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AO DOUTO JUÍZO DA __ VARA DO JUÍZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ PROCESSO Nº: XXXXXXXXXXXXXXX José Maria, já qualificado nos autos em eígrafe, vem por seu advogado subscrito, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, tempestivamente, nos termos dos artigos 41 e seguintes da Lei 9.099/95, interpor o presente RECURSO INOMINADO em face da douta Sentença de 1º grau julgou parcialmente procedente a presente ação de Desfazimento de Negócio Jurídico c/c Reparação de danos materiais e morais, com as razões anexas, Requerendo que as mesmas sejam remetidas à Turma Recursal do Egrégio Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Requer ainda, o recebimento do presente recurso sob assistência judiciária, já que o Autor está impossibilitado de pagas as custas desta ação sem prejuízo de seu sustento. Nestes termos, Pede deferimento. Local e Data Advogado OAB RAZÕES DO RECURSO INOMINADO EGRÉGIA TURMA RECURSAL DOS JUIADOS ESPECIAIS CÍVEIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. AÇÃO: DESFAZIMENTO DO NEGÓCIO JURÍDICO C/C REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS. PROCESSO Nº: XXXXXXXXXXXXXXX COMARCA DE ORIGEM: VARA DO JUÍZADO ESPECIAL CÍVEL DE CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ. RECORRENTE: JOSÉ MARIA (AUTOR) RECORRIDO: LOJAS PONTO QUENTE (RÉU) EGRÉGIA TURMA RECURSAL, ÍNCLITOS JULGADORES! PRELIMINARMENTE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA Requer o Recorrente, à luz do parágrafo único do art. 54 da Lei 9.099/95, a isenção do pagamento de custas e preparo, haja vista ser o mesmo hipossuficiente, não tendo meios de arcar com a referida despesa, conforme documento comprobatório já anexado nos autos em epígrafe, de acordo com os arts. 98 e 99 do NCPC. RESUMO DA DEMANDA Trata-se de Recurso Inominado, interposto por José Maria, inconformado com a sentença de 1º grau que julgou parcialmente procedente a presente Ação de Desfazimento do negócio jurídico c/c Reparação de danos morais e materiais, que foi movida em face da loja Ponto Quente. Ressalta-se todo o transtorno vivenciado pelo Recorrente ao tentar solucionar seu problema, que conforme fica evidenciado no autos, em nenhum momento a Ré se prontificou a solucionar o transtorno causado. Com efeito, Eméritos Julgadores, em que pese o saber jurídico inquestionável do eminente Julgador da Instância Singular, não primou à decisão atacada pela justa aplicação da lei aos fatos. Com fulcro no artigo 487, I do Código de Processo Civil, o Juízo a quo julgou parcialmente procedente a ação proposta pela autora e condenou a Ré a restituir a quantia de R$2.000,00 a título de dano moral, deixando de reconhecer o dever de restituir o autor pelos danos materiais. RAZÕES PARA REFORMA Conforme apresentado na exordial o recorrente adquiruiu uma máquina de lavar no site da recorrida, na qual o prazo previsto para a entrega seria de 10 dias corridos. Ocorre que o produto não foi entregue na data prevista, ultrapassando o prazo somados 20 dias, o Recorrente tentou fazer diversos contatos sem obter sucesso para resolver a questão. Tal situação fez com que o Recorrente procurasse uma loja física para comprar o mesmo produto pelo dobro do preço, considereando que a máquina de lavar era um presente de casamento para um casal de amigos, e visto que havia se comprometido ele passaria constrangimento caso não etregasse o presente na data do casamento. Salienta que o referido produto foi entregue dois meses depois da compra, tempo suficiente para o Requerente desistir da compra, visto que perdera o seu objetivo. O direito à indenização por danos morais encontra-se expressamente consagrado no Código Civil, em seu artigo 186 e seguintes, conforme transcrevo: “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” ”Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.” Bem como ao atingir a moralidade e a afetividade da pessoa, causando-lhe constrangimentos, vexames, sentimentos e sensações negativas, este dano ofende a moral do consumidor, devendo o fornecedor ser responsabilizado, de acordo com o art. 927 do Código Civil: ”Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.” Neste contexto, podemos citar o Professor Yussef Said Cahali, que diz: “dano moral "é a privação ou diminuição daqueles bens que têm um valor precípuo na vida do homem e que são a paz, a tranqüilidade de espírito, a liberdade individual, a integridade individual, a integridade física, a honra e os demais sagrados afetos, classificando-se desse modo, em dano que afeta a parte social do patrimônio moral(honra, reputação, etc.) e dano que molesta a parte afetiva do patrimônio moral (dor, tristeza, saudade, etc.), dano moral que provoca direta ou indiretamente dano patrimonial (cicatriz deformante, etc.) e dano moral puro (dor, tristeza, etc.)" (obra citada, p. 20).” A configuração da má prestação dos serviços já se encontra nos autos, tendo em vista que todos os elementos comprobatórios se fazem acostados ao mesmo. Ressalta-se ainda que a Recorrida em momento algum anexa aos autos qualquer conteúdo capaz de comprovar minimamente que os fatos alegados pelo autor são inverídicos, tendo inclusive colaborado com os argumentos do Recorrente. Salienta-se, ainda, os transtornos sofridos pelo Recorrente, que tentou, por diversas vezes, solucionar os seus conflitos junto a Recorrida, que por absoluto descaso não atendeu as solicitações do mesmo, o que gerou todo esse transtorno. Eméritos julgadores, a indenização por danos morais que se pleiteia é direito constitucional a todos. E no ordenamento jurídico infraconstitucional, além do CDC, está no Código Civil de 2002 a defender o mesmo direito dos Requerentes. Com efeito no artigo 927 do CC – a obrigação de reparar recai sobre aquele que causar dano a outrem por ato ilícito. No CDC, a indenização por dano moral se encontra nos incisos VI e VII do artigo 6º. Ademais, a responsabilidade por falha na prestação dos serviços é objetiva no artigo 14 do CDC: ”Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. § 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - o modo de seu fornecimento; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi fornecido.” Conforme extraído da Sentença fora condenada a Recorrida, somente o singelo valor de R$2.000,00 a título de dano moral, não deferindo dano material nenhum ao Requerente que pagou por duas máquinas de lavar. O dano material é aquele que afeta diretamente o patrimônio ofendido. Está transcrito no artigo 5º, inciso V da CF. “V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;” Bem como, considerando o fato do Requerente ter se comprometido a entregar o presente, e caso não cumprisse ele passaria por grande constrangimento, cito aqui o inciso V do artigo 5º da CF: ”X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;” Portanto, é indiscutível a responsabilidade da Recorrida em indenizar o Recorrente em virtude da falta de compromisso em entregar o produto no prazo, bem como a falta de interesse em resolver o problema sem ao menos uma justificação. Visto que o Recorrente pagou pelo produto e não ficou em posse do mesmo, lesando o seu patrimônio. Maria Helena Diniz assevera: ”O dano patrimonial vem a ser a lesão concreta que afeta um interesse relativo ao patrimônio da vítima, consistente na perda ou deterioração, total ou parcial, dos bens materiais que lhe pertencem, sendo suscetível de avaliação pecuniária e de indenização pelo responsável (…)”. Diante do exposto, espera o Recorrente que se dê provimento ao presente recurso conhecido, no sentido de ter reformada a sentença recorrida em relação ao pedido de danos morais, em seu favor, nos termos da exordial, condenando a Recorrida ao pagamento de indenização a título de danos materiais, em caráter punitivo-pedagógico, tendo em vista os transtornos ocasionados ao Recorrente. PEDIDOS Pelo exposto, requer o recorrente: 1. Deferir a Gratuidade de Justiça nos termos do artigo 98 do CPC, uma vez que o Recorrente não possui condições de arcar com as custas do processo conforme declaração de hipossuficiência e documentos anexos. 2. Receber o presente recurso, para que seja julgado totalmente procedente o pedido do pagamento de indenização a título de danos morais sofridos em decorrência do transtorno que esse lhe causou. 3. Receber indenização a título de danos materiais compensatório para o dano suportado pelo Recorrente. 4. Seja a Recorrida condenada ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios. Pede deferimento. Campos dos Goytacazes, (data) Advogado OAB
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