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GESTÃO DEMOCRÁTICA E A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR X (tcc claudia)

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GESTÃO DEMOCRÁTICA E A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR
Claudia Maria Módulo Peres Nicolete
Presidente Prudente/ SP
2020
GESTÃO DEMOCRÁTICA E A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR
Trabalho apresentado como exigência parcial para conclusão do curso de Pós Graduação em Gestão Escolar (Administração, Supervisão. Orientação e Inspeção)
Presidente Prudente/ SP
2020
RESUMO
Partindo de uma incursão na legislação educacional brasileira, no que diz respeito à possibilidade da comunidade participar da gestão escolar, enfocando os interesses e o papel do Estado nesse contexto, chega-se à realidade de nossas instituições de ensino públicas de Educação Básica, com ênfase para a importância atribuída à participação dos diversos segmentos, presentes na unidade escolar, para a melhoria de sua qualidade de ensino. Discute-se de que forma a comunidade tem participado da gestão escolar, com destaque para a participação ocorrida através dos principais órgãos representativos das escolas e as dificuldades enfrentadas pelos mesmos no desempenho de seu papel. Conclui-se o ensaio valorizando-se o espaço de participação em que a comunidade já atua, enfatizando a necessidade de que através desse espaço outros também possam ser conquistados.
Palavras chave: Gestão Democrática. Escola. Educação, Comunidade.
 
RESUME
Starting from an incursion into Brazilian educational legislation, with respect to the possibility of the community participating in school management, focusing on the interests and role of the State in this context, we arrive at the reality of our public basic education institutions, with emphasis for the importance attributed to the participation of the different segments, present in the school unit, for the improvement of its teaching quality. It discusses how the community has participated in school management, with emphasis on the participation that took place through the main representative bodies of the schools and the difficulties faced by them in the performance of their role. The essay concludes by valuing the participation space in which the community already operates, emphasizing the need that through this space others can also be conquered.
Keywords: Democratic Management. School. Education, Community.
 
 
Sumário
INTRODUÇÃO	5
1. OS PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA	5
2. O PAPEL DO GESTOR	9
3-A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR	10
O papel da escola na vida e a sua função social	10
4. A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO	13
CONCLUSÃO	15
BIBLIOGRAFIA	17
INTRODUÇÃO
A ideia de uma escola democrática nos faz pensar em um local aberto à comunidade, onde todos possam ter acesso a ensino de qualidade, possam expor sua visão e serem ouvidos em seus anseios.
 Considerando o gestor como principal elo entre escola e comunidade, vemos como é importante administrar de forma aberta, democrática. O conflito de ideias, os argumentos com base nos diferentes pontos de vista, expõe novas percepções e alternativas, para o desenvolvimento e sucesso do processo de ensino/aprendizagem.
 Hoje não se pode pensar em escola voltada apenas para a competência técnica. É necessária uma consciência mais critica sobre o mundo que vivemos. A parceria escola e família são essenciais para a eficácia do trabalho educativo e da construção do conhecimento em busca de uma melhor qualidade de vida e constituição da cidadania. A participação ativa da comunidade no ambiente escolar, o respeito a diversidade cultural, o reconhecimento e a aceitação de nossas diferenças, mediante a um diálogo aberto e esclarecedor, modificam o ambiente escolar tornando-o mais amplo, aconchegante e prazeroso .
Esse artigo  tem como objetivo contribuir para  á formação docente. O tema foi escolhido durante o estágio de gestão onde observamos como a equipe gestora se organiza e interfere positiva ou negativamente de acordo com o conhecimento do conceito de “gestão”, haja vista que este termo altera toda estrutura já conhecida e embutida culturalmente em um sociedade tradicional e que esta constantemente em transformação.
1. OS PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
A gestão escolar, numa perspectiva democrática, tem características e exigências próprias. Para efetiva-la, devemos observar procedimentos que promovam o envolvimento, o comprometimento e a participação das pessoas. O desafio de envolver, articular e promover a ação de pessoas nos processos democráticos de participação são semelhantes na sociedade e nas escolas. Torna-se necessário então exercer funções que fortalecem a presença e atuação de pessoas envolvidas. O modo democrático de gestão abrange o exercício do poder, incluindo os processos de planejamento, a tomada de decisões e a avaliação dos objetivos alcançados. Trata-se, portanto, de fortalecer a participação das comunidades que estão inseridas na escola, decentralizando os processos de decisão e dividindo responsabilidades alcançando seu principal objetivo que é de envolver todos os segmentos interessados na construção de propostas coletivas de educação.
O princípio de gestão democrática do ensino público, estabelecido na Constituição brasileira, foi regulamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96).
Sobre o Art.206,a Constituição diz que,o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I-igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II-liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
II-pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV-gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V-valorização dos profissionais de ensino, garantindo, na forma da lei, planos carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso, exclusivamente, por concurso público provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela união;
VI-gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII-garantia de padrão de qualidade.
Como vemos a Constituição articula à gestão democrática do ensino. Este princípio constitucional constitui uma das garantias do direito à participação. Cria uma maior eficiência na obtenção dos objetivos da educação querem sejam políticos, pedagógicos e/ou culturais e tem como proposta: a participação efetiva dos diversos setores da escola e da comunidade, incentivar a autonomia das escolas, repensarem a teoria e a prática administrativa, simplificar as estruturas burocráticas e descentralizar os processos de decisão e execução, que para Saviani (1996, p.43), deve ser entendido como um processo de aprendizado:
A gestão democrática é entendida como processo de aprendizado e de luta política que não se circunscreve aos limites da prática educativa, mas vislumbra, nas especificidades dessa prática social e de sua relativa autonomia, a possibilidade de criação de canais de efetiva participação e de aprendizado do “jogo” democrático e, consequentemente, do repensar das estruturas de poder autoritário que permeiam as reações sociais e, no seio dessas, as práticas educativas.
A administração escolar democrática visa que a sociedade esteja ciente do processo pedagógico e participe da coordenação das unidades escolares. Essa descentralização administrativa permite uma maior e melhor capacidade de adaptação das instituições de ensino às condições socioculturais locais, como o perfil social dos alunos e educadores.
Nesse tipo de gestão não há superiores, hierarquia de poderes. A gestão é participativa, onde todos os envolvidos têm a sua importância, atuando no projeto pedagógico: Associação de Pais e Mestres (APM), clubes diversos, grêmio estudantil, conselhos de classe, representação de turmas, pais, alunos, professores e funcionários, já que a escola para Libâneo (2001, p.115) deve buscar a autonomia:
A autonomia é o fundamento da concepção democrático-participativa de gestãoescolar, razão de ser do projeto pedagógico. Ela é definida como faculdade das pessoas de autogovernar-se, de decidir sobre se próprio destino. Autonomia de uma instituição significa ter poder de decisão sobre seus objetivos e suas formas de organização, manter-se relativamente independente do poder central, administrar livremente recursos financeiros.
Entretanto, mesmo buscando essa autonomia, a escola necessariamente deve continuar vinculada ao governo e à sociedade civil, para que os mesmos atentem de suas responsabilidades públicas de Estado para com a escola pública.
A gestão democrática instaura a democratização na escola, pela natureza social da escola, não se limita apenas aos processos ligados à função administrativa. A escola torna-se democrática por toda a sua ação pedagógica e educativa, não por sua prática administrativa.
Educação é um ato político. Afinal a educação é a alavanca das mudanças sociais e deve ser encarada como uma prática de libertação e de construção histórica. É através de uma escola democrática, participativa que nasce a transformação da sociedade.
Atualmente, muito se comenta sobre o tema organização e gestão, sobre a função do gestor, e o termo gestão participativa ou compartilhada, em que toda a equipe escolar se envolve na elaboração e execução do projeto político pedagógico se mostra em evidência.
Existem atualmente, no Brasil, três concepções de organização e gestão: a técnico-científica, a autogestionária e a democrático-participativa.
De acordo com Libâneo (2001, p.97), “a concepção técnico-científica baseia-se na hierarquia de cargos e funções visando a racionalização do trabalho, a eficiência dos serviços escolares”, mediante isto se observa que esta concepção se mostra em uma administração em que a escola centraliza todo o controle nas mãos do gestor. Há valorização apenas na autoridade do gestor. E dessa forma a autonomia dos demais profissionais da equipe escolar se resume apenas na execução de normas e regras, destacando mais a tarefa do que as pessoas.
Já a concepção autogestionária, é baseada na coletividade, ou seja, a igualdade na participação de todos os envolvidos na instituição escolar, “crença no poder instituinte da instituição (vivência da experiência democrática no seio da instituição para expandi-la à sociedade) e recusa de todo poder instituído” (LIBÂNEO, 2001, p.98).
Na concepção democrático-participativa é visto com muita importância a coletividade na tomada de decisões e, a busca por objetivos culturais e sociais, como afirma Libâneo (2001, p.98):
Defende uma forma coletiva de gestão em que as decisões são tomadas coletivamente e discutidas publicamente. Entretanto, uma vez tomadas as decisões coletivamente, advoga que cada membro da equipe assuma sua parte no trabalho, admitindo-se a coordenação e a avaliação sistemática da operacionalização das decisões dentro de uma real diferenciação de funções e saberes.
Entretanto a administração escolar atual, ainda tem muita influência do passado, e é um resultado do avanço da economia, das mudanças políticas e até mesmo sociais do país. Então, a concepção de gestão de uma escola, evidentemente demonstra as ocorrências e mudanças da sociedade, com as transformações ou até mesmo a conservação social da mesma. A forma como ocorre à organização e gestão, representa toda a estrutura interna de uma escola, e certamente poderá influenciar tanto no trabalho pedagógico quanto no administrativo.
2. O PAPEL DO GESTOR
Para que sua liderança seja bem sucedida, é necessário que o gestor conheça e compreenda seus próprios valores, a onde quer chegar e os caminhos que deve percorrer. Sua convicção a respeito de suas metas é fundamental para que elas se concretizem. Manter um comportamento coerente com a autoridade que o cargo lhe confere exige senso de responsabilidade.
 Atualmente, mesmo seguindo normas, regras, resoluções, um sistema burocratizado, o gestor ainda exerce duas ordens de funções, devido ao fato de estar centralizado no cargo atribuições para que exerça como autoridade máxima responsável tanto pela parte educacional e administrativa. Segundo Paro (1986, p.133), são funções do gestor:
Onde a adoção dos mecanismos gerenciais da administração capitalista na escola repercute de forma especialmente singular é precisamente no papel desempenhado pelo diretor escolar, que passa a assumir, nesse processo, posição bastante contraditória, já que tem de exercer duas ordens de funções, em princípio inconciliáveis: como educador ele precisa cuidar da busca dos objetos educacionais da escola; como gerente e responsável último pela instituição escolar, tem de fazer cumprir as determinações emanadas dos órgãos superiores do sistema de ensino, que, em grande parte, acabam por concorrer para a frustração de tais objetivos.
 
Então, o gestor desempenha um papel muito maior do que na realidade detém, devido a vários impedimentos legais que encontra frente à sua administração, como falta de recursos necessários para o bom andamento da unidade escolar e, a tantas reivindicações de professores, pais, alunos. O gestor se vê diante de duas diretrizes, de um lado a boa vontade em realizar todas as incumbências necessárias no que se refere ao desenvolvimento do seu trabalho e outra se encontra, muitas vezes, impedido diante da máquina burocrática.
Entretanto com essa prática democrática, a eficiência na capacidade de liderança e de convencimento o gestor se mostra ainda mais eficaz, “portanto, a organização escolar democrática implica não só a participação na gestão, mas a gestão da participação, em função dos objetivos da escola. Essa é uma competência genuína da direção e da coordenação pedagógica da escola” (LIBÂNEO, 2001, p.81-82).
O gestor necessita compreender tanto os processos administrativos quanto os pedagógicos da escola, devido a uma complexidade que atualmente compõe o contexto escolar, em que cada vez mais responsabilidade que eram determinantes aos pais, hoje é conferida ao âmbito da educação devido ao sistema capitalista. Neste sentido Libâneo (2001, p.88) alerta que há:
 A necessidade de vínculo maior com as famílias, uma vez que as responsabilidades que antes correspondiam aos pais e mães, vão sendo conferidas às escolas: orientação psicológica, orientação sexual, orientação para novas necessidades da vida urbana, educação para o trânsito, educação para o lazer, educação ambiental, etc.
O diretor ou a diretora de escola tem, pois, uma importância muito significativa para que a escola seja respeitada pela comunidade.
Especificamente a função do gestor é a de administrar toda a equipe escolar, e suas ações se refletem por todo o ambiente escolar e na organização interna. A gestão é peça fundamental no planejamento para alcançar os objetivos da organização, em que cada qual cumpra as suas tarefas, porém interagindo entre os setores na compreensão da unidade entre as partes. Essa prática democrática no âmbito da escola, realizando a unificação entre todos os cargos, constituindo uma sólida participação de toda a equipe escolar, faz parte de uma nova realidade que envolve o gestor, na descentralização do poder absoluto, com uma gestão mais democrática.
 
3- A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR
O papel da escola na vida e a sua função social
...a escola, campo específico de educação, não é um elemento estranho à sociedade humana, um elemento separado, mas "uma instituição social", um órgão feliz e vivo, no conjunto das instituições necessárias à vida, o lugar onde vivem a criança, a adolescência e a mocidade, de conformidade com os interesses e as alegrias profundas de sua natureza(...) Dessa concepção positiva da escola, como uma instituição social, limitada, na sua ação educativa, pela pluralidade e diversidade das forças que concorrem ao movimento das sociedades, resulta a necessidade de reorganizá-la, como um organismo maleável e vivo, aparelhado de um sistema de instituições susceptíveis de lhe alargar os limites e o raio de ação (...) Cada escola, seja qual for o seu grau, dosjardins às universidades, deve, pois, reunir em tomo de si as famílias dos alunos, estimulando e aproveitando as iniciativas dos pais em favor da educação; constituindo sociedades de ex-alunos que mantenham relação constante com as escolas; utilizando, em seu proveito, os valiosos e múltiplos elementos materiais e espirituais da coletividade e despertando e desenvolvendo o poder de iniciativa e o espírito de cooperação social entre os pais, os professores, a imprensa e todas as demais instituições diretamente interessadas na obra da educação.
Trechos extraídos do Manisfesto dos Pioneiros da Educação Nova
Divulgado em 1932, o Manifesto dos Pioneiros defende a ideia de uma educação pública, gratuita e laica para todos os cidadãos brasileiros, produzido por um grupo de educadores idealistas, os quais sonhavam com uma educação participativa, revela grande sintonia com os temas discutidos em nossos dias, a exemplo da relação entre a escola e a família.
A presença de familiares no ambiente escolar torna o mesmo um lugar que acolhe o que é fundamental para garantir a qualidade da educação. A escola é considerada um espaço de vivências, experiências, aprendizagens. A convivência com a diversidade escolar é enriquecida quando as famílias acompanham e compartilham dessas vivências.
É natural que as famílias encontrem dificuldades, em se expor, opinar, já que mudanças, transformações, exigem um esforço maior, uma postura diferente àquela de apenas esperar ou criticar o trabalho realizado. Essa participação democrática, pela comunidade na escola, necessariamente, não pode servir apenas como um discurso liberal, mas ser colocado em prática, já que a escola pública deveria buscar os interesses da classe à qual pertence, a dos dominados, fazendo-se presente na realidade, no cotidiano dos envolvidos, sem depender de interesses ou concessões.
Se quisermos caminhar para essa democratização, precisamos superar a atual situação que faz a democracia depender de concessões e criar mecanismos que construam um processo inerentemente democrático na escola. Embora esta não seja uma tarefa fácil, parece-me que o primeiro passo na direção de concretizá-la deve consistir na busca de um conhecimento crítico da realidade, procurando identificar os determinantes da situação tal como ela hoje se apresenta (PARO, 1998, p.19).
No caso da escola pública, torna-se necessária a participação da equipe escolar, da comunidade, que é realmente a parte mais interessada no desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igual.
A participação é um processo educativo tanto para equipe gestora quanto para os demais membros das comunidades escolar e local. Ela permite confrontar ideias, argumentar com base em diferentes pontos de vista, expor novas percepções e alternativas.
Nos últimos anos percebemos que a escola ganhou uma nova função por assim dizer, ninguém mais vê a escola como uma instituição social, cujo a finalidade é apenas ensinar a ler, escrever e contar.
A escola não se resume mais apenas a uma sala de aula, tão pouco se faz sozinha como antes.
 A comunidade com seus desejos, conflitos, crenças, ideais, ideias, pensamentos, valores e objetivos, vão fazer parte do novo itinerário educativo. Dessa forma, é importante a compreensão da existência de várias culturas nos diversos ambientes e grupos sociais, é necessário perceber que também no ambiente escolar existem diferentes grupos culturais que se encontram e compartilham suas experiências e promovem essa relação democrática.
A escola por suas características na verdade, pode ser um lugar privilegiado de exercício da democracia como valor e como processo. Depois da família, é a instituição na qual se inicia a socialização entre as pessoas. Pelo convívio, crianças, jovens aprendem limites que permitem situar o seu direito individual em relação ao direito dos outros.
É onde nos construímos o individual e coletivamente como cidadão deste mundo. Aprender a conviver com os outros a respeitar o direito dos outros é um princípio básico da convivência democrática. Isso significa que todos podem ouvir e serem ouvidos. Segundo o pensador Pratice Conivez (1998).
A escola, de fato, institui a cidadania. É ela o lugar onde as crianças deixam de pertencer exclusivamente à família para integrarem-se numa comunidade mais ampla em que os indivíduos estão reunidos não por vínculos de parentesco ou de afinidade, mas pela obrigação de viver em comum. A escola institui, em outras palavras, a coabitação de seres diferentes sob a autoridade de uma mesma regra.
As relações com a comunidade pautam-se por uma dupla influência: a dos movimentos organizados por pais, professores, alunos e pessoas vizinhas à escola e das instituições públicas responsáveis pela normatização, pelo controle e acompanhamento da prestação dos serviços educacionais.
A participação da comunidade na escola está prevista na Constituição Federal de 1988, bem como na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.396, de 20 de dezembro de 1996) e no Estatuto da Criança e do Adolescente que estabelece que a educação dever ser incentivada e promovida com a colaboração da sociedade.
4. A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
A escola precisa preocupar-se em atender às necessidades específicas da comunidade na qual está inserida, planejando seu trabalho a médio e longo prazo, com finalidade de construir uma identidade própria. Essa identidade chama-se: projeto pedagógico.
O projeto pedagógico torna-se fundamental para escola por ser o elemento norteador da organização do seu trabalho, visando o sucesso na aprendizagem dos alunos. É importante que a construção do projeto pedagógico não seja visto apenas uma obrigação legal, nem seja elaborado por uma só pessoa, mas sim por todos os segmentos da sociedade que constituem a escola.
...O plano político-pedagógico será resultado de um amplo diagnóstico realizado com a participação efetiva da comunidade escolar com a sociedade. Com ele, a escola vai evitar que o processo democrático se esgote em si mesmo, cumprindo seu verdadeiro papel na busca de qualidade no ensino e na superação dos problemas pedagógicos enfrentados pela comunidade escolar - falta de vagas, evasão, índices de repetência e dificuldade no processo de aprendizagem.
 Revista Gestão em Rede,mar.2000,p.11
Podemos considerar alguns princípios importantes para a construção do projeto pedagógico são eles: à relação escola-comunidade local, a medida que essa relação fica mais estreita aumenta a participação de todos os segmentos nas decisões da escola e a gestão torna-se mais democrática. Essa gestão democrática é outro princípio fundamental na elaboração do projeto pedagógico.
Outro princípio a ser considerado diz respeito à democratização do acesso e a permanência, com sucesso do aluno na escola, uma analise mais profunda das políticas educacionais revela que um numero grande de alunos que ingressam na escola não permanece nela pelo tempo que deveria permanecer.
Não menos importante o princípio que refere-se a autonomia, essa autonomia pode ser entendida como a capacidade de governar-se, e se dirigir-se, dentro de certos limites, definidos pela legislação e pelos órgão do sistema educacional, ajudando estabelecer com responsabilidade, os caminhos que a escola irá percorrer.
Que nos leva ao princípio da qualidade de ensino para todas as escolas, é preciso assegurar um padrão mínimo de qualidade para todos os seus alunos e para todas as escolas do sistema. O princípio de qualidade relaciona-se a outro: o da organização curricular, que a escola deseja adotar, visando assegurar uma aprendizagem voltada para as necessidades e o sucesso do aluno.
A valorização dos profissionais da educação constitui outro princípio importante. Assim o projeto pedagógico precisa reconhecer que a qualidade de ensino está intimamente relacionada com a valorização do magistério.
Conforme as necessidades e características da escola, o processo de construção do projeto pedagógico seguira uma dinâmica própria, antes de qualqueroutro procedimento é necessário fazer um levantamento sobre; a realidade da escola; como é nossa escola; que identidade nossa escola quer construir; como executar ações definidas pelo coletivo.
Outro ponto importante durante a construção do projeto é a avaliação que deve ser feita permanentemente em suas dimensões- pedagógica, administrativa, financeira e jurídica, evitando que o coletivo desenvolva um sentimento de frustração uma vez que o trabalho é desenvolvido em longo prazo.
A avaliação deve pautar-se nas seguintes perguntas: Em que medida os desafios foram atendidos? Que novos desafios estão surgindo para o coletivo?
As ações propostas forma desenvolvidas? Quais seus efeitos?
As avaliações serão feitas sobre a realização das ações definidas pelo coletivo precisam apontar não só as fragilidades encontradas no caminho, mas também os avanços da escola.
O projeto pedagógico, está diretamente ligado à outras ações importantes da escola como planejamento, prática pedagógica e as políticas educacionais. Embora com significados distintos, o projeto pedagógico busca a construção da identidade da escola, estabelecendo seu direcionamento e o comprometimento dos sujeitos da comunidade escolar e local em torno de uma visão comum e compartilhada de educação,é portanto o norteador de todas as práticas da escola. Entretanto não se constrói projeto pedagógico sem planejamento.
CONCLUSÃO
Considerando que o objetivo principal da escola é o ensino/aprendizagem de qualidade em apresentar resultados realmente eficientes, então para uma eficácia na gestão é necessária uma reavaliação na organização da escola, que implica em promover a gestão democrática, porém, sabemos que esse tipo de gestão é um processo de aprendizagem que deve ser desenvolvido por todos aqueles que participam da escola. Entretanto não devemos nos esquecer que para haver realmente uma organização funcional na escola continuará sempre estabelecida uma hierarquia de cargos e funções, porém, todos deverão estar interligados para atingir o objetivo principal da escola; o de formar cidadãos críticos e reflexivos.
Observamos que o gestor é o principal elo entre escola e comunidade. Desta maneira sua função vai além do ato de administrar, já que se entende que a democratização da gestão influencia em melhores condições de trabalho, pois envolve a valorização profissional de todos os envolvidos no contexto educacional. Neste sentido, é relevante que a concepção de gestão escolar não seja apenas baseada na técnica, porém observando as relações humanas, culturais e sociais.
Desse modo, a partir do desenvolvimento deste estudo foi possível compreender que o gestor se torna hoje um profissional com atributos que vão além da própria formação, da competência na liderança, mas em reconhecer que através de suas ações pode determinar mudanças que possam evidenciar aspectos de autonomia, no compartilhamento de decisões com todos os membros da equipe e da comunidade local sem que isto represente perda da autoridade. Que essa valorização no individuo apenas reforçará um vínculo com a socialização do trabalho, facilitando a compreensão para todos, que desde a elaboração das metas e propostas para o ensino, até o momento de executá-las, é de vital importância à unidade do grupo. Buscando uma uniformidade, pois todos convergem para o mesmo caminho.
Desta forma, entendemos que a gestão democrática e a participação cada vez mais ativa da comunidade no ambiente escolar não é uma utopia, acreditamos que a dificuldade se mostra em aceitar o que é novo e principalmente em querer mudar, mas para que isto aconteça é preciso que a escola esteja aberto às mudanças para que gradativamente haja uma transformação em toda a equipe escolar, mesmo porque a gestão democrática é um ato incansável de convencimento para se aprimorar a qualificação profissional e social. 
Entendemos que essa participação democrática na tomada de decisões dentro da unidade escolar reforça essa unificação entre toda equipe proporcionando um conhecimento amplo de todos os problemas, pelo qual a escola enfrenta no cotidiano e, assim através de reuniões, de diálogo, em conjunto com a comunidade escolar, é um indício de que normalmente a gestão democrática tão logo será um fator primordial considerado dentro do contexto escolar uma ação institucionalizada, fazendo parte da própria cultura escolar, assim como se observou com a cultura tradicional que ainda se mostra presente.
Concluímos que essa mudança ainda se mostra em transição, haja visto que a educação em todo o seu processo de transformação demanda tempo e conscientização das pessoas envolvidas com um ensino qualitativo na busca pela valorização da cidadania, autonomia e com isso uma melhoria na formação global do educando. Então, se mostra evidente que ao termino deste artigo compreendemos que para se estabelecer o real significado de UE (Unidade Escolar), é necessário, entretanto a participação de todos.
Sonho que se sonha só
é só um sonho que se sonha só.
 Mas sonho que se sonha junto
é realidade.
Raul Seixas
BIBLIOGRAFIA
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
HORA, Dinair Leal da. Gestão democrática na escola: artes e ofícios da participação coletiva. Campinas, SP: Papirus, 1994.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 4 ed. Goiânia: Editora Alternativa, 2001.
LIBÂNEO, José Carlos, et. al. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2008.
PARO, Vitor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1986.
PARO,Vitor Henrique. Gestão Democrática da Escola Pública. 2 ed. São Paulo: Editora Ática, 1998.
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. 30 ed. Campinas: Autores Associados, 1996.
VEIGA, Ilma P. A. Projeto político e pedagógico da escola: uma construção possível. 10 ed. Campinas: Papirus, 2000.
BRASIL, CONGRESSO NACIONAL. Lei de Diretrizes e Base da Educação Nº 5692/71
BRASIL, CONGRESSO NACIONAL. Lei de Diretrizes e Base da Educação Nº 9.394 de 20/12/96
BRASIL,CONSTITUIÇÃO de 1988
BRASIL, CONSED 2001 Progestão Módulo I
BRASIL, CONSED 2001 Progestão Módulo II
BRASIL, CONSED 2001 Progestão Módulo III
BRASIL, CONSED 2001 Progestão Módulo V

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