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Figuras de Linguagem

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Figuras de Linguagem
São recursos expressivos do nosso idioma;
uma forma de expressão que consiste no
emprego de palavras em sentido figurado.
sentido diferente daquele em que 
as palavras são convencionalmente 
empregadas.
A jiboia apresenta cabeça triangular,
uma característica de cobras venenosas, no
entanto, a jiboia não é
uma cobra venenosa.
A jiboia apresenta cabeça
triangular, uma característica
de cobras venenosas, no entanto,
a jiboia não é uma cobra venenosa.
Sentido literal;
Denotação.
Não confie naquelas pessoas, pois
elas são umas cobras.
Não gosto de ir naquela repartição,
aquilo é um ninho de cobras.
Não confie naquelas pessoas, pois elas são 
umas cobras. 
Não gosto de ir naquela repartição, aquilo 
é um ninho de cobras.
Sentido figurado;
Conotação.
Não confie naquelas pessoas, pois elas são 
umas cobras. 
Não gosto de ir naquela repartição, aquilo 
é um ninho de cobras.
Sentido figurado: Metáfora
Conotação.
DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
Palavra com significação
restrita.
Palavra com significação
ampla.
Palavra com sentido
comum, aquele
encontrado no dicionário.
Palavra com sentidos que
carregam valores: afetivos,
ideológicos, sociais, etc.
Palavra utilizada de
modo objetivo.
Palavra utilizada de
modo criativo, artístico.
Linguagem exata e
precisa.
Linguagem expressiva,
rica em sentidos.
Covid – 19: como o vírus saltou de morcegos para humanos
Pandemias como a que estamos vivendo, infelizmente, já eram
esperadas por autoridades e cientistas. Tudo por causa do estilo de vida
contemporâneo. A destruição de habitats naturais, manuseio de carne
sem os protocolos de higiene, consumo de animais silvestres, criação
intensiva de animais domésticos e mudanças climáticas são apontados
como os principais causadores de pandemias, epidemias e surtos
epidêmicos no mundo.
E a fórmula é simples: quanto mais nos aproximamos de áreas
preservadas, mais entramos em contato com patógenos nunca antes
vistos. É aí que surge o fenômeno conhecido como spillover (termo em
inglês que pode ser traduzido como transbordamento) que torna-se
cada vez mais frequente, e aqui vamos entender o porquê.
O spillover é usado em Ecologia para dizer que um vírus ou
micróbio conseguiu se adaptar e ir de um hospedeiro para outro. E foi
assim, migrando dos morcegos para os seres humanos (tendo, talvez, os
pangolés como intermediários) que o SARS-CoV-2 atingiu esses números
impressionantes.
O morcego
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra parede..."
— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh'alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
Figuras de Palavra
Metáfora
Emprega-se a palavra fora de seu sentido
padrão, básico; tem-se um novo sentido
resultante de uma relação de semelhança, de
intersecção entre dois termos.
(É a comparação sem o “como”)
Menina na janela
Sérgio Caparrelli
A lua é uma gata branca,
mansa,
que descansa entre as nuvens.
O sol é um leão sedento,
mulambento,
que ruge na minha rua.
Eu sou uma menina bela,
na janela,
de um olhar sempre à procura.
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”
Fernando Pessoa
“Seus dentes são um colar de pérolas.”
Cecília Meireles
“Beber a água
do mar azul 
dos teus olhos.”
“Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.”
Fernando Pessoa
“Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.”
Fernando Pessoa
Comparação
“Minha alma é um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.”
Metáfora
Comparação (símile)
Ocorre quando se associam dois
elementos que, de alguma maneira,
identificam-se. Na comparação, sempre
ocorrem conectivos explícitos, como: feito,
assim como, tal, como, tal qual, tal como,
qual, que nem ou verbos comparativos, como
parecer.
“Amou daquela vez como se fosse a última.
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único,
E atravessou a rua com seu passo tímido.
Subiu a construção como se fosse máquina”
Chico Buarque
Metonímia (e sinédoque)
Emprega-se a palavra também fora de seu
sentido padrão, porém a nova significação é
dada pelo emprego de uma palavra no lugar
de outra.
A metonímia ocorre quando empregamos:
* O efeito pela causa, e vice-versa:
Com suor conseguirás ser aprovado. (Trabalho)
* O autor pela obra:
Gosto de ouvir Beethoven. (a música)
Leio Machado de Assis regularmente.
* O continente pelo conteúdo:
Alimentei-me com dois pratos e fiquei satisfeito.
(alimento)
* A marca pelo produto:
Gostaria de um chiclete! (goma de mascar)
* O singular pelo plural:
O europeu é introspectivo e trabalhador; o
brasileiro é desinibido e mais trabalhador ainda.
(os europeus e os brasileiros)
* A parte pelo todo:
Comprei várias cabeças de gado. (o animal)
Mil olhos apreensivos seguiam a partida
de futebol. (pessoas, torcedores)
* O concreto pelo abstrato e vice-versa:
A infância merece cuidado e atenção
especiais. (as crianças)
Só ele tem cabeça para resolver isso.
(inteligência)
* A matéria pelo objeto:
A um sinal do maestro, os metais iniciaram
o concerto. (instrumentos de sopro feitos de
metal)
* O lugar de origem (ou de produção) pelo
produto:
Aceitas um havana? (charuto)
* A coisa pelo lugar:
Hoje vou ao dentista. (consultório)
* O símbolo pela coisa simbolizada:
A coroa inglesa não aprovava a medida. (a
monarquia)
Catacrese
Assemelha-se à metáfora. A diferença é que, de 
tanto ser usada, acabou perdendo a originalidade contida 
num enunciado metafórico. 
Embarcar no trem.
Braço da cadeira.
Batata da perna.
Raiz do problema.
Fio de azeite.
Pé da mesa.
Dente de alho.
Céu da boca.
Sinestesia
Consiste na construção de 
comparações acarretadas pela mistura dos 
sentidos humanos.
“E as borboletas sem voz
Dançavam assim veludosamente”
Cecília Meireles
O ruído áspero do despertador me acordava 
antes do nascer do sol; e eu sentia o gosto amargo da 
primeira luz do dia.
Perífrase
Ocorre quando nos referimos a
algum lugar, por exemplo, por meio de
uma qualidade ou de um título que a
ele se refere.
Paris, a Cidade-Luz.
São Paulo, a terra da garoa.
O Velho Chico vem sofrendo com problemas
ambientais. (Rio São Francisco)
* Com a intenção de não repetir
várias vezes a mesma palavra, a
perífrase é utilizada como ferramenta
para substituir palavras por um termo.
Logo que as luzes de Paris se apagaram, o 
pânico tomou conta de Nova Iorque e ecoou nos 
lugares mais remotos dos EUA. Paris rendeu-se 
sem batalha. A imprensa lamentava sem exceção 
essa capitulação de Paris nas mãos dos alemães. 
Paris, embaixo das botas, mas salva sem destruição. 
A Cidade Luz protegida 
pela sua cultura! O que 
era mais doloroso para 
os editorialistas
americanos era ver o 
símbolo da civilização 
ocidental abandonado à 
barbárie. A vida para por cinco anos.
* Quando ocorre com pessoas, damos 
à figura o nome de antonomásia.
Castro Alves, o poeta dos escravos.
Machado de Assis, o bruxo do Cosme Velho.
Figuras de Pensamento
Antítese
É a figura de linguagem que 
consiste no emprego de palavras que 
se opõem quanto ao sentido.
“Maior amor nem mais estranho existe
que o meu – que não sossega a coisa amada
e quando a sente alegre, fica triste,
e se a vê descontente, dá risada.” 
Vinícius de Moraes
Paradoxo (Oxímoro)
Ao contrário da imagem sucessiva da 
antítese, que aproxima as imagensopostas, o 
paradoxo as mantém em posição de confronto. 
A questão inusitada advém do fato de um 
enunciado paradoxal incluir conceitos
que parecem contrários. 
“Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.”
Luís de Camões
Hipérbole
Consiste em expressar uma ideia com exagero.
“Por você eu dançaria tango no teto
Eu limparia os trilhos do metrô
Eu iria a pé do Rio a Salvador
Eu aceitaria a vida como ela é
Viajaria a prazo pro inferno
Eu tomaria banho gelado no inverno
Por você eu deixaria de beber
Por você eu ficaria rico num mês
Eu dormiria de meia pra virar burguês”
“Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijos que darei
Na sua boca.”
Vinícius de Moraes 
Prosopopeia (ou personificação)
É a atribuição de características ou ações 
humanas a seres inanimados.
“O mar lambia a areia.”
Carlos Drummond de Andrade
Eufemismo
Consiste no emprego de uma palavra ou 
expressão no lugar de outra palavra ou expressão 
considerada desagradável ou chocante.
“Alma minha gentil que te partiste
Tão cedo desta vida descontente”
Luís de Camões
• Ele entregou a alma a Deus. (Em lugar de: Ele
morreu)
• Nos fizeram varrer calçadas, limpar o que faz
todo cão... (Em lugar de fezes)
• Trata-se de um usurpador do bem alheio(Em
lugar de ladrão)
• "Era uma estrela divina que ao firmamento
voou!" (Em lugar de morreu) (Álvares de
Azevedo)
• Ele subtraiu os bens de tal pessoa. (Em vez de
furtou)
• "Ele vivia de caridade pública" (ao invés de
"esmolas") (Machado de Assis)
Gradação
Consiste em criar uma sequência de
palavras ou expressões que reforçam uma
mesma ideia.
Gradação ascendente (clímax)
Gradação descendente (anticlímax)
Em menos de um ano passou de
estagiário, a funcionário, a chefe e a tirano.
(Clímax)
Ela berrou, gritou, falou, sussurrou,
murmurou… já não havia mais nada que
pudesse fazer. (anticlímax)
Ironia
Ocorre quando se diz uma coisa pelo seu 
oposto. O objetivo da ironia é quase sempre a 
depreciação e o sarcasmo.
“Marcela amou-me durante quinze meses e 
onze contos de reis. Nada menos.”
Machado de Assis
Figuras de Sintaxe
Elipse
Omissão de um termo da oração que pode
ser identificado por marcas gramaticais
presentes na frase ou pelo contexto.
“Levo uma pena leve
de não ter sido bom”
Thiago de Mello
(Eu) levo uma pena leve 
de não ter sido bom.
Na sala de aula, apenas cinco ou seis alunos.
Na sala de aula, (há/havia) apenas cinco ou seis 
alunos.
A cidade dormia, ninguém na rua.
A cidade dormia, ninguém (estava)na rua.
Zeugma
Omissão de um termo mencionado
anteriormente.
“Levo uma pena leve 
de não ter sido bom.
E no coração, neve.”
Thiago de Mello
“Levo uma pena leve 
de não ter sido bom.
E no coração, (levo) neve.”
Eu adoro flores, quero plantá-las
Eu adoro flores, (eu) quero plantá-las
Eu gosto de Matemática, você de Português.
Eu gosto de Matemática, você (gosta) de Português
Vamos brincar juntos, você joga para mim e eu
para você.
Vamos brincar juntos, você joga para mim e eu
(jogo) para você.
Polissíndeto
Caracteriza-se pela repetição de conjunções
(síndeto).
“E o olhar estaria ansioso esperando
e a cabeça ao sabor da mágoa balançando
e o coração fugindo e o coração voltando
e os minutos passando e os minutos passando...”
Vinícius de Moraes
“Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, 
nem toca, nem tuge, nem muge.” 
(Rubem Braga)
Não entendo minha filha: ou chora, ou
grita, ou reclama, ou se entristece, ou se
chateia, parece que nunca está bem.
Assíndeto
Caracteriza-se pela ausência reiterada
de conectivos.
“A tua raça quer partir,
guerrear, sofrer, vencer, voltar.” 
(Cecília Meireles)
“Luciana, inquieta, subia à janela da
cozinha, sondava os arredores, bradava com
desespero, até ouvia duas notas estridentes,
localizava o fugitivo, saía de casa como (…)”
(Graciliano Ramos)
Quem me dera viver livremente, rir,
passear, dançar, cantar, me divertir, sair pelo
mundo.
Anáfora
Repetição de uma ou mais palavras no
texto, com a particularidade de que elas têm
de vir no início de vários versos. Pode também
ser utilizada na prosa.
“Eu sou a vela que acende.
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada”
Raul Seixas
Mas de tudo, terrível, fica um pouco,
E sob as ondas ritmadas
E sob as nuvens e os ventos
E sob as pontes e sob os túneis
E sob as labaredas e sob o sarcasmo
E sob a gosma e sob o vômito
E sob o soluço, o cárcere, o esquecido
E sob os espetáculos e sob a morte escarlate
E sob as bibliotecas, os asilos, as igrejas triunfantes
E sob tu mesmo e sob teus pés já duros
E sob os gonzos da família e da classe,
fica sempre um pouco de tudo.
Carlos Drummond de Andrade
Iteração (ou repetição)
Repetição de qualquer palavra (não
apenas de conjunção), e em qualquer posição
do texto.
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
Carlos Drummond de Andrade
Inversão (Hipérbato)
Consiste na inversão da ordem direta dos
termos da oração ou do enunciado.
Ordem direta da oração:
Sujeito verbo complemento adjunto
adverbial.
“Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve.”
Olavo Bilac
Ordem direta:
Beneditino escreve longe do estéril
turbilhão da rua.
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante”
Joaquim Osório Duque Estrada 
Ordem direta:
As margens plácidas do Ipiranga
ouviram o brado retumbante de um povo
heroico.
Anacoluto
O anacoluto serve para ressaltar um
determinado termo, que passa a ser visto
como tópico do enunciado.
Nora, lembro dela sempre que chego aqui.
“O relógio da parede eu estou acostumado
com ele, mas você precisa mais de relógio do
que eu”.
(Rubem Braga)
“Umas carabinas que guardavam atrás do
guarda-roupa, a gente brincava com elas, de
tão imprestáveis.”
(José Lins do Rego)
Silepse
É a concordância ideológica.
Realiza-se na relação existente
entre termos da oração e ideias
associadas ao sujeito e pode ser de
gênero, número ou pessoa.
De gênero
Ocorre quando a concordância é feita com
o gênero da pessoa à qual um pronome se
refere.
Sua Majestade já estava morto quando os
médicos chegaram ao palácio.
A concordância foi feita com o gênero
masculino da pessoa em questão, e não com o
feminino do pronome de tratamento.
De número
A multidão ficou ansiosa com o
barulho e saíram correndo para fora do
recinto.
A concordância foi feita com a condição
plural da palavra “multidão”.
De pessoa
Os brasileiros somos pessoas dedicadas,
honestas e trabalhadoras.
A concordância foi feita pelo fato de o
falante se incluir no enunciado como
brasileiro.
Pleonasmo
Consiste na repetição de uma mesma
ideia a fim de reforçá-la.
“Iam vinte anos desde aquele dia
Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quanto em visão com os da saudade via.”
(Alberto de Oliveira)
Não confundir com 
pleonasmo vicioso.
Figuras de Som (ou de 
harmonia)
Relacionam-se com a
sonoridade da palavra ou
expressão.
Aliteração
É a repetição constante de um mesmo
fonema consonantal.
“Auriverde pendão de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balança”
Castro Alves
CHAMA CHUVA
Cecília Meireles
Chama o Alexandre! Chama!
Olha a chuva que chega!
É a enchente.
Olha o chão que foge com a chuva ...
Olha a chuva que encharca a gente.
Põe a chave na fechadura.
Fecha a porta por causa da chuva,
olha a rua como se enche!
Enquanto chove bota a chaleira no fogo: olha a chama! 
Olha a chispa.
Olha a chuva nos feixes de lenha!
Vamos tomar chá pois a chuva é tanta que nem de galocha se pode 
andar na rua cheia!
Chama o Alexandre! Chama!
“Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.Tudo nas cordas dos violões ecoa
E vibra e se contorce no ar, convulso...
Tudo na noite, tudo clama e voa
Sob a febril agitação de um pulso.”
Cruz e Sousa
Assonância
É a repetição de um mesmo fonema
vocálico.
“Sou Ana, da cama
Da cana, fulana bacana
Sou Ana de Amsterdam.”
Chico Buarque
“Diamante, vidraça
arisca, áspera asa risca
o ar. E brilha. E passa.”
(Guilherme de Almeida)
“Ó Formas alvas, brancas, Formas claras”
(Cruz e Sousa)
Paronomásia
É a aproximação de palavras de um texto
pela sua semelhança, na forma ou no som,
com significados diferentes.
“Como um eco que vem na aragem
A estrugir, rugir e mugir,
O lamento das quedas d’água!”
(Manuel Bandeira)
“Ah pregadores! Os de cá achar-vos-ei com 
mais paço; os de lá com mais passos.”
(Pe. Antônio Vieira)
“Berro pelo aterro, pelo desterro
Berro por seu berro, pelo seu erro
Quero que você ganhe, que você me apanhe”
(Caetano Veloso)
Onomatopeia
É a imitação de sons por meio de uma palavra 
escrita, criada com o intuito exato de representar o 
som em questão.
Não consegui entender o zumzumzum da classe.
O Relógio
Vinícius de Moraes
Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Dia e noite
Noite e dia.
Questões
01. Enem (2014)
Os meios de comunicação podem contribuir para a
resolução de problemas sociais, entre os quais o da violência
sexual infantil. Nesse sentido, a propaganda usa a metáfora do
pesadelo para
a) informar crianças vítimas de abuso sexual sobre os perigos dessa
prática, contribuindo para erradicá-la.
b) denunciar ocorrências de abuso sexual contra meninas, com o
objetivo de colocar criminosos na cadeia.
c) dar a devida dimensão do que é o abuso sexual para uma
criança, enfatizando a importância da denúncia.
d) destacar que a violência sexual infantil predomina durante a
noite, o que requer maior cuidado dos responsáveis nesse
período.
e) chamar a atenção para o fato de o abuso infantil ocorrer durante
o sono, sendo confundido por algumas crianças com um
pesadelo.
02. (Enem – 2015)
Aquarela
O corpo no cavalete
é um pássaro que agoniza
exausto do próprio grito.
As vísceras vasculhadas
principiam a contagem
regressiva.
No assoalho o sangue
se decompõe em matizes
que a brisa beija e balança:
o verde – de nossas matas
o amarelo – de nosso ouro
o azul – de nosso céu
o branco o negro o negro
CACASO. In: HOLLANDA, H. B (Org.). 26 poetas hoje. 
Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007.
Situado na vigência do Regime Militar que
governou o Brasil, na década de 1970, o poema de
Cacaso edifica uma forma de resistência e protesto a
esse período, metaforizando:
a) as artes plásticas, deturpadas pela repressão e
censura.
b) a natureza brasileira, agonizante como um pássaro
enjaulado.
c) o nacionalismo romântico, silenciado pela
perplexidade com a Ditadura.
d) o emblema nacional, transfigurado pelas marcas do
medo e da violência.
e) as riquezas da terra, espoliadas durante o
aparelhamento do poder armado.
03 (Enem – 2016)
O nome do inseto pirilampo (vaga-lume) tem uma
interessante certidão de nascimento. De repente, no
fim do século XVII, os poetas de Lisboa repararam que
não podiam cantar o inseto luminoso, apesar de ele ser
um manancial de metáforas, pois possuía um nome
“indecoroso” que não podia ser “usado em papéis
sérios”: caga-lume. Foi então que o dicionarista
Raphael Bluteau inventou a nova palavra, pirilampo, a
partir do grego pyr, significando “fogo”, e lampas,
“candeia”.
FERREIRA, M. B. Caminhos do português: exposição comemorativa do Ano 
Europeu das Linguas. Portugal: Biblioteca Nacional, 2001 (adaptado).
O texto descreve a mudança ocorrida na
nomeação do inseto, por questões de tabu
linguístico. Esse tabu diz respeito à
a) recuperação histórica do significado.
b) ampliação do sentido de uma palavra.
c) produção imprópria de poetas portugueses.
d) denominação científica com base em termos
gregos.
e) restrição ao uso de um vocábulo pouco aceito
socialmente.
04 (Uerj – 2017)
O passado anda atrás de nós
como os detetives os cobradores os ladrões
o futuro anda na frente
como as crianças os guias de montanha
os maratonistas melhores
do que nós
[...]
ANA MARTINS MARQUES
Nos versos de 1 a 6, a poeta vale-se de um
recurso para caracterizar tanto o passado
quanto o futuro. Esse recurso consiste na
construção de:
a)índices de ironia
b)escala de gradações
c)relações de comparação
d)sequência de personificações
05 (Enem – 2018)
O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a
imagem de um vidro mole que fazia uma volta atrás de
casa.
Passou um homem e disse: Essa volta que o rio faz por
trás de sua casa se chama enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que
fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Best Seller, 2008.
O sujeito poético questiona o uso do
vocábulo “enseada” porque a
a) terminologia mencionada é incorreta.
b) nomeação minimiza a percepção subjetiva.
c) palavra é aplicada a outro espaço geográfico.
d) designação atribuída ao termo é
desconhecida.
e) definição modifica o significado do termo no
dicionário.
06 (Unifesp – 2018)
Aquela triste e leda madrugada,
cheia toda de mágoa e de piedade,
enquanto houver no mundo saudade
quero que seja sempre celebrada.
Ela só, quando amena e marchetada
saía, dando ao mundo claridade,
viu apartar-se de uma outra vontade,
que nunca poderá ver-se apartada.
Ela só viu as lágrimas em fio
que, de uns e de outros olhos derivadas,
se acrescentaram em grande e largo rio.
Ela viu as palavras magoadas
que puderam tornar o fogo frio,
e dar descanso às almas condenadas.
Luís de Camões
A imagem das lágrimas a formarem um
largo rio” (3ª estrofe) produz um efeito
expressivo que se classifica como
a) Paradoxo
b) Pleonasmo
c) Personificação
d) Hipérbole
e) Eufemismo 
07 (FGV – 2016)
“Pois bem, é hora de ir: eu para morrer, e vós para viver. Quem
de nós irá para o melhor é algo desconhecido por todos,
menos por Deus.”
(Sócrates, no momento de sua morte)
No período inicial das palavras de Sócrates, há a presença de dois
exemplos de diferentes figuras de linguagem; tais figuras são,
respectivamente,
a) eufemismo e antítese.
b) sinestesia e paradoxo.
c) metonímia e metáfora.
d) pleonasmo e catacrese.
e) ironia e polissíndeto.
08 (Unicamp – 2019)
“Acho que só devemos ler a espécie de
livros que nos ferem e trespassam. Um livro
tem que ser como um machado para quebrar
o mar de gelo do bom senso e do senso
comum."
(Adaptado de “Franz Kafka, carta a Oscar Pollak, 1904.” Disponível em 
https://laboratoriode sensibilidades.wordpress.com. Acessado em 
28/05/2018.)
Assinale o excerto que confirma os dois textos anteriores.
a) A leitura é, fundamentalmente, processo político.
Aqueles que formam leitores – professores,
bibliotecários – desempenham um papel político.
(Marisa Lajolo)
b) Pelo que sabemos, quando há um esforço real de
igualitarização, há aumento sensível do hábito de leitura,
e portanto difusão crescente das obras. (Antonio
Candido)
c) Ler é abrir janelas, construir pontes que ligam o que
somos com o que tantos outros imaginaram, pensaram,
escreveram; ler é fazer-nos expandidos. (Gilberto Gil)
d) A leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de
sonhar, por que não sonhar os meus próprios sonhos?
(Fernando Pessoa)
09 (Ifes – 2017)
Ex Mai Love
Veloso Dias
Meu amor era verdadeiro
O teu era pirata
O meu amor era ouro
E o teu não passava de um pedaço de lata
Meu amor era rio
E o teu não formava uma fina cascata
O meu amor era de raça
E o teu simplesmente um vira lata
Ex my love, ex my love, 
se botar teu amor na vitrine,
Ele nem vai valer 1,99
Assinale a opção FALSA a respeito do texto.
a) A canção revela que cada elemento do casal 
vê o amor a partirde ideias opostas.
b) Duas figuras de linguagem predominam na 
canção: metonímia e pleonasmo.
c) De raça e vira-lata são expressões antônimas.
d) O compositor explora a polissemia no uso das 
palavras pirata e cascata.
e) Duas figuras de linguagem predominam na 
canção: metáfora e antítese.
Textos para as questões 10 e 11
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
MEIRELES, Cecília. Cecília Meireles – obra poética. 3. ed.
Rio de Janeiro: Nova Guillar, 1985. p. 122.
10 (Ueg – 2015)
Tanto nos versos do poema quanto na
pintura apresentada verificam-se elementos
que comprovam a
a) apologia ao envelhecimento.
b) antecipação do futuro.
c) importância do amor.
d) passagem do tempo.
e) Melancolia diante da vida.
11 (Ueg – 2015)
Tanto o poema quanto a pintura têm seus
sentidos construídos com base na referência a
temas paradoxalmente polarizados, que são:
a) vida e morte.
b) claridade e escuridão.
c) juventude e decadência.
d) dinamismo e estagnação.
e) amor e ódio.
12 (Enem)
Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
[...]
O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.
Na estruturação do texto, destaca-se
a) a construção de oposições semânticas.
b) a apresentação de ideias de forma objetiva.
c) o emprego recorrente de figuras de
linguagem, como o eufemismo.
d) a repetição de sons e de construções
sintáticas semelhantes.
e) E a inversão da ordem sintática das palavras.
13 (Uerj – 2015)
A hipérbole é uma figura empregada na
crônica de Vinicius de Morais para caracterizar o
estado de ânimo do personagem. Essa figura esta
exemplificada em:
a) Ela o olhava com um olhar intenso
b) sentindo o pranto tornar-se muito longe em seu
íntimo
c) não lhe dava forças para desprender-se dela.
d) De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas
14 (Uerj – 2015)
Uma metáfora pode ser construída pela
combinação entre elementos abstratos e concretos. No
texto, um exemplo de metáfora que se constrói por
esse tipo de combinação é:
a) como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e
que não deixasse de ir
b) o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as
folhas de madeira o espesso tecido da vida
c) Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do
momento
d) E no entanto ali estava, a poucos passos
GABARITO
01 – C
02 – D
03 – E
04 – C
05 – B
06 – D
07 – A
08 – C
09 – B
10 – D
11 – C
12 – D
13 – D
14 – B

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