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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE VETERINÁRIA DEPARTAMENTO DE CLÍNICA E CIRURGIA VETERINÁRIAS P C Prof. Álvaro Enéas Ribeiro Falcão de Almeida rofessor de Técnica Cirúrgica e Anestesiologia Veterinárias oordenador do Grupo de Estudos Sobre Animais Silvestres GEAS/UFMG Belo Horizonte 2004 Prof. Álvaro E. R. Falcão de Almeida Departamento de Clínica e Cirurgia Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais RRRAAAZZZÕÕÕEEESSS PPPAAARRRAAA AAA UUUTTTIIILLLIIIZZZAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDEEE DDDAAARRRDDDOOOSSS Desde muito tempo as zarabatanas são utilizadas para lançar pequenas setas com pontas embebidas em venenos que paralisam ou mesmo matam animais, com o objetivo de caça. Muitos povos primitivos, em todo o mundo, a utilizaram e ainda a utilizam, como o fazem alguns índios de tribos da Amazônia. Dardos com poderosas drogas tranqüilizantes, arremessados por armas pneumáticas ou de pólvora foram e continuam a serem empregados modernamente na captura de grandes mamíferos nas florestas e savanas africanas, nas selvas tropicais e no gelo ártico. Em zoológicos, parques naturais, reservas florestais e áreas que serão inundadas por represas Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 1 destinadas a geração de eletricidade são amplamente usados por veterinários responsáveis pelos cuidados com a fauna residente. Não só para a captura e transferência de animais, mas também para medicação com vacinas, antibióticos, vermífugos etc. Mesmo no exercício da clinica veterinária de animais domésticos têm aplicação assegurada na contenção química de cães ferozes, difíceis de serem abordados quando soltos em áreas livres, como quintais. Também em fazendas, bovinos bravios são facilmente contidos, sem que seja necessário aproximar-se muito deles, com a segurança de um dardo arremessado por um profissional separado destes animais por uma cerca. São evidentes, em todos estes casos, os benefícios de não haver a necessidade da contenção física que antecede a injeção da droga com a finalidade de tranqüilização, anestesia ou quaisquer outras medicações Podemos justificar, simplesmente, o seu emprego com a frase: “menor estresse para o animal e menor risco para o veterinário”. O lançamento de dardos por zarabatanas, com o treinamento prévio, praticado em manequins de pano e palha ou mesmo em caixas vazias de papelão grosso, torna possível ao veterinário a resolução de problemas de contenção aparentemente incontornáveis. Em países como Estados Unidos, Inglaterra, Dinamarca, e Alemanha há um expressivo número de empresas que fabricam e comercializam dardos, zarabatanas, pistolas e rifles a ar comprimido, gás butano ou propano, CO2 ou de pólvora, destinados às necessidades dos veterinários que atuam nas atividades anteriormente referidas Muitas vezes são de aquisição difícil em nosso país, por motivos de oferta escassa Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 2 ou mesmo por impedimentos legais. São equipamentos de uso restrito a um único segmento profissional e em decorrência têm um mercado muito limitado, o que torna altos os seus preços . Além disto, peças para reposição, sua manutenção e assistência técnica também são relativamente caras e pouco acessíveis, longe dos grandes centros. Por estes motivos, surgiu a necessidade da confecção artesanal destes instrumentos de trabalho. Pode-se afirmar que a criatividade e a capacidade de improvisar de muitas pessoas tornaram a preparação de dardos e zarabatanas um ato de criação coletiva, que se aperfeiçoa ao longo do tempo, com base nos erros e acertos de todos. Este pequeno manual contém, pois, proposta de confecção destes instrumentos, embasada em vivências pessoais, nas amplas experiências dos colegas anônimos, e nas daqueles que as publicaram em monografias e periódicos. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 3 MMMAAATTTEEERRRIIIAAALLL NNNEEECCCEEESSSSSSÁÁÁRRRIIIOOO PPPAAARRRAAA AAA MMMOOONNNTTTAAAGGGEEEMMM DDDEEE DDDAAARRRDDDOOOSSS EEE ZZZAAARRRAAABBBAAATTTAAANNNAAASSS Para Zarabatanas: 1. Tubos de alumínio, diâmetro 5/8 de polegada (para zarabatanas lançadoras de dardos confeccionados com seringas de 3 ml) e ½ polegada (para lançar dardos montados com seringas de 5 ml. Há dois tipos de tubo: parede fina e parede grossa. 2. Varetas de alumínio, madeira ou bambú, com comprimento maior que o tubo cortado. 3. Pacote de lã de aço (Bombril®) 4. Pacote de algodão hidrófilo. 5. Folhas de lixas para metal (nº 200) 6. Ponteiras de plástico ou borracha, na medida do diâmetro do tubo, para ocluir as extremidades da zarabatana, quando não estiver em uso. 7. Redução de PVC hidráulico (Cloreto de Poli Vinil) soldável, de 1 polegada para 1/2 polegada, para ser usado como bocal, a ser colado na extremidade da zarabatana. Para Dardos 1. Seringas plásticas descartáveis BD Luer Lock®, de 3 ml 2. Seringas plásticas descartáveis BD Luer Lock®, de 5 ml 3. Seringas plásticas descartáveis, não estéreis, para pressurização 4. Agulhas descartáveis 40x12 Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 4 5. Agulhas descartáveis 25x7 6. Cola à base de cianoacrilato – Superbonder® 7. Cola à base de epóxi rápido – Araldite Rápido® 8. Novelo de lã colorida 9. Isqueiro de gás propano/butano 10. Folha de lixa 200, para metal 11. Cotonetes de algodão 12. Palitos de madeira 13. Faca tipo estilete, de lâminas descartáveis 14. Lima triangular pequena, fina, para metal 15. Estilete de aço, pontiagudo 16. Éter sulfúrico, frasco pequeno 17. Estilete metálico fino, para ajustar o êmbolo Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 5 18. Caixa plástica grande, hermética, para guardar e transportar material AAA PPPRRREEEPPPAAARRRAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDAAASSS AAAGGGUUULLLHHHAAASSS 1. Usando-se uma pequena lima triangular, fina, fazer um pequeno sulco transversal ao eixo da agulha 40x12, situado de 10 a 15 mm da extremidade. 2. Em seguida, com um fino estilete de aço, fazendo-se movimentos de rotação, aprofunda-se e arredonda-se este sulco até atingir a luz da agulha, abrindo-se um pequeno orifício arredondado. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 6 3. Opcionalmente este furo pode ser aberto com uma pequena retífica, (tipo Dremel®), ou com motor de uso em odontologia e prótese odontológica, usando-se brocas de calibre adequado. 4. O acabamento é feito com a aplicação da lixa fina para remover as pequenas arestas de metal, que fazem saliência nas bordas do orifício criado. 5. Este orifício não deve ser demasiado grande, para não diminuir a resistência da agulha, o que causaria sua quebra no momento do impacto com a pele do animal. 6. O passo seguinte é selar permanentemente a extremidade da agulha com adesivo rápido à base de epoxi (Araldite®) Qualquer excesso de adesivo deve ser removido. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 7 7. Após secagem, geralmente em 15 minutos, a agulha é introduzida em uma pequena rolha de borracha, até a oclusão do orifício lateral. 8. .Esta rolha é, na verdade, um êmbolo de um tubete de anestésico de uso odontológico. Funcionará como uma válvula, que se deslocará para trás no momento da penetração da agulha na musculatura do animal, permitindo que a droga seja injetada sob pressão. 9. A agulhas preparada é testada acoplando-a à uma seringa que pode conter ou não líquido e, com o orifício lateral ocluído pela válvula de borracha, tenta-se expulsar ar ou líquido da seringa. Não deve haver vazamentos. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 8 10. Em situação de emergência, as agulhas podem ser preparadas apenas fechando-se a extremidade (bisel) com um pequeno cubo de borracha EVA (Etil-Vinil-Acetato), que funciona como válvula. No momento do impacto, a agulha atravessa completamente este fragmento e permite que o ar ou gás comprimido injete a droga no animal. PPPRRREEEPPPAAARRRAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS DDDAAARRRDDDOOOSSSAAANNNEEESSSTTTÉÉÉSSSIIICCCOOOSSS Corpo de duas seringas de 3 ml 1. Após remover os êmbolos, com uma lâmina afiada, cortar os apoio dos dedos dos corpos de duas seringas, BD Luer Lock®, de 3 ml. São removidas as arestas, se houver. 2. Cortar a haste do êmbolo de uma das seringas, deixando de 5 a 10 mm do plástico junto à borracha do êmbolo e introduzir dentro de um dos corpos já preparados Dentro do outro corpo de seringa, introduzir um êmbolo de tubete de anestésico odontológico Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 9 3. Cortar um segmento de aproximadamente 25 mm de um tubete plástico de anestésico odontológico. 4. Com um cotonete embebido com éter, limpar o interior das extremidades dos dois corpos de seringa. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 10 5. Aplicar um pouco (pouco!) de adesivo à base de cianoacrilato (Superbonder®) no interior das duas extremidades dos corpos e uni-los com o segmento de tubo de anestésico. É recomendável fixar um corpo de cada vez ao segmento de tubo Após estarem bem ajustados, aplicar novamente o adesivo externamente, em toda a linha de união dos corpos, para assegurar vedação completa. Corpo de uma seringa de 3 ml ou 5 ml 1. Com uma lâmina afiada, cortar os apoios dos dedos da extremidade posterior de uma seringa BD Luer Lock® de 5 ml. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 11 2. Cortar a haste do êmbolo da seringa, deixando 10 mm do plástico junto à borracha e introduzir dentro do corpo da seringa. 3. Remover a parte de borracha de um outro êmbolo de uma outra seringa de 5 ml. 4. Introduzir esta borracha na extremidade do corpo da seringa e transfixando-a ao corpo da seringa com duas agulhas 25x7, de modo que as agulhas fiquem perpendiculares uma à outra. Para facilitar a operação, as extremidades das agulhas podem ser aquecidas na chama de um isqueiro a gás ou bico de Bunsen. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 12 5. As agulhas são cortadas rentes à parede externa da seringa e as rebarbas são lixadas. Internamente, no ponto de contato da borracha com a parede da seringa, pode ser aplicado adesivo do tipo cianoacrilato, para assegurar perfeita vedação, após ter sido limpa com éter. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 13 CCCOOONNNFFFEEECCCÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOO EEESSSTTTAAABBBIIILLLIIIZZZAAADDDOOORRR DDDEEE VVVÔÔÔOOO Os estabilizadores de vôo são fundamentais para manter a trajetória do dardo após o disparo, e permitir que o alvo seja alcançado com sucesso.São penachos feitos com lã e devem ter cores berrantes para facilitar sua visualização, indicando se atingiram ou não o alvo, após terem sido disparados A passagem do dardo com o estabilizador pelo tubo da zarabatana deve ser testada, devendo deslizar com facilidade. Se necessário, o penacho será aparado com tesoura, no comprimento e na largura. A cor da lã pode ser usada como indicador da droga com a qual o dardo foi carregado. Por ex.: vermelho para xilazina, laranja para quetamina, amarelo para tiletamina/zolazepam, etc. Para dardos de duas seringas 1. Dependendo da espessura do fio de lã, enrolar de 10 a 20 voltas de lã de tricot, de cor viva – vermelha, laranja, amarela -, na extremidade de uma régua escolar ou nos dedos indicador e médio. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 14 2. Passar um fio de lã por dentro do anel formado e amarra-lo firmemente Deixar pontas grandes de fio. 3. Com uma tesoura, cortar este anel de fios, no ponto diametralmente oposto aos nós aplicados. 4. Cortar um pedaço de protetor plástico de agulha, com cerca de 15 mm. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 15 5. As duas pontas de fio do penacho do estabilizador são passadas por dentro do segmento de plástico, e puxadas firmemente, de modo que a lã fique presa dentro da extremidade do tubo. Cortar bem curtos os fios tracionados. Pode ser aplicada uma gota de adesivo instantâneo, externamente, para que o penacho não se desprenda. 6. Este conjunto é acoplado na parte posterior do dardo carregado, antes do disparo. Para dardos de uma seringa 1. Nos dardos simples, de um só corpo, os fios terminais do penacho são amarrados diretamente no cruzamento das hastes das duas agulhas transfixadas, na parte posterior do dardo. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 16 2. Nestes dardos, o estabilizador pode ser preso ao dardo no momento da sua confecção. Não causará nenhum transtorno no momento da pressurização, pois esta operação, neste caso, difere da que é empregada nos dardos de dois corpos. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 17 CCCOOONNNFFFEEECCCÇÇÇÃÃÃOOO DDDAAA ZZZAAARRRAAABBBAAATTTAAANNNAAA Os tubos utilizados na confecção da zarabatana podem ser de metal (alumínio) ou de plástico (PVC hidráulico ou eletrodutos). Os tubos de plástico, apesar de muito baratos, têm o inconveniente de sofrerem deformação com mais facilidade, principalmente sob ação de calor. Além disto, zarabatanas de maior comprimento, com 1,50 a 2,0m, dificilmente serão retas, pois o material é muito flexível. Apesar disto, podem ser empregados para zarabatanas curtas. Tubos de alumínio são a melhor opção de material, aliam leveza e rigidez e não são caros. Apesar disto, também podem se deformar no transporte e utilização inadequados.Não importando a natureza do material de que são confeccionadas, as zarabatanas devem ser guardadas e transportadas dentro de estojos feitos de tubos de PVC de parede fina (usados na construção civil para esgoto), de 50 ou 100mm de diâmetro, fechados nas duas extremidades por tampões do mesmo material. Tubos e tampões de PVC são facilmente encontrados em qualquer loja de material de construção ou de ferragens. Os diâmetros de tubos mais empregados são os de 5/8 de polegada para os dardos de 3ml e ½ polegada para os dardos feitos com seringas de 5ml. O comprimento pode variar de 0,70m até 2,0m, considerando-se que quanto maior o comprimento, maior será o alcance do dardo. Por outro lado, quanto maior o tubo, maior será o esforço para a propulsão do dardo. Zarabatanas curtas são empregadas para disparos quando o alvo está próximo do operador. Com treinamento, usando-se um equipamento longo, podem ser atingidos alvos a até 10,0m de distância. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 18 Podemos confeccionar uma zarabatana de 1,50m com dois segmentos de 0,75m tubo, que podem ser usados juntos, unidos por uma “luva” feita com um segmento de 0,20m de tubo de PVC ou em separado, como uma zarabatana curta. Como acessório, para melhorar a eficiência do sopro, pode ser colado na extremidade um bocal de PVC, na verdade uma redução de PVC de 1 polegada para ½ polegada. Preparação do tubo 1. Com uma serra, cortar o tubo no tamanho desejado. 2. Retificar as extremidades do tubo, interna e externamente, com limas, pedras de esmeril ou lixas, para eliminas rebarbas e bordas cortantes. 3. Se o interior do tubo tiver irregularidades, com um chumaço de lã de aço (Bombril®), preso a uma vareta de comprimento maior que o tubo, polir o interior do tubo, com movimentos de vai-vem, até torná-lo bem liso 4. Fazer o mesmo procedimento algodão hidrófilo e terminar o polimento do interior do tubo, até que fique com aspecto espelhado, quando visto contra a luz. 5. Lubrificar o interior do tubo fazendo passar, com a vareta, um chumaço de algodão levemente embebido em silicone líquido. Considerar que, muitas vezes, os tubos são bem produzidos nas metalúrgicas e apresentam seu interior bastante liso, sendo suficiente apenas limpeza com algodão e lubrificação com silicone. Quando não estiverem em uso, as zarabatanas devem ter as suas extremidades ocluídas por ponteiras plásticas ou de borracha, como aquelas empregadas nos pés de cadeiras de metal, encontradas com facilidade em lojas de ferragens. Isto evitará a entrada de poeira e outras impurezas que dificultam o deslizamento do dardo,prejudicando seu lançamento. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 19 TTTEEESSSTTTEEE DDDOOO DDDAAARRRDDDOOO DDDEEEPPPOOOIIISSS DDDEEE PPPRRROOONNNTTTOOO 1. Deslocar a válvula de borracha da agulha até a perfeita oclusão da abertura lateral. 2. Carregar o dardo com solução fisiológica ou água destilada estéreis. 3. Acoplar firmemente a agulha. 4. Injetar ar ou gás na câmara posterior. Não deve ser observado vazamento 5. Deslocar rapidamente a válvula da agulha para traz e verificar o completo esvaziamento da câmara do líquido. AAACCCOOONNNDDDIIICCCIIIOOONNNAAAMMMEEENNNTTTOOO DDDOOOSSS DDDAAARRRDDDOOOSSS Quando não estiverem em uso, os dardos e agulhas devem ser acondicionados em estojos de aço inox, usados para instrumental cirúrgico, ou mesmo em caixas plásticas herméticas, do tipo Tupperware®. No interior das caixas devem ser colocados sachets de pastilhas de formaldeído feitos com algodão e gaze, para manter as condições de esterilidade. ATENÇÃO: Dardos só deverão carregados com drogas e pressurizados no momento de serem usados. Jamais serão guardados carregados e pressurizados. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 20 CCCAAARRRRRREEEGGGAAAMMMEEENNNTTTOOO DDDOOO DDDAAARRRDDDOOO Dardo de dois corpos de seringa 1. Injetar ar na câmara posterior para movimentar o êmbolo até a entrada da câmara anterior 2. Com uma haste metálica fina, introduzida na abertura anterior do dardo, deslocar o êmbolo até a marca da escala correspondente ao volume que se deseja injetar. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 21 3. Através da abertura, com uma seringa, transferir a droga desejada para a câmara anterior. 4. Acoplar a agulha firmemente, certificando-se que o orifício lateral está perfeitamente ocluído pela válvula de borracha. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 22 5. Pressurização Com o dardo na posição vertical, injetar ar na câmara posterior com uma seringa de 10 ou 20 ml. Um pequeno segmento de sonda plástica ou de tubo de equipo de infusão fará o acoplamento do dardo com a seringa.Ao ser injetado, o ar desloca a pequena rolha de borracha (êmbolo de tubete anestésico) que está, por gravidade, junto à entrada de ar.Ao ser rapidamente retirada a seringa, o ar comprimido na câmara manterá a válvula junto à entrada, promovendo perfeita vedação da câmara de ar. 6. Acoplar o estabilizador ao dardo. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 23 Dardo carregado e pressurizado Dardo de um corpo de seringa 1. Introduzir uma agulha hipodérmica de pequeno calibre(25x7 ou menor) através do embolo transfixado na extremidade posterior do dardo. Sem este cuidado não é possível executar o passo seguinte. 2. Injetar ar, através da agulha, na câmara posterior para movimentar o êmbolo até a entrada. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 24 3. Com uma haste metálica fina, introduzida na abertura anterior do dardo, deslocar o êmbolo até a marca da escala correspondente ao volume que se deseja injetar. 4. .Através da abertura, com uma seringa, transferir a droga desejada para a câmara anterior 5. Acoplar a agulha firmemente, certificando-se que o orifício lateral está perfeitamente ocluído pela válvula de borracha. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 25 6. Pressurização: Acoplar uma seringa de 10 ou 20 ml à agulha que foi introduzida na parte posterior do dardo e injetar ar, sob forte pressão, na câmara posterior. 7. Retirar rapidamente o conjunto agulha/seringa de modo que não ocorra vazamento do ar injetado. 8. Alternativamente, pode ser injetado gás propano (gás de isqueiro) na câmara posterior do dardo. Para isto, uma agulha deve ser adaptada ao bico do cilindro de gás.Considera-se que há um volume adequado de gás na cama quando se notar gás liquefeito nas paredes da câmara. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 26 LLLAAANNNÇÇÇAAAMMMEEENNNTTTOOO DDDOOO DDDAAARRRDDDOOO Antes de se fazer utilização do equipamento, é importante treinar com um dardo carregado com água, sem necessidade de estar pressurizado, com uma agulha comum coberta pelo protetor de plástico. Desta forma, terá peso e comprimento idênticos ao dardo que será utilizado em situação real. O operador, ao variar as distâncias do alvo, mesmo sem nada entender de balística, aprenderá aos poucos a posicionar a zarabatana nos ângulos aproximados, para compensar a trajetória em forma de parábola percorrida pelo dardo. Este treinamento pode ser feito efetuando-se tiros contra silhuetas desenhadas em painéis de papelão ou isopor, caixas vazias de papelão, manequins feitos com tecido e palha, fardos de feno etc. 1. O dardo deve ser introduzido na zarabatana até 1-2cm além da borda de metal da zarabatana, para que os fios de lã do estabilizador preencham perfeitamente a luz do tubo, sem Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 27 Dardo carregado e pressurizado estarem justos, para melhor aproveitamento do fluxo de ar soprado. 2. O tubo é seguro pela mão, no alinhamento do braço em total extensão, para perfeita estabilização da zarabatana e uma melhor visada, aumentando as chances de acerto no tiro. 3. O ar soprado, de um só golpe, deve ser armazenado na boca. Se for soprado ar dos pulmões, como numa expiração forçada, o tiro sairá fraco, sem potência. Os pontos de eleição para impacto do dardo são os da região escapular (músculo tríceps) e da face lateral da coxa (músculos quadríceps e semimembranáceo). Desta forma são evitadas lesões decorrentes de perfurações cervicais, torácicas e abdominais. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 28 CCCOOOMMMOOO CCCOOONNNCCCEEENNNTTTRRRAAARRR DDDRRROOOGGGAAASSS AAA PPPAAARRRTTTIIIRRR DDDEEE SSSOOOLLLUUUÇÇÇÕÕÕEEESSS CCCOOOMMMEEERRRCCCIIIAAAIIISSS Quando for necessário o emprego de um volume maior de droga, devido ao grande porte do animal, é natural que o dardo fique muito pesado ou mesmo que não tenha capacidade para comportar tal volume. No primeiro caso, o esforço para o lançamento é maior e a precisão do tiro é menor. No segundo caso, será preciso um dardo de maior capacidade, com o mesmo inconveniente, ou então será necessário atingir o animal com mais de um dardo de menor capacidade e, geralmente, isto não será possível. Desta forma, é desejável empregar drogas mais concentradas, pois, num mesmo volume teremos mais princípio ativo. Infelizmente, as preparações comerciais das principais drogas tranqüilizantes ou anestésicas (ex: xilazina e quetamina) dificilmente estão disponíveis em várias concentrações, pelo menos no nosso país. Um artifício para contornar esta situação é concentrar as drogas das apresentações comerciais disponíveis Isto pode ser feito da seguinte forma: 1. Abrir os lacres metálicos do frascos-ampôla, retirar as rolhas de borracha e remover todo o conteúdo líquido com uma seringa estéril. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 29 2. Transferir as soluções para um recipiente graduado de vidro termo-resistente (Pirex®), por ex.um béquer, e colocar este recipiente numa estufa regulada para, no máximo 70ºC. Como são soluções aquosas, calor da estufa irá evaporar gradativamente a água destilada usada como solvente, concentrando a droga. Por exemplo: uma solução de cloridrato de xilazina a 2%, reduzida em 50% do seu volume passará a ter uma concentração de 4%; da mesma forma, uma solução de cloridrato de quetamina a 5% terá concentração de 10%.Devem ser evitadas concentrações muito altas, para evitar precipitação do princípio ativo. Alguns profissionais utilizam a alternativa de colar externamente ao frasco esvaziado da droga uma tira adesiva e fazer marcas, com uma lapiseira de ponta fina, à medida que vão transferindo o liquido de volta ao frasco. Na realidade, é como se estivessem aferindo o volume, pois na indústria farmacêutica os frascos são cheios automaticamente e nem sempre o volume declarado é real. Os frascosabertos são colocados na estufa e a desidratação é acompanhada pela escala feita, em ml, na fita. Não há um tempo determinado para este processo, pois, dependendo do diâmetro do béquer ou da boca do frasco, que implica em maior ou menor área de exposição da solução ao ar quente da estufa, a evaporação será mais rápida ou mais lenta. Segundo dados experimentais, estas substâncias submetidas a esta temperatura não são degradadas. As soluções concentradas por este processo devem ser armazenadas nos frascos originais, tampados com suas respectivas rolhas de borracha e novamente selados com lacres, mantidos ao abrigo da luz. Prof. Álvaro Falcão – EV/UFMG 30 MATERIAL NECESSÁRIO PARA A MONTAGEM DE DARDOS E ZARABATANAS Para Zarabatanas: Tubos de alumínio, diâmetro 5/8 de poleg� Varetas de alumínio, madeira ou bambú, com comprimento maior Pacote de lã de aço (Bombril®) Pacote de algodão hidrófilo. Folhas de lixas para metal (nº 200) A PREPARAÇÃO DAS AGULHAS Usando-se uma pequena lima triangular, fina, fazer um pequen PREPARAÇÃO DOS DARDOS ANESTÉSICOS Corpo de duas seringas de 3 ml
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