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LARA DE ALMEIDA C. FERREIRA 
 
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LARA DE ALMEIDA C. FERREIRA 
 
Ana Júlia Assis Gomes – 2 Período – FAMENE
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GRANDES VIAS EFERENTES 
· Colocam em comunicação centros suprassegmentares do SN com os órgãos efetuadores. 
· Podem ser divididas em dois grandes grupos: 
· Vias eferentes somáticas: controlam atividade dos músculos estriados esqueléticos, permitindo a realização de movimentos voluntários ou automáticos. Regula o tônus e postura. 
· Vias eferentes viscerais (ou do SNA): músculo liso, cardíaco ou glândulas, regulando o funcionamento das vísceras e dos vasos. 
 
1. VIAS EFERENTES VISCERAIS DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO: 
· Contêm dois neurônios, pré e pós gnaglionares. 
· Influência do SN suprassegmentar sobre a atividade visceral se exerce através de impulsos nervosos que vão para os neurônios pré-ganglionares e depois para os neurônios pós-ganglionres, de onde se distribuem as vísceras. 
· Áreas do SN suprassegmentar que regula a atividade do SNA estão no hipotálamo e no sistema límbico. 
· Essas áreas ligam-se aos neurônios pré-ganglionares através dos tratos reticuloespinhais (via indireta). 
· Existem também vias diretas hipotálamo-espinhais, entre hipotálamo e neurônios pré-ganglionares tanto do tronco encefálico como da medula. 
 
2. VIAS EFERENTES SOMÁTICAS: 
· Constituído por apenas 1 neurônio. 
· Formado pelos músculos estriados esqueléticos e todos os neurônios que os comandam, permitindo comportamentos variados e complexos. 
· Vias se projetam direta ou indiretamente dos centros motores superiores para o tronco encefálico e para medula. 
· Mecanismos de retroalimentação: utilizamos informações de receptores da pele, articulações e fusos neuromusculares para corrigir o movimento em andamento, ajustando e mantendo a força de contração. 
· Ação do SN é antecipatória. 
· A função motora depende de mecanismos eferentes e aferentes para realizar ajuste de um determinado movimento. 
 
A. Tratos corticoespinhais: 
· Unem o córtex aos neurônios motores da medula. 
· 1/3 das fibras se originam na área 4 (área motora primária), 1/3 se origina na área 6 (áreas pré-motora e motora suplementar – área motora secundária) e 1/3 no córtex somatossensorial, que contribui para a regulação do fluxo de informação sensorial na coluna posterior. 
· Trajeto das fibras: 
· Área 4 (córtex motor) -> coroa radiada -> perna posterior da cápsula interna -> base do pedúnculo cerebral -> base da ponte -> pirâmide bulbar. 
· Na decussação das pirâmides uma parte das fibras continua ventralmente, constituindo o trato corticoespinhal anterior, e a outra parte cruza constituindo o trato corticoespinhal lateral (75 a 90% das fibras). 
· Fibras do trato corticoespinhal anterior: ocupam o funículo anterior da medula, cruzando na comissura branca, onde terminam em relação aos neurônios motores contralaterais – MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS DA MUSCULATURA AXIAL e proximal dos membros. 
· Pertence ao sistema anteromedial da medula, só podendo ser individualizado até os níveis torácicos médios. 
· Trato corticoespinhal lateral: ocupa o funículo lateral ao longo de toda a extensão da medula e suas fibras influenciam neurônios motores da coluna anterior de seu próprio lado. 
· Na maioria dos mamíferos: fibras terminam na substância cinzenta intermédia, fazendo sinapses com interneurônios, ligando-se aos motoneurônios da coluna anterior. 
· Nos primatas, como no homem, além dessas conexões indiretas, algumas fibras realizam sinapse direta com os neurônios motores alfa e gama – nos dá a capacidade do fracionamento do movimento, responsável pelo movimento independente dos dedos. 
· Função: motricidade somática. 
· Musculatura distal dos membros, sendo o principal feixe de fibras responsável pela motricidade voluntária do homem (função exercida pelo trato rubroespinhal – musculatura distal dos membros; e pelo trato reticuloespinhal – musculatura axial e proximal dos membros). 
· Nem todas as fibras desses tratos são motoras, algumas delas sendo originadas nas áreas somestésica do córtex, terminando na coluna posterior e estão envolvidas no controle de impulsos sensitivos. 
· Lesões: causam paresia (fraqueza muscular, muito pronunciada logo após a lesão, regredindo com o tempo) e dificuldade de contrair voluntariamente os músculos com a mesma velocidade. 
· Incapacidade de realizar movimentos independentes de grupos musculares isolados (perda da capacidade de fracionamento). 
· Perda dos movimentos delicados o Dá origem ao sinal de Babinski, reflexo patológico que consiste na flexão dorsal do hálux quando se estimula a pele da região plantar, anormal em adultos (em crianças esse reflexo é normal). 
 
B. Trato corticonuclear: 
· Mesmo valor funcional do trato corticoespinhal, diferindo pelo fato de transmitir impulsos aos neurônios motores do tronco encefálico e não da medula. 
· Controle voluntário dos neurônios motores dos núcleos motores dos nervos cranianos. 
· Fibras se originam na parte inferior da área 4 (região correspondente à cabeça), passam pelo joelho da cápsula interna e descem pelo tronco encefálico, associadas ao trato corticoespinhal. 
· À medida que ele desce, destacam-se fibras que terminam nos neurônios motores dos núcleos da coluna eferente somática (núcleos do III, IV, VI e XII) e eferente visceral especial (núcleo ambíguo, IX e X) e (núcleo motor do V e do VII). 
· A maioria das fibras faz sinapse com neurônios internunciais situados na formação reticular, próximo aos núcleos motores. Daí, se ligam aos neurônios motores. 
· Muitas fibras terminam em núcleos sensitivos do tronco encefálico (grácil, cuneiforme, núcleos sensitivos do trigêmeo e núcleo do trato solitário), relacionando-se com o controle dos impulsos sensoriais. 
· Enquanto fibras do trato corticoespinhal são fundamentalmente cruzadas, o trato corticonuclear tem grande número de fibras homolaterais. 
· A maioria dos músculos da cabeça está representada no córtex motor dos dois lados, sendo mais acentuadas em músculos que não podem ser contraídos voluntariamente de um lado só. Esses músculos não sofrem paralisia quando o trato corticonuclear é lesado apenas de um lado, mas pode haver ligeiro enfraquecimento dos movimentos da língua, pois sua representação no córtex motor é predominantemente heterolateral, e uma paralisa dos músculos da metade inferior da face., com representação heterolateral. 
· Neurônios motores dos núcleos do nervo facial (inervam músculos da metade inferior da face) recebem fibras corticonucleares do córtex do lado oposto. 
· Neurônios motores responsáves pela inervação da metade superior da face recebem fibras corticonucleares do córtex dos dois lados, distinguindo-se as paralisias centrais das periféricas. 
 
C. Trato rubroespinhal: 
· Bem desenvolvido em animais. 
· Juntamente com o trato corticoespinhal lateral controla a motricidade voluntária dos músculos distais dos membros, músculos intrínsecos e extrínsecos da mão. 
· No homem, número reduzido de fibras. 
· Origem no núcleo rubro do mesencéfalo, decussa e reúne-se ao trato corticoespinhal no funículo lateral da medula. 
· Principal aferência para o núcleo rubro: área motora primária (via córtico-rubroespinhal). Via indireta. 
· Controle da motricidade voluntária da musculatura distal dos membros. 
· Em lesões do trato corticoespinhal, o trato rubroespinhal pode recuperar funções da mão. 
 
D. Trato tetoespinhal: 
· Origem no colículo superior que recebe fibras da retina e do córtex visual. 
· Situa-se no funículo anterior dos segmentos mais altos da medula cervical, onde estão os neurônios motores responsáveis pelo movimento da cabeça, pertecendo ao sistema anteromedial da medula. 
· Reflexos visumotores em que o corpo se orienta a partir de estímulos visuais. 
 
E. Tratos vestibuloespinhais: 
· São dois, medial e lateral. 
· Origem nos núcleos vestibulares do bulbo e levam aos neurônios motores da medula os impulsos nervosos necessários para a manutenção do equilíbrio, a partir de informações que chegam nesses núcleos vindas da parte vestibular do ouvido interno edo vestibulocerebelo. 
· Mantém a cabeça e olhos estáveis diante de movimentos do corpo. 
· Projetam-se para a coluna lombar, ativando os músculos extensores (antigravitacionais) das pernas. 
 
F. Tratos reticuloespinhais: 
· Promovem ligação de várias áreas da formação reticular com os neurônios motores da medula. 
· Nas áreas de formação reticular chegam informações de setores diversos do SNC, como cerebelo e córtex pré-motor. 
· São dois: 
· Trato reticuloespinhal pontinho: aumenta reflexos antigravitacionais da medula, facilitando os extensores e a manutenção da postura ereta. Mantém o comprimento e a tensão muscular. 
· Trato reticuloespinhal bulbar: efeito oposto, liberando os músculos antigravitacionais do controle reflexo. Relaxamento da musculatura extensora. 
· Controlam movimentos voluntários e automáticos, pelos músculos axiais e proximais dos membros. 
· Pertencem ao sistema medial da medula. 
· Aferências vindas da área pré-motora – determinam o grau adequado de contração dos músculos, colocando o corpo em uma postura básica, ou postura de partida, necessária à execução de movimentos pela musculatura distal dos membros. 
· Um trato das vias mediais dá suporte básico para a execução de movimentos finos controlados pelas vias laterais. 
· Mesmo após lesão do t. corticoespinhal, a motricidade voluntária das musculatura proximal dos membros e mantida, permitindo a movimentação do braço e da perna. 
· Controle do tônus e postura: nível medular através de reflexos miotáticos, modulados por influências supramedulares trazidas pelos tratos reticuloespinhais e vestíbulo-espinhal, agindo sobre os neurônios alfa e gama. 
· Ou seja: juntamente aos tratos vestibuloespinhais mandam fibras para os neurônios medulares controlando o tônus muscular. 
· Rigidez de descerebração: hipertonias em alguns grupos musculares pelo desequilíbrio das influências desses tratos. 
· Espasticidade: hipertonias que se seguem aos AVC. 
 
3. VISÃO CONJUNTA DAS VIAS MOTORAS SOMÁTICAS: 
· Principais estruturas relacionadas com a motricidade somática: córtex motor, cerebelo, corpo estriado, núcleos motores do tronco encefálico e medula espinhal (coluna anterior e funículos lateral e anterior). 
· Conexões do cerebelo com suas projeções para o córtex via tálamo e para o neurônio motor, via núcleo rubro, núcleos vestibulares e formação reticular. 
· Conexões do corpo estriado com o córtex cerebral através do circuito cótico-estriado-tálamo-cortical. 
· Todas as vias que influenciam a motricidade somática convergem sobre o neurônio motor que, por sua vez, inerva a musculatura esquelética. 
· Os neurônios motores também recebem fibras envolvidas nos reflexos integrados da medula, como o reflexo miotático. 
· Neurônio motor: via motora final comum de todos os impulsos que agem sobres os músculos estriados esqueléticos. 
 
4. ORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO VOLUNTÁRIO: 
· Área motora primária é apenas executora de um programa motor previamente elaborado em outras áreas. 
· Organização do ato motor voluntário: 
· Etapa de preparação: termina na elaboração de um plano motor. Envolve áreas motoras de associação do córtex cerebral em interação com o cerebelo (cérebrocerebelo) e corpo estriado (núcleos da base). 
· Etapa de execução: área motora primária, área pré-motora e suas ligações diretas e indiretas com os neurônios motores. Há também mecanismos de ajustes e correção do movimento já iniciado no espinocerebelo. 
· Potenciais de preparação: nas áreas de associação do córtex, como área motora suplementar, até um pouco antes do início do movimento, seguindo-se da ativação das áreas pré-motora e motora e início do movimento. 
· Corpo estriado e núcleo denteado do cerebelo são ativados desde o início do movimento. 
· Intenção: área pré-frontal. Informações são transmitidas para as áreas encarregadas de elaborar o programa motor: zona lateral do cerebelo (cerebrocerebelo), através da via corticopontocerebelar, o corpo estriado e a área motora suplementar. 
· Nessas áreas é elaborado um plano motor, definindo quais músculos serão contraídos, como o grau e sequencia temporal das contrações. 
· Programa motor é enviado para a área motora primária, principal responsável pela execução do movimento. 
· Ativação de determinados neurônios corticais, via trato corticoespinhal, determinando a contração na sequencia adequada. 
· Vias mediais da medula (t. vestibuloespinhais e retículoespinhais): ativadas para ajustes de postura e da musculatura proximal dos membros. 
· Informações sobre as características do movimento, detectados por receptores proprioceptivos, são levados à zona intermédia do cerebelo – espinocerebelo - pelos tratos espinocerebelares, permitindo ajustes por retroalimentação. 
· Cerebelo: compara as características do movimento em andamento com o programa motor, promovendo correções necessárias por anteroalimentação, agindo sobre a área motora pela via interpósito-tálamocortical. 
· Após tocar o alvo, informações sensoriais proprioceptivas geram ajustes por retroalimentação para a força do movimento. 
· Ajustes posturais também são feitos por retroalimentação. 
· Trato reticuloespinhal pontinho mantém a postura ereta imóvel. 
· Informação gerada em um movimento é usada em movimentos futuros através do aprendizado motor, cargo do cerebelo. 
· Via corticoretículoespinhal: contração adequada de músculos do tronco e da musculatura proximal dos membros, mantendo postura apropriada. Atuam também o t. corticoespinhal, vestibulocerebelo e zona medial do cerebelo que atuam pelos tratos vestibuloespinhas e reticuloespinhais. 
 
5. MOVIMENTOS OCULARES: 
· Neurônios motores responsáveis por esses movimentos: nervos abducente, troclear e oculomotor. 
· Não recebem aferências diretas do córtex cerebral, mas somente através do colículo superior e formação reticular. 
· Dois centros de formação reticular relacionada com o movimento dos olhos: 
· Movimentos horizontais: na ponte. 
· Movimentos verticais: no mesencéfalo 
· Quando os centros atuam simultaneamente, os movimentos são oblíquos. 
· Esses centros recebem aferências dos colículos superiores ou diretamente do campo ocular frontal (parte da área 8 do córtex cerebral). 
· Impulsos nervosos se originam na retina ou no córtex. 
· Os olhos se movem a partir de estímulos vestibulares, onde os movimentos oculares se fazem em direção oposta ao da cabeça. 
 
6. LOCOMOÇÃO: 
· Ocorrem movimentos alternados de flexão e extensão das pernas. 
· Caráter rítmico e repetitivo: controlada automaticamente em nível medular. 
· Movimentos são mantidos mesmo com perca de todas as aferências sensoriais e supramedulares da substância cinzenta. 
· Depende do centro situado na medula lombar, capaz de manter o movimento automaticamente e sem qualquer aferência. Contém circuitos neurais com neurônios capazes de disparar potenciais de ação espontaneamente, na ausência de aferências. 
· Centro é comandado por outro centro locomotor situado no mesencéfalo, exercendo ação pelos tratos reticuloespinhais, determinando o início, fim e velocidade da locomoção. 
· Após secção da medula: movimentos raros automáticos de marcha. 
· No homem, há um centro que permite a locomoção automática. 
 
7. LESÕES DAS VIAS MOTORAS:  Síndrome do neurônio moto inferior: 
· Ocorre na paralisia infantil (poliomielite). 
· Destruição do neurônio motor inferior situado na coluna anterior da medula ou em núcleos motores dos nervos cranianos. 
· Paralisia com perda de reflexos e do tônus muscular (paralisia flácida). 
· Depois de algum tempo: hipotrofia dos músculos inervados por essas fibras. 
· Síndrome do neurônio motor superior: 
· Ocorre nos AVCs que acontecem com maior frequência na cápsula interna e causam paralisia na metade oposta do corpo – hemiplegia. 
· Paralisia espástica (com hipertonia e hiperreflexia). o Presença de sinal de babinski (lesão exclusiva do trato corticoespinhal). o Não há hipotrofia muscular, pois o neurônio motor inferior está intacto. 
· Aumento da excitabilidade dos motoneurônios alfa e gama, decorrente da lesão defibras que geralmente exercem ação inibitória sobre eles, como algumas fibras reticuloespinhais. 
· Pode ser utilizado o nome síndrome piramidal (impróprio). 
· Envolvem os tratos corticoespinhal, corticoretículospinhal e corticorubroespinhal. 
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