Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA CURSO SUPERIOR TECNÓLOGICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP SAULO MONTEIRO DE AZEREDO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO E SUA INFLUÊNCIA NAS UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA. Artigo a ser apresentado à Banca do Exame do Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, como requisito para aprovação na disciplina de TCC em Segurança Pública. ORIENTADOR Professor Rafael Altafin Galli Rio de Janeiro Maio de 2021. 2 POLICIAMENTO COMUNITÁRIO E SUA INFLUÊNCIA NAS UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA. [Saulo Monteiro de Azeredo] 1 [Rafael Altafin Galli] 2 RESUMO O presente artigo tem como objetivo central, debater de maneira conceitual sobre o policiamento comunitário, sobretudo a sua influência nas unidades pacificadoras. Foi possível concluir que a segurança pública tem sido caracterizada como um grande problema social primordialmente da atribuição da polícia, sendo inegável que a necessidade de participação de todos, pessoas físicas e jurídicas e não somente do Estado. As UPPs adotando o sistema de polícia comunitária possibilita a melhor qualidade de vida e segurança pública nos locais onde é implantado, sendo de grande importância para a comunidade desde que se empenhe junto a polícia, praticando os princípios e a própria filosofia que a polícia comunitária possui. A justificativa para a escolha do tema paira sobre sua contemporaneidade, bem como na expectativa de contribuir para o âmbito acadêmico. O método de pesquisa empreendido segue natureza qualitativa, com pesquisa do tipo bibliográfica. Palavras-chave: Policiamento Comunitário; Polícia Pacificadora; Comunidade. 1 Graduando em Tecnólogo em Segurança Pública pela UNESA – Universidade Estácio de Sá. E-mail: sauloazeredo13sa@gmail.com 2 Professor orientador Rafael Altafin Galli UNESA – Universidade Estácio de Sá. 3 1. INTRODUÇÃO O referido trabalho tem por objetivo a análise da discussão sobre o policiamento comunitário e sua influência nas unidades de polícia pacificadora, tendo como base os princípios norteadores regentes na polícia comunitária. Contudo, o desenvolvimento do presente trabalho foi através de revisão de diversos artigos bibliográficos científicos, com citações de autores de grande relevância para o tema, dentre eles, Milena Fontoura e Robert Trojanowicz. No primeiro capítulo é apresentada uma breve síntese sobre o policiamento comunitário e seu conceito histórico, nos trazendo a sua definição além das evoluções constantes que este vem sofrendo ao longo dos anos. Quanto à estrutura dessa monografia, será proposto no segundo capítulo os princípios pertinentes ao policiamento comunitário, sendo apresentado dez princípios. Em seguida veremos a respeito dos aspectos conceituais e característicos da Segurança Pública que por ser uma instituição ativa, é um dos órgãos do poder do Estado precisando de constante atualização e aperfeiçoamento. Assim como as demais entidades públicas, entende- se que é fundamental a proximidade do cidadão para a Polícia Comunitária, com o objetivo específico de democratizá-la, permitindo uma correlação entre polícia e comunidade, no que se trata às suas ações no combate à violência. Após abordar os aspectos conceituais e característicos da Segurança Pública, veremos no capítulo conseguinte a questão norteadora deste artigo científico que nos traz uma transformação social, falaremos sobre a breve definição de polícia pacificadora e sua proposta de abordagem. O presente artigo científico tem como hipótese que a polícia comunitária quando é bem orientada, implantada com um bom desenvolvimento e acima de tudo aceita, traz grandes mudanças para a comunidade, além de melhoras na segurança e automaticamente no bem estar da mesma. No último tópico deste trabalho será apresentado a respeito da influência do policiamento comunitário nas unidades de polícia pacificadora com objetivo de averiguar se o método da polícia comunitária instalada nas UPPs consegue alcançar o propósito de ter uma boa segurança pública com base no apoio das comunidades, quando implantada e desenvolvida de acordo com a filosofia e doutrina prevista nos princípios da polícia comunitária. 4 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO E SEU CONCEITO HISTÓRICO O policiamento comunitário trata-se de uma filosofia que ganhou vigor nas décadas de 70 e 80, no momento em que as organizações policiais em variados países da América do Norte e da Europa Ocidental começaram a proporcionar diversas mudanças na estrutura e funcionamento a respeito da forma de encarar o problema da criminalidade. De acordo com Fernandes a polícia comunitária é: [...] um serviço policial que se aproxime das pessoas, com nome e cara bem definidos, com um comportamento regulado pela freqüência pública cotidiana, submetido, portanto, às regras de convivência cidadã, pode parecer um ovo de Colombo (algo difícil, mas não é). A proposta de Polícia Comunitária oferece uma resposta tão simples que parece irreal: personalize a polícia, faça dela uma presença também comum. 3 Dentre os diversos motivos que contribuem para a perspectiva da importância da polícia comunitária em se tratando de violência e criminalidade, é que se trata de um policiamento voltado para executar um trabalho de prevenção juntamente com a população e, não apenas para situações de atendimento de ocorrência e investigações criminais. O policiamento tem mais probabilidades de encarar os desafios que representam abolir as causas que geram violência na sociedade atual. A polícia comunitária é designada por haver a necessidade de parceria entre a polícia e a comunidade, que tem por objetivo garantir a maior segurança da população. Conforme conceitua Robert Trojanowicz e BonnieBucqueroux: O policiamento comunitário é uma filosofia e uma estratégia organizacional que proporciona uma nova parceria entre a população e a polícia. Baseia-se na premissa de que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar juntas para identificar, priorizar, e resolver problemas contemporâneos tais como crime, drogas, medo de 3 FERNANDES, Rubem César. In: Policiamento comunitário: Como começar. Rio de Janeiro: PMERJ, 1994. 5 crime, desordens físicas e morais, e em geral a decadência do bairro, com o objetivo de melhor a qualidade geral da vida na área. 4 Sendo assim, a equipe policial deverá descobrir métodos e meios de pôr em prática esta filosofia no intuito de encontrar a prevenção, antes mesmo de vir a ocorrer problemas. Vale ressaltar que as estratégias de policiamento serão tratadas de forma diferenciada conforme a necessidade de cada comunidade, haja vista que as diferenças entre elas podem ser imensas e inúmeras. Contudo, para que este tipo de polícia passe a agir de acordo com o novo método de trabalho, necessitará fazer a modificação da estrutura organizacional até a sua forma de operar. Como bem salienta Trajanowicz comenta que: O sucesso ou fracasso definitivo do policiamento comunitário repousam em um consenso a ser alcançado a respeito do que significa o conceito de policiamento comunitário. Se a definição for demasiado vaga, então um número excessivo de programas serão qualificados como já participando do policiamento comunitário, o que leva a pensar que o policiamento comunitário não exige nenhuma mudança substancial. 5 O sistema de policiamento comunitário teve início no Brasil no ano de 1980, de forma mais reservada, tendo em vista que este sistema era utilizado por número reduzido de policiais. No entanto, havia uma tremenda dificuldade por nãohaver uma estrutura política de segurança pública nacional, que organizasse as formas de determinação a respeito da melhoria na atuação da polícia, visando à busca do bem estar da população de forma geral. Portanto, quando algumas regiões resolveram por adotar este modelo como método para amenizar a violência e a criminalidade das comunidades, não existiam leis ou planos do governo federal, nem incentivos por parte destes. Bayley e Skolnick enumeram os benefícios do Policiamento Comunitário: I – Benefícios Políticos - O Policiamento Comunitário é um jogo em que a polícia sempre ganha. Caso o programa seja bem sucedido a polícia fica com os créditos. Na hipótese de um fracasso total, poderá argumentar que a redução da violência requer a intensificação dos métodos tradicionais. II – Apoio Popular - O 4 TROJANOWICZ, Robert; BUCQUEROUX, Bonnie. Policiamento Comunitário: como começar. Tradução Mina Seinfeld de Carakushansky. 2 ed. São Paulo: Editora Parma, 1999. P. 4/5. 5 TRAJANOWICZ, R, BUCQUEROUX, B. Policiamento Comunitário: Como Começar. Rio de Janeiro: PMERJ, 1994, p.2 6 Policiamento Comunitário é uma oportunidade, para que a polícia penetre na comunidade conquistando seu apoio para as atividades de segurança. Desse modo, a polícia tem aberto um canal para falar e ser ouvida, no qual pode explicar seus métodos e associar-se às iniciativas da comunidade. III – Construindo o Consenso - O Policiamento Comunitário é um meio de desenvolver o consenso, entre polícia e público, sobre o uso apropriado da lei e da força. As forças policiais têm obrigação não apenas de capturar os criminosos, mas também de manter a ordem nas locais públicos. IV – Moral Policial - Contatos positivos são estabelecidos por meio do programa, assim, o policial recebe apoio do público, que necessita de seu auxílio, para o exercício de sua atividade, sendo sua presença aceita e desejável, mudando o ânimo do agente de trabalhar sob o olhar de hostilidade e desconfiança. V – Estatura Profissional - O Policiamento requer um novo tipo de profissional que tenha iniciativa e saiba lidar com as novas dinâmicas estratégicas do serviço. Não basta, agora, ser grande e forte, outros atributos são necessários: empatia, flexibilidade, capacidade analítica e de comunicação. VI – Desenvolvimento de Carreira - Considerando-se esses novos atributos, surgem novas formas de avaliação interna do trabalho policial, ao mesmo tempo, novas oportunidades de carreira para os policiais mais diversificados. 6 Esses benefícios permitem que o policial tenha atitudes mais ativas dando a possibilidade para que tenham mais flexibilização na desenvoltura de seu trabalho, ganhando reconhecimento da população. Na esfera da corporação cria uma visão de polícia cidadã, quebrando o protótipo de uma visão advinda do regime militar, de uma polícia autoritária que não respeita os Direitos Humanos, que grande parte da população nos dias atuais ainda a interpreta assim. Contudo, no ano de 2000, no governo de Fernando Henrique Cardoso que trazia o apoio a polícia comunitária nos Estados, tendo o compromisso nº 12, onde visava a capacitação profissional e a adaptação das polícias, conforme descrito: A qualificação e a valorização do profissional de segurança pública são pilares de qualquer programa consistente de redução de criminalidade. A evolução do crime exige constante aperfeiçoamento dos equipamentos e conhecimentos policiais. Por outro lado, o policial deve ser permanentemente capacitado para servir sua comunidade. É hoje consenso em todo o mundo que a eficiência da polícia está diretamente ligada a sua proximidade da população e ao grau de confiança alcançado junto à comunidade. Será a ênfase dos programas de capacitação na área de segurança pública. 7 Insta salientar que é de suma importância a valorização da polícia em todos os aspectos para que possa ter mais melhorias quando se trata de segurança pública, entretanto 6 BAYLEY, David H. & SKOLNICK, Jorome. Policiamento comunitário. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, n. 06, 2002. 7 Plano Nacional de Segurança Pública. P.19 7 vale ressaltar que não é apenas esta questão, é indispensável à colaboração da comunidade para que juntos busquem a pacificidade social, para que possa ser reduzido o índice de criminalidade e violência. Vale considerar, também, o conceito demonstrado por Theodomiro Dias Neto: O policiamento comunitário expressa uma filosofia operacional orientada à divisão de responsabilidades entre polícia e cidadãos no planejamento e na implementação das políticas públicas de segurança. O conceito revela a consciência de que a construção de uma relação sólida e construtiva com a sociedade pressupõe um empenho da polícia em adequar as suas estratégias e prioridades às expectativas e necessidades locais. 8 No entanto, através da medida provisória nº 2.045-2 de julho de 2000, foi criada a Fundação Nacional de Segurança Pública – FNSP, sendo reeditada diversas vezes, e em seguida promulgada a Lei 10.201 de 14 de fevereiro de 2001, pelo Congresso Nacional com o intuito de „‟apoiar projetos de responsabilidade dos Governos dos Estados e do Distrito Federal, na área de Segurança Pública, e dos Municípios, onde haja guardas municipais‟‟. 9 Através da Lei nº 10.746, em 10 de outubro de 2003, a Fundação Nacional de Segurança Pública – FNSP sofreu novas alterações, modificando alguns artigos e providências. Sendo assim, em 2003 houve uma mudança do governo Fernando Henrique Cardoso para o governo do Luiz Inácio Lula da Silva sendo completamente pacífica em relação às questões de segurança pública, principalmente em relação à polícia comunitária. Conforme explica Wagner Ayala, A ideia central da Polícia Comunitária reside na possibilidade de propiciar uma aproximação dos profissionais de segurança junto à comunidade onde atuam, dando características humanas ao profissional de polícia, e não apenas um número de telefone ou uma instalação física referencial, realizando um amplo trabalho sistemático, planejado e detalhado.10 Outrossim, com essa transição, a política de segurança pública não foi alterada e sim incrementada com a tentativa de aperfeiçoar mais e tentar melhorar cada vez mais o Plano 8 DIAS NETO. Theodomiro. Policiamento e controle sobre a polícia: a experiência norte americana. P. 44. 9 Medida Provisória nº 2.045-2, de 28 de julho de 2000. 10 AYALA, Wagner. Polícia Comunitária. Disponível em: . Acesso em: 17 fevereiro de 2021. 8 Nacional de Segurança Pública, ou seja, independente da troca de governos, houve vontade de continuar cumprindo com a necessidade de investir na participação da comunidade. Por fim, cumpre observar que os papéis das polícias comunitárias são exercidas pelas Instituições Policiais, englobando a Polícia Militar e Polícia Civil juntamente com a comunidade. Portanto, levando em consideração a grande importância da evolução histórica do policiamento comunitário, e diante das modificações que vem sofrendo ao longo dos anos, estaremos vendo a seguir no próximo tópico deste artigo científico, os princípios pertinentes ao policiamento comunitário. 2.2 PRINCÍPIOS PERTINENTES AO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO O policiamento comunitário vem de uma filosofia, de uma forma de pensar e uma estratégia organizacional que é maneira de desenvolver a filosofia, que permite à polícia e às pessoas trabalharem em conjunto, com objetivo de resolver os problemas da violência e criminalidade de forma geral, das desordens físicas e sociais, além da qualidade geral de vida na comunidade. A filosofia trata-se de uma crença de que as pessoas merecem participarno processo policial. Além disso, trata-se também de uma crença de que as soluções para os problemas atuais da comunidade exigem a participação das pessoas e da polícia para poder obter resultados, além de explorar métodos de lidar com as preocupações do lugar. Para uma implantação do sistema de Policiamento Comunitário é necessário ter conhecimento dos princípios básicos a este inerente, praticando-os permanentemente e com total honestidade de propósitos, são estes: Filosofia e Estratégia Organizacional: A base desta filosofia é a comunidade. Para direcionar seus esforços, a Polícia, ao invés de buscar idéias pré-concebidas, deve buscar, junto às comunidades, os anseios e as preocupações das mesmas, a fim de traduzi-los em procedimentos de segurança; Comprometimento da Organização com a concessão de poder à Comunidade: Dentro da comunidade, os cidadãos devem participar, como plenos parceiros da polícia, dos direitos e das responsabilidades envolvidas na identificação, priorização e solução dos problemas; Policiamento Descentralizado e Personalizado: É necessário um policial plenamente envolvido com a comunidade, conhecido ela mesma e conhecedor de suas realidades; Resolução Preventiva de Problemas a curto e a longo prazo: A idéia é que o policial não seja acionado pelo rádio, mas que se antecipe à ocorrência. Com isso, o número de chamadas do COPOM deve diminuir; Ética, Legalidade, Responsabilidade e Confiança: O Policiamento Comunitário pressupõe um novo contrato entre a polícia e os cidadãos aos quais ela atende, com 9 base no rigor do respeito à ética policial, da legalidade dos procedimentos, da responsabilidade e da confiança mútua que devem existir; Extensão do Mandato Policial: Cada policial passa a atuar como um chefe de polícia local, com autonomia e liberdade para tomar iniciativa, dentro de parâmetros rígidos de responsabilidade. O propósito, para que o Policial Comunitário possua o poder, é perguntar-se: - Isto está correto para a comunidade? - Isto está correto para a segurança da minha região? - Isto é ético e legal? - Isto é algo que estou disposto a me responsabilizar? - Isto é condizente com os valores da Corporação? Se a resposta for Sim a todas essas perguntas, não peça permissão. Faça-o! Ajuda às pessoas com Necessidades Específicas: Valorizar as vidas de pessoas mais vulneráveis: jovens, idosos, minorias, pobres, deficientes, sem teto, etc. Isso deve ser um compromisso inalienável do Policial Comunitário; Criatividade e apoio básico: Ter confiança nas pessoas que estão na linha de frente da atuação policial, confiar no seu discernimento, sabedoria, experiência e sobretudo na formação que recebeu. Isso propiciará abordagens mais criativas para os problemas contemporâneos da comunidade; Mudança interna: O Policiamento Comunitário exige uma abordagem plenamente integrada, envolvendo toda a organização. É fundamental a reciclagem de seus cursos e respectivos currículos, bem como de todos os seus quadros de pessoal. É uma mudança que se projeta para 10 ou 15 anos; Construção do Futuro: Deve-se oferecer à comunidade um serviço policial descentralizado e personalizado, com endereço certo. A ordem não deve ser imposta de fora para dentro, mas as pessoas devem ser encorajadas a pensar na polícia como um recurso a ser utilizado para ajudá-las a resolver problemas atuais de sua comunidade. 11 Sendo assim, o cidadão em seu pleno direito, capacidade e competência, deve sempre contribuir com o que puder na segurança e no bem estar do coletivo. A base da filosofia da polícia comunitária é a própria comunidade, os cidadãos devem colaborar com a polícia a fim de priorizar a solução dos problemas em questão. 2.3 ASPECTOS CONCEITUAIS E CARACTERÍSTICOS DA SEGURANÇA PÚBLICA A segurança pública trata-se da responsabilidade exclusiva do Estado, que tem o dever de garantir à sociedade a ordem pública, livre de crimes, ameaças e violência, com o objetivo de prevenir à criminalidade na região. Haja vista que até haver a promulgação da Constituição Federal de 1988, haviam duas concepções relacionadas à segurança pública, de um lado a ideia do combate, de outro lado à prestação do serviço público. 11 https://www.policiacomunitaria.ms.gov.br/principios-do-policiamento-comunitario/ Acesso em 17 de março de 2021. https://www.policiacomunitaria.ms.gov.br/principios-do-policiamento-comunitario/ 10 No sentido de distinção entre essas duas forças, Zaffaroni explica que a primeira ideia concebe: [...] a missão institucional das polícias em termos bélicos: seu papel é “combater” os criminosos, que são convertidos em “inimigos internos”. As favelas são “territórios hostis”, que precisam ser “ocupados” através da utilização do “poder militar”. A política de segurança é formulada como “estratégia de guerra”. E, na “guerra”, medidas excepcionais se justificam. Instaura-se, então, uma “política de segurança de emergência” e um “direito penal do inimigo” 12 O art. 144 da CRFB/88 estabelece que: Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 13 Sendo assim, é uma responsabilidade dividida entre os governos federal, estadual e municipal. É praticada para a proteção das pessoas e do patrimônio, assim como a preservação da ordem pública. Contudo, essas ações se dão através das diversas polícias, como a rodoviária federal, a polícia civil, a polícia militar além do corpo de bombeiros. Insta salientar que casa município deve realizar uma pesquisa a respeito da situação que se encontra a segurança pública, para solucionar um problema é necessário conhecê-lo. Para o combate da criminalidade e violência, os governos podem se unir para fazer mais do que apenas apostar em ações repressivas, podem também ter o apoio dos cidadãos para a prevenção. Com isso, o município pode buscar métodos de políticas preventivas ao crime que tem a população como principal alvo, principalmente tratando-se de crianças e adolescentes. Entretanto, segundo Donnelly: 12 SOUZA NETO, Cláudio Pereira de. Segurança Pública na Constituição Federal de 1988: conceituação constitucionalmente adequada, competências federativas e órgãos de execução da política. Disponível em: http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1205505974174818181901.pdf Acesso em: 30/03/2021. 13 BRASIL. Constituição Federal de 1988. In: Vade mecum 21º Edição. São Paulo: Saraiva. 2019. http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1205505974174818181901.pdf 11 Desenvolvimento, democracia e direitos humanos tornaram-se idéias políticas hegemônicas na sociedade internacional do final do século vinte. Virtualmente, todos os países reivindicam perseguir o crescimento econômico rápido e sustentável (“desenvolvimento”), participação política popular (“democracia”) e respeito aos direitos humanos de seus cidadãos (“direitos humanos”). 14 Nos últimos anos, a questão da segurança pública passou a ser considerado um grande problema e um tremendo desafio para o Estado. Problemas estes como: aumento da taxa de criminalidade, insegurança pública, principalmente em grandes centros, violência policial, falta de prevenção de nossas instituições, presídios superpopulosos, lugares precários para a internação dos jovens que estão em conflito com a lei, corrupção e etc., todos esses fatores contribuem no processo de democratização política. A SegurançaPública prevê diversos tipos de ações de caráter preventivo como emprego, educação, saúde e etc. Define crimes, fiscaliza e reprime, pune e ressocializa. Trata- se de um direito previsto na Constituição Federal de 1988, sendo dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. A Segurança Pública deve ser praticada para preservar a ordem pública e a segurança das pessoas e dos patrimônios, através de atuação conjunta, coordenada e estruturada dos órgãos de segurança pública da União, Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, em prol da sociedade. Devendo ser aprimorado, a qual depende de decisões rápidas, medidas saneadoras e resultados imediatos. 2.4 BREVE DEFINIÇÃO DE POLÍCIA PACIFICADORA E SUA PROPOSTA DE ABORDAGEM A Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) trata-se de uma ação pública que tem por objetivo o combate à criminalidade nas favelas e comunidades cariocas. Constitui-se em um projeto criado pela Secretaria Estadual de Segurança do Rio de Janeiro, com intuito também de constituir polícias comunitárias em comunidades como forma de controlar de maneira geral no Estado. As UPPs trabalham com os princípios da polícia de proximidade, um conceito que vai além da polícia comunitária e que tem sua estratégia fundamentada na parceria entre a população e as instituições da área de segurança pública. A atuação da polícia pacificadora, pautada pelo diálogo e pelo respeito à cultura e às 14 DONNELLY, Jack. Direitos Humanos, Democracia e Desenvolvimento. Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/26194-26196-1-PB.pdf Acesso em: 30/03/2021 http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/26194-26196-1-PB.pdf 12 características de cada comunidade, aumenta a interlocução e favorece o 19 surgimento de lideranças comunitárias. 15 Esta ação é decorrente de um plano vindo dos poderes estaduais, municipais e federais, além da assistência de ONGs e entidades civis organizadas. As UPPs foram instaladas em locais que são considerados de extrema pobreza e miséria, além de uma baixa infraestrutura, com o nível médio de escolaridade bem baixo, e consequentemente onde há um nível de grande criminalidade armada e organizada. O grande e principal destaque das UPPs é que são organizadas em larga escala, adotando os princípios da polícia comunitária, que visa a relação direta da polícia com a população, a fim de preservar a segurança e zelar as condições de vida. Júlio Costa, afirma que: [...] assim está sendo concebido o POP-COM (Polícia Interativa) como um novo tipo de Policiamento Ostensivo, pois objetiva obter produtividade e qualidade no serviço de polícia ostensiva, prestados à sociedade, trazendo como inovação a possibilidade real de se aferir as ações ostensivas do policial militar no setor onde atua pontuando- as e controlando de modo criterioso o seu desenvolvimento, através de informática. 16 Atualmente foram construídas 36 Unidades Pacificadoras, que contemplam 185 comunidades, sendo a primeira inaugurada no dia 19 de dezembro de 2008, no município do Rio de Janeiro, na favela Santa Marta localizada na Zona Sul da cidade. No site da própria polícia militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), encontra-se a seguinte descrição: „‟A Unidade de Policiamento Pacificadora é um novo modelo de Segurança Pública e de policiamento que promove a aproximação entre a população e a polícia, aliada ao fortalecimento de políticas sociais nas comunidades. Ao recuperar territórios ocupados há décadas por traficantes e, recentemente, por milicianos, as UPPs levam a paz às comunidades do Morro Santa Marta (Botafogo – Zona Sul); Cidade de Deus (Jacarepaguá – Zona Oeste), Jardim Batam (Realengo – Zona Oeste) e Morro da Babilônia e Chapéu Mangueira (Leme – Zona Sul). (...) [Atualmente, as favelas dos Tabajaras e dos Cabritos, em Laranjeiras, do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo, em Copacabana, além da favela da Providência, no Centro, já foram contempladas com UPPs]. Criadas pela atual gestão da secretaria de Estado de Segurança, as UPPs trabalham com os princípios da Polícia Comunitária. A Polícia Comunitária é um conceito e uma estratégia fundamentada na parceria entre a população e as 15 Site oficial das Unidades de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro. Disponível em: <http:w.w.w.upprj.com/index.php/as_upps. Acesso: 14 de março de 2021. 16 COSTA, Júlio C. PMES. Diretrizes para implantação e Implementação da Polícia Interativa. Espírito Santo: PMESP, 1995, p.88. 13 instituições da área de segurança pública (...) Até o fim de 2010, 3,5 mil novos policiais serão destinados às Unidades Pacificadoras‟‟. 17 O intuito das iniciativas adotadas pelas UPPsé a inovação na política de segurança do governo estadual, a ocupação permanente nas comunidades por si só já vinha sendo feita pelo Grupamento de Policiamento de Áreas Especiais em algumas localidades, mas por levar a pretensão do policiamento comunitário, cuja intenção é o contato direto e solidário entre os policiais e moradores da região, para uma melhor identificação dos problemas na localidade, de maneira a identificar os procedimentos de segurança mais adequados. No entanto, a PMERJ disponibiliza para as UPPs, uma equipe de policiais recém-formados, com a devida instrução para este tipo de policiamento, antes de tudo o comando do Batalhão de Operações Especiais da PM (BOPE) informa aos moradores o que são as unidades e como serão os procedimentos adotados para a sua implementação. Para implantar uma UPP, os departamentos policiais necessitam de técnica, inteligência, necessidade de presídios adequados e, se possível, uma legislação mais justa e célere. Esse processo de implantação é feito através de 03 fases principais: Fase de levantamento de dados: Nesta primeira fase vamos colher vários tipos de informações sobre o local, é feito o levantamento dos dados sócios econômicos, populacionais, quantidade de escolas e igrejas, número de domicílios existentes no local. É a fase de planejamento da ocupação no local. O Instituto de Segurança é responsável por emitir relatórios estatísticos roubos de veículos, homicídios dolosos, roubos cometidos na comunidade. Nesta fase também é analisado a quantidade de bandidos que integram a facção e o armamento utilizado, são todos levantados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública, junto com a Polícia Militar e Civil que avaliam a influência da facção e a sua área de atuação nos bairros vizinhos e demais regiões da cidade. É nessa fase também que se determina a quantidade de policiais, materiais e equipamento necessários para a implantação da unidade pacificadora. Quando as informações são concluídas é repassado as informações ao comando da Polícia Militar, que em conjunto com o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) se inicia a segunda fase, a de ocupação. Fase de Ocupação: Nesta fase não tem um prazo determinado para ser finalizada, depende diretamente da resistência dos criminosos e a complexidade do local a ser ocupado. É o momento de se obter o controle total da região. Fase de Avaliação: É a fase de avaliação dos serviços prestados a comunidade pelos policiais da UPP. É a fase onde se ouve os moradores, com o intuito de avaliar a qualidade da intervenção, saber quais os benefícios que trouxe para comunidade, ou seja, avaliar os resultados da operação realizada. 18 17 Site oficial das Unidades de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro. Disponível em: <http:www.upprj.com/index.php/as_upps. Acesso: 14 de março de 2021. 18 Blog Militar Legal <http://www.militarlegal.blogpost.com> 14 Um dos aspectos positivos das Unidades de Polícia Pacificadorano Brasil é poder recolocar o Poder Público diretamente nas comunidades mais carentes, garantindo a população seu direito principal de ir e vir, além da possibilidade de existência de comércios e o fornecimento de todos os serviços para os moradores dessa localidade. Ademais, outra vantagem verificada é a maior qualidade de vida que trouxe aos moradores. Contudo, claramente, como qualquer projeto, este não seria diferente, o programa ainda tem problemas e pode ser melhorado cada vez mais, principalmente em regiões mais complicadas, em que a operação não está completamente instalada, é necessário garantir a segurança para que se possa conseguir desenvolver e atender toda população para que nosso país cresça de maneira mais segura, justa e igualitária. 2.5 A INFLUÊNCIA DO POLICIAMENTO COMUNTÁRIO NAS UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA O policiamento comunitário realizado pelas Unidades de Polícia Pacificadoras (UPP) busca visar não somente a prevenção e redução da criminalidade, mas acima de tudo, diminuir os riscos causados pela violência. Trata-se de um método de providência de uma finalidade de bem comum, que tem a pretensão de proporcionar uma melhor qualidade de vida à população. A tática de policiamento comunitário é a mais adequada para indicar uma conduta de polícia no século atual. Como foi colocado na conclusão da pesquisa coordenada por Ignacio Cano: Há várias diferenças entre o modelo da UPP e os princípios tradicionais do policiamento comunitário. Entre elas, o funcionamento interno da UPP é fortemente centralizado, o projeto não possui instâncias formalizadas de interlocução comunitária para além do Café Comunitário comum em muitos batalhões, e não adota as prioridades da comunidade na área de segurança como próprias. Em suma, o projeto das UPPs é vertical, de cima para baixo, e de fora para dentro das comunidades, que não possuem muita influência na sua concepção e na sua aplicação. 19 19 CANO, Ignacio (Coord.) Os donos do morro: uma avaliação exploratória do impacto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fórum Brasileiro de Segurança Pública em Cooperação com o Laboratório de Análise da Violência (LAV-UERJ), 2012. Disponível em: . Acesso em: jun. 2014. 15 As UPPs são estratégias que trazem esperança para a população no sentido de demonstrar soluções para as barbaridades que vivemos atualmente. Através da utilização da filosofia das polícias comunitárias, as UPPs pretendem assegurar os princípios básicos que estão carecidos por força da criminalidade e violência, além da falta de democracia e cidadania nas localidades mais carentes. Todos tem o direito de ir e vir, além de permanecer, e muitos acabam não tendo a possibilidade de trabalhar, se divertir, estudar por força da marginalidade, sendo frustradas muitas vezes por ausência do Estado. A cooperação entre a polícia comunitária e o cidadão pode ainda apresentar diversos pontos positivos, tais como, uma boa administração e resolução de conflitos além de problemas deste tipo de origem, além de progredir na segurança e motiva ainda mais os policiais e membros da comunidade a enfrentarem os problemas com a violência e criminalidade. De acordo com essas informações, se torna claro que a devida implantação do policiamento comunitário contribui para a prevenção do crime e o aumento da preservação dos direitos principais e individuais além da dignidade da pessoa humana com previsão em nossa Carta Magna e na Constituição Federal. A estratégia política de combate a criminalidade principalmente ao que tange o crime organizado no Estado do Rio de Janeiro foi criada basicamente sob pressão. A Secretaria de Segurança já vinha estudando possibilidades de recuperar determinados territórios completamente invadidos pelo crime organizado, sendo assim, a iniciativa se sobressaiu trazendo grandes características para reforçar o vínculo com a população. Em conclusão, Ignacio Cano expõe que: A análise dos gráficos aponta que a presença das UPP consegue efetivamente reduzir drasticamente a violência letal nas comunidades ocupadas. Em particular, as mortes de civis por intervenção policial tornam-se muito raras, em função do fim dos confrontos armados pela disputa do território e, talvez, de uma estratégia policial mais contida. Da mesma forma, os roubos também caem numa proporção maior à do resto da cidade, indicando que a redução da criminalidade armada é um dos principais resultados locais das UPPs. 20 20 CANO, Ignacio; BORGES, Doriam; RIBEIRO, Eduardo (Org.). Os Donos do morro: uma avaliação exploratória do impacto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: LAV/UERJ, 2012. 16 Desde o início, era bem clara a ideia de que a violência era e ainda é um dos principais problemas de Estado e isto prejudica principalmente o bem estar da população, sendo assim, o combate a criminalidade sempre foi um dos principais objetivos. A Unidade de Polícia Pacificadora trata-se de um novo modelo de segurança pública e de policiamento que tem por objetivo a aproximação entre a população e a polícia, além do progresso das políticas sociais em comunidades. Ao apaziguar territórios completamente dominados pela marginalidade há décadas, as UPPs trabalham para levar paz às comunidades e garantem o direito de ir e vir com mais segurança, juntamente com a gestão da Secretaria de Estado de Segurança Pública, as UPPs trabalham aplicando os princípios da Polícia Comunitária. Em suma, o policiamento comunitário eleva em muitos decibéis a comunicação entre polícia, demais órgãos públicos e sociedade civil, recaindo as maiores responsabilidades da interação ao primeiro componente da tríade. 21 A polícia comunitária é uma ideia fundamentada na união entre comunidade e as instituições da área de segurança pública. O objetivo primordial da UPP é a utilização da filosofia do policiamento comunitário, executando um tipo de policiamento diferenciado nas áreas sob sua responsabilidade, em parceria com o povo. Pressupõe uma participação maior dos cidadãos do que a polícia comunitária. Observa-se, portanto, uma ampliação significativa do papel do cidadão no provimento da segurança pública, no trabalho conjunto com a polícia na identificação dos problemas considerados mais urgentes em cada comunidade e na busca de estratégias que se mostrem eficazes para solucioná-las. 22 O policiamento comunitário aplicado as UPPs objetiva não somente a reduzir e prevenir a criminalidade, mas acima de tudo, reduzir os riscos de danos acometidos às vítimas e moradores. Contudo, podemos dizer que se trata de uma tática de prevenção que tem por finalidade o bem em comum, visando proporcionar uma melhor qualidade de vida a população local. 21 MELO, Thiago de S. Policiamento comunitário no Rio de Janeiro: uma estratégia de ampliação do controle social no contexto do neoliberalismo. 2009. 114 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia e Direito) – Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2009. 22 MONTEIRO, Milena Fontoura. O policiamento comunitário como alternativa à democratização da polícia. 2005. 249 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Direito, Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: . Acesso em: 17 fevereiro 2021. 17 3. CONSIDERAÇÕES É nítido que a segurança não só do Estado do Rio de Janeiro assim como muitas regiões do nosso país é questionável e sempre foi um grande problema. Durante décadas o nosso país sofreu com tamanha violência, criminalidade, desigualdade social, dentre outros. A constante criminalidade acaba por se tornar assuntoprincipal nas mídias, portanto vivemos em um cenário a qual a população teme pela própria vida, a insegurança se torna cada vez mais presente nos lares de todas as classes sociais. Com a inserção das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) demonstra que poderiam surgir mudanças na segurança pública, mesmo tendo ciência que não dá para acabar por completo com a violência de imediato, mas uma proposta de diminuir o índice. Perante exposto, observa-se que apesar dos avanços constatados, ainda é necessário o aperfeiçoamento da forma de organização das Unidades de Polícia Pacificadora no Brasil, além de um maior controle das atividades policiais nessas áreas para que se verifique um aumento efetivo na diminuição da violência, principalmente em comunidades sem recursos financeiros, sem alcance aos direitos fundamentais das populações que ocupam as áreas policiadas. Há necessidade do Poder Público estar presente em todas as comunidades não apenas através da polícia, mas, principalmente, por meio dos serviços essenciais básicos ao alcance de uma vida digna, como por exemplo, posto de saúde, uma escola, saneamento básico, locais de lazer, acesso ao transporte, ou seja, os direitos sociais fundamentais previstos na nossa Constituição Federal. O presente artigo científico tratou do policiamento comunitário e sua influência nas unidades de polícia pacificadora, e como visto no decorrer deste trabalho, as Unidades de Polícia Pacificadora juntamente com a estratégia da Polícia Comunitária tem por objetivo a aproximação entre a população e a polícia, além do progresso das políticas sociais em comunidades, com objetivo de combater a criminalidade nas comunidades. Conclui-se o presente artigo com a crença de que tanto o objetivo geral quanto específicos foi atendido, bem como a problemática de pesquisa foi solucionada. Contudo, como não era de intento, o assunto não fora esgotado, fora dado um primeiro e importante passo para o fomento de conhecimento e estímulo para o aprofundamento no tema, que pode ser feito em estudos posteriores, que visem corroborar, refutar ou complementares as 18 constatações obtidas até o momento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AYALA, Wagner. Polícia Comunitária. Acesso em: 17 fevereiro de 2021. BAYLEY, David H. & SKOLNICK, Jorome. Policiamento comunitário. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, n. 06, 2002. Blog Militar Legal http://www.militarlegal.blogpost.com BRASIL. Constituição Federal de 1988. In: Vade mecum 21º Edição. São Paulo: Saraiva. 2019. CANO, Ignacio (Coord.) Os donos do morro: uma avaliação exploratória do impacto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fórum Brasileiro de Segurança Pública em Cooperação com o Laboratório de Análise da Violência (LAV-UERJ), 2012. Acesso em: mar. 2021. CANO, Ignacio; BORGES, Doriam; RIBEIRO, Eduardo (Org.). Os Donos do morro: uma avaliação exploratória do impacto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: LAV/UERJ, 2012. COSTA, Júlio C. PMES. Diretrizes para implantação e Implementação da Polícia Interativa. Espírito Santo: PMESP, 1995, p.88. DIAS NETO. Theodomiro. Policiamento e controle sobre a polícia: a experiência norte americana. P. 44. DONNELLY, Jack. Direitos Humanos, Democracia e Desenvolvimento. Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/26194-26196-1-PB.pdf Acesso em: 30/03/2021 http://www.militarlegal.blogpost.com/ http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/26194-26196-1-PB.pdf 19 FERNANDES, Rubem César. In: Policiamento comunitário: Como começar. Rio de Janeiro: PMERJ, 1994. https://www.policiacomunitaria.ms.gov.br/principios-do-policiamento-comunitario/ Acesso em 17 de março de 2021. Medida Provisória nº 2.045-2, de 28 de julho de 2000. MELO, Thiago de S. Policiamento comunitário no Rio de Janeiro: uma estratégia de ampliação do controle social no contexto do neoliberalismo. 2009. 114 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia e Direito) – Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2009. MONTEIRO, Milena Fontoura. O policiamento comunitário como alternativa à democratização da polícia. 2005. 249 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Direito, Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, 2005. Acesso em: 17 fevereiro 2021 Plano Nacional de Segurança Pública. P.19 Site oficial das Unidades de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro. Disponível em: <http:w.w.w.upprj.com/index.php/as_upps. Acesso: 14 de março de 2021. Site oficial das Unidades de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro. Disponível em: <http:www.upprj.com/index.php/as_upps. Acesso: 14 de março de 2021. SOUZA NETO, Cláudio Pereira de. Segurança Pública na Constituição Federal de 1988: conceituação constitucionalmente adequada, competências federativas e órgãos de execução da política. Disponível em: http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1205505974174818181901.pdf Acesso em: 30/03/2021. TRAJANOWICZ, R, BUCQUEROUX, B. Policiamento Comunitário: Como Começar. Rio de Janeiro: PMERJ, 1994, p.2 https://www.policiacomunitaria.ms.gov.br/principios-do-policiamento-comunitario/ http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1205505974174818181901.pdf 20 TROJANOWICZ, Robert; BUCQUEROUX, Bonnie. Policiamento Comunitário: como começar. Tradução Mina Seinfeld de Carakushansky. 2 ed. São Paulo: Editora Parma, 1999. P. 4/5.
Compartilhar