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TCC LETICIA (1)

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3
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER
 LETICIA CRISTINA ANDRÉ GUIMARÃES
RU 1783114
SERVIÇO SOCIAL: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL
POÇOS DE CALDAS
2021
LETICIA CRISTINA ANDRÉ GUIMARÃES
SERVIÇO SOCIAL: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL
Trabalho de Conclusão de Curso de
graduação, apresentado à disciplina e
Orientação de Trabalho de Conclusão de
Curso - OTCC, do curso de Bacharelado em
Serviço Social do Centro Universitário
Internacional UNINTER, como requisito
parcial para a obtenção do título de Bacharel.
Orientador: Prof. Dr. ou Me (conferir a
titulação do orientador) Nome Sobrenome
POÇOS DE CALDAS
2021
SERVIÇO SOCIAL: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado à disciplina de Orientação de Trabalho de Conclusão de Curso - OTCC, do curso de Bacharelado em Serviço Social do Centro Universitário Internacional UNINTER/ Curitiba-PR, como requisito final para a obtenção do título de Bacharel.
Aprovado em: ____ de ___________ de _____.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Nome do professor – instituição
__________________________________________
Nome do professor – instituição
__________________________________________
Nome do professor - instituição (orientador)
FOLHA DE APROVAÇÃO
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha mãe que sempre esteve ao meu lado, que com seu carinho e amor soube compreender minha ausência, e com dedicação motivou-me a buscar um novo horizonte em minha vida pessoal e profissional.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, que iluminou meus passos durante esta caminhada.
 Em seguida a minha mãe, Carla Deise André Guimarães, que de forma especial e carinhosa, me deu força e coragem, acolhendo meus medos e momentos de dificuldades. 
Ao meu supervisor de campo no estágio, Fábio Geraldo de Ávila, pelas contribuições enriquecedoras e muito importantes para que eu chegasse até aqui. 
Ao meu orientador, por toda sua atenção para que eu pudesse desempenhar um brilhante trabalho. 
Enfim, agradeço a meus amigos e todos aqueles que comigo dividiram momentos e me incentivaram a conquistar este título.
 
“O momento em que vivemos é um momento pleno de desafios. Mais do que nunca é preciso ter coragem, é preciso ter esperanças para enfrentar o presente. É preciso resistir e sonhar. É necessário alimentar os sonhos e concretizá-los dia a dia no horizonte de novos tempos mais humanos, mais justos, mais solidários” (IAMAMOTO, 2001).
RESUMO
Este trabalho tem como foco analisar a violência doméstica no Brasil, tendo em vista o assistente social e sua atuação. Para isso, aborda os aspectos históricos e contemporâneos em relação à trajetória da mulher, a importância da lei de proteção criada em 2006, e que foi um marco importante para o início da luta contra a violência e o feminicídio. Busca, refletir, também, sobre os desafios enfrentados pelo assistente social, que inclui o acolhimento a vítima, orientação e preparação/qualificação para lidar com o caso. Embasa-se nos estudos teóricos de Brito (2005), Dias (2010), Garbin (2006), Gomes (2007), Pelicani (2017) e, entre outros, Tawil (2018).
Palavras-chave: Mulher; violência doméstica; assistência social; luta; desafios. 
ABSTRACT
This work focuses on analyzing domestic violence in Brazil, considering the social worker and his performance. For this, it addresses the historical and contemporary aspects in relation to the trajectory of women, the importance of the protection law created in 2006, and which it was an important milestone for the beginning of the fight against violence and femicide. It also seeks to reflect on the challenges faced by the social worker, which includes welcoming the victim, guidance and preparation / qualification to deal with the case. This work is based on the theoretical studies of Brito (2005), Dias (2010), Garbin (2006), Gomes (2007), Pelicani (2017) and, among others, Tawil (2018).
Keywords: Woman; domestic violence; social assistance; fight; challenges.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	04
2 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEUS ASPECTOS	05
2.1 Violência praticada contra a mulher – aspectos históricos e atuais	11
2.2 Mulheres: lei de proteção a violência doméstica	13
2.3 A importância do projeto de lei a 4.559/2004 para violência contra a mulher	16
3 ASSISTÊNCIA SOCIAL E A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER	18
3.1 Serviço Social e violência doméstica: dificuldades e desafios.....................20
3.2 A atuação e as intervenções do Assistente Social na problemática da violência contra a mulher no Brasil	25
CONSIDERAÇÕES FINAIS	29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	32
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo abordar o papel do assistente social mediante a violência doméstica sofrida por mulheres. Uma vez que, tal temática tem sido alvo de discussão e pesquisa nas últimas décadas. Desde a antiguidade a violência é algo presente na vida do ser humano e isto pode ser evidenciado nas inúmeras guerras e batalhas presentes no mundo antigo.
Desta forma, a violência nunca ficou dissociada do ambiente familiar. Uma vez que, dentro dela ocorrem diversos conflitos no dia a dia. Assim, há uma naturalização da violência no meio social e, em alguns casos, a negação de tais fatos. Sendo assim, a presente pesquisa justifica-se por trazer reflexões acerca da temática. Levando a questionamentos concernentes a atuação do assistente social mediante a vítima de violência doméstica, no caso em questão, as mulheres. 
 Em busca de dissertar sobre a temática surgiu o problema de pesquisa que visa identificar quais os impactos da violência contra mulher e o papel do assistente social neste contexto. Alguns questionamentos, os objetivos específicos, foram norteadores para a escrita do trabalho. São eles: O que é violência doméstica? Quais leis abordam e protegem as mulheres da violência doméstica? O que é o Serviço Social e o que faz o assistente social? Como se dá a atuação do assistente social mediante a esta demanda? Quais as medidas que o assistente social poderá tomar no intuito de minimizar os impactos da violência contra a mulher, nos grupos atendidos por ele?
Para estudar a temática foi realizada uma revisão de literatura fazendo uso de artigos e teses de autores que abordam o assunto. Neste sentido, várias contribuições relevantes foram encontradas culminando no referencial teórico utilizado neste trabalho. Como fundamentação foram utilizados autores como Gomes (2007), Dias (2010), Narvaz e Koller (2006), Brito et al. (2005) Silva, Coelho e Caponi (2007), dentre outros que foram basilares para discussão proposta.
O artigo está dividido em dois capítulos, que estruturam todos os outros subcapítulos. No primeiro são abordados os aspectos concernentes a violência doméstica, tendo como parâmetro a legislação que visa a prevenção da violência doméstica e proteção da mulher. E, na segunda sessão, é apresentado o papel do assistente social e sua atuação no intuito de minimizar e orientar os sujeitos vítimas de violência doméstica. 
2 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEUS ASPECTOS
Atualmente várias discussões giram em torno da violência doméstica e seus aspectos sobre os sujeitos por ela atingidos. Tal fato não é novo e desde a antiguidade crianças, mulheres e adolescentes tem sido alvo deste tipo de violência (BRITO et.al, 2005). Para Brito et al. (2005) muitos estudos têm buscado ampliar o conhecimento acerca da gravidade deste problema. Segundo a autora, no Brasil há uma fragmentação e padronização no registro dos casos de violência doméstica. Isso faz que haja prejuízo e deficiência na atuação e registro dos profissionais que atuam nesta área.
Cabe ressaltar que, é preciso que haja políticas públicas realmente eficazes que contribuam para criação e, consequentemente, manutenção de programas que visam coibir, prevenir e assessoraras vítimas no enfrentamento deste problema (Brito et.al, 2005). Para Gomes et al. (2007) o fenômeno da violência doméstica é algo que atinge todas as classes sociais, povos e culturas. Sendo então, algo intrínseco ao “processo civilizatório”, constituindo parte de práticas sociais com diversas formas de manifestação. 
A violência doméstica acontece e ganha espaço dentro do ambiente familiar. Sendo assim, a família deveria ser o espaço onde o indivíduo desenvolve suas inter-relações com os demais membros. Na família, cada papel é socialmente definido e cada um assume seu papel dentro desta estrutura. Assim, pressupõe-se que a família e o lar deva ser um espaço em que haja carinho, afeto e harmonia (GOMES et.al., 2007). 
Mas, na perspectiva de Gomes et al. (2007) isso muitas vezes não ocorre. Pesquisas constantemente corroboram a ideia de que mulheres e crianças são constantemente violentadas pelos homens, isto desde a infância. No qual, a prática da violência se propaga dentro das famílias pelo fato de que muitos homens se tornam violentos por presenciarem e vivenciarem tais atos desde a infância. Assim, com o tempo acabam tornando-se agressores de suas parceiras e filhos (GOMES et.al., 2007). 
Cabe, mais uma vez, retomarmos aos pensamentos de Gomes et. al. (2007), quando diz que existem dois tipos de família: a ideal e a vivida. No qual, o que se idealiza é diferente do vivenciado na maioria dos lares. Tal realidade apresenta traços de violência. 
Neste sentido, “a vivência de violência familiar interfere na construção da identidade masculina, haja vista que os homens tendem a reproduzi-la nas relações sociais, em especial nas relações com suas companheiras e filhos” (Gomes et al., 2007, p. 505). Assim, percebe-se o fato de que, na maioria das vezes, o homem torna-se o agressor dentro dos lares. 
Vale ressaltar que dentro de uma família existem relações de poder e, muitas vezes, mulheres estão sujeitas a ser submissas a seu cônjuge, que é, pois, a autoridade do lar, legitimando o papel hierárquico masculino. Assim, é comum perceber relações familiares pautadas pelo medo devido a esta estrutura, muitas vezes, punitiva (BRITO et.al, 2005). 
Dias (2010) relata que há diversas idealizações de família, o que contribui para ocultação de seus problemas e complexidades. Tal idealização pode implicar na não percepção de que este ambiente pode ser violento, opressor e um local de infelicidade. Para a autora, conforme citado anteriormente, a representação familiar tradicional leva a percepção de que seja um ambiente seguro. Sendo enfatizado por meio de discursos sociológicos, políticos e jurídicos que valorizam apenas os aspectos positivos da família. 
Pautada nestes discursos (a família), é então vista como local de acolhimento e tranquilidade, distante de ambientes de agressão. Local onde ocorre afeto, compreensão e inter-relações saudáveis. Porém, esta visão está repleta de simbolismo e faz parte de uma estrutura de pensamento distante da realidade de muitos lares (DIAS, 2010). 
Para Gomes (2007) é preciso que haja uma reestruturação da família, no qual haja relações simétricas possibilitando maior interação entre homem, mulher, pais e filhos. Porém, para que isso aconteça faz-se necessário que os sujeitos envolvidos estejam dispostos a romper as barreiras que favoreçam a não violência, ao mesmo tempo em que corroboram para relações familiares saudáveis e harmoniosas. Narvaz e Koller (2006, p. 8) compreendem a violência doméstica “como todo o tipo de violência que inclui membros do grupo, sem função parental, que convivam no espaço doméstico, incluindo pessoas que convivam esporadicamente neste espaço”.
Já a violência intrafamiliar, outro fator relevante no que diz respeito à violência no âmbito familiar, consiste na ação e omissão que venha a prejudicar a integridade física, bem estar e psicológica do membro da família. Isto inclui pessoas que podem assumir laços parentais, mesmo não tendo consanguinidade (NARVAZ; KOLLER, 2006).
Segundo Silva, Coelho e Caponi (2007) baseados em informações do Ministério da Saúde, a violência doméstica pode ser dividida em três grandes áreas. São elas: Violência física, Violência sexual, Negligência e Violência Psicológica. A violência física, talvez a mais conhecida, corresponde a tentativa de dano utilizando a força física munindo-se, ou não, de algum tipo de arma que venham a causar lesões a outrem. 
Quanto à violência física no âmbito familiar, Narvaz e Koller (2006) são enfáticos ao afirmar que, 
ocorre quando uma pessoa, que está em posição de poder em relação a outra pessoa, causa ou tenta causar dano não acidental, por meio do uso da força física ou de algum tipo de arma que possa provocar ou não lesões externas, internas ou ambas (NARVAZ; KOLLER, 2006, p 8).
É entendida pela Lei Maria da Penha como uma conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher, como tapas, empurrões, chutes, golpes com objetos e afins. O site “Mapa da violência contra mulher”, por sua vez, aponta que em 2018 houve 14.796 casos de violência doméstica, sendo que 58% dos agressores são ex ou atual companheiros. A pesquisa também revela que a maioria das vítimas possui de 18 a 59 anos, concentrando-se nas idades de 24 a 36, o que demonstra que jovens adultas vivem relacionamentos que culminam em violência física.
A violência sexual, de acordo com a Lei Maria da Penha (2006), compreende qualquer ação que constranja a presenciar, manter ou participar de relação sexual não desejada, por uso da força, intimidação, ameaça e também que induza a mulher:
a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos (LEI MARIA DA PENHA, 2006).
 
O “Mapa da Violência contra Mulher” define estupro como conduta que viole a dignidade e liberdade sexual, não sendo preciso haver penetração para que assim se configure. Caso a jovem for menor de 14 anos, não importa se houve ou não consentimento, de qualquer forma será considerado estupro de vulnerável.
Ainda de acordo com os dados fornecidos pela pesquisa acima mencionada, a mídia veiculou 32.916 casos de estupros no país, de janeiro a novembro de 2018, números que chocam e que também demonstram que geralmente o criminoso é alguém de confiança da família. As informações do Mapa da Violência apontam companheiros e familiares como autores em cerca de 50% dos casos, sendo 31% desconhecidos, 15% conhecidos da família e 3,7% vizinhos.
O Mapa da Violência considera ainda o que podemos chamar de três tipos nos quais se caracterizam o estupro. O primeiro deles é o estupro comum, quando o crime é cometido por um único autor e representa cerca de 29.430 casos no Brasil. O estupro coletivo configura-se por ser cometido por um ou mais indivíduos e soma 3.349 casos. E, por último, o estupro virtual, que é uma classificação recente e está se tornando cada vez mais comum com o advento das tecnologias, se caracterizando pela ameaça de divulgação de fotos/vídeos caso a vítima não atenda ao pedido do abusador. Soma 137 casos.
A violência sexual pode acontecer até mesmo dentro do matrimônio, no qual é considerado ainda um tabu em nossa sociedade, apesar de tantas conquistas no âmbito dos direitos da mulher. A mulher não é um objeto, nem posse de seu cônjuge, não estando obrigada a ter relações sexuais sempre que este solicitar. Ela é livre para fazer suas escolhas e pode se recusar, configurando estupro se caso o parceiro desconsiderar o seu não consentimento e forçá-la.
A cultura do estupro, conforme o Mapa da Violência contra Mulher, está muito presente nos dias de hoje e não significa apenas um impulso sexual e sim, um instrumento de poder e dominação. É preciso, portanto, combatê-la com um conjunto de medidas que garantam os direitos da mulher contra todo tipo de violência, a começar pelas escolas, ensinandoas crianças ao que elas não devem aceitar em relação ao seu corpo, pois na maioria das vezes, quem deveria protegê-la, é na verdade, seu abusador.
A violência psicológica, por sua vez, envolve danos a autoestima, identidade e/ou desenvolvimento do sujeito. Isso por meio de omissão ou possível dano de ordem psicológica. Dentre estes aspectos inclui-se a discriminação, humilhação, ameaças, impedir a pessoa de convívio com os demais, dentre outros, que podem levar o sujeito a depressão e, em alguns casos, ao suicídio (COELHO; CAPONI, 2007). 
É valido ressaltar que, muitas vezes, o que ocorre com a vítima não é um único tipo de violência. A violência psicológica, por exemplo, pode vir acompanhada da violência mais sutil, que é a simbólica ou mais grave, física. Sendo assim, a Lei Maria da Penha a entende como:
qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação (LEI MARIA DA PENHA, 2006).
Silva, Coelho e Caponi (2007) apontam um outro tipo de violência doméstica: a negligência. Esta pode ser praticada por um ou mais membros da família e geralmente quem sofre são crianças e/ou adolescentes, que ainda precisam de auxílio e estão sob responsabilidade da família. 
Vale frisar que pode ser considerada violência qualquer tipo de castigo que venha a ser repetido (NARVAZ; KOLLER, 2006). Na visão de Dias (2010) mesmo que nos últimos anos tenham ocorrido reformas legislativas referentes à violência doméstica, ações de conscientização e várias medidas de intervenção ainda é preciso avançar muito na proteção das vítimas. Assim, como uma mudança de percepção da sociedade mediante a tais atos.  E mesmo reconhecer efetivamente a violência doméstica, observando “a complexidade do fenômeno ou mesmo a negação, pela sociedade, de existência de violência entre indivíduos que fazem parte da mesma família” (DIAS, 2010, p. 246).
Além das violências física, psicológica, sexual e na forma de negligência mencionadas acima, há de acordo com o artigo 7º da Lei Maria da Penha (2006) a violência patrimonial, que se caracteriza por qualquer ação que vise reter, subtrair e/ou destruir bens, objetos e afins, e a violência moral, que consiste na calúnia, difamação ou injúria a mulher.
Porém não são as únicas, mesmo que não sejam tão aparentes ou mesmo estudadas a fundo, a violência simbólica e a violência institucional são frequentes. A primeira se caracteriza por ser sutil, velada, se camufla de cuidado, mas na verdade o parceiro exerce poder e manipula a vítima. Começa com um pedido para que a mulher troque suas roupas, que estão “curtas”, depois não usar batom vermelho, pois “está vulgar” e, sem perceber, a mulher se torna refém de um relacionamento tóxico e abusivo, se encaminhando para a violência psicológica e, até mesmo, física. Já a violência institucional ocorre principalmente quando a vítima encontra-se fragilizada e procura o órgão para fazer a denúncia. Muitas vezes, quando chega à delegacia, a vítima se sente coagida, inibida com a abordagem do profissional, que a interroga e duvida dos fatos ocorridos.
A violência contra a mulher faz inúmeras vítimas de feminicídio atualmente no Brasil. Diniz (2015) o define como homicídio de mulheres, que foram mortas por violência doméstica ou por discriminação pela condição de ser mulher. Apesar de ter sido aprovada em 2015 a lei do feminicídio, muitas vezes o crime não é caracterizado como tal pela causa da morte da mulher ser desconhecida. Tendo em vista que, “para cada cinco mulheres, não há resolução investigativa – o estado desconhece as razões” (DINIZ, 2015, s/p).
Recentemente um caso de feminicídio chocou a população. Em novembro de 2020, uma estudante de 31 anos foi assassinada pelo ex-namorado, depois de ser mantida refém no carro por cerca de duas horas e meia. O crime aconteceu no estacionamento do campus do Centro Universitário de Valença, no Sul do Rio de Janeiro, segundo o G1. 
De acordo com o Mapa da Violência contra Mulher, os casos de feminicídio se assemelham tanto pela brutalidade quanto pela forma como os assassinos agem. Eles são, geralmente, conhecidos da vítima, seus ex-companheiros que, muitas vezes, não aceitam o fim do relacionamento. Começam com a violência simbólica, isto é, com pequenas exigências, cenas de ciúmes, brigas seguidas de pedidos de desculpas e promessas de uma nova vida. Ameaçadas, ou até mesmo, dependentes emocionalmente, as mulheres optam por não fazer a denúncia quando a primeira agressão ocorre, sendo uma escolha fatal.
A jornalista Sheila Oliveira, no jornal online Brasil de Fato (2020), aponta que durante a pandemia cerca de 497 mulheres foram vítimas de feminicídio. Foi, portanto, uma morte a cada nove horas entre os meses de março e agosto de 2020, com a média de três mortes por dia. O jornal ainda revelou que foram 304 casos entre maio e agosto, 11% a menos do que 2019. Porém, essa queda não significa que os índices de violência diminuíram, pois há sete estados que não divulgaram todos os dados pertinentes a pesquisa, o que a inviabiliza. Além do mais, o feminicídio é o crime menos notificado, pois há certa confusão e/ou resistência para considerá-lo assim, acabando por ser notificado como homicídio de mulheres.
Velloso (2013) aponta que a criação da lei Maria da Penha foi um avanço para a superação do patriarcalismo e inferioridade da mulher perante a sociedade, porém a lei isolada não alcança os objetivos esperados e nem previne que a violência aconteça. A autora afirma que com a lei, houve um aumento de denúncias, porém as estatísticas não apontam para uma redução da violência em si. Tal lei tem como principal objetivo coibir e erradicar a violência doméstica por meio da punição, isto é, pena privativa de liberdade, porém a superação da violência vai muito além da simples punição, o assunto é mais complexo e precisa ser analisado, pois está ligado a cultura e a educação.
Sendo assim, a lei Maria da Penha foi uma grande conquista em relação a violência contra mulher, dando suporte e uma certa segurança, mas apenas a lei isolada não consegue coibir e rechaçá-la. É preciso que haja um diálogo maior com a comunidade, desde campanhas de sensibilização até a ação no cerne do problema, que é a informação para jovens, adolescentes e crianças, para que entendam as raízes do machismo e saibam o que é um relacionamento tóxico para se protegerem de eventuais agressores. 
Portanto, a violência contra a mulher é algo muito grave, no qual precisamos encontrar formas para sua diminuição. É um problema que ocorre em decorrência de um processo histórico de desigualdade entre homens e mulheres, que reverbera até hoje na forma de violência.
2.1 Violência praticada contra a mulher – aspectos históricos e atuais
A violência cometida contra a mulher é um acontecimento histórico que se prolonga a milênios, pois a mulher era tida como um ser sem expressão, uma pessoa que não tinha vontade própria dentro do espaço familiar. Ela não podia sequer expor o seu pensamento e era forçada a respeitar ordens que, basicamente, vinham de seu pai e, após o matrimônio, de seu marido (CAMPOS, 2007).
	Na busca da compreensão desse fenômeno é importante fundar parâmetros de referenciais e averiguações teóricas, a fim de diagnosticar a gênese dos conflitos advindos no ambiente doméstico. Conflitos, para os quais se direciona nosso esboço.
	Quanto à violência contra a mulher e à violência doméstica, podemos elucidar a sua ampla passagem no Brasil, haja vista que ela não está vinculada exclusivamente à lógica da pobreza, ou desigualdade social e cultural. Está, sobretudo, ligada ao preconceito, à discriminaçãoe ao abuso de poder que possui o agressor em relação à sua vítima. A mulher, em razão de suas especialidades, compleição física, idade, e acoplamento econômico, estão numa circunstância de vulnerabilidade na inclusão social (PORTO, 2007).
	Desta forma, constata-se que desde nossos ancestrais as mulheres são vítimas da violência, especialmente por parte dos homens, isso porque a mulher é vista como a domada pelo homem, a mulher, mãe de família a dona de casa, aquela que apenas executava o que o pai, por ser homem a ordenava (IAMAMOTO, 2007).
	No Brasil, a multiplicidade da população é constituída por mulheres, e muitas delas estão vulneráveis as mais variadas formas de violência. Tais violências, por sua vez, não chegaram ao conhecimento da sociedade brasileira, nos distintos contextos históricos, sociais e culturais teve pouca visibilidade pública, permanecendo limitada aos espaços domésticos, precisamente pelas relações de dominação-subordinação entre homens e mulheres. Todavia, especialmente com o aparecimento e fortalecimento dos movimentos de mulheres em defesa de seus direitos e transformação das situações de dependência de gênero, a violência contra a mulher começa a ser debatida e a ganhar visibilidade nos ambientes públicos e em organismos governamentais e não governamentais (LISBOA; PINHEIRO, 2005).
	Dias (2007) ressalta que por ser um fenômeno humano, a violência não pode ser avaliada fora do quadro histórico-cultural onde ocorre. As normas de comportamento se modificam do ponto de vista cultural e histórico, dependendo do grupo que está sendo estudado. Assim, ações analisadas violentas para determinadas culturas podem não ser para outras.
	Segundo Cavalcanti,
No aspecto social, os procedimentos referem-se basicamente ao apoio à família, capacitação e reinserção profissional, encaminhamento para tratamento de saúde, e onde são acionadas as várias instituições governamentais e não governamentais com atuação nessas áreas específicas, formando uma rede de parcerias que convergem em seus objetivos principais (CAVALCANTI, 2010, p. 22)
Neste trabalho foi possível averiguar o contexto social a que inúmeras mulheres estão inseridas, tornando-se relevante, como por exemplo, programas e projetos de lei que beneficiem e dê suporte a mulheres vítimas de violência, proporcionando um ambiente favorável e empático ao qual todas nós possamos nos desvencilhar de antigos padrões estabelecidos pela sociedade patriarcal.
	Portanto, faz-se necessário e urgente de se estabelecer um novo modelo, uma nova mentalidade social, que terá representações nos aspectos jurídicos e em conquistas e concretização dos direitos humanos. Esse novo paradigma, com certeza, protegerá no sentido de observar a importância da concepção de um espaço público politizado pelas mulheres como sujeitas de direitos abonados, especialmente, pelo Direito Constitucional, esteado pelo plano das Declarações Internacionais dos Direitos Humanos (CARVALHO, 2010).
2.2 Mulheres: Lei de proteção a violência doméstica
Durante a história humana, a mulher sempre trouxe consigo o estigma de fragilidade ante a figura do homem. Carregando em si certo desfavorecimento, o que é fundamental para que se possa entender a questão da violência, uma vez que, tal conflito é construído nas esferas sociais e culturais. Encontrando-se fortemente arraigados na cultura popular até os dias de hoje. 
Tal lei traz a possibilidade de resguardar juridicamente a mulher e assegurar seus direitos mediante a situação de violência doméstica, familiar ou que constitua qualquer forma de violação dos direitos humanos. Para Viana (2016) a fragilidade feminina tão disseminada na sociedade é uma realidade muito mais cultural do que biológica. Este pensamento leva a uma grande desigualdade feminina diante dos homens. 
Para a autora, tal pensamento mostra os lugares e posições na qual a mulher deverá ter no lar e na sociedade. Se ocupando apenas de afazeres de casa, cuidado dos filhos e, principalmente, na submissão ao marido. Assim, a cultura exerce fortemente um comportamento condicionado a mulher diante do homem. Colocando-as diante de um ambiente machista, no qual deverá sempre submeter-se a exigência de seu companheiro. Caso transgrida alguma regra o castigo torna-se uma forma de restabelecer o padrão normatizador (VIANA, 2016). 
Vianna (2016) ressalta que no Brasil a questão da violência doméstica contra a mulher tem grande contribuição pelo comportamento machista da sociedade, na qual, é fortemente enraizada em nossa cultura. Assim, as agressões de qualquer ordem poderiam ser justificadas e aceitas pelo fato da companheira ter “saído” do comportamento padrão esperado. Por vezes as próprias mulheres violentadas se vêem culpadas pelas agressões.
Para Carneiro e Fraga (2012) a violência contra a mulher é algo comum entre o público feminino, em que as mulheres têm seus direitos violados, não somente aqui no Brasil, mas em qualquer parte do planeta. Porém, diferente de outros países, no Brasil criou-se uma lei específica para tratar desta questão. A Lei 11.340/2006 mais conhecida como Lei Maria da Penha, no qual o Estado reconhece e busca garantir a proteção, cuidado e segurança às mulheres violentadas. Tawil (2018) aponta que é preciso que haja uma norma mais rígida e exigente no que tange a proteção da mulher. Sendo necessário entender melhor o lado fraco desta corrente dando lhe mais atenção.
Assim, cabe ao Estado implementar ações que visem minimizar os danos às vítimas, uma vez que, o mesmo necessita 
acautelar e afastar os danos individuais e coletivos instigados pela violência de gênero e o respectivo direito à prevenção dos fatos e danos derivados pela falta de defesa. Sendo de extrema relevância as condutas legislativas que visem a prevenção da criminalidade (TAWIL, 2018, p. 16). 
Percebe-se, então, a relevância de leis de proteção a mulher, assim como, a implementação de ações de amparo e diminuição de violência a este público. Nas palavras de Lima (2009) até meados de 2006 não havia no Brasil uma legislação que contemplasse a diminuição e proteção da violência doméstica contra a mulher. Até então aplicava-se a Lei 9.099/95, que amparava apenas os casos com menor risco ofensivo, o que favoreceu muito a impunidade e velamento de crimes maiores contra as mulheres (TAWIL, 2018). 
Por meio da luta na busca pelos direitos das mulheres, o país passou a adotar leis um pouco mais severas levando a prevenção e tentativa de erradicar a violência doméstica ou de qualquer natureza contra a mulher. Sendo que, a lei de maior relevância criada neste período foi a Lei Maria da Penha (CARNEIRO; FRAGA, 2012). Esta lei garantiu de forma mais objetiva e eficaz a proteção das mulheres se comparada a Lei 9.099/95, porém, ainda assim, nos dias de hoje não é suficiente para proteger as mulheres, como apontam os índices crescentes de violência no país.
Para Tawil (2018) citando Àvila (2018) o surgimento da Lei Maria da Penha levou em consideração a visão de que a mulher é o elo mais fraco na relação de gênero existente ante ao homem, o que potencializa a vitimização e a necessária proteção. Outro elemento relevante a ser considerado está na denúncia que dificilmente acontece pelo fato das “agressões” acontecerem dentro de casa onde a mulher está rodeada pelo seu agressor. 
Vale salientar que em nossa legislação não somente a violência física é apontada como violência contra a mulher, mas também, a de ordem psicológica, sexual, moral e patrimonial. Todas elas se enquadram como um tipo de violência doméstica contra a mulher. Diante disto é importante ressaltar que:
A lei 11.340/2006, busca equilibrar a desigualdade entre os sexos, dispõe em seu artigo 6°: “A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos”. Frente a isso traz em seu bojo garantias à repressão da violência contra o gênero em questão. (BRASIL, 2006).
Ao observar a relevância da Lei Maria da Penha, é necessário apontar seus impactos no meio jurídico, no qual Carneiro e Fraga(2012) advertem que tal lei levou não somente a criação de uma nova legislação de combate á violência doméstica no Brasil, como também implementou a criação de novos juizados específicos para atender estes crimes. 
No intuito de designar violência doméstica, a Lei 11.340 engloba todos os sujeitos que convivem juntamente em um espaço onde estejam: 
gozando ou não de um vínculo familiar, ainda aquelas, que quase não se encontram no mesmo ambiente. De acordo com a relação íntima de afeto, entende-se por qualquer relação que o agressor tenha ou que já teve com a vítima, mesmo não residindo no mesmo lar (TAWIL, 2018, p. 19).
Vale ressaltar que, para se caracterizar violência doméstica a agressão não necessariamente precisa acontecer no local demarcado como ambiente familiar. Caso a prática aconteça nos motivos enquadrados como violência doméstica, seja no local onde ocorrer, a vítima será amparada pela lei Maria da Penha. 
Segundo Tawil (2018) com o advento da Lei Maria da Penha aconteceram diversas inovações nas áreas de assistência social devido à busca pelo amparo e proteção das vítimas. Outra novidade que a lei traz consigo é o atendimento pela autoridade policial, disposto na Lei nª 11.340/06, no art. 10:
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis. Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de medida protetiva de urgência deferida (BRASIL, 2006, online).
Assim, por meio da implementação da lei supracitada cabe então a autoridade competente proteger as vítimas e encaminhá-las ao hospital e, se necessário, a retirada dos seus pertences do local onde ocorreu o crime. O que, além de proteger a vítima, lhe dá a segurança para retornarem ou sair do local onde foram violentadas. Após o registro da violência a Lei Maria da Penha impõe que seja feito o pedido de medidas protetivas, caso que não acontecia com as leis anteriores (DIAS, 2011). 
Segundo Matias Junior (2016) também existem outras medidas de proteção a vítima que podem ser tomadas, como o afastamento do lar, proibição da aproximação do agressor a vítima e, se for o caso, a suspensão da visita dos dependentes. Tudo com o intuito de evitar que haja a interação entre agressor e vítima. Conforme aponta Tawil (2018), a Lei Maria da Penha enquadra-se entre as melhores leis do mundo no combate a violência contra as mulheres. E, atualmente, mais de 98% da população brasileira tem conhecimento desta lei e de sua abrangência. 
Nas palavras de Bruno (2016), antes da criação da Lei Maria da Penha casos de violência doméstica eram julgados com base na Lei 9.099/95 e caracterizados como crime de menor potencial. O que, por sua vez, aumentava e permitia a impunidade ante ao agressor, haja vista que contemplados por ela, os crimes quase nunca eram resolvidos. Assim, quando a Lei Maria da Penha em seu artigo 41 afasta a incidência da Lei 9.099/95, ocorre uma verdadeira proteção efetiva a vítima, o que não contribui para a estigmatização ou impunidade dos agressores ante a vítima. 
2.3 A importância do Projeto de Lei 4.559/2004 para violência contra mulher
Com a reprovação pela OEA em 2001, o Brasil se viu forçado a tomar providências com inclusão à violência contra as mulheres. O documento determinou que a simplificação do processo penal apontando à redução do tempo judicial, além de formar opções extrajudiciais mais ligeiras e competentes para o recurso dos conflitos familiares.											No decorrer desse relatório, começaram a constituírem órgãos como o Grupo de Trabalho Interministerial, composto pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República, Casa Civil da Presidência da República, Advocacia-Geral da União, Ministério da Saúde, Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Secretaria Especial de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Ministério da Justiça e Secretaria Nacional de Segurança Pública. Todos esses ligados diretamente à Presidência, com o objetivo de solucionar o caso Maria da Penha que gerou grande repercussão na sociedade (BRASIL, 2011).			
A partir de 2004, com o trabalho unido desses órgãos foi estabelecido o Projeto Lei n° 4559, trazendo inovações como:
• Definição de violência doméstica e familiar contra a mulher;
• Equiparação da violência como forma de violação dos direitos humanos;
• Modificação da polícia civil frente aos casos de violência doméstica;
• Criação das medidas protetivas de urgência;
• Estabelecimento de um maior amparo às vítimas de violência doméstica (LEGISLAÇÃO BRASILEIRA, 2004 s/p).
Assim este projeto com suas novidades, alterou a publicação em 22 de setembro de 2006 da Lei 11.340, que ganhou o nome de Maria da Penha em tributo à mulher vítima de violência que não se calou, e lutou em prol de uma máxima proteção as mulheres vítimas.
Um dos pontos negativos da lei Maria da Penha é o fato dela não abarcar toda e qualquer violência doméstica ou familiar contra a mulher, mas exclusivamente aquela que pode ser considerada como violência de gênero, isto é, atos de agressão motivados não apenas por pontos estritamente pessoais, mas expressando posições de dominação do homem e subordinação da mulher (DIAS, 2007).	
No que tange resultados positivos é que recentemente o movimento feminista brasileiro é um dos mais reverenciados do mundo e menção principal em exatos temas da veemência das mulheres no nível internacional. O que esclarece esse acontecimento ficou encaminhado para Constituição de 1988, que considerou cerca de 80% das suas propostas, o que transformou radicalmente o status jurídico das mulheres no país na visão mundial (LIMA, 2008).
Portanto, é nesse panorama que constituíram criações de órgãos regressados para a ascensão da equidade de gênero e combate à discriminação contra as mulheres. A ação contra a violência doméstica e sexual formou uma modificação de padrão em afinidade às ações de público e privado. A violência doméstica apresentada como alguma coisa da extensão do privado obtém o campo público e torna-se elemento de políticas peculiares (PESSINI, 2009).
Apesar de tanta luta e tantos avanços em relação a lei que pune a violência contra mulher, os índices continuam muito altos e a única certeza que temos é que a a luta não chegou ao fim. O Brasil é o quinto país em que mais ocorrem feminicídios, sendo que, a cada dois segundos uma mulher é vítima de violência física ou verbal e a cada 22,5 segundos uma mulher é espancada ou sofre tentativa de estrangulamento, de acordo com Beto Pessoa, em Portal Correio (2018).
	Todos estes fatores estão indeterminados diante das políticas, pois ainda é necessário fazer um retrospecto dos problemas que a violência contra mulher tem causado para o país. Esse fator aumentou tanto nos últimos anos que os dados são evidentes em alguns estados do Brasil e trazem graves dificuldades para a família, e para o setor jurídico (CREPOP, 2013). A ampla característica das instituições desenvolvidas para as mulheres é a interferência e o acolhimento assistencial, legal e psicológico, todas as soluções enérgicas e verdadeiras.
3 ASSISTÊNCIA SOCIAL E A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
A assistência social colabora no resguardo da vítima, sendo um dos principais profissionais a recebê-la. O papel fundamental do assistente social é ouvir a vítima e identificar a circunstância do problema na qual está inserida (CAMPOS, 2007).
O que se tem constatado pelos numerosos casos de violência contra a mulher, está interligado aos vários fatores que fazem parte da violência doméstica, entretanto cabe a elas a força de confrontar-se com o problema (WILLIANS et al., 2008). 
A ligação do comportamento da vítima está em sua atitude, fator que dificulta a mulher buscar ajuda e a vergonha que faz com que a vítima não sinta segurança ao relatar a agressão, pois leva a tomada de decisões que sugeremem uma autonomia financeira muitas vezes, para dar sustento ao lar, isso também demonstra que a coragem na maioria das vezes é outro fator primordial para a mulher que tem receio de sofrer preconceito, pela desonra, sem contar com a complicada determinação de abandonar o parceiro, visto que essa renúncia muitas vezes pode lhes custar à vida.
Isso porque, segundo Silva, Padoin e Vianna, no artigo “Mulher em situação de violência: limites da assistência (2013)”, os serviços que dão suporte a mulher agredida estão desarticulados entre si, causando ineficiência dos setores da polícia, justiça e segurança, o que dificulta que mulheres denunciem, pois há uma descrença no serviço judicial. As autoras apontam o fato de que a conduta de discriminação dos profissionais é uma prática que não acolhe as subjetividades e demandas desse momento tão difícil da vida da mulher. Há, por vezes, uma visão esteriotipada de gênero, que culpabiliza a mulher, como se as violências sofridas fossem justificadas pelo comportamento inadequado da própria vítima, ideia de que a mulher é culpada pela condição que está vivendo, desvalorizando sua dor e a denúncia feita.
Conforme Silva, Padoin e Vianna (2013), a Lei Maria da Penha e as delegacias de mulheres tem um papel fundamental, mas muitas vezes a realidade que se apresenta possui muitos obstáculos, como a falta de capacitação de profissionais que atuam em casos graves, desde os momentos iniciais da denúncia até as medidas a ser tomada. 
A medida protetiva, por sua vez, na maioria dos casos, não é respeitada e a mulher agredida continua sendo alvo de ameaças e, por medo, acaba aceitando o parceiro novamente em sua residência. O agressor, segundo Silva, Padoin e Vianna (2013), não se afasta por falta de fiscalização da polícia, pela demora no julgamento e ausência de medidas mais severas. A reincidência da violência após a denúncia é algo comum, já que a vítima retorna para sua casa e fica vulnerável ao agressor. As autoras evidenciam que a dependência química dos parceiros é um dos responsáveis por desencadear a violência, sendo que em muitos casos esse argumento é válido para que não se tome nenhuma outra medida, sendo apenas encaminhado a serviços psicossociais ou de tratamento, sem de fato garantir a proteção integral da mulher, o que causa a descrença no serviço.
Sendo assim, Silva, Padoin e Vianna (2013) apontam que é preciso que tenhamos parcerias, projetos que preconizem as práticas sociais em rede para que tenhamos serviços mais eficientes, contribuindo para a formação e qualificação dos profissionais.
Ao se tratar do tema da violência doméstica, o atendimento eficiente do assistente social e dos demais profissionais que atendem a mulher precisa ser levado em consideração, já que estamos lidando com vidas e elas precisam ser respeitadas. Portanto, a seguir, trataremos alguns pontos chaves que fomentam a pesquisa acerca da violência doméstica sob o olhar do assistente social. A começar pelas dificuldades e desafios dessa profissão e, em seguida, atuação e intervenção desse profissional, que enfrenta muitas dificuldades em seu cotidiano.
3.1 Serviço Social e violência doméstica: dificuldades e desafios
Analisando que é de soberana acuidade o debate e o aprofundamento do assunto, o profissional de Assistência Social deve agir, sobretudo, na preparação e implementação de políticas públicas que derivem à incidência das reclamações destas mulheres, as norteando sobre seus direitos e, também, proferindo a rede social na sociedade em que as usuárias estão inseridas e colocar-se como parceiro na investigação eficaz de soluções, bem como noticiar movimentos sociais para indicar novas políticas públicas e seguir a execução das mesmas.
Acredita-se que as diferenças de gênero que nos são socialmente atribuídas propiciam circunstâncias para que aconteça a violência doméstica, pois desde os períodos mais longínquos há um conjunto de papéis atribuídos ao homem e à mulher, no qual ao primeiro cabem os serviços mais nobres de poder e força no espaço público e, às mulheres, atividades do espaço doméstico, além dos papéis de submissão e subordinação (CAMPOS, 2007).
Mediante a interferência do Assistente Social diante a violência contra a mulher, como outros profissionais que agem nesta área, confere-se com as entraves e desafios das desigualdades sociais. O fundamental desafio para o profissional da assistência social nesta área está em como ampliar seu trabalho profissional em acepção propositivo e não apenas crítico em inclusão à conveniente realidade dos sujeitos nos argumentos social, político, econômico e cultural (OLIVEIRA, 2012).
Além dos desafios enfrentados pelo assistente social, que incluem a baixa remuneração, atendimento ao público em vulnerabilidade, problema na liberação de recursos e, consequentemente, dificuldade de implementação e ações, temos atualmente um outro desafio que se desencadeia com a pandemia. De acordo com José Bernandes, no jornal eletrônico “Brasil de Fato (2020)”, durante esse período os profissionais, tão importantes pelo trabalho que visa garantir direitos e acolher os mais vulneráveis, encontram-se mais sobrecarregados em decorrência do afastamento de colegas por conta do covid-19. Conforme o jornalista, os assistentes sociais somam-se 188 mil no Brasil e estão nos hospitais, na linha de frente. Muitos com saúde mental comprometida pelo colapso no sistema de saúde.
Visto que o número de mulheres vítimas de violência aumentou. A advogada Clarissa Nunes, em entrevista com o repórter Francisco Barbosa, no jornal eletrônico “Brasil de Fato (2020)”, afirmou que houve aumento de 3,8% nas chamadas para o 190 sobre casos de violência doméstica, chegando a 147.379 chamadas. Além da violência doméstica, houve aumento nos casos de feminicídio e violência sexual, já que os agressores estão dentro de casa e as vitimas tem mais dificuldade de saírem devido à pandemia. O fato de muitas mulheres não estarem trabalhando e as crianças fora da escola, há menos possibilidade de denunciarem seus agressores.
Clarissa Nunes (2020) aponta que cada estado elaborou ações para o combate à violência contra mulher durante a pandemia, garantindo, inclusive, mais agilidade à denúncia. Porém falta, ainda, uma política em nível nacional, sendo preciso que se dê a atenção devida, já que existe um total silenciamento desses casos e, assim, a subnotificação e falta de sensibilidade sobre o tema da violência doméstica e sexual.
A violência doméstica, por sua vez, é um acontecimento perturbador, cuja abrangência se estende ao coletivo, uma vez que alcança, não apenas a vítima, mas toda a sua família, bem como a sociedade (GALVÃO, 2013).
Para Dias (2007) e Cunha (2009), o desenvolvimento das circunstâncias de violência contra a mulher pode ser conferido ao tecer de uma rede, em que as pessoas envolvidas interligam-se a esse conhecimento, sendo inteiramente comprometidas por essa ação.
Os mesmos autores ressaltam que a violência doméstica contra a mulher é um assunto bastante instigante que aborda milhares de famílias de vários costumes em todo o mundo. Por ser um problema acentuado para toda a humanidade, precisam ser discutidos todos os subsídios teóricos e práticos no que concerne às fundamentações jurídicas, sociais, econômicas e educacionais, que sirvam de alicerce às avaliações protetivas e punitivas efetivas às soluções eficazes.
Para Dias (2007), o assistente social tem uma função primordial na constituição de papéis caracterizados, sendo fundamentada em princípios sociais e importâncias morais aprofundadas no período, que conferem à mulher uma atitude de desvalorização perante o homem que, por sua vez, emprega da violência como solução máxima para fazer valer sua superioridade.						Diante do contexto da violência contra a mulher, existe a necessidade de procurar novas inclusões sociais, não mais conduzidas pela capacidade e predomínio, e sim pela sintonia entre os sexos, confirmando a equidade da qualidade humana de ambos.
Quanto à questão da violência no Brasil, as mulheresrepresentam 66% das vítimas de agressões contra parentes, em situações em que quase sempre o agressor é o homem, muito frequentemente o marido; Um levantamento do Banco Interamericano do Desenvolvimento considera que a violência doméstica incide sobre 25 a 50% das mulheres latino americanas, que são agredidas dentro da sua própria casa; A violência doméstica, sob as formas física, sexual ou psicológica aparece como uma das principais causas do sofrimento para as crianças (TOMASZEWSKI, 2004, p. 147).
	
Oliveira (2012) mostra que as mulheres que resolvem permanecer em um relacionamento violento, rompem com uma linha de sonhos e perspectivas em afinidade ao casamento e à família. Há muitas perdas frente a esta determinação, que não precisam ser desconhecidos pelos profissionais de saúde. Distingui-las, sugere poder trabalhá-las e, portanto, fortalecer a mulher no redirecionamento e afirmação de novos planos de vida.					
Denota-se que o conflito deste fato contrafaz desde a percepção da mulher sobre si mesma, pensada nas emoções de incerteza e fraqueza, até suas afinidades com o ambiente social, fragilizadas em efeito da circunstância de isolamento, expressas pela carência de base de pessoas às quais possa confiar.
	Também podemos lembrar que, com a criação da Lei Maria da Penha em 2006, as denúncias de casos de agressão contra a mulher aumentaram. Recentemente também é analisado como um problema de saúde pública, um problema social grave, que gera preocupação dos administradores públicos e de toda a sociedade.
Para Oliveira (2012) e Dias (2007) em faceta de tais decorrências na vida da mulher, analisar que a Assistência Social não pode permanecer alheia a este fato, fazendo-se indispensável abranger as especificidades que a permeiam em toda sua intensidade, especialmente permanecendo atenta às diversas formas de amostra de tal acontecimento, abrangendo sua articulação com informações sociais, econômicas e políticas, avalizando uma influência que gere um essencial suprimento ao método de autodescoberta, desenvolvendo a autonomia, a autoestima e a capacidade de decisão da mulher, propiciando o aparecimento de novas escolhas para passar com esta circunstância.								É necessário ao profissional da Assistência Social, que age no combate à violência contra a mulher, desvendar escolhas e expectativas para uma ação que enfrente todos os desafios postos a essa área no sentido geral.				Tal obrigação de articulação é avigorada a partir dos dizeres de Camargo e Aquino:
As políticas de proteção e segurança são essenciais para o enfrentamento à violência, mas é preciso avançar tanto em políticas de prevenção como na ampliação de políticas que articuladamente trabalhem para uma reversão da dependência financeira, elevação da autoestima das mulheres, fortalecimento da capacidade de representação e participação na sociedade, enfim, criem condições favoráveis à autonomia pessoal e coletiva (CAMARGO; AQUINO, 2003, p. 48)
No entanto, compreende-se que a equipe de Assistência Social realiza trabalhos em grupos e individuais, as oficinas de pós-atendimento – que trabalhariam com grupos para usuárias que já passaram pelos outros acolhimentos – e ainda agem na organização do “pré-atendimento”, que tem como finalidade: 
a formação de grupos de atendimentos visando à informação e principalmente à busca de conscientização no que tange não somente à situação ‘problema’ mas, proporcionam o encontro com o próprio eu e com isso ser possível um vislumbrar de horizontes diferentes daquele – a vítima, a pobrezinha, a coitadinha (ALVES E COURA-FILHO, 2001, p. 247).
Portanto, entre outros desafios, os fatores culturais fazem jus a evidência ao se abordar a violência contra mulher, pois atos e condutas machistas tão aprofundados na mentalidade de homens e mulheres impedem a aderência a programas, propostas e legislações inovadoras para arguir de fato as agressões contra as mulheres. Mesmo permanecendo perante estes desafios, percebemos que trabalhar prepositivamente é uma forma para o profissional de a Assistência Social aperfeiçoar seu trabalho e contribuir positivamente na mudança social (OLIVEIRA, 2012).
São de grande importância os profissionais que possam atender nos Centros de Apoio para um acolhimento individualizado às mulheres vítimas de violência. De acordo com Cavalcanti:
O primeiro atendimento às pessoas que a eles recorrem é geralmente feito por psicólogos e assistentes sociais que, na oportunidade, colhem as informações necessárias para a instrução do processo de acompanhamento do caso: dados pessoais, escolaridade, profissão, estrutura familiar, situação de violência que a levou a procurar o centro, etc (CAVALCANTI, 2010, p. 22).
No aspecto social, os procedimentos referem-se basicamente ao apoio à família, capacitação e reinserção profissional, encaminhamento para tratamento de saúde, no qual são acionadas as várias instituições governamentais e não governamentais com atuação nessas áreas específicas, formando uma rede de parcerias que convergem em seus objetivos principais.
No aspecto social e psicológico ocorre o atendimento sempre centrado no luto violento, ou seja, no incidente criminoso, razão motivadora da situação de vitimização. O acompanhamento é tanto individual quanto familiar, uma vez que a desestabilização do núcleo familiar é uma tônica constante nos casos atendidos.
A contribuição desta acontece no sentido de se mostrar que, a partir da efetivação do papel da Assistência Social, é possível a concretização de um diagnóstico social e de indicadores sociais para a elaboração do planejamento das ações, a fim de que sejam construídas respostas profissionais ajustadas em informações visíveis, visto que o profissional da Assistência Social permitirá mensurar se as ações implantadas no serviço estão tendo impactos na vida das mulheres, ou seja, se a mesma está rompendo com o ciclo de violência (OLIVEIRA; SANGARI, 2012).
Na contemporaneidade, a mulher vive um cenário um pouco diferente e está sendo incluída no mercado de trabalho, sobretudo naqueles em que são desempenhados majoritariamente por homens, como as profissões do campo. A mulher está mostrando sua força em variados segmentos e provando que o lugar da mulher é onde ela quiser, podendo desempenhar o cargo que pretender. Sabemos, porém, que as condições para esse trabalho ainda são bem diferentes do homem, seja pela desigualdade de salários ou pela dupla jornada que a mulher desempenha, pois mesmo trabalhando fora, desempenha as funções do lar. Cuida dos filhos, da casa e, assim, lhe sobra pouco tempo para dedicar-se a sua profissão.
No argumento dos acolhimentos em saúde, é muito complexo que a violência doméstica surja com nitidez durante os acolhimentos, e mais ainda que essa dificuldade seja abordada pelo profissional da Assistência Social, ou que seja anotado em prontuário e transformado em elemento de algum comportamento ou condução.
Quando mulheres que estão suportando violência buscam os serviços de saúde, muitas vezes não revelam abertamente essa circunstância. Isso acontece tanto porque é bastante complexo falar sobre a violência sofrida, quanto porque são atendidas por profissionais despreparados, fazendo questionamentos e desqualificando a palavra da vítima. 
Cunha (2009) ressalta que o primeiro passo para este cuidado é a possibilidade do assistente social anotar o relato e ouvir os fatos da violência. Para tanto, é eficaz que o ofício não se constitua de forma equivocada com servidores desqualificados para desempenhar a função, que inibem a vítima e a agridem verbalmente, o que se caracteriza como violência institucional. Assim, a primeira regra para a segurança dos direitos são profissionais empenhados e respeitosos com a população na instituição pública, governamental ou não, pois esses casos solicitam uma maneira ética e um amparo peculiar. 
Os problemas para transformar as ocorrências são muitos, mas ainda são modificadas as formas com que as mulheres articulam sobre seu problema, buscam ajuda e por vezes alcançam demudar a circunstância(CUNHA, 2009).
A intervenção da assistência social, dessa forma, se produziria pela inclusão e explicitação da problemática particular e familiar, amparando o cliente a pensar sobre sua realidade e suas afinidades conflituosas.
Portanto, a grande maioria das mulheres, vítimas de violência doméstica, não busca ajuda com assistência social e nem com outros profissionais, seja por carência de qualidades ou por compreenderem que não há obrigação para tal. A violência doméstica permanece em todas as condições sociais, sendo que determinadas mulheres tem elevado nível de vinculação financeira, afetiva e sexual. No que se menciona às maneiras que as mulheres devem aceitar, a deve ter força para apontar.
3.2 A atuação e as intervenções do Assistente Social na problemática da violência contra a mulher no Brasil
Lisboa e Pinheiro (2005), no artigo “A intervenção do Serviço Social junto à questão da violência contra a mulher”, apontam que há alguns elementos essenciais para atuação do assistente social, que são: conhecimento/base teórica, observação, parecer social, encaminhamento e condições financeiras para realização do trabalho.
O assistente social, conforme as autoras, precisa de base teórica para desempenhar sua função com excelência, de maneira a propor estratégias de intervenção para o enfrentamento do problema. Uma vez que, o profissional precisa estar atualizado e deve conciliar a teoria à prática, não se restringindo ao atendimento cotidiano que apenas cumpre seu papel burocrático. É preciso que o profissional tenha empatia e sensibilidade para com a vítima, que está, na maioria das vezes, traumatizada, receosas até mesmo em denunciar o agressor, retirando a queixa, pois sabem que as leis do país, muitas vezes, deixam o agressor em pune e logo na rua novamente. É preciso entender que essas mulheres vivem assombradas pelo medo de seus parceiros e permanecem com o agressor por dependência financeira ou emocional, sendo assim, é importante que nesse primeiro contato, o assistente social saiba conduzir o caso, acolhendo a vítima com profissionalismo e eficiência, dando suporte a suas necessidades.
Lisboa e Pinheiro (2005) ressaltam que o profissional de serviço social precisa ter um cuidado maior com a população periférica e excluída, os instruindo e dando suporte, visto que seu papel principal é orientar, discutir estratégias e encaminhar a vítima para receber o atendimento, sempre a encorajando a seguir em frente. O que muitas vezes ocorre é que as mulheres mais carentes têm seu discurso posto à prova, são questionadas sobre a veracidade dos fatos, sendo menosprezadas até mesmo no momento da denúncia, no qual deveria ser acolhida. 
Nos meios de comunicação recentemente acompanhamos o caso de uma influencer, Mariana Ferrer, o que prova que até mesmo as mulheres com condições financeiras melhores não estão isentas de serem vítimas de violência institucional e terem sua denúncia invalidada. Após denunciar o empresário André Aranha por estupro, Mariana foi desmoralizada por ter foto usando biquíni na rede social, o que serviu para que a defesa do suspeito, apesar de todas as provas, dissesse que a relação foi consensual. Segundo a repórter Schirlei Alves, no jornal “The Intercept Brasil” (2020), o promotor responsável pelo caso avaliou que não havia como o empresário saber que a jovem não estava em condições de consentir, não existindo intenção de estuprar, o que se caracteriza por uma espécie de “estupro culposo”, o que não existe na constituição. Momentos depois ocorreram manifestações nas redes sociais, pedindo justiça por Mariana.
Tudo isso legitima o fato de que precisamos de profissionais responsáveis e capacitados em todos os âmbitos e segmentos da sociedade, seja no momento da denúncia ou nos momentos que se seguem.
Conforme Lisboa e Pinheiro (2005) cabe ao assistente social, também, se unir a causa das mulheres, apontando políticas públicas para melhor atender a vítima e punir o agressor e, acima de tudo, incentivá-las a lutar por seus direitos e participar de movimentos que visem a diminuição da violência e feminicídio no Brasil. Sendo assim, segundo as autoras, isso só será possível se houver estudo e dedicação por parte do assistente social, valendo-se de conhecimentos teóricos aprofundados para que haja uma atuação competente. 
Posteriormente ao estudo teórico realizado pelo assistente social, inicia-se o processo de estudo e observação do caso, por meio de entrevistas que darão as informações necessárias para que o profissional saiba conduzi-lo. A seguir, apresentaremos os procedimentos realizados, passo a passo.
O procedimento inicial a ser realizado, conforme Lisboa e Pinheiro (2005), é a entrevista, sendo a primeira conversa com a mulher que ainda está abalada pelo ocorrido. Se caracteriza por ser uma abordagem individual, em que o assistente social ouve a queixa e o que a levou procurar o serviço. As autoras apontam que, neste momento, as mulheres precisam se sentir seguras e acolhidas, pois expõem seus medos, percepções e necessidades.
O profissional, segundo Lisboa e Pinheiro (2005), precisa ouvir atentamente a vítima e observar, entre outros, o ambiente onde está inserida, tendo a sensibilidade para perceber as entrelinhas e empatia pela sua dor, seja física ou psicológica. Devendo acolher sem julgamentos e questionamentos que minimizem a agressão, sempre compreendendo sua trajetória de vida e a respeitando. Visto que, neste momento inicial, de acordo com as autoras, é possível fazer a “tipificação” da violência e o “diagnóstico” da situação para dar encaminhamento aos próximos passos. É válido ressaltar que outras entrevistas podem ser feitas, na instituição ou mesmo no lar da vítima.
Lisboa e Pinheiro (2005) apontam que o próximo passo é a visita domiciliar, na qual permite ao profissional conhecer a realidade vivida pela mulher e fazer um estudo sociofamiliar, levando em consideração que muitas vezes o caso envolve a guarda de crianças e/ou demanda um trabalho especializado com a família. A partir desta visita, é possível obter informações, também, com a vizinhança para dar sustentação aos dados investigados.
O próximo item elencado pelas autoras é a contribuição das Reuniões com grupos de mulheres, no qual há troca de informações, experiências e onde elas se sentem seguras a compartilhar medos, angústias, tornando-se mais fortes e encorajadas a seguir em frente com a denúncia. Tal grupo de conversa funciona como uma terapia coletiva e que faz com que eleve sua autoestima, dando-lhe força para seguir sua vida e seus sonhos.
Além da reunião com grupos de mulheres, conforme Lisboa e Pinheiro (2005), há também Reunião com a equipe multiprofissional, no qual abrange o atendimento com assistente social, psicólogo, médico, enfermeiros e, entre outros, advogados, sendo uma prática decisiva para o encaminhamento das situações de violência. 
Como mencionado anteriormente, o assistente social é o primeiro contato. Ele é, conforme as autoras, responsável por realizar a entrevista, fazer visita domiciliar e elaborar um estudo social, emitindo um parecer e fazendo demais encaminhamentos. A cargo do psicólogo fica o suporte e atendimento aos traumas psicológicos da mulher. Quanto ao médico e enfermeiro, atendimento na ocasião de possíveis ferimentos, enquanto o advogado orienta no momento da denúncia e medidas a ser tomadas. Em seguida, conforme Lisboa e Pinheiro (2005), ocorrem reuniões com todos esses profissionais para que juntos possam decidir a melhor forma de intervir.
Na sequência Lisboa e Pinheiro (2005) mencionam a realização de documentos, elaboração de relatórios e parecer social. Os relatórios, por sua vez, são a trajetória familiar e social dos envolvidos, ali está toda a situação de absoluta vulnerabilidade em que se encontram a família ou casal. Tudo isso precisa envolver, segundo as autoras, uma pesquisa bem fundamentada para que não haja encaminhamentos equivocados por falta de estudos. 
A pesquisa é, conforme Lisboa e Pinheiro (2005), elemento essencial neste processo, jáque detém informações e conhecimentos sobre o sujeito atendido e serve como uma forma de dar visibilidade às mulheres vítimas de violência, pois estiveram durante muito tempo silenciadas. Assim, 
a pesquisa é um instrumento que possibilita conhecer, explorar e sistematizar os dados, com consequente produção de conhecimento sobre a realidade cotidiana das mulheres que sofrem violência e sobre a dinâmica das instituições (LISBOA; PINHEIRO, 2005, p. 206).
Levando em consideração todo o processo descrito acima, que inclui a base teórica do assistente social, a entrevista, visita domiciliar, reunião com grupo de mulheres e equipe multiprofissional, elaboração de documentos e pesquisa detalhada, é preciso que, conforme Lisboa e Pinheiro (2005) haja uma articulação entre redes, isto é, a união entre as instituições para um resultado mais satisfatório. As redes são, entre outras: delegacias de mulheres, disque denúncia, programas de proteção e prevenção à violência, que precisam se articular, pois uma intervenção em rede amplia possibilidades, extrapola a ação individual.
Contudo, ainda segundo as autoras, os programas de atendimento a vítima de violência possuem vários problemas, que variam desde a estrutura física inadequada e sem investimentos, profissionais sobrecarregados, falta de políticas sociais específicas, até a dificuldade para o trabalho em rede, o que dificulta a atuação dos profissionais. 
Apesar das dificuldades da profissão, ainda assim é possível fazer um trabalho que inclua mulheres e que as engajem acerca da violência sofrida, visto que o primeiro passo é não ter vergonha de denunciar o agressor, de maneira que lhe sejam ofertadas condições para que ela siga em frente com a denúncia sem medo de que aconteça algo mais grave com ela e com sua família. É preciso que os profissionais estejam prontos para acolhê-la e juntos lutarem para fazer valer o seu direito e, assim, efetivando o direito de todas as mulheres, pois quando uma mulher consegue, já se configura como um marco para todas as outras.
Portanto, o trabalho do assistente social possui muitos desafios e requer dele preparação para lidar com casos complicados, que exigem conhecimento teório-prático e sensibilidade para absorver informações importantes, conciliando seu trabalho com os demais profissionais para obter resultados ainda mais satisfatórios. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A mulher ao longo da história nem sempre teve direitos básicos, vivia assombrada pelo medo de não ser aceita na sociedade, no qual não tinha direito ao voto, direito de acesso a universidade, ao trabalho remunerado, a escrever romances sem usar um pseudônimo que escondesse sua autoria, casamento com o cônjuge escolhido, nem mesmo ao divórcio e, entre outros que lhe eram negados e se configuram hoje como direitos. Isso não aconteceu em um tempo tão distante assim, na década de 60 e 70, as mulheres liam revistas que as ensinavam como deveriam se comportar, o que dizer e fazer para agradar seu marido. 
Atualmente os problemas enfrentados são outros, já que existem resquícios de uma sociedade machista e patriarcal. O cenário é bastante preocupante e a nossa próxima conquista precisa ser em relação às taxas de violência contra mulher, que já ultrapassam índices alarmantes.
Diferente de uma violência com o uso da força, temos uma certa violência implícita, que exige da mulher o corpo perfeito, que a faz sentir incapaz de seguir seus sonhos, que lhe impõe o casamento e a maternidade como meta e condição para que a mulher se sinta realizada, sem contar ainda com a pressão social para que ela se ajuste aos padrões impostos por uma sociedade cruel, que visa o lucro. 
Tudo isso aliado ao fato de que, apesar das mulheres estarem se destacando cada vez mais no mercado de trabalho, recebem salários desiguais, visto que muitas não são contratadas porque engravidam ou porque tem filhos, como se a obrigação de cuidar e educar a criança fosse só da mulher.
As mulheres, por sua vez, estão rompendo barreiras e cada vez mais desempenhando funções do campo, cursos de mecânica, agronomia, etc o que mostra a luta delas para entrarem no mercado de trabalho encarado como “de homem”, e que envolve a “força e a coragem”, como se as mulheres fossem frágeis e não pudessem se aventurar nesses setores, apesar de serem poucas as mulheres a enfrentarem esse desafio, pois ainda há muito preconceito. Contudo, apesar de terem adquirido a liberdade para trabalhar, continuam ainda fazendo as tarefas domésticas, cuidando da casa, dos filhos e ainda, dividindo as contas da casa com o companheiro, assim, cumprem mais de duas jornadas de trabalho.
Além da dupla jornada de trabalho, a mulher convive com um problema muito maior em seu lar: a violência doméstica, que faz vítimas de feminicídio frequentemente. Visto que, a mulher não consegue, muitas vezes, se livrar dessa dor por dependência financeira e emocional ou por medo de não conseguir manter-se sozinha, assim, aceita relacionamento abusivo por receio da solidão e do que as pessoas vão pensar.
Em meio a toda essa problemática da violência contra mulher, o papel do assistente social é indispensável, pois é aquele que acolhe, que passa a segurança suficiente para que a mulher se sinta encorajada a prosseguir. É o profissional que faz o encaminhamento para os demais e que precisa sempre estar atualizado e ter embasamento teórico para aliar a sua prática, de maneira a fazer o melhor trabalho para ajudar a vítima, já tão fragilizada emocional e psicologicamente.
O conhecimento e a preparação são aliados indispensáveis do profissional do serviço social, pois evitam equívocos e até mesmo impede que haja a violência institucional, tão comum quando a mulher faz sua denúncia, que é quando os profissionais, de maneira geral, desacreditam a vítima, a constrangem, não dão importância e não oferecem atendimento de qualidade.
Precisamos lembrar que é muito importante que o próprio assistente social precisa estar com sua saúde física e mental em perfeito estado para que ele possa desempenhar sua função com eficiência e responsabilidade. O profissional sobrecarregado não consegue ajudar a vítima e o problema pode se tornar muito maior. 
Portanto, o assistente social é um profissional que, juntamente com sua equipe, trabalha com mulheres vítimas de violência e precisam ter a sagacidade para resolver problemas de maneira ágil, visto que em muitos casos, após a queixa de violência doméstica contra seu companheiro ou familiar, ela acaba perdendo a vida.
Esta é uma luta que não pode ser isolada, abrange os variados setores da sociedade, que precisam se aliar para dar fim à violência. O investimento na educação é fundamental e é um dos segmentos que precisam estar na luta, ensinando as crianças e adolescentes que é preciso respeitar quando o amigo diz não, ensinar as meninas desde muito cedo a se empoderarem, não deixarem que a dependência emocional domine sua vida adulta, ministrando palestras que ensinem o que é a violência de gênero, o que é o machismo, feminismo e a luta das mulheres pelos seus direitos. 
No âmbito tanto da educação quanto do serviço social, pode-se trabalhar com palestras e meios que façam com que a comunidade esteja sempre atenta as formas de violência contra a mulher, que pode ser por meios implícitos, como a violência simbólica, até formas mais graves como a agressão física. A partir do momento que a mulher passa a conhecer os sinais de um abusador é muito mais fácil lutar contra a violência.
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