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PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Unidade II

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Unidade II
5 LUCRO ARBITRADO
O regime de apuração ou adoção do Lucro Arbitrado não é necessariamente uma faculdade 
do contribuinte, exceto quando ocorre o extravio dos documentos nos casos de força maior. Conforme 
definido na Lei Civil e devidamente comprovados e quando a receita bruta for de conhecimento 
do contribuinte. 
A legislação fiscal determina a adoção do lucro arbitrado quando o contribuinte não cumprir com 
as suas obrigações tributárias acessórias tornando impossível apurar-se o lucro com base no lucro 
presumido ou no lucro real.
As hipóteses de arbitramento estão descritas no artigo 530 do RIR/99 (escrituração incompleta, não 
apresentação de livros comerciais e fiscais, não apresentação do Livro Contábil Razão, dentre outras).
Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano-calendário, 
será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei 
nº 8.981, de 1995, art. 47, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º):
I - o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver 
escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as 
demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal;
II - a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes 
indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem 
imprestável para:
a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou
b) determinar o lucro real;
III - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e 
documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese 
do parágrafo único do art. 527;
IV - o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no 
lucro presumido;
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V - o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de 
escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do 
comitente residente ou domiciliado no exterior (art. 398);
VI - o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas 
contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e 
totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário 
(BRASIL, 1999).
A aplicação do Lucro Arbitrado acontece quando a receita bruta é conhecida. Assim, os percentuais 
aplicáveis são os seguintes:
Quadro 1
Atividades %
a) Comerciais e industriais em geral; Atividades de loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e 
venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda, atividade rural, atividade gráfica quando 
atuar nas áreas comercial e industrial e industrialização por encomenda em que a matéria-prima, o 
produto intermediário e o material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a 
industrialização em geral (RIR/1999, art. 532)
9,6%
b) Serviços hospitalares e transportes de cargas 9,6%
c) Demais serviços de transporte 19,2%
d) Prestação de serviços, cuja receita remunere essencialmente o exercício pessoal por parte dos sócios, 
de profissões que dependam da habilitação legalmente exigida 38,4%
e) Intermediação de negócio, administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de 
qualquer natureza 38,4%
f) Construção por administração ou empreitada unicamente de obra (sem o emprego de materiais) 38,4 %
g) Prestação cumulativa e continua de serviços de assessoria creditícia e mercadológica, gestão de 
crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios 
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviço – factoring
38,4%
h) Prestação de serviços em geral, inclusive atividade gráfica nas hipóteses de prestação de serviços 
com ou sem fornecimento do material, exceto os citados nas letras ¨b¨e ¨c”
i) Bancos comerciais, Bancos de Investimentos, Bancos de Desenvolvimento, Caixas Econômicas, 
Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento, Sociedade de Crédito Imobiliário, Sociedades 
Corretoras de Títulos, Valores Mobiliários e Câmbio, Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, 
Empresas de Arredamento Mercantil, Cooperativas de Crédito, Empresas de Seguros Privados e 
Capitalização e Entidades de Previdência Privada Aberta e Instituições Financeiras e Assemelhadas
38,4%
j) Revenda para Consumo de Combustível derivado de Petróleo, Álcool Etílico Carburante e Gás Natural 1,92%
As pessoas jurídicas que se dedicarem à venda de imóveis (construídos ou adquiridos para 
revenda), ao loteamento de terrenos e incorporação de prédios em condomínio, poderão deduzir 
da receita bruta trimestral ou anual o custo do imóvel devidamente comprovado, para fins de 
determinação do lucro arbitrado. O lucro arbitrado será tributado proporcionalmente a receita 
recebida.
Por outro lado, quando a receita bruta não for conhecida, a base de cálculo do IRPJ será 
determinada de ofício pela autoridade fiscal, mediante a utilização de uma das seguintes 
alternativas, nos termos do art. 535 do RIR/99:
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Quadro 2
Bases Alternativas Coeficiente
a) Lucro real referente ao último período em que a pessoa jurídica manteve 
escrituração de acordo com as leis comerciais e fiscais 1,5
b) Valor mensal do aluguel 0,9
c) Soma dos valores devidos no mês a empregados (critério a ser utilizado, de 
preferência, em caso de prestação de serviços 0,8
d) Soma dos valores das compras de mercadorias efetuadas em cada mês 
(critério a ser utilizado, de preferência, em caso de atividade comercial 0,04
e) Soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos empregados 
e das compras de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de 
embalagem (em caso de indústria)
0,4
f) Valor do capital, inclusive correção monetária contabilizada como reserva de 
capital, constante do último balanço patrimonial conhecido ou registrado nos 
atos de constituição ou alteração da sociedade
0,07
g) Valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial conhecido 0,05
h) Soma dos valores do ativo circulante, realizável a longo prazo e 
permanente (atualmente ativo não circulante) existentes no último balanço 
patrimonial conhecido
0,04
Deverão ainda ser adicionadas ao resultado da aplicação dos percentuais acima (receita bruta 
conhecida ou não conhecida) parcelas, como:
• ganhos de capital, demais receitas e os resultados positivos decorrentes das receitas não 
compreendidas nos itens anteriores;
• rendimento e ganhos líquidos de aplicações financeiras;
• valores controlados na parte B do Lalur, que deveriam ter sido adicionados ao lucro real e cuja 
tributação tenha sido diferida;
• juros sobre o capital próprio;
• valores recuperados, correspondentes custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de 
créditos, salvo se a pessoa jurídica comprovar não o ter deduzido em período anterior submetido 
aos regimes de apuração do lucro real, presumido ou arbitrado.
5.1 Contribuição Social 
5.1.1 Receita bruta conhecida
A base de cálculo da contribuição social corresponderá a 12% para mercadorias ou 32% para 
serviços, aplicando-se os mesmos percentuais. Serão ainda acrescidos ganhos e capital, rendimentos 
e ganhos líquidos de aplicações financeiras e demais resultados positivos de atividades acessórias e 
outros valores.
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5.1.2 Receita bruta não conhecida
O lucro arbitrado para receita bruta não conhecida será determinado pela aplicação dos coeficientes 
descritos no quadro 2. Serão ainda acrescidos ganhos e capital, rendimentos e ganhos líquidos de 
aplicações financeiras e demais resultados positivos de atividades acessórias e outros valores.
Alíquota da contribuição social sobre o Lucro Líquido
A alíquota da CSLL é de 9%, exceto para instituições financeiras e assemelhadas, que são tributadas 
à alíquota de 15%.
5.1.3 Exemplo de receita conhecida
A seguir, um exemplo do cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Arbitrado.
Tabela 13 – Dados trimestrais
Receita Bruta R$
Vendade Mercadorias 500.000,00
Receitas de Serviços 50.000,00
Ganhos de Capital 10.000,00
Tabela 14 – Cálculo do Lucro Arbitrado
Receitas Brutas R$
Venda de Mercadorias: R$ 500.000,00 x 9,6% 48.000,00
Receitas de Serviços: R$ 50.000,00 x 38,4 19.200,00
Ganho de Capital 10.000,00
Total 77.200,00
Cálculo do IR e Adicional
R$ 77.200,00 x 15% = 11.580,00
Adicional de 10% (77.200,00 (-) 60.000,00= 17.200 1.720,00
Imposto e Adicional Devidos 13.300,00
Tabela 15 – Cálculo da contribuição social
Receitas Brutas R$
Venda de Mercadorias: R$ 500.000,00 x 12% 60.000,00
Receitas de Serviços: R$ 50.000,00 x 32% 16;000,00
Ganho de Capital 10.000,00
Total 86.000,00
Cálculo da CSLL
R$ 86.000,00 x 9% = 7.740,00
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6 LUCRO PRESUMIDO
O lucro presumido, como o próprio nome diz, é a tributação sobre a presunção de um lucro. É uma 
modalidade optativa que apura o lucro e, consequentemente, o Imposto de Renda das pessoas jurídicas 
que, observando determinados limites e condições, dispensam a escrituração contábil, exceto a do livro 
de registro de inventário e do livro-caixa, que está baseada em valores globais da receita para presumir 
o lucro a ser tributado.
O lucro presumido é a forma de tributação simplificada do Imposto de Renda e da CSLL.
6.1 A tributação pelo lucro presumido
A regulamentação de tributação pelo lucro presumido é encontrada nos artigos 516 a 528 do 
Regulamento do Imposto de Renda, no Decreto nº 3.000/99.
O art.13 da Lei nº 9.718/98 recebeu nova redação dada pelo art. 7 da Lei nº 12814/2013, passando a 
dispor que:
a pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha 
sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou 
a R$ 6.500.000,00 multiplicado pelo número de meses de atividades do ano 
anterior quando inferior a 12 meses, poderá optar pelo regime de tributação 
com base no lucro presumido. 
A opção pelo lucro presumido só poderá ser feita pela pessoa jurídica que não se enquadrar em 
nenhum dos impedimentos enumerados no art. 14 da Lei nº 9.718/98.
6.2 Opção pelo regime de lucro presumido
Não são todas as pessoas jurídicas que podem optar por essa modalidade, a opção pelo lucro 
presumido poderá ser feita pelas seguintes pessoa jurídicas:
a) cuja receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões 
de reais), no ano calendário anterior, ou a R$6.500.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicados 
pelo número de meses em atividade no ano calendário anterior (Lei nº 12814, art. 7, de 2013);
b) que não esteja obrigada à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua 
constituição societária ou natureza jurídica.
6.3 Empresas vedadas da opção do lucro presumido
Segundo a legislação brasileira, não são todas as empresas que podem optar pelo regime de tributação 
com base no lucro presumido. Existem regras, limitações e impedimento.
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A Lei nº 12814/2013 estabelece que não poderá optar pelo lucro presumido a pessoa jurídica que 
tenha auferido, no ano-calendário anterior, receita superior ao limite de R$ 78.000.000,00 ou, no caso 
de período inferior a 12 meses, a proporcionalidade.
Também estão impedidas de optar pelo lucro presumido as empresas que tenham obtido lucros 
oriundos do exterior, que usufruam de benefícios fiscais autorizados pela legislação, ou empresas que 
explorem atividades de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito etc., de forma cumulativa 
e contínua.
O art. 4º da Lei nº 9.964/00 estabelece que as pessoas jurídicas de que tratam os incisos I, III, IV e V 
do art. 14 da Lei nº 9.718/98 poderão optar, durante o período em que estiverem submetidas aos Refis, 
pelo regime de tributação com base no lucro presumido. Isso significa que, enquanto estiver pagando o 
parcelamento de tributos com o programa do Refis, a pessoa jurídica poderá optar pelo lucro presumido, 
ainda que (HIGUCHI et al., 2005):
I – a receita total do ano-calendário anterior tenha sido superior a R$ 
78.000.000,00;
II – tenha lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
III – usufrua de benefício fiscal de isenção ou redução de imposto sobre 
o lucro;
IV – no decorrer do ano-calendário, tenha efetuado pagamento mensal pelo 
regime de estimativa.
6.4 Limite de receita
A pessoa jurídica que, a partir 01/01/2014 auferiu receita total de até R$ 78.000.000,00 poderá optar 
pela tributação com base no lucro presumido no período-base de 2013, desde que não se enquadre em 
qualquer uma das outras vedações.
O limite de R$ 78.000.000,00 refere-se à receita total do ano-calendário anterior. A Receita Federal 
tem esclarecido em seus manuais de orientação que integram a receita total:
a) A receita bruta auferida na atividade objeto da pessoa jurídica (venda de mercadorias ou produtos 
ou da prestação de serviços).
b) As receitas de qualquer outra fonte não relacionadas diretamente com os objetivos sociais da 
pessoa jurídica.
c) Os ganhos de capital.
d) Os ganhos líquidos obtidos em operações de renda variável.
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e) Os rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa.
f) Os rendimentos decorrentes de participações societárias (HIGUCHI, 2005, p. 40).
6.5 Período de apuração
O imposto de renda com base no lucro presumido é determinado por períodos de apuração trimestrais, 
encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário (Lei 
nº 9.430, de 1996, arts. 1 e 25; RIR/1999, art. 516, § 5º).
6.6 Momento da opção
O § 1. do art. 13 da Lei nº 9.718/98 dispõe que a opção pela tributação com base no lucro 
presumido será definitiva em relação a todo o ano-calendário. Com isso, está revogada a 
faculdade prevista no art. 26, § 3o., da Lei nº 9.430/96, para mudar a opção de lucro presumido 
para lucro real trimestral ou anual, no curso do ano-calendário ou por ocasião da entrega da 
declaração de informações.
O § 1. do art. 26 da Lei nº 9.430/96, dispõe que a opção pela tributação com base no lucro presumido 
se manifestará com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao 
primeiro período de apuração de cada ano-calendário (art. 516 § 4. do RIR/99).
A Lei elegeu o momento da opção do lucro presumido no ato do pagamento da primeira ou 
única quota do Imposto de Renda. A data do pagamento de outros tributos ou contribuições não 
é o momento da opção. Para as empresas já existentes, o momento da opção poderá ser o último 
dia útil de abril.
Apesar do momento da opção ser o pagamento do Imposto de Renda, as empresas devem recolher 
o PIS e a Cofins no mês de fevereiro sobre os fatos gerados de janeiro com os códigos do regime de 
tributação do Imposto de Renda a ser escolhido. Essa preocupação não existia antes da instituição do 
regime não cumulativo de PIS e Cofins, porque os códigos dessas contribuições eram os mesmos tanto 
para lucro presumido quanto para lucro real.
6.7 Redarf para mudança de forma de tributação
Segundo Higuchi (2005):
A legislação em vigor não permite mudar a forma de tributação de lucro 
presumido para lucro real ou desta para aquela forma. A Opção exercida no 
primeiro pagamento do imposto de renda ou da CSLL em cada período de 
apuração é definitiva. Inúmeras empresas procuram fazer o REDARF, isto é, 
a retificação do código do pagamento de tributo para viabilizar a mudança 
de forma da tributação (HIGUCHI, 2005, p. 41).
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6.8 Regime de reconhecimento de receitas
De acordo com Higuchi (2005):
O § 2O. do art. 36 da IN nº 93 de 24/12/97, dispunha que o lucro presumido 
será determinado pelo regime de competência. O art. 37 daquela instituição 
excetuava da regra os rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa 
e os ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda variável que eram 
acrescidos à base de cálculo do lucro presumido por ocasião da alienação, 
resgate ou cessão do título ou aplicação.
A IN nº 104,24/08/98 veio permitira adoção do critério de reconhecer 
as receitas das vendas de bens e serviços ou da prestação de serviços, 
com pagamento a prazo ou em parcelas, na medida dos recebimentos 
ou seja, regime de caixa, para as pessoas jurídicas optantes pela 
tributação com base no lucro presumido. Com isso, a empresa, ao 
vender uma mercadoria para recebimento em dez prestações mensais, 
determinará a base de cálculo para pagamento do imposto de renda, 
da CSL, da contribuição ao PIS/PASEP e da COFINS, só com a receita 
efetivamente recebida no trimestre. Esse regime é aplicável também 
para as empresas enquadradas no simples para pagamento mensal 
do tributo.
A apuração dos tributos pelo regime de caixa que é facultativa poderá ser 
adotada tanto pelas pessoas jurídicas que mantém só o livro caixa como 
pelas quem mantém a escrituração contábil. As empresas que mantêm só o 
livro caixa deverão observar o seguinte:
• emitir a nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da 
conclusão do serviço;
• indicar, no livro Caixa, em registro individual, a nota fiscal a que 
corresponder cada recebimento.
As pessoas jurídicas que mantiveram escrituração contábil deverão controlar 
os recebimentos de suas receitas em conta específica, na qual, em cada 
lançamento, será indicada a nota fiscal a que corresponder o recebimento.
As pessoas jurídicas submetidas as regime de tributação com base no 
lucro presumido somente poderão adotar o regime de caixa, para fins de 
incidência da contribuição para PIS/PASEP e da COFINS, na hipótese de 
adotar o mesmo critério em relação ao pessoas jurídicas e da CSLL (art. 20 
da MP nº 2.158-35/01).
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A IN nº 345 de 28/07/03 disciplinou os ajustes a serem efetuadas na 
mudança do regime de reconhecimento de receitas, de caixa para 
competência, por opção ou obrigatoriedade (HIGUCHI, 2005, p. 41-42).
6.9 A determinação do lucro presumido
Segundo Higuchi:
A base de cálculo do imposto de renda das empresas tributadas pelo 
lucro presumido, em cada trimestre, será determinada mediante 
aplicação de percentuais fixados no art. 15 da Lei nº 9.249/95, de acordo 
com atividade da pessoa jurídica, sobre a receita bruta auferida no 
trimestre, sendo o resultado acrescido de outras receitas, rendimentos 
e ganhos de capital na forma do art., 25 da Lei nº 9.430/96. Com isso 
os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras 
de renda fixa e de renda variável também compõem a base de cálculo 
do imposto de renda trimestral. O imposto retido na fonte ou pago 
separadamente é considerado como antecipação do devido no trimestre 
(HIGUCHI, 2005, p. 42).
Desta forma, de acordo com a Receita Federal, para determinação da base de cálculo do 
imposto e adicional no regime do lucro presumido observar-se-á o montante determinado pela 
soma das parcelas resultantes da aplicação de percentuais de presunção, variáveis conforme a 
atividade operacional que a empresa exerce, percentuais estes aplicados sobre a receita bruta 
auferida nos trimestres encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de 
dezembro de cada ano-calendário.
Aos resultados obtidos da aplicação dos percentuais de presunção, deverão ser acrescidos os ganhos 
de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras tanto de renda fixa 
quanto variáveis, variações monetárias ativas, receitas de locação de imóveis quando não for o objetivo 
social da empresa; os ganhos obtidos em contratos de mútuo entre as pessoas jurídicas coligadas, 
controladas, controladoras ou interligadas.
A Lei nº 9.430, de 1996, art. 54 estabelece que a pessoa jurídica que, até o ano-calendário 
anterior, tenha sido tributada com base no lucro real, deverá adicionar à base de cálculo do Imposto 
de Renda, referente ao primeiro período de apuração no qual houver optado pela tributação com 
base no lucro presumido ou for tributada com base no lucro arbitrado, os saldos dos valores que 
tenham tido a tributação diferidos, cujos controles foram escriturados na parte B do Lalur (Lei nº 
9.430, de 1996, art. 54).
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PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
 Saiba mais
Nos links a seguir, do site da Receita Federal, você encontrará a 
legislação completa do regime de lucro presumido. Neles, poderão ser 
buscadas as respostas para diversas perguntas relacionadas ao regime de 
lucro presumido:
<http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2000/
orientacoes/lucropresumido.htm>.
<http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2001/PergResp 
2001/pr518a553.htm>.
6.10 Receitas financeiras no lucro presumido
A emenda da Solução de Consulta nº 239 da 9. RF (DOU de 04/08/06) diz que os rendimentos e ganhos 
líquidos decorrentes de aplicações financeiras serão acrescidos ao lucro real pelo regime de competência. Por 
outro lado, para as pessoas jurídicas que optarem pelo lucro presumido ou arbitrado, esses rendimentos serão 
acrescidos à base de cálculo quando da alienação, resgate ou cessão do título ou aplicação.
Os rendimentos de aplicações financeiras em fundos de investimentos passaram a ser tributados na 
fonte semestralmente pela Lei nº 11.033, de 2004. A decisão em consulta, com base no art. 37 da IN nº 
93, de 24/12/97, diz que as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido ou arbitrado acrescerão os 
rendimentos de aplicações financeiras à base de cálculo do IRPJ quando da alienação, resgate ou cessão 
do título ou aplicação.
6.11 Receitas e rendimentos não tributáveis pelo lucro presumido
Consideram-se não tributáveis as receitas e rendimentos relacionados a seguir1:
• recuperações de créditos que não representem ingressos de novas receitas, e cujas 
perdas não tenham sido deduzidas na apuração do lucro real em períodos anteriores;
• a reversão de saldo de provisões anteriormente constituídas, desde que o valor 
provisionado não tenha sido deduzido na apuração do lucro real dos períodos anteriores, 
ou que se refiram ao período no qual a pessoa jurídica tenha se submetido ao regime de 
tributação com base no lucro presumido ou arbitrado (Lei n° 9.430/96, art. 53);
• os lucros e dividendos recebidos decorrentes de participações societárias, caso se 
refiram a períodos em que eles sejam isentos de Imposto de Renda.
1 Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/1999/Inf_Gerais/Receitas_e_Rendimentos 
_nao_Tributaveis.htm>. Acesso em: 9 jan. 2012.
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6.12 Base de cálculo para apuração do Imposto de Renda sobre o lucro presumido
Para que se consiga a base de cálculo do Imposto de Renda sobre o lucro presumido, necessita-se 
aplicar na receita bruta percentuais de presunção. Eles encontram-se citados conforme o art. 223 
do RIR/99.
Esses percentuais de presunção constantes são divididos de acordo com a atividade, segundo 
orientações da Receita Federal, e deverão ser aplicados à receita bruta mensal obtida com cada atividade, 
a saber:
• À receita bruta obtida na atividade de revenda para consumo de combustíveis, será aplicado o 
percentual de presunção de 1,6%.
• Sobre a receita bruta mensal obtida com a venda de produtos de fabricação própria, revenda de 
mercadorias em geral, o percentual de presunção é de 8%.
• Para a receita bruta mensal obtida com a prestação de serviços de transportes, excetuando os de 
cargas, o percentual a ser aplicado será de 16%.
• Para a receita brutal mensal proveniente de serviços em geral, o percentual é de 32%.
No caso de uma pessoa jurídica que tenha atividades diversificadas, será aplicado o percentual 
correspondente sobre cada receita obtida em cada atividade. Exemplo: uma empresa obteve receita 
bruta mensal com a venda de seus produtos no valor de R$ 186.000,00 e, como prestação de serviços 
de manutenção, R$ 43.500,00. A base de cálculo deverá ser calculada:
Receita das vendas de produtos R$ 186.000,00 x 8% = R$ 14.880,00
Receita dos serviços R$ 43.500,00 x 32% = R$ 13.920,00
Base de cálculo R$ 28.800,00
Portanto, neste caso, a base de cálculo apurada é de R$ 28.800,00.
As pessoasjurídicas cujo objetivo social seja a prestação de serviços, desde que não 
desenvolvam a atividade de serviços hospitalares, e as prestadoras de serviços de profissões 
regulamentadas que tenham auferido a receita bruta anual inferior a R$ 120.000,00 deverá 
adotar o percentual de 16% para apuração do lucro presumido. Assim determina o artigo 519 do 
RIR/99 §4º (BRASIL, 1999).
Os §§ 6º. e 7º. do art. 519 do RIR /99 estabelece que a pessoa jurídica que utilizar o percentual reduzido 
para determinação do lucro presumido e em determinado mês do ano-calendário tenha o limite de R$ 
120.000,00 excedido, estará sujeita ao recolhimento da diferença do imposto, para cada mês, até o 
último dia útil do mês subsequente àquele em que o excesso foi ocorrido. Para esse recolhimento não 
haverá acréscimo.
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Porém, o exercício das profissões que são legalmente regulamentadas, independentemente de terem 
auferido receita bruta anual até R$ 120.000.00 não poderá se beneficiar da alíquota reduzida de 16%, 
devendo utilizar a alíquota de 32% para determinação do lucro presumido, determinação que consta 
do ADN Cosit nº 22, de 20002.
6.13 Alíquota do Imposto de Renda e adicional a que estão sujeitas as pessoas 
jurídicas que optarem pelo lucro presumido
A alíquota a ser aplicada sobre a base de cálculo para apuração do Imposto de Renda é 15%.
Sobre a parcela do lucro presumido que ultrapassar o valor de R$ 60.000,00 em cada trimestre, 
incidirá o adicional do Imposto de Renda, que será calculado mediante a aplicação do percentual de 
10% somente sobre a parcela que exceder os R$ 60.000,00, sendo que o valor do adicional deverá ser 
recolhido integralmente, sem qualquer dedução.
Para os casos em que o período de apuração seja inferior a três meses, deverá ser 
considerado para fins de adicional do Imposto de Renda o valor de R$ 20.000,00 para cada 
mês, multiplicando-se pelo número de meses do período. Normalmente ocorre no início das 
atividades das empresas.
6.14 Alíquotas de contribuição social sobre o lucro presumido
9 % de contribuição social sobre o lucro presumido trimestral.
6.15 Exemplo de cálculo dos impostos
Dados relativos ao trimestre
Receita bruta – revenda de mercadoria ................................. R$ 3.000.000,00
Prestação de serviço em geral .........................................................R$ 600.000,00
Total ........................................................................................................ R$ 3.600.000,00
Outras receitas ...........................................................................................R$ 70.000,00
Total .........................................................................................................R$ 3.670.000,00
6.15.1 Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
Vendas de mercadorias (12%) sobre R$ 3.000.000,00 ...........R$ 360.000,00
Serviços (32%) sobre R$ 600.000,00 ............................................R$ 192.000,00
Outras receitas ...........................................................................................R$ 70.000,00
Base de cálculo .......................................................................................R$ 622.000,00
Contribuição devida de 9% sobre R$ 622.000,00 ......................R$ 55.980,00
2 Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/atosant2001/2000/COSIT/ADNCosit022.htm>. 
Acesso em: 9 jan. 2012.
74
Unidade II
6.15.2 Cálculo do Imposto de Renda sobre o lucro presumido
Vendas de mercadorias (8%) sobre R$ 3.000.000,00 ............R$ 240.000,00
Serviços (32%) sobre R$ 600.000,00 ...........................................R$ 192.000,00
Outras receitas ..........................................................................................R$ 70.000,00
Base de cálculo ...................................................................................... R$ 502.000,00
Calculo do imposto devido:
15% sobre R$ 502.000,00 ...................................................................R$ 75.300,00
Adicional de 10% que ultrapassar R$ 60.000,00 no trimestre:
10% sobre (502.000,00 – 60.000,00) = 442.000,00 ..................R$ 44.200,00
Total do Imposto de Renda devido ................................................R$ 119.500,00
6.15.3 Cálculo do PIS e Cofins no lucro presumido
Há ainda a incidência do PIS e da Cofins sobre o faturamento ou a receita bruta apurada no trimestre:
PIS de 0,65% sobre R$ 3.600.000,00 ..............................................R$ 23.400,00
Cofins de 3% sobre R$ 3.600.000,00 ........................................... R$ 108.000,00
6.16 Necessidade de escrituração contábil
A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido deverá manter a manter escrituração 
contábil nos termos da legislação comercial, sendo que, para efeitos fiscais, é dispensável a escrituração 
quando a pessoa jurídica mantiver Livro Caixa, em que a escrituração contempla toda a movimentação 
financeira, inclusive bancária, devendo manter inclusive:
• Livro Registro de Inventário, onde deverão estar registrados os estoques existentes no término do 
ano-calendário abrangido pela tributação simplificada.
• Demais livros de escrituração obrigatória, conforme determinados pela legislação específica, 
bem como todos os documentos e demais memórias de cálculos e papéis que servirem de 
base para a escrituração fiscal e comercial (Decreto-Lei nº 486, de 1969, art. 4.). Deverá ser 
mantido enquanto o prazo decadencial não estiver decorrido e prescritas quaisquer ações 
que sejam pertinentes.
• Deverão manter o Lalur (Livro de Apuração do Lucro Real) as pessoas jurídicas que tiverem lucros 
diferidos de períodos anteriores, conforme IN SRF nº 93, de 1997, art. 36, inciso V, §§ 7º. e 8º., 
o saldo de lucro inflacionário a ser tributado especificamente no caso de ser optante pelo lucro 
presumido no ano-calendário 1996 e/ou prejuízos a compensar.
75
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
• Conforme determinado no art. 1º. da MP nº 2.221/2001, no caso de incorporação submetida ao 
regime de afetação, o incorporador estará incumbido de manter a escrituração contábil completa, 
mesmo que seja optante pela tributação com base no lucro presumido.
6.17 Distribuição de lucros aos sócios
De acordo com a legislação (Lei nº 9.2493, de 1995, art. 10; ADN Cosit nº 4, de 1996; e IN SRF nº 
11, de 1996, art. 51), a pessoa jurídica optante pelo lucro presumido, poderá distribuir lucros aos seus 
titulares, sócios ou acionistas sem incidência do Imposto de Renda, portanto, não haverá a retenção na 
fonte do imposto. O valor a ser distribuído é o correspondente ao lucro presumido, diminuído de todos 
os impostos e contribuições a que a pessoa jurídica estiver sujeita, inclusive do adicional do IR, CSLL, 
Cofins, PIS e Pasep.
A pessoa jurídica poderá distribuir, sem a incidência do Imposto de Renda, valores 
superiores ao lucro presumido, até o limite do lucro contábil, desde que seja demonstrado 
por meio de escrituração contábil, conforme as leis comerciais vigentes, que o lucro contábil 
supera o lucro presumido.
No caso de haver distribuição de lucros de valor superior ao apurado contabilmente, deverá ser 
imputado à conta de lucros acumulados ou conta de reservas de lucros de exercícios anteriores. Neste 
caso, a distribuição deverá ser feita com a incidência do Imposto de Renda, com base na legislação 
vigente, correspondente aos respectivos períodos, com os acréscimos legais.
A IN SRF nº 934 de 1997, art. 48, § 4º, determina que, inexistindo lucros acumulados, reservas de 
lucros em montante suficiente, bem como lucros que não tenham sido apurados em balanço, a parcela 
que exceder será submetida à tributação e, no caso de o beneficiário ser pessoa física, deverá ser aplicada 
a tabela progressiva mensal.
6.18 Isenção de Imposto de Renda sobre lucros distribuídos pela pessoa jurídica
A mesma Instrução Normativa nº 93 determina que a isenção do imposto de renda abrange somente 
os lucrosdistribuídos, sendo que outros valores distribuídos a título de pró-labore, aluguéis e serviços 
prestados, por exemplo, serão tributados conforme a legislação que rege a matéria.
Sendo esses rendimentos distribuídos a pessoas físicas, deverão ser tributados com base na utilização 
da tabela progressiva e, no caso de pessoa jurídica, os rendimentos deverão ser considerados como 
receita operacional, sendo passíveis ou não de tributação, conforme o caso.
3 Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leis/ant2001/lei924995.htm>. Acesso em: 11 jan. 2012.
4 Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/ant2001/1997/insrf09397.htm>. Acesso em: 11 jan. 2012.
76
Unidade II
Tabela 16 – Exemplo de cálculo de distribuição de lucros
Valor da base de cálculo do IRPJ 50.000
(-) IRPJ devido no trimestre -7.500
(-) CSLL devida no trimestre -6.750
(-) PIS devido no trimestre -4.063
(-) Cofins devida no trimestre -18.750
 = Valor que deve ser distribuído aos sócios 12.937
6.19 Deduções do imposto de renda devido
A legislação tributária permite que a pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido possa deduzir do 
Imposto de Renda apurado no período o montante retido na fonte sobre a receitas que venham integrar a 
base de cálculo do imposto correspondente. Lembrando que o Imposto de Renda na fonte incidente sobre 
aplicações financeiras e sobre os juros de capital próprio passou a ser retido a título de antecipação.
Também baseado na legislação vigente (art. 10 da Lei nº 9.532/97), a partir de janeiro de 1998, as 
empresas jurídicas tributadas pelo lucro presumido não têm direito a qualquer dedução a título de 
incentivo fiscal do Imposto de Renda.
6.20 Tributação do PIS e da Cofins para empresas optantes pelo lucro presumido
Conforme as Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, que regem o assunto de tributação do PIS e da 
Cofins, as pessoas jurídicas optantes pela tributação sobre o lucro presumido ficam sujeitas ao regime 
cumulativo, cujas alíquotas são de 0,65% para o PIS e 3% para a Cofins.
 Observação
Nesse regime, são vedados os créditos decorrentes de custos, despesas 
e encargos vinculados às receitas.
Da base de cálculo das contribuições devidas na modalidade cumulativa serão excluídos, entre outros:
• O IPI nas empresas contribuintes do imposto.
• As vendas canceladas e os descontos concedidos incondicionalmente.
• O ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador de serviços na condição de 
substituto tributário.
• As reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representam 
ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do 
patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivando de investimentos avaliados pelo custo de 
aquisição, que tenham sido computados como receita.
77
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
• Receita decorrente da venda de ativo permanente (imobilizado).
• Receitas decorrentes dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da 
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, pelas empresas públicas e sociedades de 
economia mista.
• As receitas da exportação de mercadorias para o exterior.
• As receitas dos serviços prestados à pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, 
cujo pagamento represente ingresso de divisas.
• As receitas de fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em 
embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em 
moeda conversível.
• As receitas auferidas por estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação, 
modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas no Registro Especial Brasileiro.
• As receitas de fretes de mercadorias importadas entre o país e o exterior pelas embarcações 
registradas no Registro Especial Brasileiro.
• As receitas de vendas realizadas pelo produtor-vendedor às empresas comerciais exportadoras.
• As receitas de vendas, com o fim específico de exportação para o exterior, a empresas 
exportadoras, registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio.
 Resumo
Nesta unidade destacaram-se duas formas de tributação: o lucro 
arbitrado e o lucro presumido. 
O lucro arbitrado necessariamente não é uma opção livre do 
contribuinte, ou seja, somente é utilizado pela autoridade fiscal quando 
o contribuinte não é capaz de demonstrar a veracidade de seus lucros 
ou resultados mensais, trimestrais ou até mesmo anuais, e que decorrem 
do não cumprimento ou escrituração correta das obrigações fiscais e 
principais e acessórias. 
O contribuinte mostra uma escrituração incompleta em todos os sentidos, 
seja nos livros fiscais de entradas e saídas, seja no livro diário e razão, dificultando 
para a autoridade fiscal apurar efetivamente o lucro da empresa.
Dessa situação decorre que a autoridade fiscal, ao arbitrar o lucro, poderá 
ter como parâmetro duas situações previstas na legislação tributária.
78
Unidade II
A primeira é a Receita Bruta Conhecida. Neste caso, conforme o 
ramo de atividade, por exemplo, empresas comerciais e industriais, será 
aplicado sobre a receita bruta o percentual de 9,6% sobre a receita bruta, 
obtendo-se dessa maneira o valor do lucro arbitrado que servirá como base 
para aplicação dos percentuais de 15% de Imposto de Renda e o Adicional 
de 10% de Impostos de Renda quando o lucro arbitrado ultrapassar 
R$ 60.000,00 trimestralmente. Restará ainda a aplicação de 9% sobre o 
Lucro Arbitrado a título de CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. 
Importante dizer que os percentuais aplicáveis sobre a Receita Bruta 
variam conforme o tipo de atividade desenvolvida pela empresa, tais como 
serviços gerais, serviços de transportes, serviços hospitalares, construção 
civil, bancos comerciais e de investimentos e demais atividades, conforme 
demonstrado nesta unidade.
Ainda que o lucro arbitrado possa ter um caráter punitivo, é facultado ao 
contribuinte o autoarbitramento quando ocorre involuntariamente ou por 
força maior o extravio das documentações e dos livros fiscais, devidamente 
comprovado nos termos da Lei Civil e também quando a receita é conhecida.
A segunda situação é a Receita Bruta Não Conhecida. Nesta situação os 
percentuais de arbitramento recaem sobre outros parâmetros, por exemplo: 
• Lucro auferido no último período em que manteve escrituração 
de acordo com as leis comerciais e fiscais, cujo coeficiente 
aplicável é de 1,5.
• Valor do aluguel devido em cada mês, coeficiente de 0,9.
• Soma dos valores devidos em cada mês a empregados (critério 
utilizado, de preferência, em caso de prestação de serviços, 
coeficiente de 0,4).
Deixamos claro que existem outros coeficientes aplicáveis a uma série 
de outros parâmetros. 
O lucro presumido é uma modalidade optativa de tributação para as 
empresas cujo faturamento não tenha ultrapassado R$ 78.000.000,00 de 
Receita Total, no ano calendário anterior, ou R$ 6.500.000,00 multiplicado 
pelos meses em atividade, no ano calendário anterior. 
Existem impedimentos legais para adoção do Regime do Lucro 
Presumido, por exemplo, para empresas que tenham receitas oriundas do 
exterior ou que recebam benefícios fiscais previstos na legislação tributária. 
79
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Da mesma forma, se a empresa puder se enquadrar no Regime de Lucro 
Presumido pelo fato de sua receita total anual não ultrapassar R$ 78.000.000,00 
e quiser utilizar o Regime de Lucro Real, não há impedimentos. 
Uma empresa que fature em torno de R$ 48.000.000,00 anuais e 
queira adotar o Regime de Lucro Real pode fazê-lo. Neste sentido, é o 
planejamento tributário que deve ser levado em consideração, ou seja, 
escolher entre obter o valor do Lucro Presumido Trimestralmente com 
base nos percentuais aplicáveis sobre a sua Receita Bruta Total , de acordo 
com seu ramo de atividade e a tabela de percentuais estabelecidosde 
legislação tributária, ou adotar o Regime de Tributação pelo Lucro Real, 
cuja base de cálculo tem por origem os lucros contábeis apurados em 
balancetes trimestrais e ajustados conforme exigências da legislação 
tributária. Toda essa decisão dependerá do ramo de atividade da 
empresa cujos percentuais de presunção dos lucros aplicáveis sobre a 
receita bruta total variam entre 1,6% a 32%, e também da capacidade 
da empresa de prever o montante do seu lucro contábil trimestral, 
obtido através de seus balancetes em sua contabilidade e qual seria 
a menor base de cálculo para imposto de renda e contribuição social 
sobre o lucro, ou seja, o lucro contábil ou o lucro presumido. 
Importante também destacar que, na modalidade do Lucro Presumido, 
os impostos que incidem sobre o faturamento mensal, tais como o PIS e a 
Cofins, possuem percentuais menores, isto é, 0,65% para o PIS e 3% para a 
Cofins, enquanto no Lucro Real os percentuais são maiores, de 1,65% para 
o PIS e 7,6% para a Cofins.
De qualquer forma, a compilação ou o ordenamento de informações 
de natureza contábil e fiscal no lucro presumido são mais fáceis nos 
finais dos meses ou períodos, um menor grau de trabalho ou atividades, 
até porque a Receita Federal toma como base em suas fiscalizações 
principalmente os livros de saídas de vendas de bens e serviços 
para concluir se os impostos estão sendo calculados e recolhidos 
corretamente. Em outras palavras, ainda que não haja preocupação 
por parte da Receita Federal, a pré-existência de uma contabilidade 
organizada e de acordo com todos os preceitos previstos na Teoria 
Contábil não isenta a empresa de fazer a sua escrituração contábil 
diariamente nos seus respectivos livros diário e razão. No Lucro 
Presumido, que toma as receitas totais como base de cálculo, sempre a 
apuração será trimestral.
80
Unidade II
 Exercícios
Questão 1. (Enade 2009) Leia as afirmativas:
O prejuízo fiscal compensável é aquele apurado na demonstração do lucro real de determinado 
período e controlado na Parte B do Lucro de Apuração do Lucro Real (Lalur).
PORQUE
Existem dois tipos de prejuízos distintos: o contábil, apurado pela contabilidade na Demonstração de 
Resultado do Exercício (DRE), e o fiscal, apurado na demonstração do lucro real, por meio do Lalur. Em 
relação ao prejuízo contábil, sua absorção segue as determinações da legislação societária, enquanto 
as regras de compensação de prejuízos fiscais são determinadas pela legislação do Imposto de Renda.
Com base na leitura dessas frases, é correto afirmar que:
A) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
B) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
C) As duas afirmações são falsas.
D) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
E) As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das afirmativas
A primeira afirmação é verdadeira. 
Justificativa: o prejuízo contábil é apurado com base na DRE, conforme a legislação societária. Esse 
relatório parte das receitas brutas operacionais e não operacionais da empresa, deduzidos os custos, as 
despesas e os impostos no referido exercício social.
A segunda afirmação é verdadeira, mas não justifica a primeira.
Justificativa: existem determinados lançamentos em contas de despesas e de receitas, durante o 
exercício social da empresa, que não são considerados para efeito de apuração do resultado fiscal/
tributário, o que implica controle individualizado no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur).
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PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Questão 2. (ESAF 2009, adaptada) Sobre a Contribuição Social para o Lucro Líquido (CSLL), instituída 
pela Lei nº 7.689/88, julgue as afirmativas a seguir, classificando-as como verdadeiras (V) ou falsas (F). 
Em seguida, assinale a alternativa correta.
I – A sua base de cálculo é a mesma do Imposto de Renda das pessoas físicas, sendo que as deduções 
e compensações admissíveis para a apuração de um correspondem àquelas admitidas para fins de 
apuração da base de cálculo do outro.
II – A sua base de cálculo é o valor do resultado do exercício antes da provisão para o imposto 
de renda.
III – A CSLL poderá incidir sobre o resultado presumido ou arbitrado, quando tal seja o regime de 
apuração a que a pessoa jurídica se submete relativamente ao imposto de renda.
É correto apenas o que se destaca na(s) afirmativa(s):
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) Todas as afirmativas são corretas.
E) III.
Resolução desta questão na plataforma.

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