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1 KATARINA DIAS, MODULO 14 COVID-19 INTRODUÇÃO No fim de 2019, o Novo Coronavírus foi nomeado como SARS-CoV-2.Este Novo Coronavírus produz a doença classificada como COVID-19,sendo agente causador de uma série de casos de pneumonia na cidade de Wuhan (China). Ainda não há informações plenas sobre a história natural, nem medidas de efetividade inquestionáveis para manejo clínico dos casos de infecção humana pelo SARS-CoV-2, restando ainda muitos detalhes a serem esclarecidos.No entanto, sabe-se que o vírus tem alta transmissibilidade e provoca uma síndrome respiratória aguda que varia de casos leves a casos muito graves com insuficiência respiratória. QUADRO CLÍNICO Os sintomas apresentados variam muito, com febre e tosse sendo os mais comuns: • Febre – muito comum (43-98%) • Tosse – muito comum (67-81%) • Dispnéia – comum (18-55%) • Escarro – comum (26-56%) • Mialgia – comum (15-52%) • Hiporexia – comum (40%) • Cefaleia – pouco comum (6.5-34%) • Diarreia – pouco comum (3-10%) • Náusea e vômitos – pouco comum (5- 10%) • Congestão nasal – pouco comum (4.8%) Na primeira semana de doença (fase de infecção aguda) costumam predominar os sintomas sistêmicos, acompanhados ou não das manifestações respiratórias e digestivas, que tendem a ser leves. A doença pode ter caráter bifásico, com melhora transitória e relativa piora dos sintomas na segunda semana (fasepulmonar), quando alguns pacientes podem apresentar manifestações características de pneumonia viral ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com diferentes níveis de gravidade. A terceira semana, a maioria dos pacientes costuma evoluir para a fase de convalescença, marcada por melhora lenta e progressiva da adinamia e da tosse. Alguns indivíduos, porém, evoluirão para a fase de hiperinflamação, marcada pela piora da função pulmonar (SARA), hipercoagulação, insuficiência circulatória, dano e disfunção de múltiplos órgãos. A apresentação mais característica da doença consiste na síndrome gripal, que costuma se caracterizar pela associação de síndrome febril (febre, adinamia, cefaleia, mialgia, artralgia e anorexia) e síndrome respiratória aguda (tosse, rinorreia, dor de garganta, dispneia e dor torácica) CLASSIFICAÇÃO DE RISCO PARA SUSPEITA DE COVID-19 COMPLICAÇÕES As complicações mais comuns são insuficiência respiratória, síndrome do desconforto 2 KATARINA DIAS, MODULO 14 respiratório agudo (SDRA), sepse e choque séptico, tromboembolismo e distúrbios de coagulação e/ou insuficiência de múltiplos órgãos, incluindo insuficiência renal aguda, insuficiência hepática, insuficiência cardíaca, choque cardiogênico, miocardite, ou acidente cerebrovascular, entre outros. DIAGNÓSTICO As definições de caso e critérios clínicos para a avaliação diagnóstica ainda não são consenso entre os especialistas. Entretanto, pode-se avaliar o quadro da COVID-19 de maneira clínica e laboratorial. • O quadro clínico inicial da doença é caracterizado como Síndrome Gripal. • O diagnóstico sindrômico depende da investigação clínico-epidemiológica e do exame físico. • O diagnóstico laboratorial para identificação do vírus SARS-CoV-2 é realizado por meio das técnicas de RTPCR em tempo real ou teste rápido, sorológico validado pelas instituições de referência RT-PCR EM TEMPO REAL(QRT-PCR) O diagnóstico laboratorial considerado padrão ouro para a identificação do novo coronavírus (2019-nCoV), agora denominado SARS-CoV-2, continua sendo a RT-PCR em tempo real (qRT- PCR). Esses testes moleculares baseiam-se na detecção de sequências únicas de RNA viral, com confirmação por sequenciamento de ácidos nucleicos, quando necessário. Esse tem sido o método de referência no Brasil para confirmar COVID-19 tanto por estabelecimentos de saúde pública como também da saúde suplementar. TESTES SOROLÓGICOS Atualmente, há muitas empresas produzindo testes rápidos para diagnosticar COVID-19. De forma geral, os testes sorológicos visam detectar anticorpo específico produzido pelo corpo humano contra o vírus SARS-CoV-2 ou detectar antígeno desse vírus. Para isso, os métodos sorológicos são desenvolvidos para detecção de anticorpos IgG e IgM ou detecção de antígenos específicos do vírus, alguns por ensaios imunoenzimáticos (ELISA) e imunocromatográficos (teste rápido) e outros por imunofluorescência. CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DE CASO Suspeitos • Febre e/ou sintomas respiratórios + (últimos 14 dias): o Contato com caso confirmado ou suspeito; o Reside ou viajou para áreas de contaminação comunitária; o Exposição potencial no ambiente de trabalho; • Doença aguda grave do trato respiratório inferior sem causa definida. Confirmados: A confirmação se dá por meio da coleta de Swab nasofaríngeo ou orofaríngeo para teste laboratorial de reação em cadeia da polimerase transcriptase reversa (RT PCR) para o SARS-CoV-2: • Teste positivo → COVID-19; • Teste negativo → Não descarta a doença; • Caso teste inicial apresente resultado negativo e haja alta suspeita de COVID- 19, deve se considerar testar novamente com amostra de múltiplos locais do trato respiratório. Se paciente estiver intubado, considerar amostra de lavado broncoalveolar e do trato respiratório inferior. POR CRITÉRIO CLÍNICO-IMAGEM: Caso de SG ou SRAG ou óbito por SRAG que não foi possível confirmar ou descartar por 3 KATARINA DIAS, MODULO 14 critério laboratorial E que apresente pelo menos uma (1) das seguintes alterações tomográficas: ● OPACIDADE EM VIDRO FOSCO periférico, bilateral, com ou sem consolidação ou linhas intralobulares visíveis (“pavimentação”), ● OPACIDADE EM VIDRO FOSCO multifocal de morfologia arredondada com ou sem consolidação ou linhas intralobulares visíveis (“pavimentação”), ● SINAL DE HALO REVERSO ou outros achados de pneumonia em organização (observados posteriormente na doença). Observação: segundo o Colégio Brasileiro de Radiologia, quando houver indicação de tomografia, o protocolo é de uma Tomografia Computadorizada de Alta Resolução (TCAR), se possível com protocolo de baixa dose. MANEJO TERAPÊUTICO Manejo terapêutico da Síndrome Gripal na APS
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