Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Nicolas Martins 2025.1 - Fisiologia II EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE ● Introdução Na → 140 mEq/l = Concentração do sódio na corrente sanguínea H → 40 mgEq/l = Concentração do hidrogênio na corrente sanguínea pH → 6.8 a 7.8 VIDA = O ph não pode ficar com sua acidez abaixo de 6.8 e não pode subir para valor acima de 7.8 ( O pH normal é de 7.35 a 7.45) Definições Bases = Ptns Ácidos = Ácidos Um desequilíbrio ácido básico pode levar a uma alcalose ou acidose ● Conceitos Gerais Íons hidrogênio alteram a permeabilidade das membranas e das funções enzimáticas celulares: - São partículas extremamente móveis Alterações da concentração de íons hidrogênio afetam a distribuição celular de outros íons, como sódio, potássio e cloretos e modificam a atividade das proteínas, em especial das enzimas. Um exemplo, as enzimas que atuam em ambientes alcalinos são desnaturadas em ambientes ácidos (altamente dependentes de pH e temperatura) Variações do pH podem produzir alterações significativas no organismo: - Aumento da resistência vascular pulmonar - Redução da resistência vascular sistêmica - Alteração da atividade elétrica do miocárdio - Alterações da contratilidade do miocárdio - Alteração da atividade elétrica do SNC - Alteração da afinidade da Hb pelo O2 - Modificação da resposta a certos agentes químicos, endógenos e exógenos, como por exemplo hormônios e drogas vasoativas OBS.: Pessoas que entram sofrem parada cardíaca entram em uma acidose. Caso o pH abaixe demais a adrenalina não conseguirá agir ● Ácidos no organismo Os íons H + são substâncias produzidas pelas células durante seu metabolismo, lançando CO2 e ácidos na corrente sanguínea, podendo variar o pH. Desse modo, temos substâncias que irão neutralizar para impedir a variação do pH - Substâncias que podem ceder íons hidrogênio em uma solução - O metabolismo celular produz ácidos que são liberados continuamente na corrente sanguínea - Precisam ser neutralizados, para impedir as variações de pH Ácido carbônico = Muito importante para a regulação do pH, ácido instável, que tem a propriedade de se transformar em dióxido de carbono e água, o dióxido de carbono é transportado pelo sangue e eliminado pelos pulmões, enquanto o excesso de água é eliminado pela urina Ácidos fixos (líquidos) = ácido lático, ácidos alimentares, ceto-ácidos e ácidos inorgânicos ● Bases do organismo - Substâncias que podem receber íons hidrogênio em solução Bicarbonato é a principal substância produzida a partir do metabolismo celular pela combinação de dióxido de carbono com a água. H20 + CO2 → Ácido Carbónico → HCO3- / H+ Outras bases = fosfatos, proteínas, hemoglobina ● Sistema tampões Podem ser definidos como sistemas que tendem a se opor à mudanças de pH mantém a homeostase Equilíbrio ácido - básico O pH sanguíneo é de 7.4 mas o pH normal é de 7.35 a 7,45. pH < 7.35 = anormalmente ácidos (acidose) pH > 7.4 = anormalmente alcalino (alcalino) Esse sistema combina-se imediatamente com ácidos ou bases agressores - Neutralizam os efeitos nocivos, até que os reguladores atuem Bicarbonato/ ácido carbônico: principal (64% do poder tamponante do plasma) Sistema tampão da Hb (28%) Sistema tampão das proteínas (7%) Sistema tampão fosfato (1%) ● Regulação dos ácidos e bases no organismo Controle de ácidos e das bases livres nos compartimentos intra e extracelular: manutenção do pH ótimo. Essa regulação depende de: - Sistemas - tampão dos líquidos corporais = existem nos líquidos intra e extracelulares, principalmente no sangue ( HCO3-, Hb e fosfato). Diminui efeito dos ácidos ou bases adicionados nos líquidos corporais em uma ação imediata - Sistemas tampão respiratório = eliminam o ácido carbônico produzido pelo metabolismo celular, neutralização rápida (minutos), NÃO DURADOURA. Elimina ou retém CO2 - Sistema tampão renal = eliminação de íons hidrogênio e bicarbonato, eficiente, lento (dias ou horas), responde pelos ajustes PROLONGADOS de pH. Excreção de urina ácida ou básica Quando o pH se encontra em níveis normais todos esses sistemas tampão estão funcionando corretamente. (1) O primeiro a entrar em funcionamento é o tampão dos líquidos corporais, toda vez que entramos em uma acidose (ph>) o H + aumenta e em uma alcalose o H + diminui (ph<). Toda vez que ocorre um aumento de H+ os tampões dos líquidos corporais irão tentar tamponar, aumentando os níveis de HCO3- nos líquidos corporais, que irão se associando com o H+ formando o ác. carbônico que vira CO2 e água e serão eliminados pelos pulmões e urina, respectivamente (2) O segundo a entrar em funcionamento é o sistema tampão respiratório. Com a diminuição do pH estaremos aumentando a produção de HCO3- que combinado com o H + aumenta a produção de ácido carbônico que irá se degradar em CO2 e H20. Esse CO2 é eliminado pelos pulmões, portanto, a parte respiratória é essencial no eq. ácido básico (já que elimina o ácido carbônico na forma de CO2) (3) O sistema renal é o último a entrar em funcionamento, podendo eliminar H+, HCO3- ou irá reabsorver mais HCO3-. O sistema renal ira demorar longos períodos de tempo para restaurar o equilíbrio ácido básico OBS.: Bloqueio da anidrase carbônica leva a uma acidose respiratória. Na falta de Hb o H+ fica livrem já que o H+ se liga a ela, causando acidose ● Equação de Henderson-Hasselbalch Usada para quantificar o impacto das mudanças de PCO e no HCO3- sobre o pH Além de definir os determinantes da regulação do pH normal e equilíbrio ácido base no fluido extracelular A- = HCO3 HA = Pco2 Mudança na concentração de bicarbonato s]ao chamadas de distúrbios ácidos/básicos metabólicos Mudanças na concentração de Pco2 são chamados distúrbios ácidos/básicos respiratórios OBS.: Muito CO2 se junta com a água formando muito ácido carbônico, causando uma acidose. CO2 baixo pouco ácido carbônico, causando uma alcalose (respiratórias) → O bicarbonato em níveis normais é igual a 22 - 26 mmHg. A PCO2 em níveis normais é igual a 35 - 45 mmHg Ex.: Bicarbonato > 30 = alcalose metabólica PCO2 < 35 = alcalose respiratória ► Tampão respiratório ( eficácia de 50% → 76%) Acidose (pH <7,35): taquipneia (elimina CO2) Alcalose (pH > 7,45): bradipneia (retém CO2) - Aumenta concentração de íons H+ no sangue, O CR (sensível a H+) é estimulado: ↑ frequência e a profundidade das respirações (hiperpneia) - aumenta a eliminação de CO2, diminuindo a quantidade de ácido carbônico no sangue - Quando a concentração de CO2 está baixa, o centro respiratório reduz a frequência respiratória, para favorecer a normalização de CO2 ✓ → O aumento do pH aumenta a intensidade ventilatória, ou seja, aumentando a eliminação de CO2 para tentar aumentar o pH do sangue ✓ → Toda vez que o pH do sangue é aumentado a ventilação é diminuída. Em uma alcalose (7,6) a ventilação retém o CO2 para nos retirar da alcalose, ou seja, quando o ph se encontra muito alcalino a ventilação é diminuída para que ele se mantenha em níveis normais Em ambientes mais alcalinos (como a circulação arterial// gráfico II) para normalizar o pH se diminui a ventilação e em ambientes com maior presença de CO2 como nos líquidos corporais (gráfico I) se aumenta a ventilação para deixa o pH em níveis basais OBS.: Qualquer problema obstrutivo no pulmão causa uma acidose por problema na eliminação de CO2 ► Tampão Renal - Elimina íons hidrogênio em troca por outros cátions, para manter estável o número de bases do organismo - Elimina ou reabsorve íons HCO3- , alterando o pH da urina - Pode produzir HCO3- para repor as perdas Reabsorção de bicarbonato ao longo do néfron:Filtrado = 4.320 mEq/l Reabsorvido = 4.318 mEQ/l Excretado = 2 mEQ/l → CARGA FILTRA./REABSORV = 99,9% Mecanismo celular para reabsorção de HCO3 pelas células do TCP: ○ Bicarbonato + H+ (na luz tubular) → H2CO3 → H20 + CO2 → CO2 + H20 ( na célula tubular) → H2CO3 → H+ + HCO3- ○ Bicarbonato reabsorvido e hidrogênio é trocado pelo sódio OBS.: Acetazolamida bloqueia anidrase carbônica acumulando o sódio na luz tubular aumentando a volemia ► Tampão fosfato Temos o fosfato de sódio e o hidrogênio que é secretado. Quando o H+ é secretado o fosfato pega esse H+ e forma o NaHPO4- para eliminar esse H+ ► Tampão amônia Temos o NH3 e o hidrogênio que é secretado. Quando o H+ é secretado o NH3 captura o H+ e forma o NH4 para eliminar esse H+ ● Gasometria arterial - O sangue é coletado das artérias alveolar, na artéria femoral e na artéria braquial - Avalia a eficácia da respiração e do equilíbrio ácido-básico total - Testes relacionados ao equilíbrio ácido-básico pH = 7,35 a 7,45 PaCO2 = 35 a 45 mmHg HCO3- : 22 a 26 mEq/l - Outros: PaO2 ( 80 a 100 mmHg) e SaO2 (96 a 100%) Etapa 01: Qual é o pH Caracterize de há acidose ou alcalose ○ pH > 7.45 - alcalose ○ pH < 7.35 - acidose Etapa 02: Qual é a PaCO2? ○ Lembre-se que o nível de PaCO2 fornece informações sobre o componente respiratório do equilíbrio ácido-base ○ Avalia se está baixa (<35 mmHG) ou alta ( > 45 mmHG) ○ Determine se o resultado anormal corresponde à alteração do pH Etapa 03: E o bicarbonato? ○ Lembre-se que o bicarbonato fornece informações sobre o componente metabólico do equilíbrio ácido-básico ○ Avalie se está abaixo ( <22 mEq/l) ou alto ( >26 mEq/L) ○ Determine se o resultado anormal corresponde à alteração do pH Etapa 04: Existe compensação? ○ Quando temos uma acidose metabólica o que vai compensar é uma alcalose respiratória. Um exemplo, um pH baixo leva a uma acidose metabólica levando a uma taquipneia para eliminar muito CO2 e causar uma alcalose metabólica ○ Quando temos uma acidose respiratória será compensada por uma alcalose metabólica por um aumento de HCO3- ○ Algumas vezes encontramos alterações na PaCO2 e nos níveis de bicarbonato ○ Um deles indica a fonte primária da alteração do pH; o outro indica mecanismos para compensar o distúrbio Compensação completa: o pH volta ao normal Etapa 05: PaO2 e SaO2 ○ Fornecem informação sobre oxigenação ○ PaO2 abaixo representa hipoxemia e pode causar hipoventilação ○ Importante para controle de tratamento com O2 Hiato aniônico (anion gap) - Equalização de cátions e íons - O hiato é calculado somando-se o nível de cloreto e o de bicarbonato e , a seguir, diminuindo deste total o nível de sódio - Representa o nível de ânions imensuráveis do líquido extracelular ► Causas de acidose respiratória: TCE, DPOC, Medicamentos deprimem o centro respiratório e etc… ► Causas de alcalose respiratória: Tensão emocional Acidose respiratória = pode ser causada por comprometimento em qualquer uma das 03 partes da respiração - Ventilação = problema na musculatura, por exemplo - Perfusão - Difusão Caracterizado por hipoventilação alveolar, indicando que os pulmões não são capazes de eliminar CO2 suficiente para manter o pH normal. Consequência: hipercapnia, acúmulo de CO2 causando uma Hb reduzida e com isso cianose Pode ser aguda ou crônica (DPOC): quanto mais crônica maior será o tempo para a compensação renal, com o pH possivelmente normal Alcalose respiratória: Resultado de hiperventilação pulmonar e hipocapnia Substâncias associadas: - Catecolaminas - Nicotina - Salicilatos - Xantinas Exemplo: hiperventilação decorrente de ansiedade, dor, estado hipermetabólico, hipoxemia secundária, traumatismo craniano e grandes altitudes ► Causas de acidose metabólica: Diarreia, vômito, diabetes mellitus, ingestão de ácidos e etc ► Causas de alcalose metabólica: Vômitos… Acidose metabólica = Consiste na perda de HCO3- do LEX (hiato aniônico normal) e/ou acúmulos de ácidos metabólicos (hiato aniônico elevado) Causa: - Perda de bicarbonato - Acúmulo de ácidos metabólicos - Produção excessiva de corpos cetônicos: DM, alcoolismo crônico, desnutrição ou inanição grave, hipertireoidismo - Redução da capacidade renal de excretar ácidos - Perdas de GI excessivas: diarreia, má absorção intestinal Sinais e sintomas: Cefaleia, confusão, hipotensão e etc Alcalose metabólica = Consiste na perda de H+ e/ou ganho de HCO3-; comumente associado a hipopotassemia Causas: - Diuréticos expoliadores de potássio: tiazídicos, furosemida, ácido etacrínico - Perda excessiva de ácido pelo TGI: vômitos, aspiração gástrica excessiva, crianças com estenose pilórica - Doença de Cushing: (devido a retenção de sódio e cloreto e excreção de potássio e hidrogênio) → Comparar com os valores normais para chegar a um diagnóstico
Compartilhar