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3 - A Estrutura do Comércio Exterior Brasileiro TEXTO

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A Estrutura do Comércio Exterior Brasileiro 
 
 
O comércio exterior brasileiro é descentralizado, não possuindo um órgão 
específico para a atividade. Em outros países, como na Itália, existe uma pasta 
exclusiva para os negócios internacionais, o Ministério do Comércio Exterior. 
Aqui, a gestão se dá por áreas de competências, como Política de Comércio 
Exterior, Política Fiscal, Política Financeira, Políticas Bilaterais de Relações 
Internacionais, entre outras. 
Câmara de Comércio Exterior (Camex) 
O órgão mais importante, e atuante, no comércio exterior brasileiro é ligado 
diretamente a Presidência da República. Trata-se da Camex (Câmara de 
Comércio exterior). 
A Camex foi criada em 1995, composta por um Conselho de Ministros e uma 
Secretaria Executiva. A criação desta câmara foi uma tentativa de responder as 
rápidas transformações crescimento do setor externo brasileiro, que sempre 
fora tratada de forma isolada por cada um dos Ministérios do país, limitando 
demasiadamente o processo decisório no comércio exterior. Atualmente, 
nenhuma medida que afete o comércio exterior brasileiro pode ser editada 
sem discussão prévia da Câmara. 
Participam da Camex os seguintes Ministérios: MDIC, Casa Civil, Relações 
Exteriores, Fazenda, Agricultura, Planejamento e Desenvolvimento Agrário. 
Entre as principais atribuições/competências, podemos destacar: 
1. Definir diretrizes e procedimentos relativos à implementação da política 
de comércio exterior visando à inserção competitiva do Brasil na 
economia internacional; 
2. Estabelecer as diretrizes para as negociações de acordos e convênios 
relativos ao comércio exterior, de natureza bilateral, regional ou 
multilateral; 
3. Orientar a política aduaneira, observada a competência específica do 
Ministério da Fazenda; 
4. Formular diretrizes básicas da política tarifária na importação e 
exportação; 
5. Fixar as alíquotas do imposto de exportação; 
6. Fixar as alíquotas do imposto de importação; 
7. Fixar direitos antidumping e compensatórios, provisórios ou definitivos, 
e salvaguardas. 
 
Ministério das Relações Exteriores (MRE) 
Atua no marketing externo, fazendo a promoção e divulgação de 
oportunidades comerciais no estrangeiro. O MRE atua, especificamente, em 
duas frentes de trabalho: a promoção comercial das exportações brasileiras e 
as negociações internacionais, sempre buscando o interesse da política 
externa brasileira. 
A promoção comercial busca dar assistência às empresas brasileiras 
interessadas no processo de internacionalização de suas atividades. Este 
serviço é feito através dos SECOMs. 
Os SECOMs são as “antenas” do Departamento de Promoção Comercial do 
MRE, instalados em mais de 50 postos estratégicos no exterior. São 
responsáveis por captar e divulgar as informações de oportunidades 
comerciais e de investimentos para empresas brasileiras. Produzem também 
pesquisas de mercados para produtos brasileiros com oportunidades no 
exterior. 
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) 
É o ministério responsável pelas decisões e execução das diretrizes políticas de 
comércio e exerce sua função através do órgão gestor SECEX – Secretaria de 
Comércio Exterior. 
O MDIC foi criado em 1999 e tem como área de competência, no comércio 
exterior, os seguintes assuntos, entre outros: 
1. Política de desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços; 
2. Políticas de comércio exterior; 
3. Regulamentação e execução dos programas e atividades relativas ao 
comércio exterior; 
4. Aplicação dos mecanismos de defesa comercial participação em 
negociações internacionais relativas ao comércio exterior; 
 
Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) 
O SECEX tem como principal função assessorar o MDIC na condução das 
políticas de comércio exterior. É o órgão estratégico do Ministério e é 
responsável pela gestão do controle comercial. O SECEX normatiza, 
supervisiona, orienta, planeja, controla e avalia as atividades de comércio 
exterior de acordo com as diretrizes da Camex e do MDIC. Entre os seus 
principais objetivos, podemos destacar: 
1. Propor medidas de políticas fiscal e cambial, de financiamento, de 
seguro, de transporte e fretes e de promoção comercial; 
2. Participar das negociações em acordos ou convênios internacionais 
relacionados ao comércio exterior; 
3. Formular propostas de políticas de comércio exterior e estabelecer 
normas necessárias a sua implementação. 
Pode-se dizer, assim, que o SECEX é o carro-chefe do MDIC na gestão do 
comércio exterior brasileiro. O SECEX está estruturado em quatro 
departamentos: DECEX, DEINT, DECOM e DEPLA. 
1. DECEX (Departamento de Comércio Exterior) – É a parte operacional 
da SECEX. É encarregado por elaborar e implementar os dispositivos 
regulamentares, no aspecto comercial, do comércio exterior brasileiro. 
Envolve o licenciamento de mercadorias importação e exportação, além 
da gestão do Sistema Brasileiro de Comércio Exterior (SISCOMEX); 
2. DEINT (Departamento de Negociações Internacionais) – Coordena os 
trabalhos de negociações internacionais brasileiras a qual o Brasil 
participa; 
3. DECOM (Departamento de Defesa Comercial) – Coordena as 
atividades de combate ao comércio desleal às empresas e produtos 
brasileiros. O DECOM acompanha e supervisiona os processos 
instaurados no exterior contra empresas brasileiras, dando-lhes 
assistências e assessoria cabível. 
4. DEPLA (Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do 
Comércio Exterior) – Coordena a políticas e programas aplicáveis ao 
comércio exterior. É um departamento que coleta, analisa e sistematiza 
os dados e informações estatísticas, de onde partem as propostas 
objetivando o desenvolvimento do comércio externo brasileiro. 
 
Ministério da Fazenda (MF) 
Responsável pela política monetária e fiscal, o MF (como é comumente 
chamado) zela pela defesa e pelos interesses fazendários, de fiscalização e 
controle de entrada e saída de mercadoria do comércio exterior. 
No Comércio exterior, sua intervenção é feita através do principal órgão 
atuante e operacional, a Receita Federal do Brasil. Este órgão, que muitas 
vezes possui status de Ministério, atua na fiscalização aduaneira de 
mercadorias, produtos e bens que ingressam no país ou são enviados ao 
exterior. É responsável também pela cobrança dos direitos aduaneiros 
incidentes nessas operações. Além da RFB, o MF atua exerce esta competência 
através do Banco Central do Brasil (BACEN). 
 
Banco Central do Brasil (BACEN) 
O BACEN é uma autarquia federal (Entidade autônoma, auxiliar e 
descentralizada da administração pública), vinculada ao MF e integrante do 
Sistema Financeiro Nacional. Criado pela Lei 4.595/1964, o BACEN é a 
autoridade monetária e o principal executor das políticas formuladas pelo 
Conselho Monetário Nacional, colegiado responsável por apontar as diretrizes 
gerais das políticas monetária, cambial e creditícia. 
Além das competências de autoridade monetária, o BACEN autoriza os 
estabelecimentos bancários a comprar ou vender moedas estrangeiras no 
Brasil. Esta obrigação se dá pelo fato de no Brasil não ser permitido o livre curso 
de moedas estrangeiras, tanto a pessoas físicas como jurídicas. Esta 
regulamentação do controle cambial se encontra no Regulamento do 
Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI). 
De forma prática, toda vez que um exportador ou importador for receber/pagar 
suas operações deverá procurar um banco autorizado pelo BACEN e 
comprar/vender as moedas estrangeiras recebendo/pagando em moedas 
nacional (Real), operação está firmada através de um contrato de câmbio. 
 
Órgãos Anuentes 
Dentro da estrutura do comércio exterior brasileiro, o SECEX é o responsável 
pelos licenciamentos de importação e de exportação. Cabe a Receita Federal 
do Brasil, controle de entrada e saída de mercadorias e ao Banco Central o 
controle das divisas. 
Porém, torna-se quase impossível ao SECEX licenciar todos os produtos 
brasileiros, pelafalta de estrutura para atender a todos os interessados e pela 
falta de conhecimento técnico e competência de cada produto. É neste ponto 
que entram os Órgãos Anuentes. 
Podemos definir órgãos anuentes aqueles credenciados, dentro da sua área de 
competência, para auxiliar no controle comercial, dada a natureza do produto 
ou pela finalidade da operação, para fins de licenciamento de importação ou 
exportação. Estão interligados ao SISCOMEX, de modo a tornar mais ágil esta 
análise. 
Os produtos e destinados a estes órgãos e as competências técnicas de cada 
um são estabelecidos em normas específicas de cada órgão/Ministério. 
Para o importador/exportador identificar qual órgão é responsável pelos seus 
produtos, basta fazer uma busca no SISCOMEX utilizando como chave de 
pesquisa a NCM. Alguns exemplos: 
1. Banco do Brasil – Por delegação do Secex, responsável pela emissão de 
certificados, licença de exportação e emissão de visa para alguns 
produtos sujeitos a procedimentos especiais. 
2. Conselho de Energia Nuclear CNEN– Concede autorização prévia para 
importação ou exportação de produtos radioativos. 
3. Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis – IBAMA – Análise 
prévia para produtos do reino animal e vegetal de forma a proteger a 
flora e fauna silvestre. 
4. Ministério do Exército – autorização prévia para produtos de uso militar. 
5. Ministério da Agricultura e do Abastecimento – Certificados de 
Padronização para produtos horti-fruti-granjeiros. 
6. Ministério da Cultura – Autorização prévia para obras de arte. 
Secretaria Receita da Federal do Brasil 
A Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil é responsável pela 
administração dos tributos federais, inclusive os previdenciários, e aqueles 
incidentes sobre o comércio exterior, abrangendo parte significativa das 
contribuições sociais do país. A RFB também subsidia o Poder Executivo 
Federal na formulação da política tributária brasileira, previne e combate a 
sonegação fiscal, o contrabando, o descaminho, a contrafação, a pirataria, o 
tráfico ilícito de entorpecentes e de drogas afins, o tráfico internacional de 
armas de fogo e munições, a lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores 
e outros ilícitos aduaneiros. 
O que faz a Receita Federal? 
Relacionamos abaixo as competências da Receita Federal. 
o administração dos tributos internos e do comércio exterior; 
o gestão e execução das atividades de arrecadação, lançamento, 
cobrança administrativa, fiscalização, pesquisa e investigação 
fiscal e controle da arrecadação administrada; 
o gestão e execução dos serviços de administração, fiscalização e 
controle aduaneiro; 
o repressão ao contrabando e descaminho, no limite da sua 
alçada; 
o preparo e julgamento, em primeira instância, dos processos 
administrativos de determinação e exigência de créditos 
tributários da União; 
o interpretação, aplicação e elaboração de propostas para o 
aperfeiçoamento da legislação tributária e aduaneira federal; 
o subsídio à formulação da política tributária e aduaneira; 
o subsídio à elaboração do orçamento de receitas e benefícios 
tributários da União; 
o interação com o cidadão por meio dos diversos canais de 
atendimento, presencial ou a distância; 
o educação fiscal para o exercício da cidadania; 
o formulação e gestão da política de informações econômico-
fiscais; 
o promoção da integração com órgãos públicos e privados afins, 
mediante convênios para troca de informações, métodos e 
técnicas de ação fiscal e para a racionalização de atividades, 
inclusive com a delegação de competência; e 
o atuação na cooperação internacional e na negociação e 
implementação de acordos internacionais em matéria tributária 
e aduaneira. 
Receita Federal e seu papel no Comércio Exterior 
O Comércio Exterior é um importante vetor de produtividade e 
competitividade para a economia brasileira. Nesse sentido, o Ministério da 
Economia atua de forma a promover no país uma política comercial que amplie 
e aprofunde a participação do Brasil nos fluxos internacionais de comércio e 
investimento. 
É a Receita Federal que regula a entrada e a saída de bens do exterior, tanto no 
que diz respeito à importação como a exportação. Somente em 2019, a RFB 
processou mais de quatro milhões de declarações aduaneiras (importação e 
exportação). Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais frequente a realização 
de compras de produtos importados por brasileiros, impulsionadas, 
sobretudo, pela democratização da internet no país. A importação de remessa 
expressas, como por exemplo as efetuadas por sites como o Aliexpress, 
também é controlada pela Receita Federal. 
Combate ao contrabando 
A Receita Federal exerce esse papel através de suas repartições aduaneiras, 
distribuídas por todo o território nacional, abrangendo uma área de 8,5 
milhões de quilômetros quadrados, com a finalidade de proteger a sociedade 
ao executar a vigilância aduaneira e promover a repressão ao contrabando, 
ao descaminho, à pirataria, ao tráfico ilícito de drogas, ao tráfico internacional 
de arma de fogo, ao tráfico de animais e a outros atos ilícitos relacionados 
ao Comércio Internacional. 
https://www.fazcomex.com.br/blog/o-que-e-comex/
https://www.fazcomex.com.br/blog/duimp-2019-o-que-muda-no-seu-dia-a-dia-da-importacao/
https://www.fazcomex.com.br/blog/fluxo-de-exportacao/
https://www.fazcomex.com.br/blog/principais-produtos-importados-brasil/
https://www.fazcomex.com.br/blog/regras-de-comprar-no-aliexpress/
https://www.fazcomex.com.br/blog/comercio-internacional-o-que-e/
Entre os trabalhos realizados pela Receita Federal no combate ao contrabando 
e ao descaminho existe a Operação Fronteira Blindada, ação permanente, 
inserida no Programa de Proteção Integrada de Fronteiras do Governo Federal. 
Muitas ações de combate ao contrabando e descaminho são contudo 
realizadas de forma conjunta com outras instituições como: 
• Polícias; 
• Fazendas dos Estados; 
• Forças armadas; 
• Agências Fiscalizadoras; 
• Ministério Público; e 
• Poder Judiciário. 
Essa cooperação mútua se mostra fundamental no combate ao crime. Desta 
forma, a Receita Federal evita principalmente a circulação, em território 
nacional, de produtos potencialmente nocivos à saúde e ao meio ambiente, e 
inibe a prática de crimes que geram desemprego, sonegação de impostos e 
concorrência desleal à indústria e ao comércio regularmente instalado. 
Infrações e penalidades 
A legislação brasileira todavia prevê penalidades por falsas declarações e/ou a 
apresentação de documentos fraudulentos. As penalidades variam de multas, 
calculadas sobre o valor dos bens, até a apreensão desses bens para aplicação 
da pena de perdimento na importação, podendo ainda o viajante ser 
processado criminalmente. 
O viajante que, sem a autorização prévia da Aduana e o pagamento dos 
tributos e acréscimos legais cabíveis, vender, depositar para fins comerciais ou 
expuser à venda bens integrantes de bagagem, que tenham sido 
desembaraçados com isenção de tributos, é punido com a imposição de multa 
equivalente a 200% do valor dos bens. Conforme a legislação vigente, as 
pessoas físicas somente podem importar bens para uso próprio. 
Um pouco mais: 
Fora da esfera estatal de incentivo ao comércio exterior temos embaixadas no 
Brasil e no exterior, Federações das Indústrias em cada estado, o Sebrae, a 
APEX, Câmaras de Comércio, entre outras entidades, que podem assessorar e 
promover o intercâmbio comercial entre o Brasil e outros países. 
 
 
Fontes Adapt.: Carlos Araújo 08.04.2009 Comexblog | Sinara Bueno 07.01.2021 Fazcomex 
https://www.fazcomex.com.br/blog/perdimento-de-mercadoria-importada-por-abandono/

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