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NUTRIÇÃO E EXERCÍCIOS FÍSICOS(1)

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NUTRIÇÃO E EXERCÍCIOS FÍSICOS 
NUTRIÇÃO E EXERCÍCIOS 
FÍSICOS 
 
 
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2 
 
 
FACUMINAS 
 
A história do Instituto FACUMINAS, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação.Com isso foi criado a FACUMINAS, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A FACUMINAS tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além 
de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
3 
 
SUMÁRIO 
 
Educação Física e nutrição (Adaptado).......................................................................... 4 
1 - Introdução................................................................................................................ 4 
2 - Nutrição nos esportes ............................................................................................... 7 
3 - Nutrição na educação física escolar ........................................................................ 10 
4 - Considerações finais .............................................................................................. 14 
Referências ................................................................................................................. 14 
 
 
 
 
4 
 
4 
Educação Física e nutrição (Adaptado) 
 
Pablo Christiano B. Lollo 
Maria da Consolação G. Cunha F. Tavares 
Paulo Cesar Montagner 
Departamento de Ciências do Esporte Faculdade de Educação Física Universidade 
Estadual de Campinas 
 
1 - Introdução 
Entendemos que a nutrição tem forte ligação com a educação física. Tanto na 
área de treinamento em Esportes como na educação física escolar. Na área de 
treinamento em esportes, a ligação da nutrição com a educação física fica facilmente 
evidenciada na busca do alto rendimento, como um dos fatores que pode maximizar o 
desempenho atlético, atingindo também a saúde geral do atleta. Na educação física 
escolar, estudos sugerem que o programa de alimentação escolar deve ser explorado no 
sentido de criar atividades educativas de nutrição e saúde, adotando um aspecto 
pedagógico e não somente assistencial como vem sendo feito. Desta forma, acreditamos 
que os conhecimentos de nutrição são pertinentes ao profissional de educação física. 
Atualmente, podemos apreciar nos meios de comunicação uma discussão 
presente na sociedade sobre nutrição, suas aplicações e acessibilidade. Essa discussão 
apresenta-se também no ambiente acadêmico. Um impulso importante para a ênfase 
desta questão veio de programas governamentais de combate a fome que vem sendo 
colocado como uma das prioridades da nova gestão do governo federal. 
 Essa discussão, inevitavelmente adentrou-se no ambiente da educação física. 
Surgindo varias indagações a respeito do campo de conhecimento da nutrição, como: é 
importante para o profissional de educação física, conhecimento básico de nutrição? Em 
caso afirmativo, estes profissionais possuem este conhecimento básico? Existem 
mecanismos legais que incluem no currículo básico das instituições que formam 
profissionais de educação física, conteúdo relativo a esse conhecimento? Buscando 
responder a estas questões escrevemos este ensaio. 
 
 
5 
 
5 
 Por nutrição entende-se a ciência que estuda o ato de nutrir-se através do 
conjunto de processos que vão desde a ingestão do alimento até a sua assimilação pelas 
células, incluindo os fenômenos sociais, econômicos, culturais e psicológicos que 
podem influenciar na alimentação (MITCHELL, 1988). 
 Observando a definição das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de 
Graduação em Enfermagem, Medicina e Nutrição, do MEC (Ministério de Educação e 
Cultura), notamos que o Nutricionista é um profissional com formação generalista, 
humanista e crítica. Capacitado a atuar, visando a segurança alimentar e a atenção 
dietética, em todas as áreas do conhecimento em que a alimentação e a nutrição se 
apresentem fundamentais para a promoção, manutenção e recuperação da saúde e para a 
prevenção de doenças de indivíduos ou grupos populacionais, contribuindo para a 
melhoria da qualidade de vida, pautado em princípios éticos, com reflexão sobre a 
realidade econômica, política, social e cultural. O MEC ainda diz que o Nutricionista 
com licenciatura em nutrição está capacitado para atuar na educação básica e na 
educação profissional em nutrição. 
 Já as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Educação 
Física do MEC, compreende uma área de estudo, elemento educacional e campo 
profissional caracterizados pela análise, ensino e aplicação do conjunto de 
conhecimentos sobre o movimento humano intencional e consciente nas suas dimensões 
biológica, comportamental, sócio-cultural e corporeidade. Como um campo de 
intervenção profissional que, por meio de diferentes manifestações e expressões da 
atividade física/movimento humano/motricidade humana (tematizadas na ginástica, no 
esporte, no jogo, na dança, na luta, nas artes marciais, no exercício físico, na 
musculação, na brincadeira popular, bem como em outras manifestações da expressão 
corporal) presta serviços à sociedade caracterizando-se pela disseminação e aplicação 
do conhecimento sobre a atividade física, técnicas e habilidades buscando viabilizar aos 
usuários ou beneficiários o desenvolvimento da consciência corporal, possibilidades e 
potencialidades de movimento visando a realização de objetivos educacionais, de saúde, 
de prática esportiva e expressão corporal. 
 Ainda as diretrizes supracitadas do MEC definem o perfil do profissional de 
educação física como um profissional com formação generalista, humanista, crítica e 
reflexiva, qualificado para o exercício profissional com base no rigor científico e 
 
 
6 
 
6 
intelectual e pautado no princípio ético. Deverá ser formado para estudar, pesquisar, 
esclarecer e intervir profissional e academicamente no contexto específico e histórico-
cultural, a partir de conhecimentos de natureza técnica, científica e cultural de modo a 
atender as diferentes manifestações e expressões da Atividade Física/Movimento 
Humano. 
 Colocando ainda que o campo de atuação do profissional de educação física é 
pleno nos serviços à sociedade na área da educação física, nas suas diversas formas de 
manifestações no âmbito da cultura e do movimento Humano intencional, através das 
atividades físicas, esportivas e similares, sejam elas formais e não formais, tais como 
ginástica, esporte, jogos, danças, lutas, artes marciais, exercícios físicos, musculação 
entre tantas outras. Este campo é delimitado pela capacidade profissional de coordenar, 
planejar, programar, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar 
trabalhos, programas, planos e projetos, bem como prestar serviços de auditoria, 
consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de equipes 
multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e 
pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas, do desporto e similares. Deverão, 
outrossim, ser consideradas as características regionais e os diferentes interesses 
identificados com o campo deatuação profissional. 
 Entre as competências e habilidades que o MEC define como sendo objetivos 
da formação do graduado em educação física, a primeira citada é: 
 Atenção à saúde, como profissional da área de saúde, dentro do âmbito da 
educação física, deve estar apto a desenvolver ações de prevenção, reabilitação, 
promoção e proteção da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo. O profissional 
de educação física deve assegurar ainda que sua prática seja realizada de forma segura, 
integrada e contínua com as demais instâncias do sistema de saúde. Devem realizar seus 
serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da ética, tendo em 
conta que a responsabilidade da atenção à saúde não encerra com o ato técnico, mas 
sim, com a resolução do problema de saúde, tanto de natureza individual como coletivo. 
 Acreditamos assim, ser a nutrição um conteúdo muito presente nas áreas de 
atuação dos professores de educação física. Compartilhando da opinião que: "Os 
educadores da área da saúde e os assistentes de saúde ou nutrição suplementam e 
fazem a extensão dos serviços de orientação em nutrição [...]" (LÍNNEA 1988). 
 
 
7 
 
7 
 Em algumas áreas a importância da nutrição na educação física é mais óbvia, 
como no treinamento. Porém, na educação escolar não temos a mesma facilidade de 
notar o professor de educação física utilizando na área conhecimentos nutricionais. E 
acreditamos ser importante para o professor de educação física escolar o conhecimento 
de nutrição assim como o de maturação, crescimento e pedagogia. Esta ligação da 
nutrição com a educação física, nos sugere que a formação dos professores de educação 
física poderia incluir alguns conteúdos da nutrição para a formação de um profissional 
minimamente instruído nesta área de conhecimento. 
2 - Nutrição nos esportes 
No treinamento a nutrição fica muito evidente como um fator limitante da saúde 
e consequentemente desempenho do atleta. 
Segundo Weineck (1999): a alimentação deve suprir a demanda energética assim 
como garantir o balanço hídrico, balanço de nutrientes, balanço vitamínico e o balanço 
mineral. Em atletas a alimentação é ainda mais importante, pois a nutrição inadequada 
às necessidades específicas de cada sujeito, pode prejudicar a saúde e o desempenho de 
atletas e não atletas durante o processo de treinamento físico. 
Salientamos, que a nutrição não deve ser só lembrada quando se busca alto 
rendimento, sendo um recurso disponível para melhorar a saúde geral como frisou 
Wolinsky (1996) "[...] à nutrição é importante para a saúde geral do atleta". 
São muitos os conhecimentos já produzidos e consolidados em nutrição, como 
as RIDs (Recomendações de Ingestão pela Dieta), que são adotadas pela Organização 
Mundial de Saúde, mas este mesmo avanço da nutrição não pode ser diretamente 
aplicado a atletas, sendo esta uma população merecedora de atenção 
especial, "Atualmente, não existem dados disponíveis para que se apresente um 
conjunto de RIDs (Recomendações Individuais Diárias) para atletas" (WOLINSKY, 
1996). Os profissionais que tem contato direto com esta população devem estar atentos 
a estas particularidades e não generalizar informações de forma aleatória, pois se assim 
fizer estará correndo risco de equivocar-se. 
O esporte sabidamente modifica as demandas energéticas e metabólicas, "Atletas 
de sexo masculino e feminino podem ter necessidades nutricionais muito especiais 
devido a alterações fisiológicas ou especificidades do esporte".(WOLINSKY, 1996). 
 
 
8 
 
8 
Sendo, portanto, de suma importância para professores de educação física que são 
potenciais influenciadores do atleta, o conhecimento destas modificações fisiológicas 
em um estudo da nutrição do atleta. 
Mas este estudo de nutrição necessário para o entendimento dos processos 
fisiológicos e metabólicos do atleta não tem sido a maior fonte de informação dos 
profissionais e que agem diariamente e diretamente com esta população e dos próprios 
praticantes de Atividade Física: 
"A maioria dos técnicos e atletas obtém seu conhecimento a partir de anúncios, 
colegas de profissão, ou parentes; a maioria dessas fontes não possui informações 
suficientes em nutrição. Há um grande número de conceitos equivocados, informações 
errôneas e dogmas". 
Esta afirmação retirada do artigo: Nutrition knowledge and practice of coaches, 
treiners, and athletes, (PARR, PORTER and HODGSON, 1984), parece concordar com 
os resultados obtidos por pesquisa realizada por Lollo e Tavares (2003) nas academias 
de Campinas listadas no CREF em 2003. Os resultados mostram que a maioria dos 
consumidores de Suplementos Alimentares das Academias de Ginástica de Campinas 
obtém informações sobre os suplementos que ingerem de amigos e propagandas e não 
de instrutores ou técnicos, sugerindo baixa comunicação de informações sobre nutrição 
entre professores e alunos, descaracterizando a função educativa e informativa dos 
professores. Informação essa, que deveria se dar com o Educador Físico indicando e 
esclarecendo a importância da consulta a um Nutricionista que tem competência e 
atribuições legais para indicar a suplementação e/ou dieta mais adequada de acordo com 
os objetivos do atleta. Talvez essa consulta fosse mais proveitosa se o Educador Físico e 
Nutricionistas dialogassem e elaborassem em conjunto os procedimentos necessários 
para a obtenção dos resultados pretendidos de forma saudável e consistente. Sendo a 
atuação de cada profissional, na sua área específica de conhecimento. 
Esta deficiência na função educativa também parece estar presente nos 
professores de Goiânia, em pesquisa realizada em nas academias de Goiânia, Araújo et 
al (2002) concluiu que o uso de anabolizantes foi alto e que os professores ou 
instrutores foram os principais responsáveis pela indicação de consumo dos mesmos, 
caracterizando uma postura equivocada perante o assunto, pois mesmo desconsiderando 
a ética da questão o professor/instrutor não possui autorização legal para indicar o uso 
 
 
9 
 
9 
de esteróides anabolizantes. Acreditamos que parte destas indicações pode ter sido feita 
até mesmo pelo desconhecimento mais profundo dos danos à saúde que tais substâncias 
podem causar. Acreditamos que a falta de informação pode contribuir para esse tipo de 
comportamento, portanto acreditamos que um conhecimento básico de nutrição para o 
Educador Físico poderia ajudar a impedir que ele venha a se aventurar prescrevendo 
dietas, pois teria algum conhecimento dos importantes efeitos disto. Com conhecimento 
básico, o profissional poderia se convencer dos reais efeitos da nutrição na educação 
física e do importantíssimo, insubstituível, indispensável e benéfico papel do 
Nutricionista. 
Visto que alguns consumidores se baseiam em informações dos rótulos de 
suplementos alimentares (LOLLO E TAVARES 2003), coloca-se uma dúvida na 
qualidade das informações veiculadas pela publicidade e propaganda no consumo de 
suplementos nutricionais. Santos, do Departamento de Planejamento Alimentar e 
nutrição da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de 
Campinas, publicou em 2002 o artigo: Fontes de informação sobre nutrição e saúde 
utilizadas por estudantes de uma universidade privada de São Paulo e afirmou em seu 
estudo sobre as fontes de informação sobre suplementos alimentares (SANTOS 2002): 
"Nos Estados Unidos, a American Dietetic... (1995) afirma que o material 
promocional de suplementos nutricionais (entre outros produtos) constitui uma das 
fontes importantes na difusão de informações incorretas sobre nutrição". 
A mídia e o Marketing têm forte influência sobre a alimentação de acordo com a 
pesquisa acima citada, podendo ainda distorcer resultados científicos, como informa 
Wolinsky (1999) "no entusiasmo para encontrar a fórmula mágica, a mídia tem tirado 
conclusões de algumas pesquisas que superam os resultadosdas investigações". No 
Brasil são escassas as pesquisas que avaliam a qualidade das informações veiculadas em 
propagandas de suplementos alimentares, novas pesquisas nesse campo são 
recomendadas. 
Como fonte segura de informações sobre Alimentação e nutrição, os Americanos 
criaram o Food and Nutrition Information Center em Baltimore EUA, que entre outros 
serviços promove respostas específicas a respeito de alimentos e nutrição, além de 
emprestar livros e vídeos. 
 
 
10 
 
10 
A responsabilidade do professor de educação física que interage com atletas 
pode ser mais que a obtenção de bons resultados, pode ser também a responsabilidade 
da manutenção da saúde e da própria vida do atleta caso este tenha distúrbios 
alimentares como a anorexia ou bulimia. 
Segundo Mcardle (1996), a anorexia nervosa é um distúrbio alimentar grave que 
consiste em uma privação voluntária de alimentos, mais freqüente em mulheres 
adolescentes que tem opinião negativa sobre seus próprios corpos. O autor ressalta que 
este distúrbio alimentar pode ocorrer em atletas de competição, como em dançarinas e 
ginastas. 
Chamamos a atenção para o papel do Educador Físico, principalmente na 
identificação de potenciais quadros bulímicos e anoréxicos encaminhando o atleta para 
diagnóstico com equipe especializada, já que o dia a dia com os atletas permite um 
contato muito próximo com um público muito afetado por estes distúrbios segundo 
Mcardle (1996). 
3 - Nutrição na educação física escolar 
Mostramos até agora evidencias da presença constante da nutrição nas áreas de 
treinamento esportivo, mas estas não se restringem a este campo, estão presentes 
também na educação física escolar. 
O estudo: Alimentação na escola como forma de atender às recomendações 
nutricionais de alunos dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPS), realizado 
na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" campus/USP Piracicaba Silva 
(1998) conclui que é necessário corrigir falhas do conteúdo nutricional das refeições 
distribuídas na escola, pois as mesmas constituem parte fundamental do consumo 
alimentar dos alunos dos CIEPs. 
Achamos que resultados de pesquisas como esta devem ser conhecidos pelos 
professores que trabalham com os escolares especialmente o Educador Físico, pois é na 
aula de educação física que a demanda energética pode aumentar além dos níveis das 
aulas em sala de aula por conta da atividade física, assim, podem ocasionar um déficit 
calórico ainda maior. Portanto, o Educador Físico de escolares deve conhecer as 
condições dos alunos, inclusive nutricionais, para desempenhar seu papel com máxima 
eficiência e preservação da saúde. Preferencialmente que estas condições nutricionais 
 
 
11 
 
11 
dos alunos não sejam conhecidas apenas através do possível bom senso e sim por 
avaliações metódicas mesmo que simples, dos escolares. Atualmente existem muitos 
modelos de inquéritos nutricionais que auxiliam no conhecimento do estado nutricional 
tanto de crianças como de adolescentes e adultos. Ressaltamos que a escolha do modelo, 
aplicação e interpretação exigem a presença de um Nutricionista. 
Infelizmente, temos notado que a realidade reportada pela pesquisa acima, está 
presente em outras partes de nosso país, principalmente pela cobertura atual da mídia 
que vem explorando o assunto, que ganhou notoriedade com programas de combate a 
fome. Portanto, receamos que se os números noticiados forem verdadeiros a 
probabilidade de educadores físicos que lecionam para escolares encontrar crianças 
subnutridas seja alta. 
Costa e Ribeiro (2001), acreditam em um função maior para a merenda escolar, 
no estudo: Programa de Alimentação escolar: Espaço para Aprendizagem e Produção de 
Conhecimento, colocam: "As atividades práticas executadas no serviço de alimentação 
escolar podem ser objeto das atividades pedagógicas executadas pelos professores e 
intermediadas pelo Nutricionista". 
Salientam também a possibilidade de inclusão da: "[...] aprendizagem em saúde 
e nutrição como parte da cultura do serviço de alimentação escolar, produzindo 
conhecimento significativo". (COSTA E RIBEIRO 2001) 
Concluem deslumbrando a possibilidade de somar uma função ao nosso ver 
nobre ao programa (COSTA E RIBEIRO 2001). 
"O Programa de Alimentação Escolar tem se resumido, muitas vezes, no 
fornecimento de lanches ou refeições no intervalo das atividades escolares. Entretanto, 
existem possibilidades, que podem ser usadas pelo Nutricionista responsável pelo 
Programa, para desenvolver atividades educativas em nutrição, visando à promoção da 
saúde da comunidade escolar". 
Mostram assim, a possibilidade do ato de alimentar-se na escola ser educativo, 
levando os escolares a adquirirem conhecimentos sobre nutrição, o que imaginamos ser 
de grande importância para todas as escolas. Pois, mesmo com ampla disponibilidade de 
alimentos que os alunos mais favorecidos economicamente têm, é possível que sejam 
mal nutridos e sofram carência de algum nutriente (vitaminas, por exemplo), por 
 
 
12 
 
12 
consumirem alimentos pobres em nutrientes e muitas vezes ricos em calorias. 
Ocorrendo assim a obesidade e a desnutrição ao mesmo tempo. 
Na pesquisa: Educação nutricional em serviços públicos de saúde (1999), 
realizada no Departamento de Enfermagem de Ciências Médicas da Universidade 
estadual de Campinas (BOOG 1999): 
"As conclusões referem-se à necessidade de implementação de atividades de 
educação nutricional nos serviços de saúde, às dificuldades dos profissionais para 
abordar problemas relativos à nutrição e à necessidade de discutir o ensino de nutrição 
nos cursos da área da saúde". 
Sendo educação física um curso da área de saúde, e de caráter pedagógico tão 
presente, corroboramos a opinião de que há "[...] à necessidade de discutir o ensino de 
nutrição nos cursos da área da saúde". 
O Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e 
Contabilidade da Universidade de São Paulo, realizou uma: Análise da composição dos 
gastos com alimentação no Município de São Paulo (Brasil) na década de 1990. 
Objetivando "Identificar as estruturas de consumo alimentar no Município de São 
Paulo, de 1990 a 1996, e compará-las com as derivadas de cestas de alimentos 
balanceados (CA)"(BARRETO E CYRILLO 2000). E concluíram que: "Infere-se a 
existência de uma provável inadequação dietética nos domicílios de São Paulo e de 
riscos associados a uma ingestão insuficiente de legumes, verduras e frutas". 
Atribui-se um maior consumo de produtos industrializados a ação 
do Marketing, pois os preços destes produtos aumentaram relativamente mais que o das 
frutas e legumes. Portanto seria razoável indicar que os educadores (incluindo os 
físicos) sejam instrumentos da veiculação de uma alimentação mais 
adequada, "verduras e frutas são alimentos ricos em vitaminas, minerais antioxidantes 
e fibras; consequentemente, são agentes importantes na prevenção das doenças 
crônico-degenerativas" (BARRETO E CYRILLO 2000). Enquanto o marketing vem 
agindo no sentido contrário: 
"Portanto, a diminuição na parcela dos orçamentos familiares relativa aos 
produtos in natura, conforme descrito, representaria um risco potencial à maior 
frequência dessas morbidades e estaria contribuindo para o estabelecimento da 
transição nutricional e epidemiológica no País" (BARRETO E CYRILLO 2000). 
 
 
13 
 
13 
Segundo as conclusões de um estudo epidemiológico realizado por Oliveira 
(2002) sobre a colesterolemia em crianças e adolescentes de baixa renda, as escolas e 
instituições devem adotar trabalhos multidisciplinares com práticas nutricionais e 
atividades físicas regulares, promovendo a saúde através de conhecimentos ou hábitos 
alimentares saudáveis transmitidos às crianças que poderiam divulgar esse 
conhecimento à suas família. 
Pipitone (1997), sugere que a merenda oferece um espaço pedagógico a ser 
explorado para discussão detemas importantes em época de economia globalizada e 
influências da comunicação de massa. Sturion (2002) afirma que a educação nutricional 
deve implementar atividades relacionadas com a formação de bons hábitos, afirmando 
ainda que o programa de alimentação escolar tem um objetivo educacional e por isso 
um caráter universal. 
Na discussão da merenda escolar encontramos as mais variadas opiniões 
(PIPITONE, 1997), alguns achando que se trata de um problema de quantidade mais do 
que de qualidade, outros vem à merenda como assistencialista e paliativa, outros como 
desvio das atividades genuinamente pedagógicas da escola e alguns vêem ainda como 
direito da criança. Destacamos que estas são apenas algumas das opiniões podemos 
encontrar. Porém, acreditamos que independente da discussão em torno dos programas 
de merenda e/ou alimentação escolar, acreditamos que o alimento tem efeito benéfico, 
porém temporário, já a educação alimentar é um patrimônio dado à criança por toda a 
vida. 
Salientamos que seria imprescindível a presença de um Nutricionista 
participando de um programa de educação alimentar, até mesmo para o cumprimento lei 
que regulamenta a profissão sancionada em 17/09/1991 sob o n° 8.234, que diz: 
"É obrigatória a participação de nutricionistas em equipes multidisciplinares, 
criadas por entidades publicas ou particulares e destinadas a planejar, coordenar, 
supervisionar, implementar, executar e avaliar políticas, programas, cursos nos 
diversos níveis, pesquisas ou eventos de qualquer natureza direta ou indiretamente 
relacionados com alimentação e nutrição, bem como elaborar e revisar legislação e 
códigos próprios desta área". 
Desta forma, acreditamos que sob a orientação de um Nutricionista, o Educador 
Físico atuando em escolas, poderia contribuir para a educação alimentar dos alunos, 
 
 
14 
 
14 
necessitando de um mínimo de informação sobre nutrição para realizar efetivamente 
essa contribuição de forma coerente e eficiente. 
4 - Considerações finais 
Esperamos ter demonstrado eficientemente nesta breve explanação, que a 
educação física têm forte ligação com a nutrição tanto na área de cunho mais 
pedagógico e escolar, como no treinamento em esportes, visando alto rendimento ou 
mesmo a promoção da saúde. 
De fato, o estado nutricional é um fator capaz de influenciar na saúde do 
indivíduo, esta que por sua vez esta diretamente relacionada ao desempenho físico. Se 
levarmos em consideração que geralmente é através de atividades motoras que o 
professor de educação física exerce seu papel de pedagogo ou treinador, percebemos 
que uma má nutrição - seja por falta de alimentos ou informação - pode prejudicar todo 
o processo pelo qual o Educador Físico exerce seu papel. 
Acreditamos que a presença do Nutricionista é invariavelmente insubstituível, 
indispensável quando tratamos de nutrição. Essa relevante importância poderia ser mais 
facilmente evidenciada para os Educadores Físicos, se estes tivessem um conhecimento 
mínimo sobre nutrição. Achamos altamente benéficos os conhecimentos básicos de 
nutrição para Educadores Físicos. Visto a desobrigação deste conteúdo na formação dos 
mesmos, acreditamos que a participação de palestras, workshops, fóruns e etc... que 
possam transmitir tais conhecimentos, são recomendadas. 
São recomendadas novas pesquisas e discussões sobre a importância dos 
conhecimentos de nutrição para Educadores Físicos. A discussão atual sobre o assunto 
ao nosso ver ainda é insuficiente para a edificação de uma posição consensual. 
 
Referências 
ARAÚJO, L. R.; ANDREOLO, J.; SILVA, M. S. Utilização de suplemento alimentar e 
anabolizante por praticantes de musculação nas academias de Goiânia-GO. Rev. Bras. 
Ciên. e Mov,. Brasília julho 2002, vol.10, no. 3, p. 13-18. ISSN 0103-1716 
BARRETTO, S. A. J.; CYRILLO, D.C. Análise da composição dos gastos com 
alimentação no Município de São Paulo (Brasil) na década de 1990. Rev. Saúde 
Pública, fev. 2001, vol.35, no.1, p.52-59. ISSN 0034-8910. 
 
 
15 
 
15 
BOOG, M. C. F. Educação nutricional em serviços públicos de saúde. Cad. Saúde 
Pública, 1999, vol.15 supl.2, p.139-147. ISSN 0102-311X. 
COSTA, E. Q.; RIBEIRO, V. M. B.; RIBEIRO, E. C. O. Programa de alimentação 
escolar: espaço de aprendizagem e produção de conhecimento. Rev. Nutr., 
set./dez. 2001, vol.14, no.3, p.225-229. ISSN 1415-5273. 
KATCH, F. I; MCARDLE, W. D. Nutrição Exercício e Saúde. 4ª ed. Rio de Janeiro/RJ: 
Editora Médica e Científica, 1996. 
LINNEA, A. Nutrição. 17ª ed. Rio de Janeiro/RJ: Editora Guanabara, 1988. 
LOLLO, P. C. B.; TAVARES, M. C. G. F. Consumidores de Suplementos Alimentares 
nas Academias de Campinas, SP, Brasil. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE 
EDUCAÇÃO FÍSICA, 19., 2004, Foz do Iguaçu, PR, Brasil. 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURAL. Diretrizes Curriculares Nacionais do 
Curso de Graduação em Educação Física. Disponível em: 
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