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Introdução à Economia Do Trabalho

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"A Economia do Trabalho é um ramo das Ciências Econômicas que estuda temas 
relacionados com o mercado de trabalho, as relações de trabalho, o movimento sindical, as 
políticas públicas de emprego e a distribuição dos rendimentos do trabalho, e que requer a 
compreensão de interfaces com outros ramos de estudo no campo das Ciências 
Econômicas."
Aula 1: A centralidade do trabalho na sociedade contemporânea
Trabalho como elemento central no desenvolvimento humano:
Define a espécie humana.-
Altera a individualidade e a concepção e estrutura de uma sociedade.-
Duas faces do trabalho
Trabalho pela sobrevivência: atendimento de necessidades básicas, trabalho alienado 
e desconectado.
1)
Trabalho criativo: tempo livre, desenvolvimento de condições sociais em sociedade.2)
Sociedades agrárias: jornadas longas, baixa expectativa de vida, exaustão e dedicação ao 
trabalho até a morte. 
Sociedades urbanas: capitalismo industrial, trabalho é transformado e submetido às 
máquinas. Revolução tecnológica, surgimento de sindicatos e organização dos 
trabalhadores, além de partidos políticos. Luta por jornadas menores e por benefícios, 
busca pela libertação. 
Com o capitalismo industrial, ocorre a manutenção da centralidade do trabalho na vida 
humana e no desenvolvimento, onde passa a prevalecer uma sociedade de serviço e o 
aumento da produtividade. Apesar de avanços tecnológicos, os empregos ainda são 
precários e existe um retrocesso em termos de condição de vida. Importância da 
mobilização dos trabalhadores pelos avanços dos direitos trabalhistas. 
Mobilização trabalhista e social como central no estudo da economia do trabalho.
Redução da jornada de trabalho nas sociedades capitalistas tem a ver com o aumento da 
produtividade e das novas técnicas (que, por outro lado, torna o trabalho humano 
redundante)
Aula 2: Principais linhas de pesquisas e debates contemporâneos
"No processo de desenvolvimento capitalista, há uma transformação permanente das bases 
materiais onde estão assentadas as condições de reprodução e de acumulação do 
capital. O mercado de trabalho, nesse sentido, é espaço privilegiado onde tais 
transformações se manifestam."
Políticas públicas no campo do mercado de trabalho-
O emprego público e sua relação com os sistemas de proteção social-
A questão da desigualdade social: estudos sobre a pobreza, os ricos e a classe média-
A questão tributária-
A possibilidade do estudo comparado-
A representação dos interesses de classe: movimento sindical e as políticas públicas-
Aula 3: Determinação dos níveis de emprego e salários 
Economia: determinada capacidade para produzir bens e serviços em um determinado 
período de tempo
Total de pessoas ocupadas: depende do grau de utilização da capacidade de produção 
Introdução à Economia do Trabalho
terça­feira, 9 de março de 2021 16:10
existente, que por sua vez determinaria o volume da produção e o nível e emprego
Possíveis investimentos podem aumentar o nível de emprego e a produção, além de 
aumentar a eficiência do sistema de produção. Níveis esses determinados pelo grau 
de utilização da capacidade produtiva. Maior uso dessa capacidade determina maior 
nível de emprego na força de trabalho.
-
Grau de utilização da capacidade produtiva determinado pelo nível das compras, dos 
bens e serviços, pelas famílias e empresas. Níveis de consumo e de investimentos 
determinam a magnitude da produção e o nível de emprego da força de trabalho. È 
possível também que o aumento do emprego ocorra como consequência do aumento 
dessa produtividade do trabalho.
-
Salários são favorecidos pelo maior volume de produção e emprego, de forma que em 
períodos de alta, os trabalhadores têm melhores condições de reivindicar maiores 
salários. Poder de compra dos salários dependerá dos preços dos bens. Ou seja, não 
adianta os salários aumentarem se os preços dos bens aumentarem também. Não 
havendo modificações nas margens de lucro, o poder de compra dos salários 
aumenta no ritmo do aumento de produção por empregado.
-
Aumento de salários pode ocasionar inflação. Situação se resolve se houver aumento 
da produtividade e perda do poder de compra das empresas. 
-
Aumento da produtividade e eficiência resultantes de investimentos que aumentam a 
capacidade produtiva e trazem avanços tecnológicos e na organização da produção, além 
de trazer maior valor agregado por empregado. 
Aumentos no poder de compra dos salários: aumento de produtividade e/ou reduções nas 
margens de lucro das empresas(perda do poder de compra)
Aula 4: Enfoque microeconômico do emprego e dos salários 
Trabalho não assalariado: feito por conta própria. Sem salário, apenas lucro 
Trabalho assalariado: trabalho dependente do empregador. Recebe salário 
Mais valia: lucro do empregador
Nível de emprego de uma empresa determinado pela perspectiva de venda, ou seja, 
uma decisão prévia de investimento. Questão: Quanto trabalho contratar a partir das 
expectativas de venda e das tecnologias e recursos disponíveis
-
Determinação do preço feita a partir das condições de barganha para negociar com o 
empregador. Normalmente são baixas e só aumentam em momentos específicos de 
prosperidade. 
-
Salário não pode ser igual ao valor do produto pois nesse caso o empregador não se 
apropria do trabalho. Ele é determinado de forma que o empregador fique com a maior 
parte do valor de produto. Lucro sempre tem que ser maior que o salário. 
-
Salário determinado pela produtividade marginal do trabalho, que depende dos indivíduos 
mas também das tecnologias de produção. Mercado de trabalho heterogêneo, ou seja, 
salário muda independente da qualificação dependendo da tecnologia e dos recursos 
disponíveis. Formas diferentes de determinação salarial. 
Teoria do capital humano: investir em si mesmo para melhor se colocar no mercado de 
trabalho e aumentar sua renda futura. "Infelizmente você pode se educar o quanto quiser, 
mas se não houver demanda pelo seu trabalho, você não vai receber salário nenhum."
Aula 5: Determinantes demográficos e sociais da oferta de mão de obra 
Crescimento da população1)
População: conjunto de pessoas que vivem em determinado país
Declínio da fecundidade levando ao envelhecimento da população
Crescimento da população urbana
Mudanças na distribuição da população por idade e sexo 2)
Mudanças na pirâmide etária, com a base mais estreita por conta da diminuição dos 
nascimentos.
Conceitos de PIA, PEA, ocupação e desemprego3)
Pessoas com idade entre 16 e 65 anos constituem a população idade ativa (PIA) 
Desempregados e ocupados produtivamente constituem a população economicamente 
ativa (PEA).
População ocupada: trabalho produtivo: sendo esse atividades de produção de bens e 
serviços para o mercado ou as atividades sem remuneração em algum negócio familiar. 
Condição da atividade, taxa de participação, ocupação e desemprego4)
.taxa de participação
.ocupação 
.desemprego
.assalariamento
.grau de formalização
Evolução da condição da atividade5)
Aula 6: A estruturação do mercado de trabalho e a informalidade
"Acumulação de capital amplia a capacidade de produção e o uso da capacidade gera 
emprego e renda. A renda gerada pelo uso da capacidade de produção é apropriada por 
proprietários e trabalhadores. A apropriação de renda pelos trabalhadores depende do nível 
e composição dos empregos, bem como do nível e diferenças de salários."
Os salários dependem da intensidade do aumento dos níveis de produção e emprego 
e a evolução do poder de compra do salário é condicionado pelas margens de lucro e 
o poder de compra das empresas. A substituição e ampliação da capacidade 
produtiva de uma economia envolve avanço técnico e aperfeiçoamentos na 
organização da produção e do trabalho. Quanto maior o avanço técnico, maior a 
eliminação da capacidade produtiva preexistente e a consequente eliminação de 
postos de trabalho, além de menor criação de postos com o uso da nova capacidade 
de produção. Ou seja, quanto maior o avanço técnico produtivo, maior a probabilidadede que esse aumento de produtividade não acarrete no aumento do nível de emprego.
-
Consequente criação de um exército de reserva de empregados para a acumulação 
de capital, que gera diminuição do poder de barganha do trabalhador e menores 
salários. Informalidade gerada a partir do desemprego enquanto tentativa de 
sobrevivência piora condições dos trabalhadores. Poder público pode entrar no 
caminho dessas possíveis estratégias de informalidade e atrapalhar a realização 
dessas atividades econômicas. 
-
Quanto maior o avanço técnico produtivo, maior a probabilidade de que esse aumento 
de produtividade não acarrete no aumento do nível de emprego. Mecanismos públicos 
de apoio supõem desemprego de curto prazo. Desemprego de longo prazo 
problematiza os mecanismos de apoio usuais e impõe pressão para a liberalização de 
outras formas de atividade econômica para a estratégia de sobrevivência. Dimensão 
adicional na desigualdade econômica, além da já existente desigualdade entre 
proprietários e assalariados. 
-
Aula 7: A desigualdade de rendimentos do trabalho e a questão de gênero
Desigualdade de rendimentos do trabalho1)
Causa principal da enorme desigualdade socioeconômica das famílias brasileiras. 
Diferença de renda entre adultos e jovens é muito grande. 
As diferenças de renda por nível de escolaridade são ainda maiores que as de renda média 
por idade. 
Renda média dos homens é 30% superior á das mulheres
Grandes diferenças de renda por setor de atividade e por grupos ocupacionais. 
Segregação ocupacional das mulheres2)
As desvantagens das mulheres nas atividades econômicas se mostram nas piores 
situações de informalidade, nos empregos formais pior remunerados e nos rendimentos 
médios inferiores ao dos homens, qualquer que seja o nível de instrução. 
Além disso a concentração de mulheres num conjunto reduzidos de ocupações tidas como 
tipicamente definidas. 
As taxas de desemprego feminino são maiores e os níveis de mulheres encarando a 
informalidade também são altos. 
Diferença de rendimentos por sexo 3)
Mesmo sendo mais escolarizadas e possuindo nível superior, as mulheres ainda possuem 
rendimentos menores que os dos homens no mercado de trabalho.
Mulheres de famílias com condições socioeconômicas mais desfavorecidas e com menor 
grau de escolaridade possuem menor participação na atividade econômica 
Aula 8: Diferentes explicações para o desemprego e suas causas
Conhecimentos acerca das causas específicas de desemprego é importante para a 
escolha das políticas que devem ser adotadas para combatê-lo.
-
OIT define desemprego como a situação onde o indivíduo em idade ativa não está 
economicamente ocupado, mas está disponível para trabalhar e procurando um 
emprego. Não inclui pessoas que trabalham de forma esporádica, provisória ou que 
não têm a intenção de trabalhar, considerando apenas a condição de privação de 
emprego
-
Distinção entre desemprego ocasional e sistêmico-
5 enfoques
Marxista 1)
Desemprego como resultado da dinâmica capitalista e condição necessária para a 
acumulação de capital
2 ideias chave
.acumulação do capital está assentada na exploração do trabalho assalariado no interior da 
esfera de produção com o intuito de gerar mais valia
.reprodução do sistema passa pela garantia de uma oferta de mão de obra suficiente para 
atender a demanda das empresas. Ou seja, formação de um exército industrial de reserva 
que poderia ser recrutado em momentos de expansão econômica mas que, normalmente, 
impediria pressões salariais e possibilitaria a acumulação capitalista 
Neoclássico2)
Desemprego como decorrência de interferências no funcionamento do mercado de trabalho 
que impedem a obtenção do pleno emprego.
Escola acredita que o sistema econômico tende naturalmente ao equilíbrio, conduzindo 
assim ao pleno emprego dos fatores produtivos (capital, terra e trabalho). Desemprego e 
qualquer outro fator negativo seria decorrente de uma perturbação ou interferência nesse 
equilíbrio
Schumpeteriano 3)
Desemprego como resultante do progresso técnico, sendo assim inevitável, mas que é 
compensado com novos setores e novas oportunidades.
Progresso técnico como fator inerente ao ciclo econômico, e o desemprego como fenômeno 
transitório.
Keynesiano4)
Desemprego como resultado da instabilidade econômica que afeta as decisões de 
investimento, de produção e a própria determinação do nível de emprego.
Acredita na existência de uma taxa reduzida de desemprego como compatível com o 
funcionamento de uma economia monetária
Governo deve se esforçar para reduzir o grau de incerteza entre os agentes econômicos 
para evitar quedas bruscas no nível de atividade econômica
Crítica ao enfoque neoclássico
Monetarista 5)
Acredita que o funcionamento normal de uma economia de mercado necessita de uma taxa 
natural de desemprego que evite pressões inflacionárias
Encara o nível ótimo de atividade econômica como aquele onde existe uma taxa de 
desemprego de equilíbrio, sendo compatível com a estabilidade monetária
Pleno emprego: taxa baixa de desemprego que não provoca aceleração inflacionária
Política de combate ao desemprego só pode ser eficaz se baseada em medidas 
microeconômicas que aumentem a flexibilidade do mercado e trabalho e dos salários. 
Aula 9: O pleno emprego e o papel do emprego público
O desenvolvimento econômico e a redundância do trabalho1)
É característica da economia capitalista e do processo de acumulação de capital reduzir a 
necessidade do trabalho. Modo de produção capitalista cresce de forma intensiva, cada vez 
mais produzindo mais com menos. 
Marx: tendência de alteração da composição orgânica do capital. Substituição do 
trabalho vivo pelo morto e a formação do exército industrial de reserva. Entende essa 
situação como uma possibilidade de libertação do homem do trabalho enquanto uma 
necessidade.
-
Keynes: desemprego da mão de obra e de máquinas e equipamentos 
simultaneamente é um fenômeno - macroeconômico, não sendo limitado à problemas 
no funcionamento do mercado de trabalho
-
Kalecki: excedente de mão de obra enquanto questão política e social e expressão 
dos conflitos dos interesses organizados na sociedade. Manutenção do pleno 
emprego é fundamentalmente uma questão política que ultrapassa os limites da 
economia. 
-
A construção política do pleno emprego no pós guerra2)
Pleno emprego como fundamentalmente uma responsabilidade pública ligada diretamente 
ao Estado e as políticas governamentais. Ou seja, políticas macroeconômicas de 
desenvolvimento voltadas para o crescimento da economia e para a promoção do 
progresso material e da busca consciente do pleno emprego.
Compromisso público com o manuseio da política econômica e de desenvolvimento em prol 
do pleno aproveitamento das forças produtivas e da mão de obra. Políticas de pleno 
emprego voltadas tanto para a demanda quanto para a oferta de mão de obra. Resultam na 
diminuição da vida ativa do trabalhador no mercado de trabalho ao postergar sua entrada 
com a extensão da escolaridade formal e adiantar sua saída com políticas de previdência 
social.
Crescente participação do setor público na composição do emprego total no pós guerra. 
A importância do emprego público na manutenção do pleno emprego3)
Anos dourados do capitalismo (pós segunda guerra, anos 50 - 70). Expansão das funções 
públicas decorrentes dos novos esquemas de proteção social. Protagonismo do emprego 
público associado ao desenvolvimento do estado de bem estar social.
Emprego público cumprindo um papel de reabsorver trabalhadores vindo das áreas que 
foram desmercantilizadas.
Aula 10: Políticas de combate ao desemprego na sociedade contemporânea
O desemprego depende do ritmo de crescimento econômico e, portanto, as políticas que 
levam à esses desenvolvimento são decisivas e fundamentais. 
Precarização do trabalho decorrente da falta opção e da necessidade de sobrevivência. 
Enfraquecimento do poder dos sindicatos e de organizações trabalhistas que perdem a 
capacidade de barganha. Os empregadosaceitam condições ruins sem reclamar por medo 
e assim mobilizações perdem o fervor. O poder está na mão dos proprietários e 
empregadores. Quanto maior o desemprego maior é o medo dos trabalhadores e menor a 
força dos sindicatos 
Segmentos sociais específicos ficam mais vulneráveis, pois uma vez que não existe espaço 
para todos, as parcelas mais marginalizadas são as primeiras a sair. Também são os que 
tendem a se manter mais tempo nessa situação de desemprego. Necessidade de políticas 
de apoio aos grupos marginalizados para auxiliar na sua entrada e sua permanência dentro 
do mercado de trabalho
Inovações tecnológicas também influenciam elevações nos níveis de desemprego e 
funcionar como um catalisador em momentos de crise . Necessidade de leis e políticas que 
façam com que o advento de novas tecnologias sejam beneficiários tanto para os 
empregadores quanto para os empregados
Importância de políticas de apoio aos desempregados e aos que estão em condições 
trabalhistas precárias e informais, pensadas no curto e também no longo prazo, necessárias 
para poder possibilitar a sobrevivência independente do momento capitalista. 
A saída: maior crescimento econômico, juros mais baixos, incentivo à investimento público 
e privado e ampliação do gasto público. 
Quando o desemprego está alto, é evidente a existência de uma política contrária aos 
interesses dos trabalhadores. 
Aula 11: Sistema público de emprego e políticas de mercado de trabalho
Sistema público de emprego como fundamental para melhorar o funcionamento do mercado 
de trabalho
As políticas de mercado de trabalho pouco afetam a sua estrutura e, atualmente, acabam 
apenas por reforçar sua heterogeneidade estrutural
Criação de serviços ou agências de emprego em países desenvolvidos destinados a:
Intermediação da mão de obra. -
Oferecimento de seguro desemprego e qualificação profissional.-
Capacitar a força de trabalho e ajudar a manter o pleno emprego.-
Combater a rotatividade da mão de obra e promover o trabalho decente.-
Melhorar a negociação coletiva e a atuação de sindicatos nas relações de emprego.-
Auxílio aos trabalhadores na preservação do emprego em momentos de retração da 
atividade econômica. 
-
Eficácia desses programas nem sempre alta em função da pouca articulação entre eles e 
também do ambiente macroeconômico desfavorável. Necessidade de articulação e 
integração do conjunto de políticas de proteção e inclusão social: produção e gestão de 
informações sobre o mercado de trabalho, inserção da juventude e de grupos vulneráveis, 
geração de trabalho e renda via fomento de atividades empreendedoras. 
O sistema de emprego atua sobre a oferta de mão de obra e pode melhorar o 
funcionamento do mercado de trabalho, mas são as políticas macroeconômicas, setoriais e 
sociais que contribuem para o pleno emprego e a elevação do padrão de vida dos 
trabalhadores. Atualmente, observa-se uma fragmentação e uma baixa eficácia dos 
programas existentes.
Seguro desemprego no brasil tem uma cobertura muito limitada: boa parte dos 
trabalhadores não tem acesso ao seguro porque não cumpre com os requisitos necessários 
"As políticas de mercado de trabalho não são capazes de combater a heterogeneidade 
estrutural do mercado de trabalho brasileiro, e parcela expressiva dos trabalhadores 
continua sem acesso aos
programas existentes, inclusive, porque a prioridade do governo é cortar gastos."
Aula 12: A política do salário mínimo 
Ainda no início do século XX, o salário era medido apenas através das negociações entre 
empregadores e empregados, seguindo a lógica do livre funcionamento dos mecanismos de 
mercado. Muitos trabalhadores assalariados viviam em situações de pobreza e miséria.
Sistema capitalista: pagar o menos possíveis, reduzir os custos e lucrar mais. Inserção do 
trabalhador se dá de forma subordinada ao poder dos empresários; eles que tem o maior 
poder, utilizando a grande parcela de pessoas necessitadas de emprego para definir o 
salário e as condições de trabalho.
Motivações para a criação do salário mínimo ligadas aos objetivos de criar uma 
remuneração mínima que garantisse a sobrevivência e suas condições de subsistência. 
Salário então determinado pelo Estado. Imposição de limites à exploração do trabalho num 
cenário onde os avanços tecnológicos e produtivos promoviam o excedente da força de 
trabalho.
Foi estabelecido primeiramente nos países com sindicatos mais fortes e desenvolvidos e se 
mostrou extremamente efetivo em sua missão de diminuir as desigualdades e promover 
uma vida minimamente digna para os trabalhadores, além de permitir que as riquezas 
adquiridas em momentos de crescimento econômico fossem distribuídas de forma mais ou 
menos igual entre todos os trabalhadores.
Ampliação do consumo e da inclusão social da massa trabalhadora
Aula 13: O sistema brasileiro de relações de trabalho
Todo país constitui seu sistema próprio de relações de trabalho, que inclui as instituições 
que vão garantir a efetivação dos direitos trabalhistas e a proteção social dos assalariados. 
O sistema brasileiro foi construído e consolidado nos anos 30 a partir do governo de Getúlio 
Vargas, junto com a implementação de um projeto de industrialização do país através de 
um estado intervencionista, de forma a fomentar o desenvolvimento econômico
Perspectiva de evitar que o conflito de classe se instalasse conforme a 
industrialização se desenvolvesse no brasil. Objetivo de colaboração de classes e 
harmonia social. Busca a incorporação dos trabalhadores e da burguesia nascente 
através da ideia de valorização do trabalho. 
-
Conjunto de direitos individuais 1)
Consolidação do direito do trabalho e asseguração de certo grau de proteção aos 
trabalhadores
Férias, décimo terceiro, licença maternidade, descanso semanal, jornada de 8 horas...
Apesar de ser progressiva, ele se constitui de forma seletiva (nem sempre incluiu todos os 
grupos de trabalhadores) 
Pouca efetividade devido ao descumprimento dessa legislação trabalhista por parte do setor 
empresarial
Flexibilidade: empregado pode se demitir sem se justificar e a possibilidade de negociar a 
redução de salário e da jornada 
Sistema de organização sindical2)
Profundamente regulada pelo Estado, que estabelece as regras de como o sindicalismo 
brasileiro pode atuar 
Por um lado, garante estabilidade e direitos, mas por outro, não permite que os 
trabalhadores decidam livremente como se organizar
Regulamentação da negociação coletiva3)
Controle bastante extensivo do Estado, mas que, ao mesmo tempo, garante que essa 
negociação se efetive na sociedade. 
Instituições responsáveis para a efetivação dos direitos 4)
Constituição de uma série de instituições públicas responsáveis pela efetivação do direito 
do trabalho. Não apenas resolve conflitos como também estabelece parâmetros de como 
esses direitos vão se efetivar na sociedade
.a Justiça do Trabalho
.o Ministério Público do Trabalho
.o Sistema de Fiscalização do Ministério do Trabalho
Brasil possui uma classe trabalhadora muito heterogênea, onde os sindicatos possuem 
pouca capacidade de assegurar um sistema de proteção mais amplo
Aula 14: A legislação trabalhista, a fiscalização do trabalho e a justiça do trabalho
Legislação trabalhista: processo de construção de arcabouço jurídico trabalhista, que 
inclui as normas de proteção social e as instituições públicas com incumbência de 
fiscalizar e concretizar essas normas Passa a ser criada juntamente com a CLT na 
década de 30 sob o pretexto de novas políticas públicas sociais para integrar a 
sociedade, aumentar a modernização e a industrialização, além da superação das 
heranças escravocratas. 
-
Além desses direitos sociais e trabalhistas, é nesse período que o direito ao voto e à 
carteira de trabalho é estendido às mulheres. Consequente criação de um novo ramo 
jurídico com objetivo de proteger as novas leis trabalhistas
-
Essa luta pelos direitos trabalhistas e o aprimoramento da legislação é um processo que 
passa por continuidadese descontinuidades desde então. Constituição Cidadã de 1988 traz 
os direitos trabalhistas como direitos sociais fundamentais. Trabalhadores rurais também 
são incluídos.
No período atual, essa legislação se encontra ameaçada por conta da crença de muitos de 
que ela é rígida e impede o crescimento econômico 
Aula 15: Ação sindical e negociação coletiva
Direitos dos trabalhadores criados como uma contraposição à forma como o trabalho 
assalariado é organizado no capitalismo. A existência desses direitos é fruto da ação 
política, da organização dos trabalhadores, tendo como objetivo garantir a dignidade da 
pessoa humana e construir uma sociedade menos desigual. A forma de concretizar esses 
direitos de dá através da construção de sindicatos, responsáveis por vocalizar as 
reivindicações dos trabalhadores. 
Todo o processo de construção de direitos trabalhistas fundamentados em 2 princípios:
Trabalho não pode ser considerado uma mercadoria qualquer, porque quem o vende 
é uma pessoa humana e sua dignidade deve ser preservada
1)
Relação entre capital e trabalho extremamente desigual2)
Três espaços de normatização de direito:
A regulamentação de direito por meio do Estado, através de leis, políticas sociais, 
normas coletivas e a fiscalização do trabalho
-
Negociação coletiva-
Poder do empregador de estabelecer as condições da contratação de forma 
discricionária e unilateral
-
Capitalismo como forma de produção da riqueza que é feita a partir do trabalho assalariado; 
fundamentalmente, o trabalho para o outro. Dessa forma, o trabalho está numa condição de 
subordinação e, nessa lógica de acumulação capitalista, ele não respeita muito as regras da 
vida das pessoas em sociedade, levantando assim a necessidade de direitos que 
tentassem se contrapor a essas características do assalariamento. Se deixarmos o trabalho 
livre no capitalismo, ele tende a promover desigualdade e desemprego, que são 
características estruturantes do capitalismo
3 grandes fases do desenvolvimento das relações de trabalho capitalista
O Capitalismo Concorrencial1)
Quando ele está ainda em construção. Fase se total ausência de proteção e regulação do 
trabalho, prevalecendo a absoluta flexibilidade. Não havia proteção social. Essa fase 
prevaleceu durante todo o século XIX 
A era do Bem-Estar Social 2)
Pós segunda revolução industrial e período entre guerras. Aumento da importância da 
regulação pública e, com isso, ampliação da proteção social. Garantia de uma série de 
direitos aos trabalhadores
O Capitalismo Desregulado3)
Início de um processo de desconstrução de direitos. Padrão mais flexível e instável, onde 
os trabalhadores são submetidos a uma maior vulnerabilidade. Volta do aumento das 
desigualdades sociais apesar do aumento geral de produtividade. 
Aula 16: A regulação da Jornada de Trabalho
A definição da jornada de trabalho combina 2 fatores fundamentais: um de ordem 
econômica e outro de ordem política.
Ao longo do tempo, houve uma tendência a redução da jornada de trabalho que se deve a 3 
fatores principais:
O aumento da produtividade do trabalho-
A luta dos sindicatos-
A maior intervenção do Estado-
Diferenças entre as jornadas de trabalho ao redor do mundo dadas principalmente ao 
arranjo político e institucional que varia de país pra país. 
Aula 17: Trabalho precário e a precarização do trabalho
Condição salarial: regime de organização e relação do trabalho constituído no pós Segunda 
Guerra com o objetivo de proteger o trabalhador e criar regime de interrogação para além 
do contrato individual de trabalho. 
2 pilares da desmercadorização do trabalho
A desmercadorização institucional, que definia que o trabalho não é uma mercadoria e 
girava em torno da criação do direito do trabalho
1)
O Estado de bem-estar social, que dava forma à essa desmercadorização no terreno 
mais amplo da sociedade
2)
Rigidez social: os custos associados ao contrato social do pós guerra 
Passam a ser fortemente criticados a partir da década de 70 e trazem a tona o conceito de 
flexibilidade. Esse por sua vez representa uma procura pela transformação do próprio 
regime de acumulação em direção a um regime de acumulação flexível.
Nesse contexto surge o neoliberalismo e o Consenso de Washington, que impulsionam os 
processos da globalização econômica a tendo como principal transformação a flexibilidade 
e adaptabilidade das relações laborais. Essas mudanças têm em vista aumentar a 
competitividade das empresas, alegando que era a prévia rigidez dos contratos de trabalho 
que geravam o desemprego
Índice de rigidez: criado pela OCDE e composto por 3 indicadores
Índice de rigidez: criado pela OCDE e composto por 3 indicadores
Dificuldade na demissão1)
Regulação dos contratos e formas de trabalho temporário2)
Custos associados à admissão ou despedimento coletivo3)
A partir dos anos 80, pouco a pouco esses 3 itens foram sendo modificados e flexibilizados. 
Será apenas nos anos 2000 que acontecerá, na maioria dos países, revisões amplas das 
legislações trabalhistas.
Não existe nenhuma evidência empírica que relacione a flexibilização do trabalho com 
diminuição do desemprego. Na verdade, esse aumento de flexibilidade se vê nos 
crescentes contratos atípicos que surgem nas últimas décadas. As formas de trabalho 
atípico ou emprego temporário vão se tornando características comuns dos mercados de 
trabalho de muitos países, além de trabalhos de meio-período, escolhidos não mais por 
opção mas sim pela necessidade de sobrevivência, cuja luta para obtê-la submete o 
empregado à condições ruins e contratos mal regulados ou inexistentes. 
A partir daí surge o conceito de precariedade, sendo utilizado a partir dos anos 70 para se 
referir à parcela da população que viviam em situações persistentes de pobreza. Depois 
dos anos 80 e do enfraquecimento da condição salarial, ele passou a ser usado também 
para se referir à essas condições flexibilizadas do trabalho e diversidade contratual e o 
desemprego estrutural resultante delas. O termo precariedade passa a dar conta dessas 
novas trajetórias laborais desqualificadas e da vulnerabilidade imposta ao trabalhador, que 
não é mais segurado pelo Estado e é privado do acesso à direitos trabalhistas e sociais. Por 
fim, o termo também pode se referir à essa nova dinâmica de desestabilização geral da 
sociedade, de um estado constante de insegurança e do aumento do desemprego e das 
desigualdades. 
Aula 18: A OIT e a agenda de trabalho decente 
OIT: Organização Internacional do Trabalho 
Declaração da Filadélfia 
"O trabalho não é uma mercadoria"-
"A liberdade de expressão e de associação é uma condição indispensável para 
progresso constante"
-
"A pobreza, onde quer que exista, constitui perigo para a prosperidade de todos"-
A luta contra as necessidades deve ser conduzida com uma energia inesgotável por cada 
nação, e, através de esforço internacional contínuo e organizado, pelo qual os 
representantes dos trabalhadores e dos empregadores, colaborando pé de igualdade com 
os dos Governos, participem discussões livres e decisões de caráter democrático, tendo 
vista promover o bem comum"
Entendimento amplo da importância da dimensão social do trabalho enquanto elemento 
estruturante das nossas sociedades. 
Aula 19: O debate sobre a rigidez e a flexibilidade das relações de emprego
"Por trás da conversa mole de flexibilização e racionalização
das relações de trabalho está outro capítulo, versão periférica dependente,
da volta triunfante do capital ao seu paraíso perdido do deixa-fazer total,
pisando, no caminho, todos os direitos conquistados pelo trabalhador cem anos."
Novas tendências das relações de trabalho no capitalismo contemporâneo: 
Flexibilização, que se reflete na eliminação dos direitos e na criação de novas regras 
que reduzem o leque dos benefícios e da regulação pública do trabalho. 
-
Diminuição social do trabalhador. Postura iminentemente antisindical.-
Busca pela compatibilização do padrão de regulação do trabalho às características 
dessenovo capitalismo, quem vêm destituindo os direitos previamente conquistados.
-
Nova ordem econômica e política baseada na financeirização e na internacionalização de 
bens e serviços em uma redefinição clara do papel de Estado e na reconfiguração da classe 
trabalhadora. Desregulamentação vendida como forma de criar emprego mas que na 
verdade só diminui as condições contratuais do trabalhador e o deixa vulnerável a contratos 
abusivos e baixos salários em uma busca selvagem pela sobrevivência. Redefinição das 
jornadas de trabalho que bota o contratado em posição de stand-by em relação a sua 
empresa e tira seu tempo de descanso e seu espaço de convivência com a família. Novos 
mecanismos de controle da jornada. Mudanças também na estipulação salarial do 
trabalhador, cada vez mais variável e instável. 
Redefinição do papel do estado, que não protege mais o trabalhador e sim o capital. 
Aula 20: Abrangência e limites da regulação pública do trabalho no Brasil
Presenciamos hoje no mundo um processo brutal de desconstrução dessa tela de proteção 
social do trabalho. Essa lógica facilmente se reproduz no Brasil, que possui condições 
materiais muito propícias para isso. Cada vez mais o capitalismo flui, movido por seu desejo 
insaciável de acumulação de riqueza, não admitindo obstáculos e nem freios. Capitalismo 
em sua feição contemporânea, hegemonizada pelos interesses das finanças.
Exemplos: PEC 55 do teto de gastos, a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência. 
Têm como objetivo retirar do Estado a sua condição de indutor do crescimento econômico e 
de concretizador de políticas sociais públicas
O direito do trabalho parte do pressuposto de que as partes na relação capital e trabalho 
são profundamente desiguais e, assim, precisam de uma norma social pública para tentar 
minimizar essa assimetria. As novas reformas se baseiam na negação dessa afirmação e 
acreditam que todas as partes são iguais
"Foram necessárias duas grandes Guerras Mundiais para a humanidade se dar conta que 
as mãos invisíveis tem centro ou tem dono."
Anotações extras 
“Qual é a saída para melhorar a situação? O maior crescimento econômico, juros mais 
baixos, incentivo a investimento privado, ou investimento público, ampliação do gasto 
público e não uma política severa de corte de gastos, de redução da demanda que vai 
obviamente, como tem ocorrido, elevar o desemprego. Quando o desemprego está alto 
vocês podem ter certeza de que há uma política contrária aos interesses dos trabalhadores, 
está certo? Uma política que não tem capacidade de promover o desenvolvimento do 
conjunto da economia e do conjunto da sociedade. E você olha para o mundo concreto real 
e vê que não tem acontecido nada de diferente, você não vê concretamente uma guerra, a 
queda de meteoro, problema climático, uma seca, ou enchentes, crises determinando o 
desemprego. Então como eu disse, sem nenhum problema concreto você vê o desemprego 
como problema sistêmico do capitalista, como sistema que tende a funcionar com 
problemas e que não se não forem corrigidos, amenizados pela força, intervenção do 
Estado, ele tende a gerar situações de crise para uma grande parte da sociedade, mesmo 
num mundo, num contexto que a tecnologia, a ciência ela permite que a gente tenha cada 
vez, a cada ano, a cada década uma melhoria das condições de vida e a gente vê coisas 
desse tipo, desemprego que não deveria existir. Então nesses casos de desemprego alto, 
ou crescente ao longo de anos, vocês poderão perceber que as políticas do governo não 
pensam no conjunto da população e muito menos nos trabalhadores, nos empregados. Mas 
elas estão muito mais focadas, ou apenas são destinadas a proteger, ou beneficiar os 
lucros dos bancos, do capital financeiro, como é comum hoje nesse período de maior poder 
do capital financeiro, ou nos interesses dos ricos, nos interesses do capital estrangeiro, 
fazendo como ocorre hoje no Brasil, privatizações, venda de terras, ou até mesmo de ilhas, 
dando mais dinheiro a certos segmentos produtivos, dando mais dinheiro à certos 
segmentos privilegiados já, ou mesmo segmentos políticos por interesse de organização 
política e ao mesmo tempo que você corta direitos trabalhistas, sociais e reduz gastos 
educação, saúde. Ou seja, no mesmo contexto que o corte de gasto desses setores que 
beneficiaria o povo com serviços sociais prestados na saúde, na educação, alimentação, na 
infraestrutura e que ao mesmo tempo além dos serviços geraria emprego. Então 
desemprego é apenas uma das formas de expressão das diversas formas de dominação e 
de exploração dos pobres pelos ricos. Quanto maior o desemprego, maior é o medo dos 
trabalhadores e menor a força dos sindicatos. Então é maior o poder dos ricos sobre os 
pobres, maior o poder de controlá-los, de contratá-los pagando menos e sem direitos, ou 
simplesmente deixando-os suplicando por qualquer tipo de ocupação mesmo que com 
salários muito baixos. O que contribui para elevar o lucro da parte mais rica da população 
e o que na verdade significa simplesmente sistema econômico ineficiente e injusto, quando 
expressa esta situação de desemprego.”
“Contudo, a Reforma Trabalhista que foi aprovada recentemente pelo governo Temer 
introduziu uma série de
mudanças referentes a questão da jornada de trabalho. As principais mudanças dizem 
respeito a possibilidade do empregador de adequar a jornada de trabalho dos seus 
empregados de acordo com o
ritmo da atividade econômica. A principal novidade do ponto de vista da jornada de 
trabalho, diz respeito a jornada intermitente, ou seja, a possibilidade de contratação de 
trabalhadores sem horário fixo, sem uma jornada mínima e portanto sem uma remuneração 
correspondente. A jornada intermitente implica que o trabalhador fica a disposição da 
empresa e só será remunerado de acordo com as horas efetivamente trabalhadas. A 
possibilidade de você encontrar na mesma empresa ou no mesmo setor de atividade 
uma multiplicidade de formas contratuais aumenta a heterogeneidade no mercado de 
trabalho, ao mesmo tempo que representa sérios prejuízos para os trabalhadores que tem 
cada vez maior dificuldade de organizar o seu tempo livre e de conciliar a vida profissional 
com a vida familiar. A redução da jornada de trabalho continua sendo uma bandeira dos 
trabalhadores e tem importância tanto do ponto de vista da melhoria da qualidade de 
vida, das condições de trabalho e também como estratégia para a redução do 
desemprego ou para distribuir melhor as ocupações existentes.”
"É simples, o capitalismo norte-americano atropela a democracia. Sendo assim, temos que 
entender as políticas neoliberais como uma tentativa de reestruturação regressiva. Esse é o 
momento que, tanto do ponto de vista prático quanto ideológico e teórico, as classes 
dominantes e dirigentes escala mundial, apostam e ganham no retrocesso, no recuo das 
conquistas sociais e econômicas das classes subalternas. Não é de se espantar que se 
observe a corrosão das instituições públicas e que seja reiterada a violação dos direitos 
sociais acumulados ao longo dos últimos 30 anos. Difunde-se a ideia de que a 'liberação' 
das forças que
impulsionam a acumulação do capital é movimento 'natural' e irreversível direção ao 
progresso e à realização da autonomia do indivíduo".

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