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UNINASSAU PEDAGOGIA PSICOMOTRICIDADE FERNANDA MARIA AGOSTINHO DE ARAUJO DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES LUCINALVA MARIA DA CONCEICAO SOUZA GREICE KELLY DA SILVA AGUILAR Olá aluno (a)! Seja bem-vindo (a) à Atividade Contextualizada da disciplina de “Psicomotricidade”. Nessa atividade é necessário que você leia textos, artigos científicos, artigos publicados em revista e demais informações que te auxiliem em seus argumentos e possíveis questionamentos. Para começar, leia o texto a seguir: A Psicomotricidade tem sua história marcada pela busca da compreensão do funcionamento neurofisiológico da criança e, ao longo de um século, graças às contribuições dos estudos sobre desenvolvimento humano e à participação da psicologia no campo das investigações científicas, assume uma outra abordagem. Baseado nessas informações, explique qual é a concepção da psicomotricidade no campo da prática e da investigação científica na atualidade. Psicomotricidade: trajetória e importância Considerada como a expressão da educação psicomotora, acredita-se que a psicomotricidade surgiu como termo em 1920 com Dupré, pois desde 1909, o autor já chamava a atenção das crianças sobre o desequilíbrio motor, denominando o quadro de “debilidade motriz”, notando que havia uma estreita relação entre as anomalias psicológicas e as anomalias motrizes (SILVA, 2019). Ele rompeu com as conjecturas da correspondência biunívoca entre a localização neurológica e perturbações motoras da infância, formulando a ideia de psicomotricidade através de uma linha filosófica neurológica, demonstrando a associação estreita entre o desenvolvimento da psicomotricidade, inteligência e afetividade (FALCÃO; BARRETO, 2009). Em 1966 na França, em função da carência da educação física em atender às expectativas de uma educação integral do corpo, a psicomotricidade tem sua origem e tem sua inclusão nos cursos primários das escolas francesas (SILVA, 2019). Henry Wallon (1879- 1962), médico, psicólogo e filósofo francês, é possivelmente, o grande precursor da psicomotricidade, vista como ciência, oferecendo observações determinantes sobre o desenvolvimento neurológico do recém-nascido e da evolução psicomotora da criança, considerando o movimento como a única expressão e o instrumento primeiro do psiquismo (FALCÃO; BARRETO, 2009). Tanto na Europa e quanto no Brasil a Educação Especial foi o elo de surgimento e ligação da psicomotricidade, no Brasil em especial as atividades envolvendo o movimento foram usadas inicialmente para ajudar pessoas com deficiência (FALCÃO; BARRETO, 2009). A psicomotricidade se propagou a partir de 1968 no país, como uma possibilidade de modificar a concepção esportivizante da Educação Física escolar, por meio de cursos e matérias relacionadas a disciplina em Universidades em vários estados brasileiros, inserindo-se inicialmente nas escolas especializadas como um recurso pedagógico para corrigir e preencher lacunas no processo de desenvolvimento (SILVA, 2019). Em 1980 foi fundada a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade e os profissionais que deram início da prática no Brasil iam para a França especializar-se em clínica infantil e, depois, em psicomotricidade com Ajuriaguerra - psiquiatra e professor e, depois, com Bergès, seguidor de Ajuriaguerra, no hospital Henri-Roussele, na escola da equipe de Giselle. B Soubiran- terapeuta psicomotora (MOI; MATTOS, 2019). No entanto, apenas no século XX a psicomotricidade passou realmente a ser considerada ciência, sendo sustentada por três conhecimentos básicos: movimento, intelecto e afeto e, constituída por três pilares: o querer fazer (emocional) – sistema límbico, o poder fazer (motor) – sistema reticular e o saber fazer (cognitivo) – córtex cerebral, o que significa que é imperativo o equilíbrio entre eles, para não acarretar uma desestruturação no processo de aprendizagem da criança (MOI; MATTOS, 2019). Como pode ser percebido o uso da Psicomotricidade mudou ao longo dos anos, primeiramente os temas sobre a doutrina eram discutidos sobretudo em pesquisas com o foco no desenvolvimento motor da criança, posteriormente passaram a abranger a relação entre o considerado atraso no desenvolvimento motor e o intelecto da criança, progredindo com outros estudos na área, considerando cada faixa etária, percebendo dessa forma o desenvolvimento de habilidades de acordo com a idade, e presentemente os estudos não priorizam o progresso de desenvolvimento motor, mas sim todos os componentes que constituem uma criança, sendo possível favorecer de tal modo o desenvolvimento integral do indivíduo (SILVA, 2019). Para que o sujeito se desenvolva de forma integral é imperativo os testes psicomotores para diagnosticar disfunções psicomotoras, feito isso a reeducação se faz necessária, ou seja, educar o que o indivíduo não assimilou de forma adequada em fases anteriores, detectando assim a partir de uma avaliação o grau de comprometimento, para que possa ser traçado um programa de reeducação, programa esse que pode ser realizado por diversas áreas profissionais, como a Pedagogia, Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Psicologia, e educadores com formação em psicomotricidade (SILVA, 2019). Quando se fala em Psicomotricidade e sua prática, não se pode ater apenas a reeducação como supracitado, visto que suas principais vertentes são a reeducação, a terapia e a educação, exemplificadas a seguir (MOI; MATTOS, 2019): • A Reeducação vai atender de forma individual, ou em pequenos grupos, que apresentam sintomas de ordem psicomotora, privilegiando primordialmente três situações: a atenuação do problema, a redução do sintoma e a adequação ao problema através de jogos e exercícios psicomotores. • A Terapia Psicomotora, realizada individualmente ou em pequenos grupos que apresentam grandes perturbações de ordem patológica, objetivando uma ação diagnóstica dos atrasos psicomotores ou características da personalidade com a utilização do corpo, com seus movimentos e sua expressividade. Ela faz uso das contribuições da teoria psicanalítica e está atenta, nesta vertente à vida emotiva de seus pacientes, sendo o corpo considerado como uma unidade que associa a emoção e a motricidade. • A Educação Psicomotora, realizada no âmbito escolar, é preventiva, aplicada especialmente na Educação Infantil e no Ensino Fundamental séries iniciais. A Educação Psicomotora proporciona atividades escolares, que não podem ser conduzidas se a crianças não tiver alcançado a consciência do seu corpo, lateralizar-se, e se não tiver adquirido habilidades e coordenação de seus gestos e movimentos. A psicomotricidade historicamente está interligada com os processos de desenvolvimento humano, em seus processos de transformação (SILVA, 2019), onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas, sendo sustentada, como visto, por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE). A significação do corpo, assim como as teorias psicológicas, sofreu inúmeras transformações ao longo da história, já negligenciado em função do espírito, considerado como separado do “sujeito conhecedor” e somente no século XIX ele começa a ser estudado, primeiro, por neurologistas, para compreender das estruturas cerebrais, depois por psiquiatras, para clarificar fatores psicológicos (SILVA, 2019). A medida que as teorias psicológicas foram evoluindo, assim como o entendimento do corpo, especificamente no fim do século XIX, surgem as primeiras ideias de psicomotricidade, mas ainda hoje pode-se dizer que não existe uma única definição para essa ciência (CÂMARA, 2016). A busca por entender o desenvolvimento humano, os entraves para esse desenvolvimento e como trabalhá-lo para que o indivíduo pudesse desempenhar suas funções na sociedade,especialmente no que diz respeito a sua atuação na escola, levou ao estudo do movimento, ao entendimento de sua importância e sua relação tanto com a inteligência quanto com o afeto. Os entraves no desenvolvimento do indivíduo como um todo, não apenas na questão motora, podem advir de um desenvolvimento psicomotor não estimulado, atrapalhando como dito acima a execução de ações simples do cotidiano, como por exemplo o ler e o escrever (MOI; MATTOS, 2019). Por isso a prática a psicomotricidade, tanto quanto os contínuos estudos a esse respeito ainda se mostram importantes atualmente, o desenvolvimento é algo contínuo e progressivo, e a queima de etapas interfere diretamente nas subsequentes o que causa danos ao sujeito em sua vida social prática. REFERÊNCIAS ASP, Associação Brasileira de Psicomotricidade. O que é Psicomotricidade. Site ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE. Disponível em: https://psicomotricidade.com.br/sobre/o-que-e-psicomotricidade/. Acessado em: 11 de março de 2021. CÂMARA, Suzana Aparecida dos Santos (org.). Psicomotricidade e trabalho corporal. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. FALCÃO, Hilda Torres; BARRETO, Maria Auxiliadora Motta. Breve histórico da psicomotricidade. Ensino, Saúde e Ambiente, v.2 n.2 p.84-96 agosto 2009. ISSN 1983-7011 Disponível em: <https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:N23GqjhWwtcJ:https://periodicos. uff.br/ensinosaudeambiente/article/download/21046/12521+&cd=6&hl=en&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 9 Mar. 2021. MOI, Raysa Soares; MATTOS, Márcia Simões. Um breve histórico, conceitos e fundamentos da psicomotricidade e sua relação com a educação. 2º Encontro Internacional História & Parcerias. 21 a 25 de outubro de 2019. Universidade Veiga de Almeida: Rio de Janeiro. Disponível em: <https://www.historiaeparcerias.rj.anpuh.org/resources/anais/11/hep2019/1569516955_ARQ UIVO_84ce39886d1b511e9c1ba9efecb6d6c5.pdf>. Acesso em: 9 Mar. 2021. SILVA, Yasmim Almeida. A psicomotricidade na educação infantil. Universidade de brasília faculdade de educação física curso de licenciatura. Brasília/DF: 2019. Disponível em: <https://bdm.unb.br/bitstream/10483/26708/1/2019_YasminAlmeidaSilva_tcc.pdf>. Acesso em: 9 Mar. 2021.
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