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Anatomia da Coluna Vertebral Funções: Proteção dos órgãos (medula espinal e vísceras); Sustentar a cabeça, os membros superiores e o tronco contra a gravidade; Transmitir forças (principalmente para o esqueleto apendicular); Obs.: Em vista posterior é totalmente alinhada, apenas na vista lateral é observada a curvatura. Regiões da coluna vertebral: O número total de vértebras durante o desenvolvimento inicial é de 33. Conforme a criança vai crescendo, várias vértebras nas regiões sacral e coccígea se fundem. Em consequência disso, a coluna vertebral adulta normalmente possui 26 vértebras. Distribuídas da seguinte maneira: Cervical (7 vértebras); Torácica (12 vértebras); Lombar (5 vértebras); Sacral (5 vértebras – parcialmente fundidas); Coccígea (4 vértebras – de 3 a 4 vértebras totalmente fundidas); As vértebras cervicais, torácicas e lombares são móveis, mas as sacrais e coccígenas, não. Curvaturas da coluna vertebral As curvaturas fisiológicas da coluna vertebral aumentam sua resistência, auxiliam a manutenção do equilíbrio na posição ereta, absorvem choques durante a caminhada e ajudam a proteger as vértebras de fratura. São elas: Curvaturas cervical e lombar - são convexas (Lordose – curvatura secundária) Curvaturas torácica e sacral - são côncavas (Cifose – curvatura primária) Obs.: O feto apresenta uma única curvatura côncava anteriormente ao longo de toda a extensão da coluna vertebral. Até o terceiro mês de vida, quando o lactente começa a sustentar a cabeça ereta, a curvatura cervical anteriormente convexa se desenvolve. Depois, quando a criança senta, fica de pé e anda, a curvatura lombar anteriormente convexa se desenvolve. As curvaturas torácica e sacral são chamadas de curvas primárias porque mantêm a direção da curvatura original da coluna vertebral embrionária. As curvaturas lombar e cervical são conhecidas como curvas secundárias porque começam a se formar alguns meses depois do nascimento. Até os 10 anos de idade, todas as curvaturas estão plenamente desenvolvidas. Entretanto, as curvaturas secundárias podem ser progressivamente perdidas nas idades mais avançadas. Várias condições podem exagerar as curvaturas normais da coluna vertebral, ou a coluna pode adquirir uma inclinação lateral, resultando em curvaturas anormais da coluna vertebral. Três curvaturas anormais: Hipercifose; Hiperlordose; Escoliose; Elementos de uma vértebra típica: Tipicamente, as vértebras consistem em um corpo vertebral, um arco vertebral e diversos processos. Existem apenas duas vértebras atípicas: atlas (C1) e áxis (C2). Todas as outras são consideradas típicas. As vértebras típicas possuem os seguintes acidentes ósseos: Corpo vertebral (entre um corpo v. e outro está o disco int.); Processo transverso direito e esquerdo Pedículo; Lâmina; Forame vertebral (por onde passa a medula espinal); Processo espinhoso; Processo articular superior (forma articulação sinovial com o proc. articular inferior); Processo articular inferior; Obs.: arco vertebral é a junção da lâmina com o pedículo. Limitado anteriormente pelo corpo vertebral formando o forame vertebral. Tanto no processo articular esquerdo e direito tem-se a face articular. O contato de tais faces articulares forma uma articulação sinovial plana (facetaria ou zigoapofisária) que permite os movimentos amplos à coluna (flexão, extensão e rotação). Vértebra cervical As vértebras cervicais formam o esqueleto do pescoço, são as menores das 24 vértebras móveis e estão localizadas entre o crânio e as vértebras torácicas. O tamanho menor reflete o fato de sustentarem menos peso do que as vértebras inferiores maiores. Embora os discos intervertebrais cervicais sejam mais finos do que aqueles das regiões inferiores, são relativamente espessos em comparação ao tamanho dos corpos vertebrais que unem. A espessura relativa dos discos intervertebrais, a orientação quase horizontal das faces articulares e a pequena massa corporal adjacente dão à região cervical a maior amplitude e variedade de movimento de todas as regiões vertebrais. Pelo forame transversário passa a artéria vertebral que atuam na nutrição de estruturas que estão dentro do crânio; Unco do corpo; C VII é chamada de vértebra proeminente; Vértebra torácica As vértebras torácicas são consideravelmente maiores e mais fortes que as vértebras cervicais. Além disso, os processos espinhosos de T I a T X são longos, achatados lateralmente e direcionados para baixo. Em contraste, os processos espinhosos de T XI e T XII são mais curtos, mais largos e direcionados mais posteriormente. Comparadas às vértebras cervicais, as vértebras torácicas também apresentam processos transversos mais longos e maiores. As vértebras torácicas são identificadas com facilidade por suas fóveas costais, que são superfícies que se articulam com as costelas. A característica das vértebras torácicas que as distingue das outras vértebras é o fato de se articularem com as costelas. Com exceção de T XI e T XII, os processos transversos das vértebras torácicas possuem fóveas costais que se articulam com os tubérculos das costelas. Além disso, os corpos vertebrais das vértebras torácicas apresentam superfícies articulares que formam articulações com as cabeças das costelas. Articula-se com as costelas (existe uma vértebra para cada par de costelas); Existe face articular no corpo vertebral (lateral) e também no processo transverso, chamadas de faces costais ou fóveas costais; Processo espinhoso longo e oblíquo; Vértebra lombar As vértebras lombares (L I a L V) são os maiores e mais resistentes ossos não fundidos da coluna vertebral, porque a quantidade de peso corporal sustentada pelas vértebras aumenta em direção à extremidade inferior da coluna vertebral. Suas várias projeções são curtas e espessas. Os processos articulares superiores se dirigem medial e não superiormente e os processos articulares inferiores se direcionam lateral e não inferiormente. Os processos espinhosos têm forma quadrilátera, são espessos e largos e se projetam quase em linha reta posteriormente. Os processos espinhosos são bem adaptados para a fixação dos grandes músculos vertebrais. Muito grande pois, é a região que recebe maior sobrecarga; Corpo vertebral grande; Processo espinhoso curto e largo; Características de vértebras atípicas – atlas (C1) áxis (C2) Atlas (C1) e Áxis (C2) Os corpos das vértebras cervicais (C I a C VII) são menores que os das outras vértebras, exceto aquelas que formam o cóccix. Seus arcos vertebrais, no entanto, são maiores. Todas as vértebras cervicais apresentam três forames: um forame vertebral e dois forames transversos. Os forames vertebrais das vértebras cervicais são os mais largos da coluna espinal porque alojam a intumescência cervical da medula espinal. Cada processo transverso cervical contém um forame transversário, através do qual passam a artéria vertebral e sua veia acompanhante, além de fibras nervosas. Os processos espinhosos de C II a C VI são muitas vezes bífidos – isto é, se ramificam em duas projeções pequenas nas extremidades. A segunda vértebra cervical (C II), o áxis, apresenta corpo vertebral. Um processo chamado dente ou processo odontoide se projeta superiormente pela porção anterior do forame vertebral do atlas. O dente serve de eixo em torno do qual a cabeça faz rotação. Esse arranjo possibilita o movimento lateral da cabeça, como quando se quer fazer o sinal de “não”. A articulação formada entre o arco anterior do atlas e o dente do áxis, e entre suas faces articulares, é chamada de articulação atlantoaxial Segura a cabeça através da articulação com o osso occipital no crânio; Arco anterior com tubérculo anterior; Arco posterior com tubérculo posterior; Fóvea do dente(articulação com o dente do áxis – atlanto-axial); o Rotação da cabeça Sacro O sacro é um osso triangular formado pela união de cinco vértebras sacrais (S I a S V). As vértebras sacrais começam a se fundir nos indivíduos entre os 16 e 18 anos de idade, um processo que normalmente se completa aos 30 anos. Posicionado na porção posterior da cavidade pélvica, medialmente aos dois ossos do quadril, o sacro oferece forte sustentação para o cíngulo dos membros inferiores. O sacro feminino é mais curto, mais largo e mais curvo entre S II e S III do que o sacro masculino. A face dorsal do sacro, posterior e convexa, contém uma crista sacral mediana, que consiste nos processos espinhosos fundidos das vértebras sacrais superiores; uma crista sacral lateral, que consiste nos processos transversos fundidos das vértebras sacrais; e quatro pares de forames sacrais posteriores. Esses forames se conectam com os forames sacrais anteriores para oferecer passagem a nervos e vasos sanguíneos. Canal sacral – continuidade do forame vertebral; É a base da coluna vertebral; Forames sacrais posteriores e anteriores (porque tem-se nervos emergindo da parte posterior e anterior); Grande quantidade de ligamentos; Articula-se com o íleo e a última vértebra lombar; Cóccix Não tem forame O cóccix, assim como o sacro, tem formato triangular. Normalmente, ele é formado pela fusão de quatro vértebras coccígeas, como Co I a Co IV. As vértebras coccígeas se fundem um pouco depois das vértebras sacrais, entre os 20 e 30 anos de idade. A face dorsal do corpo do cóccix contém dois cornos coccígeos longos conectados aos cornos sacrais por ligamentos. Os cornos coccígeos são os pedículos e os processos articulares superiores da primeira vértebra coccígea. Encontram-se nas faces laterais do cóccix, formados por uma série de processos transversos; o primeiro par é o maior. O cóccix se articula superiormente com o ápice do sacro. Nas mulheres, o cóccix aponta para baixo para possibilitar a passagem do feto durante o parto; nos homens, aponta em sentido anterior. O cóccix não participa com as outras vértebras na sustentação do peso do corpo na posição ortostática; entretanto, na posição sentada, ele pode sofrer alguma flexão anterior, indicando que está recebendo algum peso. O cóccix permite a fixação de partes dos músculos glúteo máximo e coccígeo e do corpo anococcígeo, a faixa fibrosa mediana dos músculos pubococcígeos. Obs.: Incisura vertebral inferior da vértebra suprajacente + a incisura vertebral superior da vértebra infrajacente forma o Forame intervertebral – por onde saem as raízes nervosas Medula passa pelo forame vertebral e a cada nível medular sai uma raiz nervosa pelo forame intervertebral. A medula não acompanha a intensidade do crescimento ósseo e por isso não chegam até o final da coluna vertebral, mas as raízes nervosas conseguem acompanhar e por isso a formação da cauda equina. Coleta de liquido espinal é feito na região sacral a coccígena pois não corre o risco de perfurar o canal medular. Descrição dos componentes de uma vértebra Corpo vertebral O corpo vertebral é a parte anterior do osso, de maiores proporções, aproximadamente cilíndrica, que confere resistência à coluna vertebral e sustenta o peso do corpo. O tamanho dos corpos vertebrais aumenta à medida que se desce na coluna, principalmente de T IV para baixo, pois cada um deles sustenta cada vez mais peso. O corpo vertebral é formado por osso trabecular (esponjoso) vascularizado, revestido por uma fina camada externa de osso compacto. O osso trabecular é uma rede que consiste principalmente em trabéculas verticais altas entrecruzadas com trabéculas horizontais curtas. Os espaços entre as trabéculas são ocupados por medula óssea vermelha, que está entre os tecidos com maior atividade hematopoiética (formadora de sangue) do indivíduo maduro. Um ou mais forames grandes na face posterior do corpo vertebral abrigam as veias basivertebrais que drenam a medula óssea. Arco vertebral Dois processos curtos e espessos, os pedículos, se projetam posteriormente a partir do corpo vertebral e, em seguida, se unem às lâminas planas para formar o arco vertebral. O arco vertebral se estende para trás a partir do corpo da vértebra ; juntos, o corpo vertebral e o arco vertebral circundam a medula espinal, formando o forame vertebral. O forame vertebral contém a medula espinal, tecido adiposo, tecido conjuntivo areolar e vasos sanguíneos. Cada abertura, chamada forame intervertebral, permite a passagem de um único nervo espinal que leva e traz informações da medula espinal. Processos Sete processos têm origem no arco vertebral. No local onde a lâmina e o pedículo se unem, um processo transverso se estende lateralmente a cada lado. Um único processo espinhoso se projeta para trás a partir da junção das lâminas. Esses três processos servem de pontos de inserção muscular. Os quatro processos restantes formam articulações com outras vértebras superiores ou inferiores. As superfícies articulares dos processos articulares, chamadas de faces articulares, são cobertas por cartilagem hialina. As articulações formadas entre os corpos vertebrais e entre as faces articulares de vértebras sucessivas são chamadas de articulações intervertebrais. Alterações na coluna vertebral devido à idade Com o envelhecimento, a coluna vertebral sofre as alterações características do sistema esquelético em geral. Essas alterações incluem redução de massa e densidade óssea, juntamente com a diminuição do conteúdo de colágeno e mineral dentro do osso, modificações que tornam os ossos mais frágeis e suscetíveis a dano. As faces articulares, superfícies onde ossos vizinhos realizam movimentos entre si, perdem cartilagem com o envelhecimento; em seu lugar, são formadas espículas ósseas produzindo condições artríticas. Na coluna vertebral, as espículas ósseas em torno dos discos intervertebrais, chamadas de osteófitos, podem levar ao estreitamento (estenose) do canal vertebral. Esse estreitamento pode ocasionar a compressão de nervos espinais e da medula espinal, o que pode se manifestar como dor e diminuição da função muscular no dorso e nos membros inferiores. Disco intervertebral Os discos intervertebrais são encontrados entre os corpos de vértebras adjacentes, desde a segunda vértebra cervical até o sacro e constituem cerca de 25% da altura da coluna vertebral. As faces superior e inferior do disco são cobertas por uma fina lâmina de cartilagem hialina. Os discos formam articulações fortes, possibilitam vários movimentos da coluna vertebral e absorvem impactos verticais. Sob compressão, se achatam e se alargam. Durante o transcorrer do dia, os discos se comprimem e perdem água da cartilagem de forma que as pessoas ficam um pouco menores à noite. Enquanto dormimos, há menos compressão e ocorre reidratação, de forma que as pessoas são mais altas ao acordarem pela manhã. Com o envelhecimento, o núcleo pulposo endurece e se torna menos elástico. A diminuição da altura vertebral com o envelhecimento resulta da perda óssea nos corpos vertebrais e não da diminuição da espessura dos discos intervertebrais. Uma vez que os discos intervertebrais são avasculares, o anel fibroso e o núcleo pulposo dependem dos vasos sanguíneos dos corpos vertebrais para obter oxigênio e nutrientes e remover resíduos. Cada disco apresenta um anel fibroso externo composto de fibrocartilagem chamado de anel fibroso, uma substância interna macia e altamente elástica chamada de núcleo pulposo e também placas cartilaginosas. O anel fibroso é um anel saliente que consiste em lamelas concêntricas de fibrocartilagem que formam a circunferência do disco intervertebral. Os anéis se inserem nas margens epifisiais lisas e arredondadas nas faces articulares dos corpos vertebrais formadas pelas epífises anulares fundidas. O anel é mais finoposteriormente e pode ser incompleto posteriormente na região cervical no adulto. A vascularização do anel diminui progressivamente em direção central, e apenas o terço externo do anel recebe inervação sensitiva. O núcleo pulposo é o núcleo central do disco intervertebral. Ao nascimento, esses núcleos pulposos consistem em aproximadamente 88% de água e no início são mais cartilaginosos do que fibrosos. Sua natureza semilíquida é responsável por grande parte da flexibilidade e resiliência do disco intervertebral e da coluna vertebral como um todo. Forças verticais deformam os discos intervertebrais, que absorvem o choque. Os núcleos tornam-se mais largos quando são comprimidos e mais finos quando são tensionados ou distendidos (como ocorre quando estão pendentes ou suspensos). Há compressão e tensão simultâneas no mesmo disco durante a flexão anterior e lateral e a extensão da coluna vertebral. Durante esses movimentos, e também durante a rotação, o núcleo túrgido atua como fulcro semilíquido. O núcleo pulposo não está centralizado no disco, e sim posicionado entre o centro e a face posterior do disco. O núcleo pulposo é avascular; é nutrido por difusão de vasos sanguíneos situados na periferia do anel fibroso e do corpo vertebral. Os discos são mais espessos na parte anterior nas regiões cervical e lombar, e a variação de formatos é responsável pelas curvaturas secundárias da coluna vertebral. Obs.: Com frequência, o núcleo pulposo desliza posteriormente em direção à medula espinal e aos nervos espinais. Esse movimento resulta em compressão dos nervos espinais, causando fraqueza local e dor aguda. Se as raízes do nervo isquiático, que se estende da medula até o pé, são comprimidas, a dor irradia para baixo pela região posterior da coxa, passando pela panturrilha, indo, muitas vezes até o pé. Se a pressão for exercida na medula propriamente dita, alguns dos seus neurônios podem ser destruídos. Função: Absorção de impacto; Limitação de movimento; Ligamentos O ligamento longitudinal anterior é uma faixa fibrosa forte e larga que cobre e une as faces anterolaterais dos corpos vertebrais e discos intervertebrais. O ligamento estende-se longitudinalmente da face pélvica do sacro até o tubérculo anterior da vértebra C I e o osso occipital anteriormente ao forame magno são as partes superiores, os ligamentos atlantoaxial e atlantoccipital anteriores. Embora seja mais espesso na face anterior dos corpos vertebrais, o ligamento longitudinal anterior também cobre as faces laterais dos corpos até o forame intervertebral. Esse ligamento impede a hiperextensão da coluna vertebral, mantendo a estabilidade das articulações entre os corpos vertebrais. O ligamento longitudinal anterior é o único ligamento que limita a extensão; todos os outros ligamentos intervertebrais limitam formas de flexão. O ligamento longitudinal posterior é uma faixa muito mais estreita, um pouco mais fraca, do que o ligamento longitudinal anterior. O ligamento longitudinal posterior segue dentro do canal vertebral ao longo da face posterior dos corpos vertebrais. Está fixado principalmente aos discos intervertebrais e menos às faces posteriores dos corpos vertebrais de C II ao sacro, frequentemente unindo gordura e vasos entre o ligamento e a superfície óssea. Esse ligamento resiste pouco à hiperflexão da coluna vertebral e ajuda a evitar ou redirecionar a herniação posterior do núcleo pulposo. É bem suprido por terminações nervosas nociceptivas. Ligamento transverso do atlas impede que a CII solte da CI. Movimentos da coluna vertebral A amplitude de movimento da coluna vertebral varia de acordo com a região e o indivíduo. A amplitude de movimento normal possível em adultos jovens saudáveis sofre tipicamente uma redução de 50% ou mais com o envelhecimento. A mobilidade da coluna vertebral decorre principalmente da compressibilidade e elasticidade dos discos intervertebrais. A coluna vertebral faz movimentos de flexão, extensão, flexão e extensão laterais, e rotação (torção). A flexão da coluna vertebral para a direita ou esquerda a partir da posição neutra (ereta) é a flexão lateral; o retorno à postura ereta a partir de uma posição de flexão lateral é a extensão lateral. A amplitude de movimento da coluna vertebral é limitada por: Espessura, elasticidade e compressibilidade dos discos intervertebrais. Formato e orientação das articulações dos processos articulares Tensão das cápsulas articulares das articulações dos processos articulares Resistência dos músculos e ligamentos do dorso (p. ex., os ligamentos amarelos e o ligamento longitudinal posterior) Fixação à caixa torácica Volume de tecido adjacente. Os movimentos não são produzidos exclusivamente pelos músculos do dorso. Eles são auxiliados pela gravidade e pela ação dos músculos anterolaterais do abdome. Os movimentos entre vértebras adjacentes ocorrem nos núcleos pulposos resilientes dos discos intervertebrais (que atuam como eixo de movimento) e nas articulações dos processos articulares Articulações da coluna vertebral As articulações da coluna vertebral incluem: Articulações dos corpos vertebrais; Articulações dos arcos vertebrais; Articulações craniovertebrais (atlantoaxiais e atlantoccipitais); Articulações costovertebrais; Articulações sacroilíacas; Articulações dos corpos vertebrais As articulações dos corpos vertebrais são sínfises (articulações cartilagíneas secundárias) destinadas a sustentação de peso e resistência. As faces articulares das vértebras adjacentes são unidas por discos intervertebrais e ligamentos. Articulações dos arcos vertebrais As articulações dos arcos vertebrais são as articulações dos processos articulares ou zigapofisárias (articulações facetárias). Estas são articulações sinoviais planas entre os processos articulares superiores e inferiores de vértebras adjacentes. Cada articulação é circundada por uma cápsula articular fina. Ligamentos acessórios unem as lâminas, processos transversos e processos espinhosos e ajudam a estabilizar as articulações. As articulações dos processos articulares permitem movimentos de deslizamento entre os processos articulares; o formato e a disposição das faces articulares determinam os tipos de movimento possíveis. A amplitude de movimento é determinada pelo tamanho do disco intervertebral em relação ao tamanho do corpo vertebral. Nas regiões cervical e lombar essas articulações sustentam algum peso, compartilhando a função com os discos intervertebrais, sobretudo durante a flexão lateral. As articulações dos processos articulares são inervadas por ramos articulares que se originam dos ramos mediais dos ramos posteriores dos nervos espinais. Cada articulação é suprida por dois nervos. Ligamentos acessórios das articulações intervertebrais As lâminas de arcos vertebrais adjacentes são unidas por faixas largas e amarelo-claras de tecido elástico, denominadas ligamentos amarelos. Os ligamentos amarelos unem as lâminas das vértebras adjacentes, formando seções alternadas da parede posterior do canal vertebral. São ligamentos longos, finos e largos na região cervical, tornam-se mais espessos na região torácica e têm espessura máxima na região lombar. Esses ligamentos resistem à separação da lâmina vertebral por limitação da flexão abrupta da coluna vertebral, evitando, assim, a lesão dos discos intervertebrais. Os ligamentos amarelos, fortes e elásticos, ajudam a preservar as curvaturas normais da coluna vertebral e auxiliam na extensão da coluna após a flexão. Os finos ligamentos interespinais unem processos espinhosos adjacentes, fixando-se da raiz até o ápice de cada processo. Os ligamentos supraespinais, semelhantes a cordões, unem as extremidades dos processos espinhosos desde C VII até o sacro e fundem-se na parte superior e posterior com o ligamento nucal na região cervical posterior. Ao contráriodos ligamentos interespinais e supraespinais, o ligamento nucal, forte e largo, é constituído de tecido fibroelástico espesso, que se estende como uma faixa mediana desde a protuberância occipital, é o local de fixação dos músculos que se fixam nos processos espinhosos das vértebras em outros níveis. Os ligamentos intertransversários, que unem processos transversos adjacentes, consistem em fibras dispersas na região cervical e cordões fibrosos na região torácica. Na região lombar esses ligamentos são finos e membranáceos. Articulações craniovertebrais Existem dois grupos de articulações craniovertebrais, as articulações atlantoccipitais, formadas entre o atlas (vértebra C I) e o occipital no crânio, e as articulações atlantoaxiais, entre o atlas e o áxis (vértebra C II). A palavra grega atlanto refere-se ao atlas (vértebra C I). As articulações craniovertebrais são articulações sinoviais que não têm discos intervertebrais. Sua arquitetura permite uma amplitude de movimento maior do que o restante da coluna vertebral. As articulações incluem os côndilos occipitais, o atlas e o áxis. Vasculatura da coluna vertebral As vértebras são irrigadas por ramos periosteais e equatoriais das principais artérias cervicais e segmentares e por seus ramos espinais. As artérias que dão origem aos ramos periosteais, equatoriais e espinais ocorrem em todos os níveis da coluna vertebral, em íntima associação a ela, e incluem as seguintes artérias: Artérias vertebrais e cervicais ascendentes no pescoço; Artérias intercostais posteriores na região torácica; Artérias subcostais e lombares no abdome; Artérias ileolombar e sacrais lateral e mediana na pelve; Os ramos anteriores do canal vertebral enviam artérias nutrícias anteriormente para os corpos vertebrais que suprem a maior parte da medula óssea vermelha do corpo vertebral central. Os ramos maiores dos ramos espinais continuam como artérias medulares radiculares ou segmentares terminais distribuídas para as raízes posteriores e anteriores dos nervos espinais e seus revestimentos e para a medula espinal, respectivamente Medula espinal A medula espinal é o principal centro reflexo e via de condução entre o corpo e o encéfalo. Essa estrutura cilíndrica, ligeiramente achatada anterior e posteriormente, é protegida pelas vértebras, por seus ligamentos e músculos associados, pelas meninges espinais e pelo líquido cerebrospinal (LCS). A medula espinal é a continuação do bulbo, a parte caudal do tronco encefálico. Entretanto, sua extremidade inferior afilada, o cone medular, pode terminar em posição tão alta quanto a vértebra T XII ou tão baixa quanto a vértebra L III. Assim, a medula espinal ocupa apenas os dois terços superiores do canal vertebral. A medula espinal é alargada em duas regiões relacionadas com a inervação dos membros. A intumescência cervical estende-se dos segmentos C4 a T1 da medula espinal, e a maioria dos ramos anteriores dos nervos espinais originados dela forma o plexo braquial de nervos que supre os membros superiores. A intumescência lombossacral estende-se do segmento T11 ao segmento S1 da medula espinal, abaixo do qual a medula continua até diminuir e formar o cone medular. Os ramos anteriores dos nervos espinais que se originam dessa intumescência formam os plexos lombar e sacral de nervos que suprem os membros inferiores. Nervos espinais e raízes nervosas A parte da medula espinal que dá origem às radículas e raízes que finalmente formam um par bilateral de nervos espinais é designada segmento da medula espinal, cuja identificação é a mesma dos nervos espinais que se originam dela. Os nervos espinais cervicais (exceto C8) têm a mesma designação alfanumérica que as vértebras formadoras da margem inferior dos forames intervertebrais através dos quais o nervo sai do canal vertebral. Os nervos espinais inferiores (T1 a Co1) têm a mesma designação alfanumérica que as vértebras formadoras da margem superior de sua saída. Os primeiros nervos cervicais não têm raízes posteriores em 50% das pessoas, e o nervo coccígeo pode estar ausente. As raízes nervosas lombares e sacrais são as mais longas, estendendo-se além do término da medula espinal no adulto, no nível aproximado de L II, para chegar aos forames intervertebrais lombares, sacrais e coccígeos remanescentes. Esse feixe frouxo de raízes nervosas espinais, originado na intumescência lombossacral e no cone medular e que segue dentro da cisterna lombar do LCS, caudal ao término da medula espinal, assemelha-se à cauda de um cavalo, daí seu nome — cauda equina. Além das articulações dos processos articulares (inervadas por ramos articulares dos ramos mediais dos ramos posteriores, descritos junto com essas articulações), a coluna vertebral é inervada por ramos recorrentes meníngeos dos nervos espinais. Esses ramos são os únicos oriundos do nervo espinal misto, originando-se imediatamente após sua formação e antes de sua divisão em ramos anterior e posterior, ou do ramo anterior logo após sua formação. Vasculatura da medula espinal e das raízes dos nervos espinais Artérias da medula espinal e das raízes nervosas As artérias que irrigam a medula espinal são ramos das artérias vertebrais, cervicais ascendentes, cervicais profundas, intercostais, lombares e sacrais laterais. Três artérias longitudinais suprem a medula espinal: Artéria espinal anterior; Artérias espinais posteriores (um par); A artéria radicular anterior, situada no lado esquerdo em cerca de 65% das pessoas, reforça a circulação para os dois terços da medula espinal, inclusive a intumescência lombossacral. As raízes posteriores e anteriores dos nervos espinais e seus revestimentos são supridas pelas artérias radiculares posteriores e anteriores, que seguem ao longo das raízes nervosas. Veias da medula espinal Em geral, as veias que drenam a medula espinal têm distribuição semelhante à das artérias espinais. Geralmente há três veias espinais anteriores e três posteriores. As veias espinais estão dispostas longitudinalmente, comunicam-se livremente entre si e são drenadas por até 12 veias anteriores e posteriores do bulbo e veias radiculares. As veias da medula espinal unem-se aos plexos venosos vertebrais internos (extradurais) no espaço extradural. Os plexos venosos vertebrais internos seguem superiormente através do forame magno para se comunicarem com os seios durais e as veias vertebrais no crânio. Os plexos vertebrais internos também se comunicam com os plexos venosos vertebrais externos na face externa das vértebras.
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