. Nosso 
estudo enfatiza principalmente as atividades em geral associadas com a tesouraria. Em 
pequenas empresas, a tesouraria e a controladoria podem ser desempenhadas pela 
mesma pessoa, e haverá apenas um departamento. 
 
 
Acionistas Acionistas Acionistas 
Conselho de 
Administração 
Presidente 
Vice-Presidente de 
Produção 
Vice-Presidente 
Financeiro 
Vice-Presidente de 
Marketing 
Tesoureiro 
Controller 
G. de 
Investimentos 
de Capital 
G. de 
Planejamento 
de Finanças 
 e Obtenção 
de Fundos 
G. de 
Caixa 
G. de 
Crédito 
G. do 
Fundo 
de 
Pensão 
G. de 
Câmbio 
G. de 
Informátic
a 
G. de 
Tributos 
G. de 
Contab. 
Financeira 
G. de 
Contab. 
de Custos 
 
 
 
 
5 
⚫ Os administradores financeiros tentam responder algumas ou todas aquelas questões 
⚫ O administrador financeiro chefe dentro da empresa geralmente é o Chief Financial Officer 
(CFO) 
⚫ Tesoureiro – fiscaliza a administração do caixa, administração de créditos, despesas 
de capitais e planejamento financeiro 
⚫ Controller – fiscalização de impostos, contabilidade de custos, contabilidade financeira 
e processamento de dados 
Executivo Financeiro 
Principal
Chief Financial Officer
Tesoureiro Controlador
 
AS ÁREAS DA ADMINISTRAÇÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS 
⚫ ORÇAMENTO DE CAPITAL ou ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 
 
⚫ ESTRUTURA DE CAPITAL 
 
⚫ ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 
 
ORÇAMENTO DE CAPITAL OU ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 
 Diz respeito aos investimentos a longo-prazo da empresa, mais especificamente, ao 
planejamento e gerência destes investimentos a longo-prazo. 
 Nesta função, o administrador financeiro procura identificar oportunidades de 
investimentos que possuem valor superior a seu custo de aquisição. Em termos gerais, isso 
significa que o valor dos fluxos de caixa gerados pelo ativo excede o custo de tal ativo. 
Independentemente do investimento em consideração, o administrador financeiro 
precisa preocupar-se com o montante de fluxo de caixa que espera receber, quando irá 
recebe-lo e qual a probabilidade de recebe-lo. A avaliação da magnitude, da distribuição no 
tempo e do risco dos fluxos de caixa futuros é a essência do orçamento de capital. 
 
 
ESTRUTURA DE CAPITAL 
 Refere-se à combinação específica entre capital de terceiros a longo-prazo e capital 
próprio que a empresa utiliza para financiar suas operações. O administrador financeiro 
 
 
 
 
6 
possui duas preocupações nessa área. Primeiro, qual o montante que a empresa deve 
tomar emprestado? Segundo, qual a fonte mais barata de fundos para a empresa? 
 Adicionalmente à combinação de recursos, o administrador financeiro deve decidir 
exatamente sobre como e onde levantará os recursos. Cabe a ele então a tarefa de escolher 
as fontes e os tipos de empréstimos. 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO 
Refere-se à administração dos ativos de curto-prazo da empresa, tais como 
estoques, e aos passivos de curto-prazo, tais como pagamentos devidos a fornecedores. É 
uma atividade cotidiana que assegura que os recursos sejam suficientes para continuar a 
operação. 
As questões seguintes devem ser respondidas sobre o capital de giro: 
1. Quais devem ser os volumes disponíveis de caixa e estoque? 
2. Devemos vender a crédito para os nossos clientes? 
3. Como obteremos os recursos financeiros a curto-prazo que venham ser necessários? 
 
MODALIDADES DE ORGANIZAÇÃO DE EMPRESAS 
⚫ As três formas principais são: 
⚫ Firma Individual (Sole proprietorship) 
⚫ Sociedades por cotas (Partnerships) 
⚫ Gerais 
⚫ Limitadas 
⚫ Sociedades por ações (Corporations ) 
⚫ S-Corp 
⚫ Companhia de responsabilidade limitada 
 
FIRMA INDIVIDUAL 
▪ Vantagens 
- Mais fácil de ser constituída 
- Regulamentação Mínima 
- Um único dono fica com todo o lucro 
- Tributada uma vez como rendimento pessoal. 
 
 
 
 
 
▪ Desvantagens 
- Limitada à vida do proprietário 
- Patrimônio líquido limitado à riqueza pessoal do proprietário 
- Responsabilidade Ilimitada 
- Dificuldade de vender os direitos de propriedade. 
 
SOCIEDADE POR COTAS (PARTNERSHIPS) 
 
 
 
 
7 
▪ Vantagens 
- Dois ou mais proprietários 
- Maiscapital disponível 
- Relativamente fácil de se abrir 
- Rendimentos tributados uma vez como rendimentos pessoais. 
 
▪ Desvantagens 
- Responsabilidade ilimitada 
- Sociedade Geral 
- Sociedade Limitada 
- As sociedades dissolvem-se quando um dos sócios morre ou quer vender 
- Dificuldade de se transferir a propriedade. 
 
 
SOCIEDADES POR AÇÕES (CORPORATIONS) 
▪ Vantagens 
- Responsabilidade limitada 
- Vida ilimitada 
- Separação dos proprietários e administradores 
- A transferência de propriedade é fácil 
- Maior facilidade de levantamento de capital. 
 
▪ Desvantagens 
- Separação dos proprietários e administradores 
- Dupla tributação (rendimentos tributados à taxa das corporações e os dividendos tributados à taxas 
pessoais). 
Modalidades de Organização de Empresas -
Resumo
Firma
Individual
Sociedade Corporação
Quem é o dono da 
empresa?
O gestor Sócios Acionistas
Os gestores e os 
proprietários são pessoas 
distintas?
Não Não Geralmente
Qual é a 
responsabilidade do 
proprietário?
Ilimitada Ilimitada
(exceções)
Limitada
O proprietário e a 
empresa são tributados 
separadamente?
Não Não Sim
 
OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
⚫ Qual deveria ser a meta de uma corporação? 
⚫ Maximizar o lucro? 
⚫ Minimizar os custos? 
 
 
 
 
8 
⚫ Maximizar a participação no mercado? 
⚫ Maximizar o valor atual das ações da empresa? 
⚫ Isto significa que deveríamos fazer qualquer coisa e de tudo para MAXIMIZAR A 
RIQUEZA do proprietário? 
 
 
 
A QUEM OS ADMINISTRADORES FINANCEIROS DEVEM SERVIR? 
Os administradores financeiros servem melhor aos donos da empresa, identificando 
produtos e serviços que agreguem valor à empresa, porque eles são desejados e 
valorizados no mercado. Mas numa grande sociedade por ações (corporações) a 
propriedade pode estar repartida por um grande número de acionistas. Esta dispersão da 
propriedade significa na prática, que os administradores financeiros, na maioria das vezes, 
controlarão a empresa. Nesse caso, será que eles (administradores financeiros) agirão de 
acordo com o melhor interesse dos acionistas ou atenderão os seus próprios objetivos? 
 
O PROBLEMA DE AGENCY 
⚫ Relação de representação (Agency) 
⚫ O principal contrata um agente para representar seu interesse 
⚫ Acionistas (principais) contratam administradores (agentes) para tocar a empresa 
⚫ Problema de representação (agency) 
⚫ Conflito de interesses entre o principal e o agente 
⚫ Metas administrativas e custos de agency 
 
FATORES QUE DETERMINAM A ATUAÇÃO DOS ADMINISTRADORES 
FINANCEIROS 
 
A atuação efetiva dos administradores de acordo com o interesse dos acionistas 
depende de dois fatores. Primeiro: até que ponto os objetivos dos administradores estão 
alinhados com os objetivos dos acionistas? Essa questão está relacionada à maneira pela 
qual os administradores são remunerados. Segundo: os administradores podem ser 
substituídos se não atendem aos objetivos dos acionistas? Essa questão refere-se ao 
controle da empresa. 
 
 
 
TAKEOVER 
Outra maneira pela qual a administração pode ser substituída é por meio de um 
takeover. As companhias mal geridas são alvos mais atrativos para aquisições do que 
aquelas bem gerenciadas, pois existe um potencial de aumento da lucratividade. 
 
 
 
 
 
9 
 
 
GRUPOS DE INTERESSE (STAKEHOLDERS ) 
Será que somente os administradores e acionistas são as únicas partes que têm 
interesse nas decisões da empresa? Não, os empregados, os clientes, os fornecedores e 
até o governo possuem interesse financeiro na empresa. Esses vários grupos, em conjunto, 
são denominados grupos de interesses (ou stakeholders) associados à empresa. 
Portanto, é alguém que tem direito potencial sobre os fluxos de caixa da empresa e que 
não é nem acionista e nem credor. 
 
O MERCADO FINANCEIRO 
Vimos que as principais vantagens da sociedade por ações (corporations) como 
modalidade de organização de empresa, são: 
 
⚫ A transferência de propriedade, que pode ser feita de maneira mais rápida e mais 
simples do que nas outras modalidades, e 
⚫ O capital, que pode ser levantado de maneira mais rápida. 
 
Essas duas vantagens são significativamente acentuadas pela existência de 
MERCADOS FINANCEIROS que desempenham papel de extrema importância nas 
finanças das sociedades por ações (corporações). 
 
Os mercados financeiros funcionam tanto como mercados primários quanto como 
mercados secundários para títulos de dívidas e ações. 
 
 
MERCADOS FINANCEIROS 
 
MERCADO PRIMÁRIO 
O mercado primário refere-se à venda original dos títulos por governos e empresas. 
 
MERCADO SECUNDÁRIO 
O mercado secundário é aquele onde os títulos são comprados e vendidos após a venda 
original. 
Existem dois tipos de mercado secundário: bolsas organizadas e mercados de balcão 
(mercado OTC = Over-The-Counter). 
 
 
O MERCADO DE BALCÃO 
O mercado de distribuidores de ações e dívidas a longo prazo é denominado mercado de 
balcão. A maior parte dos negócios de títulos de dívida acontece no mercado de balcão. A 
expressão mercado de balcão refere-se aos tempos antigos, quando os títulos eram 
literalmente comprados e vendidos em balcões de escritórios por todo o país. Hoje, uma 
 
 
 
 
10 
parcela significativa do mercado de ações e quase todo o mercado de dívidas a longo prazo 
não têm localização central; os diversos distribuidores estão ligados eletronicamente. 
 
 
AS BOLSAS DE VALORES 
As bolsas de valores diferem dos mercados de balcão de duas maneiras. Em 
primeiro lugar, a bolsa de valores possui uma localização física (como, por exemplo Wall 
Street). Em segundo lugar, no mercado de balcão, a maior parte da compra e venda é 
realizada por distribuidores. O primeiro objetivo de uma bolsa de valores, por outro lado, é 
juntar os que desejam vender àqueles que desejam comprar. Os distribuidores 
desempenham papel limitado. 
A maior bolsa de valores do mundo é a Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE = New 
York Securities Exchange). No Brasil, a maior é a BOVESPA (Bolsa de Valores de São 
Paulo). 
 Além das bolsas de valores, existe um grande mercado de balcão para negociação 
de ações. A NASDAQ (National Association of Securities Dealers Automated Quotations) 
tem um número de empresas três vezes maior do aquele registrado na NYSE, mas o valor 
total das ações do NASDAQ corresponde a apenas 20% do valor total das ações da NYSE. 
 
 
 
 
 
RESUMO E CONCLUSÕES 
Este capítulo apresentou a você algumas das idéias básicas em negócios 
financeiros. Nele, vemos que: 
1. Os negócios financeiros têm três áreas principais de concentração: 
 
a. Orçamento de Capital. Quais investimentos de longo prazo a empresa deveria 
fazer? 
b. Estrutura de Capital. Onde a empresa obteria financiamentos de longo prazo para 
saldar seus investimentos? Em outras palavras, que mistura de débitos e patrimônio 
líquido deveríamos usar para financiar as nossas operações? 
c. Administração de Capital de Giro. Como a empresa deveria administrar suas 
atividades financeiras diárias? 
 
2. A meta da administração financeira num negócio com fins lucrativos é tomar decisões 
que aumentem o valor das ações, ou, mais genericamente, aumente o valor de mercado 
do patrimônio líquido. 
3. A forma de organização em corporação é superior às outras formas quando ela volta-
se para acumular dinheiro e transferir interesses dos proprietários, mas ela tem a 
desvantagem significativa da dupla tributação. 
4. Existe a possibilidade de conflitos entre acionistas e administradores numa grande 
corporação. Chamamos estes conflitos de problemas de representação (agency) e 
discutimos como eles poderiam ser controlados e reduzidos. 
 Dos tópicos discutidos até aqui, o mais importante é a meta do administrador financeiro. 
Por todo o texto, analisaremos muitas decisões financeiras diferentes, mas sempre 
perguntaremos a mesma coisa: Como as decisões sob consideração afetam o valor do 
patrimônio líquido da empresa?11 
 
 
 
 
 
UMA INTRODUÇÃO DIDÁTICA 
 
O Balanço Patrimonial é uma demonstração muito usada por usuários externos à empresa: 
bancos, governo, fornecedores, sindicatos e até mesmo donos da empresa (sócios ou acionistas). 
 
Normalmente, esses usuários não precisam ser especialistas em Contabilidade. Daí o Balanço 
Patrimonial ser uma demonstração simples e fácil de ser entendida, pois visa mostrar a situação 
econômico-financeira da empresa para leigos. 
 
Assim, poderíamos iniciar relacionando tudo aquilo que a empresa receberá no Curto Prazo 
(aquilo que será transformado em dinheiro) confrontando com tudo aquilo que será pago no curto 
prazo: 
 
Ativo Passivo 
Itens que já são dinheiro ou que serão 
transformados em dinheiro rapidamente (Curto 
Prazo). 
Todas as contas que serão pagas rapidamente, no 
Curto Prazo, ou até 1 ano. 
 
 
 Como essas contas recebidas e pagas rapidamente se renovam constantemente (estão sempre 
girando), foi dado o nome de Circulante (corrente), tanto para o Ativo como para o Passivo. 
 
O grupo seguinte sería o das contas que a empresa espera muito tempo para receber (Ativo), 
confrontando com as contas que se demora muito para pagar (Passivo). 
 
Ativo Passivo 
 Circulante 
 Recebe rapidamente 
 
 Recebe lentamente, no Longo Prazo 
 Circulante 
 Paga-se rapidamente 
 
 Demora-se muito tempo para pagar 
 
Ora se a empresa espera muito tempo para receber, poderíamos chamar esse grupo de 
Realizável a Longo Prazo. E, por outro lado, demorando-se muito para pagar, significa um Exigível 
a Longo Prazo. 
 
Assim, no Passivo, temos: contas que se pagam rapidamente e contas que vão demorar muito 
tempo para se pagar. Conseqüentemente, o terceiro grupo será de contas que não serão pagas. É o 
caso do Patrimônio Líquido enquanto a empresa estiver em um processo de continuidade, não precisa 
pagar (Não Exigível) seus donos. 
 
No Ativo, o que recebemos rapidamente está em primeiro lugar; depois, vem o que vamos 
demorar a receber. Nesta seqüência, em terceiro lugar, vem o grupo dos itens que a empresa não 
receberá, pois não estão à venda, mas destinados ao uso e à renda. Esses itens permanecem muito 
tempo dentro da empresa, daí serem chamados de permanente. 
 Ativo Passivo 
 
 
 
 
12 
 Circulante 
 Será transformado em dinheiro rapidamente 
 
 Realizável a Longo Prazo 
 Espera-se muito tempo para pagar 
 
 Permanente 
 Normalmente não se vende, não se recebe, pois 
é para uso 
 Circulante 
 Será pago rapidamente, no Curto Prazo 
 
 Exigível a Longo Prazo 
 Demora-se muito tempo para pagar 
 
 Patrimônio Líquido 
Não precisa pagar enquanto a empresa 
estiver em continuidade 
VISÃO SINTÉTICA DO BALANÇO 
O Balanço Patrimonial divide-se em grupos de contas de mesmas características facilitando, 
dessa forma, a sua leitura, interpretação e análise. 
Os grupos de contas, bem como as contas, serão apresentados em ordem de liquidez 
(conversão em dinheiro) decrescente. 
Observe que os Bens e Direitos ficam a esquerda no Balanço, enquanto as Obrigações estão 
à direita do mesmo. 
 Ativo Passivo 
 Circulante 
 São contas que estão constantemente em 
giro – em movimento – sendo que a conversão 
em dinheiro será, no máximo, no próprio 
exercício social. Ex: Contas a receber, 
Estoques, Investimento temporário. 
 
 Realizável a Longo Prazo 
 São Bens e direitos que se transformarão 
em dinheiro um ano após o levantamento do 
Balanço. Ex: Empréstimos ou adiantamentos às 
sociedades coligadas ou controladas, a 
diretores acionistas etc. Além dos Títulos a 
receber no Longo Prazo. 
 
 Permanente (Ativo Fixo) 
 São Bens e direitos que não se destinam a 
venda e tem vida útil, no caso de Bens, longa. 
 
 - Investimento 
 São as inversões financeiras de caráter 
permanente que geram rendimentos que 
não são necessários à manutenção da 
atividade fundamental da empresa. Ex: 
Imóveis alugados a terceiros (não de uso, 
mas para renda), Obras de arte etc. 
 
 - Imobilizado 
 São itens de natureza permanente que 
serão utilizados para a manutenção da 
atividade básica da empresa. Ex: Imóvel, 
Móveis e Utensílios, Veículos, Máquinas e 
equipamentos (em caso de indústria), 
Marcas e patentes. 
 
 - Diferido 
 Circulante 
 São obrigações exigíveis (ou reclamadas) 
que serão liquidadas no próximo exercício 
social: nos próximos 365 dias após o 
levantamento do Balanço. Ex: contas a pagar, 
dívidas com fornecedores de mercadorias ou 
matérias-primas, impostos a recolher (para o 
governo), os empréstimos bancários com 
vencimentos nos próximos 365 dias, as 
provisões (são despesas incorridas, geradas, 
ainda não pagas, mas já reconhecidas pela 
empresa: Imposto de Renda, Férias, 13º 
Salário, Salários a Pagar, Encargos Sociais a 
Pagar etc.). 
 
 Exigível a Longo Prazo 
 São as obrigações exigíveis (ou reclamadas) 
que serão liquidadas com prazo superior a um 
ano – Dívidas a longo prazo. Ex: 
Financiamentos, Títulos a Pagar, Debêntures 
etc. 
 
 Patrimônio Líquido 
 “Obrigação, porém não exigida”. São os 
recursos dos proprietários aplicados na empresa. 
Os recursos significam o Capital mais o seu 
rendimento Lucros e Reservas. Ex: Capital, 
Lucro Acumulado (no decorrer dos anos retido 
na empresa, ou seja, não distribuído e ainda não 
incorporado ao Capital. Além desses itens 
podemos observar neste grupo de contas as 
Reservas. 
 
 
 
 
13 
 São aplicações que beneficiarão 
resultados de exercícios futuros. Ex: 
Gastos pré-operacionais (propaganda 
institucional, abertura de firma, 
contratação e treinamento de funcionário 
etc.), Gastos de reorganização, Pesquisa 
e desenvolvimento de produtos etc). 
 
 
 
Bens: Máquinas, Terrenos, Estoques, Dinheiro (moeda), Ferramentas, Veículos, Instalações etc. 
 
Os bens podem ser: 
 
Tangíveis (tem corpo, matéria); 
Intangíveis (incorpóreos. Exemplos: marca, ponto comercial etc.); 
Móveis (não são fixos ao solo, podendo ser transportados de um lugar p/ outro); 
Imóveis (fixos ao solo. Exemplos: terrenos, árvores, prédios etc.). 
 
Propriedade: 
 
Se o bem ou direito não for de propriedade da empresa, não constará do seu ativo. 
Portanto, para ser ativo faz-se necessário preencher os quatro requisitos simultaneamente: 
1.Bens ou Direitos; 
2.De propriedade da empresa; 
3.Mensurável monetariamente; 
4.Benefícios presentes ou futuros. 
 
Exemplo: 
*Jogador de futebol. Sim é considerado ativo. Pois o clube tem propriedade do seu passe. 
 
Exceção: 
*Leasing (Arrendamento Mercantil) é posse e não propriedade. Para alguns contabilistas trata-se de 
um Financiamento disfarçado. 
 
*Funcionários. Não é ativo. Ainda que seja um bem, não são propriedades da mesma. 
 
Valor Objetivo (avaliável em dinheiro): 
 
Uma empresa, por exemplo, que possui uma “marca” conhecida no mercado não poderá evidenciá-la 
como ativo, embora seja um bem (intangível) de sua propriedade, pois é difícil avaliar a marca 
monetariamente. 
Exceto quando a marca for adquirida de terceiros. 
 
Exemplo: 
“Goodwill” (para o português: Fundo de Comércio, Aviamento, Mais Valia...) traduções que não 
refletem fielmente seus significados, (por isso preferimos trabalhar com o título em inglês). 
 “Goodwill” não é evidenciado no ativo. Salvo em condições de negociação entre empresas (pois aí 
define-se ou acorda-se um valor). 
 
“Goodwill” é o valor a maior, um ágio, de uma empresa em virtude de bons serviços prestados, da 
imagem/reputação. 
 
 
 
 
14 
*Nestlé: confiabilidade total em seus alimentos. 
*CityBank: clientela VIP, conquistada ao longo de anos. 
*Mappin: Pça. Ramos/SP – localização, considerado o melhor ponto comercial do Brasil. 
*Coca-Cola:marca conhecida. 
 
 
 
 
 
 
2. ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO 
CICLO OPERACIONAL 
É o intervalo de tempo gasto na execução de “todas as atividades”. (Compra de matérias-
primas, pagamento aos fornecedores, produção, estocagem, venda e recebimento das 
vendas). 
 
CICLO FINANCEIRO (CF) 
É o intervalo entre os “eventos financeiros” ocorridos ao longo do ciclo operacional, 
representado pelo “pagamento a fornecedores e pelo recebimento das vendas”. 
 
CF = PE + PR – PP 
 
CF = 30 + 45 – 15 = 75 – 15 = 60 dd CF= 0+7-30 = -23dd 
PE Prazo médio de estocagem / fabricação; 30dd 0dd 
PR Prazo médio de recebimento das vendas; 45dd 7dd 
PP Prazo médio de pagamento. 15dd 30dd 
GIRO DE CAIXA (GC) 
É o indicador do nº de vezes, ao longo de um ano, ocorre o revezamento do caixa da 
empresa. 
*Revezar = alternar-se. 
 
GC = 360 / CF 
 
CAIXA OPERACIONAL (CO) 
Não confundir (CO) com ciclo operacional. 
 
CO = DAC / GC 
 
CO Caixa operacional; 
 
DAC Desembolso anual de caixa (deve abranger o pagamento a fornecedores e o 
desembolso com custos operacionais); 
 
GC Giro de caixa. 
 
 
 
 
15 
 
CAPITAL DE GIRO (CG) 
São os recursos materiais de rápida renovação. Ex: estoques de matéria-prima e produtos 
que formam seu capital circulante. 
 
Ou ainda, 
 
(CG) = Ativo Circulante ou Ativo Corrente. Ex: Disponibilidades Financeiras (caixas e 
bancos, aplicações financeiras), Contas a receber e Estoques. 
CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO (CGL) 
(CGL) = Ativo Circulante (Ac) – Passivo Circulante (Pc) 
 
ÍNDICES DE LIQUIDEZ 
 
Eles permitem prever a capacidade da empresa para liquidar seus compromissos 
financeiros no vencimento, indicando também a capacidade de manter seu (CG) no volume 
necessário à realização de suas operações. 
 
A interpretação dos índices pode ser feita: 
- Comparando-os com os de outras empresas; 
- Analisando sua evolução ao longo do tempo na própria empresa. 
 
Índice de Liquidez Corrente = Ac / Pc 
(I.L.C.) Indica a capacidade da empresa para liquidar os compromissos financeiros de curto 
prazo. 
Obs: Quanto maior for o índice, melhor será a situação financeira da empresa. 
 
Índice de Liquidez Seca = (Ac – Estoques) / Pc 
Obs: Idem ao (I.L.C.), considerando seus “ativos de maior liquidez”. 
 
 
ÍNDICES DE ESTRUTURA 
Indicam a posição relativa de cada um dos elementos constituintes do (CG) em relação ao 
valor total desse (CG). 
 
A interpretação dos índices pode ser feita: 
- Análise comparativa com outras empresas; 
- Evolução temporal na empresa. 
 
Índice de Participação das Disponibilidades = Disponibilidades / Ac 
 
Índice de Participação dos Estoques = Estoques / Ac 
 
Índice de Participação de Contas a Receber = Contas a Receber / Ac 
 
Índice de Financiamento = Financiamentos (instituições financeiras) / Ac 
 
NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) 
 
 
 
 
16 
Ativo Permanente (Ap) = Realizável a longo prazo + Permanente (Investimento, Imobilizado 
e Diferido). 
 
Ativo Operacional (Ao) = Estoques, Duplicatas a receber e “os outros itens do Ativo 
Circulante que têm natureza permanente”. 
 
Ativo Flutuante (Af) = Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras. (Itens de curtíssimo prazo 
do Ativo Circulante). 
 
Passivo Permanente (Pp) = Exigível a longo prazo + P.L. 
 
Passivo Operacional (Po) = Fornecedores, Salários, Encargos, Impostos e Taxas. 
 
Passivo Flutuante (Pf) = Empréstimos, Financiamentos e “outras obrigações de curtíssimo 
prazo”. 
NCG = (Ao) – (Po) 
 
CG = (Pp) – (Ap) 
 
EFEITO TESOURA (Et) 
(Et) = (CG) – (NCG) 
 
ou 
 
(Et) = (Af) – (Pf) 
 
 
 
Exercícios 
 
1. Uma empresa apresentou: 
DAC = R$ 600.000,00 
 Pagamento a fornecedores = R$ 360.000,00 
 Custos operacionais = R$ 240.000,00 
 PP = 30 DD 
 PE = 90 DD 
 PR = 60 DD 
 
 Calcular o Ciclo Financeiro, Giro de Caixa e Caixa Operacional da respectiva empresa. 
Solução: 
 
 
 
 
 
 
2. Qual o Ciclo Financeiro de uma empresa que tem giro de caixa de quatro vezes por ano? 
 
 
 
 
17 
 
 
 
3. Uma empresa tem um prazo de estocagem de 50 dias, prazo de pagamento de 40 dias 
e prazo de recebimento de 20 dias. Qual seu ciclo de caixa? 
 
 
4. 
Balanço da empresa Fluminense – R$ 1.000,00 
 
Ativo Passivo 
 
Caixa 250,00 Empréstimos 100,00 
Aplicações financeiras 200,00 Fornecedores 350,00 
Contas a receber 400,00 Salários e encargos 150,00 
Estoques 450,00 Impostos e taxas 100,00 
Imobilizado 1.800,00 Exigível a longo prazo 200,00 
 Patrimônio Líquido 2.200,00 
 Total 3.100,00 Total 3.100,00
 
 
Com base no balanço patrimonial supracitado, calcular o Capital de Giro, a Necessidade de Capital de 
Giro e o Efeito Tesoura da Empresa Fluminense. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. 
 
Balanço da empresa Pacajus – R$ 1.000,00 
 
Ativo Passivo 
 
Caixa e bancos 2.612,00 Fornecedores 191.328,00 
Aplicações financeiras 43.458,00 Impostos e contribuições 25.479,00 
Contas a receber 66.304,00 Instituições financeiras 43.267,00 
Estoques 97.908,00 Outras contas a pagar 7.347,00 
Total do Ativo Circulante 210.282,00 Total do Passivo Circulante 267.421,00 
 
Realizável a longo prazo 3.095,00 Exigível a longo prazo 59.908,00 
 
Permanente Patrimônio Líquido 
 Participações 24.333,00 Capital Social realizado 132.344,00 
 Imobilizado 273.202,00 Lucros acumulados 51.239,00 
 
 Total do Ap 297.535,00 Total do P.L. 183.583,00 
 
 Total do Ativo 510.912,00 Total do Passivo 510.912,00 
 
Com base no balanço patrimonial supracitado, calcular o Capital de Giro, a Necessidade de Capital de 
Giro e o Efeito Tesoura da Empresa Pacajus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. 
 
Balanço da empresa Delta – R$ 1.000,00 
 
Ativo Passivo 
 
Caixa 1.000,00 Empréstimos 2.000,00 
Aplicações financeiras 2.000,00 Fornecedores 1.000,00 
Contas a receber 3.000,00 Salários e encargos 3.000,00 
Estoques 4.000,00 Impostos e taxas 1.000,00 
 
Realizável a longo prazo 2.000,00 Exigível a longo prazo 4.000,00 
 
Imobilizado 8.000,00 Patrimônio Líquido 9.000,00 
 
 Total 20.000,00 Total 20.000,00
 
 
Com base nos dados, calcule a Necessidade de Capital de Giro e o Efeito Tesoura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Qual a relação existente entre a necessidade de capital de giro e o próprio capital de giro 
quando o efeito tesoura é zero? E quando o efeito tesoura é negativo? 
 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________ 
3. ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A RECEBER 
 
Um dos componentes mais expressivos do capital de giro (CG) de uma empresa são 
as contas a receber provenientes de suas vendas a prazo. 
*A administração de contas a receber a ser tratada neste capítulo aborda principalmente o 
crédito comercial concedido às pessoas jurídicas. 
 
 
FUNÇÕES DA ADM. DE CONTAS A RECEBER 
▪ Execução 
▪ Planejamento 
▪ Controle 
 
No planejamento e controle, se formula a política de crédito e o acompanhamento de seus 
resultados.COBRANÇA 
É a principal função operacional de contas a receber. 
 
 
CRÉDITO COMERCIAL 
Para a empresa vendedora, o prazo de pagamento concedido a seus clientes representa 
uma operação financeira denominada crédito comercial. 
 
 
POLÍTICA DE CRÉDITO COMERCIAL DE UMA EMPRESA 
É o conjunto de condições sob as quais a empresa efetua suas vendas a prazo. 
*Afeta significativamente sua participação no mercado, seu capital de giro (CG), sua 
situação de caixa e sua rentabilidade. 
 
Principal efeito: 
- Seu impacto sobre a lucratividade da empresa. Afetada pelo custo do financiamento do 
capital de giro (CG), pela rentabilidade das vendas e pelo percentual de perda com 
devedores incobráveis. 
 
 
 
 
 
21 
POLÍTICA DE CRÉDITO LIBERAL POLÍTICA DE CRÉDITO RESTRITIVA 
quanto maior volume de vendas quanto menor volume de vendas 
maior será o risco de inadimplência menor será o risco de inadimplência 
 
 
OBJETIVO DAS DIRETRIZES DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO COMERCIAL 
- Atingir determinadas metas financeiras e comerciais. 
Assim, a política de crédito comercial da empresa está subordinada a suas estratégias de 
marketing e de finanças. 
 
 
ELEMENTOS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO 
Uma política de crédito contém diretrizes de natureza mercadológica e financeira que 
tem efeito sobre vários parâmetros econômico-financeiros da empresa. Volume de vendas, 
necessidade de capital de giro (NCG), disponibilidade de caixa e geração de lucro são 
alguns dos parâmetros afetados pela política de crédito. 
A hierarquização dos mencionados parâmetros para fins de formulação da política 
de crédito varia de empresa para empresa. Além disso, uma política de crédito pode não 
ter objetivos permanentes. 
Por sua vez, os vários elementos de uma política de crédito precisam ter sua 
importância hierarquizada, o que varia de empresa para empresa, ou de setor para setor. 
Os principais elementos de uma política de crédito são descritos a seguir: 
 
▪ Prazo de recebimento; 
▪ Critérios de aprovação de crédito; 
▪ Limite de crédito; 
▪ Condições financeiras do crédito; 
▪ Tratamento dispensado aos clientes inadimplentes. 
 
 
CONCEITOS BÁSICOS: 
 
a) Prazo médio de cobrança (Pmc) 
 Dependendo das condições de mercado, a empresa pode conceder a seus clientes 
prazos de pagamento diferenciados de acordo com o tipo de produto. O prazo médio de 
cobrança de uma empresa é a média ponderada dos prazos de recebimento de suas 
vendas pelo crédito comercial. È calculado do seguinte modo: 
 
 (V1 x P1) + (V2 x P2) + (V3 x P3) + ... + (Vn x Pn) 
Pmc = ---------------------------------------------------------------------- 
 VT 
 
 
Onde: V1, V2, V3, ..., Vn = valores a receber pelos prazos P1, P2, P3, ..., Pn 
 VT = valor total a receber 
 P1, P2, P3, ..., Pn = prazos de recebimento. 
 
 
Exemplo: Calcular o prazo médio de cobrança de uma empresa cujas vendas mensais têm 
a seguinte composição de valores e prazos: 
 
R$ 300.000,00 a 30 dias 
R$ 100.000,00 a 10 dias 
 
 
 
 
22 
R$ 200.000,00 a 50 dias 
 
Usando a fórmula de cálculo, temos: 
 
 (300.000 x 30) + (100.000 x 10) + (200.000 x 50) 
Pmc = ---------------------------------------------------------------------- 
 600.000 
 
Pmc = 33,33 dias 
 
 
 
 
b) Giro de contas a receber (Gcr) 
É o parâmetro que indica quantas vezes no ano acontece a rotação do estoque de contas 
a receber. É calculado da seguinte forma: 
 
 360 
Gcr = --------- 
 Pmc 
 
Tomando-se os dados do exercício anterior, o giro de contas a receber é: 
 
 360 
Gcr = ---------- = 10,80 
 33,33 
 
O parâmetro calculado indica que o estoque de contas a receber dessa empresa gira 
aproximadamente 11 vezes num ano. 
 
 
c) Investimento em contas a receber (Icr) 
É o parâmetro que representa o valor dos recursos financeiros gastos especificamente para 
comprar (ou produzir), para então vender pelo crédito comercial. 
 
 Considerando que o custo fixo é independente do volume de produção, ou operação 
da empresa, o investimento em contas a receber corresponde aos custos variáveis, aqueles 
que são efetivamente incorridos para produzir ou operar. Assim, o valor do investimento 
direto efetuado pela empresa em contas a receber é menor do que o valor desse contas a 
receber. 
 
O cálculo do investimento em contas a receber é realizado da seguinte forma: 
 
 Cv 
Icr = ------- 
 Gcr 
 
Onde: Cv = custo variável de contas a receber 
 Gcr = giro de contas a receber. 
 
 Considerando o custo de contas a receber como um dado já definido, o valor do 
investimento nesse ativo dependerá de seu giro. Como o giro de contas a receber depende 
 
 
 
 
23 
do prazo médio de cobrança, quanto maior for este último, maior será o investimento em 
contas a receber. 
 
Exemplo: As vendas de uma empresa têm um prazo médio de cobrança de 45 dias. O valor 
de suas vendas anuais é R$ 1.200.000,00 e o custo variável é de 60% do valor dessas 
vendas. Seu investimento em contas a receber será: 
 
Giro de contas a receber: 
 
 360 
Gcr = -------- = 8 
 45 
 
Custo variável das contas a receber: 
Cv = 0,6 x 1.200.000,00 = 720.000,00 
 
 
 
 
Investimento em contas a receber: 
 
 720.000,00 
Icr = ----------------- = R$ 90.000,00. 
 8 
 
 
d) Margem de contribuição unitária 
É a diferença entre o preço de venda e o custo variável por unidade de um produto ou 
serviço. 
 
O somatório das margens de contribuição de todos os produtos ou serviço de uma 
empresa resulta num valor destinado a cobrir os custos fixos e proporcionar o lucro. 
O planejamento e a avaliação de decisões referentes à política de crédito comercial 
utiliza o conceito de margem de contribuição. 
 
A margem de contribuição unitária é calculada pela seguinte fórmula: 
 
Mc = Pv – Cvu 
 
Onde: Mc = margem de contribuição unitária 
 Pv = preço de venda 
 Cvu = custo variável unitário. 
 
 
Exercícios: 
 
8. As vendas de uma empresa têm a seguinte distribuição: 20% à vista, 38% a 30 dias e 
42% a 45 dias. Qual é seu prazo médio de cobrança? E seu giro de contas a receber? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. A margem de contribuição média de uma empresa é de 35% sobre o valor de suas 
vendas cujo volume anual é de R$ 720.000,00. Das vendas, 40% são efetuados à vista 
e 60% para recebimento em 30 dias. Qual o valor de seu investimento em contas a 
receber? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE CRÉDITO 
É uma técnica de previsão que permite à empresa vendedora estimar a capacidade de 
pagamento em curto prazo do pretendente ao crédito. 
 
 A utilização da análise de crédito é justificada pelo fato de que apenas a análise 
cadastral não é suficiente para avaliar a capacidade de pagamento do pretendente. 
 “Qualquer análise de cadastro informa apenas uma situação passada”. A análise de 
crédito permite que a empresa vendedora tenha alguma estimativa sobre a situação 
financeira futura de um pretendente com um cadastro recomendável. 
 A análise de crédito não é um método exato para avaliação do risco de crédito. Desse 
modo, não deve ser encarada como um guia infalível para apoiar as decisões de concessão 
de crédito. 
 Embora seja uma ferramenta muito útil, a análise de crédito tem algumas limitações, 
como será mostrado adiante neste capítulo. 
 
 
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE CRÉDITO 
 
 A análise de crédito para empresas utiliza a análise das demonstrações contábeis 
como principal elemento de apoio. A análise de crédito para pessoas físicas é menos 
técnica, porque é realizada com um conjunto menor e mais incerto de informações. 
 Para que a decisão de crédito possa ter melhor embasamento, os aspectos 
quantitativos da análise de crédito devem ser adicionados a informações de natureza 
qualitativa. 
 Em geral, observa-se na análise de crédito a preponderância dos aspectos 
quantitativos sobreos qualitativos. Entretanto, não há comprovação de que essa prática 
produza melhores resultados. 
 
a) Análise das demonstrações contábeis 
 
 Com base nos índices obtidos da análise das demonstrações contábeis, é possível 
estimar se uma empresa conseguirá pagar suas dívidas. 
 
 
 
 
25 
 
 Os índices utilizados pertencem a três grupos: índices de liquidez, índices de 
endividamento e índices de rentabilidade. 
 Para fins de avaliação, os índices dividem-se em dois grupos: quanto maior, melhor 
e quanto menor, melhor. 
 No grupo quanto maior, melhor, estão os índices de liquidez e rentabilidade. Os 
índices de endividamento pertencem ao grupo quanto menor, melhor. 
 
b) Modelos estatísticos de análise financeira 
 
 Quando os índices obtidos da análise das demonstrações são todos positivos, ou 
todos negativos, o prognóstico é imediato. Por exemplo, se uma empresa tem boa liquidez, 
rentabilidade satisfatória e baixo grau de endividamento, sua avaliação de crédito será 
positiva. 
 
 Muitas vezes, porém, os diversos índices apresentam resultados desencontrados. 
Uma empresa pode possuir bom índice de rentabilidade, ao lado de alto grau de 
endividamento e índices ligeiramente satisfatórios de liquidez. Nesse caso, a conclusão da 
análise de crédito é bem mais difícil. 
 
 Uma solução para o problema dos índices de análise financeira com índices 
financeiros desencontrados é a utilização de modelos estatísticos de análise financeira. 
 Esses modelos baseiam-se numa técnica estatística denominada Análise 
Discriminante, que correlaciona a ocorrência de falência de uma empresa a determinadas 
combinações de índices financeiros por elas apresentados. 
 
 Cada modelo estatístico de análise financeira fornece determinado fator para a 
empresa analisada. Dependendo do valor desse fator, é possível prever se a empresa se 
tornará insolvente num horizonte de um a três anos à frente. 
 
 No Brasil, os dois modelos estatísticos de análise financeira mais conhecidos foram 
desenvolvidos por Stephen Charles Kanitz e José Pereira da Silva. 
 
 O modelo de Stephen Charles Kanitz é aplicável a empresas de qualquer setor e 
utiliza cinco índices financeiros. Já o estudo de José Pereira da Silva utiliza dois modelos, 
um para empresas comerciais e outro para empresas industriais e informa a possibilidade 
de ocorrer a insolvência em até três anos subseqüentes àquele a que se referem as 
demonstrações contábeis analisadas. 
 
 
O modelo de Kanitz é o seguinte: 
 
F = (0,05 x I1) + (1,65 x I2) + (3,55 x I3) – (1,06 x I4) – (0,33 x I5) 
 
Sendo: F = fator de insolvência 
 
 Lucro Líquido 
I1 = Índice de rentabilidade do capital próprio = --------------------------------- 
 Patrimônio Líquido 
 
 
 Ativo circulante + Realizável a longo prazo 
I2 = Índice de liquidez geral = ----------------------------------------------------------------- 
 
 
 
 
26 
 Passivo circulante + Exigível a longo prazo 
 
 
 Ativo circulante - Estoques 
I3 = Índice de liquidez seca = ------------------------------------------- 
 Passivo circulante 
 
 
 Ativo circulante 
I4 = Índice de liquidez corrente = ------------------------------- 
 Passivo circulante 
 
 
 Exigível total 
I5 = Índice de endividamento total = ------------------------------ 
 Patrimônio Líquido 
 
 
 
 
 
Para a interpretação do fator de insolvência, são consideradas três faixas de risco: 
 
• Baixa probabilidade de insolvência: quando F maior que zero. 
• Pequena probabilidade de insolvência: quando F entre –3 e 0 (zero). 
• Alta probabilidade de insolvência: quando F menor que –3. 
 
 Dadas as particularidades da economia de cada país, os modelos de previsão de 
insolvência apoiados em análise discriminante não tem aplicação universal. 
Exercício: 
Balanço Patrimonial da empresa PACAJUS Comercial Ltda. em 31/12/2004 em $ mil. 
 
ATIVO PASSIVO 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
 Caixa 1.000,00 Fornecedores 200,00 
 Duplicatas a receber 300,00 Impostos a recolher 1.150,00 
 Estoques 400,00 Outras dívidas 500,00 
Total do Ativo Circulante 1.700,00 Total do Passivo Circulante 1.850,00 
 
Realizável a longo prazo Exigível a longo prazo 
 Títulos a receber 100,00 Financiamentos 1.150,00 
 
Permanente Patrimônio Líquido 
 Investimentos 1.000,00 Capital (social realizado) 500,00 
 Imobilizado 500,00 Lucros acumulados 300,00 
 Diferido 500,00 Total do Patrimônio Líquido 800,00 
Total Permanente 2.000,00 
TOTAL 3.800,00 TOTAL 3.800,00 
 
 
 
 
 
27 
Fator de Insolvência 
I1 (Índice de Rentabilidade do Capital Próprio) 
I1 = Lucro Líquido / P.L. 
 
I2 (Índice de Liquidez Geral) 
I2 = (Ac + R.L.P.) / (Pc + E.L.P.) 
 
 
I3 (Índice de Liquidez Seca) 
I3 = (Ac - Estoques) / Pc 
 
 
I4 (Índice de Liquidez Corrente) 
I4 = Ac / Pc 
 
 
I5 (Índice de Endividamento Total) 
I5 = Exigível Total / P.L. 
 
 
c) Pontuação de crédito (pessoas físicas) 
 
 As decisões de crédito a pessoas físicas utilizam um processo de análise diferente 
daquele empregado para as empresas. 
 
 Uma decisão de crédito pessoal necessita da análise de um extenso leque de 
fatores que podem afetar a capacidade de pagamento do proponente. 
 
 Os métodos simples de análise de crédito pessoal baseado apenas no histórico de 
crédito do pretendente têm-se revelado insatisfatórios. 
 
 Uma técnica de análise de crédito pessoal mais poderosa é conhecida como 
pontuação de crédito (credit scoring). Foi desenvolvida há alguns anos nos Estados Unidos 
e hoje sua utilização é universal. 
 
 O sistema de pontuação de crédito representa um refinamento do método 
tradicional de avaliação de análise de crédito pessoal, que é um processo muito intuitivo. 
 
 O funcionamento do sistema de pontuação de crédito baseia-se no tratamento 
estatístico de um conjunto de dados sobre o comportamento de uma amostra de tomadores 
de crédito. (por amostragem). 
 
 A análise baseia-se no tratamento estatístico dos dados do proponente – valor e 
tipo dos créditos contratados, histórico de pagamentos, registros de ações de cobrança etc. 
– e compara essas informações com o comportamento de pessoas com perfil similar. Cada 
fator favorável recebe uma pontuação que vai formar o score de crédito do candidato. Um 
relatório de crédito é então gerado, fornecendo a pontuação do proponente. 
 
 
 
 
 
 
 
28 
LIMITAÇÕES DA ANÁLISE DE CRÉDITO 
 
 Apesar do seu crescente prestígio, a análise de crédito tem algumas limitações. 
Como acontece com toda técnica de previsão, a análise de crédito tem como principal 
objetivo fornecer as melhores estimativas possíveis acerca do futuro. Entretanto, não existe 
metodologia de previsão que consiga precisão total em seus prognósticos. 
 
 Como mostramos, um dos principais suportes da análise de crédito é a análise das 
demonstrações contábeis. Essa ferramenta, somada a outros fatores, é responsável pelas 
limitações da análise de crédito. As principais causas dessas limitações são as seguintes: 
 
• Desatualização dos demonstrativos contábeis; 
• Qualidade das demonstrações contábeis; 
• Impossibilidade de previsão de mudanças bruscas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DA COBRANÇA 
 
 A última etapa do trabalho do administrador na atividade de contas a receber é a 
administração da cobrança. 
 Embora seja uma atividade fundamentalmente operacional, a cobrança também 
requer planejamento e controle para torná-la eficaz. 
 
 
ANÁLISE E CONTROLE 
 
 A eficiência do processo de cobrança é avaliada pelos índices de desempenho, 
relacionando valores,prazos e outros dados de contas a receber em atraso. Esses índices 
são comparados com metas estabelecidas, ou com padrões predefinidos. 
 
 Prazo médio de atraso na cobrança 
 O prazo médio de atraso no recebimento de duplicatas pode ser calculado do 
seguinte modo: 
 
Pma = (V1 / T x P1) + (V2 / T x P2) + (V3 / T x P3) +…+ (Vn / T x Pn) 
 
onde: Pma = prazo médio de atraso 
 V1, V2, V3,..., Vn = valores de cobrança com atraso nos prazos P1, P2, P3,..., Pn 
 T = total da cobrança em atraso. 
 
Exemplo: Uma empresa tem a seguinte posição de cobrança em atraso: 
 
R$ 30.000,00 a 15 dias 
R$ 200.000,00 a 5 dias 
R$ 70.000,00 a 30 dias 
 
 
 
 
 
29 
 Como o total de cobrança em atraso é de R$ 300.000,00, seu prazo médio de 
cobrança em atraso é: 
 
Pma = (30.000 / 300,000 x 15) + (200.000 / 300.000 x 5) + (70.000 / 300.000 x 30) 
 
Portanto, Pma = 11,8 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA 
 
 A administração de caixa numa empresa abrange as atividades de planejamento e 
controle das disponibilidades financeiras que é a parcela do ativo circulante representada 
pelos depósitos nas contas correntes bancárias e aplicações financeiras de liquidez 
imediata. 
 
 Em diversas ocasiões, o administrador financeiro precisa fazer nítida distinção 
entre a geração de caixa e de lucro na empresa. Para isso, as informações produzidas pela 
Contabilidade são insuficientes. Cabe à administração de caixa produzir e utilizar os dados 
sobre o dinheiro disponível na empresa. 
 
 Outra característica da Contabilidade é que ela não precisa apurar resultados por 
períodos muito curtos, como um dia ou uma semana. Entretanto, o administrador financeiro 
precisa conhecer a situação do caixa diária ou semanalmente. 
 
 Um sistema especial de informações, com destaque para o fluxo de caixa, fornece 
as informações de que necessita a administração financeira, mas que não podem ser 
obtidas com base nas demonstrações contábeis. 
 
 
 
PLANEJAMENTO DE CAIXA 
 
 A administração de caixa começa com o planejamento de caixa, atividade que 
consiste em estimar a evolução dos saldos de caixa da empresa. Essas informações são 
fundamentais para tomada de decisões. 
 
 
 
 
 
30 
 A necessidade de planejamento de caixa está presente tanto em empresas com 
dificuldades financeiras, como naquelas bem capitalizadas. 
 
 Para as empresas com problemas financeiros, o planejamento de caixa é o 
primeiro passo no sentido de buscar seu equacionamento. Nas empresas em boa situação, 
o planejamento de caixa permite-lhes aumentar a eficiência no uso de suas disponibilidades 
financeiras. 
 
 O planejamento de caixa não é uma atividade fácil, pois lida com grande dose de 
incerteza. Entretanto, seus benefícios compensam largamente os esforços despendidos em 
suas implementação. 
 
 
 
FLUXO DE CAIXA 
É o instrumento de planejamento financeiro que tem por objetivo fornecer estimativas da 
situação de caixa da empresa em determinado período de tempo à frente. 
 
 As necessidades de informações sobre os saldos de caixa podem ser em base 
diária para o gerenciamento financeiro de curto prazo, ou períodos mais longos, como mês 
ou trimestre, quando a empresa precisa fazer um planejamento por prazo maior. 
 
 O fluxo de caixa é o instrumento capaz de traduzir em valores e datas os diversos 
dados gerados pelos demais sistemas de informação da empresa. 
 
 
FINALIDADES DO FLUXO DE CAIXA 
 
 As projeções de caixa da empresa têm várias finalidades. A principal delas é 
informar a capacidade que a empresa tem para liquidar seus compromissos financeiros a 
curto e longo prazo. 
 
 Outras finalidades do fluxo de caixa são: 
 
▪ Planejar a contratação de empréstimos e financiamentos; 
▪ Maximizar o rendimento das aplicações das sobras de caixa; 
▪ Avaliar o impacto financeiro de variações de custos; 
▪ Avaliar o impacto financeiro de aumento das vendas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercício: 
 
Com os dados abaixo, construa um Fluxo de Caixa (previsão) para três meses. 
 
Previsão de vendas à vista: 
jan/16 R$ 15.000,00 
fev/16 R$ 25.000,00 
mar/16 R$ 35.000,00 
 
Previsão de pagamentos: jan/16 fev/16 mar/16 
Fornecedores 10.000,00 10.000,00 10.000,00 
Impostos e taxas 1.500,00 1.500,00 2.300,00 
Despesas com vendas 450,00 450,00 600,00 
Despesas administrativas 700,00 700,00 700,00 
Outras despesas 8,00 8,00 8,00 
 
Folha de pagamento: 
jan/16 R$ 850,00 
fev/16 R$ 850,00 
mar/16 R$ 1.000,00 
 
Importante: 
• Os Encargos Sociais representam 67% da folha de pagamento; 
• A empresa possui um empréstimo bancário com vencimentos mensais a partir do mês de 
março, no valor de R$ 1.600,00; 
 
 
 
 
32 
• No final do mês de dez/15, a empresa possuía em caixa o valor de R$ 750,00 em conta corrente 
no Banco do Brasil. 
 
 
 
 JANEIRO FEVEREIRO MARÇO 
Contas/Meses Previsão Real Previsão Real Previsão Real 
Entradas 
1. Vendas à vista 
2. Total de Entradas 
Saídas 
3. Fornecedores 
4. Folha de Pagamento 
5. Encargos Sociais 
6. Impostos e taxas 
7. Financiamento bancário 
8. Despesas com vendas 
9. Despesas administrativas 
10. Outras despesas 
11. Total de Saídas 
12. (+) Saldo Inicial 
13. (+) Total de Entradas 
14. (-) Total de Saídas 
15. (=) Saldo Final 
 
 
 
 
5. ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO 
 
Toda empresa precisa de certo volume de vendas para poder cobrir seus custos fixos, já que 
estes representam um encargo desvinculado do volume de produção. Desse modo, somente a partir 
de um determinado volume de vendas é que a empresa começará a ter lucro. 
A análise do ponto de equilíbrio – também conhecido como “break even point” ou ponto de 
ruptura – permite determinar o volume de vendas capaz de proporcionar lucro zero, aquele ponto em 
que a receita da empresa iguala o seu custo total. 
Quando as vendas da empresa se situarem acima do ponto de equilíbrio, ela começará a ter 
lucro. 
 
 
5.1 – Ponto de Equilíbrio Econômico 
 
 Para toda empresa existe determinado volume de vendas onde ocorre a igualdade entre sua 
receita total e seu custo total. Esse volume de vendas representa o ponto de equilíbrio econômico da 
empresa. 
 Se considerarmos uma empresa que venda apenas um produto, seu ponto de equilíbrio 
econômico dependerá dos seguintes fatores: 
 
Lucro líquido – L 
Receita total da empresa – RT 
Preço de venda (líquido de impostos) – P 
Quantidade vendida – Q 
 
 
 
 
33 
Custo total – CT 
Custo fixo total – CF 
Custo variável unitário – CVu 
 
No ponto de equilíbrio econômico, o lucro líquido deve ser igual a zero. Assim, a seguinte 
relação deve existir: 
 
L = RT – CT = 0 
 
Em conseqüência do lucro líquido nulo, a receita total deve ser igual ao custo total: 
 
RT = CT (1) 
 
 Detalhando a receita total em seus componentes, preço e quantidade, temos: 
 
RT = P . Q (2) 
 
 O custo total, decomposto em custo fixo total mais custo variável total (custo variável unitário 
vezes quantidade), dá: 
 
CT = CF + (CVu . Q) (3) 
 
 Substituindo R (relação 2) e C (relação 3) na relação (1), vem: 
 
P . Q = CF + (CVu . Q) 
 
Ou: 
P . Q - (CVu . Q) = CF 
Logo: 
Q(P – CVu) = CF 
 No ponto de equilíbrio, o volume de vendas, Q, será: 
 
 CF 
Q = 
 (P - CVu) 
 
 
 
 
 Ou seja, o ponto de equilíbrio econômico é a razão (quociente) entre o custo fixo total e a 
diferença do preço de venda – custo variável unitário. 
 
CF = 10.000,00 
CVu = 8,00 
P = 10,00 
Calcular o Ponto de Equilíbrio em unidades e Valor Monetário. 
PEq= 10000/(10-8) PEq= 10000/2 Logo PEq = 5.000 unidades PE$ = Q . P = 5000 X 10 = 
50.000,00 
Exercícios: 
 
1. Uma empresafabrica um produto cujo preço de venda é R$ 30,00 já líquido de impostos de 
qualquer natureza. O custo fixo da empresa é R$ 64.000,00 por mês e o custo variável unitário do 
produto é R$ 14,00. Quanto será o ponto de equilíbrio “em unidades”? 
 
 
 
 
34 
MCu = P - CVu =30-14 =16,00 
PEq = 64000/16 4.000 unidades 
PE$ = 4000 x 30 = R$120.000,00 
 
 
2. Uma empresa fabrica um produto cujo preço de venda é R$ 30,00 já líquido de impostos de 
qualquer natureza. O custo fixo da empresa é R$ 120.000,00 por mês e o custo variável unitário 
de R$ 10,00. Calcular o ponto de equilíbrio “em unidades” da empresa? 
MCu = P - CVu =30-10=20,00 
PEq= 120.000/20 = 6.000 unidades 
PE$ = 6000 x 30 = R$ 180.000,00 
 
 
Q Custo Fixo 
Custo Variável 
Unit. 
Custo Variável 
Total Custo Total 
Receita 
Total Lucro 
0 120.000,00 10,00 0,00 120.000,00 0,00 -120.000,00 
1.000 120.000,00 10,00 10.000,00 130.000,00 30.000,00 -100.000,00 
2.000 120.000,00 10,00 20.000,00 140.000,00 60.000,00 -80.000,00 
3.000 120.000,00 10,00 30.000,00 150.000,00 90.000,00 -60.000,00 
4.000 120.000,00 10,00 40.000,00 160.000,00 120.000,00 -40.000,00 
5.000 120.000,00 10,00 50.000,00 170.000,00 150.000,00 -20.000,00 
6.000 120.000,00 10,00 60.000,00 180.000,00 180.000,00 0,00 
7.000 120.000,00 10,00 70.000,00 190.000,00 210.000,00 20.000,00 
8.000 120.000,00 10,00 80.000,00 200.000,00 240.000,00 40.000,00 
9.000 120.000,00 10,00 90.000,00 210.000,00 270.000,00 60.000,00 
10.000 120.000,00 10,00 100.000,00 220.000,00 300.000,00 80.000,00 
 
 
 
 
Fórmulas: 
P.E. (Q) = CF / (Preço Venda - Cvu) 
P.E. ($) = CF / Margem de Contribuição média 
Margem Cont. média = (Receita Total - CVtotal) / Receita Total 
Intervalo 1.000 
 
CF 120.000,00 
CVu 10,00 
Preço Venda 30,00 
P.E. (Q) = 6.000,00 
P.E. ($) = 180.000,00 
Margem Cont. média 66,67% 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
 
3. Uma empresa revende um bem cujo preço de venda é R$ 100,00 já líquido de impostos de 
qualquer natureza. O custo fixo da empresa é R$ 150.000,00 por mês e o custo variável unitário 
de R$ 15,00. Calcular o ponto de equilíbrio em “volume de vendas” da empresa? 
PEq = CF / MCu 150.000/85 = 1.764,705882352941 *1765 unidades 
PE$ = 1765 x 100 = R$ 176.500,00 
 
 
 
 
 
5.2 – Ponto de Equilíbrio em volume de vendas 
 
 A fórmula de cálculo apresentada para o ponto de equilíbrio é aplicável para a empresa que 
tem apenas um produto ou serviço em sua carteira. 
 
 Como as empresas têm, de fato, uma carteira com vários produtos ou serviços, o ponto de 
equilíbrio precisará ser calculado em termos de volume de vendas. 
 
 Sejam: 
 
V = volume de vendas 
MC = % da margem de contribuição média da empresa (é igual à receita total menos custo variável 
total dividido pela receita total). 
CF = custo fixo. 
 
 No ponto de equilíbrio (lucro zero), teremos: 
 
(V . MC) - CF = 0 
 
e: 
V . MC = CF 
 
ou: 
V = CF / MC 
PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO
-120.000,00
-90.000,00
-60.000,00
-30.000,00
0,00
30.000,00
60.000,00
90.000,00
120.000,00
150.000,00
180.000,00
210.000,00
240.000,00
270.000,00
300.000,00
330.000,00
0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 10.000
Custo Total Receita Total
 
 
 
 
36 
 
 
 
 CF 
 V = 
 (RT – CV)/RT 
 
 
Exercícios: 
 
1. Uma empresa varejista tem um custo fixo de R$ 21.000,00/mês. Sua margem de contribuição média 
é de 30%. Calcular o ponto de equilíbrio da empresa em termos de vendas. 
 
V= 21000/0,3 = 70.000,00 
 
 
Exemplo: Custo 10,00. Vender com 50% agregado ao custo. 
Vende por 15,00. (15- 10)/15 = 5/15 x 100 = 0,333333333 x100 = 33,33 % 
 
 
 
 
 
 
 
Observe que no ponto de equilíbrio a margem de contribuição é igual ao custo fixo, já que o 
lucro é zero. 
Para avaliarmos se o ponto de equilíbrio expresso em valor monetário está adequado, ele 
precisa ser comparado com o potencial de vendas da empresa. 
Cada setor empresarial tem um ponto de equilíbrio ideal. Este representa um percentual do 
potencial de vendas da empresa, considerando os recursos existentes. 
 
5.3 – Análise e interpretação do Ponto de Equilíbrio 
 
 Para ser avaliado, o ponto de equilíbrio deve ser comparado com a capacidade de produção 
ou operação. Quanto menor o ponto de equilíbrio, maior será a facilidade para a empresa gerar lucro. 
 O valor do ponto de equilíbrio varia em função do setor de atuação da empresa. Existem 
atividades que requerem um valor de custos fixos relativamente alto e, por isso, tendem a possuir um 
ponto de equilíbrio mais elevado. 
 
5.4 - Ponto de Equilíbrio Operacional 
 
 O ponto de equilíbrio pode ser calculado tomando-se por base o lucro operacional. Este lucro 
equivale ao lucro líquido antes do pagamento de juros e dos impostos. 
 Desse modo, para calcular o ponto de equilíbrio operacional, é preciso excluir os impostos 
(são custos variáveis incidentes sobre o preço) e os custos financeiros (parcela de custos fixos). 
 Quando a empresa está operando acima do ponto de equilíbrio operacional, estará gerando 
resultados para cobrir seus custos financeiros e o pagamento de impostos. 
 
5.5 - Ponto de Equilíbrio de Caixa 
 
 
 
 
 
37 
 Como alguns custos não geram saídas de caixa – a depreciação é um exemplo -, o ponto de 
equilíbrio pode ser calculado sem esses custos e, assim, indicar o volume mínimo de vendas 
necessário à cobertura apenas das saídas de caixa. 
 A operação de uma empresa entre seu ponto de equilíbrio de caixa e o ponto de equilíbrio 
econômico pode ser uma situação normal, principalmente durante o início de operação de um projeto 
ou empreendimento. 
 Quando as vendas de uma empresa situam-se entre o ponto de equilíbrio de caixa e o ponto 
de equilíbrio econômico, ela estará operando sem lucro, mas mantendo sua solvência por causa dos 
custos não desembolsados. 
 O cálculo do ponto de equilíbrio de caixa considera apenas os custos fixos não 
desembolsáveis. Ele obedece ao mesmo raciocínio utilizado para o cálculo do ponto de equilíbrio 
econômico em volume de vendas e pode ser calculado por meio da seguinte fórmula: 
 
V = FD 
 MC 
 
Sendo: V = vendas no ponto de equilíbrio de caixa 
 FD = custo fixo desembolsavel 
MC = % de margem de contribuição média da empresa (é igual à receita total menos custo 
variável total dividido pela receita total). 
 
5.6 – Controle do Ponto de Equilíbrio 
 
 Uma vez que o ponto de equilíbrio depende de três variáveis (custo fixo, preço e custo variável 
unitário), ele pode ser controlado a partir delas. 
 Para reduzir o ponto de equilíbrio e com isso diminuir o risco econômico da empresa, existem 
as seguintes alternativas: 
 
 Reduzir os custos fixos 
 Aumentar a margem de contribuição (preço menos custo variável unitário dos produtos 
vendidos) 
 Manter inalteradas as margens de contribuição de cada produto, mas aumentar a venda de 
produtos com maior margem de contribuição. 
 
As duas ultimas medidas significam o aumento do lucro direto dos produtos. Essa é uma meta 
difícil de alcançar porque depende basicamente de dois fatores fora do controle da empresa: seus 
preços de venda e os preços dos insumos adquiridos 
Assim, a redução dos custos fixos é a alternativa mais factível para a redução do ponto 
de equilíbrio. Para reduzir os custos fixos, existem duas opções. 
A primeira requer a redução no volume de gastos fixos totais através de diversas medidas. 
Entre estas estão a obtenção de maior racionalidade econômica para a estrutura organizacional e a 
redução dos custos contratuais. 
A segunda opção para redução dos custos fixos é a obtenção de economia de escala. Essa 
opção exige a realização de investimentos no aumento da capacidade de produção ou operação, o que 
pressupõea existência de mercado para absorver as vendas adicionais. Essa medida visa reduzir o 
custo fixo unitário pela economia de escala obtida. O total dos custos fixos, naturalmente, aumentará. 
 
6. ESTRATÉGIAS COMERCIAIS DE COMPRA E VENDA 
 
 É cada vez mais demandado o uso do cálculo financeiro na definição de estratégias 
comerciais de compra e venda, analisando a atratividade dos vários planos financeiros 
propostos. Para as várias decisões econômicas a serem tomadas por uma empresa, é 
 
 
 
 
38 
indispensável o conhecimento da taxa efetiva de juros embutida nas operações a prazo, e 
o seu confronto com o desconto concedido em operações à vista. 
 
A aplicação do cálculo financeiro nas operações comerciais objetiva determinar: 
 
 A efetiva redução do preço da mercadoria/produto, causada pelas condições de 
pagamento concedidas para determinada taxa de inflação ou custo de oportunidade; 
 
 O percentual de desconto nas operações a vista que seria equivalente à concessão do 
prazo respectivo; 
 
 Quais os planos de venda a prazo considerados economicamente mais interessantes 
(para determinado nível de inflação). 
 
 Todas as estratégias comerciais são avaliadas, neste texto, com base na taxa de 
inflação da economia ou custo de oportunidade do dinheiro. 
 
 O objetivo da avaliação dessas estratégias é comparar as várias alternativas de 
venda expressas em moeda constante, ou seja, com poder de compra de mesma data. 
Evidentemente, o fluxo de valores das vendas poderia também ser descontado por um 
custo de oportunidade de mercado, como a taxa de desconto bancário de duplicatas, sem 
que isso alterasse a essência do raciocínio apresentado. 
 Por outro lado, o enfoque das estratégias de vendas a ser adotado neste item é 
preferencialmente voltado para o lado do vendedor (ou empresa vendedora), apurando-se 
assim a perda da venda. De forma oposta, esta perda transforma-se em benefício para 
quem compra. 
 
 
Custo de Venda a Prazo 
 
Por exemplo, suponha que uma empresa tenha vendido R$ 34.000,00 para 
recebimento em 50 dias. Está claro que o valor do dinheiro varia no tempo motivado pela 
inflação e, também, pelos juros incorridos no financiamento desta venda. Logo, receber R$ 
34.000,00 hoje ou daqui a 50 dias não é evidentemente a mesma coisa em termos do 
efetivo valor do dinheiro. São dois momentos diferentes promovendo alterações no poder 
aquisitivo. 
Para uma inflação, por exemplo, de 3% no período, o valor presente dessa renda 
atinge 97,1% de seu valor daqui a 50 dias isto é: 
 
PV = 34.000 = R$ 33.009,70 
 (1,03)1 
 
Indicando ser diferente receber $ 33.009,70 hoje ou 34.000,00 dentro de 50 dias. A 
venda a prazo, nestas condições, equivale a conceder um desconto comercial em torno de 
2,91% para pagamento a vista. 
O raciocínio pode também ser desenvolvido utilizando-se, além da inflação, os juros 
reais do financiamento, elevando-se as perdas da venda a prazo. Por exemplo admitindo-
se uma taxa de desconto bancário desta venda de 6% para todo o período, o custo nominal 
do crédito concedido passa a: 
Custo da venda a prazo = 6% x 34.000 = 2.040,00 
 
Indicando que o recebimento de $ 34.000,00 em 50 dias equivale a $ 31.960,00 hoje. 
 
 
 
 
39 
 Dessa maneira, para uma correta avaliação dos resultados de uma operação de 
venda a prazo o essencial é a aplicação do Valor Presente. A partir deste raciocínio tem-
se, ao mesmo tempo, a perda determinada pela operação, o montante de desconto à vista 
que seria equivalente a uma transação a prazo e informações corretas para avaliar as 
melhores estratégias de vendas. 
 
Exercícios: 
 
1. Admita uma venda de $ 6.000,00 realizada para recebimento em 5 prestações iguais 
(1+4). 
Para uma taxa de inflação de 1,3% ao mês, determinar a perda de capacidade aquisitiva 
desta venda a prazo. PV = $ 5.548,00; redução de 97,5%; perda aproximada de 2,5%. 
 
2. Para um custo de oportunidade de 3,8% ao mês (taxa efetiva), qual alternativa 
proporciona a menor perda para o vendedor: (a) vender a vista com desconto de 6%; 
ou (b) vender para recebimento em 30 dias sem acréscimo. 
(a) PV = $ 94,00; (b) PV = $ 96,34 
3. Determinar a alternativa de venda de mais baixo custo dentre as relacionadas a seguir, 
admitindo um custo de oportunidade de 4% a.m.. 
 
a) venda a vista com desconto de 7%; 
b) venda em 3 pagamentos (1+2), sendo 40% de entrada e o restante em duas 
prestações mensais, iguais e sucessivas; 
c) vender no cartão de credito. Neste caso, sabe-se que o pagamento é efetuado em 
30 dias, além de ser cobrado 5% de comissão sobre o valor da compra. 
a) PV = $ 93,00 
b) PV = $ 96,58 
c) PV = $ 91,35 
 
 
 
4. A atual posição da carteira de valores a receber de uma empresa revela um elevado 
índice de atrasos. A direção está avaliando alternativas para reduzir esse índice mediante 
incentivos (descontos) para quem pagar suas prestações pontualmente. Para tanto, foram 
preparadas duas propostas, conforme ilustração a seguir: 
 
Proposta I: Pague metade agora e metade em 30 dias, sem acréscimo. A empresa concede 
um desconto de 20% na prestação para o cliente que pagar pontualmente. 
 
Proposta II: Entrada de 10% e o restante em 30 dias sem acréscimo. A empresa se 
compromete a devolver a entrada quando do pagamento da prestação (se realizada até a 
data de vencimento). 
 
Desenvolva uma avaliação dessas duas alternativas de crédito, supondo um custo do 
dinheiro de 3,7% a.m. 
 
I) PV = $ 88,57 , perda de 11,43% 
II) PV = $ 87,15 , perda de 12,85% 
 
 
 
 
 
 
 
40 
5. Como resultado de acirrada concorrência de mercado, uma empresa vem promovendo 
a venda de seus produtos por meio de uma política de desconto para pagamento à vista 
e prazos de pagamento. 
 
As atuais condições de crédito praticadas pela empresa são: 
• Vendas a vista: desconto de 25%. 
• Vendas a Prazo I (clientes comuns): é dado um desconto de15% no preço de venda, 
sendo o valor líquido pago da forma seguinte: 
Entrada de 30% e o restante com 30 dias sem acréscimo. 
• Vendas a Prazo II (clientes especiais): é também concedido um desconto de 15%, 
sendo o valor líquido integralmente pago em 30 dias sem acréscimo. 
 
A empresa está atualmente interessada em conhecer o custo dessas alternativas de 
crédito, simulando taxas mensais de custo de oportunidade do dinheiro de 0%, 3%, 5%, 7% 
e 10%. 
Pede-se colaborar com a empresa calculando percentualmente as perdas determinadas 
por esta política de crédito. 
 
Perdas da Política de Crédito 
Custo do Dinheiro 
(% a.m.) 
Venda a vista Venda a Prazo I Venda a Prazo II 
0% 25% 15% 15% 
3% 25% 16,7% 17,5% 
5% 25% 17,8% 19% 
7% 25% 18,9% 20,6% 
10% 25% 20,4% 22,7% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
7. CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA À VISTA 
 
7.1.MARGEM SOBRE CUSTO UNITÁRIO TOTAL 
 
Sejam, 
 
Po = Preço de Venda à vista 
Ev = Encargos sobre o preço de venda (em % por 1,00) 
Ctu = Custo Total Unitário 
MC = Margem de Lucro sobre o custo total unitário (em % por 1,00) 
 
Po = Ctu(1+MC) / (1-Ev) 
 
Exercício: O custo total unitário de um produto é R$ 300,00. Os encargos incidentes sobre 
as vendas desse produto somam 26%. O fabricante deseja vendê-lo com uma margem de 
lucro de 32% sobre o custo. Calcular o preço de venda para recebimento à vista. 
 
 
 
 
7.2.MARGEM DE LUCRO SOBRE O PREÇO DE VENDA 
 
Sejam, 
 
Pv = Preço de Venda 
Ev = Encargos sobre o preço de venda (em % por 1,00) 
Ctu = Custo Total Unitário 
MP = Margem de Lucro sobre o preço (em % por 1,00) 
 
Pv = Ctu / (1-Ev-Mp) 
 
Exercício: Uma indústria fabrica um produto cujo custo unitário é R$ 64,00. Os encargos 
sobre o preço de venda desse produto chegam a 22%. A indústria deseja uma margem de 
lucro de 8% sobre o preço de venda. Calcular esse preço de venda para recebimento à 
vista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
8. FINANCIAMENTOS 
 
 
O financiamento dos ativos pode ser efetuado com capital próprioe de terceiros. A 
utilização de capital de terceiros é uma prática universal nas empresas, pois permite que 
sua implantação, funcionamento e expansão não dependam apenas do capital próprio. 
O uso do capital de terceiros deve atender a duas condições básicas: seu custo deve 
ser compensador e a dosagem deve ser adequada de modo que limite o risco da empresa. 
A utilização de capital de terceiros é vantajosa quando seu custo é menor do que o 
retorno proporcionado pelos ativos da empresa. Mesmo com essa vantagem, o risco do 
endividamento surge, porque o lucro de uma empresa é incerto. 
Uma das tarefas cruciais do administrador financeiro é tomar as decisões de 
financiamento, escolhendo seu valor, custo e cronograma de pagamentos apropriados à 
situação específica da empresa. 
 
 
CONCEITOS BÁSICOS 
 
 Os conceitos utilizados em administração de financiamentos e que requerem uma 
abordagem quantitativa para seu entendimento estão apresentados neste item. 
 
 
ALAVANCAGEM FINANCEIRA 
 
 A justificativa econômica para o uso de capital de terceiros baseia-se no conceito de 
alavancagem financeira, que é o parâmetro que indica a relação entre a variação da 
rentabilidade do capital próprio e a variação da rentabilidade do investimento total. 
 A alavancagem financeira é positiva quando a utilização de capital de terceiros 
produz uma rentabilidade do capital próprio maior do que a rentabilidade do investimento. 
Se a rentabilidade do capital próprio for menor do que a rentabilidade do 
investimento, a alavancagem financeira é negativa. 
 
O exemplo seguinte ilustra o conceito de alavancagem financeira positiva. 
 Uma empresa vai fazer um investimento de R$ 300.000,00, cujo retorno operacional 
é de 20% ao ano. Tem duas opções para financiar esse investimento: 
 
1. 100% com recursos próprios 
2. 50% com recursos próprios e 50% com financiamento que custa 10% ao ano. 
 
 
Item Sem 
Financiamento 
Com 
Financiamento 
 
Capital próprio 300.000,00 150.000,00 
Capital de terceiros 0 150.000,00 
Investimento total 300.000,00 300.000,00 
Resultado operacional (antes dos juros) 60.000,00 60.000,00 
Juros – 10% sobre capital de terceiros 0 15.000,00 
Resultado após os juros 60.000,00 45.000,00 
Rentabilidade sobre o capital próprio 20% 30% 
 
 
 
 
 
43 
 
 
Ex2: Outra empresa que tem um retorno operacional de 8% sobre um investimento de R$ 
300.000,00 e admitamos duas hipóteses de financiamento: 
 
1. 100% com recursos próprios. 
2. 50% com recursos próprios e 50% com financiamento que custa 10% ao ano. 
 
Item Sem 
Financiamento 
Com 
Financiamento 
 
Capital próprio 
Capital de terceiros 
Investimento total 
Resultado operacional (antes dos juros) 
Juros – 10% sobre capital de terceiros 
Resultado após os juros 
Rentabilidade sobre o capital próprio 
 
 
WACC(Custo Médio Ponderado do Capital) 
Investimento de: 2.000.000,00 
Fonte de Capital Valor Participação % Custo % 
Recursos Próprios 1.200.000,00 60,00% 14% 
Financiamento de curto prazo 200.000,00 10,00% 11% 
Financiamento de longo prazo 600.000,00 30,00% 12% 
Total 2.000.000,00 100,00% 
 
CMP = (1200/2000x0,14) + (200/2000x0,11) + (600/2000x0,12) 
CMP = 0,131 (em percentagem 13,1%). 
 
 
 
Exercício: 
 
WACC(Custo Médio Ponderado do Capital) 
Investimento de: 500.000,00 
Fonte de Capital Valor Participação % Custo % 
Recursos Próprios 250.000,00 50,00% 15% 
Financiamento de curto prazo 75.000,00 15,00% 9% 
Financiamento de longo prazo 175.000,00 35,00% 13% 
Total 500.000,00 100,00% 
 
Calcular o WACC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
9. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 
 
 
Métodos analíticos: 
 
 TIR (IRR = Internal Rate of Return) taxa interna de retorno 
 
NPV (Net Present Value) valor presente líquido 
 
Índice de Lucratividade e Taxa de Rentabilidade 
 
Payback (tempo de retorno) 
 
Custo Periódico Equivalente (CAE) ou custo anual equivalente 
 
Tipos: 
 
a) “Projetos Mutuamente Excludentes” 
 
São os que possuem a mesma função e a aceitação de um, elimina outros. Exemplo de 
uma casa de retiro espiritual e um bar (ao lado). 
 
b) “Projetos Independentes” 
 
A aceitação de um, não elimina a consideração dos demais projetos. Exemplo de um 
colégio e uma academia de ginástica. 
 
 
Observação: a variável-chave para os métodos analíticos é a T.M.A. (Taxa Mínima 
de Atratividade). Ou seja, a T.M.A. é a “taxa de juros mínima” aceitável quando a empresa 
faz um investimento. E a “taxa de juros máxima” a pagar para um financiamento. Resumindo 
a T.M.A. é especifica para cada empresa. Geralmente, as empresas adotam uma T.M.A. 
entre 12 e 15 % ao ano (a.a.). Pode-se dizer que para 15% a.a. equivale a uma taxa de 
1,17% a.m., enquanto para 12% a.a. a taxa equivalente será de 0,95% a.m. 
 
 
 
• TIR (Taxa Interna de Retorno) 
 
É a taxa de juros (desconto) que iguala, em determinado momento do tempo, o valor 
presente das entradas (recebimentos) ao valor presente das saídas (pagamentos) previstas 
de caixas. 
 Adota-se a data de início da operação – momento zero – como a data focal de 
comparação dos fluxos de caixa. 
 
Observe a equação: 
 
FC0 = FC1 _+_ _FC2___+_ FC3 + … + _FCn 
 (1+i)1 (1+i)2 (1+i)3 (1+i)n 
 
 
 
 
45 
 
FC0 = valor do fluxo de caixa no momento zero (recebimento/empréstimo) ou 
(pagamento/investimento); 
 
FCJ = fluxos previstos de entradas ou saídas de caixa em cada período de tempo; 
 
i = taxa de desconto que iguala, em determinada data, as entradas com as saídas 
previstas de caixas. Em outras palavras, “i” representa a taxa interna de retorno. 
 
Exemplo de um empréstimo: 
 
30.000,00 entradas (+) 
 
 _____________________(meses) 
 0 1 2 
 
 15.500,00 15.500,00 saídas (-) 
 
 
30.000 = 15.500 + 15.500 
 (1+i)1 (1+i)2 
 
 
Por calculadora financeira obtém-se que a taxa “i” é igual a 2,21% a.m. 
 
Veja a interpretação da TIR por meio da planilha financeira: 
 
Data 
(mês) 
Saldo 
Devedor (R$) 
Amortização 
(R$) 
Juros 
(R$) 
Prestação 
(R$) 
0 30.000,00 - - - 
1 15.164,24 14.835,76 664,24 15.500,00 
2 - 15.164,24 335,76 15.500,00 
 
*taxa de juro (i) = 2,214140987 % a.m. 
 
Os juros do período são calculados pelo Saldo Devedor (anterior) x taxa de juros; 
A amortização representa a diferença do valor entre a prestação e os juros do período. 
 
 
 
Outro exemplo da TIR, citando agora a Rentabilidade total acumulada para o projeto. 
Admita que um investimento de R$ 70.000,00 promova expectativas de benefícios de caixa 
de R$ 20.000,00, R$ 40.000,00, R$ 45.000,00 e R$ 30.000,00, respectivamente, ao final 
dos próximos quatro anos da decisão. 
 
 20.000,00 40.000,00 45.000,00 30.000,00 entradas (+) 
 
 ___________________________________________ (anos) 
 0 1 2 3 4 
 
 70.000,00 saídas (-) 
 
 
 
 
 
 
46 
70.000 = 20.000 + 40.000 + 45.000 + 30.000 
 (1+i)1 (1+i)2 (1+i)3 (1+i)4 
 
Por meio do auxílio de uma calculadora financeira, apura-se uma taxa interna de 
retorno de 30% ao ano (Para ser preciso 30,03096372 % a.a.); isto é, ao se descontarem 
os vários fluxos previstos de caixa pela TIR calculada, o valor atualizado será exatamente 
igual ao montante do investimento de R$ 70.000,00. Com isso, o resultado apurado denota 
a efetiva taxa de rentabilidade anual do investimento. 
 Deve ser ressaltado, ainda, que os 30% representam a taxa de retorno equivalente 
composta anual. A TIR não pode ser considerada como o ganho efetivo em cada período 
(ano), mas como a rentabilidade média ponderada geometricamente consoante o critério 
de juros compostos. 
 
 A rentabilidade total acumulada do projeto para os quatro anos atinge 185,88%, ou 
seja: 
 
Rentabilidade Total (iq) = (1+im)4 - 1

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