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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À ECONOMIA PROFESSOR: LEANDRO BIANCHINI DE CASTRO ALUNA GABRIELA MOREIRA LOPES TURMA A01 QUESTÕES SOBRE INFLAÇÃO 1. O que é inflação e quais seus efeitos nocivos para a economia e para a população? Inflação pode ser definida como “o aumento geral, sistemático e contínuo dos preços que, juntamente com a diminuição do poder aquisitivo da população, provoca uma enorme desvalorização do dinheiro”. A inflação pode causar sérios transtornos à economia de um país, mas não deve ser confundida com a hiperinflação, que consiste em um aumento contínuo e generalizado dos preços em uma proporção muito maior. Ao passo que um pouco de inflação é um sintoma comum de economias saudáveis em crescimento, hiperinflação é um processo completamente descontrolado, associado a severas recessões econômicas e crises de estabilidade. A inflação é responsável por diversas distorções na economia. As principais distorções acontecem na Distribuição de Renda (já que assalariados não tem a mesma capacidade de repassar os aumentos de seus custos, como fazem empresários e governos, ficando seus orçamentos cada vez mais reduzidos até a chegada do reajuste) e na Balança de Pagamentos (inflação interna maior que a externa causa encarecimento do produto nacional com relação ao importado o que provoca aumento nas importações e redução nas exportações). Ainda há efeitos na Formação de Expectativas (diante da imprevisibilidade da economia, o empresariado reduz seus investimentos), no Mercado de Capitais (causa migração de aplicações monetárias para aplicações em bens de raiz (terra, imóveis), e também a chamada Ilusão Monetária, que seria a interpretação errada da relação de ajuste do salário nominal com o salário real, por definição e que gera por sua vez a percepção errada de maior renda e consequentemente decisões equivocadas. As pessoas, julgando-se mais ricas, demandam mais bens e serviços e, com oferta a pleno emprego, causa dessa forma a inflação. Um efeito da inflação de pequena escala é que se torna mais difícil renegociar alguns preços, e particularmente contratos e salários, para valores mais baixos — então com o aumento geral de preços é mais fácil para que os preços relativos se ajustem. Muitos valores são bastante inelásticos para baixo, e tendem a subir; logo, os esforços para manter uma taxa zero se o nível aumenta, irão punir outros setores com queda de preços, lucros e empregos. Por conta disso alguns economistas e executivos veem essa inflação suave como um mecanismo de "lubrificação" do comércio. Segundo algumas escolas de economia, esforços para manter uma estabilidade completa de preços podem também levar à deflação (queda constante de preços), que pode ser bastante destrutiva segundo a maiorias das escolas de pensamento econômico, estimulando falências, concordatas e finalmente a recessão, que é o "descontrole" ou "descomando", da economia, alertado por Keynes, em sua obra editada finalmente em 1936. Mas não é o pensamento austríaco, de que se a deflação geral de preços ocorre, dado um estoque de dinheiro relativamente constante, isso aumenta o salário real dos trabalhadores mesmo que o salário nominal permaneça constante, a deflação de preços seria apenas um resultado de mais bens e serviços sendo ofertados na economia. A inflação, entretanto, além destas consequências, tem vários outros efeitos crescentemente negativos na economia. Efeitos que se relacionam com o "abatimento" de atividade econômica prévia. A inflação é geralmente resultado de políticas erradas, governamentais, segundo Keynes, para aumentar a disponibilidade de moeda, pois a moeda tem que ser real, dessa forma, a contribuição do governo para um ambiente inflacionário é vista como uma variação para mais ou para menos na chamada "taxa sobre a moeda em circulação", o "juro", como controle ou comando. Com o aumento ou diminuição da inflação, aumenta ou diminui o peso sobre o dinheiro em circulação - isso por sua vez promove um aumento da velocidade, na fórmula de Keynes, de circulação do dinheiro, o que por sua vez reforça para mais ou para menos o processo inflacionário em um círculo virtuoso ou vicioso, que pode levar à hiperinflação ou ao equilíbrio. 2. Quais os tipos de inflação? Detalhe todos. Os processos inflacionários podem ser classificados, segundo algumas características como: • Inflação de custos: gerada pelo aumento dos custos de produção. Por causa de uma redução na oferta de fatores de produção, o seu preço aumenta. Com o custo dos fatores de produção mais altos, a produção se reduz e ocorre uma redução na oferta dos bens de consumo aumentando seu preço. A inflação de custo ocorre ceteris paribus quando a produção se reduz, podendo também ser efeito de choques de oferta negativos. • Inflação de demanda: gerada pelo aumento do consumo com a economia em pleno emprego. Ou seja, os preços sobem por que há aumento geral da demanda sem um acompanhamento no crescimento da oferta. Esse tipo de inflação é causada também pela emissão elevada de moeda e aumento nos níveis de investimento, pois, ceteris paribus, passa a haver muito dinheiro à cata de poucas mercadorias. Uma das formas utilizadas para o controle de uma crise de inflação de demanda, é uma redução na oferta de moeda, que gera uma redução no crédito, e consequente desaceleração econômica. Outras alternativas são os aumentos de tributos, elevação da taxa de juros e das restrições de crédito. • Inflação inercial: inflação onde há um círculo vicioso de elevação de preços, taxas e contratos, com base em índices de inflação passados. • Inflação estrutural: há ainda aqueles que discutem a chamada inflação (por razão) estrutural, proposta pela CEPAL, que tem a ver com alguma questão específica de um determinado mercado, como pressão de sindicatos, tabelamento de preços acima do valor de mercado (caso do salário mínimo), imperfeições técnicas no mecanismo de compra e venda. • Inflação prematura: gerada pelo aumento dos preços sem que o pleno emprego seja atendido. • Inflação reprimida: gerada pelo congelamento dos preços por parte do governo. • Inflação de expectativas: é gerada em consequência de um aumento de preços provocados pelas projeções dos agentes sobre a inflação. • Inflação por câmbio flutuante: é uma ação também conhecida como Quantitative Easing. Quando o governo intencionalmente ou por má administração, imprime dinheiro, aumentando a oferta de moeda, é considerado como imposto silencioso pois o governo adquire o dinheiro que deseja reduzindo o valor das notas impressas, geralmente é a principal causa da hiperinflação, sendo esta a causa da hiperinflação brasileira de 1980. 3. O que é uma Hiperinflação e quais os fatores que levam à Hiperinflação? Em Macroeconomia, hiperinflação é uma inflação fora de controle à níveis muito elevados. O que ocorre é um encarecimento rápido dos produtos e desvalorização acentuada da moeda, às vezes acompanhada de recessão. Para o economista norte-americano Philip D. Cagan (1927-2012), em seu livro The Monetary Dynamics of Hyperinfllation (1956), hiperinflação é uma inflação igual ou superior a 50% ao mês. Por exemplo, se o preço de um saco de arroz aumentar de R$10,00 para R$15,00 em menos de 30 dias, e de R$15,00 para R$22,50 ao fim do mês seguinte, teríamos um quadro de hiperinflação. E se essa tendência não for impedida, o preço do saco de arroz pode muito bem continuar subindo para R$114,00 em seis meses e mais de R$1.000,00 em um ano. Raramente uma taxa de hiperinflação estaciona em 50%. Na maioria dos casos, essas taxassobem com tanta velocidade que os preços dos bens e serviços podem aumentar drasticamente no período de um único dia, ou até mesmo em algumas horas. Como consequência do aumento de preços, a confiança do consumidor diminui, fazendo com que o valor da moeda nacional também. Eventualmente, a hiperinflação causa um efeito dominó que leva ao fechamento de empresas, aumenta a taxa de desemprego e reduz arrecadação de impostos. Em muitos países latino americanos as subidas de preços já alcançaram nas últimas décadas taxas muito elevadas, algumas na ordem de 400% anual e inclusive superiores. Há uma mudança qualitativa, é uma situação substancialmente diferente à inflação normal, com problemas e peculiaridades próprias, que requerem explicações e soluções diferentes. Numa situação hiperinflacionária, as pessoas não estão dispostas a manter seu dinheiro devido à rapidez com que este perde seu valor. Embora possa haver mais de uma causa, a hiperinflação normalmente é associada a déficits orçamentários do governo financiados pela emissão de dinheiro, o que provoca uma expansão da base monetária. Outros fatores macroeconômicos também podem levar a inflação alta ou hiperinflação, como câmbio, pagamento de reparações de guerra, etc. A hiperinflação não é uma novidade. Em diversos países e outros períodos históricos foram conhecidos também processos inflacionistas extraordinários. O mais estudado de todos eles é o sofrido pela Alemanha depois da Primeira Guerra Mundial. A obrigação de pagar fortes indenizações às nações vencedoras e a caótica situação interna que impedia obter pela via fiscal os ingressos necessários, induziram a República de Weimar a financiar- se imprimindo papel moeda sem nenhuma contenção. Entre janeiro de 1922 e dezembro de 1923 a taxa acumulada de inflação ascendeu a um bilhão por cento. No ano de 1923 a situação alcançou um nível tão grande que os trabalhadores das fábricas recebiam a diária antecipada e davam o dinheiro a suas esposas para que fossem no mercado comprar tudo o que puder comprar. Ainda mais grave foi a hiperinflação sofrida pela Hungria imediatamente depois da Segunda Guerra Mundial. Os preços se multiplicaram por mais de 1027 em doze meses, multiplicando-se duas vezes cada dia. Países como Rússia, Peru, Bolívia, Polônia, Áustria, Grécia, China, Argentina e mais recentemente Equador, Iugoslávia também tiveram hiperinflação. Alguns especialistas também costumam dar esta classificação para a inflação brasileira poucos dias antes da vigência do Plano Collor. 4. Por quê o controle da Inflação seja talvez a maior meta macroeconômica do governo brasileiro? Como consequência do aumento de preços, a confiança do consumidor diminui, fazendo com que o valor da moeda nacional também. Eventualmente, a hiperinflação causa um efeito dominó que leva ao fechamento de empresas, aumenta a taxa de desemprego e reduz arrecadação de impostos. Para o governo isso seria um péssimo indicador, o que logicamente traria baixos índices de satisfação dos eleitores e poderia desencadear processos de impeachment. 5. A oscilação do dólar no Brasil pode influenciar os níveis gerais de preço? Justifique. A oscilação do dólar tem influência direta na vida do brasileiro. Quando o dólar aumenta, consequentemente o petróleo também. Como o país é dependente do transporte terrestre o preço vai ser repassado ao consumidor, ainda que nem todos os produtos sejam importados. Para as agências de viagens, mais prejudicial que a alta na moeda americana, é a variação do valor. Quem vai viajar, com o dólar caro, pelo menos consegue se programar. Mas, com grandes variações diárias, o cliente não sabe o quanto vai pagar. E isso gera uma reação em cadeia. As companhias aéreas sofrem, além do setor de manutenção e o transporte, gerando impacto nos voos internacionais e nos nacionais. 6. Inflação pode causar algum impacto sobre a taxa de emprego? Justifique. Desde os anos 50, economistas de diferentes escolas de pensamento concordam com a proposição de que, no curto prazo, existe uma relação inversa entre a taxa de inflação e a taxa de desemprego. Ou seja, quanto maior a taxa de desemprego menor a taxa de inflação e vice-versa. A esta relação dá-se o nome de curva de Phillips, em homenagem ao economista que a propôs pela primeira vez. Esta ligação entre inflação e desemprego decorre do fato de que, quanto maior a taxa de desemprego, menos renda é gerada na economia, seja porque menos empregos são criados, seja porque os empregos criados pagam menores salários. O resultado é uma menor demanda por bens e serviços. Quanto menor a demanda, menor o poder das empresas de aumentar os preços e maior a competição entre as empresas pelos consumidores remanescentes, o que aumenta o incentivo para que elas reduzam seus preços para aumentar a demanda por seus produtos. Para determinar a taxa de inflação dos bens comerciáveis, o que importa é a taxa de desemprego global (na verdade, o grau de utilização global do total de insumos) no conjunto de países produtores dos mesmos e não mais a taxa de desemprego de cada país individualmente. Ou seja, para os bens comerciáveis, a relação entre inflação e desemprego que realmente conta é a global. Em contrapartida, as evidências empíricas mostram que mais de 60% da cesta de consumo das pessoas é composta por serviços. Como têm de ser produzidos e consumidos no mesmo lugar, os preços dos serviços são determinados por oferta e procura no lugar onde são produzidos e consumidos. Dessa forma, a relação inversa entre taxa de inflação de serviços e taxa de desemprego dentro de cada país se manteve praticamente inalterada, mesmo com a globalização. É dentro desse contexto que devemos analisar os efeitos da política monetária sobre a taxa de inflação. Um aumento da taxa de juros aumenta o custo do crédito, ao mesmo tempo em que torna a poupança mais atrativa. O resultado é uma queda da demanda por bens e serviços. Se a oferta de serviços permanece constante, a redução da demanda diminui a pressão inflacionária deste grupo de bens e, portanto, diminui a taxa de inflação na economia. Por outro lado, como o efeito de um aumento dos juros em um determinado país sobre a demanda global dos bens comerciáveis é relativamente pequeno, as decisões de política monetária adotadas em um único país têm pouco efeito sobre a taxa de inflação dos bens comerciáveis, exceto se gerarem algum efeito sobre a taxa de câmbio. A possível exceção a esta afirmação é a política monetária adotada pelo Banco Central americano, o Federal Reserve, devido à importância relativa dos Estados Unidos na economia mundial. Nesse contexto, a relação entre inflação de serviços e taxa de desemprego ganha uma importância ainda maior, na medida em que este é o principal caminho (e, muitas vezes, o único) através do qual a política monetária poderá controlar a taxa de inflação. O custo total de se obter uma determinada taxa de inflação no Brasil é extremamente elevado. Por exemplo, para se atingir uma taxa de inflação de serviços de 5,5%, seria necessário que a taxa de desemprego atingisse aproximadamente 14,0% da força de trabalho. Um custo extremamente elevado. Um aumento de um ponto de porcentagem na taxa de desemprego geraria uma queda da inflação de serviços de aproximadamente 0,40 pontos de porcentagem seis meses mais tarde. Por outro lado, uma redução de um ponto de porcentagem na taxa de desemprego geraria aproximadamente 0,40 pontos percentuais de aumento da taxa de inflação. Ou seja, quanto mais sensível a inflação a variações da taxa de desemprego, menor o custo para reduzir a taxa de inflação. Essa maior sensibilidade faz com que a taxa deinflação se torne mais volátil a variações no desemprego. Se é necessária uma taxa de desemprego tão elevada para gerar uma determinada taxa de inflação, a taxa de juros real necessária para se atingir uma desejada taxa de inflação é também bastante elevada. Daí a dificuldade de se conseguir taxas de inflação “civilizadas” no país e a persistente demanda por mais inflação. 7. Alguém ou algum player pode ter ganhos de capital com inflação, como? Gastos com construção, ampliação e reforma podem ser declarados como valor integrante do imóvel. Quando houver reforma estrutural, ela deve ter sido aprovada pelos órgãos municipais. Pintura, troca de azulejos, pisos, paredes ou encanamentos também podem ser incluídas, da mesma forma que as benfeitorias realizadas em edifícios, desde que todos os gastos sejam devidamente comprovados. Assim, o valor do imóvel poderá ser atualizado na declaração de bens. Esta é a única maneira de atualizar o valor constante da aquisição do imóvel, pois o Fisco não permite modificações desse valor para atualização ao mercado ou mesmo reajustes devido à inflação. Com a inclusão de gastos, o valor de aquisição ficará maior e será reduzido o tributo relativo ao ganho de capital – apurado pela diferença do valor de compra e o valor de venda do bem. 8. Faça um levantamento e identifique qual foi o IPCA e o IGPM dos últimos 10 anos no Brasil. ANO IPCA (%) IGPM (%) 2019 4,31 7,30 2018 3,75 7,54 2017 2,95 -0,52 2016 6,29 7,17 2015 10,67 10,54 2014 6,41 3,69 2013 5,91 5,51 2012 5,84 7,82 2011 6,50 5,10 2010 5,91 11,32 2009 4,31 -1,72 REFERÊNCIAS (DADOS DE IPCA E IGPM) SITE DICIONÁRIO FINANCEIRO. O que é IPCA? Disponível em <https://www.dicionariofinanceiro.com/ipca/>. Acesso em: 23 set 2020. SITE DICIONÁRIO FINANCEIRO. O que é o IGP-M? Conheça os valores mensais e acumulados. Disponível em <https://www.dicionariofinanceiro.com/igpm/>. Acesso em: 23 set 2020.
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