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Saúde Coletiva Leis Orgânicas de Saúde PROFA: EUGÊNIA VIANA Lei Orgânica de Saúde A normatização do SUS é implementada por várias legislações que incluem as Leis Orgânicas de Saúde e outras leis, emendas, decretos, normas e portarias que foram editadas posteriormente, além de leis orgânicas estaduais e municipais necessárias em cada instância, previstas na lei federal, que orientam o funcionamento do sistema. A operacionalização do SUS, orienta-se pelas Normas Operacionais (Normas Operacionais Básicas – NOBs e Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS) que foram editadas pelo Ministério da Saúde, com base nos acordos entre os gestores do SUS, além das resoluções dos conselhos de saúde, nas três esferas de governo. Lei Orgânica de Saúde Lei do tipo orgânica regulamenta os direitos fundamentais da população e o desenvolvimento dos poderes públicos. Amparada na esfera da magistratura nacional pela lei complementar número 35 de 1979. Esta lei é subordinada pela constituição estadual e federal, sendo uma conexão intermediária entre a constituição e as leis ordinárias. Lei Orgânica de Saúde A Constituição Federal ao instituir o Sistema Único de Saúde, traz também uma série de desafios. Estabelece os direitos e deveres básicos dos cidadãos brasileiros , cuja concretização necessita de regulamentações por atos do legislativo, nem sempre fáceis, numa sociedade marcada por uma política elitista. Outro desafio foi a mudança do próprio modelo assistencial, caracterizado pela assistência médica individual e curativa, biologicista, fragmentada e hospitalocêntrica. Lei Orgânica de Saúde Após a promulgação da Constituição Federal, seus artigos deveriam passar por um processo de regulamentação, com proposta de acontecer no prazo de 180 dias. A conjuntura política pós-constituinte, caracterizada pelo projeto neoliberal implementado por Collor criou dificuldades que retardaram esse processo. Apenas em agosto de 1990 o Congresso aprovou a primeira versão da Lei Orgânica da Saúde, Lei 8.080 que sofreu vários vetos por parte do executivo, especialmente com relação ao financiamento e ao controle social. Lei Orgânica de Saúde Somente em dezembro, depois de negociações é que foi aprovada a Lei 8.142 que recuperou alguns vetos da Lei 8.080, recebendo essas duas leis, a denominação de Leis Orgânicas da Saúde. A Lei 8.080/90 dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde e ainda regula as ações, a organização e o funcionamento dos serviços de saúde em todo o país. A Lei 8.142/90 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Lei Orgânica de Saúde A Lei 8.080/90 explicita no artigo 4 que o novo sistema de saúde compreende: “o conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, de administração direta e indireta e das funções mantidas pelo poder público”, além da participação da iniciativa privada de maneira complementar. O SUS pode recorrer à iniciativa privada (preferencialmente as entidades filantrópicas e sem fins lucrativos) como complementar, quando a disponibilidade de seus serviços for insuficiente para garantir o acesso e a integralidade da assistência aos cidadãos, desde que mantenham os seus princípios mediante contrato de direito público ou convênio. Lei Orgânica de Saúde De acordo com a Lei 8.080/90 estão incluídas no conjunto de ações e serviços dos SUS: ✓ Atividades dirigidas às pessoas, individual ou coletivamente, voltadas para a promoção da saúde e prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de agravos e doenças; ✓ Serviços prestados no âmbito ambulatorial, hospitalar e nas unidades de apoio diagnóstico e terapêutico gerido pelos governos (quer seja pelo governo federal, quer seja pelos governos estaduais ou municipais), bem como em outros espaços, especialmente no domiciliar. Lei Orgânica de Saúde De acordo com a Lei 8.080/90 estão incluídas no conjunto de ações e serviços dos SUS: ✓ Ações de distintas complexidades e custos, que variam desde aplicação de vacinas e consultas médicas nas clínicas básicas (clínica médica, pediatria, e ginecologia-obstetrícia) até cirurgias cardiovasculares e transplantes; ✓ Intervenções ambientais no seu sentido mais amplo, incluindo as condições sanitárias nos ambientes onde se vive e trabalha, na produção e circulação de bens e serviços, o controle de vetores e hospedeiros e a operação de sistemas de saneamento ambiental; Lei Orgânica de Saúde De acordo com a Lei 8.080/90 estão incluídas no conjunto de ações e serviços dos SUS: ✓ Instituições públicas voltadas para o controle de qualidade , pesquisa, produção de insumos, medicamentos, sangue e hemoderivados e equipamentos de saúde. Lei Orgânica de Saúde A Lei 8.080/90 estabelece ainda outros princípios do SUS: ✓ Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integralidade física e moral; ✓ Direito das pessoas assistidas à informação sobre saúde; ✓ Divulgação de informação quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelos usuários; ✓ Integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; Lei Orgânica de Saúde A Lei 8.080/90 estabelece ainda outros princípios do SUS: ✓ Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de serviços de assistência à saúde da população; ✓ Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, alocação de recursos e a orientação programática; ✓ Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; ✓ Organização dos serviços públicos, de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos. Lei Orgânica de Saúde Sobre a Lei 8.142 consolidou-se um importante espaço público de controle social, mediante a participação da população por meio das conferências e dos conselhos de saúde em todas as esferas do governo. Reforça que os recursos financeiros do SUS serão depositados em conta especial (ou fundos de saúde), em cada esfera de atuação e deverão ser movimentados sob o controle e fiscalização dos conselhos de saúde. As conferências nacionais em saúde devem acontecer a cada quatro anos, para “avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes”.
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