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10 - SISTEMA ENDÓCRINO OK

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TRANSCRIÇÃO DE EHF (16/03/2021)
TEMA: SISTEMA ENDÓCRINO
PROFESSOR(a): MAGNALDO
DIRETOR(a): MARIANA VIDAL, IANE CASTRO, GABRIELA PESSOA E
EMANUELLY E JOSÉ RENATO
REVISOR(a): YASMIN MENDES E LUIZ CARLOS OLIVEIRA
SISTEMA ENDÓCRINO
O sistema endócrino é um sistema que complementa o sistema nervoso, pois ambos os
sistemas estão relacionados com a regulação. Nesse sentido, esses sistemas apresentam a
função de regular as atividades do corpo humano, regulando de forma diferente e com
características diferentes, porém os dois sistemas apresentam a mesma finalidade de
manutenção da estabilidade corpórea, ou seja, a homeostasia. Logo, esses dois sistemas têm
em comum a regulação das atividades corpóreas.
É pertinente salientar que durante o estudo de tal assunto serão abordados os seguintes
pontos: hormônios; diferença das glândulas exócrinas e endócrinas; as glândulas e as suas
relações anatômicas; eixo hipotálamo-hipófise; eixo hipófise-adrenal; eixo hipófise-tireóide;
hormônios do crescimento (GH); panorama geral de outras glândulas.
OBJETIVOS DA AULA:
● Diferenciar as glândulas exócrinas das glândulas endócrinas;
● Avaliar o eixo hipotálamo-hipófise e suas relações fisiopatológicas;
● Analisar o eixo hipófise-adrenais, tireóide e GH - Fundamental para entender
determinadas atividades do corpo humano.
SISTEMA NERVOSO E SISTEMA ENDÓCRINO - SISTEMA
NEUROENDÓCRINO?
O sistema endócrino trabalha com a sinalização para o corpo todo por meio de
hormônios, ou seja, os hormônios são mecanismos de sinalização. Nesse sentido, o sistema
endócrino interage com o sistema nervoso para coordenar e integrar as atividade corporais,
mas cada sistema atua de forma particular.
Dessa maneira, o sistema nervoso, por meio do neurônio e neurotransmissores,
executa a coordenação, enquanto o sistema endócrino, através dos hormônios, realiza a
coordenação e a integração.
É pertinente destacar que há uma diferença entre as atividades que são controladas
pelo sistema nervoso e pelo sistema endócrino. Essa diferença é , basicamente, na velocidade
da resposta, pois o sistema nervoso responde a um estímulo de forma mais rápida, enquanto o
sistema endócrino apresenta uma resposta ao estímulo muito lenta, pois tal sistema regula
funções inerentes ao desenvolvimento humano.
Assim, o sistema nervoso está relacionado com as respostas da interação com o
ambiente, exigindo mais velocidade, e o endócrino está envolvido com respostas ao
desenvolvimento humano, o que acontece de forma mais lenta.
As principais ações corporais que são controladas pelo sistema endócrino são:
reprodução - que envolve, por exemplo, a ovulação e ciclo reprodutivo - crescimento e
desenvolvimento humano. Tais ações são exemplos de atividades do corpo humano que são
controladas pelo sistema endócrino.
Em suma, o sistema nervoso apresenta uma ação rápida e fugaz, o prazo é curto para a
tomada de decisão e apresenta um efeito localizado, enquanto o sistema endócrino apresenta
uma ação lenta e duradoura, com prazo de decisão médio e longo prazo e com efeito amplo
ou geral. Assim, entender a diferença desses sistemas é de suma importância, pois ambos
controlam as funções corporais, porém, de formas diferentes.
Vale salientar que, em alguns momentos, esses dois sistemas podem trabalhar de
forma integrada, mas, geralmente, trabalham de forma dissociada, embora tenham a mesma
finalidade e atividade.
É válido mencionar, ainda, que o momento que o sistema endócrino e sistema nervoso
trabalham associados é quando a glândula hipófise precisa ser estimulada para exercer a sua
função, pois quem estimula a glândula hipófise é o sistema nervoso.
Todavia, as demais situações acontecem de forma dissociada entre os dois sistemas
com as características de resposta, prazo de decisão e efeito mantidas por cada sistema; ou
seja, são fatores preservados na resposta particular de cada sistema.
GLÂNDULAS
Um sistema é um conjunto de órgãos com a mesma finalidade. Desse modo, as
glândulas são os órgãos do sistema endócrino, porém existem dois tipos de glândulas no
corpo humano: glândulas exócrinas e glândulas endócrinas.
● GLÂNDULAS EXÓCRINAS:
“Exo” significa fora, ou seja, é uma glândula que coloca algo para fora, que é
denominado secreção. Nesse sentido, as glândulas exócrinas eliminam a secreção em uma
cavidade.
● GLÂNDULAS ENDÓCRINAS:
“Endo” significa dentro, ou seja, são glândulas que colocam algo para dentro, que no
caso é o hormônio. Dessa forma, as glândulas endócrinas liberam ou sintetizam um hormônio
dentro da corrente sanguínea, sendo uma característica comum a todas as glândulas
endócrinas.
PA: QUAL O TRABALHO DO SISTEMA ENDÓCRINO?
RP: Esse sistema tem o funcionamento de controlar algumas funções de forma lenta e
duradoura, a médio ou a longo prazo, estando, quase sempre, relacionado ao crescimento e ao
desenvolvimento humano. É válido lembrar que o sistema nervoso é diferente, pois está
relacionado com as interações com o meio ambiente, como: dor, frio, visão, audição.
HORMÔNIOS
O hormônio é uma substância que é eliminada pela glândula endócrina. Além disso, é
um sinalizador para estimular ou inibir uma atividade.
Por exemplo, existe o hormônio chamado GH, o qual é responsável pelo crescimento e
é liberado na corrente sanguínea que vai para as células musculares e ósseas, o faz com que
esse hormônio busque essas células para estimular a função do osso, que é sustentação e
crescimento, bem como estimular a função das células musculares, ou seja, estimular a
contração do músculo.
Logo, os hormônios estimulam as atividades corporais, servindo de sinalização para
que algo possa ocorrer.
CONSTITUIÇÃO DOS HORMÔNIOS
Os hormônios são formados a partir de duas matérias-primas: aminoácidos (proteínas)
e esteróides (colesterol). Dessa forma, existem hormônios que têm como base da sua
formação a proteína e hormônios que se originam a partir de colesterol, ou seja, ácidos
graxos.
A maior parte dos hormônios, cerca de 90%, se originam a partir da proteína e o
restante, cerca de 10%, se origina a partir do colesterol, originando os hormônios estrógeno,
progesterona e testosterona.
PA: A VITAMINA D (HORMÔNIO) É AMINOÁCIDO?
RP: Sim, a vitamina D é aminoácido.
Ademais, os hormônios esteróides são hormônios oriundos das gônadas. Dessa forma,
o estrógeno, progesterona e testosterona são hormônios esteróides. É pertinente salientar que
anabolizante ou bomba é a testosterona sintética, e por isso que recebem a denominação de
hormônios esteroidais.
Assim, a partir dos ácidos graxos existem os hormônios gonadais (estrógeno,
progesterona e testosterona), já os demais hormônios apresentam sua origem a partir de
proteínas.
Nessa perspectiva, perceba a importância da ingestão de proteína, pois é a
matéria-prima para síntese de grande parte dos hormônios, bem como a ingestão de
colesterol/ácidos graxos é importante para síntese dos hormônios esteroidais.
Dessa forma, a eliminação na dieta de alguns alimentos pode comprometer a síntese
de hormônios por não existir a matéria-prima, por isso é de extrema importância o cuidado
com a suspensão de alguns alimentos para não prejudicar o metabolismo e não prejudicar
determinadas atividades corporais.
MECANISMO DE AÇÃO DOS HORMÔNIOS
O hormônio é jogado na corrente sanguínea já com o destino correto, pois nenhum
hormônio é liberado de forma aleatória. Nesse contexto, cada hormônio tem uma célula alvo
que vai apresentar receptor específico para o hormônio, o que faz com que o hormônio atue
de forma específica.
PA: A PERDA DA LIBIDO ESTÁ INTIMAMENTE LIGADA AO CORTE DO
COLESTEROL?
RP: Sim, pois a testosterona, tanto no homem como na mulher, é responsável pela libido
sexual. Dessa forma, a falta de matéria-prima faz com que não ocorra a produção do
hormônio em questão.
O hormônio é derivado de aminoácido ou colesterol, sendo sua composição química.
Além disso, o hormônio é produzido pelas glândulas endócrinas ou tecido neurossecretor -
tecido relacionado com a glândula endócrina que secreta esses hormônios.
A degradação dohormônio, após exercer a sua função, ocorre por atuação do fígado
da seguinte maneira: o hormônio quando passa pelo fígado é metabolizado e transformado em
bile, a qual é eliminada junto às fezes.
Além disso, o hormônio pode ser eliminado por via renal, ou seja, através da urina. No
sangue os hormônios são transportados na forma livre ou por meio de ligações com proteínas
plasmáticas, o que depende de qual é o hormônio. Com relação a atuação do hormônio, isso
ocorre sempre na célula alvo, a qual tem um receptor específico.
Os hormônios são substâncias químicas secretadas para o sangue por células
especializadas, que regulam a função metabólica de outras células do organismo, como
demonstrado na figura a seguir.
Figura - Ilustração da glândula endócrina secretando os hormônios que circulam
no sangue até atingir a célula alvo.
É importante destacar que a maior parte dos hormônios atuam no receptor específico,
embora existam algumas exceções dos hormônios que atuam no mesmo receptor. Além disso,
é válido salientar que a primeira glândula endócrina está na região da cabeça e está associada
ao sistema nervoso.
ZYGOTE BODY:
Identificação das Glândulas:
1. HIPOTÁLAMO:
Foi visto anteriormente, com o professor João Faustino, que a estrutura do hipotálamo
pertence ao diencéfalo. O hipotálamo é a estrutura que controla todas as glândulas do nosso
corpo. Parte desse hipotálamo controla toda a informação de excreção ou inibição dos
hormônios.
2. HIPÓFISE
Antigamente, por muito tempo, a glândula pituitária (mostrada na imagem a seguir,
também chamada de hipófise) foi classificada na literatura médica como Glândula Mestra,
uma vez que se entendia que era ela a responsável pelas demais glândulas do corpo humano.
Nos últimos 10 anos, com o avanço da tecnologia, observou-se que a glândula
pituitária na verdade era SUBORDINADA ao hipotálamo, em um eixo conhecido como
HIPOTÁLAMO-PITUITÁRIA ou HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE (mais utilizado).
Entendeu-se que a hipófise por conta própria não conseguia exercer suas funções,
então foi retirado o nome de “glândula mestra” por não exercer suas funções de forma
isolada, dependendo dos estímulos do hipotálamo para executar suas funções. Então, nas
literaturas mais recentes, não se vê mais tal referência à glândula pituitária.
Então tudo está sob controle do hipotálamo.
PP: MAS PORQUE ISSO FAZ SENTIDO?
RP: Porque é nele que se recebe estímulos ambientais que vão estimular a liberação da
hipófise ou inibir.
EXEMPLO: uma mulher quando está gestante não produz prolactina.
PA: MAS PROFESSOR, A MAMA DA MULHER FICA TÃO GRANDE NA
GESTAÇÃO, NÃO É PORQUE TÁ CHEIA DE LEITE?
RP: Ainda não. Os ácinos, que são as glândulas mamárias, estão edemaciados pela grande
vascularização que vai precisar para a amamentação. É uma estratégia do corpo para se
preparar para a amamentação.
PA: PROFESSOR MAIS SE EU FIZER UMA PRESSÃO NO SEIO DESSA GRÁVIDA
SAI LEITE?
RP: O que sai ali é um exsudato, da força que foi feita.
PA: PROFESSOR, E QUANDO VAI SAIR O LEITE?
RP: Em três situações, as quais serão captadas pelo hipotálamo:
1. Trabalho de parto: o hipotálamo é estimulado pelo trabalho de parto, o qual estimula
a hipófise a produzir a prolactina (hormônio que produz o leite)
2. Choro da criança: é sentido pelo hipotálamo.
3. Sucção do leite pelo RN
Nessas três situações o hipotálamo interage com o ambiente, e manda estímulo para a
hipófise dizendo se ela vai trabalhar ou não diante de determinadas situações.
3. GLÂNDULA PINEAL
A glândula pineal controla o ciclo circadiano: ciclo de sono e vigília do dia a dia dos
seres vivos. Pessoas com insônia apresentam alterações na glândula pineal. Localizada na
parte posterior do tálamo.
4. GLÂNDULA TIREÓIDE
Na glândula tireóide, na sua parte posterior, estão presentes quatro brotos que não
estão identificados na figura, os quais são as glândulas paratireóide.
5. TIMO
Glândula localizada na região anterior do coração, com a aparência semelhante a um
pedaço de gordura e tem um formato triangular, com a função de amadurecimento dos
linfócitos T (células de defesa).
6. PÂNCREAS
Denominado como uma glândula mista, com duas porções: uma endócrina (libera
hormônios) e a outra exócrina (libera secreção).
7. SUPRARRENAIS
Localizadas na região superior dos rins.
8. GÔNADAS
No zygote o exemplo é de uma mulher, então a gônada é o ovário. Já nos homens,
essa gônada é o testiculo.
PA: PROFESSOR, MAS SÓ ESSAS GLÂNDULAS LIBERAM HORMÔNIO?
RP: Não. Existem algumas estruturas do corpo que não são consideradas glândulas, mas
liberam hormônios. Exemplo: ÚTERO, libera os hormônios relaxina, inibina, e não é
considerado uma glândula endócrina. Outro exemplo é o ESTÔMAGO.
PA: A GLÂNDULA PINEAL É COORDENADA PELO HIPOTÁLAMO?
RP: Não. Existem algumas glândulas independentes que serão citadas durante a aula.
9. PARATIREÓIDES:
Localizada na tireóide.
DICA: Nesse momento da aula, o professor disponibiliza 10 minutos para que os alunos
isolem as glândulas exibidas. Para melhor fixação do conteúdo, abra o aplicativo e faça o
mesmo.
EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE
Entende-se que “EIXO” é definido por sentido. Assim, o eixo hipotálamo-hipófise é o
sentido do estímulo. Inicialmente, deve-se entender a localização de cada estrutura, em que a
hipófise é envolvida por um arcabouço ósseo chamado de cela hipofisária, no qual protege a
glândula contra impactos.
A hipófise apresenta ligação direta com o hipotálamo, chamada de ligação de
infundíbulo (braço de ligação), saindo do hipotálamo até chegar na hipófise.
São várias as considerações a serem abordadas em relação à interação do eixo:
Desenvolvimento da glândula: ao observar a estrutura da hipófise, é de fácil
observação a presença de dois tecidos diferentes, com colorações diferentes, apesar de ser
uma glândula única. Elas são diferentes pois possuem origem embrionárias diferentes. Então
a hipófise é definida como a união de duas glândulas.
A hipófise é, na verdade, a união de duas glândulas. Apesar de não serem tratadas de
forma separada, é importante ressaltar que têm duas glândulas conectadas uma à outra. Eixo
hipotálamo-hipófise:
Essa estrutura mais escura é a hipófise anterior, e mais clara é a hipófise posterior.
Apesar disso, a nomenclatura mais correta é adeno-hipófise (hipófise anterior) e
neuro-hipófise (hipófise posterior). Adeno = glândula; neuro = nervoso. Logo, sabe-se que
elas têm origem embrionária distinta: neuro-hipófise tem origem embrionária do ectoderma,
assim como o sistema nervoso é parte do folheto ectoderma.
Já a adeno-hipófise é um apêndice da cavidade oral, e, na sua formação, um pedaço
dessa cavidade é desprendida e junta-se à neuro-hipófise, e tem uma origem embrionária do
endoderma. O tecido glandular é um tecido epitelial (na adeno-hipófise), na neuro-hipófise o
tecido é nervoso.
Nessa imagem, é mostrado que o hipotálamo se comunica com a neuro-hipófise por
meio de neurônios (magno-neurônios) e o hipotálamo conversa com a adenohipófise através
de vasos sanguíneos.
Outra diferença entre elas visível nessa imagem são os tipos de células que as
compõem: na adeno-hipófise têm-se células endócrinas/epiteliais (o fato dela ser uma célula
glandular justifica o motivo dela ser capaz de sintetizar, armazenar e liberar seus hormônios,
apesar de o controle da liberação se dar pelo hipotálamo); na neuro-hipófise, as células são
neuronais e tem como funções apenas o armazenamento e liberação - quando ordenada -, já
sintetização dos seus hormônios ocorre no hipotálamo.
Os hormônios que são armazenados, sintetizados e distribuídos pela adeno-hipófise
são: a prolactina (PCT), hormônio do crescimento (GH), tireóide estimulante (TSH),
adrenocorticotrófico (ACTH), folículo estimulante (FSH) e o luteinizante (LH).
Hormônios diretos: saem da adeno-hipófise e vão diretamente para a célula, para que
a célula seja estimulada a exercer sua função. A prolactina (quando liberada, vai direto para
as glândulas mamárias para produzir leite) e o hormônio do crescimento (quando liberado, vai
diretopara osso e músculo) são exemplos de hormônios diretos.
Hormônios indiretos: saem da adeno-hipófise e vão para outra glândula para
estimulá-la para que libere seu próprio hormônio para agir na célula. Ou seja, há um
intermediário no processo. Os hormônios tireóide estimulante (sai da adeno-hipófise, estimula
a tireóide, que produz dois hormônios: T3 e T4, que vão estimular a célula a fazer suas
atividades), adrenocorticotrófico, folículo estimulante e luteinizante são exemplos de
hormônios indiretos.
PROLACTINA
Produzida na adeno-hipófise, é um hormônio direto e age diretamente nas células
mamárias para estimular a produção de leite. Entretanto, para que o hipotálamo entenda a
necessidade de produzir leite e a hipófise sintetize e libere a prolactina, alguns estímulos são
dados: trabalho de parto, choro e a sucção do bebê.
A mulher que faz o parto cesáreo deixa de receber o primeiro estímulo (muito
importante), logo pode ter uma dificuldade de “descer o leite”, por isso há a necessidade de
estimular a sucção e o choro da criança.
A prolactina inibe alguns hormônios, como o FSH (amadurece os ovócitos e os
espermatozóides) e o LH (produzem estrógeno e progesterona nas mulheres, bem como
testosterona nos homens), logo quando há prolactina, esses hormônios não são liberados, ou
seja, a mulher não ovula e os níveis de estrógeno e progesterona caem.
Isso é o que acontece com a mulher que está amamentando, com o LH inibido, a
libido sexual reduz (visto que o LH produz a testosterona nas mulheres).
PP: EM QUAIS CASOS A MULHER ENGRAVIDA ENQUANTO AMAMENTA?
RP: Existe um método contraceptivo, o LAM (método da amenorréia lactacional), que
enquanto a mulher estiver amamentando, ela vai permanecer em amenorreia (ausência de
menstruação, ausência de ciclo ovariano), então, na teoria, a mulher não engravida. Existem
algumas ressalvas: não pode durar mais de 6 meses, e o aleitamento precisa ser exclusivo e de
3 em 3 horas, para que esse método funcione. Vale ressaltar que ele é bastante falho.
A prolactina é inibida pelo cortisol (hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais,
e está relacionado com o estresse, então quando o organismo está constantemente com quebra
de homeostasia, o cortisol tenta reequilibrar essa homeostasia). O cortisol em altas
concentrações bloqueia a prolactina.
PA: POR ISSO QUE A MULHER ESTRESSADA PODE NÃO PRODUZIR LEITE?
RP.: Sim. Por isso a importância de amamentar em local calmo e confortável.
OBS.: uma mulher amamentando de forma exclusiva há um mês, mas não consegue
dormir direito porque a criança acorda muitas vezes, e não consegue tomar banho nem
se alimentar adequadamente (vários fatores estressores), logo há a liberação de cortisol,
bloqueando a prolactina, tendo a liberação de LH e FSH, ou seja, o ciclo reprodutivo é
retomado e a mulher pode engravidar.
A glândula da adeno-hipófise é uma glândula também passível de disfunção, como
por exemplo, pacientes que possuem nódulo na hipófise podem liberar todos os hormônios da
adeno-hipófise e então o homem também pode acabar produzindo leite, mesmo com as
glândulas atrofiadas, além do que essa disfunção também pode acabar causando uma
impotência sexual no homem, pois com a liberação de prolactina o LH é inibido, que é quem
produz a testosterona.
Essa disfunção também pode ocasionar a ausência de ciclos menstruais e infertilidade
da mulher, pois a prolactina também inibe o FSH e LH nas mulheres.
HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH)
Outro hormônio que é liberado pela adeno-hipófise é o hormônio do crescimento,
também conhecido como GH. O papel do GH é estimular o crescimento dos tecidos,
principalmente dos ossos e músculos que é o que nos faz crescer em comprimento.
O crescimento humano está ligado diretamente com a liberação do hormônio do
crescimento, quando se tem muito hormônio do crescimento, se cresce muito e quando se
existe pouco hormônio do crescimento, tem um baixo crescimento tecidual.
Muitas pessoas têm um déficit de GH, e então os médicos prescrevem injeções
subcutâneas de hormônio do crescimento para compensar essa falta.
Nesta imagem podemos ver dois tipos de ossos, um osso infantil e um osso adulto.
PP: QUAL É A PRINCIPAL DIFERENÇA QUE PODEMOS OBSERVAR?
RP: É o disco epifisário (o disco em azul). Ele é quem promove o crescimento longitudinal
do osso, e enquanto esse disco existir, a criança irá continuar crescendo. Depois de um certo
tempo, esse disco irá sumir e então o crescimento irá cessar. Nas mulheres esse disco fica
aberto até os 18 anos de idade, e nos homens esse disco fecha aos 21 anos.
PA: POR QUE ALGUMAS CRIANÇAS MESMO TOMANDO INJEÇÃO DE GH NÃO
CRESCEM MUITO?
RP: Cada corpo irá se manifestar de alguma forma, porém a criança irá crescer mais do que
se não tivesse tomado.
PA: O MÉDICO PODE PRESCREVER MESMO PARA PACIENTES QUE NÃO TEM
DEFICIÊNCIA DE HORMÔNIO?
RP: Não é indicado. O médico possui critérios de avaliação, que é aquele gráfico de
crescimento que o pediatra faz. E ele solicita somente se perceber que esse crescimento está
fora da curva.
Esses hormônios do crescimento têm um pico de liberação. Na vida intrauterina esse
GH é liberado ao máximo, ao nascer esse GH cai e o crescimento é mais lento. Nas mulheres
aproximadamente aos 9 anos de idade, esse GH tem outro pico de liberação até os 12 anos de
idade, que as pessoas chamam de estirão, depois há uma queda brusca e se mantém constante
ao longo da vida.
Já nos homens, esse pico de liberação ocorre dos 11 anos até os 15 anos. Dizem que
as mulheres só crescem até a menstruação, mas isso é somente um mito. Geralmente as
meninas menstruam entre os 9 e os 12 anos, então é somente coincidência que a queda de GH
aconteça na mesma época que a menarca.
O hormônio de crescimento (GH) também apresenta distúrbios, assim como a
prolactina. Se ocorrer muita liberação de GH, existem duas condições patológicas que podem
ocorrer: o gigantismo e a acromegalia.
PP: O QUE É O GIGANTISMO?
RP: É quando se tem uma grande liberação de GH com o disco epifisário aberto e o indivíduo
cresce em estatura demasiadamente. Daí vem o nome de gigantismo.
Agora, quando acontece uma alta liberação de GH com o disco epifisário fechado, o
indivíduo não irá crescer em estatura, mas sim suas extremidades como mão, pé e mandíbula;
é a acromegalia.
Nesta imagem podemos ver os dois exemplos, as duas são liberações excessivas de
GH, mas o da esquerda é acometido de gigantismo pois o disco epifisário está aberto e ele
cresceu em estatura. E o da direita, como o disco epifisário já está fechado, observamos o
crescimento de mandíbula, orelha, mão e pé (tanto que esse rapaz, que é lutador de MMA,
tem o apelido de pezão).
PA: A ACROMEGALIA PODE SER “COMBATIDA”?
RP: Sim, quando for descoberto precocemente. Não temos redução de tamanho após o
crescimento.
PA: O GH INIBE QUAIS HORMÔNIOS? ELE É INIBIDO POR QUEM?
RP: O GH não inibe nenhum hormônio, mas ele é inibido pelo hormônio somatostatina que é
liberado pelo fígado e pelo pâncreas.
Nesta imagem podemos ver um resumo dos hormônios e glândulas da Adeno-hipófise
e Neuro-hipófise que se localizam na parte posterior, que vamos falar agora.
NEURO-HIPÓFISE
Na neuroipófise temos dois hormônios, um deles é a ocitocina.
● OCITOCINA
PP: QUAL O PAPEL DA OCITOCINA?
RP: A ocitocina é um hormônio envolvido em muitas funções e a cada dia se descobrem mais
funções para ela.
A primeira função descoberta da ocitocina diz respeito a sua atuação na contração
uterina, estimulando a contração dos músculos lisos. No momento do parto, quando o feto
começa a ficar estressado com o ambiente apertado do útero, a glândula supra renal do feto
começa a liberar cortisol, que entra na corrente sanguínea da mãe e vai até o hipotálamo, o
qual percebe o cortisol fetal e estimula a liberação de ocitocina e começa o processo de
contração do útero.
A ocitocina também auxilia na ejeção do leite. As glândulas mamárias são revestidas
por músculos lisos, chamados de músculos mioepiteliais. Esse revestimento mioepitelial é
contraído quando a ocitocinaé liberada, que contrai as glândulas fazendo com que o leite
saia.
Por isso a importância da mulher amamentar: quando a mulher amamenta, ela
estimula a ejeção e a contração dos músculos lisos, o que ajuda o útero a voltar ao tamanho
original e evita a segunda maior causa de morte materna, que é a hemorragia materna.
Nos 4 estágios do parto, temos primeiro a fase de dilatação, segundo a fase de
expulsão, terceira a dequitação (a expulsão da placenta) e a última que é a fase de Greenberg,
que é a fase do clampeamento das artérias uterinas e é nessa quarta fase que é o momento
mais perigoso para vida da mãe, se os vasos não fecham direito a mãe pode vir a ter uma
hemorragia intensa e morrer.
OBS: A prolactina produz o leite, e a ocitocina ejeta o leite.
Mais recentemente, foi descoberto que a ocitocina está também ligada à excitação
sexual e aos orgasmos, além de também ser responsável pelos laços afetivos (quando se libera
a ocitocina a empatia é mais aguçada).
● ADH
O segundo hormônio liberado pela neurohipófise é o antidiurético (ADH). É um
hormônio que quando liberado pela neurohipófise, inibe a produção de urina.
PP: MAS QUAL O OBJETIVO DE INIBIR A URINA?
RP: Em casos de desidratação, quando se está com uma baixa ingestão de líquido, não
desidratamos com facilidade porque o antidiurético é liberado impedindo a formação da urina
e retendo mais líquido. Uma urina concentrada deve-se à baixa concentração de solvente que
tem.
O antidiuretico também é conhecido como vasopressina, com o papel de impedir a
diurese e manter a homeostasia corporal. Quando passamos muito tempo sem beber água, e
não entramos no processo de desidratação se deve ao fato do antidiurético reter o líquido.
Existem situações em que o antidiurético é inibido, como no caso das bebidas
alcoólicas. Quando ingerimos muita bebida alcoólica, isso atrapalha a liberação de ADH e
atrapalha a homeostasia, por isso um dos motivos da ressaca no outro dia se deve a
desidratação.
Exemplo: Quando bebemos cerveja, estamos ingerindo um alto volume de líquido e também
o álcool, fazendo o ADH ser bloqueado e provocando a polaciúria (aumento da frequência
urinária). E como urinámos bastante, o volume de solvente cai muito e o indivíduo acorda no
outro dia com uma desidratação severa.
Por isso algumas pessoas recomendam beber tomando água, para amenizar esse
processo de desidratação severa, que causa danos graves e só é resolvida com a hidratação e
quando o álcool já tiver sido metabolizado. A hidratação é o melhor remédio para qualquer
tipo de ressaca.
PA: PROFESSOR, SE O INDIVÍDUO ESTÁ COM O ADH INIBIDO E BEBE ÁGUA,
ELE NÃO VAI TENDER A PERDER ESSE LÍQUIDO?
RP: Vai sim, mas quando bebemos água diluímos o álcool e ele perde a potência. Porque o
ADH é inibido proporcionalmente a quantidade de álcool. Não é com pouca quantidade de
álcool que todo o ADH será inibido.
OBS: Esses hormônios são armazenados e liberados pela neurohipófise, e não
produzidos nela.
EIXO HIPÓFISE: OUTRAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
Glândula tireoide: a cascata que estimula a glândula tireóide começa pelo
hipotálamo que envia o comando para a adeno-hipófise, esta irá liberar o TSH (tireóide
estimulante), que irá para a glândula tireóide, estimulando-a, o estímulo consiste em solicitar
que a glândula produza:
Células foliculares
● Tiroxinas 4: tetraiodotironina (T4)
● Tiroxina 3: triiodotironina (T3)
Células parafoliculares
● Calcitonina
Então temos que o TSH estimula a tireóide que irá produzir o T3 e T4, esses
hormônios irão para as células exercer o seu papel de regular o consumo de oxigênio
(oxigênio e glicose para célula são combustível). Dessa forma, o T3 e T4 controlam o
metabolismo, ou seja, a atividade celular.
Então, através da regulação do oxigênio, consegue-se controlar o metabolismo,
controlando também o crescimento e desenvolvimento. Assim, pode-se destacar que não é
apenas o GH que regula o crescimento e desenvolvimento, o T3 e T4 também participam
neste processo. Por isso, distúrbios relacionados à tireoide, são distúrbios sistêmicos.
Quando há grande estímulo de TSH, há grande estímulo (hiper estímulo) da glândula
tireóide, ocorrendo grande liberação de T3 e T4. Consequentemente, há aumento do uso de
oxigênio, aumento do metabolismo celular, e aumenta o crescimento e desenvolvimento.
Isto não é bom, pois ao aumentar o oxigênio, aumenta-se a atividade celular, e a
demanda energética. Então, o paciente nessa condição fica em estado de alerta por ter muita
energia. O paciente também será magro, ou seja, comerá bastante e não engordará por ter
metabolismo acelerado.
O paciente não conseguirá também dormir direito, pois o índice de crescimento e
desenvolvimento será alto. Então isto será o hipertireoidismo, o aumento de T3 e T4.
PP: ENTÃO O HIPERTIREOIDISMO É O AUMENTO DE TSH?
RP: Sim ou não, ao ter-se a suspeita de hipertireoidismo mede-se o TSH, o T3 e o T4. Se o
TSH estiver alto, significa dizer que o T3 e T4 apenas acompanham o TSH. Se o TSH estiver
em níveis normais, e T3 e T4 alto, significa que o problema é na glândula tireóide e não na
hipófise.
Quando o TSH estiver baixo, o T3 e o T4 cairá junto, o consumo de oxigênio e o
metabolismo celular cairá, e o crescimento e desenvolvimento também. Dessa forma, o
paciente irá se tornar apático e sem disposição, engordará facilmente, pois a comida que for
ingerida não será consumida adequadamente. Nesse caso, tem-se o hipotireoidismo.
PA: O HIPOTIREOIDISMO E HIPERTIREOIDISMO SÃO CONSIDERADAS
DOENÇAS AUTOIMUNES?
RP: Pode ser, porém nem sempre. Às vezes as células imunológicas podem estar atacando as
células foliculares, mas nem sempre será o caso. Existem vários tipos de hipertireoidismo e
hipotireoidismo.
Outro hormônio também liberado pela tireoide é a calcitonina, tendo um papel
importante na homeostasia do cálcio, e é liberada pela tireoide.
GLÂNDULA PARATIREÓIDE
Glândula paratireóide: A glândula paratireóide não é estimulada pelo eixo
hipotálamo-hipófise.
PP: COMO A PARATIREÓIDE SABERÁ QUANDO DEVERÁ TRABALHAR?
RP: Quem determina o funcionamento da paratireóide é o cálcio sérico.
OBS: Sempre que encontrarmos o sufixo mia e sérico, significa que está se falando em
níveis na corrente sanguínea. Dessa forma, o cálcio sérico é o cálcio circulante no
sangue.
Quando os níveis de cálcio caem na corrente sanguínea, o paratormônio é liberado,
saindo da glândula e entrando na corrente sanguínea. O PTH (paratormônio) estimulará as
células chamadas de osteoclastos a desgastarem os ossos, ou seja, estas células tirarão o
cálcio dos ossos e jogarão para a corrente sanguínea, aumentando os níveis de cálcio sérico
(da corrente sanguínea).
O cálcio irá subir além do limite, podendo trazer riscos, pois o excesso de cálcio no
sangue pode calcificar estruturas, como por exemplo as válvulas cardíacas. Quando o cálcio
passa do limite sérico, a tireoide libera a calcitonina, esta calcitonina irá estimular que os rins
eliminem o cálcio para fora do corpo pela urina.
Isto ocasionará a queda de cálcio, provocando a liberação de PTH, que ativará os
osteoclastos, que irão liberar cálcio para a corrente sanguínea, repetindo o ciclo. Isto
acontecerá toda hora promovendo a homeostasia do cálcio.
PA: É NESSE CONTEXTO QUE ENTRA O CONCEITO DE FEEDBACK
NEGATIVO?
RP: É exatamente isso.
PA: O CÁLCULO RENAL ESTÁ RELACIONADO NESSE PROCESSO?
RP: O cálculo renal não é só composto pelo cálcio, têm outras substâncias.
PA: PODERIA EXPLICAR NOVAMENTE A PARTE ENTRE A RELAÇÃO DE
PARATORMÔNIO E CALCITONINA?
RP: Nós ingerimos o cálcio através da alimentação, ao ingeri-lo ele será metabolizado e então
irá para a corrente sanguínea. O cálcio é importante para muitas atividades corporais, entre
elas, a contração muscular. Lembre-se que temos músculos cardíacos, esqueléticos e lisos, e
todos estes dependem do cálcio para se contrair.
Então imagine que o coração irá contrair-se toda hora, então destaca-se a importância
do cálcio para exercer esta função, e a importância de este precisar ser reposto na dieta.
Voltando aoquestionamento, temos que:
1) Quando os níveis de cálcio sérico começarem a cair, o corpo precisa manter a
homeostasia, então libera o hormônio PTH (o paratormônio) e este hormônio irá nos ossos.
2) Quando o hormônio chega nos ossos ativará uma célula chamada de osteoclasto,
essa célula terá o papel de desgastar o osso, lembrando que o osso é uma das fontes de
reserva de cálcio no corpo.
3) O cálcio que sai dos ossos quando estes são desgastados irá para a corrente
sanguínea, dessa forma, o cálcio sérico se eleva. Quando o cálcio está sendo depositado na
corrente sanguínea, ele irá passar da quantidade necessária, causando riscos à saúde (como a
calcificação de válvulas cardíacas, como citado anteriormente).
4) Devido aos níveis elevados de cálcio sérico, a tireoide libera a calcitonina, e esta
irá ativar os dutos coletores dos rins, fazendo com que o cálcio seja eliminado do corpo pela
urina.
Dessa forma, os níveis de cálcio sanguíneos caem, fazendo com que ocorra a
liberação do paratormônio e repetindo novamente o ciclo, sendo este ciclo chamado de
homeostasia do cálcio.
PA: PARA VERIFICAR SE OS NÍVEIS DE CÁLCIO NO ORGANISMO ESTÃO
CERTOS (HOMEOSTASIA). É MELHOR FAZER A MEDIÇÃO ATRAVÉS DA
URINA OU DO PRÓPRIO SANGUE?
RP:Depende do objetivo, se o interesse for do cálcio sérico é pelo sangue.
PA: ESSA DESCALCIFICAÇÃO A LONGO PRAZO PODE PROVOCAR
OSTEOPOROSE?
RP: Pode sim, importante ponto.
PA: A CALCITONINA AJUDA A LEVAR O CÁLCIO PARA OS OSSOS
NOVAMENTE?
RA: Não ajuda, ajuda apenas na eliminação do cálcio pela urina.
OBS: Algumas pessoas aprenderam isso errado durante a vida escolar. Reforçando, a
calcitonina quando é liberada, inibe os osteoclastos, e estimula a eliminação do cálcio
através dos rins. A calcitonina não coloca o cálcio novamente dentro dos ossos, pois
quem produz a matriz óssea são os osteoblastos, e quem controla os osteoblastos são os
hormônios gonadais: estrógeno, progesterona e testosterona. A calcitonina, não estimula
osteoblastos, apenas inibe os osteoclastos, impedindo que estes continuem desgastando
os ossos.
Quando o cálcio está baixo, temos liberação de PTH(paratormônio) , o PTH irá no
osso e estimulará uma célula chamada de osteoclasto, este osteoclasto desgasta os ossos
fazendo com que o cálcio presente nestes entre no sangue.
O cálcio se eleva, e para controlar a elevação, ocorre a liberação de calcitonina pela
tireoide. A calcitonina bloqueia os osteoclastos impedindo a liberação de mais cálcio para o
sangue, e estimula a eliminação do cálcio pela urina.
PA: PROFESSOR, A CALCITONINA ENTÃO NÃO DEVOLVE CÁLCIO PARA OS
OSSOS?
RP: É assim que funciona, para devolver cálcio para o osso, somente os osteoblastos podem
realizar essa função de produzir a matriz óssea, por serem estimuladas pelos hormônios
gonadais. A calcitonina não está relacionada a este processo.
Para devolver cálcio para o osso, os osteoblastos produzem matriz óssea, por meio da
testosterona ou estrógeno/progesterona. A calcitonina não tem influência nesse processo, ela
não repõe o cálcio absorvido pela ação do paratormônio.
Logo, o papel da calcitonina no osso é inibir os osteoclastos para que ele não desgaste
mais; além de atuar na retirada do excesso de cálcio pela urina, pois pode trazer
complicações.
PA: É A VITAMINA D QUE FIXA O CÁLCIO NOS OSSOS?
RP: Não, a vitamina D ajuda na absorção do cálcio pelo estômago.
OBS: Quando sua concentração sanguínea é alta, a calcitonina reduz a quantidade de
cálcio e de fosfato no sangue, inibindo a reabsorção óssea pelos osteoclastos e acelerando
a captação de cálcio e de fosfato pela matriz óssea extracelular.
OBS: Ao falar que a calcitonina acelera o processo da matriz, não é possível afirmar que
ela vai tirar o cálcio do sangue para colocar novamente no osso, pois o excesso de cálcio
vai ser eliminado pela urina. O que pode acontecer é a calcitonina auxiliar na produção
da matriz, mas não repor o cálcio no osso.
PA: ESSA DESCALCIFICAÇÃO A LONGO PRAZO PODE PROVOCAR
OSTEOPOROSE?
RP: O idoso, geralmente, tem baixo consumo de cálcio. Se ele não for adquirido pela dieta, a
única fonte disponível é a dos ossos. Com a redução da quantidade de cálcio, o PTH
estimulará o processo de reabsorção, mas o consumo de cálcio permitirá a produção de
matriz. No entanto, se a ingestão é deficitária, não haverá essa produção, o que traz
complicações para o indivíduo e pode gerar a osteoporose.
No caso das mulheres é pior, pois quando a mulher entra na menopausa os níveis de
estrógeno e progesterona caem significativamente, consequentemente, o estímulo de
osteoblastos também caem. Então, se não houver o consumo de cálcio necessário para
produzir matriz, devido ao PTH estimular o desgaste ósseo e sem o osteoblasto para produzir,
vai ocorrer retirada de cálcio sem reposição.
GLÂNDULAS SUPRA-RENAIS
Hormônios:
-Córtex;
● Mineralocorticóides;
● Glicocorticóides;
● Androgênicos;
-Medula:
● Epinefrina;
● Norepinefrina;
Ação:
● Metabolismo do sódio e do potássio;
● Metabolismo da glicose;
● Produção do hormônio masculino;
● Preparação da luta ou fuga;
As supra-renais são outro exemplo de glândulas sobre as quais a hipófise exerce
influência. Anatomicamente, essas glândulas são divididas em duas porções: córtex e medula.
No córtex são liberados mineralocorticóides, com destaque para o cortisol, conhecido
como o hormônio do estresse, e a aldosterona que auxilia no metabolismo do potássio e do
sódio. Existem, também, os glicocorticóides que ajudam no metabolismo da glicose.
Além disso, tem os andrógenos que são hormônios masculinos, eles potencializam a
testosterona e auxiliam nas características secundárias masculinas.
No caso da medula, os hormônios liberados por ela são chamados de
simpatomiméticos. Isso significa que a liberação deles ocorre a partir de uma estimulação
simpática.
OBS: em algumas situações patológicas, como em casos de nódulos nas supra-renais,
ocorre a liberação de grandes quantidades de hormônios andrógenos em mulheres,
podendo nascer pelo no rosto (hirsutismo).
OVÁRIOS E TESTÍCULOS
Hormônios:
● Estrogênio;
● Progesterona;
● Inibina;
● Relaxina;
● Testosterona;
Ação:
● Regular o ciclo reprodutivo da mulher;
● Desenvolver e manter as características sexuais;
A adeno-hipófise libera LH e FSH que são encaminhados para o ovário e para o
testículo, ambos os hormônios atuam no ciclo reprodutivo da mulher. O FSH é o primeiro a
ser liberado e vai amadurecer os gametas, os ovócitos na mulher e os espermatozóides no
homem.
Depois de maduros o LH é liberado, agindo na ovulação das mulheres e atuando na
estimulação da produção dos hormônios gonadais. Isso mantém as características secundárias
femininas e masculinas.
OBS: A inibina e a relaxina são liberadas pelo útero. Estão relacionadas ao processo
gestacional.
PÂNCREAS
Hormônios: (Parte endócrina = Ilhotas Pancreáticas)
● Células Alfa= glucagon;
● Células Beta= insulina;
● Células Delta= somatostatina e gastrina;
● Células F(PP)= polipeptídeo pancreático; (ainda não há estudos que esclareçam a sua
função).
Ação:
● Controle da glicose sérica;
● Controle da secreção das enzimas pancreáticas (função exócrina);
O glucagon, produzido pelas células alfa, faz a glicogenólise, ou seja, quebra o
glicogênio, o que faz com que a célula não deixe de receber glicose para exercer suas
atividades.
Já a insulina tem um papel de hipoglicemia; ao ser liberada pelas células beta, ela
reduzirá a concentração de glicose sanguínea ao retirar a glicose do sangue e encaminhar para
a célula.
A somatostatina e a gastrina são dois hormônios que se anulam, ou seja, quando um é
liberado, a ação do outro é inibida. Os dois atuam a nível do estômago, a gastrina ajuda na
secreção do suco gástrico no estômago, portanto, a somatostatina inibe essa secreção.
OBS: Glicemia é a concentração de glicose na corrente sanguínea, ela varia entre 70 e
99 em jejum, alimentado ela pode ir até 124.
GLÂNDULA PINEAL
Hormônios:
● Melatonina;
Ação:
● Controlar o ciclo circadiano;
O núcleo habenular, que está conectadoa glândula pineal, recebe impulsos diretos dos
cones e bastonetes, que são receptores oculares responsáveis pela captação de luz. Na
presença de luz, ocorre a redução da melatonina, o que leva o indivíduo a ficar acordado, já
na ausência, ocorre a liberação do hormônio, isso significa que é o momento de dormir.
Por isso que muitos problemas de insônia envolvem excesso de luminosidade, como
no uso de celular e computador. O uso de melatonina é o tratamento recomendado pelos
médicos, no Brasil é necessário receita médica para a liberação do uso de melatonina
exógena, diferentemente do exterior.
TIMO
Hormônios:
● Timosina;
● Fator humoral do Timo;
● Fator tímico;
● Timopoetina;
Ação:
● Proliferação e maturação das células T;
O timo é uma glândula temporária e após, aproximadamente, os doze anos de idade,
ela deixa de existir no corpo. Então, as células T recebem a proliferação e a maturação
necessária e, à medida que o tempo passa, a glândula perde sua função, atrofiando a ponto de
sumir e ficar um pedaço de gordura sem funcionalidade.
Isso pode ser comprovado por meio de exames de imagem, como a tomografia
computadorizada ou a ressonância magnética.

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