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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CAMPUS NIQUELÂNDIA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MINERAÇÃO VICTOR HUGO BERNARDO DA SILVA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO BACALHAU, MUNICÍPIO DE NIQUELÂNDIA, GOIÁS. NIQUELÂNDIA - GO 2017 VICTOR HUGO BERNARDO DA SILVA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO BACALHAU, MUNICÍPIO DE NIQUELÂNDIA, GOIÁS. Relatório Monográfico apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Mineração da Universidade Estadual de Goiás, como requisito para a conclusão de Curso e obtenção do titulo de Tecnólogo em Mineração. Orientador (a): Prof. Ma. Priscila Maia Barbosa Co-Orientador (a): Prof. Ma. Janete Rêgo Silva NIQUELÂNDIA - GO 2017 VICTOR HUGO BERNARDO DA SILVA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO BACALHAU, MUNICÍPIO DE NIQUELÂNDIA, GOIÁS. Relatório Monográfico Apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Mineração da Universidade Estadual de Goiás – Campus Niquelândia, sendo requisito para a obtenção do titulo de Tecnólogo em Mineração. AGRADECIMENTOS A Deus por ter me dado revelação de sua graça e me ter proporcionado sabedoria, crescendo de gloria em gloria. A Universidade Estadual de Goiás, por todas as portas abertas que pode aproveitar. A orientadora Priscila Maia Barbosa por toda dedicação em me orientar, e por sua paciência e incontáveis horas de orientação. A Janete Rego Silva que também não mostrou impaciência em suas orientações. Aos colegas de cursos, que contribuíram direta ou indiretamente para o realizar deste trabalho, em especial, a Yuri Felipe Ambrósio, Kayo Felipe Navarro de Souza, Wallison Lousada Coelho, Lourenço de Oliveira Pereira, Ethiene Pereira Silva, Valeria Arcanjo, Elisvani Martins, Amanda Manoela e outros. Deixo aqui o muito obrigado! “... Niquelândia tem um perfil nobre, como o de um acadêmico sonhador, que procura nos livros o crescimento constante, enquanto planta gerânios em janelas festivas”. “... Niquelândia guarda segredos provincianos nos seios tortuosos de sua “Rua Direita”... Com suas casas silenciosas, muros entorpecidos e mangueiras frondosas”. “Terra mais acolhedora não há”. Inez de Fatima Silva Curado Santos RESUMO SILVA, Victor Hugo Bernardo da. Avaliação de Impactos Ambientais na Bacia Hidrográfica do Córrego Bacalhau, Município de Niquelândia, Goiás. Orientadora: Priscila Maia Barbosa. Niquelândia - GO, UEG/Universidade Estadual de Goiás, 2017. Este trabalho apresenta resultados de impactos ambientais dentro e fora de uma área urbana, contidos em uma região hidrográfica, a saber, a do córrego Bacalhau, no município de Niquelândia, Goiás. Os resultados foram obtidos através de uma metodologia simples e prática que se embasa na verificação da fisiografia como elemento de avaliação da degradação ambiental. A Bacia Hidrográfica é delimitada pelos divisores de águas, onde formam canais captadores de água, desaguando esses, em um único curso principal, até ter fim no exutório. A pesquisa buscou avaliar a intensidade da população e suas atividades na bacia e consequências dessas ações sobre a mesma. Os impactos ambientais advêm dos processos antrópicos onde o mesmo está inserido. Este tem a necessidade de utilizar o meio ambiente para o seu desfrute, onde a má ordenação é um dos fatores negativos, sendo que não há um planejamento adequado para utilizá-lo, muito menos para restaurá-lo. As áreas de ocupação urbana próxima as Áreas de Preservação Permanente (APP’s) devem ser por lei, mantidas preservadas, com uma unidade métrica especifica, referente à largura do rio, lago ou córrego. A cobertura vegetal da bacia hidrográfica do córrego Bacalhau é um tanto quanto ausente, com poucas áreas remanescentes, incluindo a zona de preservação permanente. Palavras-chave: Bacia Hidrográfica. Recursos Naturais. Impactos Ambientais. RESUMEN SILVA, Victor Hugo Bernardo da. Avaliación de Impactos Ambientales en la Cuenca Hidrográfica del Corriente Bacalhau, ciudad de Niquelândia, Goiás. Orientadora: Priscila Maia Barbosa. Niquelândia – GO, UEG/Universidad Estadual de Goiás, 2017 Este trabajo presenta resultados de impactos ambientales dentro y fuera de una zona urbana y rural, en un territorio de cuenca hidrográfica, la del Corriente Bacalhau. Los resultados fueron obtenidos por una metodología simple y práctica, la verificación del paisaje como indicadores de evaluación de degradación ambiental. La cuenca hidrográfica es delimitada por los divisores de agua, donde se crean canales captadores, que caen en un rio principal y convergen hasta su puento final, el exutório. La investigación buscó evaluar la intensidad y aticvidades de la poblacion y sus consequências. Los impactos ambientales provienen de los procesos antrópicos donde lo mismo esta incluido. El hombre tiene la necesidad de utilizar aquello que el médio ambiente le ofrece a modo de recurso natural para su mejor calidad de vida, modificando asi la calidad de los suelos, vegetación, el agua y toda el paisage. Las zonas de preservación permanente con ocupación del hombre deben ser, por ley, protegidas, con un perimetraje especifico de bosque de ribera a su alrededor en relación con el en ancho del rio o corriente. La vegetación de la cuenca hidrográfica del corriente Bacalhau es deficiente, con la presencia mínima de remanentes en la zona de preservación y en toda la extensión de la cuenca. Palabras-clave: Cuenca Hidrográfica. Recursos Naturales. Impactos Ambientales. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Regiões Hidrográficas do Brasil..................................................................19 Figura 2:Localizaçao da Bacia Hidrográfica do Bacalhau dentro de bacias menores......................................................................................................................20 Figura 3: Ocupação urbana próxima a APP...............................................................27 Figura 4: Representatividade Supervisionada de Ambientes....................................28 Figura 5: Supressão vegetal junto ao Córrego...........................................................29 Figura 6: Queimada a beira do Córrego.....................................................................30 Figura 7: Acumulo de lixo no Córrego Bacalhau........................................................31 Figura 8: Visualização do Córrego praticamente seco e extensa erosão com depósito de resíduos acima do barranco..................................................................................31 Figura 9: Situação do solo com presença de erosão.................................................32 Figura 10: Apropriação humana na APP....................................................................33 Figura 11: Situação atual da Área de Preservação Permanente...............................34 Figura 12: Baixo volume de agua no Córrego Bacalhau............................................37 Figura 13: Coleta de Amostra de Água......................................................................38 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Resultado do Questionário Online.............................................................35 Quadro 2: Análise de Água: Parâmetros físico-químicos...........................................39 Quadro 3: Análise de Água: Parâmetros Microbiológicos..........................................40 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................9 1 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................... 13 1.1 Bacia Hidrográfica ........................................................................................... 13 1.2 Impacto Ambiental .......................................................................................... 13 1.2.1 Erosão ............................................................................................................ 13 1.2.2 Assoreamento .................................................................................................... 14 1.2.3 Poluição ............................................................................................................. 15 1.2.4 Eutrofização .................................................................................................... 15 1.2.5 Qualidade da Água .......................................................................................... 16 1.3 Planejamento e Gestão de Bacias Hidrográficas ...................................... 16 2. ÁREA DE ESTUDO........................................................................................ 19 2.1 Bacia Hidrográfica do Córrego Bacalhau......................................................... 21 2.1.1 História de Niquelândia ................................................................................... 21 3. METODOLOGIA ............................................................................................ 23 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 27 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 42 REFERÊNCAIS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 43 9 INTRODUÇÃO O processo de ocupação urbana vem aumentando significativamente ao logo dos anos. A necessidade que o homem tem de tomar posse de uma determinada área próxima a recursos naturais, onde pode se tirar proveito para suprir as necessidades humanas e obter uma melhoria na qualidade de vida, mostrou com o tempo que esses territórios vêm sofrendo grandes danos ambientais. O país está dividido em 12 bacias hidrográficas principais (Amazônica, Tocantins-Araguaia, Atlântico Nordeste Ocidental, Parnaíba, Atlântico Nordeste Oriental, São Francisco, Atlântico Leste, Paraguai, Paraná, Sudeste, Uruguai e Atlântico Sul), que nas quais, estão inseridas outras bacias de menor escalar. O estado de Goiás está inserido na bacia do Tocantins-Araguaia, bacia do Paraná e possui uma pequena porção na bacia do São Francisco (ANA, 2010). “Entende-se como bacia hidrográfica ou bacia de drenagem a área da superfície terrestre drenada por um rio principal e seus tributários, sendo limitada pelos divisores de água” (BOTELHO, 1999). Para Guerra et al. (2007) elas se caracterizam por serem constituídas por afluentes que convergem para um rio nas quais são divididas uma bacia de outra pelos divisores de água. É importante salientar que o ambiente hidrográfico é completo, ou seja, existe a presença de diversos recursos naturais, tais como, água, solo, vegetação, e por isso, serve de uso tanto para animais quanto para uso humano. Por consequência, seja esse o motivo onde se encontra o maior índice de problemas ambientais. Rocha (2008) argumenta que a bacia hidrográfica apresenta ambientes cheios de recursos naturais no qual o homem se introduz e é o principal agente acelerador dos desiquilíbrios ambientais. O autor diz ainda que; “A ocupação desordenada do território contíguo das bacias hidrográficas, com rápidas mudanças decorrentes das ações humanas, acelera os desequilíbrios nos solos, nas vertentes e encostas, nos vales fluviais e em toda a drenagem da bacia” (ROCHA, 2008, p. 3). Pela necessidade que o ser humano tem de se obter uma melhor condição de vida, isso o leva a entrar em um meio favorável e através de ações, causar mudanças em tal, já que a região hidrográfica apresenta recursos para seu desfrute. No entanto, as atividades antrópicas resultam em um amplo agravamento ambiental, 10 que podem levar à poluição e à contaminação de rios, solos, degradação, entre outros. Bertran (1985) retrata bem isso em seu trabalho sobre a história de Niquelândia. A obra aborda ainda sobre o grande período do ouro, no qual foi a principal atividade econômica por muitos anos. Durante esse período, de 1926 a 1750, tem-se o descobrimento de várias minas de ouro fazendo com que numerosas famílias migrassem para esses locais, formando pequenos povoados e por consequências, futuros municípios. Ou seja, a riqueza mineral e a diversidade de recursos naturais que os bandeirantes encontravam eram o motivo de se habituarem no local próximo e realizarem seus trabalhos e o principal fator do inicio de desequilíbrio ambiental. A resolução Conama n° 001/86 considera impacto ambiental como: Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais. Os impactos ambientais estão relacionado com o meio ambiente. Entende-se por meio ambiente como sendo o conjunto de todas as formas, leis e ambientes, tais como, fauna e flora, paisagístico, meio urbano, social e cultural. Esses meios que serão justamente afetados, podendo ser com consequências negativas ou positivas, geradas a partir de um agente causador, ou seja, o homem. Esta pesquisa tem como objetivo principal elencar os principais impactos ambientais encontrados na bacia hidrográfica do Bacalhau, identificando suas principais causas e relatando locais com maior magnitude, elaborando então, propostas que visam a recuperação e conservação desta bacia no município de Niquelândia, Goiás, de uma forma simples e prática. 11 A razão de se estudar uma bacia hidrográfica deve-se ao fato de que os recursos nela contidos são de extremo interesse humano, ou seja, é importante pelo que ela oferece para exploração. Além de abastecer uma cidade, ela garante a dessedentação de animais, usos agrícolas, alimentícios, conservação e usos domésticos e industriais da água. Ela se caracteriza por possuir essa pluralidade de usos. Em São Paulo, na bacia hidrográfica do Ribeirão Lajeado, Cazula e Mirandola (2010) discorrem sobre a importância que a bacia tem para o município por possuir recursos no qual trará benefícios para toda a população, tanto na zona urbana, quanto na zona rural. Entretanto, as diferentes atividades que o ser humano prática dentro desse ecossistema, modifica o meio ambiente, que pode se alastrar pela extensão da bacia, trazendo impactos para a biota e para a comunidade local, por consequências de seus atos. Guerra et al. (2007) argumentam que qualquer dano que uma bacia sofrer, terá consequências no seguimento da mesma. Dizem ainda que “Os processos de erosão de solos, bem como movimentos de massa, vão fazer com que o escoamento superficial transporte os sedimentos oriundos desses danos ambientais para algum rio que drena a bacia”, ou seja, toda atividade que seja degradante realizada a montante de um rio, certamente as consequências deste chegará ao final do seu curso, a jusante. Castro (2005) identificou alto índice de erosão na bacia hidrográfica do rio Araguaia. Silva et al. (2012), identificaram poluição na bacia hidrográfica do rio Cubatão no estado de São Paulo – SP, por vazamento de resíduos de óleo de uma determinada empresa. No município de Niquelândia, Silva e Pasqueletto (2008) relataram impactos ambientais no córrego Bacalhau,pela má ordenação da cidade. A ocupação desordenada da população causou danos ao rio pelo lançamento de lixo e esgoto doméstico, que levou a incidência de contaminação, poluição, erosão e sedimentação, gerando áreas degradadas. Portanto, mostra-se relevante a pesquisa e estudo de impactos ambientais dentro dos limites de uma bacia hidrográfica, verificando assim a intensidade da ação humana no ambiente com suas demasiadas atividades que geram impactos ambientais, trazendo consequências nocivas e perniciosas, mas não a um ambiente 12 apenas, e sim, igualmente, em diversos ecossistemas, onde cada qual tem seu ciclo natural que leva ao prosseguimento desse fator. A bacia hidrográfica do Rio Bacalhau, além de possuir um grande contexto histórico, há ainda valores ecológicos, preservação ambiental, ecossistemas, culturas, potencial turístico, riqueza de recursos minerais, potencial agrícola e uma gama de outros interesses que devem ser não só respeitados, como também preservados, conservando assim a identidade histórico-ambiental da bacia hidrográfica. 13 1. REFERENCIAL TEÓRICO Diversos autores discutem sobre impactos ambientais, onde o homem é o principal modificador do meio em que se vive. Pontes et al. (2016) discutem sobre análise do uso da terra e dos impactos ambientais em bacias hidrográficas, na região agreste do estado de Alagoas. Já Silva, Souza e Kayano (2007) analisaram a qualidade da água da bacia do rio Mundaú em Alagoas e Pernambuco, devido às ações antrópicas poluidoras. Acerca de rios assoreados, Hartwing (2011), identificou facilmente uma enorme extensão de assoreamento do rio Taquari, no estado do Rio Grande do Sul. Araújo et al. (2010) trouxeram um diagnóstico socioeconômico e ambiental causados pelo impacto da agropecuária as margens do Rio Piancó no estado da Paraíba. 1.1 Bacia Hidrográfica A bacia hidrográfica é uma área de captação natural de água da precipitação que faz convergir os escoamentos para um único ponto de saída, seu exutório. Uma bacia hidrográfica compõe-se basicamente de um conjunto de superfícies vertentes e de uma rede de drenagem formada por cursos de água que confluem até resultar um leito único do exutório (TUCCI, 2001). Em outro trabalho, Tucci e Mendes (2006) abordam que para cada seção de um rio existirá uma bacia hidrográfica, ou seja, para cada rio haverá uma bacia, ou cada rio possuirá, ou estará inserido em uma bacia hidrográfica. 1.2 Impacto Ambiental Impacto ambiental é a alteração da qualidade ambiental que resulta da modificação de processos naturais ou sociais provocada por ação humana (SÁNCHEZ, 2013). Portanto impacto ambiental nada mais é do que as modificações do meio causadas pelas ações humanas. Sánchez (2013) deixa bem claro isso, que o impacto é o resultado da ação, ou seja, existe a ação, e devido a esta ação foi provocado o impacto. 1.2.1 Erosão A erosão é um processo que tem ocorrência natural na superfície terrestre. É o processo de desprendimento e arraste acelerado das partículas do solo causado 14 pela água e pelo vento (BERTONI e LOMBARDI NETO, 2010, p. 68). E tem seu início nas precipitações (PRUSKI, 2009). Portanto, a água e o vento são os principais agentes causadores de erosão, fazendo a retirada de material do solo. O impacto que a água traz para construção de erosões tem seu início pelas chuvas. As gotas das chuvas rompem o solo, desprendendo materiais, causando também compactação deste solo, o que resultará na dificuldade de penetração dessa água, que por sua vez, o acumulo de água na superfície também será maior (BERTONI e LOMBARDI NETO, 2010). Do volume total precipitado, parte é interceptada pela vegetação, enquanto o restante atinge a superfície do solo, provocando umedecimento dos agregados do sole e reduzindo suas forças coesivas (PRUSKI, 2009, p. 24). Entretanto, as atividades antrópicas no relevo faz com que esse fenômeno erosivo avance gradativamente. A retirada de vegetação não somente desprotege o solo, mas abre portas para outro impacto, que é a remoção do habitat da fauna. Uma das consequências mais negativas da agricultura é a erosão dos solos, ocasionada devido às práticas incorretas de manejo dos solos (ARAUJO, et al. 2010). A erosão dos solos afeta as águas com o aporte de sedimentos, carregados de nutrientes, provocando a assoreamento e eutrofização de rios, barragens e lagos, bem como a contaminação por resíduos de agroquímicos (ARAUJO, et al. 2010). O superpastoreio também é um agente negativo no solo. Ele intensifica a compactação dos solos e a subtração da cobertura vegetal, favorecendo o processo de erosão (ARAUJO, et al. 2010). 1.2.2 Assoreamento O assoreamento tem ocorrência a partir de erosões. Bertoni e Lombardi Neto relatam de outra forma, relacionando o assoreamento como sedimentação. A sedimentação é ocasionada pela erosão (BERTONI e LOMBARDI NETO, 2010, p. 327). A perda desses sedimentos varia de acordo com o uso da terra. O solo, depois de retirado de seu lugar de origem pela chuva e pela enxurrada, é transportado morro abaixo, até ser depositado em baixadas, e, por fim, chega a rios e lagos, havendo perda de solo, causando alterações físicas, e assoreamento dos 15 rios e lagos, isto é, acumulo de sedimentos. O assoreamento é um processo inevitável, embora passível de algum controle e afeta os reservatórios, implicando a diminuição do seu volume de água utilizável e reduzindo a quantidade de energia gerada (CABRAL, 2006). “Os fatores que contribuem para o transporte dos sedimentos são vários, podem-se citar como principais: quantidade e intensidade das chuvas; tipo de solo e litologia; tipo de cobertura e uso do solo; topografia; escoamento superficial; características do material de alteração da rocha; e as condições morfológicas do canal” (CABRAL, p. 5, 2006). Normalmente, os estudos sobre a produção de sedimentos em bacias são feitos a partir de programas de monitoramento da descarga sólida ou por meio de medição do volume de sedimentos acumulados (CABRAL, 2006). 1.2.3 Poluição A poluição causa degradação do meio ambiente natural, atingindo diretamente o ar, a água e o solo, e também prejudicando a flora e a fauna (TRIGUEIRO, 2014). Este afirma ainda que a poluição pode ser compreendida como qualquer introdução no ambiente de energia, matérias sólidas, líquidas ou gasosas do que a capacidade ambiental pode suportar, gerando diferenças nas características do ambiente, fazendo com que gere danos a qualquer ser vivente. Sánchez (2013) traz uma definição curiosa. Ao usar a tradução de polluere no latim, que significa sujar, profanar, manchar, o autor expressa que poluição é profanar a natureza, sujando-a, isto é, toda atividade do homem no ambiente que causa sujeira e afeta a vida humana e animal. 1.2.4 Eutrofização Eutrofização refere-se ao processo pelo qual os ambientes aquáticos sofrem um enriquecimento em nutrientes, principalmente do fósforo e do nitrogênio (LOPES, et al. 2015). O problema desse impacto ambiental é a proliferação de cianobactérias que podem produzir toxinas fatais aos animais e também aos seres humanos (FIQUEIRÊDO, et al. 2007). “Em função da eutrofização, muitos reservatórios e lagos no mundo já perderam sua capacidade de abastecimento de 16 populações, de manutenção da vida aquática e de recreação” (Figueiredo, et al., 2007). A vulnerabilidade ou fragilidade ambiental está relacionada com a susceptibilidade de uma área em sofrer danos quando submetida a uma determinada ação (FIGUEIREDO, et al., 2007). “Quanto maior a vulnerabilidade da bacia, menor a chance de recuperação do ambiente. Conhecer a vulnerabilidade de uma área a determinados fatores de pressão ambiental auxilia na priorização de investimentospúblicos, normalmente escassos” (FIGUEIREDO, et al. 2007). 1.2.5 Qualidade da Água Quando falamos de contaminação das águas, não estamos referendo-nos somente ao perfil de pureza, outrossim, de sua qualidade referente as características físicas, químicas e biológicas, onde, a partir de então, nos revela diferentes finalidades para seu uso. Esse padrão é medido conforme a Resolução número 20 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), onde são estabelecidos parâmetros para sua utilização, se possível ou não, conforme as substâncias potencialmente prejudiciais. A contaminação das águas se dá por atividades de agricultura, despejo de esgoto e lixos domésticos. Os agroquímicos é uma constante nas propriedades agrícolas e produzem impactos sobre a saúde humana, poluindo as águas, o solo e o ar, prejudicando a flora e a fauna (ARUAJO, et al. 2010). “A poluição causada pela agricultura pode ocorrer de forma pontual ou difusa. A pontual refere-se, por exemplo, a contaminação causada pela criação de animais em sistemas de confinamento, onde grandes quantidades de dejetos são produzidos e lançados diretamente no ambiente ou aplicados nas lavouras. Já a poluição difusa é aquela causada principalmente pelo deflúvio superficial, a lixiviação e o fluxo de macroporos que, por sua vez, estão relacionados com as propriedades do solo como a infiltração e a porosidade” (MERTEN, 2002). A contaminação das águas por inserção de dejetos humanos diretamente no rio se dá pela falta de instalação de um sistema de esgoto no município. 1.3 PLANEJAMENTO E GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS Atualmente há ferramentas para a gestão dos recursos hídricos. Isso se deve a partir da Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH), lei essa que criou o 17 Sistema Nacional dos Recursos Hídricos (Singreh) tornando o gerenciamento de Bacia Hidrográfica mais fácil e prático. Sancionada em 8 de Janeiro de 1997, a lei n° 9.433/97 ou lei das águas, foi o maior avanço ambiental para a assegurar a proteção das águas brasileiras. Essa lei instituiu a Politica Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH), que criou o Sistema Nacional dos Recursos Hídricos (Singreh), regulamentando o que já dizia a Constituição Federal de 1988, no Art. 21, inciso XIX, “instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de diretos de seu uso”. Até então, o país não possuía uma gestão adequada das águas. A primeira lei a tratar de recursos hídricos no país foi o Código das Águas datado de 1954. Foi a partir da Constituição de 1988 que houve o reconhecimento da necessidade da proteção das águas incluindo a gestão dos recursos hídricos ao meio ambiente, no que se deu a criação da lei n° 9.433 e suas devidas atribuições. Portanto, a proteção das águas contra diversos tipos de ameaças que se resume em normas legais que apresentam uma metodologia renovada, baseada no planejamento, regularização e controle de utilização de acordo com padrões definidos da Politica Nacional de Recursos Hídricos é executados através de um Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Os principais fundamentos que a Lei baseia-se estão descritos no artigo primeiro, onde são já princípios da PNRH, que são: I. A água é um bem de domínio publico; II. A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; III. Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; IV. A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplos das águas; V. A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; VI. A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades. 18 A gestão adequada de bacias hidrográficas necessita, antes de tudo, de um planejamento socioeconômico ambiental, a fim de buscar soluções que se enquadrem dentro dos limites da capacidade de suporte ambiental desta bacia (ARAUJO et al. 2006). Sendo assim, é importante conhecer cada esfera encontrada dentro dessa região hidrográfica. “A caracterização e o conhecimento da capacidade de suporte, dos riscos e impactos ambientais e dos objetivos de qualidade ambiental intrínseco às unidades socioeconômicas, tais como: comunidades, famílias rurais e produtores, inseridas na unidade biogeofísicas, que é a sub-bacia hidrográfica” (ARAUJO, et al 2006). Araújo et al. (2006) ainda implica que na etapa de planejamento é necessário que toda comunidade participe, juntamente com proprietários rurais e poder público, de maneira que esses usuários dos recursos naturais possam negociar e acatar as normas e diretrizes de uso, de conservação e desenvolvimento de seu território de forma sustentada. 19 2. ÁREA DE ESTUDO O Brasil é dividido em 12 regiões hidrográficas principais. São áreas de maiores escala, contanto nelas bacias de menor porte, uma dentro de outra. A figura 1 mostra as principais regiões hidrográficas do país. A Bacia Hidrográfica Tocantins Araguaia possui uma área total de 921.921 km² (11% do território Nacional), seguindo o sentido Sul-Norte, e desaguam na Baía da Ilha de Marajó (ANA, 2010). A bacia é formada por outras 3 sub bacias, que são: Tocantins Baixo; Tocantins Alto e Araguaia. Ela está distribuída em 5 estados brasileiros, sendo Maranhão com (3,8%), Mato Grosso com (14,3%), Pará com (20,8%), Goiás com (26,8%), e Tocantins com (34,2%), além ainda da pequena porção pelo Distrito Federal com 0,1% (PNRH, 2006). Figura 1: Regiões Hidrográficas do Brasil Fonte: Autor, 2017 A região é retratada em dois biomas, floresta amazônica e cerrado. Com o início dos avanços tecnológicos, industrialização, agropecuária, mineração e expansão populacional, houve uma intensificação no desmatamento na década de 70. Atualmente, o desmatamento se da pela supressão vegetal para aproveitamento madeireiro nos estados de Pará e Maranhão. A população nessa região hidrográfica 20 no ano de 2010 chegava a 8,6 milhões de pessoas (cerca de 4,5% do total nacional), e 76% desse total é área urbana. Em menor proporção, temos a Bacia Hidrográfica do Alto Tocantins, com uma área de aproximadamente 12.380.000 hectares, onde engloba partes das Unidades Federativas de Goiás, Tocantins e Distrito Federal, sendo o estado de Goiás com maior representatividade desta bacia. Caracteriza-se por ser uma bacia central de suma importância, por estar inserida no domínio do cerrado, disponibilizando valores na produção agrícola e na produção de energia (ECODATA, 2007). Os estudos em bacias hidrográficas de menor escala são fundamentais para geração de conhecimento regionalizado, ou seja, uma maneira eficiente de conhecer o ambiente estudado em um perímetro reduzido para a aplicação de um território maior. A figura 2 mostra a delimitação das bacias (Tocantins-Araguaia; Alto Tocantins e Córrego Bacalhau) desde a maior até a de menor escala referente à área estudada. Figura 2: Localização da Bacia Hidrográfica do Bacalhau dentro de Bacias maiores. Fonte: Autor, 2017 21 A Bacia do Alto Tocantins é formada pelos rios Maranhão, Tocantizinho e Paranã. Seus principais afluentes são o rio Arraial Velho, rio Traíras, rio Bagagem, rio Verde, rio dos Patos e o rio das Almas (ECODATA, 2007). A topografia é marcada pela Serra Geral do Paranã, caracterizada por chapadões de relevo plano a ondulado com solos do tipo latossolos, oferecendo também trechos com cachoeiras e corredeiras com condições privilegiadas para o ecoturismo (ECODATA, 2007). Referente a impactos ambientais, o Jornal anhanguera 1° Edição, programa da TV Anhanguera, acompanhou umaexpedição organizada pela ECODATA, na qual foi realizada do dia 7 ao dia 10 de Fevereiro de 2007, onde relataram imensas agressividades ao meio ambiente, como ambiental e socioeconômico. Durante o percurso, foi possível identificar inúmeras erosões, rios desprotegidos e mata ciliar substituída por canaviais. O turismo sem planejamento põe em risco o abastecimento de agua em Pirenópolis. Em Ceres o reflorestamento esta recuperando córregos e devolvendo vida as matas da região. 2.1 Bacia Hidrográfica do Córrego Bacalhau A Bacia Hidrográfica do Córrego Bacalhau com uma área de 494.236 km² está situada no município de Niquelândia, na mesorregião norte do estado de Goiás. Há ainda no município, outras formações de bacias, algumas como, Bacia Hidrográfica Rio do Peixe, Bacia Hidrográfica Rio Acaba Vida, Bacia Hidrográfica Bagaginha e Bacia Hidrográfica Rib. Cachoeirinha. O município apresenta potencial na produção agrícola, com destaque na plantação de soja, milho, arroz, feijão, mandioca, tomate e melancia (ECODATA, 2007). O Córrego Bacalhau possui um imensurável valor por fazer parte de uma história que chega a quase 3 séculos. 2.1.1 História de Niquelândia Com quase três séculos de existência, Niquelândia, o maior município do estado de Goiás carrega uma bagagem de história e segredos durante esses 282 anos. Fundada em 1735, por Manoel Rodrigues Tomar, o município não é conhecido apenas pelas grandes jazidas de Níquel, mas também, em um passado distante, pela grande ocorrência de ouro à beira de seus rios. 22 O autor Bertran (1985) ressalta que tudo começou com a chegada em Goiás, em 1726 do historiador Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera. Junto ao historiador, estava um de seus companheiros, Manoel Rodrigues Tomar, futuro fundador do município de Niquelândia. Portanto, a descoberta de Niquelândia está praticamente enraizada juntamente com a descoberta de Goiás. Essa afirmação certamente é válida, pois o fundador da Cidade de Goiás, Bartolomeu filho se instalou no município, na época Vila Boa, por volta do ano de 1726. Daí em diante inicia-se expedições à busca de riquezas em todo município, como em 1727 a descobertas de minas em Pirenópolis, antiga Meia-Ponte, até a descoberta de riquezas no município São José, conhecido hoje como Niquelândia. A nomeação das minas de ouro se dava de acordo com quem a pertencia. “Para um Custódio as lavras do Morro do Custódio, para um Barradas as minas do córrego Barradas, etc.” (BERTRAN, 1985). O único local que se diferenciou foi o córrego Bacalhau. O local era rico em pepitas de ouro e de acordo com o mandato do pertencente, os escravos deviam extrair não menos de 15 gramas de outro por dia. Assim, o escravo que não conseguia, era surrado com uma corda grossa por nome de Bacalhau. Devido a este fato, o córrego era mais conhecido como “o córrego das torturas e riquezas malditas” (BERTRAN, 1985). 23 3. METODOLOGIA A princípio, foi realizado um levantamento bibliográfico para servir de base como referencial teórico desta pesquisa. Pesquisas de autores como Bertoni e Lombardi Neto (2010); Botelho (1999); Lima et al. (2006); Pruski (2009); Sanchez (2013); Silva e Pasqueletto (2008); Silva, Souza e Kayano (2007); Sobral et al. (2007); trazem relatos sobre impactos ambientais e conceitos que foram importantes na construção deste trabalho. Os materiais utilizados compõem-se de bibliografias; Imagens de Satélite; Software Quantum Gis; GPS de Navegação; Máquina Fotográfica; Questionário online e Entrevistas. A parte de campo foi de suma importância na geração de informações para o desenvolvimento do trabalho. A aquisição dos dados somente foi possível a partir dos seguintes métodos: Coleta de Coordenadas Geográficas Registro fotográfico; Questionário online; Entrevista; Imagens de Satélite Na visita in loco em uma parte do curso do rio principal da bacia, os dados geográficos foram coletados a partir de um aparelho GPS de navegação, pontos esses que foram convertidos de Grau, Minuto e Segundo para Graus Decimais, para então ser possível a elaboração de mapas. O trajeto possibilitou averiguar a situação atual do estado de degradação ambiental do córrego, buscando índices visíveis de desmatamento, queimadas, poluição, erosão, assoreamento e dentre outros impactos, que foram registrados por uma maquina fotográfica. A elaboração de mapas temáticos foi possível com a utilização do software Quantum Gis, escolhido por seu livre acesso e pela sua excelente interface. Os dados vetoriais foram obtidos através do site do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento – LAPIG e do Sistema Estadual de Geoinformaçao – SIEG, onde estão disponíveis gratuitamente para download. Foram baixados destes sites, dados vetoriais dos limites municipais e estaduais, drenagem do estado de Goiás, perímetro urbano de Niquelândia e limites de bacias hidrográficas, limites 24 estes, que também puderam ser acessados e adquiridos na base de Dados Georreferenciados da Agencia Nacional de Águas (ANA). Para avaliar a área desmatada as margens do córrego, foi realizado uma ferramenta do QGis (Buffer), onde foi possível calcular as metragens estabelecidas pelo Plano Diretor Democrático do Município, disposto na lei n° 1.173/08 de 15 de abril de 2008, que tem sua base na Lei n° 18.104 de 2013 do. Firmado então neste documento, a área mínima de mata da APP deve ser de 30 metros de cada lado do córrego, e sua nascente estimada em um raio de 50 metros. As imagens de Satélite (Landsat 8) também foram processadas no software QGis. Essas imagens foram obtidas no catálogo de imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no qual foi necessário realizar um cadastro para ter acesso ao download das imagens. Através das imagens, foi possível classificar o uso do solo, delimitando a área urbana, área rural, solo exposto e curso d’agua, buscando evidenciar áreas com maior magnitude de usos e áreas vegetadas. Aproveitando o trajeto percorrido, foi coletada uma amostra de água nas coordenadas WO 48° 28’ 15.1’’ e S 14° 28’ 53.6’’ para ser feita uma análise físico- química e microbiológica. Campos de futebol próximos ao córrego servem como referencial do local onde a amostra foi coletada. A metodologia para esta coleta se deu a partir da NBR 9898 – Norma de Preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores. Foram coletadas somente duas amostras, uma para análises físico-química e outra para analises microbiológicas. Os recipientes para coleta das amostras devem ser esterilizados para que não haja contaminação do material coletado. A microbiológica deve receber mais atenção. O tipo de material de ser borossilicato ou plástico autolavável, possuir boca larga de 4 cm e um espaço suficiente que permita uma boa homogeneização. O laboratório que realizou a análise da água ofertou o recipiente para a coleta. O material foi coletado pela manhã do dia 16 de Outubro, às 7 horas e 30 minutos. A microbiológica foi coletada em primeiro lugar, por ser esse o padrão designado. 25 Retirou-se então a tampa do recipiente, juntamente com o lacre e o segurando pela base, mergulhou com a boca para baixo, de maneira que fique contrário a corrente e a uma distância de 15 a 30 cm abaixo da superfície de modo que não entre contaminantes superficiais no frasco. Depois de inserido, o retirou lentamente com a boca inclinada para cima, de modo que o mesmo encha e ao mesmo tempo permita a saída do ar. Na NBR, após a sua retirada, deve ser desprezada uma pequena quantidade do material para que haja uma homogeneização. Contudo, a metodologia seguida para homogeneização foi mista. Em outros métodos, a coleta inicia normalmente, porém, o material é rejeitado por três vezes para haver a homogeneização da amostra.Portanto, foi seguida desta forma, coletando as três vezes e descartando-as, entretanto, na quarta o material final foi adquirido, e houve a retirada daquela pequena parte, conforme a NBR 9898. Logo após o termino das coletas, os frascos foram identificados com uma única numeração. Além dessa descrição, todos os dados do local, como por exemplo, coordenadas geográficas, local de referência, foram descritos em uma ficha. As amostras foram depositadas em uma caixa térmica com condições de temperatura adequada para mantê-los conservados. Assim se deu a coleta das amostras para análise físico-químicas e microbiológicas. Por fim, para obter dados qualitativos sobre o córrego, um questionário online foi elaborado, no qual foi compartilhado por um único link de acesso, sendo respondido pela população de Niquelândia, gerando resultados em gráficos automaticamente. As perguntas foram simples, mas eficazes para obter um resultado concreto. Qual a importância do Córrego Bacalhau? O volume de água do Córrego diminuiu ou aumentou? Qual era a frequência de utilização do Córrego? Quais fins o Córrego era Utilizado? Qual o nível de poluição, degradação e descuido o Córrego apresenta? O Córrego é prejudicial para a população? A gestão municipal já mostrou interesse em revitalizar esse Córrego? 26 E além dessa pesquisa online, foram feitas entrevistas com 7 moradores ícones do município, isto é, que vivem em Niquelândia a mais de 50 anos, pois a partir desta, chegou-se a uma comparação do estado ambiental em um determinado período de tempo. Para estes as perguntas seguiram sendo as mesmas do questionário, contudo, foram de excelente valia, pois os entrevistados conviveram desde anos próximos ao córrego, relatando então, minuciosamente uma outra realidade ambiental do córrego em um passado não muito distante. Algumas foram realizadas por visitas em suas residências e outros por telefonema. 27 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Ocupação e uso do Solo A ocupação do solo de forma inadequada vista ao longo do Córrego, mostra- se como fator inicial para o desequilíbrio ambiental e seu agravamento, pois a área de vegetação que deveria estar preservada praticamente não existe. Em diversos pontos há ausência total dessas matas que ao longo do tempo foram trocadas por pastagens, agricultura ou construção civil. Na figura 3 podemos verificar a forma que os íncolas se situam próxima à área de preservação permanente. Figura 3: Ocupação urbana próxima a APP Observou-se, portanto, a elevada proximidade de moradias muito próxima à área de preservação permanente, que além de estarem em uma área inapropriada segundo a legislação brasileira, acarretam em diversos agravantes ambientais, como, deposição de lixo doméstico, ocasionando poluição do córrego, compactação de resíduos, supressão vegetal, aumentando o nível de erosões e consequentemente assoreamentos. Nesta ilustração pode-se perceber ainda a falta de pavimentação, que desencadeia ainda mais a degradação ambiental, permitindo que haja liberação de sedimentos ocasionando assoreamento deste córrego. Lima et al. (2006) descrevem em seus resultados que pela deposição irregular dos resíduos na APP e ainda a ocupação da população também nos limites da APP, Fonte: Autor, 2017 28 foram indicadores significativos para a geração de sedimentos que causam assoreamento no córrego. Relataram ainda que com a ausência da vegetação o escoamento superficial aumentou, colaborando para condições favoráveis a processos erosivos. O uso de terrenos para plantação, agricultura ou criação de bovinos também foram índices irregulares encontrados. Silva et al. (2013) conseguiram identificar as áreas quantificando seus usos. Entre cobertura vegetal natura, reflorestamento, cultura anual, cana-de-açúcar, pastagem, área urbana, a que mais apresenta uso são as culturas anuais, como por exemplo, de soja, milho, arroz ou algodão, com 48% de utilização. Pelo mapa a seguir (figura 4), pode se ter uma noção generalizada da classificação de ambientes na Bacia Hidrográfica do Bacalhau. Figura 4: Representatividade Supervisionada de Ambientes Fonte: Autor, 2017 29 Conforme a supervisão de ambientes, percebe-se que há uma vasta área de pastagens e solo exposto, e pouca presença de mata nativa, que por sua vez, também, distantes de suas app’s. O primeiro passo para recuperação desses ambientes seria a vegetação de espécies do cerrado, vegetando também os ambientes com maior índice de saturação do solo, preservando assim os lenções freáticos. As figuras 5, 6 e 7 mostram a falta de vegetação, queimadas e o acumulo de lixo no córrego Bacalhau, respectivamente. A pastagem também se torna perniciosa ao meio ambiente e mostra-se presente em grande parte próxima e em alguns casos junto ao córrego Bacalhau. Outras situações prejudiciais e que facilitam o acontecimento de erosões são grandes áreas com solo exposto, com ausência até mesmo do capim, ou seja, sem nenhuma proteção vegetal para solo, contribuindo para inúmeros aparecimentos de erosões. Figura 5: Supressão vegetal junto ao Córrego Fonte: Autor, 2017 Esta figura ilustra grande parte da zona esquerda da vegetação a beira do córrego removida. Pode-se notar também que o córrego em si apresenta um volume tanto quanto raso. 30 Figura 6: Queimada a beira do Córrego Fonte: Autor, 2017 Como pode ser observado na figura acima, há grande incidência de queimadas dentro dos limites da APP, havendo, portanto, a retirada de mata nativa, aumentando a erobilidade do solo. Pelo processo de combustão, há grande liberação de gases que são prejudiciais a saúde, sendo que se torna algo mais nocivo pelo fato da queima acontecer cerca as moradias. As queimadas provocam forte alteração no meio físico com o aumento da concentração de gases, interferindo na qualidade do ar. No meio biótico acarreta a redução da fauna e da flora e consequentemente da base genética (SOBRAL, 2007). O acumulo (figura 7) de lixo tanto as margens quanto dentro do próprio córrego também se mostrou preocupante. Na figura 6 revela-se lixo doméstico despejado no leito do córrego. 31 Figura 7: Acumulo de lixo no Córrego Bacalhau Fonte: Autor, 2017 O indicador principal referente ao nível de volume da água de um rio ou córrego trata-se da vegetação ali instalada. A presença de vegetação as margens de rios ajudam no firmamento do solo, infiltração das águas e diminuem os impactos de processos erosivos. A figura 8 mostra como esse volume era auto e como está agora. A erosão nesse local é intensa. As arvores já está a pronto de se desprenderem cedendo todo o barranco e alavancando a erosão. Figura 8: Visualização do Córrego praticamente seco e extensa erosão com depósito de resíduos acima do barranco Fonte: Autor, 2017 32 Nesse local (figura 9), a erosão também é bem elevada. Em uma extrema sequência o solo vai erodindo e se perdendo, colocando fim também ao córrego que na imagem não se vê presente. Figura 9: Situação do solo com presença de erosão Fonte: Autor, 2017 Um dos impactos ambientais que Salles et al. (2008) revela em sua pesquisa é utilização das terras para a agricultura e a atividade pecuária extensiva, ocupando assim grandes porções de terras, havendo a remoção da cobertura vegetal. Como pode se observar a área do Córrego Bacalhau está totalmente ocupada por moradores rurais, com criações de gados e residências entorno aos limites do córrego, onde há ausência de preservação do córrego, assim como qualquer interesse no manejo do solo evitando alterações no mesmo. Na figura 10 revela uma criação gado onde se percebe danos a fisiografia do ambiente. Construções cerca do córrego, além de pouca vegetaçãoe frequência de animais pisoteando o que restou do córrego, são ações que levam a degradação ambiental desses ambientes. 33 Figura 10: Apropriação humana na APP Fonte: Autor, 2017 Um dos impactos ambientais que Salles et al. (2008) revela em sua pesquisa é utilização das terras para a agricultura e a atividade pecuária extensiva, ocupando assim grandes porções de terras, havendo a remoção da cobertura vegetal. Como pode se observar a área do Córrego Bacalhau está totalmente ocupada por moradores rurais, com criações de gados e residências entorno aos limites do córrego, onde há ausência de preservação do córrego, assim como qualquer interesse no manejo do solo evitando alterações no mesmo. NOGUEIRA, et al. (2015) verificou na sub-bacia do córrego da Agua Branca em Neropolis, impactos ambientais, tais como, presença de uma residência familiar próximo ao córrego onde o autor fez coleta de amostra de agua. O mesmo ainda notou o despejo de esgoto diretamente no córrego. Área de Preservação Permanente A destruição da vegetação nativa próxima a APP desenvolveu-se devido à má ocupação do solo, má utilização dos recursos ali encontrados e, sobretudo, com o aumento da implantação de parcelamentos urbanos ao longo do tempo, onde contribuíram para a degradação do Córrego Bacalhau. 34 Como pode ser visto na Figura 11 há falta de mata ciliar em grande parte do córrego e lugares onde a maior predominância é de construções urbanas. Possibilitou ainda a visualização de como deveria ser a preservação da APP junto ao curso de um rio, com 30 metros de mata nativa ao redor do córrego. Figura 11: Situação Atual da Área de Preservação Permanente Fonte:Autor,2017 A legislação, a saber, o Código Florestal, Lei n° 18.104 de 2013 determina que a mata preservada dos rios, este com largura de 10 metros, deve ser 30 metros de cada lado das margens do rio. Nota-se presença de inúmeras casas onde na qual deveriam ser áreas preservadas. A falta da mata ciliar provoca deficiência ao rio, acelerando o processo de desagregação do solo acarretando também em assoreamento dos rios. Silva et al. (2013) relata que cada vez mais a vegetação nativa cede lugar para pastagens, áreas agrícolas e expansão urbana. Salles et al. (2008) realizaram uma avaliação simplificada dos impactos ambientais na Bacia Hidrográfica do Alto Sorocaba em São Paulo - SP, constatando grande quantidade de propriedades agrícolas irregulares, não respeitando os limites legais de mata ciliar, poluindo ainda os recursos hídricos próximos com a presença de fossa ou esgoto e lixo doméstico. 35 Questionário online e Entrevistas A parte do questionário que a população de Niquelândia respondeu e das entrevistas foi possível averiguar qualitativamente o índice ambiental do Córrego em um escala de tempo curta, entre um período de 5 a 25 anos (Questionário) e longa, com um período maior de 50 anos (entrevistas). A partir dos resultados obtidos através desta pesquisa, é notável perceber que houve uma perda significativa de valores ambientais referentes ao Córrego Bacalhau. O quadro 1 abaixo mostra os resultados conquistados, representados por graficos enumerados diferenciado-os cada qual com suas respectivas perguntas. Quadro 1: Resultado do Questionário Online 1 2 3 4 36 Fonte: Autor, 2017 NOTAS: 1) Tempo que reside em Niquelândia; 2) Frequência de Uso do Córrego; 3) Utilização; 4) Volume de Água; 5) Impactos prejudiciais à população; 6) Interesse da Prefeitura em revitaliza-lo. O primeiro no quadro diz respeito à idade dos moradores que responderam o questionário. A maior porcentagem fica em 40%, mostrando que o tempo de residência no município é de 15 a 25 anos. O numero 2 é sobre a frequência que o córrego era utilizado. Como a margem de idade é menor em relação a das entrevistas, essa questão trouxe um resultado de 38,6% de pessoas que não souberam responder. Entretanto, 25,7% deram nota 10 para representar que a utilização deste córrego era frequente. Em seguida, tem-se a importância de entender a distribuição da sua utilização, gráfico numero 3. Os indicadores propostos foram o lazer com 11,4%, pesca com 25,7%, agricultura com 1,5% e a opção todas as alternativas com 61,4%. O gráfico número 4 demostra sem dúvida alguma a clareza do volume de água do córrego. Essa certamente não foi uma questão difícil de ser respondida, pois realmente essa é a verdadeira realidade que o córrego apresenta. O resultado aponta 100% para o volume de água decrescente. A figura 11 concretiza esse resultado, pois é notório o seu baixo volume e a relação topográfica do local. 37 Figura 12: Baixo volume de água no Córrego Bacalhau Fonte: Autor, 2017 No quinto gráfico, tem-se em questão se os impactos são nocivos à saúde da população. Em nota, de 1 a 10, o resultado afirma que 68,6% dos impactos encontrado, são prejudiciais ou prejudicam a população de Niquelândia. O sexto e último gráfico, traz o que se devia esperar da gestão pública do município. Com o resultado não muito satisfatório, a questão buscava entender o interesse em preservar o córrego que corta o município. 17,1% diz que sim, a prefeitura já mostrou interesse, porem sem ações praticas. 52,9% disseram que a prefeitura não mostrou interesse e 30% não souberam responder. Quanto as entrevistas, mostra-se evidência de um córrego vivo e mui utilizado há décadas pelos moradores próximo à ele, reforçando ainda os resultados da pesquisa acima. Todos os 7 idosos entrevistados vivem a mais de 50 anos no município. Em relato, o único córrego que era mais utilizado era esse, o Bacalhau. Todos afirmam ainda sendo o córrego com muita movimentação, sendo utilizado para lazer e atividades domésticas. Relatam também a presença de muita vegetação aos redores do córrego. Sobre a prefeitura mostrar alguma evidencia de preservação, todos dizem que não houve nenhum indicio, e abordam ainda que não havia lugar para depositar lixo e que também não havia uma coleta adequada. Referente ao volume de água de antigamente com o estado atual, todos relatam que o que se tem 38 hoje não representa nem 1% do total vivenciado por eles anos atrás. “muita água, muita água corria no rio”, argumenta uma senhora entrevistada. O contexto histórico do córrego é importante para a população, relatam alguns. Outros dizem que o córrego Bacalhau representa faz parte da identidade do município. A pergunta final traz à memória lembranças eternas do que se foi vivido à beira do córrego Bacalhau. Sobre a importância do córrego para a polução, Portanto, diante do apresentando, pode-se concluir que as ações humanas devastaram um rio que era completamente rio em diversidade. O que se tem hoje é apenas um córrego que seca ao passar dos anos, sendo utilizado apenas como destino final de esgoto. Análise da Água O resultado da análise de água (figura 12) mostrou parâmetros diferentes do estabelecido pela legislação brasileira, onde estão postos parâmetros ideais de potabilidade para utilização humana. Apesar de esse resultado trazer informações apenas de um único ponto, não quer dizer que em outros locais do curso do Córrego sejam melhores para o uso. Figura 13: Coleta de Amostra de Água Fonte: Autor, 2017 39 Para a análise Físico-química os resultados analisados estão expostos no quadro a seguir (quadro 2), assim como os parâmetros adequados segundo a Lei 2914 de 2011 do Ministério da Saúde. Quadro 2: Análise de Água – Parâmetros físico-químicos Permitido por Lei (2.914) Resultado da Análise pH 6 a 9 mg/L 7,34 mg/L Turbidez 5 UNT 3,35 UNT Cor Verdadeira 15 Pt/L 30,70 Pt/L Notas: UNT: Unidade de Turbidez – Pt/L: Unidade Hazen É importante ressaltar, que os índices físico-químicos listados acima foram os únicos analisados em laboratório,sendo que, os demais, tais como (Sólidos dissolvidos; Nitrito; Nitrato; Fósforo; Sulfeto; Sulfato; Óleos e Graxas; Alumínio; Ferro; Cloro Residual; Cloreto; Fluoreto; Condutividade e Nitrogênio Amoniacal), não foram analisados. O pH apresenta-se com um resultado de 7,34 mg/L, estando portanto, dentro dos parâmetros legais estimados pela lei. A turbidez também, não apresenta nenhuma controversa. O estabelecido pela unidade de turbidez pela lei é de ate 5. O resultado da análise mostra um resultado inferior ao estabelecido, estando dentro do parâmetro. Já a cor verdadeira apresenta mais que o dobro do que o estabelecido pela legislação, com 30,70 pt/L, podendo ter a presença de substâncias dissolvidas, como metais, matéria orgânica, dentre outras substâncias. Já na análise microbiológica os parâmetros analisados foram Índice de Coliforme Total e Índice de Escherichia Coli. Os resultados estão expostos no quadro a seguir (quadro 3), bem como os parâmetros adequados por lei. ANÁLISES FÍSICO – QUÍMICAS 40 Quadro 3: Análise de Água – Parâmetros Microbiológicos ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS Permitido por Lei (2.914) Resultado da Análise Coliforme Total AUSENTE >2419,6 Escherichia Coli AUSENTE >2419,6 Os dados microbiológicos servem de indicadores revela que o córrego Bacalhau está sendo local de esgoto da população residente próximo a ele, sendo um dos índices de poluição das águas, causando um desequilíbrio ambiental e de ecossistemas aquáticos. Dentre um dos entrevistados, Feliciano Gomes do Nascimento, que vive no município a mais de 60 anos, mora em uma chácara a beira do córrego e comenta que atualmente o córrego está praticamente seco, e se tornou para a população o esgoto da cidade. A Escherichia Coli é denominada como uma bactéria pertencente à família Enterobacteriaceae caracterizada pela atividade da enzima β-glicuronidase. Produz indol a partir do aminoácido triptofano (CONAMA 357, 2005). Essa bactéria tem seu habitat exclusivo no intestino humano e de animais, podendo levar a serias complicações de saúde. Visto que esses índices não constam dados válidos de potabilidade, conforme estabelecido pela legislação, indivíduos que introduzirem certas quantidades desse líquido podem estar sujeitos a graves riscos de doenças. Há ainda uma classificação para a qualidade das águas, definidas pela Resolução CONAMA 357 de 2005, que estão divididas em 4 classes (classe I; classe II; classe III e classe IV). Classe I é destinada ao abastecimento para o consumo humano. Classe II pode ser destinada ao abastecimento para consumo humano, porem após tratamento Classe III, águas que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano, mas após a um tratamento convencional ou avançado. Classe IV, águas que podem ser destinadas a navegação e a harmonia paisagística. 41 Pelo resultado da análise, a água do córrego enquadra-se na classe IV segundo a Lei 2.914 do Ministério da Saúde. Essa classificação se dá pelos resultados microbiológicos. Salles et al. (2008) revela que o ribeirão Vargem Grande é a maior influência negativa na qualidade da água, pois o município despeja 100% de efluente in natura, sendo enquadrado na classe IV. 42 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O município de Niquelândia apresenta regiões hidrográficas cheias de recursos naturais. É de extrema importância desenvolver saber científico sobre a situação ambiental desses ambientes. O gerenciamento de bacias hidrográficas é um programa essencial para gestão de bacias hidrográficas, cultivando assim os recursos que nelas são encontrados. A bacia hidrográfica do córrego Bacalhau, assim como tantas outras referenciadas aqui neste trabalho, apresenta-se por estarem repletas de ambientes degradados e perdidos. O córrego Bacalhau, principal córrego da cidade, com grande história em seu curso, esta cada vez mais perdendo seu valor. A poluição e degradação ao seu redor é visivelmente assustadora. A situação de recuperação dessa APP passa a se um impasse, pois como o exposto, em sua extensão pela zona urbana, não há lugar que não esteja ocupado por casas, pastos ou área de cultivo privada. O ideal seria que toda zona da app foi planejada, retirando os moradores ali de perto pela distancia da APP vista no Plano Diretor (30 metros) e realocando-os. Além dessa metragem, seria de extrema importância, deixa 10 metros a mais do que o visto por lei, pelo fato da APP estar inserido em um contexto urbano. Isso, além de preservar o solo, recursos hídricos e mata nativa, também traria de volta a fauna local, ou seja, utilizar a APP como um corredor ecológico. 43 REFERÊNCAIS BIBLIOGRÁFICAS ANA. Abastecimento Urbano de Água. Disponível em: <http://atlas.ana.gov.br/Atlas/forms/analise/Geral.aspx?est=12> Atlas Brasil. Acesso em: 09/05/17. ___. Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia. Disponível em: <http://www2.ana.gov.br/Paginas/portais/bacias/TocantinsAraguaia.aspx>. Acesso em: 10/10/2017 ARAUJO, G. H. S. de. et al. Gestão Ambiental de Áreas Degradadas. 2º ed. Rio de Janeiro, Bertand Brasil, 2007. ARAUJO, et. al. Impactos Ambientais nas Margens do Rio Piancó causados pela Agropecuária. Revista Brasileira de Gestao Ambiental. GVADS, PB, 2010 BERTONI, José; LOMBARDI NETO, Francisco. Conservação do Solo. 7° ed. São Paulo: Ícone, 2010. 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