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tcc POLICIAMENTO COMUNITÁRIO E SUA INFLUÊNCIA NAS UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA.

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA 
CURSO SUPERIOR TECNÓLOGICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP 
 
 
 
SAULO MONTEIRO DE AZEREDO 
POLICIAMENTO COMUNITÁRIO E SUA INFLUÊNCIA NAS UNIDADES DE 
POLÍCIA PACIFICADORA. 
 
 
 
Artigo a ser apresentado à Banca do Exame do 
Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública 
da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, 
como requisito para aprovação na disciplina de TCC 
em Segurança Pública. 
 
 
 
ORIENTADOR 
Professor Rafael Altafin Galli 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Maio de 2021. 
2 
 
POLICIAMENTO COMUNITÁRIO E SUA INFLUÊNCIA NAS UNIDADES DE 
POLÍCIA PACIFICADORA. 
 
 
 
 
 
[Saulo Monteiro de Azeredo]
1
 
[Rafael Altafin Galli]
2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente artigo tem como objetivo central, debater de maneira conceitual sobre o 
policiamento comunitário, sobretudo a sua influência nas unidades pacificadoras. Foi possível 
concluir que a segurança pública tem sido caracterizada como um grande problema social 
primordialmente da atribuição da polícia, sendo inegável que a necessidade de participação de 
todos, pessoas físicas e jurídicas e não somente do Estado. As UPPs adotando o sistema de 
polícia comunitária possibilita a melhor qualidade de vida e segurança pública nos locais onde 
é implantado, sendo de grande importância para a comunidade desde que se empenhe junto a 
polícia, praticando os princípios e a própria filosofia que a polícia comunitária possui. A 
justificativa para a escolha do tema paira sobre sua contemporaneidade, bem como na 
expectativa de contribuir para o âmbito acadêmico. O método de pesquisa empreendido segue 
natureza qualitativa, com pesquisa do tipo bibliográfica. 
 
Palavras-chave: Policiamento Comunitário; Polícia Pacificadora; Comunidade. 
 
1 Graduando em Tecnólogo em Segurança Pública pela UNESA – Universidade Estácio de Sá. E-mail: 
sauloazeredo13sa@gmail.com 
2 Professor orientador Rafael Altafin Galli UNESA – Universidade Estácio de Sá. 
 
3 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O referido trabalho tem por objetivo a análise da discussão sobre o policiamento 
comunitário e sua influência nas unidades de polícia pacificadora, tendo como base os 
princípios norteadores regentes na polícia comunitária. Contudo, o desenvolvimento do 
presente trabalho foi através de revisão de diversos artigos bibliográficos científicos, com 
citações de autores de grande relevância para o tema, dentre eles, Milena Fontoura e Robert 
Trojanowicz. 
No primeiro capítulo é apresentada uma breve síntese sobre o policiamento 
comunitário e seu conceito histórico, nos trazendo a sua definição além das evoluções 
constantes que este vem sofrendo ao longo dos anos. 
Quanto à estrutura dessa monografia, será proposto no segundo capítulo os princípios 
pertinentes ao policiamento comunitário, sendo apresentado dez princípios. 
Em seguida veremos a respeito dos aspectos conceituais e característicos da Segurança 
Pública que por ser uma instituição ativa, é um dos órgãos do poder do Estado precisando de 
constante atualização e aperfeiçoamento. Assim como as demais entidades públicas, entende-
se que é fundamental a proximidade do cidadão para a Polícia Comunitária, com o objetivo 
específico de democratizá-la, permitindo uma correlação entre polícia e comunidade, no que 
se trata às suas ações no combate à violência. 
Após abordar os aspectos conceituais e característicos da Segurança Pública, veremos 
no capítulo conseguinte a questão norteadora deste artigo científico que nos traz uma 
transformação social, falaremos sobre a breve definição de polícia pacificadora e sua proposta 
de abordagem. 
O presente artigo científico tem como hipótese que a polícia comunitária quando é 
bem orientada, implantada com um bom desenvolvimento e acima de tudo aceita, traz grandes 
mudanças para a comunidade, além de melhoras na segurança e automaticamente no bem 
estar da mesma. 
No último tópico deste trabalho será apresentado a respeito da influência do 
policiamento comunitário nas unidades de polícia pacificadora com objetivo de averiguar se o 
método da polícia comunitária instalada nas UPPs consegue alcançar o propósito de ter uma 
boa segurança pública com base no apoio das comunidades, quando implantada e 
desenvolvida de acordo com a filosofia e doutrina prevista nos princípios da polícia 
comunitária. 
4 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
 
2.1 O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO E SEU CONCEITO HISTÓRICO 
 
O policiamento comunitário trata-se de uma filosofia que ganhou vigor nas décadas de 
70 e 80, no momento em que as organizações policiais em variados países da América do 
Norte e da Europa Ocidental começaram a proporcionar diversas mudanças na estrutura e 
funcionamento a respeito da forma de encarar o problema da criminalidade. 
 
De acordo com Fernandes a polícia comunitária é: 
 
[...] um serviço policial que se aproxime das pessoas, com nome e cara bem 
definidos, com um comportamento regulado pela freqüência pública cotidiana, 
submetido, portanto, às regras de convivência cidadã, pode parecer um ovo de 
Colombo (algo difícil, mas não é). A proposta de Polícia Comunitária oferece uma 
resposta tão simples que parece irreal: personalize a polícia, faça dela uma presença 
também comum.
3
 
 
 
Dentre os diversos motivos que contribuem para a perspectiva da importância da 
polícia comunitária em se tratando de violência e criminalidade, é que se trata de um 
policiamento voltado para executar um trabalho de prevenção juntamente com a população e, 
não apenas para situações de atendimento de ocorrência e investigações criminais. O 
policiamento tem mais probabilidades de encarar os desafios que representam abolir as causas 
que geram violência na sociedade atual. 
 
A polícia comunitária é designada por haver a necessidade de parceria entre a polícia e 
a comunidade, que tem por objetivo garantir a maior segurança da população. 
 
Conforme conceitua Robert Trojanowicz e BonnieBucqueroux: 
 
O policiamento comunitário é uma filosofia e uma estratégia organizacional que 
proporciona uma nova parceria entre a população e a polícia. Baseia-se na premissa 
de que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar juntas para identificar, 
priorizar, e resolver problemas contemporâneos tais como crime, drogas, medo de 
 
3
FERNANDES, Rubem César. In: Policiamento comunitário: Como começar. Rio de Janeiro: PMERJ, 1994. 
5 
 
crime, desordens físicas e morais, e em geral a decadência do bairro, com o objetivo 
de melhor a qualidade geral da vida na área.
4
 
 
Sendo assim, a equipe policial deverá descobrir métodos e meios de pôr em prática 
esta filosofia no intuito de encontrar a prevenção, antes mesmo de vir a ocorrer problemas. 
Vale ressaltar que as estratégias de policiamento serão tratadas de forma diferenciada 
conforme a necessidade de cada comunidade, haja vista que as diferenças entre elas podem 
ser imensas e inúmeras. Contudo, para que este tipo de polícia passe a agir de acordo com o 
novo método de trabalho, necessitará fazer a modificação da estrutura organizacional até a sua 
forma de operar. 
 
Como bem salienta Trajanowicz comenta que: 
 
 
O sucesso ou fracasso definitivo do policiamento comunitário repousam em um 
consenso a ser alcançado a respeito do que significa o conceito de policiamento 
comunitário. Se a definição for demasiado vaga, então um número excessivo de 
programas serão qualificados como já participando do policiamento comunitário, o 
que leva a pensar que o policiamento comunitário não exige nenhuma mudança 
substancial.
5
 
 
 
O sistema de policiamento comunitário teve início no Brasil no ano de 1980, de forma 
mais reservada, tendo em vista que este sistema era utilizado por número reduzido de 
policiais. No entanto, havia uma tremenda dificuldade por nãohaver uma estrutura política de 
segurança pública nacional, que organizasse as formas de determinação a respeito da melhoria 
na atuação da polícia, visando à busca do bem estar da população de forma geral. Portanto, 
quando algumas regiões resolveram por adotar este modelo como método para amenizar a 
violência e a criminalidade das comunidades, não existiam leis ou planos do governo federal, 
nem incentivos por parte destes. Bayley e Skolnick enumeram os benefícios do Policiamento 
Comunitário: 
 
I – Benefícios Políticos - O Policiamento Comunitário é um jogo em que a polícia 
sempre ganha. Caso o programa seja bem sucedido a polícia fica com os créditos. 
Na hipótese de um fracasso total, poderá argumentar que a redução da violência 
requer a intensificação dos métodos tradicionais. II – Apoio Popular - O 
 
4
TROJANOWICZ, Robert; BUCQUEROUX, Bonnie. Policiamento Comunitário: como começar. Tradução 
Mina Seinfeld de Carakushansky. 2 ed. São Paulo: Editora Parma, 1999. P. 4/5. 
5
 TRAJANOWICZ, R, BUCQUEROUX, B. Policiamento Comunitário: Como Começar. Rio de Janeiro: 
PMERJ, 1994, p.2 
6 
 
Policiamento Comunitário é uma oportunidade, para que a polícia penetre na 
comunidade conquistando seu apoio para as atividades de segurança. Desse modo, a 
polícia tem aberto um canal para falar e ser ouvida, no qual pode explicar seus 
métodos e associar-se às iniciativas da comunidade. III – Construindo o Consenso - 
O Policiamento Comunitário é um meio de desenvolver o consenso, entre polícia e 
público, sobre o uso apropriado da lei e da força. As forças policiais têm obrigação 
não apenas de capturar os criminosos, mas também de manter a ordem nas locais 
públicos. IV – Moral Policial - Contatos positivos são estabelecidos por meio do 
programa, assim, o policial recebe apoio do público, que necessita de seu auxílio, 
para o exercício de sua atividade, sendo sua presença aceita e desejável, mudando o 
ânimo do agente de trabalhar sob o olhar de hostilidade e desconfiança. V – Estatura 
Profissional - O Policiamento requer um novo tipo de profissional que tenha 
iniciativa e saiba lidar com as novas dinâmicas estratégicas do serviço. Não basta, 
agora, ser grande e forte, outros atributos são necessários: empatia, flexibilidade, 
capacidade analítica e de comunicação. VI – Desenvolvimento de Carreira - 
Considerando-se esses novos atributos, surgem novas formas de avaliação interna do 
trabalho policial, ao mesmo tempo, novas oportunidades de carreira para os policiais 
mais diversificados.
6
 
 
 
Esses benefícios permitem que o policial tenha atitudes mais ativas dando a 
possibilidade para que tenham mais flexibilização na desenvoltura de seu trabalho, ganhando 
reconhecimento da população. Na esfera da corporação cria uma visão de polícia cidadã, 
quebrando o protótipo de uma visão advinda do regime militar, de uma polícia autoritária que 
não respeita os Direitos Humanos, que grande parte da população nos dias atuais ainda a 
interpreta assim. 
Contudo, no ano de 2000, no governo de Fernando Henrique Cardoso que trazia o 
apoio a polícia comunitária nos Estados, tendo o compromisso nº 12, onde visava a 
capacitação profissional e a adaptação das polícias, conforme descrito: 
 
 
A qualificação e a valorização do profissional de segurança pública são pilares de 
qualquer programa consistente de redução de criminalidade. A evolução do crime 
exige constante aperfeiçoamento dos equipamentos e conhecimentos policiais. Por 
outro lado, o policial deve ser permanentemente capacitado para servir sua 
comunidade. É hoje consenso em todo o mundo que a eficiência da polícia está 
diretamente ligada a sua proximidade da população e ao grau de confiança 
alcançado junto à comunidade. Será a ênfase dos programas de capacitação na área 
de segurança pública.
7
 
 
 
 
Insta salientar que é de suma importância a valorização da polícia em todos os 
aspectos para que possa ter mais melhorias quando se trata de segurança pública, entretanto 
 
6
 BAYLEY, David H. & SKOLNICK, Jorome. Policiamento comunitário. São Paulo: Editora da Universidade 
de São Paulo, n. 06, 2002. 
7
Plano Nacional de Segurança Pública. P.19 
7 
 
vale ressaltar que não é apenas esta questão, é indispensável à colaboração da comunidade 
para que juntos busquem a pacificidade social, para que possa ser reduzido o índice de 
criminalidade e violência. 
 
Vale considerar, também, o conceito demonstrado por Theodomiro Dias Neto: 
 
O policiamento comunitário expressa uma filosofia operacional orientada à divisão 
de responsabilidades entre polícia e cidadãos no planejamento e na implementação 
das políticas públicas de segurança. O conceito revela a consciência de que a 
construção de uma relação sólida e construtiva com a sociedade pressupõe um 
empenho da polícia em adequar as suas estratégias e prioridades às expectativas e 
necessidades locais.
8
 
 
 
No entanto, através da medida provisória nº 2.045-2 de julho de 2000, foi criada a 
Fundação Nacional de Segurança Pública – FNSP, sendo reeditada diversas vezes, e em 
seguida promulgada a Lei 10.201 de 14 de fevereiro de 2001, pelo Congresso Nacional com o 
intuito de „‟apoiar projetos de responsabilidade dos Governos dos Estados e do Distrito 
Federal, na área de Segurança Pública, e dos Municípios, onde haja guardas municipais‟‟.
9
 
Através da Lei nº 10.746, em 10 de outubro de 2003, a Fundação Nacional de Segurança 
Pública – FNSP sofreu novas alterações, modificando alguns artigos e providências. Sendo 
assim, em 2003 houve uma mudança do governo Fernando Henrique Cardoso para o governo 
do Luiz Inácio Lula da Silva sendo completamente pacífica em relação às questões de 
segurança pública, principalmente em relação à polícia comunitária. 
 
Conforme explica Wagner Ayala, 
 
A ideia central da Polícia Comunitária reside na possibilidade de propiciar uma 
aproximação dos profissionais de segurança junto à comunidade onde atuam, dando 
características humanas ao profissional de polícia, e não apenas um número de 
telefone ou uma instalação física referencial, realizando um amplo trabalho 
sistemático, planejado e detalhado.10 
 
 
Outrossim, com essa transição, a política de segurança pública não foi alterada e sim 
incrementada com a tentativa de aperfeiçoar mais e tentar melhorar cada vez mais o Plano 
 
8
DIAS NETO. Theodomiro. Policiamento e controle sobre a polícia: a experiência norte americana. P. 44. 
9
Medida Provisória nº 2.045-2, de 28 de julho de 2000. 
10
AYALA, Wagner. Polícia Comunitária. Disponível em: . Acesso em: 17 fevereiro de 2021. 
8 
 
Nacional de Segurança Pública, ou seja, independente da troca de governos, houve vontade de 
continuar cumprindo com a necessidade de investir na participação da comunidade. Por fim, 
cumpre observar que os papéis das polícias comunitárias são exercidas pelas Instituições 
Policiais, englobando a Polícia Militar e Polícia Civil juntamente com a comunidade. 
Portanto, levando em consideração a grande importância da evolução histórica do 
policiamento comunitário, e diante das modificações que vem sofrendo ao longo dos anos, 
estaremos vendo a seguir no próximo tópico deste artigo científico, os princípios pertinentes 
ao policiamento comunitário. 
 
 
2.2 PRINCÍPIOS PERTINENTES AO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO 
 
O policiamento comunitário vem de uma filosofia, de uma forma de pensar e uma 
estratégia organizacional que é maneira de desenvolver a filosofia, que permite à polícia e às 
pessoas trabalharem em conjunto, com objetivo de resolver os problemas da violência e 
criminalidade de forma geral, das desordens físicas e sociais, além da qualidade geral de vida 
na comunidade. A filosofia trata-se de uma crença de que as pessoas merecem participarno 
processo policial. Além disso, trata-se também de uma crença de que as soluções para os 
problemas atuais da comunidade exigem a participação das pessoas e da polícia para poder 
obter resultados, além de explorar métodos de lidar com as preocupações do lugar. 
Para uma implantação do sistema de Policiamento Comunitário é necessário ter 
conhecimento dos princípios básicos a este inerente, praticando-os permanentemente e com 
total honestidade de propósitos, são estes: 
 
Filosofia e Estratégia Organizacional: A base desta filosofia é a comunidade. Para 
direcionar seus esforços, a Polícia, ao invés de buscar idéias pré-concebidas, deve 
buscar, junto às comunidades, os anseios e as preocupações das mesmas, a fim de 
traduzi-los em procedimentos de segurança; 
Comprometimento da Organização com a concessão de poder à Comunidade: 
Dentro da comunidade, os cidadãos devem participar, como plenos parceiros da 
polícia, dos direitos e das responsabilidades envolvidas na identificação, priorização 
e solução dos problemas; 
Policiamento Descentralizado e Personalizado: É necessário um policial 
plenamente envolvido com a comunidade, conhecido ela mesma e conhecedor de 
suas realidades; 
Resolução Preventiva de Problemas a curto e a longo prazo: A idéia é que o 
policial não seja acionado pelo rádio, mas que se antecipe à ocorrência. Com isso, o 
número de chamadas do COPOM deve diminuir; 
Ética, Legalidade, Responsabilidade e Confiança: O Policiamento Comunitário 
pressupõe um novo contrato entre a polícia e os cidadãos aos quais ela atende, com 
9 
 
base no rigor do respeito à ética policial, da legalidade dos procedimentos, da 
responsabilidade e da confiança mútua que devem existir; 
Extensão do Mandato Policial: Cada policial passa a atuar como um chefe de 
polícia local, com autonomia e liberdade para tomar iniciativa, dentro de parâmetros 
rígidos de responsabilidade. O propósito, para que o Policial Comunitário possua o 
poder, é perguntar-se: 
- Isto está correto para a comunidade? 
- Isto está correto para a segurança da minha região? 
- Isto é ético e legal? 
- Isto é algo que estou disposto a me responsabilizar? 
- Isto é condizente com os valores da Corporação? 
Se a resposta for Sim a todas essas perguntas, não peça permissão. Faça-o! 
 Ajuda às pessoas com Necessidades Específicas: Valorizar as vidas de pessoas 
mais vulneráveis: jovens, idosos, minorias, pobres, deficientes, sem teto, etc. Isso 
deve ser um compromisso inalienável do Policial Comunitário; 
Criatividade e apoio básico: Ter confiança nas pessoas que estão na linha de frente 
da atuação policial, confiar no seu discernimento, sabedoria, experiência e sobretudo 
na formação que recebeu. Isso propiciará abordagens mais criativas para os 
problemas contemporâneos da comunidade; 
Mudança interna: O Policiamento Comunitário exige uma abordagem plenamente 
integrada, envolvendo toda a organização. É fundamental a reciclagem de seus 
cursos e respectivos currículos, bem como de todos os seus quadros de pessoal. É 
uma mudança que se projeta para 10 ou 15 anos; 
Construção do Futuro: Deve-se oferecer à comunidade um serviço policial 
descentralizado e personalizado, com endereço certo. A ordem não deve ser imposta 
de fora para dentro, mas as pessoas devem ser encorajadas a pensar na polícia como 
um recurso a ser utilizado para ajudá-las a resolver problemas atuais de sua 
comunidade.
11
 
 
 
Sendo assim, o cidadão em seu pleno direito, capacidade e competência, deve sempre 
contribuir com o que puder na segurança e no bem estar do coletivo. A base da filosofia da 
polícia comunitária é a própria comunidade, os cidadãos devem colaborar com a polícia a fim 
de priorizar a solução dos problemas em questão. 
 
 
2.3 ASPECTOS CONCEITUAIS E CARACTERÍSTICOS DA SEGURANÇA 
PÚBLICA 
 
A segurança pública trata-se da responsabilidade exclusiva do Estado, que tem o dever 
de garantir à sociedade a ordem pública, livre de crimes, ameaças e violência, com o objetivo 
de prevenir à criminalidade na região. 
Haja vista que até haver a promulgação da Constituição Federal de 1988, haviam duas 
concepções relacionadas à segurança pública, de um lado a ideia do combate, de outro lado à 
prestação do serviço público. 
 
11
 https://www.policiacomunitaria.ms.gov.br/principios-do-policiamento-comunitario/ Acesso em 17 de março 
de 2021. 
https://www.policiacomunitaria.ms.gov.br/principios-do-policiamento-comunitario/
10 
 
No sentido de distinção entre essas duas forças, Zaffaroni explica que a primeira ideia 
concebe: 
 
 [...] a missão institucional das polícias em termos bélicos: seu papel é “combater” 
os criminosos, que são convertidos em “inimigos internos”. As favelas são 
“territórios hostis”, que precisam ser “ocupados” através da utilização do “poder 
militar”. A política de segurança é formulada como “estratégia de guerra”. E, na 
“guerra”, medidas excepcionais se justificam. Instaura-se, então, uma “política de 
segurança de emergência” e um “direito penal do inimigo” 
12
 
 
 
O art. 144 da CRFB/88 estabelece que: 
 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, 
é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
13
 
 
 
 
Sendo assim, é uma responsabilidade dividida entre os governos federal, estadual e 
municipal. É praticada para a proteção das pessoas e do patrimônio, assim como a 
preservação da ordem pública. Contudo, essas ações se dão através das diversas polícias, 
como a rodoviária federal, a polícia civil, a polícia militar além do corpo de bombeiros. 
Insta salientar que casa município deve realizar uma pesquisa a respeito da situação 
que se encontra a segurança pública, para solucionar um problema é necessário conhecê-lo. 
Para o combate da criminalidade e violência, os governos podem se unir para fazer mais do 
que apenas apostar em ações repressivas, podem também ter o apoio dos cidadãos para a 
prevenção. Com isso, o município pode buscar métodos de políticas preventivas ao crime que 
tem a população como principal alvo, principalmente tratando-se de crianças e adolescentes. 
 
Entretanto, segundo Donnelly: 
 
 
12
 SOUZA NETO, Cláudio Pereira de. Segurança Pública na Constituição Federal de 1988: conceituação 
constitucionalmente adequada, competências federativas e órgãos de execução da política. Disponível em: 
http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1205505974174818181901.pdf Acesso em: 30/03/2021. 
13
 BRASIL. Constituição Federal de 1988. In: Vade mecum 21º Edição. São Paulo: Saraiva. 2019. 
http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1205505974174818181901.pdf
11 
 
Desenvolvimento, democracia e direitos humanos tornaram-se idéias políticas 
hegemônicas na sociedade internacional do final do século vinte. Virtualmente, 
todos os países reivindicam perseguir o crescimento econômico rápido e sustentável 
(“desenvolvimento”), participação política popular (“democracia”) e respeito aos 
direitos humanos de seus cidadãos (“direitos humanos”).
14
 
 
 
 
Nos últimos anos, a questão da segurança pública passou a ser considerado um grande 
problema e um tremendo desafio para o Estado. Problemas estes como: aumento da taxa de 
criminalidade, insegurança pública, principalmente em grandes centros, violência policial, 
falta de prevenção de nossas instituições, presídios superpopulosos, lugares precários para a 
internação dos jovens que estão em conflito com a lei, corrupção e etc., todos esses fatores 
contribuem no processo de democratização política. 
 A SegurançaPública prevê diversos tipos de ações de caráter preventivo como 
emprego, educação, saúde e etc. Define crimes, fiscaliza e reprime, pune e ressocializa. Trata-
se de um direito previsto na Constituição Federal de 1988, sendo dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos. A Segurança Pública deve ser praticada para preservar a ordem 
pública e a segurança das pessoas e dos patrimônios, através de atuação conjunta, coordenada 
e estruturada dos órgãos de segurança pública da União, Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios, em prol da sociedade. Devendo ser aprimorado, a qual depende de decisões 
rápidas, medidas saneadoras e resultados imediatos. 
 
 
 
2.4 BREVE DEFINIÇÃO DE POLÍCIA PACIFICADORA E SUA PROPOSTA DE 
ABORDAGEM 
 
A Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) trata-se de uma ação pública que tem por 
objetivo o combate à criminalidade nas favelas e comunidades cariocas. Constitui-se em um 
projeto criado pela Secretaria Estadual de Segurança do Rio de Janeiro, com intuito também 
de constituir polícias comunitárias em comunidades como forma de controlar de maneira 
geral no Estado. 
 
As UPPs trabalham com os princípios da polícia de proximidade, um conceito que 
vai além da polícia comunitária e que tem sua estratégia fundamentada na parceria 
entre a população e as instituições da área de segurança pública. A atuação da 
polícia pacificadora, pautada pelo diálogo e pelo respeito à cultura e às 
 
14
 DONNELLY, Jack. Direitos Humanos, Democracia e Desenvolvimento. Disponível em: 
http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/26194-26196-1-PB.pdf Acesso em: 30/03/2021 
http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/26194-26196-1-PB.pdf
12 
 
características de cada comunidade, aumenta a interlocução e favorece o 19 
surgimento de lideranças comunitárias.
15
 
 
 
Esta ação é decorrente de um plano vindo dos poderes estaduais, municipais e 
federais, além da assistência de ONGs e entidades civis organizadas. As UPPs foram 
instaladas em locais que são considerados de extrema pobreza e miséria, além de uma baixa 
infraestrutura, com o nível médio de escolaridade bem baixo, e consequentemente onde há um 
nível de grande criminalidade armada e organizada. O grande e principal destaque das UPPs é 
que são organizadas em larga escala, adotando os princípios da polícia comunitária, que visa a 
relação direta da polícia com a população, a fim de preservar a segurança e zelar as condições 
de vida. 
Júlio Costa, afirma que: 
 
[...] assim está sendo concebido o POP-COM (Polícia Interativa) como um novo tipo 
de Policiamento Ostensivo, pois objetiva obter produtividade e qualidade no serviço 
de polícia ostensiva, prestados à sociedade, trazendo como inovação a possibilidade 
real de se aferir as ações ostensivas do policial militar no setor onde atua pontuando-
as e controlando de modo criterioso o seu desenvolvimento, através de informática.
16
 
 
 
Atualmente foram construídas 36 Unidades Pacificadoras, que contemplam 185 
comunidades, sendo a primeira inaugurada no dia 19 de dezembro de 2008, no município do 
Rio de Janeiro, na favela Santa Marta localizada na Zona Sul da cidade. No site da própria 
polícia militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), encontra-se a seguinte descrição: 
 
„‟A Unidade de Policiamento Pacificadora é um novo modelo de Segurança Pública 
e de policiamento que promove a aproximação entre a população e a polícia, aliada 
ao fortalecimento de políticas sociais nas comunidades. Ao recuperar territórios 
ocupados há décadas por traficantes e, recentemente, por milicianos, as UPPs levam 
a paz às comunidades do Morro Santa Marta (Botafogo – Zona Sul); Cidade de Deus 
(Jacarepaguá – Zona Oeste), Jardim Batam (Realengo – Zona Oeste) e Morro da 
Babilônia e Chapéu Mangueira (Leme – Zona Sul). (...) [Atualmente, as favelas dos 
Tabajaras e dos Cabritos, em Laranjeiras, do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo, em 
Copacabana, além da favela da Providência, no Centro, já foram contempladas com 
UPPs]. Criadas pela atual gestão da secretaria de Estado de Segurança, as UPPs 
trabalham com os princípios da Polícia Comunitária. A Polícia Comunitária é um 
conceito e uma estratégia fundamentada na parceria entre a população e as 
 
15
Site oficial das Unidades de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro. Disponível em: 
<http:w.w.w.upprj.com/index.php/as_upps. Acesso: 14 de março de 2021. 
16
 COSTA, Júlio C. PMES. Diretrizes para implantação e Implementação da Polícia Interativa. Espírito 
Santo: PMESP, 1995, p.88. 
13 
 
instituições da área de segurança pública (...) Até o fim de 2010, 3,5 mil novos 
policiais serão destinados às Unidades Pacificadoras‟‟. 
17
 
 
 
O intuito das iniciativas adotadas pelas UPPsé a inovação na política de segurança do 
governo estadual, a ocupação permanente nas comunidades por si só já vinha sendo feita pelo 
Grupamento de Policiamento de Áreas Especiais em algumas localidades, mas por levar a 
pretensão do policiamento comunitário, cuja intenção é o contato direto e solidário entre os 
policiais e moradores da região, para uma melhor identificação dos problemas na localidade, 
de maneira a identificar os procedimentos de segurança mais adequados. No entanto, a 
PMERJ disponibiliza para as UPPs, uma equipe de policiais recém-formados, com a devida 
instrução para este tipo de policiamento, antes de tudo o comando do Batalhão de Operações 
Especiais da PM (BOPE) informa aos moradores o que são as unidades e como serão os 
procedimentos adotados para a sua implementação. 
Para implantar uma UPP, os departamentos policiais necessitam de técnica, 
inteligência, necessidade de presídios adequados e, se possível, uma legislação mais justa e 
célere. Esse processo de implantação é feito através de 03 fases principais: 
 
Fase de levantamento de dados: Nesta primeira fase vamos colher vários tipos de 
informações sobre o local, é feito o levantamento dos dados sócios econômicos, 
populacionais, quantidade de escolas e igrejas, número de domicílios existentes no 
local. É a fase de planejamento da ocupação no local. O Instituto de Segurança é 
responsável por emitir relatórios estatísticos roubos de veículos, homicídios dolosos, 
roubos cometidos na comunidade. Nesta fase também é analisado a quantidade de 
bandidos que integram a facção e o armamento utilizado, são todos levantados pela 
Secretaria de Estado de Segurança Pública, junto com a Polícia Militar e Civil que 
avaliam a influência da facção e a sua área de atuação nos bairros vizinhos e demais 
regiões da cidade. É nessa fase também que se determina a quantidade de policiais, 
materiais e equipamento necessários para a implantação da unidade pacificadora. 
Quando as informações são concluídas é repassado as informações ao comando da 
Polícia Militar, que em conjunto com o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) se 
inicia a segunda fase, a de ocupação. 
Fase de Ocupação: Nesta fase não tem um prazo determinado para ser finalizada, 
depende diretamente da resistência dos criminosos e a complexidade do local a ser 
ocupado. É o momento de se obter o controle total da região. 
Fase de Avaliação: É a fase de avaliação dos serviços prestados a comunidade pelos 
policiais da UPP. É a fase onde se ouve os moradores, com o intuito de avaliar a 
qualidade da intervenção, saber quais os benefícios que trouxe para comunidade, ou 
seja, avaliar os resultados da operação realizada.
18
 
 
 
 
 
17
Site oficial das Unidades de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro. Disponível em: 
<http:www.upprj.com/index.php/as_upps. Acesso: 14 de março de 2021. 
18
Blog Militar Legal <http://www.militarlegal.blogpost.com> 
14 
 
Um dos aspectos positivos das Unidades de Polícia Pacificadorano Brasil é poder 
recolocar o Poder Público diretamente nas comunidades mais carentes, garantindo a 
população seu direito principal de ir e vir, além da possibilidade de existência de comércios e 
o fornecimento de todos os serviços para os moradores dessa localidade. Ademais, outra 
vantagem verificada é a maior qualidade de vida que trouxe aos moradores. 
Contudo, claramente, como qualquer projeto, este não seria diferente, o programa 
ainda tem problemas e pode ser melhorado cada vez mais, principalmente em regiões mais 
complicadas, em que a operação não está completamente instalada, é necessário garantir a 
segurança para que se possa conseguir desenvolver e atender toda população para que nosso 
país cresça de maneira mais segura, justa e igualitária. 
 
 
2.5 A INFLUÊNCIA DO POLICIAMENTO COMUNTÁRIO NAS UNIDADES DE 
POLÍCIA PACIFICADORA 
 
O policiamento comunitário realizado pelas Unidades de Polícia Pacificadoras (UPP) 
busca visar não somente a prevenção e redução da criminalidade, mas acima de tudo, diminuir 
os riscos causados pela violência. Trata-se de um método de providência de uma finalidade de 
bem comum, que tem a pretensão de proporcionar uma melhor qualidade de vida à população. 
A tática de policiamento comunitário é a mais adequada para indicar uma conduta de polícia 
no século atual. 
 
Como foi colocado na conclusão da pesquisa coordenada por Ignacio Cano: 
 
 
Há várias diferenças entre o modelo da UPP e os princípios tradicionais do 
policiamento comunitário. Entre elas, o funcionamento interno da UPP é fortemente 
centralizado, o projeto não possui instâncias formalizadas de interlocução 
comunitária para além do Café Comunitário comum em muitos batalhões, e não 
adota as prioridades da comunidade na área de segurança como próprias. Em suma, 
o projeto das UPPs é vertical, de cima para baixo, e de fora para dentro das 
comunidades, que não possuem muita influência na sua concepção e na sua 
aplicação.
19
 
 
 
 
19
CANO, Ignacio (Coord.) Os donos do morro: uma avaliação exploratória do impacto das Unidades de Polícia 
Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fórum Brasileiro de Segurança Pública em Cooperação 
com o Laboratório de Análise da Violência (LAV-UERJ), 2012. Disponível em: . Acesso em: jun. 2014. 
15 
 
As UPPs são estratégias que trazem esperança para a população no sentido de 
demonstrar soluções para as barbaridades que vivemos atualmente. Através da utilização da 
filosofia das polícias comunitárias, as UPPs pretendem assegurar os princípios básicos que 
estão carecidos por força da criminalidade e violência, além da falta de democracia e 
cidadania nas localidades mais carentes. Todos tem o direito de ir e vir, além de permanecer, e 
muitos acabam não tendo a possibilidade de trabalhar, se divertir, estudar por força da 
marginalidade, sendo frustradas muitas vezes por ausência do Estado. 
A cooperação entre a polícia comunitária e o cidadão pode ainda apresentar diversos 
pontos positivos, tais como, uma boa administração e resolução de conflitos além de 
problemas deste tipo de origem, além de progredir na segurança e motiva ainda mais os 
policiais e membros da comunidade a enfrentarem os problemas com a violência e 
criminalidade. De acordo com essas informações, se torna claro que a devida implantação do 
policiamento comunitário contribui para a prevenção do crime e o aumento da preservação 
dos direitos principais e individuais além da dignidade da pessoa humana com previsão em 
nossa Carta Magna e na Constituição Federal. 
A estratégia política de combate a criminalidade principalmente ao que tange o crime 
organizado no Estado do Rio de Janeiro foi criada basicamente sob pressão. A Secretaria de 
Segurança já vinha estudando possibilidades de recuperar determinados territórios 
completamente invadidos pelo crime organizado, sendo assim, a iniciativa se sobressaiu 
trazendo grandes características para reforçar o vínculo com a população. 
 
Em conclusão, Ignacio Cano expõe que: 
 
 
A análise dos gráficos aponta que a presença das UPP consegue efetivamente 
reduzir drasticamente a violência letal nas comunidades ocupadas. Em particular, as 
mortes de civis por intervenção policial tornam-se muito raras, em função do fim 
dos confrontos armados pela disputa do território e, talvez, de uma estratégia policial 
mais contida. Da mesma forma, os roubos também caem numa proporção maior à do 
resto da cidade, indicando que a redução da criminalidade armada é um dos 
principais resultados locais das UPPs.
20
 
 
 
 
20
CANO, Ignacio; BORGES, Doriam; RIBEIRO, Eduardo (Org.). Os Donos do morro: uma avaliação 
exploratória do impacto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: 
LAV/UERJ, 2012. 
16 
 
Desde o início, era bem clara a ideia de que a violência era e ainda é um dos principais 
problemas de Estado e isto prejudica principalmente o bem estar da população, sendo assim, o 
combate a criminalidade sempre foi um dos principais objetivos. 
 A Unidade de Polícia Pacificadora trata-se de um novo modelo de segurança pública e 
de policiamento que tem por objetivo a aproximação entre a população e a polícia, além do 
progresso das políticas sociais em comunidades. Ao apaziguar territórios completamente 
dominados pela marginalidade há décadas, as UPPs trabalham para levar paz às comunidades 
e garantem o direito de ir e vir com mais segurança, juntamente com a gestão da Secretaria de 
Estado de Segurança Pública, as UPPs trabalham aplicando os princípios da Polícia 
Comunitária. 
 
Em suma, o policiamento comunitário eleva em muitos decibéis a comunicação 
entre polícia, demais órgãos públicos e sociedade civil, recaindo as maiores 
responsabilidades da interação ao primeiro componente da tríade.
21
 
 
 
A polícia comunitária é uma ideia fundamentada na união entre comunidade e as 
instituições da área de segurança pública. O objetivo primordial da UPP é a utilização da 
filosofia do policiamento comunitário, executando um tipo de policiamento diferenciado nas 
áreas sob sua responsabilidade, em parceria com o povo. Pressupõe uma participação maior 
dos cidadãos do que a polícia comunitária. 
 
Observa-se, portanto, uma ampliação significativa do papel do cidadão no 
provimento da segurança pública, no trabalho conjunto com a polícia na 
identificação dos problemas considerados mais urgentes em cada comunidade e na 
busca de estratégias que se mostrem eficazes para solucioná-las. 
22
 
 
 
O policiamento comunitário aplicado as UPPs objetiva não somente a reduzir e 
prevenir a criminalidade, mas acima de tudo, reduzir os riscos de danos acometidos às vítimas 
e moradores. Contudo, podemos dizer que se trata de uma tática de prevenção que tem por 
finalidade o bem em comum, visando proporcionar uma melhor qualidade de vida a 
população local. 
 
21
MELO, Thiago de S. Policiamento comunitário no Rio de Janeiro: uma estratégia de ampliação do controle 
social no contexto do neoliberalismo. 2009. 114 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia e Direito) – 
Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2009. 
22
MONTEIRO, Milena Fontoura. O policiamento comunitário como alternativa à democratização da polícia. 
2005. 249 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Direito, Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, 2005. 
Disponível em: . Acesso em: 17 fevereiro 2021. 
17 
 
 
 
3. CONSIDERAÇÕES 
 
É nítido que a segurança não só do Estado do Rio de Janeiro assim como muitas 
regiões do nosso país é questionável e sempre foi um grande problema. Durante décadas o 
nosso país sofreu com tamanha violência, criminalidade, desigualdade social, dentre outros. 
A constante criminalidade acaba por se tornar assuntoprincipal nas mídias, portanto 
vivemos em um cenário a qual a população teme pela própria vida, a insegurança se torna 
cada vez mais presente nos lares de todas as classes sociais. 
Com a inserção das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) demonstra que poderiam 
surgir mudanças na segurança pública, mesmo tendo ciência que não dá para acabar por 
completo com a violência de imediato, mas uma proposta de diminuir o índice. 
Perante exposto, observa-se que apesar dos avanços constatados, ainda é necessário o 
aperfeiçoamento da forma de organização das Unidades de Polícia Pacificadora no Brasil, 
além de um maior controle das atividades policiais nessas áreas para que se verifique um 
aumento efetivo na diminuição da violência, principalmente em comunidades sem recursos 
financeiros, sem alcance aos direitos fundamentais das populações que ocupam as áreas 
policiadas. 
Há necessidade do Poder Público estar presente em todas as comunidades não apenas 
através da polícia, mas, principalmente, por meio dos serviços essenciais básicos ao alcance 
de uma vida digna, como por exemplo, posto de saúde, uma escola, saneamento básico, locais 
de lazer, acesso ao transporte, ou seja, os direitos sociais fundamentais previstos na nossa 
Constituição Federal. 
O presente artigo científico tratou do policiamento comunitário e sua influência nas 
unidades de polícia pacificadora, e como visto no decorrer deste trabalho, as Unidades de 
Polícia Pacificadora juntamente com a estratégia da Polícia Comunitária tem por objetivo a 
aproximação entre a população e a polícia, além do progresso das políticas sociais em 
comunidades, com objetivo de combater a criminalidade nas comunidades. 
Conclui-se o presente artigo com a crença de que tanto o objetivo geral quanto 
específicos foi atendido, bem como a problemática de pesquisa foi solucionada. Contudo, 
como não era de intento, o assunto não fora esgotado, fora dado um primeiro e importante 
passo para o fomento de conhecimento e estímulo para o aprofundamento no tema, que pode 
ser feito em estudos posteriores, que visem corroborar, refutar ou complementares as 
18 
 
constatações obtidas até o momento. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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BAYLEY, David H. & SKOLNICK, Jorome. Policiamento comunitário. São Paulo: Editora 
da Universidade de São Paulo, n. 06, 2002. 
 
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2019. 
 
CANO, Ignacio (Coord.) Os donos do morro: uma avaliação exploratória do impacto das 
Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fórum 
Brasileiro de Segurança Pública em Cooperação com o Laboratório de Análise da Violência 
(LAV-UERJ), 2012. Acesso em: mar. 2021. 
 
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avaliação exploratória do impacto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio 
de Janeiro. Rio de Janeiro: LAV/UERJ, 2012. 
 
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http://www.militarlegal.blogpost.com/
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Medida Provisória nº 2.045-2, de 28 de julho de 2000. 
 
MELO, Thiago de S. Policiamento comunitário no Rio de Janeiro: uma estratégia de 
ampliação do controle social no contexto do neoliberalismo. 2009. 114 f. Dissertação 
(Mestrado em Sociologia e Direito) – Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2009. 
 
MONTEIRO, Milena Fontoura. O policiamento comunitário como alternativa à 
democratização da polícia. 2005. 249 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Direito, 
Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, 2005. Acesso em: 17 fevereiro 2021 
 
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TRAJANOWICZ, R, BUCQUEROUX, B. Policiamento Comunitário: Como Começar. Rio 
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TROJANOWICZ, Robert; BUCQUEROUX, Bonnie. Policiamento Comunitário: como 
começar. Tradução Mina Seinfeld de Carakushansky. 2 ed. São Paulo: Editora Parma, 1999. 
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