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Livro PLANTIO DIRETO ROTAÇÃO, Ademir Calegari, Moacir Ferro, Francisco
Grzesiuk, Lindolfo Jacinto Junior. 1995, 64 p.
Book · May 1995
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Ademir Calegari
Research Agricultural Institute, IAPAR
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 1 
 2 
 3 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
* PLANTIO DIRETO E ROTAÇÃO DE 
CULTURAS 
 
INTRODUÇÃO 
 
 A inexistência de um plano global de alta qualidade para 
ocupação, uso e manejo apropriado dos recursos naturais, nas diferentes 
regiões do Paraná, foi determinante de uma exploração indiscriminada. As 
terras, por não terem sido trabalhadas através de métodos aprofundados de 
manejo e conservação, perderam grande parte da fertilidade natural com 
quedas nos níveis de matéria orgânica e sensíveis alterações nas características 
físicas, químicas e biológicas. Recentemente, o processo de erosão hídrica 
acelerou-se em função da erradicação de culturas perenes e excessiva moto 
mecanização na preparação do solo para cultivos anuais. 
 
 Nas regiões tropicais e subtropicais, onde as terras são cultivadas 
intensivamente, e os processos de decomposição de matéria orgânica são 
acelerados, é fundamental a presença 
 
 *CALEGARI, A.; FERRO, M.; GRZESIUK, F.; JÚNIOR, L. J. Plantio direto, 
rotação de culturas. Cooperativa dos Cafeicultores de Maringá - COCAMAR, 64p. 
de resíduos vegetais na superfície do solo, se possível na maior pare do ano, 
visando à redução das perdas por erosão em função da diminuição do impacto 
direto das gotas de chuvas sobre o solo (1 a. etapa do processo erosivo). 
 
 Conforme Greenland, 1981, o declínio da produtividade dos solos 
das regiões tropicais e subtropicais cultivadas continuamente, tem sido 
atribuído principalmente à erosão e à diminuição dos níveis de matéria 
orgânica. 
 
 No Estado do Paraná, mais da metade dos quase sete milhões de 
hectares cultivados no verão, permanecem ociosos no inverno. Essas áreas, 
além de estarem predispostas ao desencadeamento do processo erosivo com 
diminuição acentuada da fertilidade, podem aumentar o nível de infestação de 
invasoras onerando os custos de produção das culturas. 
 
 Com a prática do sistema de plantio direto, aliada à cobertura 
contínua do solo com resíduos vegetais, é possível diminuir 
consideravelmente as perdas de solo por erosão (Lal, 1975; Triplett et al., 
 6 
1968; Wilson, 1978). Elevados índices de estabilidade de agregados em 
Latossolo roxo podem reduzir a tendência de dispersão do solo, havendo 
menor formação de enxurrada e conseqüente menores riscos de erosão (Roth 
et al. 1986). Nas condições climáticas do norte do Paraná, estes objetivos 
podem ser alcançados no período invernal através do uso de coberturas verdes, 
e posteriormente, no início do verão, pela cobertura morta, remanescente dos 
adubos verdes. Além disso, o sistema de plantio direto, associado aos adubos 
verdes e rotação de culturas tende a proporcionar, ao longo dos anos, uma 
melhoria significativa nas características físicas (infiltração de água, 
agregação, porosidade), químicas, bem como um aumento e maior 
estabilidade no rendimento das culturas de verão. 
 
 O presente trabalho avalia dos efeitos dos sistemas de rotação de 
cultuas e plantio direto nas características físicas, químicas e biológicas do 
solo e no rendimento das culturas, em relação à monocultura e ao sistema 
convencional de preparo do solo, na Fazenda Santo Antonio, Município de 
Floresta, Estado do Paraná. 
 
 Para a realização deste trabalho cabe destacar o pioneirismo da 
ICI (atualmente denominada ZENECA) na introdução do Plantio Direto no 
Brasil, bem como o esforço na região de Maringá, onde encontrou o 
necessário e importante apoio da COCAMAR para levar aos agricultores este 
moderno sistema de cultivo – o PLANTIO DIRETO. 
 
 
HISTÓRIO E CARACTERÍZAÇÃO REGIONAL 
 
 O Paraná é um Estado que apresenta uma elevada variação nos 
tipos de solos. No litoral, primeiro e segundo planalto predomina um 
complexo de solos de baixa fertilidade natural, com limitada disponibilidade 
de terras mecanizáveis. Já no terceiro planalto ocorrem solos de maior 
fertilidade natural originadas do derramamento do Trapp (região do basalto) 
que se estendem do Norte ao Oeste e Sudoeste. 
 
 Em função da ocupação mais intensa do terceiro planalto, as 
atividades agropecuárias passaram a exercer relevância na economia 
agropecuárias passaram a exercer relevância na economia paranaense, 
baseados no intenso extrativismo até 1930, tendo a agricultura apenas como 
fonte de subsistência à população envolvida com a atividade principal 
(Llanillo, 1989). 
 7 
 
 A exploração agrícola do Norte do Paraná até a década de 70 foi 
marcada pelas expressivas áreas de exploração cafeeira. 
 
 A partir de 1975, com a ocorrência de severas geadas e queima 
expressiva de todo parque cafeeiro, teve início ou vislumbrou-se o incentivo a 
novas explorações agrícolas agora anuais e que não corressem sérios riscos de 
perdas por geadas. Assim, o ciclo da soja e dotrigo e também do milho, 
apesar de que este já vinha sendo cultivado em menor escala, cresceram no 
Estado do Paraná, seguidos por mudanças estruturais e sócio-econômicas 
significativas. Muitas pessoas que vivia na lavoura trabalhando com café, 
forma para as cidades, pois a substituição dos cafeeiro por áreas 
motomecanizadas diminuiu drasticamente o emprego de mão-de-obra no meio 
rural. Assim, extensas áreas foram ocupadas por soja e trigo cultivados em 
sistema convencional (1 aração + 2 gradagens) intensivamente, sem o 
conhecimento e clareza da necessidade de se efetuar rotação de culturas e/ou 
sistemas de preparo do solo menos agressivo (cultivo míni o), ou se chegar a 
um sistema em que praticamente não se revolve o solo, que é o sistema de 
plantio direto sobre os resíduos de cultivos anteriores. 
 
 Para caracterização das diferenças regionais do Paraná 
considerando-se os recursos naturais e condições sócio-econômicas, foram 
definidas em zonas diferenciadas de estrutura agrária (Llanillo, 1984). 
 
 A região do Norte novo de Maringá (Figura 1) apresenta: 
concentração fundiária de média a baixa; média a alta tecnificação; elevada 
exploração de lavouras permanentes e temporárias; escassas matas naturais ou 
plantadas e poucas pastagens naturais, a intensidade de exploração é das mais 
elevadas do Estado; médio a elevado desenvolvimento das relações de 
trabalho e capital; alto emprego de crédito rural; fertilidade natural alta, com 
grande potencial de mecanização (70 a 90%) da maior parte da área. 
 
 
 8 
 
 
 Os solos predominantes na região de Maringá e Floresta são a 
Terra Roxa Estruturada e o Latossolo Roxo, sendo na sua maioria ocupados 
por cultivos temporários (soja, trigo, milho, etc.). 
 
 A região apresenta diferentes índices de precipitação, variando 
sua distribuição conforme os meses do ano (Figura 2). 
 
 Durante o período de avaliação na Fazenda Santo Antonio, os 
dados pluviométricos estão distribuídos conforme a Figura 3. 
 
 Pela Figura 2 observa-se que numa média de 17 anos de dados 
coletados, nos meses de janeiro, fevereiro, março, outubro, novembro e 
 9 
dezembro, são aqueles que apresentam precipitações com o máximo de 
erosividade, ou seja, chuvas com potencial de causar severos danos ao solo 
por meio da erosão. Os meses de junho, julho e agosto são os de menor 
precipitação e também os de menor potencial erosivo. 
 
 
 
 
 
 10 
 
 
 Pela distribuição anual das chuvas, percebe-se que parte das épocas de 
preparo do solo para implantação dos cultivos de outubro/inverno e 
primavera/verão coincide com o período de máxima erosividade, sendo, 
portanto fundamental desenvolver tipos de manejo do solo que promovam um 
mínimo de revolvimento do solo e/ou permitam a permanência de um máximo 
de resíduos vegetais como cobertura do solo. Um dos sistemas que mais 
privilegia esta condição é o sistema de plantio direto. 
 
 
AVALIAÇÃO DO MANEJO DE SOLO, SUCESSÃO E ROTAÇÃO DE 
CULTURAS 
 
Tipo de preparo do solo 
 
 
 Os cultivos foram conduzidos sob dois tipos de preparo do solo, o 
preparo convencional (1 aração e discos + 2 gradagens niveladoras) e o 
sistema de plantio direto (sem revolvimento do solo apenas um leve 
revolvimento na linha de plantio). 
 11 
 
Rotação/sucessão de culturas adotadas e avaliadas 
 
 Foram avaliadas as seguintes seqüências e culturas 
 em cinco faixas de 16.000m2 cada: 
 
 . Trigo – milho – aveia – soja (plantio direto – 
 rotação) 
 
 . Tremoço – milho – aveia – soja – trigo – soja 
 (plantio direto – rotação) 
 . Trigo – soja (plantio direto – sucessão) 
 . Trigo – milho – aveia + tremoço branco – soja 
 (plantio direto - rotação) 
 . Trigo – soja (preparo convencional – sucessão). 
 
 No outono/inverno foram semeados o trigo, aveia e tremoço 
branco, de acordo com a seqüência acima mencionada sem utilização de 
fertilizantes químicos exceto o trigo, no qual foram utilizadas as quantidades 
recomendadas pela pesquisa. No caso do plantio direto, foram semeados sobre 
a resteva da cultura de verão (soja e milho), enquanto no convencional o trigo 
foi implantado após gradagem pesada e niveladoras. 
 
 Na primavera/verão, de acordo com a seqüência acima, foram 
plantados soja e milho empregando-se fertilização química, conforme 
recomendação da análise de solo. 
 
 
 
 
 
 
Alterações nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. 
 
 Com o desenvolvimento do sistema de plantio direto ocorre 
paulatinamente um acúmulo de material orgânico na superfície do solo, 
desencadeando um aumento considerável na atividade biológica (micro, meso, 
macrofauna e flora), além de promover alterações significantes nas 
 12 
características físicas e químicas do solo. Ao logo dos anos o sistema de 
plantio direto tende a ir causando modificações no perfil do solo, 
principalmente na camada superficial, aonde vão se depositando os resíduos 
orgânicos (restos culturais, palhadas e resteva dos adubos verdes), que no 
processo de decomposição e no contato com os minerais do solo, interfere 
com alterações nos processos dinâmicos da matéria orgânica e na liberação 
dos nutrientes no solo para as plantas. 
 
PROPRIEDADES FÍSICAS 
 
 
 A cobertura vegetal proporcionada pelo plantio direto tende a 
interferir diretamente no desencadeamento do processo de erosão hídrica, ou 
seja, ocorre uma proteção impedindo o contato direto das gotas de chuva com 
a superfície do solo, e a conseqüente desagregação e arraste das partículas pela 
enxurrada. 
 
 
 13 
 
 
 A desagregação das partículas ocorre principalmente pelo 
impacto das gotas de chuva, bem como pelo escorrimento superficial da 
enxurrada. A presença do “mulch” na superfície é fundamental para o 
impedimento da erosão hídrica. 
 
 O sistema de plantio direto tem se destacado como um dos 
sistemas mais eficientes no controle da erosão hídrica e na conservação e 
manutenção da fertilidade do solo. 
 
 14 
 Apesar de que os diferentes métodos de preparo do solo tendem a 
causar compactarão, em Latossolo Roxo, o plantio direto tende a apresentar 
uma maior densidade aparente do solo nos horizontes superficiais (Derpsch et 
al., 1991). Os resultados observados na Fazenda Santo Antonio mostraram 
que as densidades em plantio direto são menores que as observadas em 
preparo convencional (Tabela 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
Tabela 1. Relações de massa e volume no solo sob diferentes sistemas de manejo e seqüência de cultivos. (Média 
de 6 repetições). Fazenda Santo Antonio – Floresta – PR, 1991. 
Sistema de manejo Sequência 
cultivo 
 Profund. Porosiade Porosidade 
 Amostragem D.S. Macroposidade Microporosidade total 
 (cm) 
 g/cm ---------------------- % volume ---------------------- 
Plantio direto (rotação) T/M/A/S 0-10 1,25 8,2 41,7 49,9 
 10-20 1,18 6,6 43,9 50,5 
Plantio direto (rotação) T/M/A/S/T/S 0-10 1,19 9,2 39,6 48,8 
 10-20 1,16 7,6 43,3 50,9 
Plantio direto 
(monocultivo) 
T/S 0-10 1,12 11,1 39,0 50,1 
 10-20 1,31 3,7 42,6 46,3 
 
Plantio direto (rotação) T/M/A+T/S 0-10 1,14 7,9 40,7 48,6 
 
 
Prep. Convenc. 
(monocultivo) 
 
 
T/S 
10-20 
 
 0-10 
 10-20 
1,22 
 
1,30 
0,88 
7,9 
 
2,4 
3,8 
44,1 
 
43,8 
43,0 
52,0 
 
46,2 
46,8 
 
 16 
 
Área de mata (sem 
cultivos) 
 
 0-10 0,88 
 10-20 1,08 
 
 
 
 
 
 
 
30,69 
21,44 
 
 
 
38,79 
42,11 
 
 
 
 
69,48 
63,55 
 
 
M Plantio direto 
 (Rotações) 
É 
 
D 
 
I 
 
 0-10 
10-201,19 
1,18 
8,8 
7,3 
40,6 
43,7 
49,4 
51,0 
A Plantio direto 
 (Monocultivo) 
 
 0-10 1,12 11,1 39,0 50,1 
 
 
 10-20 1,31 3,7 42,6 46,3 
Preparo convencional 0-10 1,30 2,4 43,8 46,2 
(monocultivo) 10-20 1,23 3,8 43,0 46,8 
T–Trigo; t–Tremoço; A–Aveia preta; S–Soja; M-Milho
 17 
 O volume dos poros tem semelhante comportamento à densidade 
aparente (Tabela 1). No plantio direto foi observado o maior volume total de 
poros. 
 
 Apesar da diferença entre os dois sistemas de preparo, pela 
porosidade suficientemente alta observada, é de se esperar que não haja falta 
de aeração, mesmo sob condições de elevada umidade no perfil do solo. 
 
 O sistema de plantio direto e a rotação de culturas causaram 
significativos efeitos nas propriedades físicas do solo. Isto pode ser 
quantificado quando foram efetuadas medições de infiltração de água através 
de simulador de chuvas (Modelo Gottingen) em todas as faixas de cultivo em 
três repetições. Os resultados obtidos mostraram que houve um aumento da 
infiltração de ‘ 
Água no solo nos tratamentos com plantio direto em relação ao sistema 
convencional. 
 
 A menor infiltração no sistema convencional deve-se à menor cobertura 
do solo com conseqüente aumento do selamento superficial, em função do 
impacto direto das gotas de chuva com as partículas de solo, dificultando a 
penetração da água no perfil e facilitando o acúmulo na superfície e 
conseqüente escorrimento. 
 
 
 
 18 
 
 
 
 Numa precipitação de 70mm/h no sistema soja-trigo preparo 
convencional, após 15 minutos iniciou-se o processo de escorrimento 
superficial, estabilizando-se após 90 minutos com uma infiltração de apenas 
 19 
20mm/h; enquanto no plantio direto, em média, aos 20 minutos estabilizou-se 
do uma infiltração de 45 mm/h demonstrando que tanto o plantio direto quanto 
a rotação favoreceram o movimento de água no perfil (Figura 4). 
 
 Este aumento da infiltração de água no solo, de 20mm/h no 
preparo convencional para 45mm/h no plantio direto (sistema soja-trigo), 
deve-se a vários fatores físicos que foram alterados pelas distintas formas de 
manejo e cultivo, como se observa pelas significativas diferenças ente os 
valores do índice de estabilidade de agregados (IEA) e do diâmetro médio 
ponderado (DMP) dos agregados estáveis em água, do sistema convencional, 
em relação aos valores observados no plantio direto e rotação de culturas 
(Tabela 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
Tabela 2. Efeito dos diferentes sistemas de cultivo e manejo do solo na agregação do solo (IEA e DMP). (Após 7 anos de 
manejo e cultivo. Média de 3 repetições. Floresta – PR. 1991. 
 I.E.A D.M.P. 
Sistema de cultivo Sistema de 
manejo 
Profundidade (cm) x Profundidade (cm) x 
 0-10 10-20 0-10 10-20 
Trigo-milho-aveia-
soja 
Plantio direto 41,46B 40,92ª 40,87B 1,74A 1,76B 1,75B 
Tremoço-milho-
aveia- 
 
Soja-trigo-soja Plantio direto 41,06B 37,42ª 39,42A 1,83A 1,69B 1,76B 
Trigo-soja Plantio direto 41,66B 38,80ª 40,23AB 1,75A 1,66B 1,70B 
Trigo-milho-aveia+ 
Tremoço-soja Plantio direto 40,20B 43,24A 41,72B 1,66A 1,61AB 1,64AB 
Trigo-soja Preparo 
 Convencional 26,82A 34,26ª 30,54A 1,63A 1,29A 1,46A 
Teste de Tukey 0,05 – Letras maiúsculas – as comparações são na vertical. 
IEA – índice de estabilidade de agregados. 
DMP – diâmetro médio ponderado. 
 21 
 
 
 
 Além disso, é notório o maior percentual de agregados > 2mm nos 
sistemas de rotação de culturas e plantio direto quando comparados com o preparo 
convencional (soja-trigo)(Figura 6), o que indubitavelmente favorece uma maior 
infiltração de água e um menor risco às perdas por erosão (Cintra et al. 1983). 
 
 Quanto à porosidade do solo, verifica-se nos sistemas de rotações e 
plantio direto, maiores valores de macroporosidade em relação ao convenciona, 
isto é explicado em função da maior agregação das partículas que irá aumentar o 
volume de macroporos e reduzir o de microporos. Isso em solos com elevados 
teores de argilas (solos pesados) é conveniente por melhorar a estrutura e aeração 
favorecendo o desenvolvimento do sistema (Igue, 1984). Quanto à porosidade 
total, observa-se que os valores mais elevados estão nos sistemas de plantio direto 
(Tabela 1, demonstrando assim, que essa prática adequadamente conduzida, tende 
a melhorar as características físicas do solo inclusive não causando sérios 
problemas de adensamento, pois normalmente o aumento da densidade do solo 
(D.S) tem uma relação direta com a diminuição dos teores de matéria orgânica do 
solo. 
 
 É sabido que a matéria orgânica é responsável por grande parte da 
estruturação do solo, aumentando a circulação do ar e da água no perfil. Tem uma 
 22 
ação cimentante das partículas do solo formando agregados bastante estáveis, pois 
agregados com baixo teor de matéria orgânica se rompem quando molhados, 
enquanto os de teor elevado mantêm a estabilidade (Oliveira Filho, et al., 1987). 
Em acordo, Cintra & Mielniczuk (1983) concluem que a estabilidade dos 
agregados do solo é função da decomposição de resíduos orgânicos (raízes, folhas 
e caules) através da ação dos microrganismos, aspecto relevante na estruturação do 
solo. 
 
 
 A estabilidade dos agregados é dependente das condições e tipo de 
adubo verde utilizado, da atividade microbiana, do processo de umedecimento e 
secagem do solo e das condições de cultivo (Calegari, et al., 1993). Entre os 
adubos verdes, as gramíneas têm sido destacadas pela eficiência na formação de 
agregados, através da ação direta e indireta das raízes. Diretamente, pelas pressões 
exercidas pelas raízes em crescimento, unindo as partículas de solo; de maneira 
indireta, pela desidratação do solo, provocando efeito de secamento e contração 
localizados, produção de secreções radiculares com ação cimentante de agregados 
e liberação de resíduos orgânicos que favorecem a atividade biológica do solo. 
 
 
 
 O plantio direto, em função da diminuição da evaporação (presença de 
cobertura morta): maior infiltração de água no solo quer pelo efeito dos canais 
deixados pelas raízes das plantas, minhocas, insetos e outros organismos do solo, 
quer pela maior porosidade total, e superior número de agregados de maior 
tamanho, bem como pelo acúmulo de matéria orgânica, há uma tendência de maior 
retenção de água no perfil do solo. 
 
 23 
 Dos diferentes fatores físicos diretamente relacionados com a maior 
ou menor susceptibilidade à erosão hídrica, deve-se destacar a estabilidade dos 
agregados, a capacidade de infiltração de água, bem como os efeitos de 
compactação da camada arável. 
 
 Quanto à estabilidade dos agregados pode-se verificar pela Tabela 2, 
que nos diferentes tratamentos sob plantio direto, ocorre uma maior estabilização 
da agregação, com superioridade das classes de agregados de maior diâmetro. 
Esses dados estão em acordo com aqueles observados por Sidiras et al., 1982; 
Vieira & Muzilli, 1984. 
 
 Conforme Vieira, 1985 e Castro Filho, 1989, a elevada estabilidade de 
agregados em plantio direto deve-se aos seguintes fatores: 
 
 - A superfície do solo não revolvida pelas operações de preparo, 
permite a não pulverização do solo; 
 
 - A presença de cobertura morta ou resíduos vegetais, quebra a 
energia cinética do impacto das gotas de chuva; 
 
 - Os resíduos orgânicos em constante processo de decomposição 
tendem a aumentar a agregação das partículas por efeitos coloidais; 
 
 - O incremento da vida biológica e a produção de agentes cimentante, 
como os polissacarídeos e também principalmente pela ação das minhocas através 
dos coprólitos (excrementos) tendem a formar compostos de alta estabilidade de 
agregação; 
 
 - A coexistência de bactérias e fungos e a manutenção da matéria 
orgânica tendea elevar a agregação do solo. 
 
 Geralmente no sistema convencional, solo desprotegido, quando do 
impacto das gotas de chuva ocorre uma desagregação, ou seja, os agregados menor 
estendem a diminuir a porosidade do solo o que ocasiona um maior acúmulo de 
água na superfície. Com isso, há uma dispersão da argila que irá provocar o 
selamento superficial com aumento no escorrimento, transporte de sedimentos e 
posterior deposição nas partes mais baixas (Castro Filho, 1989). 
 
 Em função da cobertura vegetal a superfície, maior agregação, maior 
porosidade total e macroporos, também pelo efeito da capilaridade (poros 
contínuos) observado no plantio direto, e também pelos efeitos físicos dos canais 
deixados pelas raízes dos vegetais (culturas comerciais e adubos verdes), há uma 
 24 
tendência de maiores taxas de infiltração de água em solos argilosos sob plantio 
direto no Norte do Paraná (Roth & Derpsch, 1984 e Roth & Mayer, 1985, citados 
por Vieira, 1985). 
 
 Isto se confirmou no trabalho conduzido em Floresta, Norte do 
Paraná, onde o sistema de plantio direto foi bem superior na infiltração de água no 
solo (Figura 4) e com menores perdas de solo e de água, quando comprado ao 
sistema convencional (Figura 6). 
 
 
 
 O armazenamento de água em áreas com plantio direto é superior ao 
convencional devido à maior infiltração, maior retenção face aos teores de matéria 
orgânica e efeito do mulch reduzindo as perdas por evaporação. 
 
 A presença constante de cobertura vegetal sobe o solo tende a 
diminuir os efeitos desfavoráveis causados pelo tráfego de plantadeiras, 
colheitadeiras, etc. que poderão causar algum problema de compactação ao longo 
do tempo, principalmente nos solos argilosos. 
 
 
A densidade do solo observada (Tabela 1) demonstrou que mesmo após sete 
anos de plantio direto, não houve adensamento superficial. Indubitavelmente além 
 25 
dos efeitos do não preparo, somam-se os efeitos favoráveis da rotação de 
culturas, quer pelos diferentes sistemas radiculares das culturas, quer pelos 
diferentes sistemas radiculares das culturas, quer pela estabilidade de resíduos 
vegetais e efeitos da matéria orgânica no horizonte superficial, que promoveram 
conjuntamente importantes benefícios na superfície e no perfil do solo. 
 
 
 Através do uso de penetrômetros de impactos pode-se observar a 
resistência à penetração do solo, mostrando uma pequena compactação à 15-20 cm 
da superfície, entretanto não limitando o rendimento dos cultivos (Figura 7). 
 
 
 
 
 
 
PROPRIEDADES QUÍMICAS 
 
 
 O sistema de plantio direto tende com o decorrer dos anos a 
proporcionar um incremento nos teores de matéria orgânica nas camadas 
superiores do perfil dos solos, provocando alterações com repercussão direta na 
fertilidade do solo (Tabela 3). 
 26 
 
 
 Resultados obtidos por Parra (1984) após 8 anos de planto direto, no 
Norte do Paraná e Sá (1991) após 15 anos de plantio direto, no Centro-sul 
demonstram que houve um aumento de 27% no teor de matéria orgânica no plantio 
direto em relação ao convencional no Norte, por outro lado, no Centro-sul este 
aumento foi de 9,0%. apesar disso, os teores toais foram superiores no Centro-sul 
(Tabela 4). 
 
 
Tabela 3. Comparativo dos níveis de fertilidade sob mata natural e em plantio direto e convencional. 
(0-20 cm de profundidade). Área polo COCAMAR/ICI (Fazenda Santo Antonio – Floresta). 
Tratamentos Ano pH M. O.% P K Ca++ Mg++ CTC 
 CaCl2 
Solo de mata virgem 7,1 4,90 9,0 0,45 12,3 1,8 16,4 
Início trabalhos 
(amostra geral) 1985 4,4 2,80 4,6 0,30 5,32 1,23 11,80 
Sucessão:trigo/soja 
(Plantio 
convencional) 
1992 4,8 2,67 8,8 0,61 3,75 1,.56 11,27 
Sucessão: Trigo/soja 
(Plantio direto) 1992 5,7 2,91 19,5 0,67 5,73 2,88 12,96 
Rotação: trigo-
milho- 
 
Aveia-soja (P.D.) 1992 5,6 3,00 21,0 1,07 5,78 2,88 13,70 
ICI - Atualmente ZENECA. 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 4. Teores de matéria orgânica em sistemas de plantio direto e convencional – Norte (I) e Centro-sul (2) do 
Paraná. 
Profundidade de Teor de matéria orgânica 
amostragem Plantio direto Plantio convencional 
 Norte Centro-sul Norte Centro-sul 
 ------------------------------------------------------------ % -----------------------------------------------
---------------- 
0-10 3,14 4,30 2,46 3,95 
 27 
10-20 2,63 3,95 2,41 3,95 
Fonte: Sá, 1993. 
 
 
 a) No Centro-sul , em função das temperaturas médias anuais serem 
menores, com taxas de mineralização inferiores nos dois sistemas, a persistência 
dos teores de matéria orgânica no solo é maior; 
 
 b) A diminuição da oscilação térmica, pelo efeito dos resíduos na 
superfície, situação que não ocorre no sistema convencional, repercutiam como 
aumento da matéria orgânica no Norte do Paraná. O índice de mineralização 
obtido por Parra (1984), na camada de 0-10cm, confirmaram estes resultados, 
sendo 72% superior (1,61 para 2,77) no sistema convencional quando comparado 
ao plantio direto. 
 
 
 Esta situação avaliada por Parra, 1984, em Latossolo Roxo distrófico, 
no Norte do Paraná está de acordo como as observadas na Fazenda Santo Antonio 
em latossolo Roxo eutrófico (Figura 8). 
 
 Em condições gerais tem-se observado deficiência de nitrogênio nas 
lavouras conduzidas em plantio direto, principalmente nos cultivos de milho e trigo 
(Muzilli, 1983). Isso possivelmente deve-se à maior lixiviação de nitratos, que 
tende a acompanhar o movimento descendente da água em função dos macroporos 
e dos canais existentes (decomposição de raízes e ação dos organismo do solo ). 
Além disso, a presença de “mulch” na superfície evita as perdas de água por 
evaporação, e provocará uma maior retenção na camada superficial, que pela 
manutenção da capilaridade facilitará o fluxo de água pelos microporos, e assim o 
nitrato por não ser adsorvido aos colóides minerais, estando na solução do solo 
sofrerá maiores riscos de lixiviação. 
 
 De acordo com Sá, 1993, ao longo dos anos do Plantio Direto há uma 
tendência de atingir-se uma condição de equilíbrio entre mineralização - 
imobilização - disponibilidade - perdas, em razão da maior estabilidade da 
população microbiana do solo e além disso, em condições tropicais, são mais 
intensas as perdas de nitrato, sendo relevante a distribuição de diferentes culturas 
leguminosas em adequados sistemas de rotação, visando-se não apenas o 
suprimento e equilíbrio do N, como também pelos diferenciados sistemas 
radiculares e efeitos no perfil do solo e no rendimento dos cultivos posteriores. 
 
 28 
 
 
 Apesar de vários trabalhos demonstraram que no plantio direto, em 
condições subtropicais (Sul do Brasil), ocorra maiores perdas de nitrogênio em 
razão do movimento descendente da água no perfil, a liberação lenta e paulatina 
(mineralização) dos resíduos orgânicos tende a compensar e equilibrar as relações 
de oferta e demanda das culturas aumentando sobremaneira a eficiência do 
sistema. 
 
 A rotação de culturas tende a proporcionar inúmeras vantagens ao 
sistema agrícola: 
 
 - manutenção de cobertura do solo e matéria orgânica em 
decomposição durante quase todo o ano; 
 
 - redução de perdas de solo por erosão; 
 29 
 - incremento na infiltração de água e reciclagem de nutrientes; 
 - diminuição do uso de fertilizantes e herbicidas; 
 - possibilidade de melhores alternativas econômicas na conservação 
do solo, bem como na exploração de diferentes cultivos. 
 
 Quanto aos resultados observados na Fazenda Santo Antonio, o 
sistema de plantio direto apresentou um maior acúmulo de matéria orgânica e um 
aumento na disponibilidade dos nutrientes (P, K, Ca e Mg) principalmente nas 
camadas superficiais do solo, sendo muito importante para fósforo e cálcio que 
poderão induzir a um crescimento superficial das raízes (Triplett& Van Doren Jr., 
1969, e Kang & Yunusa, 1977), principalmente quando ocorrer alumínio trocável e 
baixos teores de nutrientes nas camadas inferiores (Eltz et al., 19890. 
 
 Em geral houve uma tendência de maiores níveis de nutrientes no 
sistema de plantio direto, principalmente quando conduzido em rotação de 
culturas. 
 
 Quanto à profundidade de 20-40 cm, em geral, houve uma reciclagem 
de nutrientes através das raízes das plantas (adubos verdes e cultivos comerciais) 
para as camadas superiores do perfil. 
 
 Apesar dessa variação abrupta dos teores da camada superficial para a 
subsuperfície, resultados de pesquisa e comprovação por parte de vários 
agricultores que vem utilizando o sistema de plantio direto, tem mostrado que isso 
não tem limitado o desenvolvimento das culturas e tampouco comprometido as 
produtividades. 
 
A matéria orgânica no solo 
 
 Em solos de mata virgem, os teores de húmus são elevados, entretanto 
após o desmatamento e quando são efetuados o manejo dos solos e calagem, corre 
uma diminuição dos teores de carbono acompanhado por uma degradação 
qualitativa da matéria orgânica (Roth et al., 1991). 
 
 De acordo com Roth, Castro Filho & Medeiros (1991), nas condições 
do Norte do Paraná, em Latossolo Roxo, o mecanismo de estabilização de 
agregados está no conteúdo de matéria orgânica do solo. Em função do excessivo 
preparo (sistema convencional),ocorre uma diminuição do conteúdo de húmus do 
solo, decrescendo a estabilidade dos agregados. Esses menores índices são funções 
das elevadas perdas por erosão, aumento na mineralização e diminuição nas 
quantidades de biomassa produzidas. 
 
 30 
 Além da matéria orgânica, também os teores de Al e Ca trocável 
demonstram ter um importante papel nos processos de agregação do solo (Roth et 
al., 1991). 
 
 A constante deposição de resíduos orgânicos ao solo (parte aérea e 
raízes) tende a provocar alterações com reflexos diretos na fertilidade do solo. 
Geralmente, as diferenças entre plantio direto (PD) e preparo convencional(PC) 
estão diretamente relacionadas com os resíduos das plantas deixados sobre a 
superfícies do solo. A mineralização tende a ser mais lenta e gradual no Plantio 
direto em relação ao incorporado (PC), razão do menor contacto do material 
orgânico com o solo, e conseqüente menor ação dos microrganismos (Tomas & 
Frye, 1984). Já no PC, as plantas incorporadas facilitam a ação microbiana 
elevando a taxa de decomposição da matéria orgânica. Os resultados da Tabela 3 
evidenciam que na implantação dos trabalhos o conteúdo de matéria orgânica 
atingia 2,8%, pois a área estava sendo manejada no sistema convencional. Pela 
continuidade do sistema trigo/soja , em convencional, a porcentagem de Matéria 
Orgânica caiu para 2,67. 
 
 Nos tratamentos com Plantio Direto tanto na sucessão trigo/soja como 
na rotação trigo/milho/aveia/soja houve crescimento dos teores de matéria orgânica 
atingindo 3,0% . A participação de três gramíneas na rotação favorece sem dúvida 
a evolução dos teores de matéria orgânica. 
 
Fósforo 
 
 Este nutriente tende a apresentar um comportamento distinto no 
sistema de plantio direto em relação ao sistema convencional. Comparado aos 
teores iniciais (Figura 9), após sete anos, ocorreu maior disponibilidade de fósforo 
nos diferentes sistemas de rotação de culturas, quer no plantio direto ou no preparo 
convencional, com um maior acúmulo nas camadas superficiais do solo 
(0 – 2cm e 2 – 5 cm). A maior concentração de fósforo próximo à superfície do 
solo no plantio direto foi em razão das aplicações anuais de fertilizantes fosfatados, 
liberação na decomposição dos resíduos vegetais e diminuição da fixação devido 
ao menor contato deste elemento com os constituintes inorgânicos do solo (Sidiras 
& Pavan, 19850. Abaixo de 20cm da superfície, observou-se uma considerável 
diminuição dos n’vieis de fósforo, confirmando a limitada mobilidade do P no solo 
(Muzilli, 1981 e 1983). Pelos elevados níveis de fósforo localizado nos primeiros 
10cm da camada superficial do solo, ficou nítida a capacidade das plantas em 
reciclar o P do solo nos tratamentos com plantio direto. 
 
 31 
 
 
 Geralmente o melhor aproveitamento do fósforo pelas plantas no 
sistema de planti direto, ocorre me função do maior teor de umidade existente nos 
horizontes superficiais do solo favorecendo uma maior taxa de difusão do nutriente 
até às raízes da plantas (Muzilli, 1989; Eltz et al., 1989). 
 
Potássio 
 
 Com relação ao potássio trocável, os dados mostram que houve uma 
maior concentração desse nutriente na superfície do solo em todos os tratamentos, 
principalmente nas camadas de 0 – 2cm e 2 – 6cm (Figura 10). Isto, provavelmente 
deu-se em razão das elevadas concentrações de potássio contidas nos resíduos 
vegetais manejados no solo. Por tratar-se de um nutriente de elevada mobilidade 
no sistema solo-planta, a contínua e gradativa decomposição da matéria orgânica 
 32 
proporcionará um suprimento paulatino do potássio às culturas em sistema de 
plantio direto. 
 
 
 
 Em razão da maior disponibilidade de fósforo e potássio nos 
horizontes superficiais e a possibilidade do seu maior aproveitamento em plantio 
direto, tem-se demonstrado a viabilidades de fertilizantes minerais, desde que 
observados os níveis críticos desses nutrientes para os cultivos (Muzilli, 1989). 
 
 33 
Cálcio e magnésio 
 
 Os resultados observados mostraram que houve um maior acúmulo 
desses nutrientes nas camadas superficiais principalmente até 10cm (Figura 11 e 
Figura 12). 
 
 
 34 
 
 
Em geral houve uma tendência de maiores níveis de Ca e Mg no sistema de plantio 
direto, principalmente até 10cm de profundidade. Na profundidade de 10-20cm, 
em razão da incorporação do calcário houve uma leve tendência de níveis 
superiores de Ca e Mg no PC, apesar das rotações 3 e 6 (Plantio direto) 
apresentarem maiores teores desses nutrientes. Na camada de 20 – 40cm houve 
elevação nos teores de Ca em 2 sistemas de rotação em plantio direto comparados 
ao teor inicial, enquanto no Mg o teor foi superior em todos os tratamentos, quer 
em plantio direto ou plantio convencional. 
 
Alumínio e pH 
 
 Os teores de alumínio trocável foram praticamente nulos até 5cm de 
profundidade, provavelmente por efeito da complexação realizada pela matéria no 
no Estado do Paraná, mais da metade dos quase sete milhões de hectares cultivados 
no verão, permanecem ociosos no inverno. Essas áreas, além de estarem 
 35 
predispostas ao desencadeamento do processo erosivo com diminuição acentuada 
da fertilidade, podem aumentar o nível de infestação de invasoras onerando os 
custos de produção das culturas. 
orgânica. Os valores de pH observados até essa profundidade estão razoáveis. A 
partir dos 5cm de profundidade até 40cm, foram crescendo os teores de alumínio 
trocável e decrescendo os valores de pH (Figs. 13 e 14), inclusive após 10cm de 
profundidade causando uma redução drástica nos níveis de fósforo disponível no 
solo. 
 
 
 
 36 
 
 
Saturação de bases 
 
 A saturação de bases observada nos perfis de solo, demonstra a 
mesma tendência encontrada para os valores de cálcio e magnésio (Figura 15). 
 
 A capacidade de troca de cátions depende do pH, e os valores mais elevados 
de pH provocaram a elevação da CTC sob plantio direto e, certamente, o acúmulo 
de matéria orgânica contribuiu para isto. Ao mesmo tempo, foi também observada 
uma elevação na saturação de bases, em relação aos valores observados no início 
do trabalho, principalmente nos tratamentos com plantio direto. Também os teores 
de alumínio trocável bem como a saturação de Al, decresceram no plantio direto, 
principalmente nas primeiras camadas de perfil do solo. 
 37 
 
 
 
 
CTC efetiva 
 
 A soma debases acrescida da acidez potencial (H+ + Al3+) fornecem 
os valores da capacidade de troca de cátions do solo (CTC) (Figura 16). O 
aumento nos níveis de matéria orgânica e também na soma de bases do solo, tende 
a aumentar a CTC do solo, propriedade de fundamental importância prática para os 
Latossolos Roxos de baixa CTC, traduzindo-se em um aumento significativo da 
produtividade das culturas (Derpsch, et al., 1991). 
 
 38 
 
 
PROPRIEDADES BIOLÓGICAS 
 
 O não revolvimento da camada arável do solo, tende a causar 
importantes alterações nos teores de umidade e temperatura do solo, tendendo a um 
maior equilíbrio, que por sua vez influenciará favoravelmente ao incremento de 
toda biologia do solo. A ativação dos organismos vivos no solo, como minhocas, 
artrópodes e microrganismos é decisiva para a mineralização dos diferentes 
nutrientes que encontram-se formando os compostos orgânicos no solo. A própria 
estrutura geralmente é favorecida pela ação da fauna, prova disso são os efeitos 
melhoradores na estabilização de agregados através das secreções de diversos 
microrganismos, bem como o aumento no volume de macroporos pela ação de 
minhocas e formigas (Derpsch et al., 1991). Além desses fatores, também a 
aeração, relação C/N e pH do solo são determinantes no que diz respeito a uma 
maior ou menor degradação da matéria orgânica. 
 
 39 
 Ao final do ciclo das culturas, após as colheitas, ou após o manejo dos 
adubos verdes, os resíduos deixados no solo irão gradativamente fazendo parte da 
matéria orgânica do solo. A dinâmica da decomposição dos resíduos vegetais 
ocorre principalmente em função dos seus diferentes componentes constituintes. 
Inicialmente há uma decomposição mais rápida dos compostos mais simples 
(açúcares, proteínas, amidos e celulose) enquanto outras frações mais complexas 
são mais resistentes à degradação (ceras, gorduras , lignina). Também a 
disponibilidade de nutrientes minerais, pH, textura, temperatura, umidade, aeração, 
manejo do solo e presença de compostos antimicrobianos, exercem importante 
influência na dinâmica da decomposição da matéria orgânica do solo (Siqueira & 
Franco, 1988). 
 
 Conforme Voss, 1987, a maior parte da decomposição no solo é 
realizada pela microflora. Ao redor de 50 tipos de enzimas foram detectadas como 
ativas no solo. Concluiu ainda, que cerca de 70% do carbono que entra na 
atmosfera como CO2 é proveniente do metabolismo microbiano. 
 
 Além disso, a micro, meso e macrofauna do solo atuam de diferentes 
formas no processo dinâmico da decomposição da matéria orgânica (Tabela 5). 
 
 
 Nos processos de avaliação da atividade biológica do solo, uma das 
formas possíveis é a contagem direta dos organismo vivos no solo, e uma outra 
indireta é através da avaliação do CO2 liberado numa massa de solo incubado com 
controle ambiental (Tabela 6). 
 
Tabela 5. Atividades exercidas pela micro, meso e macrofauna do solo, na decomposição do material orgânico. 
Atividade 
exercida 
Tipo de ação Tipo de fauna 
Fragmentação Diminuição do tamanho de resíduos, aumento 
da 
 Protozoários, minhocas, lesmas, insetos 
 ASE (área de superfície exposta) para a 
microflora 
subterrâneos. 
Predação Grupos de fauna tem ação reguladora nas 
populações 
Protozoários, ácaros, alguns dípteros, etc. 
Mistura e Quer pela ingestão, excreção, mistura do solo 
com 
Minhocas, cupins, formigas, ácaros, lesmas, 
Transporte matéria orgânica, ou incorporação para 
horizontes 
Coleópteros, (certas sp.) e inchitreides. 
 Subsuperficiais 
 40 
Agregação Pela ingestão e excreção de solo e matéria 
orgânica, 
Minhocas, cupins e isópodos. 
 há um incremento na agregação 
Escavação Canais e galerias favorecendo a aeração, 
infiltração 
Minhocas, cupins, espécies de coleópteros e 
formigas. 
 de água e crescimento de raízes. 
Adaptado de Voss, 1987 e Sá, 1993. 
 
 
 
 
 
 
Tabela 6. Atividade microbiana no solo (mg. CO2/g) em diferentes sistemas após 7 anos de cultivo (0-20 cm prof.). 
Média de 03 repetições. Fazenda Santo Antonio. Floresta - PR, 1993. 
Tratamento Sistema de cultivo Liberação de gás carbônico (CO2) 
Trigo/soja/trigo/soja PC 147,70A 
Trigo/milho/aveia/soja PD 225,30AB 
Tremoço/milho/aveia/soja/trigo/soja PD 243,02AB 
Trigo/soja/trigo/soja PD 300,22B 
Trigo/milho/aveia+tremoço/soja PD 307,23B 
Fonte: Andrade, D. S. & Calegari, A., 1993. 
Dados não publicados. 
Médios seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste LSD ao n 
 
 
 Pela tabela observa-se uma maior atividade biológica, avaliada 
indiretamente através da liberação de CO2, nos diferentes tratamentos me plantio 
direto. A sucessão soja-trigo em preparo convencional foi o tratamento que 
apresentou as menores perdas de CO2 para a atmosfera, demonstrando ser, entre os 
sistemas testados o que menos privilegia o acúmulo de matéria orgânica e o 
incremento da vida biológica no solo. 
 
 Pelos resultados obtidos, comprova-se que houve uma maior atividade 
biológica no sistema de plantio direto, exatamente em função das condições 
ambientais serem mais favorável ao incremento da atividade microbiana do solo. 
 
 De acordo com Siqueira & Franco, 1988, o carbono dos restos 
orgânicos incorporados ao solo, inicialmente irá fazer parte da biomassa 
microbiana, posteriormente para a fração lábil da matéria orgânica do solo e, 
finalmente para complexos polimerizados, estabilidade física e/ou quimicamente, 
nos estádios mais avançados do carbono. O húmus no solo, além de fazer parte da 
 41 
fase sólida do solo, como colóides orgânicos, desempenha importantes efeitos nas 
propriedades físicas, químicas, físico-químicas e biológicas do solo. 
 
 
CONTROLE DE ERVAS DANINHAS 
 
NA CULTURA DA SOJA 
 
 O manejo das faixas de PD era realizado através do uso de Paraquat + 
Diuron (GRAMOCIL) com ou sem uso de 2,4D conforme a necessidade, 
geralmente aplicado de forma seqüencial (divisão da dose recomendada em duas 
aplicações) no verão e aplicação única no inverno. 
 
 O controle das ervas infestantes dava-se em pós-emergência, com uso 
de Fomesafen (FLEX) e/ou Fluazifop-p-butil (FUSILADE) sendo também 
utilizados em aplicação única ou seqüencial. O sistema de Plantio Direto devido a 
maior presença de resíduos acumulados provenientes da aveia peta, tremoço 
branco, milho, soja e trigo, na superfície, apresentou ao longo dos anos uma 
diminuição das infestantes quando comprado ao sistema convencional. Em 
algumas safras não houve aplicação de herbicidas ora para folhas largas, ora para 
gramíneas. Nesse aspecto, somente a estratégia de controle em pós-emergência 
pode proporcionar essa economia. 
 
 
 42 
 
NA CULTURA DO MILHO 
 
 O manejo das faixas em Plantio Direto era idêntico ao de soja. 
Controle das ervas infestantes, em pré-emergência, complementada em algumas 
situações pela aplicação de Paraquat (gramaxone) em jato dirigido nas entrelinhas. 
Outro esquema de controle utilizado na última safra de milho foi a utilização de 
meia dose de herbicida pré-emergente, com complemento de paraquat 
(GRAMOXONE) em jato dirigido nas entrelinhas, obtende-se obtendo-se melhor 
controle das ervas até a colheita, com economia no controle das ervas daninhas. 
 
NA CULTURA DO TRIGO 
 
 No trigo o controle baseava-se na aplicação de 2,4D erva em pós-
emergência, para o controle de ervas de folhas largas, além do manejo das faixas 
em Plantio Direto. 
 
 
RENDIMENTO FÍSICOS DAS CULTURAS 
 
 A produção média de biomassa dos adubos verdes durante os anos de 
avaliação foram os seguintes: 
 
 Produção (t/ha) 
Sistema rotação Massa Matéria 
 Verde seca 
Tri/M/A/S (PD) - Aveia preta 39,5 6,3 
 
Tre/M/A./S/Tri/S 
(PD) 
- Aveia preta 50,0 8,0 
 - Tremoço branco 48,0 5,3 
 
Tri/M/AxTre/S (PD) - Aveia + Tremoço 41,0 6,6 
 
 Quanto ao desenvolvimento dos cultivos nos diferentessistemas, num 
avaliação de 07 safras consecutivas, pode-se obter os seguintes rendimentos; os 
rendimentos da cultura da soja apresentados aos 3 e 5 anos das rotações e sucessão, 
onde houve coincidência da cultura em todos os tratamentos constata-se que a 
produção foi 37% superior em plantio direto (3557 kg/ha) quando comparado ao 
convencional (2598 kg/ha) (Tabela 7). Em plantio direto o rendimento de soja 
correspondente às rotações atingiu 3712 kg/ha enquanto na sucessão trigo/soja, 
apenas 3246, porém superior a sucessão trigo/soja convencional, 2598/ha. Os 
 43 
rendimentos da cultura de trigo seguiram as mesmas tendências da soja uma vez 
que as médias em rotação e sucessão em Plantio Direto suplantaram àquelas da 
sucessão em Plantio Convencional (Tabela 8). 
 
Tabela 7. Rendimento físico da soja segundo o tipo de preparo de solo e seqüência de cultura (sucessão /rotação). 
Fazenda Santo Antonio. Floresta – PR. 
Preparo Seqüência de cultura Safras 
 1987/88 1989/90 
 ------------------------------------ Kg/ha ---------------------
------------- 
 Trigo/milho/aveia/soja/trigo/soja 3828 3425 
Plantio direto Tremoço/milho/aveia/soja/trigo/soja 4181 3415 
 Trigo/soja/trigo/soja/trigo/soja 3600 2893 
 
Convencional Trigo/soja/trigo/soja/trigo/soja 2528 2668 
 
Média do Plantio Direto 3557 (137%) Média de rotação em Plantio Direto 37`12 (143%) 
 Média de sucessão em Plantio Direto 3246 (120%) 
Médio do Convencional 2598 (100%) Média de sucessão em Convencional 2598 (100%) 
 
 
 
 
Tabela 8. Rendimento do trigo segundo o tipo de preparo do solo e seqüência de cultura (sucessão e rotação) Fazenda 
Santo Antonio. Município de Floresta - PR. 
Preparo Seqüência de cultura Safras 
 1986/87 
 --------------------- kg/ha -----------------
-- 
Plantio direto Trigo/milho/aveia/soja/trigo 1840 
 Trigo/soja/trigo/soja/trigo 1536 
 
Convencional Trigo/soja/trigo/soja/trigo 1566 
Média de rotação em Plantio Direto 1913 (125%) 
Média de sucessão em Plantio Direto 1698 (111%) 
Média de sucessão em Plantio Convencional 1534 (100%) 
 
 
 
 Através desses resultados tem-se a confirmação e validação dos 
resultados obtidos pela pesquisa quais sejam, melhores rendimentos da soja e trigo 
em plantio direto quando se pratica a rotação de culturas. 
 44 
 
 Portanto, os rendimentos obtidos apresentaram uma maior resposta ao 
sistema de manejo do solo, no caso o plantio direto, enquanto que o sistema de 
rotação de culturas também contribuiu para um aumento no rendimento da soja e 
do trigo. 
 
 
 
 Tomando-se como base o preço médio de produtos agrícolas 
correspondente aos últimos dez (10) anos no Paraná, constata-se que a renda 
líquida (Tabela 9) evidencia resultados superiores quando se adota o plantio direto 
associado à rotação de culturas. Fica evidente que a sucessão trigo/soja em 
convencional tende a menores rendimentos físicos e econômicos, destacando-se 
ainda que os rendimentos em plantio direto e rotação de cultura levam à 
estabilidade de produção. 
 
Tabela 9. Renda líquida correspondente aos vários sistemas de produção. 
Sistema Renda líquida 
 US$/ha 
Plantio direto 
 Tremoço/milho/aveia**/soja/trigo 321 
 Trigo/milho/aveia**/soja/trigo 339 
 Trigo/soja/trigo 315 
 
Plantio convencional 
 45 
 Trigo/soja/trigo 164 
 * Com base na média dos preços dos últimos 10 anos. 
** Aveia rolada para cobertura. 
 
 
 
CONCLUSÕES 
 
1) No sistema de plantio direto ocorreram infiltrações de água superiores em 128% 
ao sistema convencional. 
2) O sistema de plantio direto conduzido em rotação de culturas apresenta, na 
média, valores significativamente superiores de índice de estabilidade de 
agregados (IEA) e Diâmetro médio ponderado (DMP) em relação ao preparo 
convencional em monocultivo. 
 
3) As maiores percentagens de agregados > 2mm foram observados no sistema de 
plantio direto. 
 
4) O sistema de plantio direto e rotação de cultura favoreceram uma maior 
percentagem de macroporos e porosidade total do solo. 
 
5) Os sistemas de plantio direto e rotação de culturas incluindo tremoço branco e 
aveia preta promoveram aumentos significativos nos rendimentos de soja e 
trigo em relação ao preparo convencional e monocultivo. 
 
6) O plantio direto associado à rotação de cultura promove estabilidade de 
produção e aumento da renda líquida ao agricultor. 
 
 
 
PARTICIPAÇÃO 
 
 
 Durante a realização dos trabalhos de validação/demonstração de 
tecnologia houve a contribuição decisiva de várias pessoas e, assim, é muito justo 
que sejam destacados os técnicos mais diretamente envolvidos. 
 
 
FAZENDA SANTO ANTONIO 
 
- Eng. Agr. José Sanches Segura – proprietário 
- Téc. Agr. Lindolfo Jacinto Jr. – admistrador 
 46 
- Funcionários da propriedade 
 
 
 
COCAMAR 
 
- Eng. Agr. Moacir Ferro 
- Eng. Agr. José Antoio Borghi 
- Eng. Agr. Pedro Peres Neto 
- Eng. Agr. Maurício Grotti Vicente 
- Eng. Agr. Bernélio José Orsini 
 
 
ZENECA 
- Eng. Agr. Cleber Veroneze 
- Eng. Agr. Luiz Antonio Nogueira 
- Eng. Agr. Francisco Grzesiuk 
- Eng. Agr. Rubens Bemerguy 
- Eng. Agr. Ivan Domingos Paghi 
- Eng. Agr. Felipe D’Ávila Mello Bettamio Guimarães 
- Eng. Agr. Wladimir C. Chagas 
- Eng. Agr. Jamil Constantin 
- Eng. Agr. Werner Schuman 
 
IAPAR 
- Pesq. Ademir Calegari 
- Pesq. Marcos José Vieira 
- Pesq. Garibaldi Batista de Medeiros. 
 
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