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OS DESAFIOS DA CIDADE Pr. Adriel Jesus https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?uf=43&dados=8Fonte: https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?uf=43&dados=8 Dubai, Emirados Árabes Unidos:1990-2013 Fortaleza, Brasil: 1975-2011 A Cidade Antiga: Formar-se a partir de um conceito religioso, o contato do homem com a morte levou-o a divinizar seus antepassados, exercendo o culto fúnebre, com todos os rituais, incluíndo as refeições fúnebres, todos esses atos eram regidos pelo patriarca. O culto aos antepassados era seguido pela lareira doméstica. Dentro dessa crença do homem antigo vai surgindo as suas instituições. Casamento/Divórcio: O Casamento do homem antigo, assim como todas suas outras ações estavam voltadas para a perpetuidade da religião doméstica, Dessa forma, ao casar- se com uma mulher que não poderia ter filhos o marido tinha o direito do divórcio Celibato: para o homem antigo o celibato era uma ofensa, pois o homem que não queria ter filhos, apenas não estava dando um fim a sua posteridade, mas ao próprio culto dos antepassados Propriedade Privada: O homem antigo estabelece-se na terra a partir do momento em que o seu culto não pode ser transferido, seus antepassados estão enterrados ali, e a lareira acessa não pode apagar-se, apenas um dia do ano para os cuidados devidos. Logo, esse homem encontra-se impossibilitado de mudanças e ali onde estão seus mortos passa a ser sua propriedade particular. É importante lembrar que o sentimento não era de pertença pessoal, mas da família como todo. Herança: não era praticada por desejo arbitrário do pai, mas para cumprir a manutenção do culto dos antepassados, era necessário que toda a herança fosse passada para o primogênito, aquele que seria o continuador do culto doméstico Parentesco: ele não ocorria apenas pela consanguinidade, mas pelo culto familiar. Ex: João MariaLucas Cristiano Pedro De acordo com o exemplo acima Lucas e Maria não são irmãos, mesmo sendo de maneira consanguínea, o culto domestico os separaram, Maria ao casar-se renunciou o culto dos seus antepassados diante da lareira do pai, e na lareira do seu esposo ela adotou seus novos antepassados, assim, ela não não é mais filha de João, mas tem a religião dos antepassados do marido. Relação com estrangeiros: não havia espaço para estrangeiros no meio da família do homem antigo, afinal, a religião era algo doméstico, era particular, introduzir um estrangeiro na lareira doméstica seria o mesmo que profaná-la. O homem antigo sentia-se inseguro longe de sua própria casa, os deuses que o protegiam eram apenas seus próprios. O estrangeiro não tinha lugar dentro dessa religião. Essas famílias isoladas em suas crenças pessoais só são capazes de unir-sem se a religião permitir, quando nos seus antepassados essas famílias separadas encontram ancestrais comuns, entendem agora que podem unir-sem, pois a religião permitia, essa união formou as fratrias (Grécia) Cúrias (Roma), a união desse órgão maior dará origem a tribo, e da união das tribos a cidade. Todas essas instituições formam-se do mesmo conceito religioso da família antiga. OBS: Essa cidade antiga que de acordo com Fustel é difícil de datar, passará por várias revoluções, muitas delas silenciosas, outras através da guerra civil, essa cidade vai se transformando ao longo do tempo, porém continuará na cidade antiga o sentimento religioso que fundou-a. CONSIDERAÇÕES SOBRE A CIDADE ANTIGA ➤ Forte influência das referências passadas (Família) ➤ A realização pessoal era substituída pela vontade do todo. ➤ Não havia espaço para subjetividade e individualismo. ➤ O isolamento era de famílias não de indivíduos. ➤ A religião era o ponto unificador (OBS: A religião da cidade antiga não e a mesma que conhecemos, nada tinha a ver com religião quanto dogmática, e sim ritualística, na cidade antiga a religião tinha mais caráter cívico.) ➤ O Espaço é Unicêntrico - Casa: Espaço privado/religioso/público-trabalho Cidade Medieval: No início da idade média vai ocorrer um processo inverso do que estamos acostumados a ver nas cidades, ao invés do êxodo rural ocorreu o êxodo urbano, com a queda a desagregação do império romano do ocidente, através da invasão das tribos bárbaras. A falta alimentação e produtividade nas cidades, além dos saques cometidos pelas tribos germânicas, tudo isso e muito mais fez com que houvesse uma imigração da cidade para o campo. Nesse período iniciará o que conhecemos com o o feudalismo. A partir do século XI até o XIV há novamente um crescimento das cidades. Algumas já cercadas por seus grandes muros como conhecemos a cidade medieval, enquanto outras só construíram a partir da guerra dos 100 anos. As maiores cidades medievais segundo Jacques Le Goff alcançaram de 80 a 200 mil habitantes. Uma curiosidade sobre a cidade medieval pode ser observada em Forez uma cidadezinha de MointBrison entre 1252 a 1340 70% dos seus imigrantes eram de um raio de 20 km. Os pontos centrais de referência da cidade são, Igreja, Praças e as Casas do senhoril. O ponto unificador dessa cidade está na religião (OBS: essa religião difere completamente da cidade antiga, que evita até comparações para entendê-la, essa religião já é movida pela influência do cristianismo e tem caráter dogmático, aqui já havia, céu, inferno, purgatório, etc.) A estrutura das cidades então era, a igreja, a praça central, as casas e seu comércio que ocorria nas praças e pelos becos das próprias ruas. CONSIDERAÇÕES SOBRE A CIDADE MEDIEVAL ➤ Uma cidade Tricêntrica: Igreja, praça, casas (senhoril). ➤ Não se perde na idade medieval as fortes influências, inclusive da família. ➤ Havia um isolamento de cidades, os muros separavam uma cidade da outra, porém, não indivíduos. ➤ Os muros indicavam os limites das cidades e permitiam o comércio exterior apenas através da abertura das suas portas, quanto mais comércio, mais portas a cidade possuía. ➤ A religião o ponto unificador (Dogma, institucionalizada) Revolução Industrial Depois da metade do século XVIII, a revolução industrial muda o curso dos acontecimentos, na Inglaterra e mais tarde em todo o resto do mundo. (Leonardo Benevolo, Arquiteto e Historiador da Arquitetura Italiana) ➤ Trouxe o aumento da população, devido a diminuição do índice de mortalidade, que pela primeira vez se distancia decididamente do de natalidade (Na Inglaterra o índice de natalidade permanece constante ao redor de 35 mil; o índice de mortalidade diminui de 35 mil por volta de meados do século XVIII, para 20 mil na metade do século XIX. ➤ Rompe-se o equilíbrio que havia entre as gerações, com esse equilíbrio cada um ocupava o lugar do outro e repetia o mesmo destino, porém agora o número de jovens cresce, cada um se encontra em uma situação nova, não há lugar para todos darem sequência as atividades da geração anterior, agora precisam resolver novos problemas. ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO ➤ A redistribuição dos habitantes no território em consequência do aumento demográfico e das transformações da produção. ➤ O desenvolvimento dos meios de comunicação: as estradas de pedágio, construídas com os métodos desenvolvidos por Telford e Macadam; os canais navegáveis, construídos na Inglaterra de 1760 em diante, as estradas de ferro, introduzidas em 1825, os navios a vapor. Estes meios permitem uma mobilidade incomparavelmente maior, todas as mercadorias, mesmo as pesadas e pobres, podem ser transportadas para os locais onde são solicitadas, as pessoas de todas as classes sociais podem fazer longas viagens, ou morar num lugar e trabalhar em outro, deslocando-se a cada dia ou a cada semana. Há muitas lógicas da revolução industrial que podem ser observadas, e deixaremos por conta do espírito investigador de cada aluno. Porém, o que é necessário saber é que as mudanças trazidas por ela provocaram uma transformação na cidade de uma forma que nunca antes. A cidade nunca mais será a mesma após arevolução industrial. Principalmente nas relações sociais dos indivíduos e a maneira como formam seus vínculos sociais e se sociabilizam. Ferdinand Tonnies vai buscar trazer essa diferença dentro do conceito e duas palavras alemãs GEMEINSCHAFT NATURAL CONTROLE PATRIARCAL RELAÇÕES AFETIVAS/ UNIDADE GESELLSCHAFT CONTRATUAL CONTROLE SOCIO-POLÍTICO RELAÇÕES INTERESSES/ COMPETIÇÃO OBS: A industrialização vai ter início tardio no Brasil, comparando-se ao seu surgimento na Inglaterra e a propagação pelos outros países no século XVIII, Já no Brasil veremos apenas no meado do século XX. Se analisarmos atentamente os dados do IBGE apresentados no início da aula, veremos que o grande êxodo rural acontece em paralelo com o período de industrialização do país. AS LÓGICAS DA CIDADE MODERNA ESPAÇO: A medida que se dá o êxodo rural, a cidade vai crescendo de maneira acelerada e os espaços vão surgindo sem um planejamento prévio. Nas regiões periféricas as favelas, enquanto no outro lado da cidade os condomínios de luxo, os centros habitacionais. O crescimento da cidade promove a conurbação. E muitas outras mudanças do espaço que foram mencionadas em sala. Uma mudança importante que vai ocorrer também é a desmaterialização do espaço, tornando-se também virtual, o espaço que antes era dado, agora é construído, o que antes era sagrado passa a ser secularizado, o que era fixo e estendido, torna-se móvel e fragmentado. O espaço urbano moderno se caracteriza pela perda dos centros como veremos a seguir. CENTRO: Analisamos em aula que o espaço rural ou o espaço pré-industrialização era tricêntrico, podemos observar caracteristicas dessa forma externa de espaço em muitas cidades ainda hoje. O espaço era composta por uma catedral central, a sua frente uma praça, e ao redor as casas (algumas tinham na frente o comercio local). CATEDRAL (Vida Religiosa): Nas cidades pequenas a igreja desempenhava um papel de suma importância, respeito, e até mesmo um marco na vida do homem que vivia na cidade, quando queria-se comungar era necessário dirigir-se a igreja. Podemos ainda ver algumas pessoas que passam pela frente das catedrais católicas e fazem o símbolo da cruz como sinal de respeito. PRAÇA (Vida Social/Pública): Aqueles que nasceram em pequenas cidades hão de se recordar que o melhor lugar de encontro com os amigos era na praça da cidade, podíamos jogar, conversar, brincar. Lembro que quando adolescente após os cultos de domingos a noite iamos com os jovens para a praça, ela tinha esse caráter social, um lugar de encontro. CASA: Vida Privada: A casa por fim nessa configuração era o local de manter a privacidade familiar. CENTRO: Em 1988 houve o primeiro acesso a internet no Brasil ainda restrito a vida acadêmica, somente mais tarde será nas casas e empresas, porém desde o advento da internet os centros tradicionais de uma cidade pequena já não existem mais, e muitos deles perdem seus significados, a internet muda o caráter tricêntrico da cidade para pluricêntrico, os centros agora não são fixos, pode-se criar vários centros para satisfazer toda e qualquer necessidade. Analisemos pelo antigo centro da vida religiosa, a igreja, a internet permitiu poder participar dos ritos e comungar sem a necessidade de estar presente no mesmo espaço físico, então já não é necessário deslocar-se até ela pra se ter vida religiosa. Ela perde seu caráter sagrado também nas grandes cidades, como usamos o exemplo das catedrais católicas do interior é só pensarmos nas mesmas, contudo na cidade grande, aqueles que já viajaram para Roma, ou até mesmo cidades que tem catedrais históricas perceberam que na cidade as catedrais passaram a ter mais uma função turística do que sagrada, enquanto o padre dirige a missa e umas poucas pessoas sentadas observam atentamente, muitas outras estão caminhando pelos corredores laterais fotografando. A mesma coisa acontece com o espaço de vida pública e social que seria a praça, já não é necessário ir até ela para socializar-se, a internet permite fazer isso em qualquer lugar, apenas com um smartphone na mão. A casa, como espaço privado já não pode ser mais assim considerado, foi ameaçado pela internet, seus filhos estão dentro da sua casa, de frente com você na sala, mas podem estar navegando qualquer outro espaço virtual. Isso muda toda a lógica de espaço dentro da cidade, antigamente sabíamos onde poderiamos encontrar as pessoas se assim quiséssemos alcançá-las. Por isso vejo um grande sucesso que foi obtido pelos evangelismos de tendas, ao ser armada no centro de uma pequena cidade, ele (Evangelismo de tenda) conseguia satisfazer os dois espaços em um só, vida religiosa, pois ali haviam os cultos e estudos; e vida social, pois ali promovia o encontro, por vezes comida, sorteios, e além do uso de tecnologia que não era comum na época, como uso dos retropojetores antigos, além de mapas de Daniel e Apocalipse que prendiam a atenção. Porém, essa cidade que perdeu seus centros fixos, nos causam desafios para a missão no contexto urbano. Onde encontraremos as pessoas? Já não estão na praça para buscar amigos, já não estão na igreja, estão nos seus próprios espaços virtuais que eles mesmos criaram. É necessário repensar, há muitas pessoas ainda usando apenas o método de grandes concentrações e eventos grandes para atrair os moradores da cidade, porém, isso não tem dado certo em muitas vezes, e tem frustrado o ânimo daqueles que promovem. É necessário orar, e buscar estudar a sua própria cidade, e questionar-se: onde as pessoas estão? Como podemos encontrá-las? Lógica do Tempo: Muito desse assunto foi analisado em sala de aula, a sensação que temos na cidade de um tempo que se esvai e não conseguimos fazer todas as atividades que precisávamos fazer, enquanto no campo o tempo parece uma eternidade. Afinal, são temos diferentes? Obviamente, não! São as mesmas 24 horas por dia, porém há uma pequena diferença, no campo o indivíduo acorda sabendo o que tem que fazer, pegar o ônibus para ir a escola, ordenhar a vaca, mexer com a plantação, enfim, as atividades são fixas. Porém, na cidade o que muda é a variedade de propostas e oportunidades, e a falta na cidade não é de mais tempo, e sim, PRIORIDADE, os moradores urbanos querem fazer tudo ao mesmo tempo, aula de inglês, judo, piano, ir ao pub a noite, cursar uma graduação, estudar para um concurso, jogar futebol, tênis, assistir aos jogos do time que torce, ir ao shopping… A oferta da cidade é infinitamente superior a do campo, e ao tentarmos realizar várias tarefas ao mesmo tempo, temos o sentimento que o tempo está curto, porém, o que falta é prioridade, é muita informação, mas é necessário priorizar. O grande desafio para a missão é como alcançarmos uma geração cheia de aspiração, que quase nada realiza, pois tudo é deixado pela metade, assim muitos não se interessam pelas questões espirituais, afinal na cidade ela se caracteriza como apenas mais uma “oferta” não tão atrativa. O segundo desafio é que essa geração somos nós mesmos, e estamos muitas vezes como cristãos sendo enredados pela lógica da cidade e não percebemos, chegamos cansados do trabalho, temos uma agenda semanal lotada, a ponto de não ter forças para ir a igreja, para fazer trabalho missionário, ou para doar um pouco do nosso talento para um atividade evangelística, e se não fazemos isso, como alcançaremos os outros? PARTICIPAÇÃO E MOBILIZAÇÃO LÓGICA DA MOBILIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO: Os moradores da cidade que aspiram encontrar um lugar importante e ter o mínimo de vida digna na cidade precisam encarar duas atividades como “obrigatórias”, a primeira é o estudo, e a segunda o trabalho, são duas coisas que nos mobilizam na cidade que nem precisamos pensar para fazê-las, mesmo que não sintamos prazer, ou desejo. Porém, existem outras mobilizações que são espontâneas, como ir a um cinema, a uma manifestação política, uma partida de futebol, uma festa dacidade. Você não é obrigado a está ali, vai de maneira voluntária. A grande pergunta é, o que leva o homem urbano a agir de maneira espontânea? A resposta é simples, o prazer, eis que estamos diante de uma geração hedonista, e apenas o prazer é capaz de mover as mobilizações e participações espontâneas, precisamos ter prazer em jogar futebol para depois de um dia de trabalho cansativo, ainda se dispor a correr por uma hora ou mais, enfim, talvez esse seja outro grande ponto que necessite da nossa atenção. Porque não conseguimos mobilizar as pessoas na cidade para a missão, ou para atividades evangelísticas? Ao longo das escrituras há um prazer na vida dos profetas, dos reis Ex (Davi), dos apóstolos, em servir a Deus, creio que hoje perdemos esse sentimento, e precisamos urgentemente resgatar na igreja. PLURALIDADE CULTURAL: Eis outro desafio da lógica urbana, quando muitas pessoas saem do interior para a cidade grande carregam consigo muitas crenças pessoais, mitos, tradições religiosas, familiares, enfim, coisas que sempre obtiveram como verdade absoluta. Quando elas se deparam com a cidade encontram pessoas na faculdade, no trabalho, na rua, diferentes delas, com conceitos e crenças diferentes que ao se oporem percebem que aquilo que tinham como verdade final não é bem assim. A pluralidadeade cultural da cidade promove um relativismo da verdade, pois começamos a ver que nossas crenças anteriores que por vezes eram mitos não são verdades, então a cidade quebra essa verdade absoluta. Na Grécia Antiga, uma das coisas que levaram os homens a relativizar suas divindades e crenças mitológicas e começar a questioná-las foi exatamente no seu contato com outros povos, com o surgimento da escrita, da moeda, e o comércio livre através das cidades. PERDA DE REFERÊNCIAS (NARCISO): Esse homem que foi para a cidade e tinha suas referências passadas como verdade absoluta ao ser confrontado na cidade perde-as, essas referências fundamentais eram a família, a igreja, a escola. Vivemos numa crise da família, não há muito o que comentar é algo claro, a igreja já mostramos anteriormente que perdeu seu caráter sagrado na cidade, e das escolas vemos constantes reportagens de professores agredidos, aqueles que eram a autoridade outrora. Essa é a realidade da cidade, um lugar sem referências, algumas pessoas chegam a dizer que são suas próprias referências, porém, muitos não percebem que são apenas reprodutores da mídia e da propagando que existem nas cidades. LÓGICA DO CONSUMO - LÓGICA DO CONSUMO: Essa é uma característica marcante no homem moderno, o consumo parece fazer parte de si e o coloca em uma posição de aceitação, aquele que não consome parece estar fora da realidade urbana, “consumo, logo existo”, esse parece ser o lema. As facilidades de crédito fizeram o homem acreditar que não há motivos para pensar uma compra ou deixar pra amanhã, são 10x sem juros, etc. Então encontramos uma camada de pessoas que só se sentem felizes e realizadas quando consomem, estão em lojas, shopping, outlets. Lipovetsky fala sobre o processo de personalização, dentro da lógica do consumo, cada dia mais os produtos são feitos sob medidas para cada exigência, no passado, ou você se adequava ao gosto comum, como por exemplo a pouca variedade de cores dos carros, ou você ficava sem consumir, o homem urbano gosta de personalização, gosta de ir a loja e ouvir que aquela armação de óculos, roupa, é uma coleção de peça única, só ele em toda a cidade terá, temos cada vez mais homens com desejo de personalização, tudo tem que ser sob medida, até a religião. Outro ponto que merece nossa atenção é que nessa onda de consumo, perdemos o sentido do verdadeiro valor, “coisificamos” pessoas e “personificamos” as coisas, muitas pessoas se aproximam das outras pelo que elas podem oferecer. É uma joia rara hoje encontrar alguém que se aproxime da gente pensando em que pode nos ajudar e o que pode nos oferecer. Nessa lógica do consumo, as pessoas pensam apenas em acumular mais, de maneira que as pessoas se tornaram como códigos de barra, e como objeto só servem enquanto tem algo a oferecer, amizades duradouras nessa geração é difícil, muito menos a frase “até que a morte nos separe”. Como alcançar pessoas que pensam não valer mais do que tem? RELACIONAMENTOS: Depois de todas as lógicas analisadas brevemente, não da pra imaginar outra coisa a não ser a certeza que os relacionamentos do homem urbano são superificiais, muitos deles são contratuais, são fingidos, forçados por uma cultura do interesse, as redes sociais, os meios de comunicação empurraram o homem para superficialidade, vivemos o paradoxo de usar a tecnologia para nos aproximar de quem está longe e afastar quem está perto. Os relacionamentos de rede, ou virtuais, são um ambiente perfeito para o homem que vive a superficialidade das relações, ele pode manter contato com pessoas distantes sem revelar sua verdadeira identidade, pode passar-se por cantor, por adminsitrador, empresário, ou o que desejar, pode-se viver em um mundo imaginário, das fantasias, e quando o relacionamento já ficou desgastado e não cria mais prazer em manter contato com a pessoa, é muito fácil dar um fim, não precisa um encontro pessoal, não há necessidade de explicação, só é preciso aprender onde fica a opção “excluir”, “desfazer amizade”, “deixar de seguir”, “bloquear”, que fácil, não? E o melhor da oferta é que tudo isso é feito sem dor, sem frustração, sem trauma. Desfazer uma amizade de anos dói, tira noite de sono, mas o homem virtual não sabe o que é sentir isso. LUGAR DO ANONIMATO: A cidade cheia de promessas fantasiosas e seduções tentadores, exacerba o anonimato e o individualismo, no interior éramos conhecidos de todos, sabíamos os nomes de nossos vizinhos que moravam até longe de nós, se não conhecíamos a pessoa por nome, ao menos sabíamos que eram seus pais. A mudança da cidade é radical, os arranha-céus, são capazes de manter várias pessoas tão próximas geograficamente, mas ao mesmo tempo distante relacionalmente, quase sempre nem mesmo sabemos o nome dos nossos vizinhos de andar. Esse homem da cidade que vive envolto nessa ilusão, nasceu para viver em comunidade, para viver os relacionamentos sinceros e autênticos, mesmo que não reconheça a necessidade, mesmo que pense que é melhor viver só, não há ninguém que foi criado para isso, esse indivíduo encontra-se vazio e mesmo que não perceba tem buscando o preenchimento dessa solidão nos prazes da cidade. No Brasil aumenta cada dia mais os índices de ansiedade e depressão, a última pesquisa da Organização Mundial de Saúde coloca-o em primeiro lugar em número de pessoas ansiosas, e o quinto em depressão. A Missão Urbana tem uma resposta para essa realidade. Como missionários urbanos, como alcançar pessoas vivendo nessas lógicas da cidade? Que essa breve análise sobre a cidade e seus desafios tenha causado em você o desejo de tornar- se um pesquisador assíduo e acima de tudo permitir ser usado por Deus para alcançar pessoas. Nunca se esqueça das palavras do Senhor à Paulo “[…] Não temas, pelo contrário fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade.” (At 18:9-10) (55) 99646-5481 adriel0611 Adriel Jesus adriel.jesus@adventistas.org.br Estarei sempre pronto em qualquer uma das minhas redes sociais para atender qualquer eventual dúvida, e a medida do possível auxiliar você na sua pesquisa. MARANATA! mailto:adriel.jesus@adventistas.org.br
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