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1 MET 1831 CEMAT – 2009.1 Profa. Ivani de S. Bott bott@puc-rio.br OBS: Estas notas de aula foram feitas com base na apostila do Prof. Sidnei Paciornik 2 1. Introdução Objetivo. Os materiais na Engenharia. Os materiais de Engenharia. 2. Ligação Atômica. Uma revisão. Modelos de átomos. Ligações químicas. 3. Ordenação Atômica dos Materiais. Cristalinidade. Estrutura cristalina. Sistemas cristalinos. Indexação de pontos, direções e planos em cristais. Difração de R-X. 4. Desordem atômica dos Materiais. Cristais perfeitos, imperfeitos e materiais amorfos. Defeitos na rede cristalina : pontuais, lineares, superficiais e volumétricos. Vibrações atômicas. Difusão. 5. Diagramas de Fase. Definição de fase. Diagramas de fase de substâncias puras ou elementos. Diagrama isomorfo. Regra da alavanca. Diagrama eutético. Diagrama ferro-carbono. 6. Propriedades Mecânicas. Propriedades vs. estrutura. Diagrama tensão e deformação de engenharia e real. Caracterização mecânica dos materiais: limite de resistência, limite de escoamento, ductilidade. 7. Os Materiais Metálicos. Deformação elástica. Deformação plástica. Escoamento e encruamento. Endurecimento, recuperação, recristalização e crescimento de grão. Fratura. Fadiga. Fluência. Efeitos de Radiação. 8. Os Materiais Cerâmicos. Estrutura cristalina e fases amorfas. Comportamento mecânico, elétrico e óptico. 9. Os Materiais Poliméricos. Estrutura. Reações de Polimerização. Termoplásticos e termofixos. Aditivos. Propriedades mecânicas. 10. Os Materiais Compósitos. Classificação. Propriedades mecânicas. Regra das Misturas. PROGRAMA - MET 1831 mailto:bott@puc-rio.br mailto:bott@puc-rio.br mailto:bott@puc-rio.br 3 AVALIAÇÃO Critério 5 PROGRAMA - MET 1831 BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL W.D.Callister, Materials Science and Engineering - An Introduction, John Wiley, 1994 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR : Sidnei Paciornik, APOSTILA, Ciência e Engenharia de Materiais, DCMM PUC- Rio. Endereço WEB: http://www.dcmm.puc-rio.br/dcmm_download.php J.F.Shackelford, Introduction to Materials Science for Engineers. Macmillan Publish-ing Company, 1985. 4 CRONOGRAMA 2009.1 Mês Dia Mês Dia Março 3 14 5 19 10 21 Exercícios 12 26P2 17 28 19 Junho 02 24 04 26 09 31 11 Abril 02 Exercícios 16 07 P1 18 09 Feriado 23 14 25 16 30Exercícios 21feriado Julho 02 P3 23feriado 07 Revisão 28 09 P4 30 Maio 05 07 12 http://www.dcmm.puc-rio.br/dcmm_download.php http://www.dcmm.puc-rio.br/dcmm_download.php http://www.dcmm.puc-rio.br/dcmm_download.php 5 Ciência e Engenharia de Materiais ??? •Como definir MATERIAIS ???? •O que diferencia os materiais ? •Como selecionamos materiais ? •Como classificamos os materiais ? Introdução 6 7 Como definir MATERIAIS ???? 8 • Tipos de materiais Metais Fe, Au, aço (liga Fe-C), latão (liga Cu, Zn) Cerâmicas Vidros, argilas, cimento Polímeros Plásticos, polietileno (-C2H4-)n, neoprene Compósitos Fibra de vidro, concreto, madeira Semicondutores Si, GaAs, InGaAsP 9 Metais • Propriedades básicas Fortes e podem ser moldados Dúcteis (deformam antes de quebrar) Superfície “metálica” Bons condutores de corrente elétrica e de calor 10 Os metais na tabela periódica 11 Cerâmicas e vidros • Propriedades básicas São uma combinação de metais com O, N, C, P, S São altamente resistentes a temperatura (refratários) São isolantes térmicos e elétricos São frágeis (quebram sem deformar) São menos densas do que metais Podem ser transparentes 12 As cerâmicas na tabela periódica Cerâmicas são formadas por combinação de metais (quadrados mais claros) com os elementos C, N, O, P e S. Si e Ge são semicondutores mas são usados em cerâmicas de forma equivalente a metais 13 Polímeros • Propriedades básicas São sintéticos - feitos pelo homem Altamente moldáveis - plásticos São formados pela combinação de unidades - “meros” São formados por um número bem limitado de elementos. C e H, O (acrílicos), N (nylons), F (fluor-plásticos) e Si (silicones). São leves e não frágeis Em geral são menos resistentes do que metais e cerâmicas 14 Os polímeros na tabela periódica 15 Compósitos • O que são ? Combinação de metais, cerâmicas e polímeros Preservam as propriedades “boas” dos componentes e possuem propriedades superiores às de cada componente separado. Fibra de Vidro Madeira Concreto 16 Semicondutores • Propriedades básicas Todos os componentes eletrônicos do computador Condutividade finamente controlada pela presença de impurezas - dopantes. Podem ser combinados entre si para gerar propriedades eletrônicas e óticas “sob medida”. São a base da tecnologia de opto-eletrônica - lasers, detetores, circuitos integrados óticos e células solares. 17 Os semicondutores na tabela periódica Quando combinados entre si (coluna III-V e II-VI) os metais (quadrados claros) assumem propriedades semicondutoras. 18 Ciência e Engenharia de Materiais Aplicações Propriedades Microestrutura e Composição (Atômica ou Molecular) Síntese e Processamento 19 Matéria Prima Bruta Matéria Prima Básica Matéria Prima Industrial Bens de consumo Sucata + Resíduos BIOSFERA Terra Ciclo dos Materiais 20 Pasta de dente Sabão em pó Papel Calcáreo CaCO3 (2000 x) O que tem em comum entre esses produtos? 21 Papel Filme Fotográfico Madeira O que tem em comum entre esses produtos? 22 Garrafas coloridasTubos de vidro LenteComputador Pedra de quartzo Fibras de vidro Quartzo O que tem em comum entre esses produtos? 23 O que diferencia os materiais ? • As propriedades “cotidianas” dos materiais dependem da estrutura em escala atômica e da microestrutura - estrutura em escala intermediária Fibras de vidro em uma matriz de polímero. Alumínio (estrutura cúbica) Magnésio (estrutura hexagonal) 24 Microestrutura – policristalino Vários cristais 25 Como selecionamos materiais ? 26 Seleção de Materiais • Ex: Cilindro de armazenamento de gases Requerimento: resistir a altas pressões (14MPa) Resistência Metais Cerâmicas Polímeros Semicondutores Compósitos Flexibilidade Custo 27 Seleção de Materiais • Ex: Vaso de pressão de uma aeronave Requerimento: resistir a altas pressões e ser leve Aqui o custo é menos importante do que a funcionalidade Prefere-se um material leve e forte, mesmo sendo caro. Metais Cerâmicas Polímeros Semicondutores Compósitos Resistência Flexibilidade Leveza 28 Ligação Atômica 29 Covalente Metálica Secundária Iônica Metais Polímeros Semicondutores Cerâmicas e vidros Podemos classificar quanto a ligação atômica !? 30 Ligação Atômica • Porque estudar a estrutura atômica ? As propriedades macroscópicas dos materiais dependem essencialmente do tipo de ligação entre os átomos. O tipo de ligação depende fundamentalmente dos elétrons. Os elétrons são influenciados pelos prótons e neutrons que formam o núcleo atômico. Os prótons e neutrons caracterizam quimicamente o elemento e seus isótopos. 31 Estrutura Atômica Elétrons “girando” em volta do núcleo em níveis de energia discretos. Mpróton = Mneutron = 1.66x10 -24g= 1 amu amu = atomic mass unit unidade atômica de massa Em uma grama teremos 1g 1.66x1024 g amu 6.023x1023amu NA= Número de Avogadro Núcleo contendo prótons - dão o número atômico neutrons - dão o número isotópico Responsáveis pela ligação atômica praticamente toda a massa do átomo está no núcleo. Melétron = 0.911x10-27g Mpróton = 1822 Melétron => 32 Estrutura Atômica Exemplo: Sodio (Na) numero atomico 11 11 elétrons • Cada camada pode ter um total de 2n2 eletrons. •A maior parte dos átomos “se esforça” para atingir 8 eletrons na sua camada mais externa. • No caso do Na, é muito mais fácil perder 1 elétron do que pegar 7 eletrons para a camada n = 3 • Existem 8 eletrons na camada n = 2• Elétrons da camada mais externa são chamados de elétrons de valência elétron Núcleo (protons + neutrons) Camada (indexeda por n) Elétron de Valência 33 • possuem estados de energia discretos • tendem a ocupar os estados de energia disponíveis mais baixos 3 Elétrons... Fig. 2.5, Callister adaptado ESTADO DE ENERGIA DO ELETRON 34 Orbitais e níveis de energia • Os elétrons são atraídos pelos prótons • Os elétrons se distribuem em orbitais Níveis de energia bem definidos Os elétrons não podem assumir níveis intermediários Para trocar de nível, os elétrons tem que receber a energia exata que diferencia dois níveis. A energia é função da distância dos elétrons ao núcleo Quanto mais perto do núcleo mais ligado o elétron Quanto mais longe do núcleo menos ligado Se o elétron recebe energia suficiente, ele é arrancado, se torna um elétron livre e o átomo é ionizado 35 Classificação das Ligações • Ligações Primárias ou Fortes Iônica Covalente Metálica • Ligações Secundárias ou Fracas van der Waals Dipolo permanente Dipolo induzido 36 -0.10 -0.08 -0.06 -0.04 -0.02 0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 0 5 10 15 20 25 30 Distância F o rç a FAtr . KQ1Q2 a2 Força de atração (entre os íons) Espaçamento Interatômico a a0 -0.10 -0.08 -0.06 -0.04 -0.02 0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 0 5 10 15 20 25 30 Distância F o rç a Força de repulsão (entre as nuvens eletrônicas) FRe p. e a -0.10 -0.08 -0.06 -0.04 -0.02 0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 0 5 10 15 20 25 30 Distância F o rç a Força de atração Força de repulsão -0.10 -0.08 -0.06 -0.04 -0.02 0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 0 5 10 15 20 25 30 Distância F o rç a Força resultante Força resultante = 0 Distância de Equilíbrio Na distância de equilíbrio, a força de atração entre os íons é compensada pela força de repulsão entre as nuvens eletrônicas nm nm 37 Força e Energia de Ligação Força de ligação Energia de ligação a0 a a F = dE/da O ponto em que a força de ligação é zero corresponde ao ponto de mínima energia. Configuração estável Valores típicos para a0 são da ordem de 0.3nm (0.3x10-9m) Valores típicos para a energia de ligação são entre 600 e 1500 kJ/mol A energia de ligação está diretamente relacionada com o ponto de fusão do material. 38 Ligação Iônica • Formada entre dois átomos que se ionizam Na Cl • O Sódio tem apenas um elétron na última camada. Este elétron é fracamente ligado porque os outros 10 elétrons blindam a atração do núcleo. • O Cloro tem 7 elétrons na última camada. Se adquirir mais um elétron forma uma configuração mais estável. • O Sódio perde um elétron e se ioniza, ficando com carga positiva (cátion). • O Cloro ganha o elétron e também se ioniza, ficando Negativo (âNion). • Os íons se ligam devido à atração Coulombiana entre cargas opostas. • Note a diferença entre o raio atômico e o raio iônico. Cl-Na+ 39 Espaçamento interatômico em um sólido iônico • Energia Potencial : Utotal = Uatração (+,–) + Urepulsão (–, –) Potencial Repulsão 1/rm Atração Coulombiana Potencial 1/r Potencial Total 40 Cl- Na+ 41 Raio Atômico, Iônico e Covalente • Raio atômico é o raio de um átomo na condição neutra, normalmente medido entre primeiros vizinhos de um material puro deste tipo de átomo. • Raio iônico é o raio do átomo após sua ionização, depende do tipo de ionização • Raio covalente é o raio que um átomo teria na condição de ligação covalente. Raio (nm) Na Cl Covalente 0,154 0,099 Atômico 0,190 - Iônico 0,060 (+1) 0,181 (-1) 0,026 (+7) 42 Propriedades Sólidos Iônicos • Formados por atração Coulombiana entre íons. grupos I cátions alcalinos emparelhados com ânions haletos do grupo VII, p. ex. Na+ Cl-. • Alta energia coesiva (2-4 eV/ atom). Alto Ponto de fusão e de ebulição • Baixa condutividade Elétrica Não existem elétrons livres para carregar a corrente 43 Comentários sobre forças e energia-01 • Força de repulsão possui origem quântica. Princípio de Exclusão de Pauli: duas partículas não podem ocupar o mesmo estado quântico. • Força de atração possui origem eletrostática, interação Coulombiana, interações dipolares, interações entre elétrons na última camada. • Energia de ligação é a energia associada com a formação da ligação partindo da condição inicial que os átomos (íons) estão inicialmente separados de uma distância infinita. 44 Comentários sobre forças e energia-02 • Sempre que uma ligação é formada, o sistema apresenta uma redução de energia. • A energia é mínima na condição interatômica de equilíbrio (poço de potencial). • Quanto mais fundo o poço, mais estável é a ligação, maior é o ponto de fusão/ebulição do material. 2 2 __ da Ed da dF deelasticidademódulo 45 Expansão térmica • Os átomos estão constantemente vibrando ao redor da posição de equilíbrio. • A distância interatômica de equilíbrio, ao, só é bem definida quando a temperatura é 0 K. • Normalmente o poço de potencial não é simétrico e a distância interatômica média aumenta gerando a EXPANSÃO TÉRMICA. 46 separação Interatômica r Expansão Térmica • A curva encontra-se na forma de um poço de energia potencial, e o espaçamento interatômico em condições de equilíbrio a uma temperatura de 0 K, ro, corresponde ao ponto mínimo no poço de energia potencial. • um incremento na temperatura, aumenta a energia vibracional fazendo que a distância interatômica média aumente. 47 Expansão Térmica • A expansão térmica se deve à curva do poço de energia potencial ser assimétrica, e não às maiores amplitudes vibracionais dos átomos em função da elevação da temperatura. • Se a curva da energia potencial fosse simétrica não existiria qualquer variação liquida ou global na separação interatômica e, consequentemente, não existiria qualquer expansão térmica. 48 Expansão Térmica A temperatura de fusão e o coeficiente de expansão térmica (a) são função da força de ligação, magnitude das vibrações térmicas. 49 Direcionalidade e Coordenação • A ligação iônica é não direcional A força de ligação é igual em todas as direções. Para formar um material 3D é necessário que cada íon de um tipo esteja cercado de íons do outro tipo Na+ Cl- •Número de Coordenação (NC) •Número de vizinhos mais próximos de um dado átomo 50 Exemplo • Calcule a força de atração entre Na+ e Cl- em uma molécula de NaCl K= 9 x 109 V.m/C Q1 = Q2 = 1 x 1.6 x 10 -19C a = RNa+ + RCl- = 0.098nm + 0.181nm = 0.278 nm F KQ1Q2 a2 9x109V.m / C 1.6x1019C 1.6x1019C 0.278x109m 2 F 2.98x109V .C /m 2.98x109 J / m 2.98x109N F KQ1Q2 a2 51 Exemplo • Calcule a força de atração em uma molécula de Na2O Neste caso temos Na+ (valência 1) e O2- (valência 2) onde Z1 e Z2 são as valências a = RNa+ + RO2- = 0.098nm + 0.132nm = 0.231 nm Nx mx CxCxCmVx F 9 29 19199 1064.8 10231.0 106.1)2(106.1)1(/.109 F KZ1qZ2q a2 52 Ligação Covalente • Gerada pelo compartilhamento de elétrons de valência entre os átomos. Elétrons de valência são os elétrons dos orbitais mais externos. Ex: Mólecula de Cl2 Um elétron de cada átomo é compartilhado com o outro, gerando uma camada completa para ambos. Cl - Cl 53 Ligação covalente (cont.) A ligação covalente é direcional e forma ângulos bem definidos Tem uma grande faixa de energias de ligação => pontos de fusão Energias da ordem de centenas de kJ/mol Ex: Carbono na estrutura do diamante 3550°C Ex: Bismuto 270°C 54 Diamante 55 Exemplo em polímeros • Etileno e Polietileno Na mólecula de etileno (C2H4), os carbonos compartilham dois pares de elétrons. A ligação covalente dupla pode se romper em duas simples permitindo a ligação com outros “meros” para formar uma longa mólecula de polietileno. Molécula de etileno Mero de etilenoMolécula de polietileno 56 Ligação Metálica Nos metais, existe uma grande quantidade de elétrons quase livres, os elétrons de condução, que não estão presos a nenhum átomo em particular. Estes elétrons são compartilhados pelos átomos, formando uma nuvem eletrônica, responsável pela alta condutividade elétrica e térmica destes materiais. A ligação metálica é não direcional, semelhante à ligação iônica. Na ligação metálica há compartilhamento de elétrons, semelhante à ligação covalente. As energias de ligação também são da ordem de centenas de kJ/mol. 57 Ligação Metálica 58 Ligações Secundárias É possível obter ligação sem troca ou compartilhamento de elétrons nas ligações secundárias ou de van der Waals. A ligação é gerada por pequenas assimetrias na distribuição de cargas do átomos, que criam dipolos. Um dipolo é um par de cargas opostas que mantém uma distância entre si. Dipolo permanente ( moléculas polares) Dipolo induzido 59 Dipolos Permanentes e Induzidos • Dipolo Permanente Gerados pela estrutura da molécula. Energias de ligação 20kJ/mol Ex: Pontes de Hidrogênio em H2O • Dipolo Induzido A separação de cargas é pequena Energias de ligação são muito pequenas ( 1kJ/mol) O H H Átomos isolados de Ar (os centros das cargas positivas e negativas coincidem) + + Átomos deformados pela presença do outro +- +- Magnitude do dipolo Os átomos se ligam pela atração entre os dipolos induzidos 60 Comentários As ligações covalente e iônica não são “puras” mas sim uma mistura com proporções que depedem, essencialmente, da diferença de eletronegatividade dos átomos envolvidos. Covalente Metálica Secundária Iônica Metais Polímeros Semicondutores Cerâmicas e vidros Material Ligação Pt.Fusão (°C) NaCl Iônica 801 C (diamante) Covalente 3550 Polietileno Cov./Sec. 120 Cu Metálica 1085 Ar Sec. (ind.) -189 H2O Sec. (perm.) 0 61 Coesão - O que segura a estrutura de um cristal? Esta coesão se deve exclusivamente à interação eletrostática atrativa entre as cargas negativas dos elétrons e as cargas positivas dos núcleos …..com conhecimento das distribuições espacial e da velocidade dos elétrons, e dos núcleos, pode se calcular as energias de de ligação 62 Para estabelecer uma ligação deste tipo entre átomos, é preciso otimizar 4 condições (iv) enquanto estas condições abaixam a energia potencial, é preciso também manter a energia cinética baixa (i) Manter a separação entre os núcleos positivos para minimizar a repulsão Coulombiana (ii) Manter a separação entre os elétrons negativos para minimizar a repulsão Coulombiana (iii) Manter a proximidade entre os elétrons negativos e os núcleos positivos para maximizar a atração Coulombiana Mas confinamento ou localização aumentam a energia cinética 63 Gases Inertes - ligações fracas Metais Alcalinos - ligações de força intermediária Metais de Transição - ligações fortes Elementos Tetravalentes (Si,C) - ligações muito fortes Compostos Iônicos - ligações fortes 64 Ligações nos gases inertes (nobres) Os átomos dos gases inertes possuem camadas eletrônicas completamente preenchidas e portanto exibem altas energias de ionização (~11eV) e uma distribuição de carga que exibe simetria esférica ao (nm) eV/atom TM Eion (eV) Ne 0.313 0.02 24K 21.56 Ar 0.376 0.08 84K 15.76 Kr 0.401 0.116 117K 14.00 Xe 0.435 0.17 161K 12.13 Dois átomos de um gás inerte, a uma separação de R>> raio atômico possuem, portanto, “nuvens rígidas” de elétrons. Estes átomos são elétricamente neutros (a carga dos elétrons sendo equilibrada pela carga do núcleo) e assim não interagem ... 65 Distância Interatômica Força Intermolecular 66 Distância Interatômica • Fatores que controlam a distância interatômica Diametro dos átomos involvidos Forças de Repulsão e Atração Ação de forças externas, p.ex., mecanica, térmica, ou elétrica 67 F o rç a s In te rm o le cu la re s Distância Interatômica Força Atrativa Força Repulsiva Força Resultante Posição de Equilíbrio 68 Rigidez • A rigidez do material é proporcional a taxa de variação da força em função da quantidade de deslocamento • É medida pela inclinação da curva próxima a posição de equilíbrio. F o rç a In te rm o le cu la r Força resultante Posição de equilíbrio , Forca resultante = 0 Distância Interatômica Inclinação 69 Generalizações com base nas Ligações Atômicas Propriedades Densidade Rigidez Expansão Térmica Condutividade Fatores Peso Atômico, raio atômico, empacotamento Forças Interatômicas Força da ligação e Tf Movimento dos elétrons livres 70 • possuem estados de energia discretos • tendem a ocupar os estados de energia disponíveis mais baixos Elétrons... Fig. 2.5, Callister ESTADO DE ENERGIA DO ELETRON 71 Estados Eletrônicos de um sólido cristalino Átomos Individuais na fase gasosa Sólido Estados bem definidosBandas de Energia Aumento da densidade de átomos 72 Bandas de Condução e Valência 1s 2s 2p Energia do elétron Átomo Sólido Cristalino B a n d a p ro ib id a E g Banda de Condução (estados vazios) Banda de Valencia (estados preenchidos) 73 Forcas de ligação e bandas de energia em sólidos FORÇAS DE LIGAÇÃO EM SÓLIDOS LIGAÇÃO IÔNICA – haletos alcalinos tais como NaCl, LiF, KBr, KCl são sólidos iônicos formados por ligações iônicas, estáveis e cristais duros, alta temperatura de evaporação. Bons isolantes. transferência completa dos eletrons de valencia LIGAÇÃO COVALENTE - Semicondutores tais como Si, Ge, ZnS e isolantes tal como diamantes são formados por ligações covalentes, onde cada átomo compartilha seus elétrons de valência com seus átomos vizinhos, duros, alto ponto de fusão, isolantes. elétrons de valência compartilhados entre os átomos vizinhos 74 LIGAÇÃO METÁLICA- Elétrons de Valencia contribuem como um todo para o cristal A força de ligação é a atração entre os íons positivos e a nuvem eletrônica. A forca de ligação metálica é menos resistente que a iônica e a covalente, são bons condutores. Compartilhamento de elétrons de valência em todo o cristal LIGAÇÃO MOLECULAR- p.ex. Sólidos organicos , gelo. As forças de ligação são as forças de de van de Waals. Ligação fraca, baixo ponto de fusão e ebulição. Observe : •Sómente elétrons de valencia participam da formação da ligação ! • Quando sólidos são formados a partir de átomos ou moléculas isolados, a energia total do sistema é reduzido 75 • comprimento da ligação , r • Energia de ligação , Eo F F r • Temperatura de fusão, Tf Eo= “energia de ligação” Energia (r) ro r Comprimento normal r maior Tf menor Tf Energia (r) ro Tf será alta se Eo for alta Propriedade a partir da energia de ligação: Tf 76 • E ~ curvatura em ro • Módulo de Elasticidade E area A da seção transversal DL comp,Lo F Não deformado deformado DLF Ao = E Lo Módulo de Elasticidade Mod de elasticidade grande Modulo de Elasticidade pequeno Energia r ro Comprimento normal E será grande se Eo for grande Propriedade a partir da energia de ligação: E 77 • Coeficiente de expansão térmica, a • a ~ simetria em ro a será maior se Eo for menor DL comp, Lo frio, T 1 aquecido, T 2 = a (T2 -T1 ) DL Lo coef. expansão térmica r Baixo a Alto a Energia ro Propriedade a partir da energia de ligação : a 78 Cerâmicas (Ionica & covalente): Metais Ligação Metálica Polímeros (Covalente & Secundaria): Alta Energia de ligação Alta Tf alto E pequeno a Energia de ligação variável moderada Tf moderada E moderada a Propriedades Direcionais Ligações Secundárias dominam baixa Tf baixo E alto a Resumo das ligações Primárias 1 Estrutura Cristalina O cristal IDEAL 2 Cubo com 6 quadrados idênticos Tetraedro: 4 triangulos equilaterais identicos Octaedro: 8 triangulos equilateraisidenticos Romboedro: 6 paralelogramas identicos com lados de mesmo comprimento Formas Geométricas 3 Prisma Hexagonal : 2 hexagonos e 6 retangulos Piramide de base quadrada : 4 triangulos e 1 quadrado 4 Agua marinha – Hexagonal Cristal de Quartzo Cristal de Gipsita http://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/atomic-scale-structure/images/cleavage_of_gypsum.jpg 5 Aço hipereutetóide Material Policristalino 6 Aço hipereutetóide Material Policristalino 7 Vidro não pode ser clivado porque é amorfo 8 O Cristal Perfeito - Estrutura Cristalina Muitos materiais - metais, algumas cerâmicas, alguns polímeros - ao se solidificarem, se organizam numa rede geométrica 3D - a rede cristalina. Estes materiais cristalinos, têm uma estrutura altamente organizada, em contraposição aos materiais amorfos, nos quais não há ordem de longo alcance. Fronteira entre dois cristais de TiO2. Note a organização geométrica dos átomos. Carbono amorfo. Note a desorganização na posição dos átomos. 2nm Cristal 1 Cristal 2 Fronteira Imagens obtidas com Microscópio Eletrônico de Transmissão (MET). http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fb/Vitrification1.jpg 9 Célula Unitária Como a rede cristalina tem uma estrutura repetitiva, é possível descrevê-la a partir de uma estrutura básica, como um “tijolo”, que é repetida por todo o espaço. Célula Unitária Menor “tijolo” que repetido reproduz a rede cristalina Células Não-Unitárias 10 Os 7 Sistemas Cristalinos Só existem 7 tipos de células unitárias que preenchem totalmente o espaço Cúbica a=b=c, 9° Ortorrômbica abc, 9° Tetragonal a=bc, 9° Romboédrica a=b=c, 9° Monoclínica abc, 9° Hexagonal* a=bc, 9°° Triclínica abc, 9° 11 Sistemas Cristalinos e Redes de Bravais Os sistemas cristalinos são apenas entidades geométricas. Quando posicionamos átomos dentro destes sistemas formamos redes (ou estruturas) cristalinas. Existem apenas 14 redes que permitem preencher o espaço 3D. Nós vamos estudar apenas as redes mais simples: a cúbica simples - cs (sc - simple cubic) a cúbica de corpo centrado - ccc (bcc - body centered cubic) a cúbica de face centrada - cfc (fcc - face centered cubic) a hexagonal compacta - hc (hcp - hexagonal close packed) 12 As 14 Redes de Bravais Cúbica Simples Cúbica de Corpo Centrado Cúbica de Face Centrada Tetragonal Simples Tetragonal de Corpo Centrado Ortorrrômbica Simples Ortorrrômbica de Corpo Centrado Ortorrrômbica de Base Centrada Ortorrrômbica de Face Centrada Romboédrica Simples Hexagonal Monoclínica Simples Monoclínica de Base Centrada Triclínica 13 Estruturas Cristalinas dos Metais Como a ligação metálica é não direcional não há grandes restrições quanto ao número e posição de átomos vizinhos. Assim, os metais terão NC alto e empilhamento compacto. A maior parte dos metais se estrutura nas redes cfc, ccc e hc Daqui prá frente representaremos os átomos como esferas rígidas que se tocam. As esferas estarão centradas nos pontos da rede cristalina. 14 A rede ccc A rede cúbica de corpo centrado é uma rede cúbica na qual existe um átomo em cada vértice e um átomo no centro do cubo. Os átomos se tocam ao longo da diagonal. Número de átomos na célula unitária Na= 1 + 8x(1/8) = 2 Relação entre a e r 4R = a3 => a = 4R/3 NC = 8 1/8 de átomo1 átomo inteiro R a Fator de empacotamento atômico (APF - atomic packing factor) 3 3 3 3 4 )( )1()( )( )( a RátomosN a átomoVátomosN célulaVolume átomosVolume FEA 68,0 8 3 33 64 3 8 3 4 3 4 2 3 3 3 3 R R R R FEAccc 15 Numero de Coordenação para o CCC Total de 8 atomos vizinhos mais proximos Numero de Coordenação = 8 4 8 7 32 6 5 1 16 A rede cfc A rede cúbica de face centrada é uma rede cúbica na qual existe um átomo em cada vértice e um átomo no centro de cada face do cubo. Os átomos se tocam ao longo das diagonais das faces do cubo. 1/8 de átomo 1/2 átomo Número de átomos na célula unitária Na= 6x1/2 + 8x(1/8) = 4 Relação entre a e r 4R = a2 => a = 2R2 NC = 12 Fator de empacotamento atômico FEAcfc = Volume dos átomos = 0,74 Volume da célula A rede cfc é a mais compacta R a 17 • Número de Coordenação • Número de vizinhos mais próximos • Empacotamento fechado : 12 18 • Número de Coordenação • Número de vizinhos mais próximos • Empacotamento fechado : 12 19 • Número de Coordenação • Número de vizinhos mais próximos • Empacotamento fechado : 12 20 • Número de Coordenação • Número de vizinhos mais próximos • Empacotamento fechado : 12 21 Numero de Coordenação para o CFC 1 4 32 8 7 6 5 12 11 1092R R22 R22 Total 12 atomos vizinhos No de Coordenação = 12 22 23 24 25 26 27 28 Camada B Camada C Camada A Camada A 29 30 31 32 • Os espaços intersticiais são caracterizados pelo seu número de coordenação =número de vizinhos mais próximos Vazio Tetraédrico No de Coordenação =4 Vazio Octaédrico No de Coordenação =6 Isto é válido tanto para o CCC quanto para o CFC Espaços Intersticiais 33 Octaédrico Tetraédrico CFC CCC CFC CCC Espaços Intersticiais 34 Estrutura Relação r/R F.E. Octaédrico Tetraédrico CFC 0,414 0,225 0,74 CCC 0,154 0,291 0,68 35 • A rede HS ( hexagonal simples) A rede hexagonal simples pode ser representada por um prisma com base hexagonal, com átomos na base e topo 36 A rede hc A rede hexagonal compacta pode ser representada por um prisma com base hexagonal, com átomos na base e topo e um plano de átomos no meio da altura. a c c/2 Número de átomos na célula hexagonal Na= 12x1/6 + 2x(1/2) + 3 = 6 Relação entre a e r 2R = a FEAhc = 0,74 NC =12 A rede hc é tão compacta quanto a cfc Razão c/a ideal c/a =8/3 = 1,633 no entanto este valor varia em metais reais 37 A rede hc (cont.) Cálculo da razão c/a a2 = d2 +(c/2)2 a/2 d 30º dcos30° = a/2 d3/2 = a/2 d = a/3 a2 = a2/3 +c 2/4 c2 = 8a2/3 c/a= 8/3 = 1,633 c/2 a aa a d 38 A rede hc (cont.) Cálculo do fator de empacotamento atômico a 60º h 74,0 23823 8 82323 3 8 4 3 6 4 3 6 4 3 2 2 3 2 6 8 3 4 6 3 3 3322 2 . . 33 r r FEA raaacaV a aa hb A cAcAAlturaAV rrV V V FEA célula triang trianghexágonobasecélula átomos célula átomos 39 Empilhamento ótimo O fator de empilhamento de 0.74, obtido nas redes cfc e hc, é o maior possível para empilhar esferas em 3D. A A A A A A A A A A A A AAA A A A A B B B B B B B B B B B B C C C C C C C C C C C C cfc hc 40 Cristalografia • Para poder descrever a estrutura cristalina é necessário escolher uma notação para posições, direções e planos. • Posições São definidas dentro de um cubo com aresta unitária. 0,0,0 1,0,0 0,1,0 0,0,1 0,1/2,0 1/2,1/2,0 1/2,1/2,1/2 41 Direções cristalográficas As direções são definidas a partir da origem. Suas coordenadas são dadas pelos pontos que cruzam o cubo unitário. Se estes pontos forem fraccionais multiplica- se para obter números inteiros. [1 0 0] [0 1 0] [0 0 1] [1 1 0] [1 1 1] [1 -1 1] 11 1 [1/2 1 0]=[1 2 0] [0 1 1/2]=[0 2 1] 42 Exemplo 1: Determine as coordenadas da seguinte direção cristalografica a b c Ao longo do eixo x: 1 a x y z Ao longo do eixo y: 1 b Ao longo do eixo : 1 c [1 1 1] 43 a b c x y z Exemplo 2: desenhe a direção 1 comprimento do vetor unitário ao longo de x -1 comprimento do vetor unitário ao longo de y [1 0]1 0 comprimento do vetor unitário ao longo de z Origem ]011[ 44 x y z O A 1/2, 1/2, 1 [1 1 2] OA=1/2 a + 1/2 b + 1 c P Q x y z PQ = -1 a -1 b + 1 c -1, -1, 1 Direções [ 1 1 1 ] _ _ 45 • Famílias de direções Formadas por posições semelhantes dentro daestrutura cristalina. <111> = [111],[111],[111],[111],[111],[111],[111],[111] • Ângulo entre direções no sistema cúbico Dado pelo produto escalar entre as direções, tratadas como vetores. Direções cristalográficas (cont.) D u a v b w c D ' u' a v' b w' c D D ' D D ' cos cos D D ' D D ' uu' vv' ww' u2 v2 w2 u' 2 v' 2 w' 2 Ex: [100] e [010] Ex: [111] e [210] 0 222222 900 010001 001001 cos 0 222222 2,39 5 3 012111 011121 cos 46 Planos cristalográficos • A notação para os planos utiliza os índices de Miller, que são obtidos da seguinte maneira: Obtém-se as intersecções do plano com os eixos. Obtém-se o inverso das intersecções. Multiplica-se para obter os menores números inteiros. 1/2 1 Intersecções: 1/2, 1 Inversos: 2, 0 ,1 Índices de Miller: (201) Em sistemas cúbicos o plano (hkl) é normal a direção [hkl] 47 Planos cristalográficos (cont.) • 11, • 1, 1, 0 • (110) • 1/2, • 0, 2, 0 • (020) • 1, -1, 1 • 1, -1, 1 • (111) • 11, 1 • 1, 1, 1 • (111) • 1, -1, • 1, -1, 0 • (110) ? Quando as intersecções com os eixos não são óbvias, deve-se deslocar o plano até obter as intersecções corretas. • 1, • 0, 1, 0 • (010) 48 z x y a b c 4. Indices de Miller (110) exemplo a b c z x y a b c 4. Indices de Miller (200) 1. Interceção 1 1 2. Reciproco 1/1 1/1 1/ 1 1 0 3. Redução 1 1 0 1. Interceção 1/2 2. Reciproco 1/½ 1/ 1/ 2 0 0 3. Redução 2 0 0 exemplo a b c 49 z x y a b c 4. Indice de Miller (634) exemplo 1. Interceção 1/2 1 3/4 a b c 2. Reciproco 1/½ 1/1 1/¾ 2 1 4/3 3. Redução 6 3 4 50 x y z x y z x y z x y z x y z x y z (1,0,0) (1,1,0) (1,1,1) (2,0,1) (2,1,0) (1,1,1) 51 (1 1 0) _ ( 1 1 0 ) ( 1 0 1 ) ( 0 1 1 ) _ ( 0 1 1 ) ( 1 0 1 ) _ { 1 1 0 } Família de Planos {110} no CFC (x, y, z) ou (h, k, l) 52 [ UVW ] Miller [u v t w] Miller-Bravais (a1 a2 a3 c) no plano basal c=0 Na direção a1 os índices são [100] onde U = 1 V = 0 W = 0 Direções no Sistema HEXAGONAL 53 A transformação de 3 para 4 índices [UVW] para [u v t w] requer a utilização das formulas : u = 1/3 (2U-V) v = 1/3 (2V-U) t = - (u + v) u + t + v = 0 w = W 54 Existem as seguintes relações entre estes índices: para converter de 4 para 3 índices U = u – t V = v – t W = w 55 Planos da Rede Hexagonal a1 a2 a3 c 1 -1 • , 1, -1, • 0, 1, -1, 0 • (0 1 1 0) Face do prisma Índices de Miller-Bravais • 4 coordenadas 56 Planos do HC • Basal • Prismático 57 a2 a3 a1 z exemplo a1 a2 a3 c 4. Indice Miller-Bravais (1011) 1. Interceção 1 -1 1 2. Reciproco 1 1/ 1 0 -1 -1 1 1 3. Redução 1 0 -1 1 58 Planos são geralmente expressos Famílias de planos equivalentes Direções Pontos da Rede Observe que a direção não é necessáriamente perpendicular ao plano Índices de Miller, direções e pontos podem ter valores negativos, p.ex. Também podem ter multiplicidades, p.ex. Para um cristal cúbico existem 6 planos l,k,h l,k,h l,k,h z,y,x l,k,h lkh ,, 1,1,1 0,0,1 )1,0,0()1,0,0( )0,1,0()0,1,0( )0,0,1(0,0,1 Convenções 59 Resumo • Direções [uvw] • Famílias de direções <uvw> • Planos (hkl) (índices de Miller) Na hexagonal (hkil) (índices de Miller-Bravais) i = - (h + k) • Famílias de planos {hkl} 60 61 Densidade • Sejam as duas células abaixo, onde cada uma delas possui o mesmo volume Se cada átomo tem a mesma massa qual célula pesa mais e porque ? A célula com maior número de átomos tem mais massa por unidade de volume esta propriedade da matéria é chamada DENSIDADE (massa/volume) 62 Densidade Atômica Planar • Análogo ao fator de empacotamento atômico, que corresponde à densidade volumétrica de átomos, podemos definir a densidade atômica planar DAP = Área Total de Átomos/Área do Plano • Exemplo Calcule a DAP dos planos {100} na rede CFC 1/4 de átomo 1 átomo Número total de átomos = 1 + 4*1/4 = 2 Área total de átomo = 2 x Área de 1 átomo = 2R2 Área do Plano = a2 e 4R = a2 => a = 2R2 DAP = 2R2/a2 = 2R2/8R2 = /4785 63 Densidade Atômica Linear • Análogo à DAP podemos definir a densidade atômica linear DAL = Comprimento Total de Átomos/Comprimento de uma direção • Exemplo Calcule a DAL das direções <100> na rede CFC 1/2 átomo Comprimento total de átomo = 2 x Raio de 1 átomo = 2R Comprimento da Direção = a e 4R = a2 => a = 2R2 DAL = 2R/a = 2R/ 2R2 = 1/2 77 64 Planos e Direções Compactas • Como já vimos, as redes CFC e HC são as mais densas do ponto de vista volumétrico. • Por outro lado, em cada rede, existem planos e direções com valores diferentes de DAP e DAL. • Em cada rede, existe um certo número de planos e direções compactos (maior valor de DAP e DAL) As direções compactas estão contidas em planos compactos Estes planos e direções serão fundamentais na deformação mecânica de materiais. A deformação mecânica normalmente se dá através do deslizamento de planos. 65 Sistemas de deslizamento • O deslizamento ocorrerá mais facilmente em certos planos e direções do que em outros. • Em geral, o deslizamento ocorrerá paralelo a planos compactos, que preservam sua integridade. • Dentro de um plano de deslizamento existirão direções preferenciais para o deslizamento. • A combinação entre os planos e as direções forma os sistemas de deslizamento (slip systems), característicos das diferentes estruturas cristalinas. 66 Sistemas de deslizamento (cont.) Distância Plano não denso Plano denso Distância O deslizamento é mais provável em planos e direções compactas porque nestes casos a distância que a rede precisa se deslocar é mínima. Dependendo da simetria da estrutura, outros sistemas de deslizamento podem estar presentes. 67 Sistemas de deslizamento (cont.) Estrutura Cristalina Planos de Deslizamento Direções de Deslizamento Número de Sistemas de Deslizamento Geometria da Célula Unitária Exemplos CCC {110} {211} {321} <111> 6x2 = 12 12 24 -Fe, Mo, W CFC {111} <110> 4x3 = 12 Al, Cu, -Fe, Ni HC {0001} {1010} {1011} <1120> 3 3 6 Cd, Mg, - Ti, Zn A tabela mostra os sistemas de deslizamento das 3 redes básicas. Em vermelho aparecem os sistemas principais. Em cinza aparecem os secundários. Por exemplo: Como a rede CFC tem 4 vezes mais sistemas primários que a HC, ela será muito mais dúctil. 68 Determinação da estrutura cristalina 69 Determinação da estrutura • Pergunta básica Como se pode determinar experimentalmente a estrutura cristalina de um material ? • Uma boa resposta Estudar os efeitos causados pelo material sobre um feixe de radiação. • Qual radiação seria mais sensível à estrutura ? Radiação cujo comprimento de onda seja semelhante ao espaçamento interplanar (da ordem de 0.1 nm). Difração de raios-x. 70 O espectro eletromagnético raios gama raios-x luz visível microondas ondas de rádioUV infravermelho Comprimento de onda (nm) Como os raios-x têm comprimento de onda da ordem da distância entre os átomos, eles sofrem difração quando são transmitidos ou refletidos por um cristal. 71 Difração (revisão ?) • Difração é um fenômeno de interferência + = + = Interferência Construtiva Interferência Destrutiva 72 • Considerando apenas a camada atômica superficial, podemos ver que •A e B estão em fase e viajam a mesma distância x=y Isto só ocorre quando entrada = saída 73 A lei de Bragg Raios-Xincidentes Raios-X difratados Diferença de caminho dos dois raios: AB + BC = 2AB = 2d sen Condição para interferência construtiva 2d sen = n Onde n é um número inteiro e é o comprimento de onda do raio-x A C B d = distância interplanar Planos atômicos 74 ’ ’ Um outro conjunto de planos terá um outro espaçamento interplanar d’, e formará um outro ângulo ’, com os raios-X incidentes. Em geral, para esta nova condição satisfazer a lei de Bragg, precisaremos de outro comprimento de onda. 75 • O angulo 2 é o angulo entre o feixe incidente e ofeixe difratado É importante observar que a Lei de Bragg não depende do espaçamento entre os átomos, mas do espaçamento INTERPLANAR 76 • Distancia Interplanar l + k + h a = d 222 hkl 77 Métodos de difração de raios-X Laue Uma amostra mono-cristalina é exposta a raios-X com vários comprimentos de onda (poli-cromático). A lei de Bragg é satisfeita por diferentes conjuntos de planos, para diferentes comprimentos de onda. Para cada condição satisfeita, haverá uma forte intensidade difratada em um dado ângulo. Fonte de raios-X policromático Colimador Mono-cristal Filme ou detetor 180°-2 78 Métodos de difração de raios-X Difratômetro (ou método do pó) Uma amostra poli-cristalina é exposta a raios-X monocromático. O ângulo de incidência varia continuamente. Para certos ângulos, a Lei de Bragg é satisfeita para algum plano de algum dos mono-cristais, em orientação aleatória. Amostra policristalina (pó) Fonte de raios-X monocromático Colimador Colimador Detetor 79 Espectro de Difração (110) (200) (211) z x y a b c Angulo de difração 2 Espectro de difração para o Ferro – (CCC) In te n s id a d e ( re la ti v a ) z x y a b c z x y a b c É como uma impressão digital …. 80 • Ex: Espectro de difração para Al = 0,1542 nm (CuK) In te n si d a d e (u .a ) Ângulo (2) Uma amostra desconhecida é analisada e seus picos comparados com os de materiais conhecidos e tabelados, permitindo assim a identificação do material. 81 A lei de Bragg (cont.) • A lei de Bragg relaciona quatro variáveis: 2d sen = n - o comprimento de onda dos raios-X – pode assumir apenas um valor (monocromático) – pode assumir muitos valores - raios-X “brancos” (policromáticos) d - o espaçamento entre os planos – pode assumir diferentes valores, em função do conjunto de planos que difrata o feixe de raios-X - o ângulo de incidência dos raios-X – pode variar continuamente dentro de uma faixa – pode variar aleatoriamente em função da posição relativa dos diversos mono-cristais que formam uma amostra poli-cristalina n - a ordem da difração 82 Defeitos Cristalinos O cristal REAL 83 Defeitos na Estrutura Cristalina • Os cristais descritos até agora são todos ideais ou seja, não possuem defeitos. • Os cristais reais apresentam inúmeros defeitos, que são classificados por sua “dimensionalidade”. Defeitos Pontuais (dimensão zero) Vacâncias Impurezas intersticiais e substitucionais Defeitos Lineares (dimensão um) Discordâncias (dislocations) Defeitos Planares (dimensão dois) Interfaces e fronteiras de grão Defeitos Volumétricos (dimensão tres) Vazios, fraturas, inclusões e outras fases. 84 Defeitos Pontuais 85 Defeitos Pontuais • Devido à agitação térmica, os átomos de um cristal real estão sempre vibrando. • Quanto maior a energia térmica (ou temperatura), maior será a chance de átomos sairem de suas posições, deixando um vazio em seu lugar. • Por outro lado, dentro da rede cristalina existem inúmeros interstícios, espaços vazios entre os átomos, nos quais é possível alojar outros átomos. • Finalmente, é praticamente impossível obter um material infinitamente puro. Sempre haverá impurezas presentes na rede cristalina. 86 Visualização de Defeitos Pontuais Vacância ausência de átomo Auto-intersticial átomo da própria rede ocupando um interstício Impureza Intersticial átomo diferente ocupando um interstício Impureza Substitucional átomo diferente ocupando uma vacância 87 • Para formar defeitos é necessário dispor de energia. • Normalmente esta energia é dada na forma de energia térmica. Isto quer dizer que quanto maior a temperatura, maior será a concentração de defeitos. • Para muitos tipos de defeitos vale o seguinte: onde CD é a concentração de defeitos QD é a energia de ativação para o defeito k é a constante de Boltzmann T é a temperatura absoluta em Kelvin Concentração de defeitos CD ND N exp QD kT 88 Conc. de defeitos (cont.) • Ex: Concentração de vacâncias em cobre a 200ºC e a 1080ºC (Tf = 1084ºC) Dados:QD = 0,9 eV/atom (1 elétron-volt = 1,6 x 10 -19 J) k = 8,62 x 10-5 eV/atom-K T1 = 200 + 273 = 473 K CD = exp (-0,9 / 8,62 x 10 -5 x 473) = 2,59 x10-10 T2 = 1080 + 273 = 1353 K CD = exp (-0,9 / 8,62 x 10-5 x 1353) = 0,445 x10 -3 ou 1/2 vacância para cada 1000 átomos no volume ou 1/2 vacância para cada 10 átomos em cada direção. 89 O Gráfico de Arrhenius • Gráfico de CD versus T CD ND N exp QD kT CD T ln CD QD k . 1 T ln(CD) 1/T QD = k tan() A partir de um gráfico experimental de ln(CD) versus 1/T é possível determinar a energia de ativação. 90 Impurezas • Impurezas poderão assumir dois tipos de posição na rede cristalina de outro material Interstícios - espaços vazios na rede Substituindo um átomo do material • Impureza intersticial - um exemplo fundamental Carbono em -Ferro (aço) Átomo de Carbono ocupando um interstício na estrutura ccc do Ferro Rint = a/2 - RFe a = 4RFe/3 RFe = 0,124 nm Rint = 0,0192 nm Mas RC = 0,077 nm => RC / Rint = 4.01 Ou seja, o C está altamente comprimido nesta posição, o que implica em baixissima solubilidade (< 0,022 at % ) 91 Soluções Sólidas • A presença de impurezas substitucionais gera uma mistura entre os átomos das impurezas e os do material, gerando uma solução sólida. Água Álcool Mistura em nível molecular = Solvente = Soluto Solução Líquida Solução Sólida 92 As regras de Hume-Rothery • Para que haja total miscibilidade entre dois metais, é preciso que eles satisfaçam as seguintes condições Seus raios atômicos não difiram de mais de 15% Tenham a mesma estrutura cristalina Tenham eletronegatividades similares Tenham a mesma valência 93 Difusão 94 Difusão • Como já vimos, devido à presença de vacâncias e interstícios, é possível haver movimento de átomos de um material dentro de outro material. Cu Ni Posição C o n ce n tr aç ão ( % ) 100 0 Posição C o n ce n tr aç ão ( % ) 100 0 Cu NiSolução Tempo Temperatura 95 96 Formação de Vazios 97 Difusão Intersticial 98 Auto-intersticial 99 Elemento Impureza 100 As leis de Fick • 1ª Lei O fluxo da impureza na direção x é proporcional ao gradiente de concentração nesta direção. Jx = Fluxo de átomos através da área A [átomos/m2.s] D = coeficiente de difusão ou difusividade [m2/s] Jx D c x 101 Difusão em Estado Estacionário • Estado estacionário => J constante no tempo Ex: Difusão de átomos de um gás através de uma placa metálica, com a concentração dos dois lados mantida constante. J Ca Cb xa xb Posição x Ca Cb Jx D c x D Cb Ca xb xa 102 Exemplo • Exemplo 5.1 (Callister) - Calcular J para : Uma placa de ferro exposta a uma atmosfera rica em carbono de um lado, e pobre do outro. Temperatura de 700ºC Concentração de carbono 1,2 kg/m3 a uma profundidade de 5 mm 0,8 kg/m3 a uma profundidade de 10 mm Difusividade = 3 x 10-11 m2/s smkgJ m mkg sm xx CC DJ x ab ab x ./104,2 10105 /)8,02,1( )/103( 29 23 3 211 103 As Leis de Fick (cont.) • 2ª Lei A taxa de variação da concentração com o tempo,é igual ao gradiente do fluxo Se a difusividade não depende de x Esta equação diferencial de segunda ordem só pode ser resolvida se forem fornecidas as condições de fronteira. cx t x D cx x cx t D 2cx x2 104 Exemplo • Sólido muito comprido (“semi-infinito”) em cuja superfície se mantém uma impureza com concentração constante. Condições de contorno t = 0 => C = C0 , 0 x t > 0 => C = Cs , x = 0 (concentração constante na superfície) C = C0 , x = x0 t = 0 105 Exemplo (cont.) A solução da equação diferencial com estas condições de contorno é onde Cx é a concentração a uma profundidade x depois de um tempo t e onde erf(x/2Dt) é a função erro da Gaussiana x0 t > 0 Cx C0 Cs C0 1 erf x 2 Dt 106 Exemplo (cont.) • Função erf(z) x Cs C0 Cx Cx C0 Cs C0 1 erf x 2 Dt 107 Aplicação - Carbonetação • Exemplo 5.2 - Callister É possível endurecer uma camada superficial de uma peça de aço através da difusão de carbono. Isto é obtido expondo a peça a uma atmosfera rica em hidrocarbonetos (ex. CH4) a alta temperatura. Dados Concentração inicial de C no aço C0 = 0,25wt% Concentração na superfície (constante) Cs = 1,20wt% Temperatura T = 950ºC => D = 1,6 x 10-11 m2/s Pergunta: Quanto tempo é preciso para atingir uma concentração Cx = 0,80wt% a uma profundidade de 0.5mm (5 x 10-4 m)? t erf t erf CC CC s x 5,62 4210,0 106,1(2 105 1 25,020,1 25,080,0 11 4 0 0 108 Carbonetação (cont.) Para determinar t deve-se consultar a tabela de erf(z) e interpolar para o valor 0.4210 – z = 0,35 => erf(z) = 0,3794 – z = ? => erf(z) = 0,4210 – z = 0,40 => erf(z) = 0,4284 – Obtém-se z = 0,392 Assim – 0,4120 = erf(62,5/t) = erf(0,392) – 0,392 = 62.5/t – t = 25400 s = 7,1 h Ou seja, após 7 horas, a uma temperatura de 950ºC e uma concentração externa constante de 1,2wt%, obtém-se uma concentração de 0,8wt% de Carbono a uma profundidade de 0.5mm. Camada Carbonetada 109 Mecanismos de difusão • Pode haver difusão de átomos do próprio material, auto- difusão, ou de impurezas, interdifusão. • Ambas podem ocorrer através da ocupação do espaço vazio deixado por vacâncias. • A interdifusão também pode ocorrer através da ocupação de interstícios. Este mecanismo é mais veloz porque os átomos das impurezas são menores e existem mais interstícios do que vacâncias. • Tudo isto indica uma dependência da difusão com o tipo de impureza, o tipo de material e a temperatura. 110 Fatores que influenciam a difusão • Tipo de impureza e tipo de material Impureza Material D0(m 2 /s) Qd (eV/átomo) Difusividade (T=500ºC) Difusividade (T=900ºC) Fe -Fe 2,0x10 -4 2,49 1,1x10 -20 3,9x10 -15 Fe -Fe 5,0x10 -5 2,94 1,1x10 --17 7,8x10 -16 C -Fe 6,2x10 -7 0,83 2,3x10 -12 1,6x10 -10 C -Fe 1,0x10 -5 1,40 9,2x10 -12 7,0x10 -11 Cu Cu 7,8x10 -5 2,18 4,4x10 -19 Zn Cu 3,4x10 -5 1,98 4,3 x10 -18 Al Al 1,7x10 -4 1,47 4,1 x10 -14 Cu Al 6,5x10 -5 1,40 4,8 x10 -14 Mg Al 1,2x10 -4 1,35 1,8 x10 -13 Cu Ni 2,7x10 -5 2,64 1,5 x10 -22 111 Fatores que influenciam a difusão • Temperatura Como os mecanismos satisfazem um gráfico de Arrhenius, a difusividade terá a mesma dependência com a temperatura. onde D0 é uma constante independente de T Qd é a energia de ativação para difusão (J/mol, eV/átomo) R é a constante universal dos gases perfeitos (8,31 J/mol.K ou 8,62 x 10-5 eV/átomo.K) T é a temperatura em K D D0 exp Qd RT TR Q DD d 1 .lnln 0 112 Gráficos de Arrhenius para D Ni em Fe cfc Cu em Al Zn em Cu C em Fe cfc Temperatura, 1000/K Temperatura, °C D if u si v id ad e (m 2 /s ) 113 114 Exemplo: o diamante Hope e o rubi Rosser Reeves O diamante Hope (44,5 carats), o qual é quase carbono puro. O rubi Reeves (138 carats), o qual é basicamente óxido de aluminio (Al2O3). Um carat é equivalente a uma massa de 0,200 g. Determine (a) o número de átomos de carbono no diamante (b) o número de moléculas de Al2O3 no ruby . 115 m = (44,5 carats)[(0,200 g)/(1 carat)] = 8,90 g moles molg g massa m n 741,0 /011,12 90,8 molpor átomosN molatomosmolNnN A 23 23 1046,4 )/10022,6)( 741,0( . 116 (b) m = (138 carats)[(0,200 g)/(1 carat)] = 27,6 g. 101,9612u(15,9994u) 3 (26,9815u) 2 molecular massa Massa de 2 áts de Al Massa de 3 áts de O Cálculos como este na parte (a) revelam que o Rubi Rosser Reeves contém 0,271 moles ou 1,63 x 1023 moléculas de Al2O3 1 Defeitos LINEARES 2 Discordâncias • São defeitos lineares. Existe uma linha separando a seção perfeita, da seção deformada do material. • São responsáveis pelo comportamento mecânico dos materiais quando submetidos a cisalhamento. • São responsáveis pelo fato de que os metais são cerca de 10 vezes mais “moles” do que deveriam. • Existem dois tipos fundamentais de discordâncias: Discordância em linha (edge dislocation) Discordância em hélice (screw dislocation) 3 Discordância em linha A discordância em linha corresponde à borda (edge) do plano extra. Discordância em linha Plano Extra 4 DEFEITOS LINEARES Discordâncias são mudanças abruptas na ordem regular dos átomos ao longo de uma linha (linha de discordância) no sólido. 5 O circuito e o vetor de Burgers Cristal Perfeito Cristal c/ discordância em linha O circuito se fecha. O circuito não se fecha. O vetor necessário para fechar o circuito é o vetor de Burgers, b, que caracteriza a discordância. Neste caso b é perpendicular à discordância 6 Discordância em Hélice Discordância Vetor de Burgers, b Neste caso o vetor de Burgers é paralelo à discordância. Uma boa analogia para o efeito deste tipo de discordância é “rasgar a lista telefônica” 7 Discordância mista Linha da discordância O vetor de Burgers mantém uma direção fixa no espaço. Na extremidade inferior esquerda, onde a discordância é pura hélice, b é paralelo à discordância. Na extremidade superior direita, onde a discordância é pura linha, b é perpendicular à discordância. 8 Discordâncias 9 Discordâncias e deformação mecânica • Uma das maneiras de representar o que acontece quando um material se deforma é imaginar o deslizamento de um plano atômico em relação a outro plano adjacente. Rompimento de diversas ligações atômicas simultaneamente. Plano de deslizamento (slip plane) Baseado nesta representação, é possível fazer uma estimativa teórica da tensão cisalhante crítica. 10 Discordâncias e def. mec. (cont.) A tensão cisalhante crítica é o valor máximo, acima do qual o cristal começa a cisalhar. No entanto, os valores teóricos são muito maiores do que os valores obtidos experimentalmente. Esta discrepância só foi entendida quando se descobriu a presença das discordâncias. As discordâncias reduzem a tensão necessária para cisalhamento, ao introduzir um processo seqüencial, e não simultâneo, para o rompimento das ligações atômicas no plano de deslizamento. 11 Discordâncias e def. mec. (cont.) 1 2 3 4 5 6 tensão cisalhante tensão cisalhante tensão cisalhante tensão cisalhante 12 Direção do movimento Linha: mov. na direção da tensão Hélice: mov. normal a direção da tensão. O efeito final é o mesmo. Discordâncias e def. mec. (cont.) 13 Fronteiras de grão e interfaces • Um material poli-cristalino é formado por muitos mono-cristais em orientações diferentes. • A fronteira entre os monocristais é uma parede, que corresponde a um defeito bi-dimensional. 14 Fronteira de baixo ângulo Fronteira em que ocorre apenas uma rotação em relação a um eixo contido no plano da interface(tilt boundaries). O ângulo de rotação é pequeno (< 15º). Pode ser representada por uma sequência de discordâncias em linha. 15 Modelo de Contorno de Grão 16 17 Vazios em fluência 18 Recristalização AlMg 19 Corrosão intergranular em aço INOX 316 20 Contorno de grão na Perlita 21 Podemos classificar quanto ao tamanho 22 Bi-cristal Contorno de baixo angulo 23 Empilhamento de discordâncias Aço inox HC 24 Interação Discordâncias – Contorno de Grão 25 Recristalização Liga de AlMg 26 Microscopia de Campo de íons Platina Tungstenio 27 Contorno de grão Alto angulo >15º Baixo angulo < 15º 28 Outro tipo de contorno 29 Macla (twin) • Fronteira de alta simetria onde um grão é o espelho do outro. Formadas pela aplicação de tensão mecânica ou em tratamentos térmicos de recozimento (annealing) Plano de macla (twin plane) 30 Outras fronteiras • Fronteira de grande ângulo Fronteira de rotação com ângulos maiores do que 15º Mais difícil de interpretar (unidades estruturais). • Falha de empilhamento: cfc - deveria ser ...ABCABC... e vira ...ABCBCA... hc - deveria ser ...ABABAB... e vira ...ABBABA... • Fronteiras magnéticas ou parede de spin Em materiais magnéticos, separam regiões com orientações de magnetização diferentes. 31 Diagramas de Fase 32 DEFINIÇÕES •Componente – metal puro •Solvente - hospedeiro (ou componente em maior quantidade) •Soluto - elemento dissolvido (ou componente em menor quantidade) •Sistema - conjunto de ligas possíveis do mesmo componente •Solubilidade limite - concentração máxima de soluto que pode ser dissolvido a uma dad temperatura. •Fase – parte com características físicas e química homogêneas 33 Conceito Metal Puro 99,99999% Impurezas Elementos de liga Solução sólida Segunda fase f ( impureza, T, %) Não há formação de novas estruturas O soluto esta uniformente distribuído na rede 34 Solução Sólida de Ni e Cu Para uma liga de CuZn com 30% de Zn uma segunda fase se forma em função do limite de solubilidade do Zn no Cu 35 Grau de Liberdade = é o número de variáveis tais como temperatura, pressão, e/ou concentração dos componentes de uma fase, a qual deve ser arbitrariamente fixada de modo que a condição do sistema possa ser perfeitamente definida. Analogia algébrica • É sabido que um sistema de duas equações pode ser resolvido para duas incógnitas •Porém se o sistema contém tres incógnitas e sómente duas equações, uma desta variáveis independentes deve ser definida de modo a resolver as outras duas. NESTE CASO O SISTEMA POSSUI UM GRAU DE LIBERDADE Portanto GRAU DE LIBERDADE (F) = NÚMERO DE VARIÁVEIS – O NÚMERO DE EQUAÇÕES Regras das fases 36 Variáveis As variáveis involvidas no diagrama de fases são : TEMPERATURA, PRESSÃO, E FRAÇÃO MOLAR DE COMPONENTE DENTRO DE CADA FASE •Uma vez que a soma da fração molar dos componentes é igual a unidade, é possível determinar a fração molar de um componente se o resto é conhecido. •Portanto cada fase tem um número de variáveis independentes igual ao número de componentes menos um. Resultado o sistema tem um número de variáveis independentes igual ao número de fases x (número de componentes –1) + temperatura + pressão ou variáveis = = P (C-1) + 2 37 Equações; As equações usadas são um resultado direto da relação de energia livre de Gibbs. Se 3 fases estão em equilíbrio a variação em energia livre de cada componente da fase é zero. Por exemplo: Seja um sistema binário de componentes A e B e considere um ponto no qual as tres fases , , estão em equilíbrio. A equação resultante para o componente A será dGA = dGA e dGA = dGA . Observe que o número de equações para o componente A é igual ao número de fases menos um. Portanto o número total de equações = número de componentes x (o número de fases –1) ou Equações = C (P-1) 38 F = variáveis - equações F = [P(C-1) + 2] - [C(P-1)] F = PC - P + 2 - PC + C F = C - P + 2 Obs: se a pressão é mantida constante a regra das fases se torna F = C - P + 1 Portanto o grau de liberdade F ( número de variáveis termodinâmicas que podem ser especificadas de forma independente ) 39 Regra das Fases F = C – P + 2 F = graus de liberdade C = No. de componentes do sistema P = No. de fases em equilíbrio Se pressão e temperatura são variáveis F = C – P + 1 Se a pressão é mantida constante 40 F = C – P + 1 F =2 F =1 C=2 F= 3-P Na reação eutética P =3 (L, , ) F=0 Reação invariante 41 Ex: Aplique a regra das fases nos pontos indicados A B L L+S S a b c d F = C-P+1 Ponto a F=2 -1+1 = 2 Ponto b F=2 -2+1 = 1 Ponto c F=2 -1+1 = 2 Ponto d F=1 -2+1 = 0 42 Ex. A 200oC uma liga de 50% de Pb –50% Sn existe na região bifásica como um Sólido rico em Pb e um líquido rico em Sn. a) Calcule os graus de liberdade para esta liga e comente sobre o significado prático. 43 Usando a eq. F+P = C+N E considerando a pressão constante de 1atm N=1 Portanto F+P = C+1 C=2 ( dois componentes Pb e Sn) P=2 ( duas fases) sólido e líquido Portanto F= C + 1 – P F= 2 +1 –2 = 1 F=1 Isto significa que esta mistura bifásica pode ser retida no resfriamento ou aquecimento. A mudança de temperatura “utiliza” a liberdade do sistema e deve ser acompanhada com mudanças na composição. 44 b) Calcule o número de graus de liberdade para uma solução sólida de Sn monofásica, dissolvida em Pb F = C –P + 1 F = 2 –1 + 1 F=2 45 Diagramas de fase • Diagramas de fase são mapas que permitem prever a microestrutura de um material em função da temperatura e composição de cada componente. • Fase é uma porção homogênea do material que tem propriedades físicas ou químicas uniformes: Ex: Mistura água/gelo - duas fases Quimicamente idênticas - H2O Fisicamente distintas - líquida/sólida Ex: Mistura água/açúcar com açúcar precipitado – duas fases Quimicamente distintas - solução H2O/açúcar e açúcar puro Fisicamente distintas - solução em fase líquida e fase sólida 46 Exemplos Material Poli-cristalino com fronteiras de grão aparentes. Uma única fase Micro-estrutura da perlita Duas fases • Ferrita = -Fe (região clara) • Cementita = Fe3C (região escura) 47 Limite de solubilidade • Corresponde a concentração máxima que se pode atingir de um soluto dentro de um solvente. • O limite de solubilidade depende da temperatura. Em geral, cresce com a temperatura. Solução líquida (água açucarada) Solução líquida + açúcar sólido 100 60 80 40 20 0 T em p er a tu ra ( ºC ) 25 10050 750 25100 5075 0 Composição (wt%) Açúcar Água Limite de solubilidade 48 Diagramas binários T em p er a tu ra ( ºC ) L = Líquido = alfa + L Composição (wt% Ni) Linha solidus Linha liquidus 30 40 50 1250ºC B C0 CCL A B Ponto A 60% Ni 1100ºC Ponto B 35% Ni 1250ºC 49 Interpretação dos diagramas • Fases presentes Para uma coordenada qualquer do diagrama, verifica-se quais fases estão presentes Ponto A => apenas fase alfa Ponto B => fase alfa e fase líquida • Composição de cada fase Para uma coordenada qualquer do diagrama, verifica-se quantas fases existem Uma fase => trivial => composição lida direto do gráfico. Duas fases => Usa-se o método da linha de conexão (tie-line) – A tie-line se extende de uma fronteira a outra – Marca-se as intersecções entre a tie-line e as fronteiras e verifica-se as concentrações correspondentes no eixo horizontal 50 Regra da Alavanca 51 Regra da Alavanca: Porcentagem em peso de fases • Soma das porcentagens em peso : • Conservação de massa: • Combinando as equações: WL W 1 Co WLCL WC • Interpretação geometrica moment equilibrium: 1 W solving gives Lever Rule WLR WS no momento de equilíbrio Resolvendo para regra da alavanca 52 Diagrama Cu-Ni : porcentagem de fases • Regra 3: Conhecendo T e Co, entãosaberemos: -- a quantidade de cada fase em porcentagem em peso (wt%). • Exemplos: em TB: Ambos e L em TA : sómente Liquido (L) WL = 100wt%, W = 0 em TD: Sómente Solido () WL = 0, W = 100wt% Co = 35wt%Ni WL S R S W R R S 43 35 43 32 73 % = 27% 53 Quantidade de fases em uma região bi-fásica )()( 00 CCfCCf LL 1 ffL braço do totalidade braço do oposto lado CC CC f L L 0 f fL Tie-Line (isoterma) : alavanca Composição da liga C0: apoio fL: peso no ponto liquidus f: peso no ponto solidus A balança está equilibrada quando L 54 Ex. Seja uma liga com 50% A e 1kg de peso/massa. A temperatura é reduzida lentamente até que a composição da solução líquida seja 18% B e da solução sólida 66% em peso de B. Calcule a quantidade de cada fase. A B C A B T 30 50 80 L S L+ST1 55 Interpretação (cont.) 30 40 50 1250ºC B C0 CCL tie-line • Fase líquida CL = 32 wt% Ni - 68wt% Cu • Fase alfa (solução sólida) C = 43 wt% Ni - 57 wt% Cu • Composição de cada fase (cont.) 56 Interpretação (cont.) • Determinação das frações de cada fase Uma fase => trivial => 100% da própria fase Duas fases => Regra da Alavanca (lever rule) 30 40 50 1250ºC B C0 CCL tie-line 73,0 3243 3543 0 L L CC CC W 270 3243 3235 0 , L L CC CC W 57 Lógica da regra da alavanca • A regra da alavanca nada mais é do que a solução de duas equações simultâneas de balanço de massa Com apenas duas fases presentes, a soma das suas frações tem que ser 1 W + WL = 1 A massa de um dos componentes (p.ex. Ni) que está presente em ambas as fases deve ser igual a massa deste componente na liga como um todo WC + WLCL = C0 • A regra da alavanca, na verdade, deveria ser chamada de regra da alavanca invertida. 58 Diagramas de fase e microestrutura • Até agora nós estudamos diagramas de fase isomorfos, nos quais existe uma faixa de temperaturas em que há completa miscibilidade de um constituinte no outro. • Outra condição implicitamente utilizada até agora é de que os diagramas são de equilíbrio. Isto quer dizer que qualquer variação de temperatura ocorre lentamente o suficiente para permitir um rearranjo entre as fases através de processos difusionais. Também quer dizer que as fases presentes a uma dada temperatura são estáveis. 59 Diagramas de fase e microestrutura • Evolução microestrutural T em p er at u ra Composição L + L CL3 CL2 CL1 C3 C2 C1 100% Líquido C0 constituinte B 90% Líquido - 10% alfa CL1 const. B - C1 const. B 60% Líquido - 40% alfa CL2 const. B - C2 const. B 10% Líquido - 90% alfa CL3 const. B - C3 const. B 100% Sólido - alfa C0 constituinte B 60 Não-equilíbrio e segregação • Durante o resfriamento, ocorrem mudanças na composição das duas fases. Estas mudanças dependem de difusão, que é um processo lento na solução sólida. Na prática não vale a pena manter taxas tão lentas de resfriamento, o que implica que as estruturas obtidas não são exatamente as descritas até agora. Assim, a região central de cada grão vai ser rica no constituinte de alto ponto de fusão. A concentração do outro constituinte aumenta em direção ao contorno de grão. Isto implica em uma maior sensibilidade das fronteiras à temperatura. No aquecimento elas derreterão e o material se esfacelará. 61 Sistemas binários eutéticos Composição (wt% Ag) T em p er at u ra ( °C ) Líquido + L + L +CE CE CE Reação Eutética (a 780°C) L (71,9% Ag) (7,9% Ag) +(91,2% Ag) A temperatura de fusão do eutético é mais baixa que as dos seus constituintes. 62Exemplo: Solda (Pb-Sn) • Para uma liga de 40%wt Sn-60%wt Pb a 150°C Quais são as fases presentes, suas composições e proporções ? Composição (wt% Sn) T em p er at u ra ( °C ) C C Fases Presentes: e Composições: C 11% Sn C 99% Sn Proporções: W = (C- C)/(C- C) =, W = 1 - W, + 63 Microestrutura em eutéticos • Composição eutética Microestrutura eutética: Camadas finas alternadas de fases e Microestrutura eutética: Camadas finas alternadas das fases e (pequena variação em relação a T1) 100% Líquido com a composição eutética A transição eutética é rápida. Assim, não há tempo para ocorrer difusão substancial. A segregação de átomos de tipo A e B tem que se dar em pequena escala de distâncias. Composição T em p er at u ra ( °C ) 64 Microestrutura em eutéticos (cont.) • Composição hipereutética Composição T em p er at u ra ( °C ) 10% de 1 em uma matriz de L1 100% Líquido com a composição de 80% B 67% de 2 em uma matriz de L2 (60% B) 67% de 3 (90% B) em uma matriz de microestrutura eutética = 17% 3 (30% B) + 83% 3 (90% B) 65 Microestrutura em eutéticos (cont.) • A microestrutura para uma composição hipoeutética é simétrica à da hipereutética Fase (ou ) primária, formada por solidificação paulatina a partir da fase líquida, acima da temperatura eutética (proeutética) Estrutura eutética 66 Microestrutura em eutéticos (cont.) • Composição abaixo da eutética 50% de 1 em uma matriz de L1 100% Líquido com a composição de 20% B 100% de (20% B) 5% de 3 em uma matriz de 3 1% de 2 em uma matriz de (precipitado nos contornos ou dentro dos grãos) Composição (wt% B) T em p eratu ra (°C ) 67 Fases do Diagrama Fe-C Cementita, (D011) Structure estrutura crsitalina ortorrombica Efeito da % de C Nas dimensões da rede martensítica 68 Diagrama Eutetóide • Diagrama semelhante a um eutético, no qual ocorre uma transição tipo eutética no estado sólido. 0,77 0,022 T(°C) L (austenita) + Fe3C + Fe3C + L 400 800 1200 1600 0,77 4,302,11 727°C 1148°C 912°C 1394°C 1538°C 1 2 3 4 5 6 6,7 Concentração (wt% C) Cementita (Fe3C) (Fe) 69 Diag. Fe-C - Características básicas • Fases do Ferro puro Tamb - 912°C =>Fe na forma de Ferrita (-Fe, CCC) 912°C-1394°C =>Fe na forma de Austenita (-Fe, CFC) 1394°C-1538°C =>Fe na forma de delta Ferrita (-Fe, CCC) - nenhum valor tecnológico • Solubilidade do C em Fe Na fase - máximo de 0,022% Na fase - máximo de 2,11% • Cementita - Fe3C Composto estável que se forma nas fases e quando a solubilidade máxima é excedida, até 6,7 wt% C. É dura e quebradiça. A resistência de aços é aumentada pela sua presença. 70 Diag. Fe-C - Características básicas • Reação eutética A 1148°C ocorre a reação L (4,3% C) <=> (2,11% C) + Fe3C (6,7% C) • Reação eutetóide A 727°C ocorre a reação (0,77% C) <=> (0,022% C) + Fe3C (6,7% C) que é extremamente importante no tratamento térmico de aços. • Classificação de ligas ferrosas 0-0,008wt% C - Ferro puro 0,008-2,11wt% C - aços (na prática < 1,0 wt%) 2,11-6,7wt% C - ferros fundidos (na prática < 4,5wt%) 71 Evolução microestrutural • Concentração eutetóide Perlita ( + Fe3C) + Fe3C 0.77 wt% C 727°C Inicialmente, temos apenas a fase . A uma temperatura imediatamente abaixo da eutetóide toda a fase se transforma em perlita (ferrita + Fe3C) de acordo com a reação eutetóide. Estas duas fases tem concentrações de carbono muito diferentes. Esta reação é rápida. Não há tempo para haver grande difusão de carbono. As fases se organizam como lamelas alternadas de ferrita e cementita. 72 Evolução microestrutural (cont.) • Concentração hipo-eutetóide Inicialmente, temos apenas a fase . Em seguida começa a surgir fase nas fronteiras de grão da fase . A uma temperatura imediatamente acima da eutética a fase já cresceu, ocupando completamente as fronteiras da fase . A concentração da fase é 0.022 wt% C. A concentração da fase é 0.77 wt% C, eutetóide. A uma temperatura imediatamente abaixo da eutetóidetoda a fase se transforma em perlita (ferrita eutetóide + Fe3C). A fase , que não muda, é denominada ferrita pro-eutetóide. + Fe3C 727°C Fe3C pro-eutetóide perlita C0 73 Evolução microestrutural (cont.) • Concentração hiper-eutetóide Inicialmente, temos apenas a fase . Em seguida começa a surgir fase Fe3C nas fronteiras de grão da fase . A concentração da Fe3C é constante igual a 6.7 wt% C. A concentração da austenita cai com a temperatura seguindo a linha que separa o campo+Fe3C do campo . A uma temperatura imediatamente acima da eutetóide a concentração da fase é 0.77 wt% C, eutétóide. A uma temperatura imediatamente abaixo da eutetóide toda a fase se transforma em perlita. A fase Fe3C, que não muda, é denominada cementita pro-eutetóide. + Fe3C 727°C Fe3C Fe3Cpro-eutetóide perlita C1 Fe3C 74 Exemplos de microestruturas Aço hipo-eutetóide com 0.38 wt% C, composto por ferrita pro-eutetóide (fase clara) e perlita [fase com lamelas claras (ferrita) e escuras (cementita)]. 635x. Aço hiper-eutetóide com 1.40 wt% C, composto por cementita pro-eutetóide (fase clara) e perlita. 1000x. 75 Proporções das fases C0 C1 6.70.770.022 T U V X Wp T T U C0 0.022 0.77 0.022 Fração de perlita W ' U T U 0.77 C0 0.77 0.022 Fração de ferrita pro-eutetóide Wp X V X 6.7 C1 6.7 0.77 Fração de perlita Fração de cementita pro-eutetóide WFe 3 C V V X C1 0.77 6.7 0.77 Hipo-eutetóide Hiper-eutetóide 76 Glossário • Austenita = -Fe = fase • Ferrita = -Fe = fase • Cementita = Fe3C (6.7 wt% C em Fe) • Perlita = Ferrita e Cementita em lamelas alternadas • Hipo = menor que - Hiper = maior que • Ferrita pro-eutetóide = Ferrita que se forma a T >Teutetóide p/composição hipo-eutetóide (<0.77 wt%C) • Cementita pro-eutetóide = Cementita que se forma a T >Teutetóide p/composição hiper-eutetóide. 77 Propriedades Mecânicas 78 Elongamento (mm) T e n s ã o ( M P a ) Curva se para Cobre Recozido 79 Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 80 Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 81 • Uma amostra “padronizada” é colocada em uma máquina e uma força axial é aplicada –Um extensometro é usado para medir o deslocamento. • A amostra deve ser longa e fina e sem cantos vivos. Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 82 Base de medida, 2 in. Seção reduzida , 2,25 in. diametro, 0,5 in. diametro, 0,75 in. raio 3/8 in. Dimensões da amostra Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 83 Tensão e Deformação são calculadas a partir deste teste Base de medida Extensômetro F F Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 84 • A deformação é medida na zona do meio usando um extensômetro Curva Tensão-Deformação •A amostra é presa na máquina pelas extremidades • A carga F é medida a medida que o material é deformado F F Teste de Tração 85 Curva Tensão-Deformação Qual é a tensão medida neste teste ? Esta tensão é definida como a força P dividida pela área perpendicular a esta força. Seja A a área na seção entre as extremidades do extensômetro A P s Teste de Tração 86 Curva Tensão-Deformação • Quando sómente a área da seção transversal inicial Ao é usada a tensão é chamada de tensão nominal ou tensão de engenharia. • A área da seção transversal A, geralmente reduz durante o teste. Se a área é medida a cada momento do teste, obtemos a tensão verdadeira, assim a tensão verdadeira é sempre maior que a tensão nominal. Teste de Tração 87 s F A Resistência é expressa em unidades de Força/Área = tensão Tensão de Escoamento Tensão Limite (Limite de Resistência) Tensão de Fratura Tensão Compressiva • O simbolo para representar tensão é a letra grega s (sigma) Tensão é sinônimo de Resistência Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 88 Exemplos de situações onde a tensão Normal está atuante Cabos de pontes em suspensão. Pernas das cadeira fazem marcas no assoalho ? (tensão compressiva do pinho vs carvalho) Operações de conformação e fabricação Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 89 •A amostra mudará de comprimento e isto será medido como elongação por unidade comprimento. •Deformação é adimensional • Para a maioria dos metais carregados abaixo do ponto de escoamento a deformação é muito pequena. Por exemplo, uma barra de aço com 1cm de diâmetro suporta uma carga de 1000kg, terá uma carga de tensão uniaxial de 12,7MPa e a deformação será sómente e= 0,0001m/m Deformação Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 90 • Deformação é frequentemente descrita por m/m (strain) Ex: para uma deformação e= 0.0001 = 100 m/m= 100 strain Alguma vezes a deformação é expressa como porcentagem, quando a deformação é grande. Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 91 Deformação : é meramente uma razão e e o o o o Onde l comprimento inicial l0 comprimento final Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 92 Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 93 • Energia para quebrar uma unidade do material, ou energia absorvida na fratura • É aproximadament a aréa sobre a curva tensão- deformação. Tenacidade Teste de Tração 94 Baixa tencidade (polímeros) e T e n s ã o d e E n g e n h a ri a s Pouca Tenacidade (cerâmicas) Alta Tenacidade (metais,compósitos ) Deformação de engenharia Tenacidade Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 95 Resiliência É a capacidade de absorver energia quando deformada elásticamente e recuperar esta energia quando descarregada. Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 96 • Deformação Plástica %EL L f Lo Lo x100 Medida de dutilidade Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 97 • Deformação Plástica • OBS: %RA e %EL são comparáveis - Razão: o deslizamento cristalino não muda o volume do material - % RA > %EL, possível se vazios internos se formam no pescoço 100x A AA RA o fo % • Outra medida de dutilidade Teste de Tração 98 • Deformação Plástica menor %EL, frágil se %EL<5% Grande %EL, dúctil %EL >5% T e n s ã o d e E n g e n h a ri a s Deformação de engenharia e Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 99 E ’ E D C B A 0 e sLimite de resistência `Linear Plástica Encruamento Empescoçamento Significante Curva Tensão-Deformação - típica de um aço Tensão de escoamento Limite de proporcionalidade Teste de Tração 100 A parte linear: Robert Hooke 1678 - Ut tensio sic vis (tal como estica tal como a força) Thomas Young (1807) – sugeriu que a razão tensão/deformação dá a medida da rigidez do material. Esta razão é chamada módulo de Young ou módulo de elasticidade E. Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 101 Material Módulo (E) Aço 205 GPa CoCrMo 210 GPa Ti6Al4V 110 GPa Polietileno (AD) 1.4 GPa Acrílico 2.8 GPa Ossos 10-25 GPa Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 102 E ’ E D C B A 0 e sLimite de resistência `Linear Plástica Encruamento Empescoçamento Significante Tensão de escoamento Limite de proporcionalidade Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 103 • Para um aço estrutural existe uma região plástica onde existe pouco ou nenhum aumento na tensão a medida que a amostra alonga durante o teste. • Deformação pode ser de 10-15 vezes a deformação no limite proporcional. • Metais com este comportamento são considerado duteis Parte Plástica : Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 104 E ’ E D C B A 0 e sLimite de resistência `Linear Plástica Encruamento Empescoçamento Significante Tensão de escoamento Limite de proporcionalidade empescoçamento Curva Tensão-Deformação Teste de Tração 105 Região Encruada : Após sofrer alta deformação na região BC o metal começa a encruar. Mudanças
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