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Prof. Sandro R. Zang – Sala 116-2 Departamento das Engenharias de Telecomunicações e Mecatrônica (DETEM) Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) Campus Alto Paraopeba - Ouro Branco/MG Disciplina: Materiais Elétricos e Magnéticos. Comportamento Elétrico 2Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Introdução 3Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Condução Elétrica: Resultado do movimento de portadores de carga (elétrons) dentro do material; Conceito: o tipo de estrutura define as propriedades do material (mecânicas, elétricas, óticas, etc); A facilidade ou dificuldade de condução elétrica de um material está associada ao conceito de níveis de energia. Nos materiais sólidos, níveis de energia discretos dão origem as bandas de energia. Introdução 4Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Nos materiais sólidos, níveis de energia discretos dão origem as bandas de energia. É o espaçamento relativo dessas bandas (em uma escala energética) que determina a magnitude da condutividade. Condutores: metais que possuem grande valor de condutividade. Isolantes: Cerâmicas, vidros e polímeros, possuem pequenos valores de condutividade. Semicondutores: possuem valores intermediários de condutividade. Comportamento Elétrico 5Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Portadores de carga e Condução 6Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang A Condução Elétrica nos materiais ocorre por meio de espécies individuais (em escala atômica) chamada de portadores de carga. Elétron Exemplo mais simples, partícula de 1,6 x 10 -19 C de carga negativa; Lacuna Eletrônica: conceito mais abstrato, ausência de um elétron (buraco), 1,6 x 10 -19 C de carga positiva. As lacunas tem um papel fundamental no comportamento elétrico dos semicondutores. Portadores de carga e Condução 7Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Nos materiais iônicos (gerados por ligações iônicas troca de elétrons): Ânions: servem como portadores de carga negativa. Cátions: são os portadores de carga positiva. Como vimos, a valência de cada íon indica carga positiva ou negativa em múltiplos de 1,6 x 10 -19 C, dependendo de quantos elétrons de valência são compartilhados. Comportamento Elétrico 8Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Determinação da Condutividade Elétrica 9Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Método mais Simples: A magnitude do fluxo de corrente (I), através de um circuito com resistência (R), e a diferença de potencial (V), são relacionados através da Lei de Ohm. O valor de R depende da geometria da amostra: R aumenta com o comprimento (l) e diminui com a área de seção transversal (A). V RI Determinação da Condutividade Elétrica 10Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Resistividade (ρ) : é independente da geometria. É a propriedade que mais caracteriza os material. Condutividade (σ): É O inverso da resistividade: RA l (Ω.m) 1 (Ω-1.m -1) Determinação da Condutividade Elétrica 11Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Condutividade (σ): É o parâmetro mais conveniente para estabelecer um sistema de classificação elétrica para os materiais. A Condutividade é o produto da densidade de portadores de carga (n) com a carga transportada por portador (q) e com a mobilidade de cada um (μ): Mobilidade: velocidade média do portador ( ) dividido pela intensidade de campo elétrico (E): nq (Ω-1.m -1) E [m2/(V.s)] Determinação da Condutividade Elétrica 12Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Quando os portadores de carga positivos e negativos contribuem para a condução, ambos devem ser levados em conta na equação do calculo da condutividade: Para elétrons, lacunas e íons monovalente (troca de apenas 1 elétron) a magnitude da carga (q) é 1,6 x 10 -19 C. Para íons multivalentes: q = ǀZ iǀ x 1,6 x 10 -19 (C) ǀZ iǀ número de valência (Ex., 2 para O -2) n n n p p pn q n q Onde: n – negativo p – positivo Determinação da Condutividade Elétrica 13Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Determinação da Condutividade Elétrica 14Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Exemplo 1: Calcule o valor da condutividade de uma liga na qual apresenta queda de tensão de 432 mV quando uma corrente de 10 A é aplicada. A amostra utilizada possui comprimento de 1m e diâmetro de 1 mm. Determinação da Condutividade Elétrica 15Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Exemplo 1: Calcule o valor da condutividade de uma liga na qual apresenta queda de tensão de 432 mV quando uma corrente de 10 A é aplicada. A amostra utilizada possui comprimento de 1m e diâmetro de 1 mm. 3 3 2 3 3 9 6 1 1 432 10 10 43,2 10 43,2 10 0,5 10 1 33,9 10 1 29,5 10 VR I R RA l m m Determinação da Condutividade Elétrica 16Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Exemplo 2: Supondo que a condutividade do cobre da tabela anterior seja inteiramente devido aos elétrons livre [com uma mobilidade de 3,5 x 10-3 m2 /(V·s)]. Calcule a densidade de elétrons livres no cobre em temperatura ambiente. Determinação da Condutividade Elétrica 17Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Exemplo 2: Supondo que a condutividade do cobre da tabela anterior seja inteiramente devido aos elétrons livre [com uma mobilidade de 3,5 x 10-3 m2 /(V·s)]. Calcule a densidade de elétrons livres no cobre em temperatura ambiente. 6 19 3 27 3 58 10 1,6 10 3,5 10 104 10 n q n m Determinação da Condutividade Elétrica 18Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Exemplo 3: Calcule a velocidade de arraste dos elétrons livres no cobre (exemplo anterior) para uma intensidade de campo elétrico de 0,5 V/m. Determinação da Condutividade Elétrica 19Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Exemplo 3: Calcule a velocidade de arraste dos elétrons livres no cobre (exemplo anterior) para uma intensidade de campo elétrico de 0,5 V/m. 3 3 3,5 10 0,5 1,75 10 E m s Comportamento Elétrico 20Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Níveis de Energia 21 Como vimos, os orbitais eletrônicos em um átomo isolado estão associados a níveis de energia discretos; Exemplo: Sódio (Na). Esta distribuição de elétrons entre os orbitais é descrita pelo Princípio de Exclusão de Pauli. Número atômico: 11 1s2 2s2 2p6 3s1 orbitais Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang 1s 2s 2p 3s 3p 3d 4s 4p 4d 4f 5s 5p 5d 5f 6s 6p 6d 7s Níveis de Energia 22 Princípio de Exclusão de Pauli: Dois elétrons não podem ocupar exatamente o mesmo estado quântico; ou seja, no átomo de Na cada orbital pode ser ocupado por dois elétrons porque eles estão em estados diferentes (spins opostos – orientação magnética de rotação do elétron em torno do seu próprio eixo – momento angular). O princípio de exclusão de Pauli é a razão fundamental para muitas das propriedades características da matéria, desde sua estabilidade até a existência das regularidades expressas pela tabela periódica dos elementos. Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabela_peri%C3%B3dica http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabela_peri%C3%B3dica http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabela_peri%C3%B3dica http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabela_peri%C3%B3dica http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabela_peri%C3%B3dica http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabela_peri%C3%B3dica http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabela_peri%C3%B3dica Níveis de Energia 23 Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido Os elétrons de cada átomo em um sólido estãosujeitos à interação com os átomos vizinhos; Ao aproximarmos um átomo isolado a outros, os níveis de energia de cada um são perturbados levemente pela presença do vizinho pois o Princípio de Exclusão de Pauli não permite que ocupem níveis de energia iguais; Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81tomo http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_Exclus%C3%A3o_de_Pauli http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_Exclus%C3%A3o_de_Pauli http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_Exclus%C3%A3o_de_Pauli http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_Exclus%C3%A3o_de_Pauli http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_Exclus%C3%A3o_de_Pauli http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_Exclus%C3%A3o_de_Pauli http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_Exclus%C3%A3o_de_Pauli http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_Exclus%C3%A3o_de_Pauli http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_Exclus%C3%A3o_de_Pauli Níveis de Energia 24 Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido Se aproximarmos um grande número de átomos, teremos um grande número de níveis de energia próximos uns dos outros, formando uma "banda de energia" quase contínua no lugar dos discretos níveis de energia que os átomos teriam individualmente; Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Níveis de Energia 25 Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido A Banda de valência ou Banda de Energia é formada por níveis de energia, ocupada por elétrons semilivres, que estão um pouco mais separados do núcleo que os demais; É nesta banda de energia que se acumulam as lacunas eletrônicas ou buracos eletrônicos; Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang http://pt.wikipedia.org/wiki/El%C3%A9tron http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAcleo http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Buracos_eletr%C3%B4nicos&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Buracos_eletr%C3%B4nicos&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Buracos_eletr%C3%B4nicos&action=edit&redlink=1 Níveis de Energia 26Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Os níveis de energia estão preenchidos até um ponto intermediário da banda de valência, e completamente vazios acima dele; Conceito verdadeiro na temperatura do zero absoluto Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido Níveis de Energia 27 Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido A energia do estado mais alto preenchido na banda de energia a 0 K é conhecido como nível de Fermi - EF; O grau de preenchimento de determinado nível de energia é indicado pela função de Fermi, f (E); Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Níveis de Energia 28 Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido A função de Fermi, indica a probabilidade de um nível de energia E, ser ocupado por um elétron e pode ter valores entre 0 e 1; A temperatura de 0 K: f (E) = 1 até EF; Acima de EF é igual a 0; Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Níveis de Energia 29 Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido Na medida em que a temperatura aumenta, a relação entre a função de Fermi, f(E) e a temperatura absoluta, T, é:. Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang / 1 1F E E kT f E e Sendo k a constante de Boltzmann (86,2 x 10-6 eV/K). Níveis de Energia 30 Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang / 1 1F E E kT f E e Abaixo de EF, f(E) é basicamente igual a 1; e exencialmente igual a 0 acima de EF. Próximo de EF varia de forma suava entre os extremos (1 e 0) Níveis de Energia 31Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang / 1 1F E E kT f E e À medida que a temperatura aumetne, o intervalo acima do qual f(E) cai de 1 a 0 aumente e é da ordem de grandeza de kT. Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido Níveis de Energia 32 Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido Os metais são bons condutores elétricos porque a energia térmica é suficiente para promover elétrons acima do nível de Fermi; Nesses níveis, E > EF, a disponibilidade de níveis desocupados em átomos adjacentes gera uma alta mobilidade dos elétrons de condução, conhecidos como elétrons livres, através do sólido. Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Níveis de Energia 33 Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido Para um sólido, a promoção de um elétron da banda de valência para a banda de condução só ocorre quando o espaçamento entre as bandas de energia Eg é vencido; (T = 298K) Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang 2g FE E E Níveis de Energia 34 Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido A probabilidade prevista por F(E) só pode ser estimada nas bandas de valência e condução; Os elétrons não podem ter níveis de energia entre as bandas. Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang 2g FE E E Níveis de Energia 35Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang 2g FE E E Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido Para o diamante (C), a energia térmica não consegue promover um número significativo de elétrons para a banda de condução (ligação covalente entre os átomos de carbono, com banda de valência completa). Logo é Isolante! Níveis de Energia 36Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Semicondutor Silício (Si): forma um sólido com ligações covalentes e com estrutura cúbica semelhante ao do carbono (do mesmo grupo da tabela periódica). A diferença é que o Si possui espaçamento entre as bandas menor (Eg=1,107 eV, em comparação com ~ 6 eV do carbono! Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido Níveis de Energia 37Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Semicondutor Silício (Si): O resultado é que, na temp. ambiente (298K) a energia térmica promove um número significante de elétrons da banda de valência para a banda de condução. Cada promoção de elétron cria um par de portadores de carga (par elétron-buraco) Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido Níveis de Energia 38Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Semicondutor Silício (Si): Consequentemente, buracos são produzidos na banda de valência em igual número de elétrons na banda de condução. Esses buracos são portadores de carga positiva! Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido Níveis de Energia 39Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Semicondutor Silício (Si): Com número moderado de portadores de carga positiva e negativa o Si apresenta uma condutividade elétrica moderada, intermediário entre os metais e os isolantes. Agrupamento de Átomos na Formação de um Sólido Níveis de Energia 40Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Exemplo 4: Qual a probabilidade de um elétron ser promovido termicamente para a banda de condução no diamante (Eg = 5,6 eV) na temperatura ambiente (25 º C). Níveis de Energia 41Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Exemplo 4: Qual a probabilidade de um elétron ser promovido termicamente para a banda de condução no diamante (Eg = 5,6 eV) na temperatura ambiente (25 º C). 6/ 2,8/(86,2 10 298) 48 5,6 2,8 2 2 1 1 1 1 4,58 10 F g F E E kT E eV E E eV f E e e f E Níveis de Energia 42Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Exemplo 5: Qual a probabilidade de um elétron ser promovido termicamente para a banda de condução no silício (Eg = 1,07 eV) na temperatura ambiente (25º C). Níveis de Energia 43Materiais Elétricos e Magnéticos – Prof. Sandro R. Zang Exemplo 5: Qual a probabilidade de um elétron ser promovido termicamente para a banda decondução no silício (Eg = 1,07 eV) na temperatura ambiente (25º C). Embora esse número seja pequeno, é ~ 38 vezes maior que o do diamante. É o suficiente para criar portadores de carga suficientes para classificar o Si como semicondutor. 6/ 0,5535/(86,2 10 298) 10 1,107 0,5535 2 2 1 1 1 1 4,39 10 F g F E E kT E eV E E eV f E e e f E
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