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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DIEGO LUCIANI AQUINO DE AGUIAR A PERCEPÇÃO DO CLIENTE NA QUALIDADE DO ATENDIMENTO BANCÁRIO NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL AGENCIA CRUZ DAS ARMAS - PB TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ÁREA: ADMINISTRAÇÃO DA QUALIDADE João Pessoa - PB Agosto de 2009 Diego Luciani Aquino de Aguiar A PERCEPÇÃO DO CLIENTE NA QUALIDADE DO ATENDIMENTO BANCÁRIO NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL AGENCIA CRUZ DAS ARMAS - PB Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do Curso de Administração de Empresas, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal da Paraíba - UFPB, como requisito para a obtenção do Grau de Bacharel em Administração de Empresas. Orientador: Profº Jorge de Oliveira Gomes João Pessoa - PB Agosto de 2009 Ao Professor Orientador Jorge de Oliveira Gomes. Solicitamos examinar e emitir parecer no Trabalho de Conclusão de Curso do aluno Diego Luciani Aquino de Aguiar. João Pessoa, 13 de Agosto de 2009. ___________________________ Prof. Rosivaldo de Lima Lucena, Dr Coordenador SESA/CCSA/UFPB Parecer do Professor Orientador: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ _____________________ Diego Luciani Aquino de Aguiar A PERCEPÇÃO DO CLIENTE NA QUALIDADE DO ATENDIMENTO BANCÁRIO NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL AGENCIA CRUZ DAS ARMAS - PB Trabalho de Conclusão de Curso Aprovado em: 13 de agosto de 2009. Banca Examinadora ___________________________ Prof. Jorge de Oliveira Gomes Orientador __________________________ Prof. Arturo Rodrigues Felinto Examinador ___________________________ Prof. Miguel Maurício Isoni Examinador AGRADECIMENTOS A Deus, cuja bondade transcende todas as expectativas, pelo auxílio incomparável que me concedeu neste trabalho, sem o qual jamais teria conseguido. Aos meus pais, Paulo e Fátima Aguiar, pela vida. A minha esposa, Clarissa Lucena, por todo amor, apoio e motivação, que tanto me assistiu durante todo o curso e em especial nesta etapa da minha vida. Ao meu orientador, Jorge de Oliveira, por sua preciosa orientação e paciência incontestável, que muito contribuiu para a realização deste trabalho. A todos os amigos, os antigos e os que conheci no decorrer da realização deste trabalho. A todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho. “As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, quando não as encontram, as criam.” Bernard Shaw RESUMO Este estudo analisa a percepção do cliente na qualidade do atendimento bancário da Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas, em João Pessoa/PB. O principal objetivo desta monografia foi buscar distinguir os pontos de maior satisfação e/ou insatisfação dos clientes que freqüentam a agência estudada. O trabalho inicia com o referencial teórico pesquisado sobre o tema estudado. Para sua elaboração, foi realizada uma pesquisa do tipo exploratória com tratamento quantitativo dos dados, coletados por meio de pesquisa de campo, com auxílio de formulário estruturado e aplicado aos clientes/frenquentadores da agência. Para uma melhor análise da satisfação dos clientes foi utilizado um quadro onde foi possível mensurar o nível de satisfação em graus de relevância, desde insatisfeito, até muito satisfeito. O resultado da pesquisa identificou o grau de satisfação dos atributos pesquisados além de auxiliar na definição do perfil dos clientes/freqüentadores da agência Cruz das Armas, da Caixa Econômica Federal. Palavras-chave: Qualidade; Satisfação dos clientes; Atendimento. ABSTRACT This study examines the perceived quality of care in the client's bank Caixa Econômica Federal, Agency Cruz das Armas, in João Pessoa / PB. The main objective of this monograph was to seek distinguish the points of greatest satisfaction and / or dissatisfaction of customers who frequent the agency studied. The work begins with the theoretical framework researched study on the subject. For their preparation, was a kind of exploratory research with quantitative treatment of data, collected through field research, with the help of structured form and applied to clients / frenquentadores agency. For a better analysis of customer satisfaction was used where a table was possible to measure the level of satisfaction degrees of relevance, if dissatisfied, to very satisfied. The result of the research identified the degree of satisfaction of search attributes and help in defining the profile of customers / visitors of the Agency Cruz das Armas, the Caixa Econômica Federal. Keywords: Quality; Customer Satisfaction; Service. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Percentual dos empregos em serviços em alguns países industrializados.................................................................................................... 15 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1: Distribuição por sexo das pessoas que participaram da pesquisa realizada durante o período de julho de 2009................................... 44 GRÁFICO 2: Distribuição por faixa etária das pessoas que participaram da pesquisa realizada durante o período de julho de 2009................................... 45 GRÁFICO 3: Distribuição por escolaridade das pessoas que participaram da pesquisa realizada durante o período de julho de 2009................................... 45 GRÁFICO 4: Distribuição por Renda Salarial Mensal das pessoas que participaram da pesquisa realizada durante o período de julho de 2009......... 46 GRÁFICO 5: Distribuição dos clientes e não clientes que participaram da pesquisa realizada durante o período de julho de 2009................................... 47 GRÁFICO 6: Distribuição por tempo que as pessoas entrevistadas, que participaram da pesquisa realizada durante o período de julho de 2009, são clientes do banco.............................................................................................. 47 GRÁFICO 7: Avaliação do critério cordialidade durante o período de julho de 2009.................................................................................................................. 48 GRÁFICO 8: Avaliação do critério eficiência durante o período de julho de 2009.................................................................................................................. 49 GRÁFICO 9: Avaliação do critério “disposição em servir” durante o período de julho de 2009............................................................................................... 49 GRÁFICO 10: Avaliação do critério agilidade durante o período de julho de 2009..................................................................................................................50 GRÁFICO 11: Avaliação do critério “Resolução do seu problema” durante o período de julho de 2009.................................................................................. 51 GRÁFICO 12: Avaliação do critério conhecimento dos produtos e serviços pesquisado no período de julho de 2009.......................................................... 51 GRÁFICO 13: Avaliação do critério quantidade dos funcionários no período de julho de 2009............................................................................................... 52 GRÁFICO 14: Avaliação do critério atendimento do caixa no período de julho de 2009.................................................................................................... 53 GRÁFICO 15: Avaliação do critério atendimento ao cliente no período de julho de 2009.................................................................................................... 53 GRÁFICO 16: Avaliação do critério gerência no período de julho de 2009...... 54 GRÁFICO 17: Avaliação da satisfação geral com o atendimento na agência no período de julho de 2009............................................................................. 54 GRÁFICO 18: Avaliação do critério tamanho da agência no período de julho de 2009............................................................................................................. 55 GRÁFICO 19: Avaliação do critério estacionamento no período de julho de 2009.................................................................................................................. 55 GRÁFICO 20: Avaliação do critério terminais de auto-atendimento no período de julho de 2009.................................................................................. 56 GRÁFICO 21: Avaliação do critério caixa da agência no período de julho de 2009.................................................................................................................. 56 GRÁFICO 22: Avaliação do critério acesso a informações no período de julho de 2009.................................................................................................... 57 GRÁFICO 23: Avaliação da pergunta “Você conhece os serviços oferecidos em canais alternativos de atendimento bancário, como a internet?” no período de julho de 2009.................................................................................. 58 GRÁFICO 24: Avaliação da pergunta “Quais fatores são evitados por você na visita ao banco?” no período de julho de 2009............................................ 58 LISTA DE QUADROS QUADRO 1: Ranking de reclamações dos bancos com mais de um milhão de clientes em novembro de 2008............................................................................ 18 QUADRO 2: Escala de grau de satisfação......................................................... 38 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 14 1.1 Formulação do problema de pesquisa..................................................... 16 1.2 Objetivos.................................................................................................. 17 1.2.1 Objetivo geral........................................................................................ 17 1.2.2 Objetivos específicos............................................................................ 17 1.3 Justificativa............................................................................................... 17 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................... ...................................... 21 2.1 Serviço..................................................................................................... 21 2.2 Qualidade no serviço................................................................................ 22 2.3 Qualidade................................................................................................. 23 2.4 Atendimento............................................................................................. 26 2.5 Qualidade em atendimento...................................................................... 27 2.6 A percepção do cliente e a influência do consumidor............................. 29 2.6.1 Satisfação e insatisfação do cliente...................................................... 32 2.6.2 Reação do cliente à insatisfação........................................................... 32 2.7 Evolução do setor bancário...................................................................... 33 2.8 Qualidade no atendimento no setor bancário.......................................... 34 2.9 Evolução da Caixa Econômica Federal................................................... 37 3. ASPECTOS METODOLÓGICOS.......................... .................................... 38 3.1. Apresentação.......................................................................................... 38 3.2 Apresentação do problema de pesquisa................................................. 38 3.3 Procedimentos metodológicos................................................................. 39 3.4 Análise dos gráficos da pesquisa............................................................ 44 3.4.1 Perfil básico dos clientes....................................................................... 44 3.4.2 Avaliação dos Critérios.......................................................................... 48 3.5 Análise dos resultados da pesquisa........................................................ 59 3.6 Análise Final............................................................................................ 60 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................ ........................................... 61 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................... ..................................... 62 ANEXO A............................................ ........................................................... 66 1 INTRODUÇÃO O que faz os clientes retornarem a uma Empresa? O que trará em primeiro momento a lembrança da empresa serão os produtos que ela comercializa, as facilidades adotadas pela empresa para a venda, e é claro, a qualidade do serviço oferecido. De nada adianta ter um produto excelente e mil facilidades, se a linha de frente não souber oferecê-los aos clientes. Na atual conjuntura do mercado, efeitos como a globalização e a concorrência fizeram com que a qualidade dos produtos não fosse mais um diferencial e sim uma obrigação. O que de fato transformou-se em diferencial foi a qualidade do serviço prestado. Mas, o que podemos chamar de qualidade? Para Lobos (1991), “Qualidade tem a ver, primordialmente, com o processo pelo qual os produtos ou serviços são materializados. Se o processo for bem realizado, um bom produto final advirá naturalmente. A Qualidade reside no que se faz – aliás – em tudo o que se faz – e não apenas no que se tem como conseqüência disso”. Para Cobra (2000), “O que é qualidade para um cliente poderá não ser para outro. As situações de atendimento são infinitas, então é preciso verificar, em cada tipo de negócio, o que os clientes valorizam como qualidade de atendimento”. Segundo Corrêa e Caon (2008), na antiguidade, mais precisamente na Grécia clássica, era dada extrema importância para educação dos jovens gregos, mas a atividade de serviços em si tinha um papel econômico marginal, numa sociedade escravocrata e agrícola. Já na baixa Idade Média, o setor de serviços era tido como a atividade economicamente mais importante de países inteiros. Hoje, “O setor de serviços, além de ser responsável pela maior parcelado PIB mundial, apresenta-se, talvez, como a parcela mais dinâmica da economia, pois sua participação no PIB e o número de empregos no setor crescem a taxas mais elevadas do que nos demais setores econômicos”. (CORRÊA e CAON, 2008). País 1980 1987 1993 1999 EUA Canadá Japão França Israel Itália China 67,1 67,2 54,5 56,9 63,3 48,7 13,1 71,0 70,8 58,1 63,6 66,0 57,7 17,8 74,3 74,8 59,9 66,4 68,0 60,2 21,2 80,4 73,9 72,4 70,8 70,7 61,1 26,4 Figura 1: Percentual dos empregos em serviços em alguns países industrializados. Fonte: United Nations. 1999 Estatistical Yearbook. New York, 1999. No mercado atual, é imprescindível que o atendente esteja sempre atento para por em prática a abordagem adequada, respeitando o cliente, tratando-o com atenção, educação, simpatia, além de saber ouvir a real necessidade deste, buscando a solução imediata para os seus problemas. Isso tudo, porque nos últimos anos o consumidor passou a ser visto como cidadão, que merece todo respeito e que tem direitos escritos em lei. Pretendeu-se nesse estudo, portanto, avaliar a percepção do cliente sobre a qualidade no atendimento bancário, com ênfase na Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas, João Pessoa – PB. O tema foi importante para verificar que apenas a qualidade dos produtos e serviços não é suficiente para a satisfação do cliente, o atendimento também é um dos itens fundamentais da empresa, já que o atendente é quem fica frente a frente com o cliente nas horas de maior dúvida ou necessidade. Desta forma, foi possível verificar até que ponto o treinamento de pessoal é importante para a satisfação do cliente quanto aos serviços prestados. Segundo Marshall Júnior, et.all (2003), “A principal diferença entre a abordagem do início do Séc. XX e a atual é que a qualidade agora está relacionada às necessidades e anseios dos clientes. Seja qual for o porte da empresa observam- se programas de qualidade e de melhoria de processos na maioria dos setores econômicos.” Novas estratégias de lançamento de produtos, redução de custos, implantação tecnológica são utilizadas dia-a-dia pelos Bancos para suprir a concorrência acirrada. Todas estas estratégias possuem como foco principal obter resultados cada vez mais positivos para a fidelização do cliente bancário, colocado em destaque, em virtude da concorrência. A excelência na qualidade do serviço prestado é o que irá fazer com que o cliente se sinta seguro em realizar negócios. 1.1 Formulação do problema de pesquisa A concorrência do setor bancário no Brasil tem se mostrado cada vez mais acirrada e se intensificando com a chegada de bancos internacionais, exigindo das instituições uma busca contínua por inovações mercadológicas e melhoria no atendimento, visando à máxima satisfação e retenção dos clientes. A estabilização da economia acarretou diretamente em perdas para as organizações financeiras, ocasionando uma brusca redução de suas despesas e de seus quadros de funcionários. Resultando muitas vezes em filas e na intensificação do auto-atendimento, substituindo cada vez mais o atendimento direto com o cliente pelo atendimento informatizando. A Caixa, como uma Instituição bancária já consolidada, com 148 anos de atuação no Brasil, tem a ciência da importância da eficiência do atendimento bancário, formalizando em seus desafios estratégicos ser referencial de excelência no atendimento. Hoje, a imagem da Caixa é excelente do ponto de vista da credibilidade, mas precisa ganhar qualidade quanto ao atendimento, modernizando processos tecnológicos, criando comodidades e favorecendo o relacionamento com os clientes. Tendo esta informação como base, pretendeu-se avaliar a percepção do cliente da Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas, quanto ao atendimento prestado, se este estaria atendendo as expectativas, ou se seria necessário a implantação de programas de treinamento mais eficientes para a obtenção da qualidade total na prestação do serviço. O treinamento é essencial para que haja um bom atendimento, já que muitos dos clientes estão em momentos de dúvidas, divergências e até situações em que o lado emocional está bem afetado. Neste sentido, perguntou-se: Como os clientes da Caixa Econômica Federal, em especial os correntistas da agência Cruz das Armas, percebem a qualidade dos serviços bancários ofertados pela Instituição? 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral: Identificar junto aos clientes e usuários da Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas, a percepção com relação à qualidade no atendimento bancário na referida agência. 1.2.2 Objetivo Específico: O.E.1 – Conhecer o perfil dos clientes/frenquentadores; O.E.2 – Verificar se os serviços/estrutura oferecidos atendem as expectativas dos clientes/usuários; O.E.3 – Identificar quais fatores são os mais evitados pelos clientes dentro da agência bancária; O.E.4 – Avaliar se os clientes tem conhecimento dos serviços oferecidos em canais alternativos de atendimento bancário. 1.3 JUSTIFICATIVA Segundo Shiozawa (1993), “O conjunto de alterações que as organizações estão sofrendo, em vista das novas exigências da economia global, deve ter uma referencia bastante clara, sem a qual não farão nenhum sentido: o cliente”. Nesta turbulência que o mundo globalizado vive, os bancos buscam alternativas para facilitar o dia-a-dia dos seus clientes e como forma de atendimento, estes têm direcionado os clientes para os ambientes de auto-serviço nas agências, além de outros canais de acesso eletrônicos: ATM (Automated Teller Machines ou caixas automáticos), homebanking (banco via microcomputador), internet, smart cards (semelhante a um cartão de crédito, mas que embute um microprocessador e memória), call centers (central de atendimento ao cliente), quiosques, oferecendo uma variedade de serviços antes disponibilizados exclusivamente pelo atendimento humano ou dentro do próprio ambiente da agência. Porém, em um mercado de muita similaridade de produtos e serviços, não basta apenas disponibilizá-los, tem- se que apresentar um diferencial em relação às outras instituições através da qualidade dos serviços prestados, principalmente na linha de frente da agência, com profissionais extremamente bem treinados e aptos para esclarecer qualquer dúvida. A qualidade no atendimento ao cliente é o diferencial face à concorrência, pois apresenta um elevado grau de dificuldade, já que a qualidade no atendimento depende da atitude dos profissionais em todos os níveis. O profissional precisa tomar consciência de que a sua imagem e a da empresa estão intimamente relacionadas. Segundo Garvin (1984 e 1987), quando o cliente analisa a qualidade de uma instituição, ele geralmente foca a capacidade da empresa no fornecimento de solução para suas necessidades (implícitas ou explícitas) de forma transparente, eficaz e ética. A seguir será possível ver o ranking das Intituições Bancárias mais reclamadas no Brasil e o depatamento líder absoluto em reclamaçõs é o de atendimento. Quadro 1: Ranking de reclamações dos bancos com mais de um milhão de clientes em novembro de 2008. Fonte: Banco Central do Brasil. Este ranking mostra que é cada vez mais oportuno para as empresas focarem esforços no atendimento ao cliente, senão os competidores o farão. Essa é uma máxima de marketing, do começo do século, mas que nunca foi mais verdadeira do que nestes tempos de globalização e novas tecnologias da informação. Em outras palavras, pode-se afirmar que se a empresa não da ao cliente a atenção que ele merece, seus competidores cuidarão dele com muito carinho, antes que esta mesmo possa reagir. As empresas concentram-se em gerar produtos e serviços confiáveis e de alto valor parao cliente. Porém, dão menor atenção às falhas. Pouco se preparam para tais situações. Quando se preparam, tentam reduzir a freqüência com que falhas ocorrem, mas elas sempre ocorrerão. Quando ocorrerem, a empresa deverá estar preparada para a recuperação do valor para o cliente. Um cliente insatisfeito pode representar perdas a serem acumuladas no longo prazo, cujo efeito pode se difundir para outros clientes. Quando um cliente faz uma reclamação para uma empresa é porque as suas expectativas não foram satisfeitas pela mesma. Se há um motivo de insatisfação cuja causa não é a empresa, um bom atendimento fornecerá elementos para que o cliente perceba isso e apresentará uma solução. Pode ser uma oportunidade para conquistar um cliente e para uma nova venda que transforme o cliente insatisfeito em um cliente satisfeito (Katz, 1987:161-163). “A similaridade funcional, e até mesmo de desempenho, dos produtos e bens de consumo é cada vez maior; por isso, é preciso estar bastante sintonizado com os colaboradores, pois a qualidade hoje está muito mais associada à excelencia nos serviços. E quando se fala em serviços está-se falando basicamente de pessoas.” (MARSHALL JÚNIOR, et. ALL, 2003, p.25) Portanto, é necessário identificar a percepção do cliente da Caixa, agência Cruz das Armas, para que seja possível sugerir novos meios para a melhoria do atendimento bancário dentro da Instituição. Muitos dos clientes acabam por procurar outros bancos, por se setirem mais confortáveis ou seguros e é preciso analisar o porque deste fato está acontecendo, já que teoricamente bons produtos são oferecidos e há um treinamento dentro da empresa para qualificar os funcionários destinados para atendimento bancário. Descobrir estes fatores levará a um conhecimento bem maior da real importancia do atendimento para o cliente da referida agência, mostrando que apenas a qualidade dos produtos e serviços não é suficiente para sua satisfação e fidelização. E essa fidelidade do cliente, de acordo com GRIFFIN (2001), está relacionada ao seu comportamento de compra de produtos e/ou serviços. Um cliente fiel repete suas compras regularmente, compra diferentes linhas de produtos e serviços, demonstra ser imune à pressão da concorrência, recomenda a empresa e seus produtos e serviços a outras pessoas e, pode tolerar uma falha ocasional devido à relação estabelecida por um serviço habitualmente bom. A pesquisa é bem viável, já que a empresa é de fácil acesso pelo entrevistador, que é um dos funcionários, e já há uma pré-disposição da mesma pelo referido estudo. Existe uma necessidade na Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas, com relação ao estudo da percepção do cliente quanto ao atendimento, já que os funcionários de outros setores acabam absorvendo reclamações do setor linha de frente da empresa. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste estudo, serão pesquisados temas como qualidade, treinamento e desenvolvimento pessoal, voltado para o atendimento no setor de serviços, recorrendo-se as seguintes fontes: Livros, internet, circulares e encartes internos da Caixa Econômica Federal. Todo o estudo tem como finalidade averiguar a satisfação do cliente decorrente do atendimento bancário e para tal serão utilizados como autores bases deste estudo Marshall Júnior, et all., 2003, em “Gestão da Qualidade”; e Corrêa e Caon, 2008, em “Gestão de serviços” – Lucratividade por meio de operação de satisfação dos clientes. Em específico objetivo de estudo deste trabalho a Caixa Econômica Federal, adota um posicionamento frente ao mercado como um banco líder no mercado entre as classes C e D, sendo transparente, prático e sólido. Tendo em mãos informações embasadas na qualidade no atendimento bancário será possível avaliar e considerar o setor de atendimento, analisando até que ponto o treinamento de pessoal é bem efetivado dentro da agência bancária de Cruz das Armas. “Muitas daquelas intermináveis discussões que normalmente temos dentro das empresas sobre assuntos provavelmente bastante importantes, podem encontrar soluções mais simples se passarmos a olhar mais constantemente para fora da empresa, para o mercado e para o cliente”. (SHIOZAWA, 1993, p. 47) A seguir será possível destacar conceitos de serviço, qualidade e atendimento, essenciais para o perfeito entendimento do estudo apresentado. 2.1 Serviço Cobra (2000) define serviço aos clientes como: “[...] a execução de todos os meios possíveis de dar satisfação ao consumidor por algo que ele adquiriu. Tantas facilidades quantas possíveis para adquirirem o bem ofertado. Tantas satisfações quantas possíveis na função do bem adquirido, sem limitação antecipada da duração dessa função (quer seja o fim em vista interessado quer seja desinteressado, quer os meios sejam executados a título gracioso, quer oneroso, quer sejam, quer não sejam previstas no contrato de venda)”. Conforme Albrecht e Bradford, (1992), o serviço pode ser visto como um ciclo, onde aparecem os momentos da verdade vivenciados pelo cliente ao entrar em contato com a empresa. Por sua vez, o momento da verdade é o momento em que o cliente forma sua opinião sobre a qualidade do serviço. Isto ocorre a cada contato que o cliente fizer com qualquer setor do negócio. 2.2 Qualidade no serviço Observa-se que, a primeira vista, o conceito de qualidade confunde-se com o de satisfação. A satisfação e a qualidade em serviços estão interligadas, sendo que para muitos especialistas, a satisfação é uma medida de curto prazo, enquanto a qualidade de um serviço se mede em longo prazo, levando em consideração o desempenho da empresa ao longo do tempo (Hoffman e Bateson, 2003). Devido às características específicas dos serviços, a maneira pela qual o serviço é percebido pelo cliente, faz parte de uma combinação entre a qualidade e o valor percebido por este, resultando em um único pacote. Este pacote deve ser completo, para que possa oferecer uma boa qualidade durante todo o processo de prestação de serviço. Para chegar à qualidade total e para que esta seja percebida pelo cliente, cabe a empresa adequar o seu pacote de serviços, até o seu melhor funcionamento (Grönroos, 1993). Assim como Grönroos (1993), outros autores definem a qualidade em serviços como à comparação entre as expectativas de um indivíduo, antes da prestação do serviço, com o resultado obtido. Las Casas (1999) complementa que a qualidade do serviço vai variar de acordo com o tipo de pessoa, pois cada indivíduo difere um do outro com relação às suas expectativas. “Por falta de meios significativos para distinguir entre bons produtos, os clientes decidiram fazer negócios com base no modo com o são tratados. [...] Os clientes esperam - e - exigem não apenas um serviço satisfatório, mas superior” (Unruh, 1998, p. 11). Neste caso, o produto ao qual o autor de refere é o serviço. Caso o serviço acarrete insatisfação, medidas corretivas devem ser tomadas o mais rápido possível, visto que um consumidor insatisfeito tende a dar depoimentos negativos a outros consumidores potenciais (Gianesi e Corrêa, 1996). “Os clientes preferem que seus problemas sejam resolvidos não só com rapidez, mas pela mesma pessoa” (Unruh, 1998, p. 112). Lovelock e Wirtz (2006), com base nas teorias de Zeithaml, Parasuraman e Berry, dizem que como parte avaliativa da qualidade em serviço, os consumidores também levam em consideração outras variáveis como: • Confiabilidade no prestador de serviço; • Facilidade de acesso ao serviço; • Comunicação clara entre cliente e organização; • Preocupação da organização em entender o cliente; • Aparência das instalaçõesfísicas; • Confiabilidade na entrega do serviço; • Organização deve estar disposta a ajudar os clientes e resolver rapidamente seus problemas; • Possuir conhecimento do serviço; • Oferecer atendimento cortês. Como podemos ver, segundo os autores, não basta apenas prestar o serviço, tampouco apenas procurar satisfazer o cliente. Faz-se necessário um acompanhamento contínuo dos clientes, baseado no relacionamento e satisfação dos mesmos. Conjuntamente com a prestação de serviço e a satisfação dos clientes, aparece também a qualidade em serviços. 2.3 Qualidade Para Philip Crosby (1979 apud GOMES, 2004), a qualidade é conformidade com os requisitos, ou seja, as características cuidadosamente analisadas e detalhadas que definem o trabalho. Sabe-se que um produto para ter qualidade deve ser adequado ao uso que se fizer dele. Assim, qualidade é adequação ao uso. (JURAN, 1988). Para Ishikawa (1993, apud BUENO, 2007), qualidade é atender as expectativas dos clientes a certo custo. A qualidade é um dos mais importantes meios de adicionar valor a produtos e serviços e diferenciá-los dos fornecidos pelos concorrentes. E é isso que toda organização deveria focar para manter e fidelizar seus clientes. Os clientes definem qualidade de várias maneiras. Segundo Maschall Júnior, et al. (2003), o conceito de qualidade pode ser desdobrado em elementos básico, dentre eles o atendimento, que refere-se a rapidez, cortesia, facilidade de reparo ou substituição. Marshall defende que existem cinco abordagens para a definição de qualidade, são elas: • Transcendentes – É a busca pelo padrão mais alto, distante de qualquer malfeito ou fraude; • Baseada no produto – Qualidade refere-se às quantidades de atributos sem preço presentes em cada unidade do atributo com preço (Leffler, 1982:956); • Baseada no usuário – Qualidade consiste na capacidade de satisfazer desejos (Edwards, 1968:37); • Baseada na produção – Qualidade quer dizer conformidade com as exigências (Crosby, 1979:15); • Baseada no valor – Qualidade é o grau de excelencia a um preço aceitável e o controle da variabilidade a um custo aceitável ( Broh, 1982:3). O termo Qualidade vem do latim Qualitate e é utilizado em diversas situações, com conceitos bem diferenciados. No que diz respeito à qualidade de serviços/produtos o termo geralmente é empregado para significar "excelência". Mas, esta qualidade pode ser olhada sobre duas vertentes, a do produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa à concepção e produção de um produto que vá ao encontro das necessidades do cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e à utilidade reconhecidos ao produto, estando em alguns casos ligada ao preço, ou seja, o cliente analisa a qualidade do produto levando em conta várias características, como durabilidade, design, funções etc. A qualidade é um item fundamental para o cliente. Segundo Ishikawa (apud BUENO, 2007) é preciso enxergar a qualidade sob dois ângulos, que são: • Pequena Qualidade - se limita às características de produtos e serviços considerados importantes para usuários e compradores. • Grande Qualidade - envolve a satisfação comum de várias pessoas, grupos, comunidades, envolvidos na vida de uma organização (BUENO, 2007). No caso deste estudo será possível verificar a qualidade do serviço sobre a óptica do cliente, já que este será a base para a análise do serviço prestado. Para Juran (1992), qualidade é o “Desempenho do produto que resulta em satisfação do cliente; livre de deficiências do produto, o qual evita a não satisfação do cliente”. Para estudar esta qualidade dentro das empresas, Juran defende a trilogia do gerenciamento da qualidade, seguindo as etapas planejamento, controle e melhoria. “Trilogia de Juran: o Planejamento da Qualidade: é a atividade de desenvolvimento de produtos que atendam às necessidades do cliente. o Controle da Qualidade: esse processo é usado pelos grupos operacionais como auxílio para atender aos objetivos do processo e do produto. Consiste em avaliar o desempenho operacional real; comparar o desempenho real com os objetivos e agir com base na diferença. o Aperfeiçoamento da Qualidade: Tem por objetivo atingir níveis de desempenho sem precedentes - níveis significantemente melhores do que qualquer outro no passado." (JURAN,1992) Segundo Juran (1992), a satisfação de um cliente com um bem ou serviço, tem a sua origem nas características e esta é a razão de o adquirirem. Por outro lado, a insatisfação com produto (bens e serviços), tem a sua origem nas não conformidades percebidas após a sua experimentação. Por essa razão que os clientes reclamam ou desistem da continuidade de utilização do serviço. Propor estratégicas para controlar esta realidade, citada acima, pode ser um meio para melhorar a qualidade no que diz respeito ao atendimento para com o cliente. Segundo Marshall Júnior (2003), no planejamento será possível identificar os clientes, determinar suas necessidades, definir as características dos produtos que correspondem as necessidades dos clientes, elaborar processs capazes de reproduzir estas características e capacitar os colaboradores para a implementação do plano. A competição no setor bancário se intensificou nos últimos anos, especialmente com a entrada dos grandes bancos internacionais no mercado de varejo. Nesse ambiente, a sobrevivência das empresas do setor depende cada vez mais intensamente de elevados padrões de qualidade, além de tarifas e taxas de juros menores, enfatizou Roberto Setúbal, Presidente da Federação Brasileira das Associações de Bancos (FEBRABAN), 2001. Como já foi possível observar, o conceito de qualidade está diretamente ligado ao lado sentimental do cliente, a atenção e a consideração. Claro que o atendimento é diferente do simples tratamento ao cliente. O atendimento está voltado para os negócios que uma empresa irá ou não realizar, com normas e regras. Já o tratamento é como o funcionário irá abordar o cliente, como irá tratá-lo, orientando-o, conquistando a sua simpatia. Todo atendimento deve envolver um bom tratamento, porém o bom tratamento não garante o bom atendimento. 2.4 Atendimento “Para reter talentos, as organizações terão de claramente identificar, desenvolver, envolver e reconhecer funcionários-chave... As organizações incapazes de modificar seus sistemas de recursos humanos para atender às realidades do futuro, perderão vantagem competitiva”. (GOLDSHIMITH, 1997) O atendimento é tudo o que se faz para a pessoa que adquire um produto ou serviço. A principal função do atendente é representar a organização junto aos clientes, fornecendo informações, esclarecendo dúvidas, solucionando problemas, enfim, dispensar um tratamento que gere satisfação, segurança e tranqüilidade ao cliente. Em artigo publicado em 12/07/2008, Evaldo Costa enfatiza que não é raro as pessoas acharem que o atendimento falho é um problema da organização. Na prática, sabe-se que depende muito mais das pessoas em si. Se cada um fizer um mínimo de esforço para atender bem, a empresa como um todo contabilizará melhorias significativas. É sempre mais fácil jogar a culpa no outro e melhor ainda quando esse outro for a empresa. Não que a organização não tenha responsabilidade, claro que cabe a ela a iniciativa de cuidar de seu maior patrimônio: o cliente. O atendimento ao público é um serviço complexo, pois é esta é uma atividade mediadora que coloca em cena a interação de diferentes sujeitos em um contexto específico, visando responder a distintas necessidades. Assim, o serviço de atendimento ao público é um processo resultante da sinergia de diferentes variáveis: o comportamento do usuário, a conduta dos funcionários envolvidos (direta ou indiretamente)na situação, a organização do trabalho e as condições físicoambientais/ instrumentais. O pré-requisito básico para um bom profissional de atendimento é gostar de ajudar as pessoas. 2.5 Qualidade em atendimento “O atendimento ao cliente é bastante dependente da capacitação dos recursos humanos envolvidos. Portanto, uma primeira razão para a crise são problemas com o pessoal e sua preparação para a função.” (SHIOZAWA, 1993, p. 45). Atualmente, no mundo globalizado, é fundamental para as empresas o controle dos custos, da qualidade dos produtos ou serviços, e da qualidade no atendimento ao cliente. A qualidade do atendimento que oferecemos pode determinar o sucesso ou o fracasso de um negócio. O contato de um funcionário com os clientes da empresa como um todo influenciará o relacionamento com a companhia. (KOTLER, 1996) Segundo Ishikawa (apud BUENO, 2007), qualidade é “[...] o conjunto de características, intrínsecas ou extrínsecas, concretas ou abstratas que fazem com que o consumidor ou usuário prefira determinado produto ou serviço. Não é a simples ausência de defeitos (não-conformidades) ou adequação ao uso. A qualidade do produto ou serviço deve ser garantida em todas as fases de seu desenvolvimento: projeto, produção, distribuição e assistência pós-venda. Por ser subjetiva e pessoal, a qualidade carece de medição, além da preferência do cliente. Como a reclamação ou rejeição do cliente vem sempre depois do produto estar no mercado, é necessário estabelecer indicadores de qualidade, que meçam as dimensões da qualidade: qualidade, custo, atendimento, moral, e segurança.” O atendimento tem sua qualidade determinada por uma série de fatores sem os quais ficaria difícil as empresas se manterem no mercado, como o respeito ao cliente, a qualidade do produto ou serviço e a visão de cidadania, onde o Código de Defesa do Consumidor determinou uma nova relação de direitos e deveres no Brasil. De acordo com Shiozawa (1993), “Os “momentos da verdade”, o “foco no usuário”, a proatividade” são traduções do conceito de “produto ou serviço total”. Segundo o conceito “os anéis de Levitt” (49), a organização parte do produto ou serviço genérico, buscando sempre oferecer os produtos e serviços potenciais.” Corrêa e Caon (2008, p.34), defendem que o nível de satisfação do cliente dependerá do Valor ofertado a ele pelo processo prestador do serviço. Mais precisamente, é o Valor percebido (a diferença é sutil, mas importante, pois às vezes o cliente necessita de auxílio para perceber adequadamente o valor que está sendo ofertado) pelo cliente, em cada um dos momentos em que estabelece algum tipo de contato com algum aspecto do processo de prestação do serviço (aqui refere-se a aspectos referentes a atividades de linha de frente, também chamadas de atividades de front office, executadas em contato com o cliente). Pode-se criar uma lista de perguntas para avaliar a satisfação de um cliente em relação a uma série de itens e chegar-se à conclusão precipitada que o mesmo está totalmente satisfeito. Mas pode haver outros itens, de insatisfação, que não foram pesquisados nem avaliados (Ângelo e Giangrande, 1999). Para que o atendimento ocorra com precisão e atenda as necessidades dos clientes, também é necessário: • Ouvir: Não é possível atender sem antes saber o que atender. É necessário ouvir o que o cliente tem a dizer para estabelecer uma comunicação sem desgastes. • Falar: Depois de ouvir atentamente, é necessário falar, para se estabelecer o processo de comunicação. Quando um atendente transmite uma informação ao cliente, deve utilizar-se de uma linguagem adequada, evitando termos técnicos, siglas, gírias, enfim ser claro, objetivo, respeitando o nível de compreensão do cliente. • Perceber: Os gestos, as expressões faciais e a postura do cliente são ricos em mensagens, que se percebidas auxiliarão a sua compreensão. As pessoas são diferentes uma das outras. Por esta razão a percepção é um fator fundamental. É através dela que conseguimos captar as diferentes reações e assim dispensar um tratamento individual e único. “O instante em que o atendimento ao cliente acontece de fato, ou seja, quando o cliente e funcionário da linha de frente se encontram, é denominado por Jan Carlzon (09) de “momentos de verdade.” (SHIOZAWA, 1993, p. 48) É no momento da verdade que acontecerá o contato direto do cliente com a empresa, seja o contato pessoal ou até mesmo virtual. É neste momento que o as atitudes dos funcionários, as percepções dos usuários e o gerenciamento do processo deve ser levado mais em conta. Uma simples atitude errada do funcionário poderá fazer com que o cliente perceba de forma totalmente negativa a empresa. É por isso, que este estudo reforça ainda mais a necessidade do treinamento a linha de frente da empresa. O momento da verdade é ainda mais importante quando o cliente está de volta à empresa por insatisfação, pois ele precisa que seu problema seja resolvido com presteza e rapidez. “A recuperação de serviço é um momento da verdade crítico e fornece a oportunidade para as empresas agradarem e reterem clientes” (Smith, Bolton, 1998 e Tax, Brown, 1998 citados por Bitner, Brown, Meuter, 2000: 144). 2.6 A percepção do cliente e a influência do consum idor Grönroos (1990: 46-48) apresenta uma lista de seis critérios segundo os quais os clientes percebem a boa qualidade em serviços: profissionalismo e habilidades; atitudes e comportamento; acessibilidade e flexibilidade; confiabilidade e confiança; recuperação; reputação e credibilidade. Profissionalismo e habilidades . Os clientes entendem que o fornecedor de serviços, seus empregados e recursos físicos têm conhecimento e habilidades necessárias para resolver seus problemas de uma forma profissional. É um critério relacionado a resultados. Atitudes e comportamento . Os clientes sentem que os empregados que executam o serviço (pessoal de contato) preocupam-se com os clientes e querem resolver seus problemas de uma forma amistosa e espontânea. Trata-se de um critério relacionado ao processo. Acessibilidade e flexibilidade . Os clientes sentem que o fornecedor de serviços, sua localização, horário de operação, empregados e sistemas de operação foram projetados e operam de maneira tal que o acesso ao serviço é fácil e estão preparados para as solicitações e desejos do cliente de uma forma flexível. Confiabilidade e confiança . Os clientes sabem que aconteça o que acontecer ou que tenha sido combinado, podem confiar que o fornecedor do serviço, seus empregados e sistemas manterão suas promessas e executarão o serviço tendo por base o melhor interesse dos clientes. Este critério está relacionado ao processo. Recuperação . Os clientes compreendem que, sempre que alguma coisa errada acontecer ou algo imprevisível ocorrer, o fornecedor do serviço imediatamente e ativamente atuará para manter a situação sob controle e para encontrar uma solução nova e aceitável. Recuperação é um critério relacionado a processo. Reputação e credibilidade . Os clientes acreditam que as operações do fornecedor do serviço são confiáveis e valem o dinheiro pago e que significam bom desempenho e valores que podem ser compartilhados por clientes e fornecedor do serviço. É um critério relacionado à imagem. Segundo Gianesi & Corrêa (1996), são quatro os grupos básicos de fatores que influenciam o consumidor: Fatores Culturais: referem-se, principalmente, ao conjunto de valores aos quais uma pessoa está exposta desde a infância, e que são incorporados. Esses fatores dependem, também, da subcultura, influenciada pela nacionalidade, grupo racial, religioso e pela região demográfica. A classe social também pode ser considerada como fator cultural, já que as classes sociais são relativamente homogêneas, constituindo divisõesna sociedade, as quais são hierarquicamente ordenadas e seus membros compartilham valores, interesses e comportamentos similares. Dimensões demográficas são aquelas que caracterizam os consumidores através de dados como renda, nível de escolaridade, local de domicílio, idade, entre outros; Fatores Sociais: esses fatores dizem respeito aos grupos de referência dos consumidores, ou seja, grupos que, direta ou indiretamente, influenciam o comportamento e as atitudes dos consumidores (Kotler, 1991, apud Gianesi & Corrêa, 1996) aponta a família como o principal grupo de referência que influencia a decisão de compra. É fácil perceber que, em muitos casos, inclusive, os membros da família serão co-usuários do produto ou serviço, possivelmente não decidindo, mas influenciando a decisão de compra. Para os autores, alguns estudos apontam que os consumidores procuram e confiam mais em informações de fontes pessoais do que impessoais, quando avaliam serviços antes da compra, evidenciando a importância da comunicação boca a boca na formação das expectativas dos consumidores de serviços; Fatores Pessoais: os fatores pessoais podem ser divididos em demográficos, como idade, ocupação e condição econômica e fatores psicográficos, como estilo de vida, personalidade e autoconceito. A análise dos fatores pessoais é importante para a com preensão do processo de decisão do cliente, mas os fatores psicográficos ou comportamentais são considerados como os mais relevantes. Esses fatores explicam melhor a maneira pelas quais as pessoas agem e vivem, pois descrevem como as pessoas pensam e as ações geradas por sua forma de pensar. Em geral, os fatores psicográficos cortam transversalmente os segmentos definidos demograficamente, identificando grupos de clientes com padrões comuns de comportamento de compra de produtos e serviços; Fatores Psicológicos: os fatores psicológicos que influenciam o comportamento de compra do consumidor são: a) A motivação, que é o que leva o consumidor a realizar uma compra, procurando satisfazer a determinadas necessidades; b) A percepção, que é o processo pelo qual um indivíduo seleciona, organiza e interpreta informações, de modo a criar uma imagem significativa do mundo. A percepção é fundamental no processo de avaliação do serviço, principalmente em função de sua intangibilidade, ou seja, a forma pela qual o consumidor do serviço o percebe é bem menos objetiva do que o seria com um produto, pois está mais baseada em fatores intangíveis; c) O aprendizado, o qual se refere à influência da experiência anterior o consumidor, reforçando ou não suas decisões futuras; d) As convicções e atitudes, as quais representam certas noções pré- concebidas que os consumidores têm sobre certas coisas. Essas noções podem referir-se, por exemplo, ao tempo razoável que um cliente está disposto a esperar por um serviço, ou ao tipo de tratamento esperado em um período de pico de demanda. 2.6.1 Satisfação e insatisfação do cliente “Satisfação é função da diferença entre o desempenho percebido e as expectativas: se o desempenho ficar abaixo das expectativas, o consumidor ficará insatisfeito, se atender, ficará insatisfeito, se exceder, ficará altamente satisfeito, gratificado ou encantado” (Kotler, 1996). Ângelo e Giangrande (1999), afirmam que satisfação e insatisfação não fazem parte da mesma dimensão de avaliação. Pertencem a duas dimensões independentes, se bem que inter-relacionadas. Portanto, não basta fornecer um pacote que satisfaça o cliente e não basta trabalhar para eliminar a insatisfação do cliente (isto é, para eliminar expectativas não satisfeitas, tendo o cliente reclamado ou não). É necessário trabalhar ambos: satisfazer o cliente e eliminar pontos de insatisfação. Embora a satisfação do cliente não seja suficiente para que ele se torne leal à empresa, a insatisfação tende a afastar clientes da empresa. 2.6.2 Reação do cliente à insatisfação Diante da insatisfação em relação ao serviço, o cliente pode reclamar ou não e decidir voltar a comprar do mesmo fornecedor ou não. No caso de clientes que reclamam, a decisão de voltar a comprar é afetada pelo tratamento dado pelo fornecedor à insatisfação. A maioria dos clientes insatisfeitos não reclama para a empresa, apenas conta para outros clientes em perspectiva e este é o problema, já que a comunicação boca-a-boca é, muitas vezes, a mais eficaz. 2.7 Evolução do setor bancário O presidente da FEBRABAN, Roberto Setúbal, garante que os bancos têm feito um enorme esforço para melhorar o atendimento a seus Clientes. Somente em 1999, patrocinaram 955 mil eventos de treinamento para seus 400 mil funcionários e investiram R$ 2,5 bilhões em tecnologia, especialmente em equipamentos de auto- atendimento e sistemas que permitem fazer operações de casa e do escritório por telefones e computadores, sem necessidade de ir às agências. Entretanto, prossegue Roberto Setúbal, por mais que tenham feito, a solução do atendimento para esses serviços depende muito pouco dos bancos. As tecnologias que permitem o débito automático dessas contas, o seu pagamento por telefone ou nos equipamentos de auto-atendimento, eliminando a necessidade de ir à agência e reduzindo filas, não alcançam a parcela da população que não possui conta em banco. Nos últimos anos, os bancos de varejo adotaram estratégias agressivas de negócios: partiram para aquisições, criaram e consolidaram operações, penetraram em novos nichos de mercado e segmentaram fortemente suas bases de clientes. Segundo pesquisas realizadas pela FEBRABAN, as estratégias de Marketing das instituições bancárias sofreram profundas alterações, visando aumentar as receitas com os novos produtos e serviços, ampliar a escala operacional e melhorar a rentabilidade média por cliente. Porém, a complexidade do novo cenário no setor bancário demanda um modelo de marketing muito mais abrangente e completo. Torna-se fundamental a integração do Marketing Externo (propaganda, marketing direto, pesquisas com clientes), do Marketing Interativo (o relacionamento dos clientes com a instituição por meio de seus diversos canais tais como caixas eletrônicos, atendimento telefônico, internet banking) e do Marketing Interno (onde os objetivos dos funcionários estão em perfeita sintonia com os da empresa, a fim de garantir a satisfação do cliente externo). O setor bancário sofre crescente modificação no que tange aos seus canais de vendas e comunicação com os clientes. O atendimento, que era feito através de interações entre clientes e funcionários, vem sendo substituído por interações entre máquinas e funcionários. Ao mesmo tempo, essas mudanças diminuem as possibilidades de interação cliente-funcionário, ponto essencial para o desenvolvimento do marketing de relacionamento, e dão condições para a prestação de serviços antes não oferecidos à maior parte dos clientes, que agora tem acesso a esses serviços devido à automação e às novas estratégias multi-segmentos dos bancos. 2.8 Qualidade no atendimento no setor bancário A qualidade do serviço de atendimento ao público no contexto da realidade brasileira, tanto no âmbito estatal quanto da iniciativa privada, apresenta-se como um desafio institucional que parece exigir transformações urgentes. Segundo Mariana Leite (em “A qualidade dos serviços bancários no Brasil”, 2007), existem três características da qualidade de serviços bancários: o atendimento bancário com qualidade, que se caracteriza por apresentar agilidade e respostas rápidas às solicitações e necessidades dos clientes; comunicação e informatização, em que a satisfação dos clientesse concretiza através de respostas rápidas, ágeis e seguras para suas exigências, necessidades e problemas; e operações, cuja qualidade se traduz na disponibilidade de produtos e serviços adequados às necessidades dos clientes, ínfimo nível de erros, baixíssimo nível de burocratização e, principalmente no pessoal qualificado, capaz de resolver problemas e dirimir dúvidas. Reis (1998), destaca que ouvir os clientes e cuidar de suas reclamações ou sugestões torna-se um aspecto de fundamental importância na qualidade de serviço. O foco, além de captar clientes e aumentar a sua área de atuação, deve ser o de manter os clientes plenamente satisfeitos com os serviços prestados. O autor vai além ao afirmar que a gestão das reclamações de clientes destaca-se como um dos mais eficazes e fáceis métodos de melhorar o padrão da qualidade propiciado aos clientes, sendo também uma ferramenta poderosa, capaz de aferir e gerenciar, de forma global, a própria gestão da qualidade, principalmente ao se considerar o seu baixo custo e alto benefício. Uma vez que clientes satisfeitos aumentam a lealdade com o banco, aumentam a utilização dos serviços do banco (ficando mais propensos a adquirir novos produtos) e divulgam as experiências positivas a outras pessoas, potenciais clientes; e que clientes insatisfeitos com os serviços do banco enfraquecem a relação com a instituição, fazem contatos que poderiam ser evitados e divulgam as experiências negativas. Reis (1998), destaca ainda importância da efetiva qualidade e gestão dos serviços bancários, sendo que para o autor, existe um a série de fatores que são determinantes da qualidade e satisfação com os serviços bancários. Assim, podem ser citados: a) Garantia: conhecimento e cortesia dos funcionários e sua capacidade em transmitir segurança ao cliente; b) Presteza: disposição e/ou disponibilidade do banco e dos funcionários em prestar um serviço entendido pelo cliente como um serviço de qualidade; c) Acesso: facilidade para estabelecer contato, isso é, a forma de relacionamento com o banco e, de maneira específica, a forma como esse relacionamento é entendido pelo cliente; d) Aspectos tangíveis: fatores físicos do processo de prestação do serviço. Com o cliente os vê? Eles proporcionam-lhe maior facilidade na execução das operações e comodidade? e) Confiabilidade: consistência de desempenho mostrado pelo banco. Segundo a avaliação de Reis (1998), os clientes de bancos têm, hoje, cada vez mais opções de escolha e, por isso, maiores facilidades em mudar de fornecedor. Criar altos níveis de satisfação é, atualmente, uma condição mandatária e absolutamente necessária à permanência do banco no mercado. Mas, é certo que satisfazer o cliente não é um trabalho fácil e será, certamente, infinitamente mais complicado no futuro. O Presidente da FEBRABAN (2008), Roberto Setúbal, declarou durante o 2º Seminário sobre atendimento Bancário, realizado em 19.05.2000, que o recebimento de contas por funcionários, nos guichês das agências, compromete a prestação de serviços bancários e representa hoje um serviço deficitário para os bancos. Segundo Setúbal, a solução para o problema de atendimento dos Clientes das concessionárias é de responsabilidade dessas empresas, na sua maioria empresas privadas. As concessionárias devem oferecer soluções para facilitar a vida de seus consumidores, especialmente por intermédio de convênios com outros estabelecimentos comerciais, como lotéricas, farmácias, supermercados, correios, postos de gasolinas etc., abrindo novas opções para pagamento dessas contas. Reis (1998), salienta que, hoje, o cliente não só está mais ciente dos seus direitos constitucionais, como está cada vez mais valorizando seu dinheiro, exigindo dos prestadores de serviço pelos quais ele paga o cumprimento do prometido. No caso particular dos bancos, os clientes têm vindo a reclamar pelos seus direitos diretamente à instituição ou através do Banco Central do Brasil. Isso tem feito com que os bancos preocupados, com a qualidade dos serviços e com a necessidade de reter clientes, estejam criando serviços especiais de relacionamento com clientes, cuja principal finalidade é conhecer a reclamação ou insatisfação do cliente, providenciar internamente a análise da reclamação e retornar com a resposta no menor espaço de tempo. O Banco Central, reconhecendo o Código de Defesa do Consumidor e ciente da necessidade de regulamentar a relação entre clientes e instituições financeiras, editou, em 26 de Julho de 2001, a Resolução 2878, que está sendo popularmente conhecida e tratada como Código de Defesa do Consumidor Bancário. A Resolução dispõe sobre procedimentos a serem observados pelas instituições financeiras e demais instituições a funcionar pelo BACEN, na contratação de operações e na prestação de serviços aos clientes e ao público em geral. As principais medidas da Resolução 2878 são: a) Todos os termos e cláusulas dos contratos devem ser claros, transparentes e não abusivos; b) Fica proibida de vez a utilização de publicidade enganosa; c) Todas as informações nos documentos emitidos devem ser prestadas de forma clara e transparente; d) Portadores de deficiência física, com dificuldade de locomoção e com idade superior a 65 anos devem ter condições satisfatórias de atendimento; e) O atendimento deverá ser realizado por caixa convencional, se for desejo do consumidor; f) Fica proibido o tratamento diferenciado entre clientes e não-clientes; g) Para saques de valores acima de R$ 5.000,00, o prazo máximo exigido não poderá ser superior a 4 horas; h) Fica proibida a venda casada, ou seja, condicionar a realização de um negócio a outras operações; i) Nenhum recurso do correntista poderá ser transferido entre aplicações, sem a prévia anuência ou expressa concordância do mesmo; j) O consumidor que desejar quitar antecipadamente uma dívida tem direito ao abatimento proporcional dos juros cobrados no contrato. 2.9 Evolução da Caixa Econômica Federal Criada em 1861, a CAIXA é o principal agente das políticas públicas do governo federal e, de uma forma ou de outra, está presente na vida de milhões de brasileiros. Isso porque a CAIXA – uma empresa 100% pública – atende não só os seus clientes bancários, mas todos os trabalhadores formais do Brasil, estes por meio do pagamento de FGTS, PIS e seguro-desemprego; beneficiários de programas sociais e apostadores das Loterias. A CAIXA exerce um papel fundamental na promoção do desenvolvimento urbano e da justiça social no país, contribuindo para melhorar a qualidade de vida da população, especialmente a de baixa renda, ao priorizar setores como habitação, saneamento básico, infra-estrutura e prestação de serviços. De acordo com o que pode-se encontrar no site da empresa (2009), a CAIXA é o maior banco público da América Latina. Entre 2002 e a metade de 2005, o ativo bancário da empresa aumentou 30% – segundo maior ativo entre as instituições financeiras atuantes no Brasil. Na primeira metade de 2005, a CAIXA obteve o maior lucro semestral de sua história. A empresa também tem atuação fora do Brasil, já que desde 2004, os brasileiros emigrados podem utilizar o CAIXA Internacional para fazer remessas de recursos ao país. Em 2005, foi firmado um convênio com o banco português BCP o que garante ainda mais facilidade nesse processo. Além de disponibilizar recursos, a CAIXA auxilia prefeituras e governos estaduais a projetarem e acompanharem com eficiência obras promotoras de desenvolvimento urbano. Da mesma forma, estimula o contínuo aperfeiçoamento da administração pública, conferindo às ações mais bem-sucedidas o Prêmio Melhores Práticas de Gestão. 3. AspectosMetodológicos 3.1. Apresentação A pesquisa detalhada a seguir foi realizada com a finalidade de avaliar o índice de satisfação dos clientes da Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas, em João Pessoa - PB. Com o resultado, foi possível avaliar concretamente a satisfação dos clientes com o atendimento prestado e perceber os fatores mais críticos da agência e trabalhá-los de forma a atender as expectativas dos clientes. Para execução da pesquisa foram exercitadas algumas das técnicas de metodologia de pesquisa, firmando-se com uma pesquisa de exploratória e também foi caracterizada como um estudo de caso. A pesquisa exploratória tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores (GIL, 1999). Baseado nisso, procurou-se investigar as variáveis existentes na qualidade do atendimento bancário da referida agência e informações descritivas através da coleta de dados do tipo formulário. A pesquisa foi parte indispensável para realização deste trabalho. Os atributos foram analisados quanto ao grau de satisfação conforme a escala abaixo: GRAU DE SATISFAÇÃO: Insatisfeito Pouco Satisfeito Neutro Satisfeito Muito satisfeito 1 2 3 4 5 Quadro 2: Escala de grau de satisfação. Fonte: Autor. 3.2 Apresentação do problema de pesquisa O problema principal a ser detectado referia-se ao índice de satisfação dos clientes da Agência da Caixa Econômica Federal de Cruz das Armas, avaliando-os sobre o aspecto de Atendimento e estrutural. Essas variáveis são conhecidas como problemas de “engenharia”, pois se referem a como fazer algo de maneira eficiente (RICHARDSON, 1999). • Problema Principal: Qual o índice de satisfação, sob o aspecto de atendimento e estrutura, dos clientes da Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas? • Problema complementar: Identificar o perfil dos clientes da Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas. A intenção dessa pesquisa foi conhecer o índice de satisfação dos clientes com relação ao atendimento e estrutura da Agência Cruz das Armas, da Caixa Econômica Federal, e o perfil através das variáveis sexo, idade, escolaridade e renda salarial mensal. Junto a isso foram analisados os tópicos: Atendimento e estrutura. Com os resultados da pesquisa, levantou-se uma série de informações que serviram para avaliar o real índice de satisfação dos clientes com o atendimento prestado, além de perceber os fatores mais críticos da agência. 3.3 Procedimentos metodológicos 3.3.1 Definição do ambiente da pesquisa 3.3.1.1 Método de abordagem Neste estudo será adotada a pesquisa de campo, através do método Estudo de Caso, por caracterizar-se pela capacidade de lidar com uma variedade de evidências: documentos e pesquisa. 3.3.1.2 Tipo e natureza do estudo 3.3.1.2.1 Tipo O tipo de pesquisa utilizado foi o de campo, já que foi realizada dentro da empresa estudada, junto aos clientes em atendimento. Segundo Kalhmeyer-Mertens (2007), “pesquisa de campo apresenta-se como investigação empírica realizada no local onde ocorreu o fenômeno ou que dispõe de elementos investigativos. O termo “pesquisa de campo” é normalmente empregado para descrever um tipo de pesquisa feito nos lugares da vida cotidiana, porém fora do laboratório ou sala de entrevista.” A pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e explicar o problema pesquisado. 3.3.1.2.2 Natureza A pesquisa aplicada teve natureza exploratória, já que houve um estudo mais detalhado do processo proposto, e também foi caracterizada por um estudo de caso, que possibilitará descrever o contexto da qualidade do atendimento bancário dentro da Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas, para, posteriormente, avaliar e, se for o caso, fazer as devidas sugestões para a melhoria deste fator na empresa. Segundo Kalhmeyer-Mertens (2007), pesquisa exploratória acontece quando não existem elementos ou dados suficientes para o pesquisador. Ou seja, é uma pesquisa mais aprofundada e detalhada. 3.3.1.3 Dados da pesquisa 3.3.1.3.1 Dados primários Para obtenção de dados primários, será utilizado o pesquisador e o instrumento formulário, para preenchimento do próprio cliente. Estes dados são de extrema relevância, pois os clientes darão respostas verdadeiras, sem a interferência do entrevistador. 3.3.1.3.2 Dados secundários Para o levantamento dos dados secundários será utilizada fontes de pesquisa bibliográfica, internet, circulares e encartes internos da Caixa Econômica Federal. Segundo Marconi & Lakatos (1999), dados secundários, serão aqueles que irão colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre o assunto, com o objetivo de reforçar a análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações. 3.3.2 Definição dos processos metodológicos 3.3.2.1. Tipo de pesquisa Adotou-se a pesquisa do tipo exploratória por se tratar de uma pesquisa que visa proporcionar ao pesquisador um maior conhecimento sobre o tema ou problema da pesquisa em perspectiva, e que tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis. “A pesquisa exploratória é particularmente útil, visto que através dela pode-se estabelecer as prioridades a pesquisar, evitando, assim, uma possível fuga do tema principal”. (MATTAR,1999) 3.3.2.2 Caracterização do universo da pesquisa • TAMANHO : O universo da pequisa foi a Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas . • COMPOSIÇÃO: A agência é composta por todos os departamentos necessários para um bom funcionamento bancário. Est e estudo será realizado especificamente nos setores de atendimento da Agênc ia. • ACESSIBILIDADE: A agência é de fácil acesso para a realização da pesquisa pelo entrevistador e também é de fácil ace sso para os clientes, já que fica na avenida principal do bairro. 3.3.2.3 Determinação da amostra à ser trabalhada A amostra foi feita de forma aleatória, junto aos clientes que estiverem utilizando o serviço de atendimento aos caixas na Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas. No total foram estudados 100 formulários, colocados a disposição dos clientes no período de três dias, escolhidos fora do calendário de pagamento do mercado. 3.3.3 Instrumentos de coleta de dados No estudo proposto, utilizaremos como instrumento para coleta de dados o formulário, com perguntas fechadas e abertas, para preenchimento do próprio cliente. Este formulário será base para o relatório da pesquisa e será acrescido de informações consideradas relevantes para o estudo pelo observador. “ Formulário é o conjunto de questões, enunciadas como perguntas, de forma organizada e sistemática, tendo como objetivo alcançar determinadas informações. Pode ter perguntas abertas ou fechadas.” (KALHMEYER-MERTENS, 2007) 3.3.4 Ordenação e tratamento dos dados A ordenação e tratamento dos dados coletados serão feitas através da ordem de perguntas do formulário, seguida pela visão geral do observador. Os dados coletados serão submetidos à checagem, revisão e sistematização através de processamento eletrônico. Serão analisados quantitativamente e editados através do software Microsoft Excel, bem como será feito um relatório geral da pesquisa, pelo Microsoft Word e uma apresentação mais direta noMicrosoft Power Point. 3.3.5 Análise e interpretação dos dados Os dados coletados serão analisados de forma quantitativa, confrontando os dados primários da empresa estudada, com os dados secundários de forma lógica e funcional. Ou seja, o formulário e a percepção do pesquisador serão confrontados com os dados coletados através de fontes de pesquisa bibliográfica, internet, circulares e encartes internos da Caixa Econômica Federal. O objetivo será avaliar os problemas propostos, para que possa ser estudada uma possível melhoria no processo de qualificação dos funcionários de linha de frente da referida agência bancária, atingindo positivamente os objetivos propostos. 3.4 Análise dos gráficos da pesquisa 3.4.1. Perfil básico dos clientes 3.4.1.1. Distribuição por sexo Dentre as 100 pessoas que responderam o formulário, 58 eram do sexo masculino (58%) e 42 do sexo feminino (42%). SEXO (%) 58 42 0 10 20 30 40 50 60 70 SEXO homens mulheres GRÁFICO 1: Distribuição por sexo das pessoas que participaram da pesquisa realizada durante o período de julho de 2009. Fonte: Pesquisa de campo do autor. 3.4.1.2. Distribuição por faixa etária IDADE (%) 15 29 27 13 16 0 5 10 15 20 25 30 35 IDADE Até 20 anos Entre 21 e 30 anos Entre 31 e 40 anos Entre 41 e 50 anos Mais de 51 anos GRÁFICO 2: Distribuição por faixa etária das pessoas que participaram da pesquisa realizada durante o período de julho de 2009. Fonte: Pesquisa de campo do autor. Analisando o gráfico acima se percebe que a maioria dos clientes Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas, possuem faixa etária de 21 a 30 anos. 3.4.1.3. Distribuição por escolaridade Escolaridade (%) 4 12 47 22 10 5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Escolaridade Fundamental Médio incompleto Médio completo Superior Incompleto Superior completo Pós-graduação GRÁFICO 3: Distribuição por escolaridade das pessoas que participaram da pesquisa realizada durante o período de julho de 2009. Fonte: Pesquisa de campo do autor. Analisando o gráfico se percebe que a maioria dos clientes Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas, possuem como escolaridade ensino médio completo. De acordo com os resultados em ordem decrescente, 22% dos clientes possuem ensino superior completo, 12% médio incompleto, 10% superior completo, 5% pós-graduação e 4% ensino fundamental. 3.4.1.4. Distribuição por Renda Salarial Mensal FAIXA SALARIAL (%) 8 31 37 14 7 3 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Renda Sem renda Até 1 salário mínimo De 1,1 a 2 salários mínimos De 2,1 a 05 salários mínimos De 5,1 a 10 salários mínimos Mais de 10 salários mínimos GRÁFICO 4: Distribuição por Renda Salarial Mensal das pessoas que participaram da pesquisa realizada durante o período de julho de 2009. Fonte: Pesquisa de campo do autor. Pode-se perceber que a maioria dos clientes Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas, possuem renda entre 1,1 e 2 salários mínimos, sendo o menor percentual de entrevistados com renda mensal de mais de 10 salários mínimos. 3.4.1.5. Distribuição por clientes do banco Dentre as 100 pessoas que responderam o formulário, 69 eram clientes do banco (69%) e 31 não eram clientes do banco. GRÁFICO 5: Distribuição dos clientes e não clientes que participaram da pesquisa realizada durante o período de julho de 2009. Fonte: Pesquisa de campo do autor. 3.4.1.6. Distribuição por tempo em que é cliente do Banco CLIENTES DO BANCO (%) 69 31 0 10 20 30 40 50 60 70 80 clientes SIM NÃO HÁ QUANTO TEMPO É CLIENTE DO BANCO? (%) 39,13 27,54 18,84 8,69 5,8 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Tempo Até 01 ano De 01 a 02 anos Entre 2,1 e 5 anos Entre 5,1 e 10 anos Mais de 10 anos GRÁFICO 6: Distribuição por tempo que as pessoas entrevistadas, que participaram da pesquisa realizada durante o período de julho de 2009, são clientes do banco. A maioria dos clientes Caixa Econômica Federal, agência Cruz das Armas, são clientes do banco há menos de um ano. A minoria é cliente há mais de 10 anos. 3.4.2 Avaliação dos Critérios 3.4.2.1 Avaliação do critério “Satisfação com o atendimento dos funcionários na agência” 3.4.2.1.1 Cordialidade CORDIALIDADE (%) 0 6 22 51 21 0 10 20 30 40 50 60 Insatisfeito Pouco satisfeito Neutro Satisfeito Muito satisfeito GRÁFICO 7: Avaliação do critério “cordialidade” durante o período de julho de 2009. Fonte: Pesquisa de campo do autor. Foi possível constatar, com base no que foi demonstrado acima, que a os clientes avaliaram a cordialidade dos funcionários do atendimento foi considerada satisfatória pela maioria dos clientes, e nenhum nos clientes considerou insatisfatória a cordialidade dos funcionários. 3.4.2.1.2 Eficiência EFICIÊNCIA 2 9 30 45 14 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Insatisfeito Pouco satisfeito Neutro Satisfeito Muito satisfeito GRÁFICO 8: Avaliação do critério “eficiência” durante o período de julho de 2009. Fonte: Pesquisa de campo do autor. De acordo com o gráfico acima, foi constatado que a eficiência dos funcionários do atendimento é considerada satisfatória pela maioria dos clientes, sendo este um fator de relevância para a avaliação da pesquisa. 3.4.2.1.3 Disposição em servir DISPOSIÇÃO EM SERVIR (%) 7 10 28 39 16 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Insatisfeito Pouco satisfeito Neutro Satisfeito Muito satisfeito GRÁFICO 9: Avaliação do critério “disposição em servir” durante o período de julho de 2009. Fonte: Pesquisa de campo do autor. O gráfico demonstra que a disposição em servir dos funcionários é tida como satisfeita pela maioria dos clientes, enquanto apenas uma pequena parcela não emitiu opinião. 3.4.2.1.4 Agilidade AGILIDADE (%) 4 12 37 28 19 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Insatisfeito Pouco satisfeito Neutro Satisfeito Muito satisfeito GRÁFICO 10: Avaliação do critério “agilidade” durante o período de julho de 2009. Fonte: Pesquisa de campo do autor. De acordo com o gráfico acima, foi constatado que a agilidade dos funcionários do atendimento é considerada mediana pela maioria dos clientes, enquanto a segunda maior parcela considerou este fator como sendo este um fator de relevância para a avaliação da pesquisa. 3.4.2.1.5 Resolução do seu problema RESOLUÇÃO DO SEU PROBLEMA (%) 7 9 17 46 21 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Insatisfeito Pouco satisfeito Neutro Satisfeito Muito satisfeito GRÁFICO 11: Avaliação do critério “Resolução do seu problema” durante o período de julho de 2009. Fonte: Pesquisa de campo do autor. A maioria dos clientes teve seu problema resolvido com satisfação, enquanto 7% se sentiram insatisfeitos com a resolução dos seus problemas. 3.4.2.2 Avaliação do critério “Satisfação com os funcionários nos setores de atendimento” 3.4.2.2.1 Conhecimento dos produtos e serviços CONHECIMENTO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS 13 24 14 32 17 0 5 10 15 20 25 30 35 Insatisfeito Pouco satisfeito Neutro Satisfeito Muito satisfeito GRÁFICO 12: Avaliação do critério “conhecimento dos produtos e serviços” pesquisado no período de julho de 2009. Fonte: Pesquisa de campo do autor. A pesquisa revelou que os clientes avaliam que funcionários possuem um conhecimento de nível satisfatório dos produtos e serviços oferecidos pela Caixa Econômica Federal. Porém, houve um índice muito alto de clientes que avaliaram o conhecimento dos produtos e serviços por parte dos funcionários como pouco satisfatório, com 24%. 3.4.2.2.2
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