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31 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 3 Administração clássica: a estrutura organizacional e o papel do gestor Este capítulo tem o seu foco no segundo componente das chamadas Teorias Clássicas da Administração: a Teoria Administrativa (ou Escola Normativa), que tem Henry Fayol como principal autor. As teorias pro- postas por Fayol surgiram de forma quase simultânea à apresentação da administração científica de Frederick Taylor, estudada no capítulo 2. A Teoria Administrativa se notabiliza por uma abordagem diferente da proposta pela administração científica. Enquanto a administração científica tem uma abordagem que se inicia no “chão de fábrica” e se 32 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .estende à alta gerência, a Teoria Administrativa apresenta um fluxo in- verso: do todo, a organização em si, para as partes componentes, isto é, os departamentos que formam a organização. As Teorias Clássicas da Administração são um campo relativamente recente de estudo. A administração como um campo de estudo distinto das demais cadeiras, como a engenharia, é recente e as teorias mais relevantes escritas datam após 1900. 1 Henry Fayol e a Teoria Administrativa Henry Fayol foi o teórico mais influente da Teoria Administrativa. Formado engenheiro de minas, Fayol fez carreira na indústria de mine- ração e trabalhou por todos os 58 anos de sua carreira administrativa na mesma organização. O desenvolvimento profissional de Fayol, inician- do sua carreira como engenheiro e finalizando-a como executivo-chefe de empresa – que, em 2017, compunha o maior grupo de mineração e metalurgia da França –, teve influência direta em sua abordagem, seus estudos e suas proposições. Conforme Silva (2008), em um de seus primeiros trabalhos, Fayol notou que as recomendações dos especialistas técnicos poderiam ser comprometidas por práticas administrativas falhas. Além disso, Fayol separou a habilidade administrativa do conhecimento técnico com a seguinte afirmação: “um líder que seja bom administrador, mas tec- nicamente medíocre, é geralmente muito mais útil à empresa do que se ele fosse um técnico brilhante, mas um administrador medíocre” (FAYOL apud SILVA, 2008, p. 133). Ou seja, o sucesso organizacional reside também nas habilidades administrativas de seus líderes. Fayol notou que havia muita teorização por parte dos administrado- res, que apresentava diversas contradições e pouca reflexão sistêmica quando colocada em prática. Para Fayol, o administrador deveria ter as seguintes características: qualidades físicas (saúde e vigor), mentais 33Administração clássica: a estrutura organizacional e o papel do gestor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. (habilidade de aprender) e morais (responsabilidade e lealdade), além de conhecimento geral (familiaridade com outros assuntos não rela- cionados à função desempenhada), especial (conhecimento peculiar à função) e vivencial (conhecimento obtido com o trabalho). Os ele- mentos da Teoria Administrativa, em sua essência, se projetam para a organização de coisas. Aqui vale a diferenciação proposta por Chiavenato (2010) entre os conceitos de administrar e organizar: “administrar” é um conjunto mais amplo do qual “organizar” faz parte; “organizar” representa o ato de in- tegrar e estruturar os órgãos e os recursos envolvidos, bem como de- finir as relações dos agentes envolvidos. “Administrar”, por outro lado, envolve as atividades de comandar, controlar, organizar e prever. Fayol (1978) propõe as seguintes funções administrativas: Quadro 1 – Teoria Administrativa: funções administrativas FUNÇÃO DESCRIÇÃO DA FUNÇÃO Prever Visualizar o futuro e traçar o programa de ação a médio e longo prazos Organizar Constituir a estrutura, material e humana, para realizar o empreendimento da organização Comandar Dirigir e orientar o pessoal para mantê-lo ativo na organização Coordenar Ligar e harmonizar todos os atos e os esforços coletivos Controlar Cuidar para que tudo se realize conforme os planos da organização Fonte: Fayol (19781). 1 A obra original de Fayol data de 1916, tendo diversas reimpressões. 34 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .IMPORTANTE Para Decenzo e Robbins (2004), planejamento é o processo de determi- nar objetivos e avaliar a melhor forma de alcançá-los. O planejamento proporciona direção, reduz o impacto das mudanças e estabelece pa- drões para facilitar o controle. Na era da informação, associam-se ao planejamento a rigidez excessiva, a incapacidade de respostas na velo- cidade esperada, a limitação da capacidade criativa, etc. O administra- dor deve saber que o planejamento foca a atenção nos desafios atuais para a sobrevivência futura da organização. Fayol estabelece que todas as atividades ou operações de uma or- ganização podem ser divididas em seis grupos (CHIAVENATO, 2014): 1. Técnicas: transformação de bens e serviços. 2. Comerciais: transações de compra, venda e permutas. 3. Financeiras: captação e bom uso do capital. 4. Contábeis: controles e registros das despesas operacionais. 5. Segurança: preservação e proteção de ativos e pessoas. 6. Administrativas: coordenação e sincronização das demais fun- ções (previsão, organização, comando, coordenação e controle). Para Fayol, a base do processo era o desenvolvimento de um plano formal de ação, descrito como “uma espécie de quadro onde os even- tos próximos são definidos com alguma distinção, enquanto eventos distantes aparecem progressivamente, menos diferenciados” (FAYOL apud SILVA, 2008, p. 137). Conforme Chiavenato (2010), as funções es- tabelecidas por Fayol passaram a ser denominadas áreas. Dentro das organizações atuais, são comumente encontradas as seguintes áreas: operações/produção, marketing, finanças e recursos humanos. 35Administração clássica: a estrutura organizacional e o papel do gestor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. PARA PENSAR Decenzo e Robbins (2004) nos apresentam a distinção entre os planos estratégico e tático. Os primeiros cobrem um período de tempo exten- so, entre 5 e 6 anos de projeção; os planos táticos, por sua vez, cobrem períodos de tempo maiscurtos e situações mais específicas de eventos com menor assimetria de informação. Você consegue identificar alguma semelhança entre conceitos extrema- mente atuais, presentes em nosso cotidiano corporativo, com o plano de ação formal proposto por Fayol há mais de 80 anos? A obra original de Fayol apresentou os 14 princípios gerais de ad- ministração segundo a Teoria Administrativa. Na prática administrati- va contemporânea, esses princípios ainda são considerados úteis por grande parte dos administradores. De acordo com Chiavenato (2014), os 14 princípios da perspectiva clássica de Fayol podem ser assim resumidos: 1. Divisão de trabalho: a especialização das tarefas e das pessoas, objetivando aumento da eficiência. 2. Autoridade e responsabilidade: deve haver o equilíbrio entre “dar ordem”, “esperar obediência” e “prestar contas”. 3. Disciplina: aplicação, energia, obediência e respeito dos trabalha- dores devem ser empregados de forma ordenada, incluindo apli- cação criteriosa de penalidades. 4. Unidade de comando: cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. 5. Unidade de direção: apenas uma “cabeça” e um “plano” para as atividades que tenham o mesmo objetivo. 36 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 6. Subordinação dos interesses individuais: os interesses da orga- nização devem se sobrepor aos interesses de uma pessoa ou a um grupo(s) de pessoas. 7. Remuneração do pessoal: a remuneração deve ser justa e re- compensar o “bom desempenho”, inclusive utilizando recompen- sas não financeiras. 8. Centralização: a utilização da concentração de autoridade como modo de diminuir a importância do papel do subordinado. 9. Hierarquia: os níveis hierárquicos mais baixos devem manter os níveis hierárquicos mais altos informados sobre suas atividades de trabalho. 10. Ordem: para maior coordenação e eficiência, deve haver um lugar para cada recurso material e humano da organização. 11. Equidade: aplicar e executar as convenções estabelecidas, inter- pretando-as para tratar todos os empregados igualmente. 12. Estabilidade do pessoal: a retenção dos trabalhadores mais pro- dutivos deve ser prioridade, evitando prejuízos para a eficiência da organização. 13. Iniciativa: capacidade de visualizar um plano e assegurar, de ma- neira pessoal, o seu sucesso. 14. Espírito de equipe: a harmonia e a união entre as pessoas são grandes forças para a organização. Os princípios da Teoria Administrativa evidenciam, assim, a pres- crição das funções do administrador e os princípios que devem ser ado- tados em sua atividade. O caráter normativo e prescritivo dessa teoria indica a aplicação de uma “receita de bolo”. Silva (2008, p. 138) aponta os princípios gerais da teoria clássica ao afirmar que “não existe nada rígido ou absoluto quando se trata de problemas de administração”. Os 37Administração clássica: a estrutura organizacional e o papel do gestor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. elementos da Teoria Administrativa foram formulados para organizar esforços, obter vantagens por meio da especialização, característica si- milar à administração científica. Assim, os pressupostos de ambas as teorias evitam o comportamento casual/empírico, além de outros even- tuais traços de desorganização (SILVA, 2008). 2 A obra dos autores clássicos e a Teoria Administrativa Entre as décadas de 1920 e 1930, período no qual se iniciou a primei- ra fase de expansão das atividades de consultoria nos Estados Unidos e na Europa, alguns teóricos complementaram os conceitos propostos por Fayol (CHIAVENATO, 2010; SILVA, 2008). • Luther Gulick: ampliou o processo de Fayol e desenvolveu o POSDCOR: planejamento (planning), organização (organizing), as- sessoria (staffing), direção (directing), coordenação (coordinating), informação (reporting) e orçamentação (budgeting). Embora vis- se a administração como algo universal, suas proposições foram aplicadas primeiramente para a administração governamental. • Lyndall Urwick: compilador e divulgador das ideias de Fayol, também adicionou alguns princípios. Propunha a especializa- ção (pessoa ocupando uma só função), autoridade (clareza na linha de autoridade presente), amplitude administrativa (o superior deve ter um número máximo de subordinados) e defi- nição (deveres, autoridade e responsabilidade devem estar for- malizados e comunicados a todos). Urwick ainda subdividiu o elemento “prever” da administração em investigação, previsão e planejamento. • James Mooney e Alan Reiley: estabeleceram os Princípios da Eficiência Organizacional e o alcance do “lucro por meio do serviço”. 38 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Determinaram que a organização eficiente era baseada no forma- lismo e que todas as estruturas sólidas de organização se basea- vam em relações “superior-subordinado”. Ao analisarmos os seguidores da Teoria Administrativa, é importante retomarmos a reflexão proposta por Silva (2008) em relação aos princí- pios da Teoria Administrativa de Fayol. A Teoria Administrativa nos traz as especializações “vertical” e “horizontal”. A cadeia escalar de Fayol, conforme proposto por Chiavenato (2010), estabelece que a cadeia de comunicação deve passar por todos os níveis hierárquicos até chegar ao seu destino. Além disso, a estrutura organizacional apresenta órgãos de linha que se dedicam exclusivamente às suas atividades e órgãos staff, os chamados “prestadores de serviços internos”, conforme mos- tra a figura 1. Figura 1 – Teoria Administrativa: hierarquia de Fayol Presidente Diretor Gerente Chefe Supervisor Executor J H F D E G I K B A C Fonte: Chiavenato (2014, p. 124). 39Administração clássica: a estrutura organizacional e o papel do gestor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. A função dos órgãos staff2 é permitir que os órgãos de linha pos- sam se dedicar somente aos seus objetivos, oferecendo serviços de assessoria e de consultoria. A autoridade desses órgãos é essencial- mente apoiada na sua especialização (trade-off3 entre especialização e coordenação, que já estudamos). Figura 2 – As atividades da empresa Técnicas Comerciais Financeiras Contábeis Segurança Previsão Organização Comando Coordenação Controle Administrativas Fonte: Silva (2008, p. 136). Além das especializações“vertical” e “horizontal”, a Teoria Administrativa trabalha com a proporcionalidade adminis- trativa (CHIAVENATO, 2010). O que seria isso? Conforme su- bimos na escala hierárquica, aumenta-se a proporção de atividades administrativas e diminui-se a proporção das não administrativas. 2 Conjunto das pessoas/grupo de indivíduos que compõem o quadro de uma organização, assessorando de alguma forma. 3 Trade-off ou tradeoff é uma expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Caracteriza- se como uma ação econômica para resolução de um problema, mas que acaba acarretando outro, o que gera a obrigação de uma escolha. Em outras palavras, um trade-off ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço distinto. 40 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Figura 3 – Teoria Administrativa: proporcionalidade das funções administrativas Direção Níveis hierárquicos: Gerência Supervisão Funções administrativas: Prever Organizar Comandar Coordenar Controlar Funções não administrativas: Técnicas Comerciais Financeiras Segurança Contábeis Fonte: Chiavenato (2014, p. 84). 3 Implicações da Teoria Administrativa Assim como a administração científica, a Teoria Administrativa de Fayol não foi imune às críticas. Chiavenato (2010) elenca as principais críticas em relação às propostas dessa corrente teórica. • Abordagem prescritiva e normativa: dita as regras de conduta aos administradores das organizações. • Abordagem simplificada da organização formal: por meio de es- quemas lógicos, estabelece as regras pelas quais os administra- dores devem trabalhar. 41Administração clássica: a estrutura organizacional e o papel do gestor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Ausência de trabalhos experimentais: o caráter prescritivo e nor- mativo apresenta poucos critérios e pesquisas científicas. • Extremo racionalismo no conceito de administração: utilização de abstracionismo e formalismo levam à superficialidade e à falta de realismo. • Teoria da máquina: assim como a contemporânea administra- ção científica, a organização é vista de maneira mecanicista. • Abordagem incompleta da organização: não há menção em re- lação à organização informal e às relações humanas presentes nas organizações. • Abordagem de sistema fechado: analisa a organização de forma desconexa ao ambiente no qual está inserida. Em Silva (2008, p. 140), encontramos um complemento à aprecia- ção crítica da teoria administrativa. A abordagem do processo universal estabelece que todas as organizações (públicas, privadas, grandes e/ ou pequenas) requerem o mesmo processo racional baseado nas se- guintes considerações principais: “ainda que os propósitos variem, um processo básico de administração permanece o mesmo em todas as organizações” e “o processo de administração universal pode ser redu- zido a um conjunto de funções separadas e princípios relacionados”. Lyndall Urwick, um dos seguidores de Fayol que mencionamos ante- riormente, critica a Teoria Administrativa e propõe que o “fator pessoal” deva ser desconsiderado pela organização e ser analisado como admi- nistração de pessoal, como uma disciplina especial. Essa reflexão trou- xe uma nova dimensão de estudo: a organização informal, contrapon- do-se à concepção de Fayol, que enfatizava o elemento pessoal como objeto fundamental da função de organizar. Os trabalhos de Fayol e Taylor não se contrapõem. Fayol insistia que ambos os trabalhos procuravam a melhoria administrativa por meio de 42 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .diferentes caminhos de análise, complementando o pensamento cien- tífico ao mostrar como processos administrativos complexos podem ser separados em áreas interdependentes de responsabilidades e/ou funções. Taylor se aprofundou no estudo do posto de trabalho do exe- cutor e Fayol nos problemas de interesse da administração por meio da abordagem do processo universal. O taylorismo e o fayolismo se apresentam como duas soluções para um mesmo problema: o trabalho humano. Enquanto as teorias de Taylor focam nas condições de trabalho, Fayol se preocupa com a admi- nistração da empresa. Assim, a teoria proposta por Fayol complementa e valida a administração científica de Taylor. Considerações finais Neste capítulo, analisamos a Teoria Administrativa proposta por Fayol e que surgiu de forma quase concomitante à administração científica de Taylor. Diferentemente do que se pensava na época, o taylorismo e o fayo- lismo procuravam, por caminhos diferentes, a melhoria administrativa. Enquanto a administração científica tinha uma abordagem “de baixo para cima”, os princípios apresentados por Fayol abordavam a seguinte situ- ação: recomendações técnicas se tornavam ineficientes diante de pro- cedimentos administrativos falhos. Enquanto a proposta de Taylor dava ênfase nas tarefas, a proposta de Fayol enfatizava a estrutura. Fayol estabeleceu as funções administrativas, elementos da adminis- tração que constituem o trabalho do administrador, independentemente de seu nível hierárquico ou da área de atividade. A Teoria Administrativa também distingue o “organizar” do “administrar”, em que a função de administrar se torna um conceito mais amplo. De maneira complementar, conhecemos as especializações em li- nha e em staff, além da proporcionalidade das funções administrativas ao longo da cadeia de comando. Como estudamos neste capítulo, os 43Administração clássica: a estrutura organizacional e o papel do gestor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. níveis mais altos das organizações têm menor foco em atividades não administrativas. Embora a Teoria Administrativa seja alvo de críticas, ela é uma ferramenta importante para entendermos o funcionamento das organizações. Referências CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à teoria das organizações. São Paulo: Manole, 2010. _________. Teoria geral da administração: abordagens, perspectivas e normati- vas. São Paulo: Manole, 2014. DECENZO, David; ROBBINS, Stephen P. Fundamentos de administração: con- ceitos essenciais e aplicações. 4. ed. São Paulo: Pearson, 2004. FAYOL, Henri. Administração industrial e geral. São Paulo: Atlas, 1978. SILVA, Reinaldo O. Teoria da administração. São Paulo: Pearson, 2008.
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