Buscar

Direito Civil V - Reais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Coisas são tudo aquilo que pode ser objeto de relações jurídicas. Qualquer bem tutelado pelo 
direito, tudo o que constitua valor pecuniário e possa ser alvo de pertença, incidindo sobre elas o 
direito de propriedade.
Os direitos reais sempre aderem ao bem. Ao contrário dos direitos pessoais, que são as obrigações 
que não se relacionam com determinados bens e sim todo o patrimônio, os Direitos Reais são 
inerentes à coisa, como por exemplo a hipoteca, que inicia o direito de garantia ao credor 
hipotecário com base na coisa e cria o direito de sequela (persecução do bem para adimplemento da 
dívida). O direito real não se relaciona com o sujeito e sim com a coisa dada em garantia.
Também existe diferenciação entre os Direitos Reais e os Pessoais quanto ao objeto. Enquanto os 
direitos das coisas recaem sobre a própria coisa, os pessoais se deitam sobre as relações humanas.
Quanto ao sujeito, a doutrina diz que os direitos reais não comportam mais de um sujeito titular. (ao 
contrário das obrigações, em que existe um credor e um devedor) Pode-se dizer que os direitos reais 
não contam com a bilateralidade propriamente dita, já que não existe um devedor do direito real, e 
sim toda a sociedade deverá respeitar o direito real aderido à coisa.
Direitos reais dão direito ao gozo e fruição dos bens, Pessoais criam prestações, que deverão ser 
cumpridas pelos sujeitos da relação jurídica, e não satisfeitos pela própria coisa.
O principal ponto chave para a identificação de um direito real é a presença da Sequela, que 
consiste no direito de perseguir o bem para dele usufruir em plenitude aos seus direitos de 
proprietário, usufrutuário, ou o que seja.
Taxatividade: Embasado pelo princípio da legalidade, os direitos reais só existem se dispostos no 
dispositivo legal (Art. 1225 Código Civil de 2002)
Somente os Direitos REAIS podem ser objeto de usucapião, quanto às obrigações inexiste tal 
possibilidade.
Natureza dos Direitos Reais
Teoria Personalista:
Também conhecida como teoria clássica, a teoria personalista trata o direito real como absoluto, 
prevalecendo sobre outros direitos que possam ser opostos por outrem. (se seguida à risca, a teoria 
impõe que um possuidor não poderá fazer prevalecer sua posse sobre a propriedade de outrem, já 
que a propriedade é Direito Real.
Teoria Eclética:
Para a teoria eclética, os direitos reais pertencem a toda a sociedade, sendo relativos. Por essa 
razão, interpreta-se a norma à luz do cumprimento da função social e finalidade econômica do 
direito, como o disposto no §1º do Art. 1228 Código Civil de 2002.
Obrigação Propter Rem
Obrigação legal (surge da lei) que vincula o proprietário como sujeito passivo da obrigação, por a 
obrigação derivar da propriedade. É um ônus que acompanha a coisa, porém não pode ser 
caracterizado como Direito Real, já que tem eficácia relativa (não atinge a todos, apenas pessoas 
determinadas)
Direitos Reais x Pessoais
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
07:45
 Página 1 de Direito Civil V - Reais 
determinadas)
Ônus Reais
Como por exemplo o usufruto, são ônus que, uma vez gravados no bem, reservam a alguém um 
determinado direito sobre o bem. É o chamado direito real de gozo. (pode ser uma garantia real ou 
mesmo um direito reservado a alguém)
Direitos Reais com Eficácia Limitada
Os direitos de garantia (como penhor, hipoteca, anticrese) são conhecidos como direitos reais com 
eficácia limitada e essa limitação se relaciona à oponibilidade contra terceiros, que só existem em 
razão do crédito, diferentemente da absoluta.
Obrigações com Eficácia Real (Art. 1417 Código Civil de 2002)
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não 
pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou 
particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire 
o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel. 
Apesar de se tratar de uma obrigação pessoal (do promitente vendedor transferir a propriedade), é 
uma espécie de garantia real, pois tem eficácia de direitos reais. 
Ação Pessoa x Ação Real
Na ação pessoal, reivindica-se o cumprimento de uma obrigação, já na real, pleiteia-se por uma 
determinada coisa (da qual decorre o direito)
Portanto, qualquer ação que vise proteger um direito pessoal (como a posse), não poderá ser 
chamada de reivindicatória (como se chamam as ações reais)
 Página 2 de Direito Civil V - Reais 
Teoria Objetiva (Jhering)
O Corpus é que tem relevância. O simples poder físico de fruição ou uso sobre a coisa implica na 
posse.
Teoria Subjetiva (Savigny)
A relevância está no Corpus + Animus. Além de exercer poder físico sobre a coisa, para ser possuidor 
da coisa é necessário ter a intenção de ter a coisa como sua.
Direitos sobre a posse
Jus Possidendi = Direito à posse fundado na propriedade, em outro direito real ou mesmo em outra 
obrigação com eficácia real. Aquele que possui um direito real, tem direito a ser possuidor.
Jus Possessionis = O Direito de posse fundado no fato da posse, em seu aspecto externo. (o 
possuidor, mesmo que não proprietário, tem direito à proteção jurídica do estado de aparência de 
sua posse)
Posse Direta x Indireta
A Posse direta é a posse exercida por quem detém materialmente a coisa em seu poder. A indireta, 
por sua vez, é a posse exercida por outra pessoa. Um apartamento alugado, por exemplo, terá sua 
posse direta do morador locatário e a indireta do locador.
Manutenção e Proteção à Posse:
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, 
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a 
indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto 
defender a sua posse contra o indireto. 
Também poderá o possuidor indireto defender sua posse contra o direto, não obstante a disposição 
do Art. 1.197.
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o 
mesmo caráter com que foi adquirida.
Princípio da Continuidade: Por caráter entende-se o elemento subjetivo da posse (Boa-fé ou Má-fé). 
Apesar de o Art. Traçar a regra geral de manutenção do caráter possessório, abre margens ao 
entendimento da possibilidade de conversão da posse de boa-fé em má-fé e vice versa. É a chamada 
Reversão ou Interversão. 
O Animus não é capaz de alterar o caráter da posse. (apesar de haver posição minoritária que 
admite a alteração do caráter da posse em virtude do cumprimento da função social da posse)
*Reversão por negócio bilateral: é a hipótese, por exemplo, do comodatário em mora que celebra 
contrato de locação da coisa; altera-se a posse de má-fé em boa-fé, implicando mudanças no 
recebimento dos frutos da coisa.
Detenção:
Teoria da Posse
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
08:22
 Página 3 de Direito Civil V - Reais 
Detenção:
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para 
com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções 
suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, 
em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
Composse
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá 
cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não 
excluam os dos outros compossuidores.
Composse pro indiviso: há posse em comum, sem fixação de limites
Composse pro diviso: há delimitação sobre a coisa entre os compossuidores. (muito comum em 
fazendas)
Posse de Boa Fé x Posse de Má Fé
A posse de boa fé é aquela em que o possuidor não conhece ou ignora o óbice ou vício que impede a 
aquisição da coisa. (como por exemplo aquele que compra de quem não é dono, sem disso ter 
conhecimento.)
Aquisição da Posse
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em 
nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
II - por terceirosem mandato, dependendo de ratificação.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos 
caracteres.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao 
sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
Os herdeiros (como sucessores universais) manterão o caráter subjetivo da posse do antecessor. Já o 
sucessor singular (sujeito de negócio jurídico bilateral, por exemplo) poderá alterar o caráter da 
posse, se realizar o negócio jurídico de boa-fé e somará seu tempo com o possuidor anterior para 
fins de usucapião.)
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não 
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a 
violência ou a clandestinidade.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que 
nele estiverem.
Posse "Ad Interdicta"
Possibilita a utilização dos Interditos (Ações possessórias) para repelir a ameaça, mantê-la ou 
recuperá-la.
Manutenção de posse, reintegração de posse e o interdito proibitório são exemplos de Interditos, 
citados no Art. 1210 Código Civil de 2002, nessa ordem. (são também regulados pelo Art. 927 e 928 
CPC)
 Página 4 de Direito Civil V - Reais 
CPC)
Possibilidade de liminar: 
O Art. 928 CPC autoriza o pedido de liminar para manutenção ou reintegração de posse, no que há 
duas especificidades:
Ação de Força Nova: Autores dizem que a ação de força nova (até 1 ano do esbulho) possui 'direito' 
à liminar, o que faz sentido pois se presume o "periculum in mora".
Ação de Força Velha: A doutrina majoritária diz que não caberá pedido de liminar em ações com 
mais de 1 ano, porém se provar-se o "periculum in mora", cabe sim a liminar.
Posse "Ad Usucapionem"
Possibilita, pelo decurso do tempo, a aquisição originária da propriedade.
Perda da Posse
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder 
sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, 
tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente 
repelido.
 Página 5 de Direito Civil V - Reais 
Requisitos
Ato Físico (O Corpus, o domínio físico sobre a coisa, capaz de demonstrar o poderio econômico sobre a coisa.-
 +
Vontade (O Animus Domino, o desejo de ser dono)-
Se há o domínio físico sobre a coisa, aliado com a vontade de dono ser, sendo em nome próprio, há a 
possibilidade de aquisição da posse, que pode se dar de duas maneiras:
Aquisição Originária:
A Posse não é vinculada com nenhuma posse anterior. (é, em regra, de boa fé)
Aquisição Derivada:
Há a transmissão da posse e junto a ela suas características (Ex: se é posse injusta e de má fé, preservar-se-á o 
caráter anterior, continuando uma posse injusta e de má-fé)
Presunção de Acessoriedade
Como disposto no Art. 1.209 do Código Civil de 2002, a posse de um bem imóvel presume também a das 
coisas móveis que nele estiverem.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele 
estiverem.
Apesar da presunção de os acessórios seguirem o principal, admite-se prova em contrário ou ainda limitação 
da acessoriedade em um determinado negócio jurídico de transmissão da posse.
Transmissão da Posse
A transmissão da posse será caracterizada pela tradição, e configurará uma forma aquisição derivada da 
posse.
A Tradição é o momento em que o transmitente da posse indica quais os limites da posse transferida de 
titular.
Apesar de a Tradição ser o momento da entrega da coisa, há a possibilidade de atitudes, condutas ou atos 
configurarem uma tradição simbólica e portanto a aquisição da posse e o perfazimento do negócio jurídico. 
(Ex: Comprador de um apartamento inicia o pagamento do condomínio sem se instalar nele).
Constituto Possessório
É um instituto contratual denominado como "Cláusula Constituti" e impõe a alteração do Animus do 
Possuidor, que passa a exercer apenas a posse direta, não mais possuindo a posse indireta (que é inerente à 
propriedade e foi transferida ao adquirente), o que possibilita ao possuidor indireto (mesmo sem nunca a este 
ter sido entregue a coisa) manejar os interditos possessórios. (útil para a compra de um apartamento que nele 
continua a residir temporariamente o antigo proprietário)
Manutenção e conservação da Posse
Aquisição da Posse
terça-feira, 21 de agosto de 2012
07:56
 Página 6 de Direito Civil V - Reais 
Será mantida a posse quando o possuidor mantém o comportamento de exteriorização do domínio (seja por 
conduta própria ou de seus prepostos) e até que não haja manifestação voluntária em contrário.
Contra o esbulho da posse, poderá o possuidor exercer o desforço imediato para que não perca a posse direta 
e não a veja esbulhada. (se ineficaz, é preciso que se maneje uma ação de reintegração de posse)
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de 
esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, 
contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à 
manutenção, ou restituição da posse.
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que 
tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
Boa-fé x Má-fé
A má-fé do terceiro possibilita ao legítimo possuidor utilizar-se dos interditos para se reintegrar na coisa.
O possuidor de boa-fé, que desconhece a injustiça da posse, não poderá ser sujeito passivo dos interditos, 
nem exigido que indenize o legítimo possuidor pelos frutos.
Há hipóteses de presunção da má-fé, como por exemplo a aquisição da posse direta de um veículo sob o qual 
recai um contrato de arrendamento mercantil (leasing), que impede sua alienação. (O comprador é 
presumidamente de má-fé pois sabia ou deveria saber do caráter de inalienabilidade da coisa)
 Página 7 de Direito Civil V - Reais 
Existem três tipos de frutos, que derivam da posse da coisa:
Industriais•
São os frutos que derivam da transformação de algo, em função da posse. (Ex: a posse de uma 
olaria que possibilita a produção de tijolos)
Naturais•
São os frutos que extraídos da natureza; não é necessário nenhuma transformação, apenas 
sua retirada. (como os frutos da terra)
Civis•
São os frutos que derivam da possibilidade de lucros negociais, como aluguéis.
A quem pertencem os frutos?
Os frutos pertencem ao possuidor de boa-fé, mas aquele que possuir de má-fé deverá restituir 
e/ou indenizar o legítimo possuidor.
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos 
percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser 
restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser 
também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, 
bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se 
constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. 
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que 
são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
Da Conservação da Coisa
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a 
que não der causa.
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda 
que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na 
posse do reivindicante.
Dos Frutos / Deterioração
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
08:00
 Página 8 de Direito Civil V - Reais 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fétem direito à indenização das benfeitorias necessárias e 
úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o 
puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das 
benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; 
não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as 
voluptuárias.
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se 
ao tempo da evicção ainda existirem.
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem 
o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará 
pelo valor atual.
O possuidor de boa-fé que fizer benfeitorias indenizáveis terá direito de retenção da coisa, enquanto 
não indenizado pelo valor das benfeitoria às quais tem direito.
Porém o possuidor de má-fé não tem direito de retenção em virtude de nenhuma das benfeitorias, 
nem mesmo o direito de levantar as voluptuárias.
Das Benfeitorias
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
08:36
 Página 9 de Direito Civil V - Reais 
A Propriedade é o primeiro direito real elencado no rol do Art. 1.225 Código Civil de 2002, e, como 
qualquer direito real, só será efetivamente transmitido quando da tradição.
Ocorre que, como todo direito real que recai sobre bens imóveis, só surtirá em sua plenitude os 
efeitos após o registro no cartório competente, para dar segurança jurídica e publicidade erga 
omnes.
A doutrina divide terminologicamente domínio e propriedade, porém atribuem a estes termos o 
mesmo sentido, sendo sinônimos. Porém há quem faça distinção:
A propriedade sendo como o direito real previsto no Art. 1228 Código Civil de 2002
O domínio assimilando-se com a noção de patrimônio (podendo indexar inclusive obrigações)
Conceito de Propriedade:
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor 
da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que 
injustamente a possua ou detenha. 
Propriedade, portanto, é o direito de exercer domínio sobre a coisa, usando, gozando, dispondo, ou 
a ela reivindicando.
Função Social da Propriedade
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com 
as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam 
preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a 
flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o 
patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar 
e das águas. 
A função social da propriedade é preceito constitucional e dispõe principiologicamente que se 
assente o interesse público sobre o privado. É de forma mais direta tipificada nos §2º a §5º do Art. 
1228, que dita regras e prevê a observância às leis especiais para regular a dicotomia entre a função 
social e o próprio direito de propriedade, como no exemplo do §3º:
§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de 
desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse 
social, bem como no de requisição, em caso de perigo público 
iminente.
A desapropriação é uma forma de aquisição originária da propriedade pelo Estado e se fará apenas 
se em virtude de Necessidade, utilidade pública ou interesse social.
Desapropriação judicial
§ 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel 
reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de 
boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e 
estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e 
serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico 
relevante.
§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa 
Da Propriedade
terça-feira, 28 de agosto de 2012
07:59
 Página 10 de Direito Civil V - Reais 
§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa 
indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença 
como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.
A indenização citada pelo §5º será paga pelo desapropriante e não o Estado. A desapropriação 
judicial é muito pouco utilizada, pela necessidade de cumprir com requisitos específicos:
Posse ininterrupta + boa-fé por tempo superior a 5 anos (mesmos requisitos da usucapião de 
boa-fé, exceto a inoponibilidade que aqui não é necessária).
-
Extensa área + considerável número de pessoas (conceitos indeterminados).-
Interesse social e econômico relevante.-
Assim, o desapropriante potencial preferirá a usucapião por nesta não ter que indenizar o antigo 
proprietário. Ou seja: A desapropriação judicial só será utilizada quando da impossibilidade de obter 
a coisa pela usucapião, sendo a desapropriação judicial tratada como "objeto de reconvenção". 
 Página 11 de Direito Civil V - Reais 
Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade:
I - por alienação;
II - pela renúncia;
III - por abandono;
IV - por perecimento da coisa;
V - por desapropriação.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel 
serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de 
Imóveis.
AlienaçãoI-
É um ato de disposição do proprietário que perde a coisa em favor de terceiro, sendo esta 
voluntária ou involuntária. 
Voluntária - São os atos mais comuns de alienação: a Venda, doação, etc.
Involuntária - Adjudicação, hasta pública, etc.
RenúnciaII-
A renúncia é um ato unilateral de vontade do proprietário, que perde sua propriedade.
AbandonoIII-
É o que faz surgir a Res Derelicta (coisa abandonada). É difícil caracterizar a vontade do 
suposto proprietário que abandona a coisa, devendo-se analisar, se impossível aferir a 
vontade, as regras da boa-fé objetiva.
Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a 
intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não 
encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem 
vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou 
à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas 
circunscrições.
§ 1o O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas 
circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, 
três anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se 
localize.
§ 2o Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere 
este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o 
proprietário de satisfazer os ônus fiscais.
Exige do município, Estado, União ou DF a instauração de ação arrecadatória, estabelecendo 
contraditório e ampla defesa
Perecimento da CoisaIV-
A coisa destrói-se pela ação do tempo quanto por eventos causados pela ação humana.
DesapropriaçãoV-
O Poder público toma para si o bem por motivo de necessidade pública, utilidade pública ou 
interesse social.
Perda da Propriedade
terça-feira, 25 de setembro de 2012
07:52
 Página 12 de Direito Civil V - Reais 
A coisa alheia perdida, da qual trata o Art. 1233, não se relaciona com a Res Nulius ou Res Derelicta 
(sendo essas a coisa sem dono e a coisa abandonada).
Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo 
possuidor.
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o 
encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente.
Recompensa
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá 
direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas 
despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir 
abandoná-la.
Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, considerar-se-á o esforço 
desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimo possuidor, as 
possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a situação econômica de ambos.
O dono pode renunciar à propriedadeda coisa e, portanto, esta se tornará do descobridor.
Responsabilidade civil
Art. 1.235. O descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprietário ou possuidor 
legítimo, quando tiver procedido com dolo.
Publicidade
Art. 1.236. A autoridade competente dará conhecimento da descoberta através da imprensa 
e outros meios de informação, somente expedindo editais se o seu valor os comportar.
Art. 1.237. Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia pela imprensa, ou do edital, 
não se apresentando quem comprove a propriedade sobre a coisa, será esta vendida em 
hasta pública e, deduzidas do preço as despesas, mais a recompensa do descobridor, 
pertencerá o remanescente ao Município em cuja circunscrição se deparou o objeto 
perdido.
Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município abandonar a coisa em favor 
de quem a achou.
Da Descoberta
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
07:55
 Página 13 de Direito Civil V - Reais 
A Usucapião é chamada também de prescrição aquisitiva, já que o decurso do tempo, somado à posse, favorecerá o 
beneficiário com a aquisição de um direito.
Prescrição Subjetiva - Passividade do proprietário em não reivindicar a coisa implica na perda do direito.
Prescrição Objetiva - Analisa-se a utilidade social da propriedade. (Segurança jurídica, estabilidade e pacificação social.
É forma de aquisição originária e portanto não traz os vícios da propriedade anterior.
A súmula 503 do STF estabelece a possibilidade de utilizar-se da Usucapião como matéria de defesa.
Usucapião Extraordinária
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-
lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por 
sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
15 anos ininterruptos-
Inoposição (oposição capaz de permitir a retomada da posse, como os interditos)-
Animus Domino-
Independe de boa-fé-
O Fundamento da usucapião extraordinária é o decurso do tempo, além da posse da coisa como sua (ad usucapionem).
Não é necessário que haja boa-fé, já que se essa houver, aplicar-se-á a regra do Art. 1.242.
Usucapião Extraordinária especial
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido 
no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
Minoração do tempo por o possuidor ter atendido a função social da propriedade.
Usucapião Ordinária
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo 
título e boa-fé, o possuir por dez anos.
Animus Domino-
10 anos ininterruptos-
Inoposição-
Justo título-
Boa-fé-
Usucapião Ordinária especial
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, 
onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os 
possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e 
econômico.
Minoração do tempo pela aquisição onerosa e registro cancelado, além da moradia ou investimentos econômicos e 
sociais. (O Justo título precisa ser apto ao registro do imóvel)
Animus Domino-
Da Usucapião
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
08:12
 Página 14 de Direito Civil V - Reais 
Animus Domino-
5 Anos ininterruptos-
Inoposição-
Aquisição onerosa-
Boa-fé-
Justo título (apto ao registro)-
Registro-
Usucapião Especial Rural
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos 
ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a 
produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Conhecida também como Usucapião Constitucional ou Pro Labore, tem como fundamento o Art. 191 da Constituição da 
República de 1988 e no Art. 1.239 do Código Civil de 2002.
Animus Domino-
5 anos ininterruptos-
Inoposição-
Ausência de propriedade rural ou urbana. (No momento em que se completam os 5 anos da Usucapião)-
Área não superior a 50ha em zona rural.-
Exercer função social da propriedade sobre a terra. (produtiva pelo trabalho + moradia)-
Aquele que recebe por sucessão universal outro imóvel não terá seu direito à usucapião obstado.
A Usucapião Especial não permite a soma dos períodos de posse por sucessão singular (compra da posse), porém sem 
prejuízo da sucessão universal. É necessário portanto que o usucapiente esteja a 5 anos exercendo a função social sobre 
a propriedade.
Usucapião Especial Urbana
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por 
cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o 
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Também conhecida como Usucapião Residencial Individual, com seus fundamentos nos Arts. 183 Constituição da 
República de 1988, 1.240 Código Civil de 2002 e Art. 9º do Estatuto da Cidade.
Animus Domino-
5 Anos Ininterruptos-
Inoposição-
Ausência de propriedade urbana ou rural-
Cumprimento da função social (moradia)-
Área Urbana de até 250m².-
A Usucapião Especial não permite a soma dos períodos de posse por sucessão singular (compra da posse), porém 
sem prejuízo da sucessão universal. É necessário portanto que o usucapiente esteja a 5 anos exercendo a função 
social sobre a propriedade.
Usucapião Especial Urbana Residencial Coletiva
Ocorre quando o proprietário não atende a função social, mas os possuidores a atendem. (Regulado pelo Art. 10 da lei 
10.257 - Estatuto da Cidade)
Animus Domino-
5 Anos Ininterruptos-
Inoposição-
Ausência de propriedade urbana ou rural-
Cumprimento da função social-
 Página 15 de Direito Civil V - Reais 
Cumprimento da função social-
Área urbana superior a 250m²-
Possuidores de baixa renda-
Impossibilidade de Identificação do terreno ocupado por cada morador.-
O requerimento de declaração da usucapião será feito coletivamente e dividido igualmente (salvo pacto diverso entre 
futuros condôminos)
Usucapião Familiar
Art. 1.240-A
 Página 16 de Direito Civil V - Reais 
A Acessão é o aumento da coisa, objeto de propriedade, pelo que a ela se acresce natural ou 
artificialmente.
Art. 1.248. A acessão pode dar-se:
I - por formação de ilhas;
II - por aluvião;
III - por avulsão;
IV - por abandono de álveo;
V - por plantações ou construções.
Natural•
Das Ilhas1-
As ilhas das quais trata esta subseção são apenas as ilhas formadas em meio a águas não 
navegáveis, já que as áreas fluviais navegáveis pertencem à União.
*Testada é a projeção do lado do imóvel que faz fronteira com o rio. (é a frente do imóvel ante 
ao rio)
Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários 
ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes:
I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos 
fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas 
partes iguais;
II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos 
ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado;
III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos 
proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram.
Do Aluvião2-
Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao 
longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos 
marginais, sem indenização.
Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-
se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem.
O Aluvião é o depósito deterra que acresce, à margem do rio, porção de terra ao proprietário 
do terreno marginal. (imperceptivelmente)
Da Avulsão3-
Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a 
outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem 
indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção 
de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida.
Difere-se do Aluvião pois aqui há a retirada de porção de terra por força natural violenta, 
levando parte da área para outra propriedade.
Do Álveo Abandonado4-
Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, 
sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-
Da Acessão
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
07:56
 Página 17 de Direito Civil V - Reais 
sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-
se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo.
O Álveo abandonado é o curso d'água que seca e se desvia. Pertence aos proprietários 
ribeirinhos, sendo o rio particular ou público.
Artificial•
Arts. 1253 a 1259
São confundidas, muitas vezes, com as benfeitorias, mas se diferenciam dessas.
As benfeitorias são 'acessórios' que não se incorporam ao bem, como por exemplo a 
instalação de um aparelho de som ao veículo. Porém, a acessão artificial faz com que o 
acessório incorpore a coisa principal, sendo constituídas como obras que criam coisas novas, 
propiciando uma nova valoração do bem e estabelecendo nova forma de aquisição da 
propriedade.
A acessão artificial cria coisa nova e possibilita nova destinação econômica à coisa. Como por 
exemplo, podemos citar a construção de um pomar em terreno alheio, onde se vê a aquisição 
originária da propriedade por acessão por plantação. A mera conservação de um pomar 
preexistente configura apenas benfeitoria. 
Mas há ainda outra hipótese de acessão que faz adquirir a propriedade: Aquele que planta em 
terreno próprio um laranjal com sementes alheias, adquire os frutos e as árvores do plantio, 
por acessão, devendo indenizar as sementes ao dono destas.
Caso a plantação exceda consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou 
ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada 
judicialmente, se não houver acordo. É a chamada acessão invertida, por se considerar o bem 
imóvel acessório e a edificação principal.
 Página 18 de Direito Civil V - Reais 
Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente 
durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade.
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, 
independentemente de título ou boa-fé.
Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto nos arts. 1.243 e 1.244.
Bem Objeto de Furto:
A Jurisprudência do STF veda a aquisição de bem objeto de furto por usucapião, já que o possuidor 
tem a posse clandestina, já que não deu a oportunidade do proprietário saber a localização do bem 
e assim perseguí-lo judicialmente. Porém a doutrina faz a ressalva do possuidor de boa-fé, que para 
ela não possui a posse clandestina.
Usucapião de coisa móvel
terça-feira, 18 de setembro de 2012
08:51
 Página 19 de Direito Civil V - Reais 
Direitos de Vizinhança
terça-feira, 25 de setembro de 2012
08:18
 Página 20 de Direito Civil V - Reais 
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito 
de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao 
sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de 
propriedade vizinha.
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a 
natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas 
que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de 
tolerância dos moradores da vizinhança.
Estabelece a possibilidade de o vizinho incomodado por atividade intolerável de outro fazer cessar a 
atividade que lhe seja prejudicial. Obviamente, o nível de tolerância deverá variar de acordo com o 
local e suas circunstâncias.
Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não 
prevalece quando as interferências forem justificadas por interesse 
público, caso em que o proprietário ou o possuidor, causador delas, 
pagará ao vizinho indenização cabal.
Há casos em que a atividade gera maiores benefícios à coletividade do que malefícios à vizinhança. 
Isso impõe ao causador delas que pague ao vizinho indenização para que possa manter-se no 
exercício de suas atividades. A indenização deverá ser capaz de satisfazer os prejuízos causados, os 
lucros cessantes e danos emergentes.
Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as 
interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou 
eliminação, quando estas se tornarem possíveis.
Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do 
dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando 
ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente.
Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que 
alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, 
exigir do autor delas as necessárias garantias contra o prejuízo 
eventual.
As regras contidas nestes artigos serão aplicadas levando-se em conta a boa-fé objetiva, bem como 
a consideração do vizinho como alguém da coletividade (padrão médio de conduta).
Do Uso anormal da propriedade
terça-feira, 25 de setembro de 2012
08:21
 Página 21 de Direito Civil V - Reais 
Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum 
aos donos dos prédios confinantes.
Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, 
poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.
Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde 
caíram, se este for de propriedade particular.
A regra do Art. 1.283 deve ser aplicada de acordo com as normas ambientais.
Das Árvores Limítrofes
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
08:15
 Página 22 de Direito Civil V - Reais 
Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, 
mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo 
rumo será judicialmente fixado, se necessário.
§ 1o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à 
passagem.
§ 2o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a 
via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem.
§ 3o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alienação, 
existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, 
depois, a dar uma outra.
São normas que versam sobre hipóteses de servidão legal, que é um estabelecimento legal de um 
direito de passagem.
Esse direito não será estabelecido para satisfação de mera comodidade do prédio dominante 
(aquele que necessita da passagem) e sim quando não existe outra forma de acesso à via pública ou 
esta é muito onerosa.
Quando existe alienação parcial da propriedade dominante, o proprietário da porção de terra que 
possui acesso à via deverá conceder passagem ao que não o tem, mesmo que tenha passagem 
concedida por outro proprietário de outra terra.
O juiz, ao fixar a passagem (se judicial), deverá observar a finalidade desta.
Passagem de Cabos e Tubulações
Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à desvalorização da 
área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel,de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, em 
proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente 
onerosa.
Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação seja feita de modo 
menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja removida, à sua custa, para 
outro local do imóvel.
Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietário do 
prédio onerado exigir a realização de obras de segurança.
Funcionará da mesma maneira da servidão de passagem, devendo o proprietário dominante 
indenizar o serviente pela desvalorização do bem e prejuízos causados, na mesma forma da 
indenização cabal do Art. 1.285 Código Civil de 2002.
Da Passagem Forçada
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
08:38
 Página 23 de Direito Civil V - Reais 
Grande parte do Código de Águas (Decreto 24643/34) foi revogada com o advento do Código Civil de 
2002, porém ainda é importante que se analise o código de águas para interpretação da norma civil. 
Um exemplo são os termos técnicos, que o Código Civil de 2002 não se preocupa em conceituar, 
sendo necessário buscar o real sentido no decreto.
Além dessas normas, a utilização dos recursos naturais de águas deverá ser submetida às regras da 
norma ambiental.
Águas correntes
Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do 
superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio 
inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior.
Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior, ou aí colhidas, correrem dele para o 
inferior, poderá o dono deste reclamar que se desviem, ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer.
Parágrafo único. Da indenização será deduzido o valor do benefício obtido.
O §único sabiamente impõe que, na hipótese de a água corrente gerar também um benefício ao 
proprietário do prédio inferior, este será deduzido na análise do valor da indenização pelo prejuízo.
Gozo das águas
Art. 1.290. O proprietário de nascente, ou do solo onde caem águas pluviais, satisfeitas as necessidades de seu 
consumo, não pode impedir, ou desviar o curso natural das águas remanescentes pelos prédios inferiores.
Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá poluir as águas indispensáveis às primeiras necessidades 
da vida dos possuidores dos imóveis inferiores; as demais, que poluir, deverá recuperar, ressarcindo os danos 
que estes sofrerem, se não for possível a recuperação ou o desvio do curso artificial das águas.
Art. 1.292. O proprietário tem direito de construir barragens, açudes, ou outras obras para represamento de 
água em seu prédio; se as águas represadas invadirem prédio alheio, será o seu proprietário indenizado pelo 
dano sofrido, deduzido o valor do benefício obtido.
Do Aqueduto
Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante prévia indenização aos proprietários prejudicados, 
construir canais, através de prédios alheios, para receber as águas a que tenha direito, indispensáveis às 
primeiras necessidades da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável à agricultura e à indústria, bem 
como para o escoamento de águas supérfluas ou acumuladas, ou a drenagem de terrenos.
§ 1o Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também assiste direito a ressarcimento pelos danos que de futuro 
lhe advenham da infiltração ou irrupção das águas, bem como da deterioração das obras destinadas a canalizá-
las.
§ 2o O proprietário prejudicado poderá exigir que seja subterrânea a canalização que atravessa áreas edificadas, 
pátios, hortas, jardins ou quintais.
§ 3o O aqueduto será construído de maneira que cause o menor prejuízo aos proprietários dos imóveis vizinhos, 
e a expensas do seu dono, a quem incumbem também as despesas de conservação.
Art. 1.294. Aplica-se ao direito de aqueduto o disposto nos arts. 1.286 e 1.287.
Art. 1.295. O aqueduto não impedirá que os proprietários cerquem os imóveis e construam sobre ele, sem 
prejuízo para a sua segurança e conservação; os proprietários dos imóveis poderão usar das águas do 
aqueduto para as primeiras necessidades da vida.
Art. 1.296. Havendo no aqueduto águas supérfluas, outros poderão canalizá-las, para os fins previstos no art. 
1.293, mediante pagamento de indenização aos proprietários prejudicados e ao dono do aqueduto, de 
importância equivalente às despesas que então seriam necessárias para a condução das águas até o ponto de 
derivação.
Parágrafo único. Têm preferência os proprietários dos imóveis atravessados pelo aqueduto.
Aquele que dono de propriedade sobre a qual há o exercício do direito de passagem forçada de 
aqueduto terá direito de utilizar-se deste para benefício próprio.
Das águas
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
09:05
 Página 24 de Direito Civil V - Reais 
Ação demarcatória = Se presta a estabelecer ou reestabelecer os marcos que dividem as 
propriedades.
Ação divisória = quando não há divisão entre propriedades e se quer que haja.
Ação discriminatória = Estado quer fixar limites das terras devolutas.
Direito de tapagem
Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou 
rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar 
rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os 
interessados as respectivas despesas.
§ 1o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas, cercas de arame ou de 
madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários 
confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes 
iguais, para as despesas de sua construção e conservação.
§ 2o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de marco divisório, só podem ser cortadas, 
ou arrancadas, de comum acordo entre proprietários.
§ 3o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro 
fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a 
concorrer para as despesas.
Confusão de Limites
Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de conformidade com a posse 
justa; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não 
sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao outro.
A divisão por partes iguais deverá ser feita levando em conta tanto o quantum em área quanto em 
valores.
Dos Limites entre Prédios e direito de Tapagem
terça-feira, 2 de outubro de 2012
07:50
 Página 25 de Direito Civil V - Reais 
O Proprietário tem em regra o direito amplo de construir, porém deverá fazer de forma que não 
prejudique os vizinhos ou descumpra regulamentos administrativos.
Se alguém se sentir prejudicado por alguma construção, poderá resolver a situação judicialmente 
através de:
Nunciação de Obra nova
Ação Demolitória
Limitações:
Despejo de Águas
Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despeje águas, diretamente, sobre o 
prédio vizinho.
Janelas
Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de metro e meio do terreno 
vizinho.
§ 1o As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as perpendiculares, não poderão ser 
abertas a menos de setenta e cinco centímetros.
§ 2o As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para luz ou ventilação, não maiores de dez 
centímetros de largura sobre vinte de comprimento e construídas a mais de dois metros de altura de cada piso.
Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a conclusão da obra, exigir que se desfaça janela,sacada, terraço ou goteira sobre o seu prédio; escoado o prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem atender 
ao disposto no artigo antecedente, nem impedir, ou dificultar, o escoamento das águas da goteira, com prejuízo 
para o prédio vizinho.
Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas para luz, seja qual for a quantidade, altura e disposição, 
o vizinho poderá, a todo tempo, levantar a sua edificação, ou contramuro, ainda que lhes vede a claridade.
Paredes
Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido levantar edificações a menos de três metros do terreno vizinho.
Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoados cuja edificação estiver adstrita a alinhamento, o dono de um terreno 
pode nele edificar, madeirando na parede divisória do prédio contíguo, se ela suportar a nova construção; mas 
terá de embolsar ao vizinho metade do valor da parede e do chão correspondentes.
Art. 1.305. O confinante, que primeiro construir, pode assentar a parede divisória até meia espessura no terreno 
contíguo, sem perder por isso o direito a haver meio valor dela se o vizinho a travejar, caso em que o primeiro 
fixará a largura e a profundidade do alicerce.
Parágrafo único. Se a parede divisória pertencer a um dos vizinhos, e não tiver capacidade para ser travejada 
pelo outro, não poderá este fazer-lhe alicerce ao pé sem prestar caução àquele, pelo risco a que expõe a 
construção anterior.
Art. 1.306. O condômino da parede-meia pode utilizá-la até ao meio da espessura, não pondo em risco a 
segurança ou a separação dos dois prédios, e avisando previamente o outro condômino das obras que ali 
tenciona fazer; não pode sem consentimento do outro, fazer, na parede-meia, armários, ou obras semelhantes, 
correspondendo a outras, da mesma natureza, já feitas do lado oposto.
Art. 1.307. Qualquer dos confinantes pode altear a parede divisória, se necessário reconstruindo-a, para 
suportar o alteamento; arcará com todas as despesas, inclusive de conservação, ou com metade, se o vizinho 
adquirir meação também na parte aumentada.
Art. 1.308. Não é lícito encostar à parede divisória chaminés, fogões, fornos ou quaisquer aparelhos ou 
depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou interferências prejudiciais ao vizinho.
Parágrafo único. A disposição anterior não abrange as chaminés ordinárias e os fogões de cozinha.
Poluição ou Deterioração da Propriedade
Art. 1.309. São proibidas construções capazes de poluir, ou inutilizar, para uso ordinário, a água do poço, ou 
nascente alheia, a elas preexistentes.
Art. 1.310. Não é permitido fazer escavações ou quaisquer obras que tirem ao poço ou à nascente de outrem a 
água indispensável às suas necessidades normais.
Art. 1.311. Não é permitida a execução de qualquer obra ou serviço suscetível de provocar desmoronamento ou 
Do Direito de Construir
terça-feira, 2 de outubro de 2012
08:37
 Página 26 de Direito Civil V - Reais 
Art. 1.311. Não é permitida a execução de qualquer obra ou serviço suscetível de provocar desmoronamento ou 
deslocação de terra, ou que comprometa a segurança do prédio vizinho, senão após haverem sido feitas as 
obras acautelatórias.
Parágrafo único. O proprietário do prédio vizinho tem direito a ressarcimento pelos prejuízos que sofrer, não 
obstante haverem sido realizadas as obras acautelatórias.
Regras Gerais e Direito de Entrada
Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibições estabelecidas nesta Seção é obrigado a demolir as construções 
feitas, respondendo por perdas e danos.
Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a tolerar que o vizinho entre no prédio, mediante 
prévio aviso, para:
I - dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação, construção, reconstrução ou limpeza de sua 
casa ou do muro divisório;
II - apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se encontrem casualmente.
§ 1o O disposto neste artigo aplica-se aos casos de limpeza ou reparação de esgotos, goteiras, aparelhos 
higiênicos, poços e nascentes e ao aparo de cerca viva.
§ 2o Na hipótese do inciso II, uma vez entregues as coisas buscadas pelo vizinho, poderá ser impedida a sua 
entrada no imóvel.
§ 3o Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier dano, terá o prejudicado direito a ressarcimento.
 Página 27 de Direito Civil V - Reais 
Condomínio é uma situação de copropriedade, já que diversos titulares exercem o direito de 
propriedade sobre a coisa.
Teoria Da Propriedade Integral ou Total - Adotada pelo Código Civil de 2002.
Inerente à coisa só existe um direito, existindo mais de um agente que pode exercer a propriedade 
integralmente, sendo apenas limitado pelos direitos dos condôminos. 
Como o proprietário é dono da integralidade da terra, poderá defender a propriedade de qualquer 
parte da terra contra terceiros.
Teoria da Propriedade plúrima ou parcial
Cada proprietário só o é de sua parte ideal. Não exerce domínio sobre a integralidade, mas apenas 
sobre sua parte.
Classificação
Quanto à Origem1-
Voluntário ou Convencional = Resulta de um acordo de vontades entre as partes, quando por 
negócio jurídico pactuam a propriedade comum do bem.
-
No condomínio voluntário, podem as partes estabelecerem qual o quinhão de cada um dos 
proprietários.
Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de 
conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita.
Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos.
As obrigações Propter rem e quaisquer obrigações contra terceiros serão exigíveis 
integralmente de qualquer dos condôminos, porém aquele que adimplir com esta terá direito 
de regresso contra o outro.
Eventual ou incidental = Estabelecido por causa alheia à vontade dos condôminos. (por 
exemplo uma doação a nascituro ou herança a vários herdeiros)
-
Necessário ou Legal = é o condomínio criado por lei, como a meação de paredes, valas, etc-
Condomínio Voluntário
Responsabilidades do condômino
Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do pagamento das despesas e dívidas, renunciando à parte ideal.
§ 1o Se os demais condôminos assumem as despesas e as dívidas, a renúncia lhes aproveita, adquirindo a 
parte ideal de quem renunciou, na proporção dos pagamentos que fizerem.
§ 2o Se não há condômino que faça os pagamentos, a coisa comum será dividida.
Art. 1.317. Quando a dívida houver sido contraída por todos os condôminos, sem se discriminar a parte de cada 
um na obrigação, nem se estipular solidariedade, entende-se que cada qual se obrigou proporcionalmente ao 
seu quinhão na coisa comum.
Art. 1.318. As dívidas contraídas por um dos condôminos em proveito da comunhão, e durante ela, obrigam o 
contratante; mas terá este ação regressiva contra os demais.
Art. 1.319. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo dano que lhe 
causou.
Do Condomínio Geral
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
08:19
 Página 28 de Direito Civil V - Reais 
Divisão da Coisa
Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de 
cada um pela sua parte nas despesas da divisão.
§ 1o Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo não maior de cinco anos, 
suscetível de prorrogação ulterior.
§ 2o Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo testador.
§ 3o A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o aconselharem, pode o juiz determinar a 
divisão da coisa comum antes do prazo.
A regra geral do condomínio é de que este se extíngua, porém é possível que se mantenha a coisa 
como indivisa por algum prazo, por pacto entre condôminos ou estabelecida pelo doador ou 
testador.
Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do condomínio, no que couber, as regras de partilha de herança (arts. 2.013 a 
2.022).
Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, indenizando os 
outros, será vendida e repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em condiçõesiguais de oferta, o 
condômino ao estranho, e entre os condôminos aquele que tiver na coisa benfeitorias mais valiosas, e, não as 
havendo, o de quinhão maior.
Parágrafo único. Se nenhum dos condôminos tem benfeitorias na coisa comum e participam todos do 
condomínio em partes iguais, realizar-se-á licitação entre estranhos e, antes de adjudicada a coisa àquele que 
ofereceu maior lanço, proceder-se-á à licitação entre os condôminos, a fim de que a coisa seja adjudicada a 
quem afinal oferecer melhor lanço, preferindo, em condições iguais, o condômino ao estranho.
Administração do Bem
Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a administração da coisa comum, escolherá o administrador, que poderá 
ser estranho ao condomínio; resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em condições iguais, o condômino ao que não o 
é.
Art. 1.324. O condômino que administrar sem oposição dos outros presume-se representante comum.
Art. 1.325. A maioria será calculada pelo valor dos quinhões.
 Página 29 de Direito Civil V - Reais 
O condomínio Edilício permite que, em uma mesma edificação, partes que pertençam comumente a 
todos e partes de uso exclusivo de alguns dos condôminos, o que permite que estes alienem ou 
disponham de sua propriedade livremente, sem comprometer o condomínio.
A alteração no §1º do Art. 1331 vedou a alienação da vaga de garagem para estranhos ao 
condomínio sem expressa autorização da convenção.
Para que exista um condomínio edilício, é necessário que cada parte autônoma tenha sua própria 
matrícula no cartório de registro de imóveis e a instituição do condomínio (contendo as frações 
ideais), além de que se pactue entre os condôminos a convenção de condomínio, que deverá conter 
as regras básicas do condomínio (utilização de áreas comuns, acesso, etc), sendo averbadas junto ao 
registro para ter eficácia contra terceiros.
Ainda sim pode haver um regimento interno que ampliará e regulamentará as normas da 
convenção, com normas mais simples e de mais fácil alteração.
Instituição
Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro 
de Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei especial:
I - a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das 
partes comuns;
II - a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns;
III - o fim a que as unidades se destinam.
Da convenção de Condomínio
É uma espécie de Constituição do condomínio, pois trará as normas gerais de convivência entre 
condôminos.
Tem natureza estatutária, portanto obriga a todos, não só quem participa de sua elaboração. 
Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois 
terços das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou 
para quantos sobre elas tenham posse ou detenção.
Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condomínio deverá ser registrada no 
Cartório de Registro de Imóveis.
Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular, a 
convenção determinará:
I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas 
ordinárias e extraordinárias do condomínio;
II - sua forma de administração;
III - a competência das assembléias, forma de sua convocação e quorum exigido para as deliberações;
IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores;
V - o regimento interno.
§ 1o A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento particular.
§ 2o São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo disposição em contrário, os promitentes 
compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas.
Direitos e Deveres
Art. 1.335. São direitos do condômino:
I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades;
II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais 
compossuidores;
III - votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite.
Art. 1.336. São deveres do condômino:
I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em 
contrário na convenção;
Do Condomínio Edilício
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
08:00
 Página 30 de Direito Civil V - Reais 
contrário na convenção;
II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas;
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao 
sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes.
§ 1o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não 
sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito.
§ 2o O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa 
prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas 
contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição 
expressa, caberá à assembléia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a 
cobrança da multa.
Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o 
condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa 
correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a 
gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das perdas e danos que se apurem.
Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento anti-social, gerar 
incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar 
multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior 
deliberação da assembléia.
Art. 1.340. As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de um condômino, ou de alguns deles, 
incumbem a quem delas se serve.
 Página 31 de Direito Civil V - Reais 
Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, 
entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o 
proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem 
a possua ou detenha.
Art. 1.360. Se a propriedade se resolver por outra causa superveniente, o possuidor, que a 
tiver adquirido por título anterior à sua resolução, será considerado proprietário perfeito, 
restando à pessoa, em cujo benefício houve a resolução, ação contra aquele cuja 
propriedade se resolveu para haver a própria coisa ou o seu valor.
A resolução do negócio jurídico se relaciona com a modulação de sua eficácia, como ocorre por 
exemplo na imposição de uma condição ou termo, que faz com que o negócio jurídico apenas tenha 
eficácia com o advento do fato imposto pela condição ou termo.
Já a propriedade resolúvel consiste no negócio jurídico que envolva a propriedade e também uma 
condição ou termo, que imponha modificação na titularidade da propriedade com o advento deste. 
É o que ocorre por exemplo com a retrovenda ou doação com cláusula de reversão, bem como 
também em casos de alienação fiduciária, na qual a condição resolutiva é o adimplemento total, que 
faz com que o devedor fiduciário readquira a propriedade do bem.
Da Propriedade Fiduciária
Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o 
devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.
O devedor fiduciário transfere a propriedade ao credor para servir de garantia a sua dívida, ficandoapenas com a posse, o que permite ao credor alienar o bem no caso de inadimplemento da 
obrigação pelo devedor.
Subrogação da dívida
Art. 1.368. O terceiro, interessado ou não, que pagar a dívida, se sub-rogará de pleno 
direito no crédito e na propriedade fiduciária.
Da Propriedade Resolúvel
terça-feira, 30 de outubro de 2012
07:57
 Página 32 de Direito Civil V - Reais 
Os direitos reais de fruição estabelecem, mesmo sem impor propriedade, a possibilidade de o titular 
de tais direitos exercer prerrogativas de proprietário sobre a coisa, como por exemplo o usufruto. 
Da Enfiteuse 
O Código Civil de 2002 Proibiu a instituição de novas enfiteuses, em seu Art. 2038. Por essa razão, as 
existentes serão regidas pelo Código Civil de 1916.
Consiste em um direito real limitado que confere a alguém, de forma perpétua, os poderes inerentes 
ao domínio, obrigando o enfiteuta, como contraprestação, pagar renda anual ao proprietário ou, em 
certos casos, na transmissão da enfiteuse.
Domínio útil - Enfiteuta
Domínio direto - proprietário (senhorio direto)
A obrigação de pagamento da renda anual é chamada de Foro.
Laudêmio é o valor pago ao proprietário pela transmissão onerosa da enfiteuse pelo enfiteuta.
A enfiteuse, apesar de perpétua, poderá ser extinta, por exemplo:
Pelo resgate pelo proprietário (após prazo mínimo de 10 anos, mediante pagamento de 10 
foros e 1 laudêmio)
-
Regras vigentes às enfiteuses existentes:
É defeso:
I - cobrar laudêmio ou prestação análoga nas transmissões de bem aforado, sobre o valor 
das construções ou plantações;
II - constituir subenfiteuse.
§ 2o A enfiteuse dos terrenos de marinha e acrescidos regula-se por lei especial.
Direitos do proprietário:
Acessões pertencem a ele-
Metade do tesouro encontrado pelo enfiteuta-
Direito de preferência à alienação da enfiteuse-
Direito de receber o Foro-
Do Direito de Superfície
Substitui a Enfiteuse no Código Civil de 2002.
É direito real que concede ao proprietário o poder de conceder a outrem prerrogativa de construir 
ou plantar em seu terreno, utilizando-se do solo, espaço aéreo ou excepcionalmente subsolo, de 
forma onerosa ou gratuita e por tempo determinado.
Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo 
determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
Direitos Reais de Fruição
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
07:56
 Página 33 de Direito Civil V - Reais 
determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da 
concessão.
Art. 1.370. A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o 
pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente.
Art. 1.371. O superficiário responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre o imóvel.
Art. 1.372. O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros.
Parágrafo único. Não poderá ser estipulado pelo concedente, a nenhum título, qualquer pagamento pela 
transferência.
Art. 1.373. Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, o superficiário ou o proprietário tem 
direito de preferência, em igualdade de condições.
Art. 1.374. Antes do termo final, resolver-se-á a concessão se o superficiário der ao terreno destinação diversa 
daquela para que foi concedida.
Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, construção ou 
plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário.
Art. 1.376. No caso de extinção do direito de superfície em conseqüência de desapropriação, a indenização 
cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um.
Art. 1.377. O direito de superfície, constituído por pessoa jurídica de direito público interno, rege-se por este 
Código, no que não for diversamente disciplinado em lei especial.
 Página 34 de Direito Civil V - Reais 
Conceito
Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a 
diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subseqüente 
registro no Cartório de Registro de Imóveis.
É uma restrição à faculdade de uso e gozo da propriedade em benefício de outro imóvel. É uma 
limitação ao direito real de propriedade e se constitui em favor do prédio dominante, estabelecendo 
utilidade a este.
Pode decorrer da lei ou vontade das partes. Um exemplo de servidão legal é a passagem de cabos, 
estabelecida nos direitos de vizinhança.
Requisitos
A servidão tem como pressuposto a relação entre vizinhos, mas não exige que a vizinhança se dê 
pela divisa entre imóveis. Mesmo propriedades não contíguas são vizinhas e portanto subsidiam um 
direito de servidão.
A servidão só existirá se os prédios forem de donos diferentes.
A servidão serve à coisa e não ao dono (por isso perpetua em caso de alienação das propriedades)
O titular do imóvel dominante não pode ampliar a servidão para outros prédios, senão pela forma 
prevista em lei.
A servidão é inalienável, por aderir à coisa.
A servidão não se presume, mas precisa ser expressa entre os proprietários e ser registrada no 
cartório de registro de imóveis. (na dúvida, deve-se decidir pela inexistência desta)
A servidão é perpétua, em regra, já que tem prazo indeterminado.
Espécies
Servidão Contínua - é, em regra, ininterrupta e exercida independentemente de qualquer ato 
humano (como por exemplo um aqueduto)
Servidão Descontínua - é a espécie de servidão que depende de um ato humano (como por exemplo 
a servidão de trânsito ou passagem)
Servidão Aparente - é caracterizada por obras exteriores visíveis e permanentes (exemplo: criação 
de estrada)
Servidão não Aparente - não existe obra externa (é, por exemplo a servidão de não construir de 
uma determinada maneira ou a uma certa altura)
Servidão Positiva - o prédio dominante tem o poder de praticar algum ato no prédio serviente.
Servidão Negativa - o prédio serviente tem o dever de se abster da prática de um ato (ex: não 
edificação)
Das Servidões
terça-feira, 6 de novembro de 2012
07:59
 Página 35 de Direito Civil V - Reais 
Servidão Regular - a limitação se dá entre um prédio dominante e um serviente.
Servidão Irregular - A limitação não se dá entre um dominante e um serviente, mas em favor de 
determinada pessoa.
Aquisição
Por usucapião
Apenas as servidões aparentes e contínuas poderão se constituir por meio de usucapião.
Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 
1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a 
sentença que julgar consumado a usucapião.
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos.
Por vontade expressa das partes
A servidão é criada por declaração das partes e registrada em cartório
Por Testamento ou decisão judicial
A divisão é feita pela declaração de última vontade ou ainda por divisão judicial, em que a sentença 
fixará servidão.
Extinção
Art. 1.388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, embora o 
dono do prédio dominante lho impugne:
I - quando o titular houver renunciado a sua servidão;
II - quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição 
da servidão;
III - quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão.
Art. 1.389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, 
mediante a prova da extinção:
I - pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa;
II - pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou deoutro título expresso;
III - pelo não uso, durante dez anos contínuos.
 Página 36 de Direito Civil V - Reais 
É um direito real de uso sobre a coisa alheia, sendo oponível erga omnes.
A propriedade se desmembra entre propriedade do nú-proprietário e o direito real do usufrutuário.
*Nú-propriedade é a propriedade sem posse e sem nenhum outro direito inerente à propriedade 
que não a disposição.
O usufrutuário terá o domínio útil da coisa alheia, por ser titular de um direito real, abrangendo os 
frutos e utilidades da coisa.
O usufruto é temporário e pode ser, inclusive, condicionado ou a termo. Por ser gratuito, o 
proprietário tem a expectativa de recuperar a propriedade plena. Por esse caráter transitório, 
justifica-se a vedação legal à transmissão do usufruto, mesmo por sucessão hereditária.
Art. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos.
§ 1o Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, 
findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou, não 
sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição.
Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito 
ou oneroso.
Como é direito real de fruição, o usufrutuário poderá, com base em seu direito, reivindicar a posse 
da coisa, utilizando-se, inclusive, de ações possessórias.
Usufruto
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
07:57
 Página 37 de Direito Civil V - Reais 
Penhor•
Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor 
ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação.
Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam 
em poder do devedor, que as deve guardar e conservar.
É um direito real de garantia incidente sobre coisas móveis ou mobilizáveis (corpóreas ou 
incorpóreas)
É marcado pela tradição da coisa pelo tempo em que durar a dívida original, sendo a própria 
coisa a garantia do adimplemento da obrigação. Porém é de utilidade reduzida principalmente 
nos casos do parágrafo único, já que existe a alienação fiduciária que é mais vantajosa ao 
credor.
Convencional - Demanda registro no cartório de títulos e documentos.-
Legal - Previsto no Art. 1.467, demanda homologação judicial.-
Direitos do credor pignoratício
Art. 1.433. O credor pignoratício tem direito:
I - à posse da coisa empenhada;
II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas devidamente justificadas, que tiver feito, não 
sendo ocasionadas por culpa sua;
III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício da coisa empenhada;
IV - a promover a execução judicial, ou a venda amigável, se lhe permitir expressamente o contrato, ou 
lhe autorizar o devedor mediante procuração;
V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encontra em seu poder;
VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia autorização judicial, sempre que haja receio 
fundado de que a coisa empenhada se perca ou deteriore, devendo o preço ser depositado. O dono da 
coisa empenhada pode impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia real 
idônea.
Obrigações do credor pignoratício
Art. 1.435. O credor pignoratício é obrigado:
I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a perda ou deterioração de que for 
culpado, podendo ser compensada na dívida, até a concorrente quantia, a importância da 
responsabilidade;
II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao dono dela, das circunstâncias que 
tornarem necessário o exercício de ação possessória;
III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art. 1.433, inciso V) nas despesas de guarda e 
conservação, nos juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente;
IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez paga a dívida;
V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga, no caso do inciso IV do art. 1.433.
Hipoteca•
Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca:
I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles;
II - o domínio direto;
III - o domínio útil;
IV - as estradas de ferro;
V - os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se acham;
VI - os navios;
VII - as aeronaves.
VIII - o direito de uso especial para fins de moradia;
IX - o direito real de uso;
X - a propriedade superficiária.
Direitos Reais de Garantia
terça-feira, 20 de novembro de 2012
07:57
 Página 38 de Direito Civil V - Reais 
X - a propriedade superficiária.
Anticrese•
Art. 1.506. Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de 
perceber, em compensação da dívida, os frutos e rendimentos.
O credor terá o direito de permanecer na posse do bem dado em garantia e dele auferir os 
rendimentos para compensar a dívida.
 Página 39 de Direito Civil V - Reais

Continue navegando