Aula 12 O pensamento de Zygmunt Bauman as nações-estado e a globalização

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COMUNICAÇÃO E POLÍTICA
Aula 12: O pensamento de Zygmunt Bauman: 
as nações-estado e a globalização
AULA 12: O PENSAMENTO DE ZYGMUNT BAUMAN: AS NAÇÕES-ESTADO E A GLOBALIZAÇÃO
Comunicação e política
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Temas/objetivos desta aula
1. Compreender a noção de Nação-Estado.
2. Analisar o papel da Nação-Estado no mundo globalizado. 
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Os desdobramentos da sociedade do espetáculo – parte II
Um dos motivos desta relação entre o conceito de Espetáculo e o campo da comunicação é o fato da Sociedade do Espetáculo, segundo Debord, ser baseada na construção de uma aparência (ideológica) que assume o lugar de realidade através das imagens publicitárias dos meios de comunicação social. 
Deste modo, o tema do espetáculo foi se tornando frequentemente analisado no campo da comunicação social. Embora a análise debordiana seja totalitária, ou seja, este autor trate do conceito de Sociedade do Espetáculo como algo que explica o todo social contemporâneo, é possível usar o conceito para tratar de algo específico dentro do contexto contemporâneo. 
O próprio Guy Debord revisitou seu trabalho, publicando, em 1989 (22 anos depois do livro original), o livro intitulado Comentários sobre a Sociedade do Espetáculo. Mais do que uma continuação, este livro é uma reafirmação da ideia de que vivemos em uma Sociedade do Espetáculo.
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O pensamento de Zygmunt Bauman – parte I
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017) é autor de uma obra bastante significativa sobre o mundo contemporâneo. 
A imagem ao lado é uma fotografia do sociólogo polonês Zygmunt Bauman palestrando (no ano de 2013). 
Fonte: Forumlitfest - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=31233528>, última consulta em 08/01/2017.
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O pensamento de Zygmunt Bauman – parte II
Capaz de escrever sobre diversos assuntos e autor de dezenas de livros, Bauman vem sendo estudado, nas últimas duas décadas, em diversos campos do conhecimento no Brasil, dentre eles o da Comunicação Social;
Seus livros possuem um caráter ensaístico, constituindo-se como grandes reflexões sobre a sociedade contemporânea;
Lecionando na Inglaterra desde os anos 1970, principalmente a partir dos anos 1990, sua obra passou a ser traduzida para o Brasil. Hoje, este autor possui mais de trinta livros publicados e estudados em nosso país. 
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O pensamento de Zygmunt Bauman – parte III
Bauman escreveu alguns livros que buscaram analisar as características do mundo moderno e dos efeitos da Modernidade enquanto programática sociocultural; 
Escreveu também, em anos posteriores, livros sobre as características do mundo contemporâneo, usando o conceito de pós-modernidade (já discutido na aula 9) para caracterizá-lo;
A partir de sua obra intitulada Modernidade líquida, Bauman abandonou o conceito de pós-modernidade e passou a usar o conceito de modernidade líquida para descrever o mundo atual. 
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O pensamento de Zygmunt Bauman – parte IV
Deste modo, definiu algumas características que considerava basilares para descrever as relações contemporâneas e passou a realizar reflexões sobre temas específicos no contexto da modernidade líquida;
O conceito de “comunidade”, as desigualdades sociais, as relações amorosas, as características da economia global, dentre outros: estes são alguns dos temas abordados nos inúmeros livros escritos por Bauman nas últimas duas décadas.
Mas, em que consiste o conceito de modernidade líquida?
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O conceito de modernidade líquida – parte I
No livro intitulado Modernidade líquida, Bauman, logo na introdução, apresenta o conceito de líquido segundo a Enciclopédia Britânica: 
“‘Fluidez’ é a qualidade de líquidos e gases. O que os distingue dos sólidos, como a Enciclopédia Britânica, com a autoridade que tem, nos informa, é que eles ‘não podem suportar uma força tangencial ou deformante quando imóveis’ e assim ‘sofrem uma constante mudança de forma quando submetidos a tal tensão’”. (BAUMAN, 2001, p. 7) 
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O conceito de modernidade líquida – parte II
Assim, a fluidez é algo relacionado diretamente aos líquidos, que podem modificar sua forma dependendo do recipiente no qual forem colocados. A capacidade de adaptação a diferentes situações espaciais, em momentos temporais distintos, é algo que o autor acentua ao explicar sua conceituação: 
“Os fluidos não se atêm muito a qualquer forma e estão constantemente prontos 
(e propensos) a mudá-la; assim, para eles, o que conta é o tempo, mais do que o espaço que lhes toca ocupar; espaço que, afinal, preenchem apenas ‘por um momento’. Em certo sentido, os sólidos suprimem o tempo; para os líquidos, ao contrário, o tempo é o que importa.” (BAUMAN, 2001, p. 8) 
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O conceito de modernidade líquida – parte III
Bauman, portanto, usa a metáfora dos líquidos para caracterizar a contemporaneidade, que ele define como um novo estágio da modernidade, um estágio líquido. 
A modernidade, em seu estágio sólido, segundo Bauman, apresentava inovações e “derretia” os aspectos sociopolíticos da Idade Média. Porém, fazia isto para construir, em seu lugar, novos padrões que buscavam ser ainda mais sólidos. Já em seu estágio líquido, a modernidade procura manter-se fluida, capaz de adaptar-se a diferentes situações momentâneas. 
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O conceito de modernidade líquida – parte IV
Como características importantes da modernidade líquida, Zygmunt Bauman (2001) aponta: 
1) a diminuição da importância dos grupos (ou padrões) de referência pela comparação 
(ou exemplo) universal;
2) os contratos entre diferentes indivíduos ou entre indivíduos e empresas (ou seja, as relações afetivas e de trabalho) estão cada vez menos duradouras e estáveis; ao invés de investimentos para toda a vida, cada vez mais são apresentados contratos até segunda ordem; 
 3) é o declínio da era de engajamento mútuo: trata-se de uma sociedade cada vez mais privatizada e desregulamentada; mais de consumidores do que de cidadãos; mais individualista do que coletiva.
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Bauman e o processo de globalização
Um dos temas tratados por Bauman, em uma obra específica, foi o do processo de globalização no mundo contemporâneo; 
No livro intitulado Globalização: as consequências humanas, o autor trata deste tema de modo a abordar criticamente diferentes aspectos deste conjunto amplo de processos;
 
É importante ressaltar que este livro foi escrito e publicado no final dos anos 1990, ou seja, pouco antes de Bauman desenvolver completamente o conceito de modernidade líquida. Portanto, trata-se de um livro que aborda a contemporaneidade ainda sob o conceito de pós-modernidade. 
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A Nação-estado na contemporaneidade – parte I
No texto intitulado, Depois da Nação-estado, o quê?, Bauman discute a perda de referência das Nações-estado como elemento central na ordenação política do mundo; 
Para isto, o autor situa o mundo contemporâneo e apresenta a ideia de que a pós-modernidade seria como uma espécie de “nova desordem mundial”. Isto ocorre porque as “forças econômicas transnacionais” estão “erodindo” o poder de ordenação política das Nações-estado. Desta forma, o mundo fica sem um controle aparente, como um “avião sem piloto”. As forças econômicas transnacionais não possuem um rosto discernível, são cada vez mais anônimas. Bauman está se referindo às grandes corporações e conglomerados que possuem diversos acionistas e aos mercados financeiros. 
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A Nação-estado na contemporaneidade – parte II
Assim, a política está cada vez mais subordinada à economia, pois as Nações-estado (ou estados nacionais) europeias (referências do período Moderno) estão impotentes diante dos mecanismos econômicos do mundo globalizado; 
O processo de globalização interliga as economias e mercados, de modo que é difícil para os Estados tomarem determinadas atitudes sem se adequarem a uma conjuntura internacional mais ampla.
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A Nação-estado na contemporaneidade – parte III
Porém, no período Moderno, a grande referência em termos de ordenação política eram as Nações-estado. Assim, elas ainda existem no mundo contemporâneo, mas o próprio título do texto provoca o leitor no sentido de que estes estados nacionais não constituem mais uma unidade de poder tão importante como no passado. A perda de referências das Nações-estado em um mundo com fronteiras cada vez mais porosas é um dos grandes desafios, segundo o autor, que a humanidade precisa enfrentar nos próximos anos; 
Uma das razões desta perda de importância está relacionada, segundo Bauman, ao término do que ele chama de Grande Cisma (ou seja, a Guerra Fria), em que havia uma cisão do mundo em dois grandes blocos de poder: os países do bloco capitalista, capitaneados pelos Estados Unidos da América, e os países do bloco comunista, capitaneados pela antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. 
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A Nação-estado na contemporaneidade – parte IV
Bauman também trabalha a ideia de que, na Modernidade, havia um processo de universalização da política, da economia e da cultura das Nações-estado europeias 
(através das diversas colonizações de outras partes do mundo). Hoje, este processo de universalização foi sendo substituído pelo processo de globalização. 
Se a universalização aponta para a ideia de um centro (no caso, a Europa) que irradia a economia, a política e a cultura, a globalização aponta para a ausência de um centro ou “gabinete de controle”, tornando o mundo aparentemente mais igualitário em termos de hierarquia. 
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A Nação-estado na contemporaneidade – parte V
Como afirma o autor: 
“Em poucas palavras: ninguém parece estar no controle agora. Pior ainda – não está claro o que seria, nas circunstâncias atuais, ‘ter o controle’. Como antes, todas as iniciativas e ações de ordenação são locais e orientadas para questões específicas; mas não há mais uma localidade com arrogância bastante para falar em nome da humanidade como um todo ou para ser ouvida e obedecida pela humanidade ao se pronunciar. Nem há uma questão única que possa captar e teleguiar a totalidade dos assuntos mundiais e impor a concordância global”. (BAUMAN, 1999, p. 66)
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A Nação-estado na contemporaneidade – parte VI
Segundo Bauman, os Estados nacionais modernos baseavam sua constituição em um tripé: militar, econômico e cultural. A Nação-estado era a representação política, ou seja, a instância de legitimação de um poder organizacional que continha autossuficiência no que concerne aos mecanismos econômicos (representados pela moeda própria), militares (representados pelo exército) e culturais (representados pela Língua oficial). Quem legitima e regula a oficialidade destes mecanismos é o Estado; 
Porém, o processo de globalização subordinou a política à economia (um exemplo é a Comunidade Econômica Europeia, em que o euro é a moeda oficial); 
A noção de globalização, para Bauman, está mais vinculada hoje aos efeitos globais imprevistos do que aos empreendimentos globais.
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A Nação-estado na contemporaneidade – parte VII
Para o sociólogo polonês, há termos que mistificam este processo, tal como “glocal”;
Bauman apresenta uma crítica ao processo de globalização por conta do modo como a política torna-se refém da economia;
Além disso, critica os meios de comunicação por sua seletividade ao mostrarem a realidade global. Em geral, segundo o autor, há uma distorção dos reais motivos que 
levam determinados países a se tornarem pobres, como na África. 
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Saiba mais
Para saber mais sobre a questão da perda de referência das Nações-estado como elementos de ordenação do poder na contemporaneidade, segundo o pensamento de Zygmunt Bauman, leia o texto intitulado Depois da Nação-estado, o quê?, do autor citado. In: Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999, p. 63-84.
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Referências
BAUMAN, Zygmunt. Ética pós-moderna. São Paulo: Paulus, 1997.
_________________. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
_________________. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
_________________. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
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Referências
_________________. Vidas desperdiçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
_________________. Bauman sobre Bauman: diálogos com Keith Tester. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2011.
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VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?
 
O processo de globalização a partir de uma perspectiva latino-americana.
O pensamento do autor Milton Santos sobre o papel da Nação-estado na contemporaneidade.
AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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