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Direito_empresarial_Ianna Morais docx

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ATIVIDADE INDIVIDUAL
Matriz de atividade individual
Disciplina: Direito Empresarial Módulo 7
Aluno: Ianna Morais Turma: MBA_DEGMBAEAD-24_22022021_2
Tarefa: Atividade Individual
Introdução
Com o advento da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (COVID-19), foi
possível observar uma mudança nas relações jurídicas, visto o cenário de incertezas e novos
desafios que se instalou em todo o mundo.
Tendo em vista as mudanças ocasionadas pelo novo cenário econômico e com base
em materiais de apoio fornecidos pela professora tutora, que retratam dois contextos: o
primeiro sobre o caixa das empresas frente à crise econômica ocasionada pela pandemia e, o
segundo, que traz o exemplo específico da cervejaria Backer, que teve sua reputação
negativada após a comercialização de lotes de cerveja contaminados por substâncias tóxicas.
Portanto, este trabalho busca explanar e analisar duas situações distintas, mas que se
conectam em pontos como: os abalos econômico-financeiros sofridos no pilar empresarial,
desestabilização da segurança patrimonial de sócios, crise financeiras e estremecimento de
relações com fornecedores.
Desenvolvimento
O texto 1 expõe como a pandemia afetou de forma abrupta o caixa das empresas,
tanto de pequenas e médias como de grandes empresas também. As medidas restritivas mais
rígidas fizeram com que várias empresas ficassem sem receita ou tivessem de reinventar sua
operação. Segundo o jornal El País (2020), com base em dados do IBGE, o número de
empresas que encerraram suas atividades em decorrência do coronavírus já somava mais de
700.000 até metade de Junho de 2020.
1
No caso da cervejaria Backer, o abalo financeiro ocorreu em razão das acusações
advindas da contaminação de produto alimentício. Em março de 2020, a cervejaria teve R$ 50
milhões bloqueados pela Justiça para custeio de tratamentos médicos das vítimas de
intoxicação por dietilenoglicol e, mais tardiamente, a 23ª Vara Cível de Belo Horizonte
determinou o bloqueio de bens e valores da empresa Empreendimentos Khalil Ltda, cujos
sócios eram os irmãos Munir Franco Khalil Lebbos e Hayan Franco Khalil Lebbos,
proprietários da Backer.
Em um panorama geral é possível observar um fator em comum nos dois casos: o
ineditismo. Isto porque, pela primeira vez, o mundo enfrenta uma quarentena de proporção
global e, o caso da cervejaria Backer, é a primeira ocorrência de contaminação de cerveja por
dietilenoglicol no mundo. Em contrapartida, os dois casos distinguem-se entre si pela
possibilidade de recuperação judicial e extrajudicial, uma vez que, no caso das empresas
acometidas pela crise provocada pelo novo coronavírus, existem algumas alternativas a serem
seguidas; enquanto que, no caso da cervejaria Backer, é retratado um caso de descontinuação
de uma empresa, em que não há oportunidade de negociação de meios de recuperação, pois
efetuou-se a comprovação legal de atos fraudulentos, de acordo com a Lei nº 11.101/2005.
Para aprofundar em alternativas para os dois casos, antes é preciso entender a
definição de pessoa jurídica e quais são suas responsabilidades. Segundo Salomão (2017),
pessoas jurídicas são sujeitos de Direitos e Obrigações, que são criadas por meio da vontade
de duas ou mais pessoas. A pessoa jurídica independe da pessoa física, já que responde de
acordo com sua personalidade, a não ser em casos de desconsideração da pessoa jurídica.
Dessa forma, tendo em vista os dois cenários e a definição de pessoa jurídica, é
possível observar três instrumentos jurídicos que podem ajudar em situações semelhantes às
previamente relatadas. São eles: recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência. O
objetivo da recuperação judicial é reorganizar a empresa economicamente, buscando um
acordo entre a empresa em crise e todos os credores dela, sob a supervisão da Justiça. Com o
pedido de recuperação judicial, a empresa tem a suspensão temporária de cobranças, mas se
faz necessário apresentar uma estratégia de recuperação. É importante salientar que quem
decidirá se o plano é razoável são os próprios credores da empresa. Já a recuperação
2
https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/justi%C3%A7a-eleva-bloqueio-da-backer-para-r-50-milh%C3%B5es-1.779014
https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/justi%C3%A7a-eleva-bloqueio-da-backer-para-r-50-milh%C3%B5es-1.779014
extrajudicial pode ser uma alternativa rápida e econômica, dado que não há supervisão de um
juiz. Essa ferramenta de negociação é privada, entre credores e empresa, mas é necessário
validação na Justiça e que sejam atendidos os requisitos dispostos no Art. 161 da LRF (nº
11.101/2005). Por fim, a falência ocorre quando os ativos da empresa não são mais suficientes
para quitar as dívidas. Com a declaração de falência, ocorre o afastamento do dirigente da
companhia e a consequente substituição por um administrador judicial, que será responsável
por gerir os recursos da empresa frente aos interesses dos credores.
Ainda, levando em consideração a imprevisibilidade que o cenário de pandemia
ocasiona, várias são as medidas adotadas por órgãos governamentais e particulares com o
intuito de frear o avanço do coronavírus. Nesse contexto, se torna possível a aplicação da
revisão dos contratos pactuados com o cliente destinatário final e com as empresas
fornecedoras de insumos, que está prevista nos artigos 317, 478, 479 e 480 do Código Civil.
Isso porque dentre os reflexos inevitáveis da pandemia estão: (a) variação de inflação em
razão da crise; (b) a variação cambial sem precedentes e fortemente vinculada aos efeitos
negativos da crise; e (c) a desvalorização do padrão monetário. Consequências essencialmente
financeiras e jamais imaginadas nessa proporção (FARO; LIMA; VIEIRA, 2020). Na situação
envolvendo a cervejaria Backer, não há espaço para aplicação da Teoria da Imprevisão e da
Onerosidade Excessiva, pois trata-se de produto que oferece risco à segurança e à saúde do
consumidor, de acordo com Código de Defesa do Consumidor. Em casos como o da
cervejaria, aplica-se o Art. 12 do Código de Defesa do Consumidor, em que a
responsabilidade civil da empresa produtora é objetiva, isto é, a fabricante responde
independentemente de existência de culpa, sendo inteiramente responsável pelos produtos que
coloca em circulação no mercado (ANGELO, 2020).
1. Teoria da desconsideração da personalidade jurídica no caso da Cervejaria
Backer
A teoria clássica do direito defende que os direitos e obrigações de uma sociedade
não se confundem com as de seus sócios. Entretanto, a teoria da desconsideração da
personalidade jurídica ou Disregard Doctrine, surge para quebrar a constante do princípio da
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autonomia patrimonial, visando controlar fraudes e abusos cometidos pelo mau uso da
determinação de separação patrimonial (FEDERICI, 2017).
Dispõe o artigo 50 do Código Civil Brasileiro (Lei n o 10.406/2002):
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio
de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte,
ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la
para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa
jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
Ainda, é possível observar o tema no Código de Defesa do Consumidor (Lei nº
8.078/90):
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade
quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,
infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A
desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de
insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má
administração.
Faz-se essencial reforçar que a teoria da desconsideração da personalidade jurídica
deve ser utilizada em caráter excepcional, com especial fundamentação que justifique suaaplicação.
No caso em questão, é justificável aplicar a disregard doctrine, pois houve ato
fraudulento por parte da empresa e a esta encontra-se em estado pré-falimentar. Conforme
dispõe o parágrafo 5 do Art. 28 do CDC, poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre
que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados
aos consumidores.
Por fim, resta descartada a hipótese de construção de uma holding familiar para
proteção de bens pessoais, uma vez que, baseado no parágrafo 2 do Art. 28, as sociedades
integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. Fato reforçado pelo art. 1.024 do
4
CDC, que determina que os bens particulares dos sócios não podem ser executados por
dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.
Conclusão
As situações descritas em ambos textos apresentam contextos diferentes e várias
outras distinções entre si, mas convergem nos seguintes pontos: abalos econômico-financeiros
sofridos no pilar empresarial, desestabilização da segurança patrimonial de sócios, crise
financeiras e estremecimento de relações com fornecedores. Entretanto, embora compartilhem
desses pontos, os contextos têm grande peso no que tange a uma análise jurídica que visa
identificar quais os instrumentos e ferramentas podem ser adotados.
Na conjuntura das empresas que estão sofrendo os efeitos avassaladores provocados
pelo avanço do coronavírus, existem algumas alternativas a serem seguidas antes de decretar
a falência de uma empresa, desde revisão de contratos pactuados e acordos extrajudiciais até
recuperação judicial. Enquanto que, no cenário da cervejaria Backer, as alternativas são
limitadas e quase sempre apontam para o caminho da falência.
Portanto, pode-se afirmar que o objetivo do presente trabalho em explanar e analisar
as duas situações, averiguando a aplicabilidade de instrumentos jurídicos e de teorias, como a
da imprevisibilidade, foi alcançado com êxito. Para ambos casos, que apresentam
complexidades diferentes, resta acompanhar como e quais serão os próximos desafios a serem
enfrentados, para então avaliar e desenvolver soluções possíveis.
Referências bibliográficas
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https://www.conjur.com.br/2020-jan-15/cervejaria-responsabilidade-mortes-dizem-advogados
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FARO, Alexandre; LIMA, Elide; VIEIRA, Luíta. Pandemia do coronavírus, teoria da
imprevisão e revisão de contratos. ConJur, 12 abr. 2020. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2020-abr-12/opiniao-pandemia-teoria-imprevisao-revisao-contratos
. Acesso em: 30 mar. 2021.
5
https://www.conjur.com.br/2020-jan-15/cervejaria-responsabilidade-mortes-dizem-advogados
https://www.conjur.com.br/2020-abr-12/opiniao-pandemia-teoria-imprevisao-revisao-contratos
FEDERICI, Reinaldo. Teoria da desconsideração da personalidade jurídica. Migalhas, 14 ago.
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OLIVEIRA, Joana. 716.000 empresas fecharam as portas desde o início da pandemia no
Brasil, segundo o IBGE. El País, São Paulo, 19 jul. 2020. Disponível em:
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SALOMÃO, Leandro. Pessoa Jurídica e suas responsabilidades. Jusbrasil, 22 mar. 2017.
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6
https://www.migalhas.com.br/depeso/263622/teoria-da-desconsideracao-da-personalidade-juridica
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