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Compliance Tributário_Book 2

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1
Caio Takano
COMPLIANCE TRIBUTÁRIO
PARTE 2
SUMÁRIO
1. Compliance na EFD contribuições
1.1 Informações gerais da EFD Contribuições
1.2 Pontos de atenção no leiaute da EFD Contribuições
2. Compliance no Sped Contábil (ECD e ECF)
2.1 Informações gerais da Escrituração Contábil Digital – 
ECD 
2.2 Pontos de atenção no leiaute da Escrituração Contábil 
Digital – ECD
2.3 Informações gerais da Escrituração Contábil Fiscal – ECF
2.4 Pontos de atenção no leiaute da Escrituração Contábil 
Fiscal – ECF
3. Compliance na EFD-REINF 
3.1 Informações gerais da EFD-Reinf
3.2 Pontos de atenção no leiaute da EFD-Reinf
4. Cruzamentos de informações no Sped
3
1. COMPLIANCE NA EFD CONTRIBUIÇÕES
1.1 Informações gerais da EFD Contribuições
a) Legislação: 
 
• Instrução Normativa RFB nº 1.252/12;
• Instrução Normativa RFB nº 1.911/19;
• Ato Declaratório Executivo Cofis nº 73/2019 (Manual 
versão 1.33, Atualização em 16/12/2019).
b) Descrição/formato: 
Conjunto de escrituração de documentos fiscais e de outras operações 
e informações de interesse da Secretaria da Receita Federal do Brasil, 
em arquivo digital, no formato .TXT, bem como no registro de apuração 
das referidas contribuições, referentes às operações e prestações 
praticadas pelo contribuinte.
A estrutura atual da EFD Contribuições é a seguinte:
EFD CONTRIBUIÇÕES
BLOCO DESCRIÇÃO
0 Abertura, Identificação e Referências
EFD CONTRIBUIÇÕES
A Documentos Fiscais - Serviços (ISS)
C Documentos Fiscais I – Mercadorias (ICMS/IPI)
D Documentos Fiscais II – Serviços (ICMS)
F Demais Documentos e Operações
I
Operações das Instituições Financeiras e 
Assemelhadas, Seguradoras, Entidades de 
Previdência Privada e Operadoras de Planos de 
Assistência à Saúde
M
Apuração da Contribuição e Crédito de PIS/PASEP 
e da COFINS
P
Apuração da Contribuição Previdenciária sobre a 
Receita Bruta
1
Complemento da Escrituração – Controle de 
Saldos de Créditos e de Retenções, Operações 
Extemporâneas e Outras Informações
9 Controle e Encerramento do Arquivo Digital
c) Periodicidade:
Mensal – Entrega até o 10º dia útil do 2º mês subsequente ao que se 
refira a escrituração. Devem ser apresentadas informações relativas 
a um mês civil ou fração, ainda que a apuração das contribuições e/
ou créditos seja efetuada em períodos inferiores a um mês, como nos 
casos de abertura, sucessão e encerramento. 
4
d) Obrigatoriedade (principais hipóteses): 
Sujeitam-se à obrigatoriedade de geração de arquivo da Escrituração 
Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins – EFD PIS/
COFINS, as pessoas jurídicas de direito privado, em geral, e as que lhes 
são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, que apuram a 
contribuição para o PIS/Pasep e a Contribuição para o Financiamento 
da Seguridade Social – Cofins com base no faturamento mensal.
e) Dispensa (principais hipóteses):
• Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) 
enquadradas no Simples Nacional, relativamente aos períodos 
abrangidos por esse Regime;
• Pessoas jurídicas imunes e isentas do Imposto sobre a Renda 
da Pessoa Jurídica (IRPJ), cuja soma dos valores mensais 
da contribuição para o PIS/Pasep (sobre a receita), da Cofins 
e da CPRB seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil 
reais); Atenção: passarão a ser obrigadas à apresentação 
da EFD-Contribuições a partir do mês em que o limite for 
ultrapassado, permanecendo sujeitas a essa obrigação nos 
meses posteriores;
• Pessoas jurídicas que se mantiveram inativas1, relativamente 
às escriturações correspondentes aos meses em que se 
encontravam nessa condição;
• Órgãos públicos, inclusive autarquias e as fundações públicas; 
• Pessoas jurídicas ainda não inscritas no Cadastro Nacional 
da Pessoa Jurídica (CNPJ), desde o mês em que foram 
registrados seus atos constitutivos até o mês anterior àquele 
em que foi efetivada a inscrição;
• Condomínios edilícios; 
• Consórcios e grupos de sociedades, bem como consórcios de 
empregadores; 
• Clubes de investimento registrados em Bolsa de Valores, 
segundo as normas fixadas pela Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM) ou pelo Banco Central do Brasil (Bacen);
• Fundos de investimento imobiliário, que não se enquadrem no 
disposto no art. 2º da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999; 
• Fundos mútuos de investimento mobiliário, sujeitos às normas 
do Bacen ou da CVM;
• Embaixadas, missões, delegações permanentes, consulados-
gerais, consulados, vice-consulados, consulados honorários 
e as unidades específicas do governo brasileiro no exterior, 
bem como representações permanentes de organizações 
internacionais; 
• Serviços notariais e registrais (cartórios); 
• Fundos especiais de natureza contábil ou financeira, não 
dotados de personalidade jurídica, criados no âmbito de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos municípios, bem como dos Ministérios Públicos 
1 As pessoas jurídicas que passarem à condição de inativas no curso do ano-calendário, e assim 
se mantiverem, somente estarão dispensadas da EFD-Contribuições a partir do 1º (primeiro) mês 
do ano-calendário subsequente. Considera-se que a pessoa jurídica está inativa a partir do mês 
em que não realizar qualquer atividade operacional, não operacional, patrimonial ou financeira, 
inclusive aplicação no mercado financeiro ou de capitais, observado o disposto no parágrafo 
abaixo.
5
e dos Tribunais de Contas;
• Candidatos a cargos políticos eletivos e os comitês financeiros 
dos partidos políticos, nos termos da legislação específica; 
• Incorporações imobiliárias sujeitas ao pagamento unificado 
de tributos de que trata a Lei nº 10.931, de 2 de agosto de 
2004, recaindo a obrigatoriedade da apresentação da EFD-
Contribuições à pessoa jurídica incorporadora, em relação a 
cada incorporação submetida ao regime especial de tributação;
• Empresas, fundações ou associações domiciliadas no exterior 
que possuam no Brasil bens e direitos sujeitos a registro de 
propriedade ou posse perante órgãos públicos, localizados ou 
utilizados no Brasil; 
• Comissões, sem personalidade jurídica, criadas por ato 
internacional celebrado pela República Federativa do Brasil e 
um ou mais países, para fins diversos; 
• Comissões de conciliação prévia de que trata o art. 1º da Lei nº 
9.958, de 12 de janeiro de 2000. 
f) Penalidades: 
A partir da vigência da Lei nº 13.670, de 30 de maio de 2018, a 
Receita Federal do Brasil passou a aplicar, para as infrações relativas 
ao descumprimento da legislação da EFD Contribuições, as multas 
previstas no art. 12 da Lei nº 8.218/91, quais sejam:
I. multa equivalente a 0,5% (meio por cento) do valor da 
receita bruta da pessoa jurídica no período a que se refere a 
escrituração aos que não atenderem aos requisitos para a 
apresentação dos registros e respectivos arquivos;
II. multa equivalente a 5% (cinco por cento) sobre o valor da 
operação correspondente, limitada a 1% (um por cento) do 
valor da receita bruta da pessoa jurídica no período a que 
se refere a escrituração, aos que omitirem ou prestarem 
incorretamente as informações referentes aos registros e 
respectivos arquivos; e
III. multa equivalente a 0,02% (dois centésimos por cento) por 
dia de atraso, calculada sobre a receita bruta da pessoa jurídica 
no período a que se refere a escrituração, limitada a 1% (um por 
cento) desta, aos que não cumprirem o prazo estabelecido 
para apresentação dos registros e respectivos arquivos.
Esse entendimento vai em linha com o raciocínio do Parecer Normativo 
Cosit nº 3, de 28 de agosto de 2015, no qual a multa prevista no art. 57 
da medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, pela sua generalidade, não 
mais se aplica em relação às infrações em que se tenha lei específica. 
No caso, para infrações relacionadas ao ambiente Sped, aplicar-se-
iam aquelas previstas no art. 12 da Lei nº 8.218, de 1991.
6
1.2 Pontos de atenção no leiaute da EFD Contribuições 
Bloco 0
Assim como na EFD ICMS IPI, o Bloco 0 da EFD-Contribuições é 
de fundamentalimportância, pois nele se encontrarão as premissas 
de regime de tributação do PIS e Cofins. Classificações sobre o tipo 
de item ou o código NCM são decisivos para proceder à adequada 
apuração das contribuições sociais sobre a receita bruta.
O código NCM da mercadoria é fundamental para se aplicar o benefício 
fiscal de alíquota zero a determinadas receitas do mercado interno e 
importações, previsto na Lei nº 10.925/2004. Exemplificativamente, o 
benefício é aplicado apenas à comercialização e importação de peixes 
classificados nas posições 0302 (exceto 0302.91.00), 0303 e 0304 da 
TIPI, não alcançando assim, os peixes defumados da posição 0305.
De outro lado, o tipo de item é outro dado essencial para a tomada de 
créditos, na medida em que, por exemplo, a classificação equivocada 
de um bem como “bens de uso e consumo” impossibilitará a tomada 
de crédito ou a inadvertida classificação como “matéria-prima” 
gerará um crédito indevido, passivo de glosa e de multa, ou, ainda, 
a classificação como “ativo imobilizado” implicará decisões distintas 
quanto à forma de aproveitamento do crédito das contribuições. Por 
exemplo, determinadas despesas com materiais que, via de regra, são 
classificadas como “bens de uso e consumo” (ex.: materiais de limpeza) 
podem merecer uma revisão, pois em determinadas atividades poderá 
ser classificado como “insumo” (ex.: numa indústria alimentícia).
Aqui também merece especial atenção o Registro 0200 – “Tabela 
de identificação do Item”, pois além de conter informações sensíveis 
sobre mercadorias, serviços, produtos etc., ele é idêntico ao Registro 
0200 da EFD ICMS IPI, razão pela qual o profissional da área fiscal 
deve prezar pela consistência da informação prestada.
Bloco A/C/D/F
Esse conjunto de blocos refere-se aos blocos de documentos fiscais. 
Em relação aos Bloco C – “Documentos Fiscais I – Mercadorias (ICMS/
IPI)” e Bloco D – “Documentos Fiscais II – Serviços (ICMS)”, devem 
ser tomados os mesmos cuidados em relação aos respectivos blocos 
da EFD ICMS IPI. Em relação ao leiaute, são idênticos esses blocos 
no Sped fiscal e na EFD Contribuições. 
Entretanto, há uma diferença relevante: nem todo documento fiscal 
deve ser escriturado na EFD Contribuições, apenas aqueles que 
representem recebimento de receita bruta da venda de bens e 
serviços, ou de outra natureza, sujeita ou não ao pagamento das 
contribuições ou que representem operações sujeitas à apuração de 
créditos do PIS/Pasep e da Cofins, inclusive referentes a operações 
7
de importação (art. 5º, § 7º da Instrução Normativa RFB nº 1.252/12). 
Assim, documentos fiscais de simples transferência de mercadorias 
entre estabelecimentos de uma mesma pessoa jurídica, conquanto 
devam estar escriturados na EFD ICMS IPI, têm a sua escrituração 
dispensada na EFD Contribuições.
Além disso, diferentemente do Sped fiscal, há dois blocos de 
documentos fiscais adicionais na EFD Contribuições: Bloco A – 
“Documentos Fiscais - Serviços (ISS)” e Bloco F – “Demais Documentos 
e Operações”.
As operações a serem escrituradas nos registros do Bloco A 
correspondem às operações de prestação de serviços (receitas) e/
ou de contratação de serviços (custos e/ou despesas geradoras de 
créditos) que não estão escrituradas nos registros constantes nos 
demais blocos (Blocos C, D e F). As operações de serviços escrituradas 
nos Blocos C, D e F não devem ser informadas no Bloco A. 
Conforme explica o Manual da EFD Contribuições, deve ser gerado 
um Registro A100 para cada documento fiscal a ser relacionado na 
escrituração, referente à prestação ou à contratação de serviços, 
que envolvam a emissão de documentos fiscais estabelecidos pelos 
municípios, eletrônicos ou em papel. Ademais, para cada registro 
A100, obrigatoriamente deve ser apresentado, pelo menos, um 
registro A170, no qual serão informados os itens constantes nas Notas 
Fiscais de Serviços ou documento internacional equivalente (no caso 
de importações), especificando o tratamento tributável (CST) aplicável 
a cada item.
Esse bloco é especialmente interessante enquanto não houver a 
implementação de um módulo do Sped voltado ao ISS, pois, por 
ora, é o único local do Sped em que podemos extrair informações 
sobre serviços prestados/tomados pela empresa. Na hipótese de 
dispensa da emissão de Notas Fiscais de Serviços, em decorrência de 
legislação ou ato municipal, documentos equivalentes serão aceitos 
na escrituração, devendo ser informados no Bloco F (registro F100).
Por fim, no Bloco F, serão informadas, pela pessoa jurídica, as demais 
operações geradoras de contribuição ou de crédito, não informadas 
nos Blocos A, C e D2, tais como: 
I. demais receitas auferidas, da atividade ou não, tais como 
receitas financeiras, juros sobre o capital próprio, aluguéis 
de bens móveis e imóveis, receitas não operacionais etc., 
bem como outras operações com direito a crédito, tais como 
contraprestação de arrendamento mercantil, aluguéis de 
2 No caso das informações serem escrituradas de forma centralizada pelo estabelecimento 
sede da pessoa jurídica, todas as operações serão registradas a partir do registro F010 do 
estabelecimento sede.
No caso das informações serem escrituradas por estabelecimentos, as operações devem 
ser registradas, de forma segregada, a partir dos diversos registros filhos de F010, de cada 
estabelecimento.
8
prédios, máquinas e equipamentos, despesas de armazenagem 
de mercadorias etc. (F100); 
II. créditos com base nos encargos de depreciação/
amortização, de bens incorporados ao ativo imobilizado (F120); 
III. créditos com base no valor de aquisição de bens 
incorporados ao ativo imobilizado (F130); 
IV. receitas decorrentes da atividade imobiliária (F200);
V. demonstração dos valores retidos na fonte (F600); dentre 
outros.
Bloco I
Neste bloco, serão informadas as operações geradoras da contribuição 
para o PIS/Pasep e da Cofins pelas instituições financeiras, 
seguradoras, entidades de previdência privada, operadoras de planos 
de assistência à saúde e demais pessoas jurídicas referidas nos §§ 
6º, 8º e 9º do art. 3º da lei nº 9.718/98 (que contam em sua apuração 
com um conceito de receita diferenciado para fins de apuração das 
contribuições sociais sobre a receita bruta).
Bloco M
As informações acerca da apuração da contribuição ao PIS e da 
Cofins serão informadas neste bloco. Portanto, é nele que constarão 
informações atinentes à receita bruta do período, montante devido 
de contribuições, créditos, contribuições diferidas ou receitas isentas, 
sujeitas à alíquota zero e sujeitas à suspensão, tanto em relação ao 
PIS quanto à Cofins.
Um detalhe importante é que os registros componentes dos Blocos “M” 
são escriturados na visão da empresa, diferentemente dos registros 
informados nos Blocos A, C, D e F, que são informados na visão de 
cada estabelecimento da pessoa jurídica que realizou as operações 
geradoras de contribuições sociais ou de créditos.
Além disso, é importante apontar que, no Bloco M, somente deverão 
ser feitos ajustes na apuração das contribuições que estejam 
expressamente previstos na legislação aplicável (isto é, Lei nº 
9.718/98, Lei nº 10.637/02 e Lei nº 10;833/03). Outros ajustes, que 
não decorram de expressa e literal determinação do texto de lei devem 
ser realizados no Bloco 1.
Por fim, a apuração da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins 
a recolher em cada período, demonstrada nos registros M200 (PIS/
Pasep) e M600 (Cofins), deve corresponder e guardar uniformidade 
com os valores a serem declarados mensalmente na DCTF, segundo 
as normas disciplinadoras estabelecidas na Instrução Normativa RFB 
nº 1.599/2015.
9
Bloco P
Bloco destinado à escrituração de informações referentes à contribuição 
previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), que incide sobre a receita 
bruta em substituição à CPP (Contribuição Previdenciária Patronal)3. 
O contribuinte poderá aderir ao regime da CPRB se o CNAE de sua 
atividade estiver previsto na lista da lei ou, emalguns casos, caso 
seja industrial de produtos cujo NCM conste na lei, submetendo-se 
a alíquotas variadas como empresas jornalísticas e de radiodifusão 
sonora e de sons e imagens (1,5%), transporte rodoviário de cargas 
(1,5%), empresas que fabricam produtos classificados na TIPI em 
determinados códigos (1,0%), call center (3,0%), transporte de 
passageiros (2,0%) ou outros casos (em regra, a 4,5%).
Entretanto, é importante ressaltar que a Instrução Normativa RFB 
1.876/2019 retirou a obrigatoriedade de escrituração da CPRB 
– Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta na EFD-
Contribuições, para os contribuintes que passarem a preencher a 
EFD-Reinf4.
Bloco 1
Neste bloco, são relacionadas informações referentes a processos 
administrativos e judiciais envolvendo o PIS/Pasep e a Cofins, o 
controle dos saldos de créditos da não cumulatividade, o controle 
dos saldos de retenções na fonte, as operações extemporâneas, bem 
como as contribuições devidas pelas empresas da atividade imobiliária 
pelo RET. Trata-se de bloco muito importante, pois todos os ajustes 
extra-apuração serão realizados e justificados nele.
No Registro 1010 - “Processo Referenciado - Ação Judicial”, deve-
se inserir informações sobre ações judiciais que forem utilizadas no 
período da escrituração, que autorizem a adoção de procedimento 
específico de apuração das contribuições sociais ou dos créditos. 
Caso a autorização decorra de processos administrativos, deve ser 
preenchido o Registro 1020 - “Processo Referenciado - Processo 
Administrativo”.
No Registro 1050 - “Detalhamento de Ajustes de Base de Cálculo - 
Valores Extra-Apuração”, deverão ser detalhados os totais de valores 
extra-apuração, objeto de ajustes no Bloco M. No caso, o contribuinte 
deve informar valores de ajustes de acréscimo ou de redução da base 
de cálculo mensal da contribuição, entre as diversas bases de cálculo 
da contribuição, especificadas pela legislação tributária de referência, 
demonstrando, de forma segregada, a parcela do ajuste de acréscimo 
3 A Contribuição Patronal sobre a Receita Bruta (CPRB) tem sofrido diversas alterações 
legislativas. Inicialmente, a Lei nº 12.546/2011 instituiu o regime, de forma obrigatória, para os 
setores abrangidos pela alteração legislativa. Quatro anos depois, a Lei nº 13.161/2015 tornou 
o regime opcional. Posteriormente, a MP nº 774/2017 restringiu o benefício para alguns poucos 
setores da economia, como transporte, construção civil e comunicações. Por fim, a MP nº 794/2017 
revogou a MP 774/2017. 
4 1º grupo - entidades empresariais com faturamento no ano de 2016 acima de R$ 78.000.000,00 - 
1º de maio de 2018; e 2º grupo - demais entidades, exceto as optantes pelo Simples Nacional - 10 
de janeiro de 2019.
10
ou de redução da base de cálculo, conforme o Código de Situação 
Tributária (CST) aplicável às receitas mensais escrituradas. Os valores 
de ajustes de base de cálculo segregados neste registro de controle, 
devem guardar correspondência com os valores escriturados nos 
registros M215 (PIS/Pasep) e M615 (Cofins) que demonstram a visão 
analítica dos ajustes, por CNPJ.
Por sua vez, no Registro 1100 - “Controle de Créditos Fiscais - PIS/
Pasep”, deve ser feito o controle de saldos de créditos fiscais de 
períodos anteriores ao da atual escrituração, bem como eventual 
saldo credor apurado no próprio período da escrituração. Atenção: 
não precisam ser escriturados neste registro os créditos apurados 
no próprio período e os que foram totalmente utilizados na atual 
escrituração, não restando assim saldos a utilizar em período posterior.
Aqui, cabe uma nota sobre o crédito extemporâneo, entendido como 
“aquele cujo período de apuração ou competência do crédito se 
refere a período anterior ao da escrituração atual, mas que somente 
agora está sendo registrado”. De acordo com a Instrução Normativa 
RFB nº 1.052/2010, o crédito extemporâneo deverá ser informado, 
preferencialmente, mediante a retificação da escrituração cujo 
período se refere o crédito. 
Os registros para informação extemporânea de créditos (registros 
1101, 1102, 1501 e 1502) e de contribuições (1200, 1210, 1220 e 
1600, 1610, 1620), passíveis de escrituração para os fatos geradores 
ocorridos até 31/07/2013, tanto na versão 2.04a como na nova versão 
2.05, tinham a sua justificativa de escrituração apenas para os casos 
em que o período de apuração a que dissesse respeito a operação/
documento fiscal, geradora de contribuição ou crédito, ainda não 
informada em escrituração já transmitida, não pudesse ser mais objeto 
de retificação, por ter expirado o prazo de retificação até então vigente 
na redação original da IN RFB 1.252/2012 (retificação até o término 
do ano-calendário seguinte ao que se refere a escrituração original), 
conforme consta orientação no próprio Guia Prático da Escrituração, 
de que estes registros só deveriam ser utilizados, na impossibilidade 
de retificar as escriturações referentes às operações ainda não 
escrituradas. Com o novo disciplinamento referente à retificação da 
EFD-Contribuições determinado pela IN RFB nº 1.387/2013, o prazo 
em vigor para retificação é agora de cinco anos, de forma que eventual 
documento ou operação que não tenha sido devidamente escriturado 
em qualquer escrituração dos anos de 2011, 2012 ou 2013, podem 
agora ser regularizados, mediante a retificação da escrituração original 
correspondente, nos Blocos A, C, D e F.
No Registro 1300 - “Controle dos Valores Retidos na Fonte - PIS/
Pasep”, deve o contribuinte realizar o controle dos saldos de valores 
retidos na fonte, de períodos anteriores e do período da atual 
escrituração, que poderão ser utilizados para dedução do tributo 
devido, conforme apuração constante dos registros M200. O mesmo 
se aplica ao Registro 1700 - “Controle dos Valores Retidos na Fonte – 
Cofins”, em relação à apuração constante dos registros M600.
11
AULA VIRTUAL 5
https://fipecafi.blackboard.com/bbcswebdav/library/V%C3%ADdeos/GTB/TCF/Compliance%20Fiscal/Compliance%20Fiscal%20-%20Aula%2005.html
12
2. COMPLIANCE NO SPED CONTÁBIL (ECD E ECF)
2.1 Informações gerais da Escrituração Contábil Digital – ECD 
a) Legislação: 
• Instrução Normativa RFB nº 1.774/2017;
• Ato Declaratório Executivo Cofis nº 64/2019 (Leiaute 8 – 
Atualização: Novembro/2019).
b) Descrição/formato:
 Compreende a versão digital, no formato .TXT, dos seguintes livros 
contábeis: 
I. livro Diário e seus auxiliares; 
II. livro Razão e seus auxiliares; e 
III. livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento 
comprobatórias dos assentamentos neles transcritos.
A estrutura atual da ECD é a seguinte:
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL
BLOCO DESCRIÇÃO
0 Abertura, Identificação e Referências
C Informações Recuperadas da ECD Anterior
I Lançamentos Contábeis
J Demonstrações Contábeis
K Conglomerados Econômicos
9 Controle e Encerramento do Arquivo Digital
c) Periodicidade: 
Anual – Entrega até o último dia útil do mês de maio do ano seguinte ao 
ano-calendário a que se refere a escrituração. Nos casos de extinção 
da pessoa jurídica, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, a 
ECD deve ser entregue pela pessoa jurídica extinta, cindida, fusionada, 
incorporada e incorporadora, observados os seguintes prazos: 
(a) se a operação for realizada no período compreendido entre 
janeiro a abril, a ECD deve ser entregue até o último dia útil do 
mês de maio daquele ano; e 
(b) se a operação for realizada no período compreendido entre 
maio a dezembro, a ECD deve ser entregue até o último dia útil 
do mês subsequente ao do evento.
d) Obrigatoriedade (principais hipóteses):
 Todas as pessoas jurídicas obrigadas a manter escrituração contábil 
13
nos termos da legislação comercial, inclusive as equiparadas, as 
imunes e as isentas. Importante ressaltar que as Sociedades em Conta 
de Participação (SCP) enquadradas nas hipóteses de obrigatoriedade 
de apresentação da ECD devem apresentá-la como livro próprio.
De outro lado, a entrega da ECD seráfacultativa nos seguintes casos: 
I. o empresário e a sociedade empresária, com objetivo de 
atender o disposto no art. 1.179, da Lei nº 10.406, de 10 de 
janeiro de 2002; e 
II. quaisquer pessoas jurídicas não obrigadas a apresentar a 
ECD podem apresentá-la de forma facultativa.
e) Dispensa (principais hipóteses): 
• Pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional, desde que 
não recebam aportes no modelo de “investidor anjo” (arts. 61-A 
a 61-D da Lei Complementar nº 123/2006);
• Órgãos públicos, autarquias e fundações públicas;
• Pessoas jurídicas inativas5; 
• Pessoas jurídicas imunes e isentas que auferirem receitas, 
doações, incentivos, subvenções, contribuições, auxílios, 
convênios e ingressos assemelhados, cuja soma seja inferior 
a R$ 4.800.000,00 no ano-calendário, ou proporcional ao 
período; 
• Pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido 
que optem pela escrituração do Livro Caixa, nos termos do 
parágrafo único do art. 45 da Lei nº 8.981/95.
f) Penalidades: 
Aplicam-se à pessoa jurídica que deixar de apresentar a ECD6 nos 
prazos fixados no art. 5º ou que apresentá-la com incorreções ou 
omissões, as multas previstas no art. 12 da Lei nº 8.218/91, quais 
sejam:
I. multa equivalente a 0,5% (meio por cento) do valor da 
receita bruta da pessoa jurídica no período a que se refere a 
escrituração aos que não atenderem aos requisitos para a 
apresentação dos registros e respectivos arquivos;
II. multa equivalente a 5% (cinco por cento) sobre o valor da 
operação correspondente, limitada a 1% (um por cento) do 
valor da receita bruta da pessoa jurídica no período a que 
se refere a escrituração, aos que omitirem ou prestarem 
incorretamente as informações referentes aos registros e 
respectivos arquivos; e
5 São consideradas inativas aquelas que não tenham efetuado qualquer atividade operacional, não 
operacional, patrimonial ou financeira, inclusive aplicação no mercado financeiro ou de capitais, 
durante todo o ano-calendário, as quais deverão cumprir as obrigações acessórias previstas na 
legislação específica.
6 As multas a que se refere o caput não se aplicam à pessoa jurídica não obrigada a apresentar, 
inclusive à que a apresenta de forma facultativa ou esteja obrigada por força de norma expedida 
por outro órgão ou entidade da administração pública federal direta ou indireta que tenha atribuição 
legal de regulação, normatização, controle e fiscalização.
14
III. multa equivalente a 0,02% (dois centésimos por cento) por 
dia de atraso, calculada sobre a receita bruta da pessoa jurídica 
no período a que se refere a escrituração, limitada a 1% (um por 
cento) desta, aos que não cumprirem o prazo estabelecido 
para apresentação dos registros e respectivos arquivos.
2.2 Pontos de atenção no leiaute da Escrituração Contábil Digital 
– ECD
Bloco C
Novidade a partir de 2020, os registros do Bloco C não precisam ser 
importados, pois são preenchidos pelo próprio PGE do Sped Contábil, 
após a recuperação das informações da ECD anterior feita pelo usuário 
do programa, no menu Escrituração/Recuperar ECD anterior. 
Bloco I
A ECD representa a contabilidade comercial e societária. Nela, 
encontram-se registros contábeis referentes aos seguintes livros: 
I. G - Livro Diário (Completo sem escrituração auxiliar); 
II. R - Livro Diário com Escrituração Resumida (com 
escrituração auxiliar); 
III. A - Livro Diário Auxiliar ao Diário com Escrituração 
Resumida; 
IV. B - Livro Balancetes Diários e Balanços; e 
V. Z - Razão Auxiliar (Livro Contábil Auxiliar conforme 
leiaute definido nos registros I500 a I555).
É por meio do plano de contas, informado no Registro I050, que o 
validador calculará e confirmará os saldos periódicos dos registros 
I150/I155 (balancetes) e os respectivos lançamentos nos livros Diário 
e Razão (registros I200/I250). O plano de contas abrange contas 
sintéticas e analíticas, devendo conter quatro níveis, no mínimo, 
e respeitar a estrutura de contas (ordem decrescente de liquidez 
e exigibilidade). O Registro I051 - “Plano de contas referencial” é 
opcional para ECD, porém obrigatória para a ECF, razão pela qual se 
recomenda fortemente seu preenchimento na própria ECD. Referido 
registro tem como objetivo estabelecer o mapeamento (DE-PARA) 
entre as contas analíticas de ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas 
e despesas do plano de contas societário (registro I050) para o plano 
de contas padronizado da RFB.
O registro I155 informa os saldos contábeis periódicos, informando 
saldos iniciais, débitos e créditos e os saldos finais das contas 
patrimoniais e de resultado. Tal como ocorre com o plano de contas 
(registros I050 e I051), deve ser respeitada a estrutura do bloco 
conforme as regras do leiaute estabelecido, pois os registros dos 
saldos periódicos são recuperados para a ECF. Qualquer erro de 
estrutura poderá implicar necessidade de retificação.
15
Os registros I200 e I250 representam os livros Diário e Razão na sua 
essência. O registro I200 (Livro Diário) é o cabeçalho do lançamento 
contábil e deverá indicar nº, data, valor e tipo de lançamentos contábeis. 
O registro I250 (Livro Razão) identifica todas as contrapartidas do 
lançamento informado no Registro I200, o que significa que o somatório 
de todos os débitos e créditos neste registro devem coincidir com o 
valor do lançamento registrado no I200.
Por fim, o Registro I350 identifica o período relativo aos saldos das 
contas contábeis de resultado antes do encerramento. O registro I355 
traz os detalhes dos saldos de resultado antes do encerramento. Na 
prática, é um registro que assume a forma de balancete, mas apenas 
em relação às contas de resultado correspondentes ao período em 
que houve encerramento. 
Bloco J
O registro J005 indica o período das Demonstrações Contábeis 
(data inicial e final) e o tipo de demonstração, enquanto o registro 
J100 representa o Balanço Patrimonial, o registro J150 representa o 
Demonstrativo do Resultado do Exercício - DRE, e o registro J210 
representa as Demonstrações de Mutação do Patrimônio Líquido - 
DMPL.
Importante indicar que o registro J800 - “Outras Informações” é 
facultativo e destina-se, por exemplo, a demonstrações contábeis 
publicadas e auditadas, pareceres e laudos contábeis, pareceres de 
auditoria, notas explicativas e outros relatórios contábeis7.
Por fim, o registro J801 - “Termo de Verificação para Fins de Substituição 
da EC” deve ser utilizado obrigatoriamente no caso de substituição de 
um arquivo da ECD, conforme previsão da Instrução Normativa RFB 
nº 1.420/2013.
Conforme esclarece o Manual da ECD, a entidade deverá preencher 
o registro J801 detalhando os erros que deram motivo à substituição 
com as seguintes informações: 
I. identificação da escrituração substituída;
II. descrição pormenorizada dos erros; 
III. identificação clara e precisa dos registros que contenham 
os erros, exceto quando estes decorrerem de outro erro já 
discriminado; 
IV. autorização expressa para acesso do Conselho Federal de 
Contabilidade a informações pertinentes às modificações; e 
V. descrição dos procedimentos pré-acordados executados 
pelos auditores independentes, quando for o caso, e quando 
estes julgarem necessário. 
7 Informações inseridas no formato texto RTF (Rich Text Format).
16
O Termo de Verificação para Fins de Substituição deve ser assinado 
(os dados dos assinantes serão preenchidos no registro J935):
I. pelo próprio profissional da contabilidade que assina os 
livros contábeis substitutos; e 
II. quando as demonstrações contábeis tenham sido 
auditadas por auditor independente, pelo próprio profissional 
da contabilidade que assina os livros contábeis substitutos e 
também pelo seu auditor independente.
A manifestação do profissional da contabilidade que não assina 
a escrituração se restringe às modificações relatadas no Termo de 
Verificação para Fins de Substituição. Só é admitida a substituição 
da ECD até o fim do prazo de entrega relativo ao ano-calendáriosubsequente. 
São nulas as alterações efetuadas em desacordo com as regras 
supramencionadas ou com o Termo de Verificação para Fins de 
Substituição. O procedimento para anexar é o seguinte:
1 – Digite o documento que deseja anexar no Word; 
2 – Salve o documento como .rtf (formato RTF);
3 – Abra o documento no Bloco de Notas; 
4 – Copie todo o conteúdo do arquivo aberto no Bloco de Notas;
5 – Cole o conteúdo copiado no registro J801; 
6 – Importe o arquivo, de acordo com o Leiaute da ECD, para 
o programa da ECD. 
Funcionalidade de inclusão de arquivo cadastrado no J801 no 
programa da ECD:
1 – Selecionar a opção Incluir arquivo rtf; 
2 – O sistema abre uma interface de localização de arquivo; 
3 – Selecionar somente o arquivo .rtf;
4 – O sistema copia o arquivo para a pasta do sistema com o 
nome padronizado;
5 – O sistema calcula o hash e armazena o nome o local e o 
hash da cópia do arquivo selecionado;
6 – O sistema coloca o nome do arquivo no campo de descrição.
Funcionalidade de exclusão de arquivo cadastrado no J801 no 
programa da ECD: 
1 – Selecionar um registro e solicitar a exclusão (botão “-”); 
2 – O sistema exclui o registro J801 e o arquivo na pasta.
Bloco K
Deverão preencher este bloco as empresas controladoras obrigadas a 
apresentar demonstrações consolidadas de acordo com a legislação 
17
societária (Lei nº 6.404/76 e/ou Pronunciamento Técnico CPC 36 – 
Demonstrações Consolidadas).
2.3 Informações gerais da Escrituração Contábil Fiscal – ECF
a) Legislação: 
• Instrução Normativa RFB no 1.422/2013;
• Ato Declaratório Executivo Cofis nº 70/2019 (Leiaute 6 – 
Atualização: Dezembro/2019).
b) Descrição/formato: 
A Escrituração Contábil Fiscal (ECF) compreende a versão digital, no 
formato .TXT, da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da 
Pessoa Jurídica (DIPJ), que foi substituída a partir do ano-calendário 
2014.
A estrutura atual da ECF é a seguinte:
ESCRITURA CONTÁBIL FISCAL
BLOCO DESCRIÇÃO
0 Abertura e Identificação
C Informações Recuperadas das ECD
E
Informações Recuperadas da ECF Anterior e Cálculo 
Fiscal dos Dados Recuperados da ECD
ESCRITURA CONTÁBIL FISCAL
J Plano de Contas e Mapeamento
K Saldos das Contas Contábeis e Referenciais
L Lucro Líquido – Lucro Real
M e-LALUR e e-LACS – Lucro Real
N Cálculo do IRPJ e da CSLL – Lucro Real
P Lucro Presumido
Q Demonstrativo do Livro Caixa
T Lucro arbitrado
U Imunes e isentas
V DEREX
W Relatório País-a-País
X Informações Econômicas
Y Informações Gerais
9 Encerramento do Arquivo Digital
c) Periodicidade: 
Anual, com entrega prevista para o último dia útil do mês de julho do 
ano posterior ao do período da escrituração.
d) Obrigatoriedade (principais hipóteses): 
São obrigadas ao preenchimento da ECF todas as pessoas jurídicas, 
inclusive imunes e isentas, sejam elas tributadas pelo lucro real, lucro 
arbitrado ou lucro presumido. Há que se ressaltar que, caso a pessoa 
jurídica tenha Sociedades em Conta de Participação (SCP), cada SCP 
18
deverá preencher e transmitir sua própria ECF, utilizando o CNPJ da 
pessoa jurídica que é sócia ostensiva e o CNPJ de cada SCP.
e) Dispensa (principais hipóteses): 
• Pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional;
• Órgãos públicos, autarquias e fundações públicas;
• Pessoas jurídicas que não tenham efetuado qualquer atividade 
operacional, não operacional, patrimonial ou financeira, 
inclusive aplicação no mercado financeiro ou de capitais, 
durante todo o ano-calendário.
f) Penalidades: 
De acordo com o art. 6º da Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013, a 
não apresentação da ECF pelos contribuintes que apuram o Imposto 
sobre a Renda da Pessoa Jurídica pela sistemática do Lucro Real, nos 
prazos fixados, ou a sua apresentação com incorreções ou omissões, 
acarretará a aplicação, ao infrator, das multas previstas no art. 8º-A do 
Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, quais sejam:
I. equivalente a 0,25%, por mês-calendário ou fração, do lucro 
líquido antes do Imposto de Renda da pessoa jurídica e da 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido8, no período a que se 
refere a apuração, limitada a 10%9, relativamente às pessoas 
jurídicas que deixarem de apresentar ou apresentarem em 
atraso o livro (no caso, o e-Lalur); e
II. 3% (três por cento), não inferior a R$ 100,00 (cem reais), do 
valor omitido, inexato ou incorreto.
A partir da vigência da Lei nº 13.670, de 30 de maio de 2018, a não 
apresentação da ECF pelos contribuintes que apuram o Imposto sobre 
a Renda da Pessoa Jurídica, por qualquer sistemática que não a do 
Lucro Real, ou a sua apresentação com incorreções ou omissões, 
acarretará a aplicação, ao infrator, das multas previstas no art. 12 da 
Lei nº 8.218/91, quais sejam:
I. multa equivalente a 0,5% (meio por cento) do valor da 
receita bruta da pessoa jurídica no período a que se refere a 
escrituração aos que não atenderem aos requisitos para a 
apresentação dos registros e respectivos arquivos;
II. multa equivalente a 5% (cinco por cento) sobre o valor da 
operação correspondente, limitada a 1% (um por cento) do 
8 Quando não houver lucro líquido, antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social, no 
período de apuração a que se refere a escrituração, deverá ser utilizado o valor do lucro líquido, 
antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social informados, do último período em que a 
pessoa jurídica obteve lucro líquido, atualizado pela taxa referencial do Sistema Especial de 
Liquidação e de Custódia - Selic, até o termo final de encerramento do período a que se refere a 
escrituração.
9 Além disso, a multa será limitada em: (i) R$ 100.000,00 para as pessoas jurídicas que no ano-
calendário anterior tiverem auferido receita bruta total, igual ou inferior a R$ 3.600.000,00; e (ii) R$ 
5.000.000,00 para as demais pessoas jurídicas.
19
valor da receita bruta da pessoa jurídica no período a que 
se refere a escrituração, aos que omitirem ou prestarem 
incorretamente as informações referentes aos registros e 
respectivos arquivos; e
III. multa equivalente a 0,02% (dois centésimos por cento) por 
dia de atraso, calculada sobre a receita bruta da pessoa jurídica 
no período a que se refere a escrituração, limitada a 1% (um por 
cento) desta, aos que não cumprirem o prazo estabelecido 
para apresentação dos registros e respectivos arquivos.
2.4 Pontos de atenção no leiaute da Escrituração Contábil Fiscal 
– ECF 
Bloco 0
Embora o Bloco 0 seja de parametrização da ECF, ele é muito 
relevante, pois a partir de seu preenchimento, a ECF do contribuinte 
poderá assumir diferentes formas, mais ou menos complexas. 
O Registro 0010 – “Parâmetros de Tributação” apresenta os 
parâmetros fiscais que identificam quais blocos e registros serão 
preenchidos, contendo informações muito relevantes como forma 
de tributação (lucro real, presumido, arbitrado, ou uma combinação 
destes regimes, bem como isenta ou imune); período de apuração do 
IRPJ e da CSLL (trimestral ou anual); critério de reconhecimento de 
receitas para empresas tributadas pelo lucro presumido (regime de 
caixa ou de competência).
No Registro 0020 - “Parâmetros Complementares” constam os 
parâmetros que identificam quais blocos e registros a serem 
preenchidos, especificando situações especiais da pessoa jurídica, 
como participações em sociedades no exterior, lucros de exploração, 
atividade rural, pagamentos ao exterior, royalties pagos, participação 
avaliada pelo método de equivalência patrimonial, inovação tecnológica 
e desenvolvimento tecnológico, dentre outras. Cada opção poderá 
influenciar a complexidade da escrituração, em especial em relação 
aos Blocos X e Y.
Por fim, no registro 0930 - “Identificação dos Signatários da ECF”, 
são informados os dados dos signatários da escrituração. Para a 
escrituração e envio da ECF, são obrigatórias duas assinaturas: uma 
do contabilista e uma do representante legal da pessoa jurídica.
Bloco C/E
Nestes blocos, há a vinculação de dados já transmitidos, assinados 
digitalmente (com hash),da ECD do ano corrente e da ECF do ano 
anterior como ponto de partida para o preenchimento da ECF do ano 
corrente.
20
No Bloco C, há a recuperação das informações da ECD do período 
(idêntico ao da ECF). Neste bloco, são armazenadas informações do 
plano de contas e dos saldos mensais das ECD recuperadas. Os 
seguintes registros da ECD são recuperados na ECF: 
I. I050 – Plano de Contas; 
II. I051 – Mapeamento para o Plano de Contas Referencial; 
III. I053 – Subcontas Correlatas; 
IV. I100 – Centro de Custos; 
V. I150 – Data dos Saldos Periódicos; 
VI. I155 – Saldos Periódicos; 
VII. I157 – Transferência de Saldos de Plano de Contas 
Anterior; 
VIII. I350 – Data da Apuração do Resultado; 
IX. I355 – Saldos das Contas de Resultado Antes do 
Encerramento. 
Por outro lado, no Bloco E, há a recuperação da ECF do ano 
imediatamente anterior, em especial, os saldos finais das contas 
referenciais e da parte B (do e-LALUR e e-LACS). O próprio PGE 
calcula os saldos contábeis de acordo com o período de apuração do 
tributo.
Bloco J/K
No Bloco J, é feito o mapeamento do plano de contas contábil para 
o plano de contas referencial10, enquanto o Bloco K apresenta os 
saldos das contas contábeis patrimoniais e de resultado por período 
de apuração e o seu mapeamento para as contas referenciais11.
Ou seja, nesses dois registros, é feita a referenciação do plano de 
contas contábeis com o plano de contas referencial (DE-PARA). É 
importante sempre ficar de olho em erros comuns que, por vezes, ocorre 
nesse processo: 1) Não referenciação na ECD; 2) Referenciação de 
conta sintética e não analítica; e 3) Cruzamento ECF x ECD (retificação 
sem transmissão).
Importante apontar que os registros K915 e K935 possibilitam a 
inclusão e justificativas para divergências de contas patrimoniais e 
de resultado, respectivamente. A nova regra de validação é baseada 
no confronto entre os saldos contábeis (patrimoniais e resultado) 
apresentados na Escrituração Contábil Digital (ECD) x Escrituração 
Contábil Fiscal (ECF), por meio dos registros K155/K355.
Bloco L/M/N
Tratam dos blocos nos quais é feita a apuração do IRPJ e da CSLL na 
sistemática do Lucro Real. O Bloco L apresenta o balanço patrimonial, 
10 Caso a ECD recuperada possua o mapeamento para o plano de contas referencial válido na 
ECF, o bloco J pode ser construído automaticamente e é permitida a sua edição.
11 Caso haja recuperação da ECD, o bloco K pode ser construído automaticamente, sendo 
permitida a sua edição. O bloco K também pode ser importado, independentemente da 
recuperação da ECD.
21
a demonstração do resultado do exercício e apura o lucro líquido da 
pessoa jurídica tributada pelo lucro real. Por sua vez, no Bloco M, 
encontram-se os livros eletrônicos de escrituração e apuração do IRPJ 
(e-LALUR) e da CSLL (e-LACS) da pessoa jurídica tributada pelo lucro 
real - partes A e B, ao passo que no Bloco N é feito o cálculo do IRPJ 
e da CSLL com base no lucro real (estimativas mensais e ajuste anual 
ou valores trimestrais).
No Registro M300 - “Demonstração do Lucro Real - Lançamentos da 
Parte A do e-Lalur”, será demonstrada a apuração da base de cálculo 
da IRPJ anual, trimestral e nos meses com estimativa apurada com 
base no balanço/balancete.
No Registro M305 - “Conta da Parte B do e-Lalur”, são relacionados 
os lançamentos da parte A do e-Lalur com a conta da parte B, de 
acordo com as regras a seguir: 
I. se adição, debita conta da parte B e credita na parte A; 
II. se exclusão, credita conta da parte B e debita na parte A; e 
III. se prejuízo, debita conta da parte B e credita na parte A. 
Por outro lado, no Registro M010 – “Identificação da Conta na Parte 
B do e-Lalur e do e-Lacs”, são cadastrados os saldos iniciais no 
período da escrituração das contas da parte B utilizadas no e-LALUR 
e no e-LACS. Atenção para a novidade de 2020, na qual foi criado o 
registro M510 para o controle de saldos da parte B do Lalur/Lacs por 
conta padrão.
Bloco P/Q
No Bloco P, apresenta-se o balanço patrimonial, a demonstração do 
resultado do exercício e apura-se o IRPJ e a CSLL com base no lucro 
presumido. No Bloco Q, encontra-se o “Demonstrativo do Livro Caixa” 
para os casos previstos na legislação.
A apuração do IRPJ pela sistemática do Lucro Presumido é bastante 
simplificada. Deve-se atentar, apenas, ao Registro Y672 - “Outras 
Informações (Lucro Presumido ou Lucro Arbitrado)”, que possibilita 
ao Fisco obter informações sobre as movimentações e a vida da 
empresa, como capital registrado, estoque, saldo de caixa e bancos, 
bem com de aplicações financeiros, compras no período, contas a 
pagar/receber etc. Tais informações possibilitam uma fiscalização 
muito mais acurada nos contribuintes optantes pelo lucro presumido.
Bloco T
No Bloco T, apura-se o IRPJ e a CSLL com base no lucro arbitrado. 
Entretanto, deve-se enfatizar que, conquanto seja possível preencher 
o Registro 0010 indicando como “forma de tributação do lucro” o 
lucro arbitrado, ele é uma consequência, e não uma opção como o 
cálculo pelo lucro presumido. Aplica-se estritamente em situações 
22
determinadas em lei, ou seja, quando a pessoa jurídica deixar de 
cumprir as obrigações acessórias relativas à apuração do IRPJ e da 
CSLL pela sistemática do lucro real ou presumido.
Bloco U
No Bloco U, o balanço patrimonial e a demonstração do resultado das 
imunes ou isentas são informados, bem como se escritura a apuração 
do IRPJ e a CSLL, quando cabível.
Bloco V
Apresenta a declaração sobre utilização dos recursos em moeda 
estrangeira decorrentes do recebimento de exportações (DEREX).
Bloco W
Apresenta Declaração País-a-País (Country-by-Country Report), 
instituída no Brasil pela Instrução Normativa nº 1.681/16, que visa 
conferir, em bases anuais, informações relevantes às administrações 
tributárias em cada jurisdição em que as empresas de um determinado 
grupo atuam.
12 Aplicável apenas para grupos econômicos com receita bruta anual de EUR 750 milhões (ou 
equivalente na moeda do país).
Tal declaração consiste num relatório anual, por meio do qual as 
empresas transnacionais12 deverão fornecer à Administração Tributária 
da jurisdição de residência de seu controlador final informações (ex.: 
número de empregados, ativos tangíveis, propriedade intelectual etc.), 
relacionadas à localização de suas atividades, à alocação global de 
renda e aos impostos pagos e devidos (“Tabela 1”), identificando-se as 
jurisdições nas quais as empresas do grupo operam, quais entidades 
integrantes do grupo atuam nessas jurisdições e as atividades 
econômicas que desempenham (“Tabela 2”) .
Bloco X
Neste bloco, são inseridas Informações e maior detalhamento de 
adições/exclusões realizadas no e-Lalur e no e-Lacs, necessárias 
para um olhar mais acurado sobre os critérios utilizados na aplicação 
da legislação de subcapitalização, preços de transferência, tributação 
dos lucros auferidos no exterior, remessa de royalties ao exterior etc.
Bloco Y
Neste bloco, são inseridas outras informações que possam fornecer:
I. maior nível de detalhamento da apuração do IRPJ/CSL; 
23
II. maior detalhamento da vida econômica da empresa e de 
seus sócios; 
III. dados para aplicação da multa (i.e., Registro Y720 – 
“informações de períodos anteriores)”. As informações deste 
bloco, conquanto muitas vezes não sejam utilizadas para 
fiscalização da apuração do Imposto de Renda, podem ser 
utilizadas para cruzamento de informações fiscais.
AULA VIRTUAL 6
https://fipecafi.blackboard.com/bbcswebdav/library/V%C3%ADdeos/GTB/TCF/Compliance%20Fiscal/Compliance%20Fiscal%20-%20Aula%2006.html
24
3. COMPLIANCE NA EFD-REINF 
3.1 Informações gerais da EFD-Reinf
a) Legislação: 
• Instrução Normativa RFB nº 1701/17.
b) Descrição/formato: 
Constitui um dos módulos do Sistema Público de Escrituração Digital 
(SPED) e um complemento ao Sistema de Escrituração Digital 
das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), 
composto dearquivos no formato .XML. As informações constantes 
nessa nova escrituração substituirão as informações contidas em 
outras obrigações acessórias, como a DIRF, parte da GFIP e o módulo 
da EFD-Contribuições que apura a Contribuição Previdenciária sobre 
a Receita Bruta (CPRB).
A estrutura atual da EFD-Reinf é a seguinte:
EFD-REINF
REGISTRO DESCRIÇÃO
R-1000 Informações do Contribuinte
R-1070 Tabela de Processos Administrativos/Judiciais
R-2010
Retenções Contribuição Previdenciária– Tomadores 
de Serviços
R-2020 Retenções – Prestadores de Serviços
R-2030 Recursos Recebidos por Associação Desportiva
R-2040
Retenções – Recursos Repassados para Associação 
Desportiva
R-2050
Comercialização da Produção por Produtor Rural PJ/
Agroindústria
R-2060
Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta – 
CPRB
R-2098 Reabertura dos Eventos Periódicos
R-2099 Fechamento dos Eventos Periódicos
R-3010 Receita de Espetáculos Desportivos
R-9000 Exclusão de Evento
c) Periodicidade: 
Mensal, com entrega até o dia 15 do mês subsequente ao mês a que 
se refere a escrituração.
d) Obrigatoriedade (principais hipóteses): 
• Pessoas jurídicas que prestam e/ou que contratam serviços 
25
realizados mediante cessão de mão de obra nos termos do art. 
31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; 
• Pessoas jurídicas responsáveis pela retenção da contribuição 
para o PIS/Pasep, da Contribuição para o Financiamento da 
Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido (CSLL); 
• Pessoas jurídicas optantes pelo recolhimento da Contribuição 
Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB); 
• Produtor rural pessoa jurídica e agroindústria quando sujeitos 
à contribuição previdenciária substitutiva sobre a receita 
bruta proveniente da comercialização da produção rural nos 
termos do art. 25 da Lei nº 8.870/ 1994, e do art. 22-A da Lei nº 
8.212/1991, respectivamente; 
• Associações desportivas que mantenham equipe de futebol 
profissional que tenham recebido valores a título de patrocínio, 
licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, 
propaganda e transmissão de espetáculos desportivos; 
• Empresa ou entidade patrocinadora que tenha destinado 
recursos à associação desportiva que mantenha equipe de 
futebol profissional a título de patrocínio, licenciamento de uso 
de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão 
de espetáculos desportivos; 
• Entidades promotoras de eventos desportivos realizados em 
território nacional, em qualquer modalidade desportiva, dos 
quais participe ao menos 1 (uma) associação desportiva que 
mantenha equipe de futebol profissional;
• Pessoas jurídicas e físicas que pagaram ou creditaram 
rendimentos sobre os quais haja retenção do Imposto sobre a 
Renda Retido na Fonte (IRRF), por si ou como representantes 
de terceiros.
A implementação da EFD-Reinf tem sido gradual, de acordo com a 
seguinte regra:
a) 1º grupo, que compreende as entidades empresariais com 
faturamento acima de R$ 78.000.000,00, no ano de 2016 – 
início da obrigatoriedade em 1º de maio de 2018, em relação 
aos fatos geradores ocorridos a partir dessa data;
b) 2º grupo, que compreende as demais entidades 
empresariais, exceto as optantes pelo Simples Nacional – 
início da obrigatoriedade em 10 de janeiro de 2019, referentes 
aos fatos ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2019;
c) 3º grupo, que compreende os obrigados não pertencentes 
ao 1º, 2º e 4º grupos, em data a ser fixada em ato da RFB; 
d) 4º grupo, que compreende os entes públicos, em data a ser 
fixada em ato da RFB.
e) Dispensa (principais hipóteses): 
Até futura regulamentação pela Receita Federal do Brasil, os 
26
contribuintes situados nos 3º e 4º grupos (optantes do Simples 
Nacional e entes públicos).
f) Penalidades: 
De acordo com o art. 32-A da Lei nº 8.212/91, a não apresentação da 
EFD-Reinf no prazo fixado ou quem a apresentar com incorreções ou 
omissões será intimado a apresentar a declaração original, no caso de 
não apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, e 
ficará sujeito às seguintes multas13: 
I. 2% (dois por cento) ao mês calendário ou fração, incidentes 
sobre o montante dos tributos informadas na EFD-Reinf, ainda 
que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da 
declaração ou de entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte 
por cento); 
II. R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) 
informações incorretas ou omitidas.
3.2 Pontos de atenção no leiaute da EFD-Reinf
R-1000 e R-1070
No registro R-1000, são fornecidas informações cadastrais necessárias 
ao preenchimento e validação dos demais eventos da EFD-Reinf, 
inclusive para apuração das retenções e contribuições devidas. 
Neste evento, serão discriminadas as informações que influenciam 
na apuração correta das contribuições sociais e eventuais acréscimos 
legais, como a classificação tributária do contribuinte, acordos 
internacionais para isenção de multa, situação da empresa (normal, 
extinção, fusão, cisão ou incorporação), dentre outras. O contribuinte 
deve informar, ainda, se está sujeito à Contribuição Previdenciária 
sobre a Receita Bruta - CPRB, pois os contribuintes obrigados à EFD-
Reinf não precisarão mais declarar este tributo na EFD Contribuições.
Já o registro R-1070 tem como escopo a inclusão, alteração e 
exclusão dos processos judiciais e administrativos que influenciam 
no cumprimento das obrigações tributárias principais e acessórias. 
Apenas decisões favoráveis ao contribuinte devem ser informadas, 
considerando as seguintes regras:
- Os indicativos judiciais/administrativos ainda não transitados 
em julgado (distintos do indicativo “90”) não alteram o valor 
calculado dos tributos. Nesse caso, prevalece o valor que 
deveria ser calculado sem o processo, devendo a empresa 
informar o valor devido e o discutido judicial/administrativamente 
como “suspenso” nas declarações de valores devidos dos 
órgãos governamentais envolvidos na EFD-Reinf, de acordo 
com as normas dessas declarações; e
- O indicativo de decisão “90”, relativo aos processos judiciais 
13 A multa mínima a ser aplicada será de: (i) R$ 200,00 (duzentos reais), no caso de omissão de 
declaração sem ocorrência de fatos geradores; ou (ii) R$ 500,00 (quinhentos reais), se o sujeito 
passivo deixar de apresentar a declaração no prazo fixado ou apresentá-la com incorreções ou 
omissões.
27
e administrativos, permite à empresa o cálculo dos valores 
devidos de acordo com o processo em pauta, considerando 
a decisão final. Ressalta-se que este indicativo deve ser 
informado apenas quando a decisão for em última instância, 
da qual não caiba mais nenhum recurso.
Neste registro, informam-se, também, processos que suspendem o 
recolhimento da retenção, parcial ou totalmente.
R-2010 e R-2020
Estão obrigadas a entregar a EFD-Reinf as pessoas jurídicas que 
prestam (R-2020) e que contratam serviços (R-2010) realizados 
mediante cessão de mão de obra nos termos do art. 31 da Lei n° 
8.212/91 e do art. 219, do Decreto nº 3048/99. Outras hipóteses de 
retenção do INSS, fora das hipóteses trazidas nesses dispositivos, 
estão fora dessa sistemática.
Caso a prestadora possua decisão/sentença judicial determinando a 
suspensão da retenção (dos 11% ou 3,5%, bem como dos adicionais 
decorrentes de serviços prestados com exposição a agentes nocivos, 
que ensejam aposentadoria especial aos 15, 20 e 25 anos) ou o 
depósito judicial das contribuições previdenciárias incidentes sobre o 
valor dos serviços contidos na nota fiscal/fatura emitidas pelo prestador 
de serviços, o tomador deve cadastrar previamente o processo no 
evento R-1070 - “Tabela de Processos Administrativos/Judiciais” e 
indicá-lo neste evento.
R-2030 e R-2040
Estão obrigados à entrega da EFD-Reinf a empresa ou entidade 
patrocinadora que tenha destinado recursos a associação desportiva14 
que mantenha equipe de futebol profissional a título de patrocínio, 
licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda 
e transmissão deespetáculos desportivos (R-2030), bem como as 
associações desportivas que mantenham equipe de futebol profissional 
que tenham recebido valores a título de patrocínio, licenciamento de 
uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de 
espetáculos desportivos (R-2040).
As informações prestadas neste evento referem-se à contribuição 
patronal, a cargo das associações desportivas, calculada sobre 
a receita auferida decorrente de patrocínio, licenciamento de uso 
de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de 
espetáculos desportivos, inclusive no caso do concurso de prognóstico 
de que trata a Lei nº 11.345/2006. A obrigação de reter e recolher é da 
empresa que repassa os recursos, em substituição àqueles incidentes 
sobre a remuneração dos seus segurados empregados, destinados à 
Previdência Social e ao financiamento do benefício previsto nos arts. 
57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos 
em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente 
dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT).
14 Considera-se associação desportiva, para efeito de informação neste evento, aquela que 
mantém equipe de futebol profissional filiada à federação de futebol do respectivo estado, e que 
seja organizada na forma da Lei nº 9.615, de 1998, ainda que mantenha outras modalidades 
desportivas.
28
Este evento deverá ter informado, em arquivo único, o estabelecimento, 
o tipo de repasse e o valor bruto dos recursos recebidos, bem como o 
valor retido pela empresa repassadora, que deve corresponder a 5% 
do valor bruto repassado.
R-2050
Produtor rural pessoa jurídica e agroindústria quando sujeitos 
à contribuição previdenciária substitutiva sobre a receita bruta 
proveniente da comercialização da produção rural (R-2050).
R-2060
Também estão obrigadas a entregar a EFD-Reinf as pessoas jurídicas 
optantes pelo recolhimento da Contribuição Previdenciária sobre a 
Receita Bruta - CPRB (R-2060). Impende ressaltar que a Instrução 
Normativa RFB 1.876/2019 retirou a obrigatoriedade de escrituração 
da CPRB - Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta na EFD-
Contribuições, para os contribuintes que passarem a preencher a 
EFD-Reinf15.
R-3010 
Neste evento, são prestadas informações por entidade promotora 
do espetáculo desportivo (como a federação, a confederação ou a 
liga desportiva responsável pela organização do evento), relativas 
às receitas provenientes dos espetáculos desportivos, realizados 
no território nacional, quando pelo menos um dos participantes do 
espetáculo esteja vinculado à uma associação desportiva que mantém 
equipe de futebol profissional. As informações prestadas neste evento 
referem-se à contribuição social previdenciária patronal, a cargo 
das associações desportivas, calculada sobre a receita decorrente 
dos espetáculos desportivos em que participem, em substituição às 
contribuições incidentes sobre a remuneração dos seus segurados 
empregados. Tais informações são destinadas à Previdência Social 
e ao financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 
8.213/91 e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de 
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho 
- GILRAT.
15 1º grupo - entidades empresariais com faturamento no ano de 2016 acima de R$ 78.000.000,00 
- 1º de maio de 2018; e 2º grupo - demais entidades, exceto as optantes pelo Simples Nacional - 10 
de janeiro de 2019.
AULA VIRTUAL 7
https://fipecafi.blackboard.com/bbcswebdav/library/V%C3%ADdeos/GTB/TCF/Compliance%20Fiscal/Compliance%20Fiscal%20-%20Aula%2007.html
29
4. CRUZAMENTOS DE INFORMAÇÕES NO SPED 
Com a crescente expansão do Sped – seja com criação de novos 
módulos, como o eSocial, ou de novos registros ou campos –, 
multiplicam-se as possibilidades de fontes de verificação, pelas 
autoridades fiscais, e da consistência da informação prestada pelos 
contribuintes em suas obrigações acessórias. O risco tributário, 
igualmente, eleva-se sobremaneira: as multas tributárias pela 
inconsistência nas informações, seja por inexatidão ou omissão, têm 
sido cada vez mais relevantes. E não é só. O aumento do volume de 
informações proporcionado pelas novas exigências no ambiente do 
Sped pode ser utilizado, eventualmente, para justificar fiscalizações 
ou lançamentos tributários referentes a fatos geradores de exercícios 
anteriores (art. 144, §1º do CTN).
É bem verdade que muitos softwares, hoje, realizam alguns testes 
e cruzamentos de informações, diminuindo o espaço para que haja 
inconsistências nas informações prestadas pelos contribuintes. 
Entretanto, permanece relevante abordar com seriedade este tema, 
seja porque nem todas as empresas contam com esses softwares, 
seja porque o uso da informação pelo Fisco é matéria em constante 
transformação e evolução.
I. Perspectivas de cruzamentos de informações no âmbito federal 
(RFB)
Em 2015, o então Coordenador-Geral da Fiscalização da Receita 
Federal do Brasil, Flávio Vilela, se posicionou institucionalmente como 
favorável à utilização cada vez mais crescente de novas tecnologias 
e cruzamento de dados dos contribuintes para fins de fiscalização 
tributária:
Além das fiscalizações normais, pretendemos incrementar vários 
outros parâmetros no próximo ano. Em um deles, vamos cruzar dados 
das notas fiscais eletrônicas com os demais valores informados 
pelas empresas [como declaração de impostos e de notas emitidas 
por outras companhias]16.
No âmbito da Receita Federal do Brasil, é impossível não começar 
a análise, senão pelas diretrizes que constam no “Plano Anual de 
Fiscalização”. Surpreende-se aquele que analisa o referido plano em 
detalhes ao constatar que, a despeito de a RFB possuir os instrumentos 
mais eficientes para realizar um cruzamento de informações holístico 
e mais complexo – o “supercomputador” T-Rex, o software Harpia, 
acesso a um maior número de módulos no Sped – não se verifica uma 
intenção (pelo menos publicada) de se realizar um uso intensivo do 
Sped para identificação de inconsistências fiscais.
16 Flávio Vilela Campos, auditor fiscal e coordenador-geral de fiscalização da Receita Federal do 
Brasil (RFB) - 15/12/2015 - Fonte: DCI - SP.
30
Em verdade, a capacidade de cruzamento de informações dentro do 
âmbito do Sped é enorme. Basta imaginarmos que, a partir da emissão 
de uma simples nota fiscal, há inúmeros outros registros no Sped que, 
espera-se, sejam preenchidos pelo contribuinte, informando aquela 
informação novamente:
Figura 1 - Preenchimento dos registros no Sped
Esse amplo espaço para cruzamento de informações no âmbito do 
Sped figura, entretanto, apenas uma pequena parte (em branco no 
gráfico a seguir) da fonte de informações de que a Receita Federal do 
Brasil dispõe:
Figura 2 - Fonte de informações da Receita Federal
Se são inúmeras as fontes de informações para cruzamentos de dados 
para fins fiscais, em vez disso, encontramos destacados como pontos 
de atuação futura da RFB os seguintes cruzamentos:
1. Operação insuficiência de IRPJ e CSLL: Identificação de 
inconsistências encontradas entre as informações declaradas em 
DCTF e informações constantes da Escrituração Contábil e Fiscal – 
ECF.
2. Operação GILRAT: Cruzamento dos valores informados na GFIP 
com os valores efetivamente recolhidos, no sentido de verificar a 
T-REX
ADM. CARTÕES
CARTÓRIOS
DETRANS
BANCOS
IMOBILIÁRIAS
HOSPITAIS, CLÍNICAS
E PLANOS DE SAÚDE
EMPRESAS EM GERAL
ESOCIAL SPED FISCAL
SPED CONTRIBUIÇÕES
SPED CONTÁBIL ECF
DIMED
DIMOB
DECRED
E-FINANCEIRA
DOI
DIRF/2014
DIRF/2015
CONFIRMA/RETIFICA
OUTROS USUÁRIOS
PESSOA FÍSICA
COAF
M. PÚBLICO
P. FEDERAL
JUÍZES
ESTADOS E MUNICÍPIOS 
Legenda:
Recepção de Dados
Recepção e Fornecimento de Dados
Fornecimento de Dados
31
regularidade do cumprimento das obrigações previdenciárias relativas 
à contribuição patronal destinada ao financiamento dos benefícios 
concedidos, em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa 
decorrentedos riscos ambientais do trabalho (GILRAT), incidentes 
sobre a remuneração paga aos segurados empregados.
3. Autônomos: Divergências apuradas a partir da DIRPF em que 
contribuintes declararam rendimentos recebidos de pessoa física e 
não recolheram a contribuição previdenciária no período de 2014 e 
2015.
Há no plano de fiscalização ainda, embora sem destaque e/
ou detalhamento específico, referências a outros cruzamentos 
de informações, como “Dirf x Darf”, ou seja, a verificação sobre 
divergências entre os valores de Imposto sobre a Renda Retido na 
Fonte - IRRF informados na Declaração do Imposto de Renda Retido 
na Fonte (Dirf) e os recolhidos por meio de Documento de Arrecadação 
de Receitas Federais (Darf). Aqui, vale lembrar que a mesma lógica 
ocorre entre “Dirf x DCTF”: igualmente será verificado se os valores 
das retenções declaradas nas DCTFs estão iguais aos valores que 
serão transmitidos nas DIRFs.
O que se constata, portanto, é o uso da tecnologia para se realizar 
cruzamentos de informações que há muito já eram realizados nas 
fiscalizações pessoais da RFB, mas agora em ambiente digital. Não 
se vê a utilização extensiva das informações dos novos módulos, 
registros e campos no âmbito do Sped, principalmente em situações 
entre diferentes entes tributantes.
Sabe-se, por outro lado, que a RFB faz uso de diversas informações 
obtidas fora do Sped, como a Declaração de Operações Imobiliárias 
(DOI), preenchida pelos cartórios; a Declaração de Informações 
sobre Atividade Imobiliária (Dimob), preenchida pelas imobiliárias; 
a e-Financeira, preenchida pelas instituições financeiras; a Decred, 
preenchida pelas administradoras de cartões de crédito; Declaração 
de Serviços Médicos e de Saúde (DMED), preenchida por prestadores 
de serviços médicos e de saúde; operadoras de plano privado de 
assistência à saúde, de serviços de saúde e de plano privado de 
assistência à saúde; para citar algumas. Todas essas informações 
alimentam o “T-Rex” e são utilizadas para analisar as informações 
prestadas pelos contribuintes em sua apuração de tributos federais.
Naturalmente, há situações conhecidas em que a RFB faz o 
cruzamento de informações dentro do âmbito do Sped, como, por 
exemplo, a verificação entre informações existentes na Escrituração 
Contábil Digital - ECD, na Escrituração Contábil Fiscal - ECF e na 
Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais – DCTF, 
para verificar a apuração de débitos de IRPJ e CSLL, bem como o 
cruzamento da ECD com a EFD-Contribuições, para identificar valores 
de receitas, de tributos devidos etc. Mas em regra, são cruzamentos 
pontuais, realizados com a finalidade de se verificar a consistência 
32
entre obrigações acessórias de apuração do tributo e aquelas de 
constituição do crédito tributário. São, pois, cruzamentos que visam 
permitir que se faça, eletrônica e remotamente, não obstante em 
velocidade infinitamente superior, aquilo que o auditor fiscal realizava 
ao solicitar e analisar os livros e documentos fiscais.
Vale mencionar que ainda existem inúmeros caminhos possíveis, 
prontos para serem trilhados num futuro próximo, como a utilização 
de informações internas ao Sped, como as informações do Registro 
Y540 - “Discriminação da Receita de Vendas dos Estabelecimentos 
por Atividade Econômica” ou do Registro Y600 - “Identificação e 
Remuneração de Sócios, Titulares, Dirigentes e Conselheiros”, 
ambos da ECF, bem como com informações externas ao Sped, como 
aquelas declaradas no Siscoserv ou na CBE (declaração de Capitais 
Brasileiros no Exterior). São alguns exemplos que demonstram a 
constante necessidade de o contribuinte se manter atualizado e “de 
olho” nas novidades do Sped, com pensamento e visão crítica, para 
se verificar como as novas informações exigidas poderão afetar o 
compliance fiscal da empresa.
II. Perspectivas de cruzamentos de informações no âmbito 
estadual (Sefaz)
No âmbito estadual, a intensidade do uso das informações fiscais 
fornecidas por obrigações acessórias diversas varia em cada estado 
da federação. Exemplificativamente, podemos citar o Estado da Bahia 
como exemplo de ente federativo que tem explorado competentemente 
o ambiente de informações digitais, conseguindo “recuperar” R$ 223 
milhões em ICMS devido nos últimos dois anos, por intermédio da 
utilização de dados disponíveis eletronicamente obtidos pelo seu 
Painel de Planejamento da Fiscalização (PPF), no qual se integrou 
informações constantes na EFD, na ECD, no Conhecimento de 
Transporte Eletrônico (CT-e), na Nota Fiscal eletrônica (NF-e), bem 
como informações obtidas da arrecadação, cadastro e autuação de 
contribuintes, no âmbito interno da base de dados Sefaz/BA, bem 
como dados externos, obtidos, por exemplo, de operadoras de cartões 
de crédito.
No Estado de São Paulo, por outro lado, o uso das informações fiscais 
e o seu cruzamento têm sido mais tímidos, normalmente ocorrendo 
autuações fiscais pela falta de escrituração de livros fiscais (ou seja, 
a tradicional EFD “entregue em branco”, ainda que parcialmente). 
Problemas no preenchimento dos documentos fiscais que, por vezes, 
implicam sua inidoneidade para fins fiscais; ou, ainda, cruzamento de 
informações com objetivo de se verificar a consistência entre obrigações 
acessórias de apuração do tributo e aquelas de constituição do crédito 
tributário (por exemplo: “NF-e” x “EFD ICMS IPI” x “GIA”).
É importante que se tenha em mente que os Estados possuem um 
dos documentos mais interessantes para utilizar como instrumento 
de verificação da consistência das informações fiscais fornecidas 
pelos contribuintes: a Nota Fiscal eletrônica (NF-e). E por quê? 
Simples: é uma obrigação acessória já consolidada, muito próxima 
da operação tributável, emitida antes da ocorrência do fato gerador, 
33
cuja possibilidade de cancelamento é bastante limitada em termos 
temporais (em regra, dentro de 24 horas) e todas as demais 
alterações são registradas em documentos próprios. Além disso, 
há obrigação de seus documentos auxiliares, que referenciam seu 
conteúdo, transitarem fisicamente nas etapas das operações às quais 
se referem e que hoje podem ser recusadas pelo parceiro comercial 
(pela “Manifestação do Destinatário”), caso não reflitam a operação 
fiscal. Daí a importância de manter um acompanhamento de perto das 
alterações e novas exigências de seu leiaute.
Podemos citar, exemplificativamente, a exigência de informações 
acerca da forma de pagamento. Numa análise superficial, não parece 
decorrer grandes consequências, senão precisar com maior nível de 
detalhe a operação tributável na exata dimensão de sua ocorrência. 
No entanto, a informação de que uma determinada operação foi 
paga mediante cartão de crédito pode apresentar consequências 
interessantes: (i) possibilidade de a Sefaz conferir com os valores 
informados na Decred; (ii) verificação de extratos bancários para 
fins de aferição de efetivo pagamento, em exame de boa-fé do 
contribuinte, nos casos de operações com documentos inidôneos ou 
de recebimentos/remessas desacompanhados de documento fiscal 
hábil; (iii) troca de informações com a RFB, que poderia utilizar tal 
informação para verificar se a receita das administradoras de cartão 
estão sendo tributadas pelo PIS e pela Cofins adequadamente, etc.
Também pela somatória dos valores das operações consignadas na 
NF-e/NFC-e (soma do faturamento), é possível verificar se a receita 
bruta do contribuinte foi adequadamente declarada na ECD (Bloco I 
– “Saldos e movimentações de contas de receitas”) e na ECF (Bloco 
N – “Total do faturamento”/Bloco P – “Total do faturamento”). Além de 
casos em que foi realizado cotejo entre a ECF e os Registro de Saídas 
no Bloco C e de Apuração do ICMS (E110/E210/E310) na EFD ICMS/
IPI.
Assim, há, também em relação às administrações tributárias 
estaduais, um espaço ainda bastante amplo para uma intensificação 
do uso da tecnologia no auxílio de fiscalizações, o que vai demandar 
maior preparação dos contribuintes quantomais intenso for o uso da 
informatização fiscal pelas administrações tributárias estaduais a que 
se submetem.
III. Perspectivas de cruzamentos de informações no âmbito 
municipal
Se as realidades das administrações fiscais estaduais são por vezes 
radicalmente distintas, menor uniformidade se constatará em relação 
ao uso e cruzamentos de informações fiscais no âmbito dos quase 
5.600 municípios hoje existentes no Brasil.
Isso não significa que não haja interessante espaço para cogitar o uso 
da informatização fiscal no aprimoramento da fiscalização tributária. 
Pelo contrário, em razão de muitos municípios adotarem sistemas 
informatizados próprios e ainda não haver uma nota fiscal de serviços 
eletrônica de abrangência nacional, muitas vezes, as informações 
detidas por municípios não são disponibilizadas para outros entes 
tributantes.
34
A introdução do Bloco B – “Escrituração e Apuração do ISS” no âmbito 
do Sped – embora circunscrita apenas ao Distrito Federal em 2019 – 
nos dá um pequeno vislumbre da interação e da troca de informações 
fiscais que seria possível com a eventual inserção de informações 
referentes ao ISS no Sped. Podemos pensar, exemplificativamente, 
no uso do Registro B470 - Apuração do ISS para obter as informações 
sobre a receita operacional do contribuinte (Campo 8: Valor total da 
base de cálculo do ISS) e compará-las com a receita indicada na 
apuração do lucro presumido (Registros P300/P500 da ECF) ou com 
a receita indicada para apuração do PIS e da Cofins, especialmente 
no regime cumulativo (Bloco M da EFD-Contribuições), ou apuração 
da CPRB (Bloco P da EFD-Contribuições). Ou ainda, para além da 
utilização das informações para fins estritamente fiscais, no uso de 
informações do Registro B510 – “Uniprofissional - empregados e 
sócios” para verificar os profissionais habilitados e não habilitados a 
exercer a atividade fim da sociedade, sócios ou não, e a consistência 
dessas informações com aquelas que constam no eSocial ou no 
Registro Y600 – “Identificação e Remuneração de Sócios, Titulares, 
Dirigentes e Conselheiros” da ECF.
Ainda que esse cenário de integração ainda não tenha sido 
alcançado, hoje, algumas municipalidades se valem de cruzamentos 
de informações fiscais para fundamentar autuações. No Conselho 
Municipal de Tributos de São Paulo, por exemplo, algumas situações 
interessantes que certamente apontam pontos de atenção em 
relação aos quais o contribuinte deverá se preparar: (i) utilização de 
valores declarados como receita na ECF (ou na antiga DIPJ) sendo 
utilizados para gerar uma presunção de omissão de receita tributável 
pelo ISS (invertendo o ônus da prova ao contribuinte, que deverá 
demonstrar a regular emissão de NFSe e recolhimento do imposto); 
(ii) a consideração da classificação das receitas na ECF (ex.: Receita 
de Prestação de Serviços - Mercado Externo) como indício para a 
configuração ou não de uma exportação de serviço, isento do ISS por 
força da Lei Complementar nº 116/03; (iii) o uso de informações da 
RAIS (futuramente, no eSocial) para verificar se o local indicado como 
estabelecimento prestador do serviço possui capacidade operacional 
e funcionários qualificados para a sua prestação.
O que se verifica, portanto, é que o município de São Paulo, ainda que 
sem contar com uma integração eficiente com o sistema Sped, tem 
utilizado de forma bastante inteligente a troca de informações entre 
administrações tributárias e das informações de seu próprio sistema 
para otimizar os trabalhos de fiscalização. Trata-se de uma tendência 
que, espera-se, seja adotada por outras municipalidades, tão logo 
se perceba o potencial que o uso adequado da informatização fiscal 
possui.
35
AULA VIRTUAL 8
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36
REFERÊNCIAS
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neiro: Forense, 2010.
MUSGRAVE, Richard. Fiscal systems. New Haven; London: Yale 
University Press, 1969.
SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 5ª ed. São Paulo: Sa-
raiva, 2015.
ZOCKUN, Maurício. Regime jurídico da obrigação tributária aces-
sória. São Paulo: Malheiros, 2005.
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