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1 
 
ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de atividade individual 
Disciplina: Direito Empresarial Módulo 
Aluno: Mariane Reis Zambelli Turma: Gestão Empresarial 
Tarefa: A tarefa consiste em elaborar um parecer sobre os casos apresentados nos textos, alinhado às 
normas do direito empresarial aplicadas e desenvolvidas na disciplina. 
Introdução 
O presente trabalho será um parecer técnico a respeito dos textos “Como está o caixa das empresas 
abertas para sobreviver à pandemia“(Texto 1) e “Cervejaria Backer”(Texto 2). O texto 1 aborda sobre os 
impactos da pandemia no caixa das empresas. O Texto 2 retrata sobre o caso que ocorreu no Brasil em 
2020, onde consumidores faleceram e foram internadas em estado grave após consumirem cervejas da 
marca, especialmente com os rótulos Belorizontina e Capixaba. 
A partir da leitura proposta, podemos identificar duas ocorrências que: provocaram abalos econômico-
financeiros no pilar empresarial que assolam a adequada estrutura jurídica da empresa; desestabilizaram a 
segurança patrimonial dos sócios; iniciaram um processo de crise financeira nas entidades econômicas e 
comprometeram as relações pactuadas com os seus fornecedores e cliente. 
Desenvolvimento 
Apresentação dos abalos econômico-financeiros ocorridos nas empresas do Texto 1 e do 
Texto 2, pontuando as diferenças entre eles e a potencialidade dessas oscilações financeiras 
na vida de cada empresa. 
A Cervejaria Backer chegou a ser considerada como uma das cervejarias artesanais mais promissoras do 
país. De acordo com o Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral de Minas Gerais 
(SindBebidas), dos cerca de R$ 12 milhões mensais gerados pela cervejaria artesanal do estado, R$ 7 
milhões eram da Backer, o que representa mais da metade do faturamento do setor cervejeiro da região. 
Desta forma, podemos perceber o grande abalo econômico que a empresa sofreu após as investigações 
dos lotes de cerveja que estavam contaminados com as substâncias tóxicas monoetilenoglicol (MEG) e 
dietilenoglicol (DEG). Tratou-se de um caso de repercussão internacional, ocasionando impactos na 
reputação da marca, perdas financeiras, quedas nas vendas e até solicitação de falência por parte de 
alguns credores. 
Após ficar dois meses fechada, enquanto tramitavam as investigações, dois credores de fundos de 
investimentos entraram com pedido de falência da Cervejaria Backer no Tribunal de Justiça de Minas 
Gerais. 
A partir do momento que a polícia identificou substâncias tóxicas em amostras da cerveja Belorizontina, a 
Backer foi interditada e as vendas foram suspensas. Em fevereiro de 2020 a Cervejaria Backer teve todos 
os bens bloqueados, incluindo também o bloqueio de bens da Empreendimentos Khalil Ltda, cujos sócios 
 
 
 
2 
 
eram os irmãos Munir Franco Khalil Lebbos e Hayan Franco Khalil Lebbos, proprietários da Backer. 
O texto 1 avaliamos como os negócios estão sofrendo prejuízos em virtude da pandemia da COVID19. 
Apesar das pequenas empresas sofrerem maior impacto, todas estão sujeitas aos abalos econômicos e 
financeiros. De acordo com dados do Serasa, 6,2 milhões de micro e pequenas empresas já estavam 
inadimplentes em janeiro de 2020, alta de quase 10% em relação ao mesmo mês do ano anterior. 
De acordo com a matéria da Exame, publicada em abril de 2020, o SEBRAE realizou uma pesquisa a qual 
indica que 89% das micro e pequenas empresas brasileiras já observam queda em seu faturamento. E 
36% dos empreendedores afirmam que precisarão fechar o negócio permanentemente, em um mês, caso 
as restrições adotadas até agora permaneçam por mais tempo. 
Os primeiros resultados da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas mostram que a 
pandemia provocou o fechamento de 522,7 mil empresas de um total de 1,3 milhão que encerraram suas 
atividades, temporária ou definitivamente, na primeira quinzena de junho de 2020. 
A matéria disponibilizada no Jornal Contábil em 18 de janeiro de 2021, mostrou que pedidos de falência 
em 2020 aumentaram 12,7% e para o mesmo período, as solicitações de recuperação judicial também 
subiram, chegando à 13,4% na comparação com 2019. 
Os abalos econômicos identificados nos dois casos se diferem pelo fato de que na Cervejaria Backer, 
tivemos uma situação aonde o produto ocasionou danos ao consumidor, envolvendo indiciamentos, 
vítimas e mortes, sendo todos os bens bloqueados para fins de pagamento de despesas médicas e 
indenizações às vítimas. Já no segundo texto, as empresas estão em situação de falência ou recuperação 
judicial em detrimento dos efeitos da queda de vendas ocasionadas pela pandemia. 
Descrição e análise de, pelo menos, três ferramentas que podem ser aplicadas pelo gestor, no 
caso de cada empresa, no sentido de amenizar os resultados negativos ocasionados pelos 
abalos na sua estrutura econômica. 
Como forma de amenizar os resultados negativos ocasionados pelos abalos na sua estrutura econômica, 
em ambos os casos apresentados, podemos utilizar dos recursos de recuperação judicial, recuperação 
extrajudicial e falência. Os microempresários e os empresários de pequeno porte, que estão sendo mais 
afetados com a crise da COVID-19 podem apresentar um plano especial de recuperação judicial (art.71 da 
LRF). 
A recuperação judicial é uma boa alternativa para viabilizar a superação de crise econômico-financeira das 
empresas. É necessário estar atento aos requisitos impostos para o requerimento da recuperação judicial, 
como: exercer atividade regular há mais de dois anos; não ser falido e , se o for, estarem extintas as 
responsabilidades; não ter obtido concessão de recuperação judicial nos últimos oito anos (pequeno e 
microempresário o prazo é 5 anos) e por fim, não ter sido condenado ou não ser, como administrador ou 
sócio controlador, pessoa condenada por crime falimentar (SARTORI, VIVAS, 2019). 
O artigo 50 da LRF dispõe um rol exemplificativo de meios de recuperação judicial. São eles: 
• Concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou 
vincendas; 
• Cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou 
cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente; 
• Alteração do controle societário; 
• Substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos 
 
 
 
 
 3 
 
administrativos; 
• Concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto 
em relação às matérias que o plano especificar; 
• Aumento de capital social, trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade 
constituída pelos próprios empregados; 
• Redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção 
coletiva; 
• Dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia 
própria ou de terceiro; 
• Constituição de sociedade de credores; 
• Venda parcial de bens; 
• Equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza tendo como termo 
inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos 
contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; 
• Usufruto da empresa; 
• Administração compartilhada; 
• Emissão de valores mobiliários; 
• Constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os 
ativos do devedor (SILVA, 2016). 
A recuperação extrajudicial estabelece linhas de diálogo entre os credores e o devedor, visando uma nova 
situação fático-jurídica, para possibilitar a recuperação da empresa. O judiciário atua apenas como 
interventor, auxiliando os interessados a realizarem um novo negócio jurídico (OLIVEIRA, ROSA, 2016). 
Para requerer a homologação do acordo de recuperação extrajudicial, o empresário e a sociedade 
empresária, deverãopreencher os requisitos previstos no art. 161 da LRF (SARTORI, VIVAS, 2019). 
A modalidade de recuperação extrajudicial possui maior celeridade, podendo o devedor realizar quase todo 
o processo por meios extrajudiciais sendo necessário apenas a publicação de edital, para dar ciência a 
demais credores que desejem se habilitar, oferecendo ainda o contraditório em 5 dias, oportunidade em 
que o juiz ao apreciar a impugnação, poderá dar ser deferimento ou indeferimento para a homologação 
(OLIVEIRA, ROSA, 2016). 
Se 60% dos credores aprovarem o plano de recuperação do devedor, implica em imposição à minoria 
discordante de uma modificação unilateral nos contratos, alterando-se as datas de pagamento inicialmente 
pactuadas (BARBOSA, 2013). 
Caso o empresário julgue não atender aos requisitos para a recuperação judicial deverá requerer sua 
falência, mostrando os motivos pelos quais não é possível sequenciar com a atividade empresarial 
(SARTORI, VIVAS, 2019). Podem requerer falência do devedor, na forma do art. 97 da LRF: 
• O próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei; 
• O cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; 
• O cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade; 
• Qualquer credor. 
Para o caso da empresa Backer, podemos incluir também outras alternativas como a negociação das 
 
 
 
4 
 
indenizações às vítimas, além de tentativa de revisão ou aditamento dos contratos existentes com todos 
da cadeia de produção (fornecedores, distribuidores e consumidor intermediário). Seria interessante 
revisar os contratos vigentes com a cadeia de produção para negociar sobre possíveis multas de rescisão 
de contrato, visto que a Backer foi obrigada a recolher todas as cervejas que estavam estocadas com as 
distribuidoras, além de paralisar suas atividades por ordem judicial. 
No caso das empresas impactadas pela pandemia, há também a possibilidade de “repactuação ou 
resolução dos contratos com funcionários e fornecedores, uma vez que o art. 421 do Código Civil prevê a 
liberdade de contratação, observando-se os deveres anexos do contrato, especialmente a boa-fé objetiva, 
prevalecendo o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual” (MACEDO, 
2020). 
Avaliação da possibilidade ou não da aplicação da revisão dos contratos pactuados com o 
cliente destinatário final e com as empresas fornecedoras de insumos, por meio das teorias 
revisionais dos contratos por conta de excessiva onerosidade para uma das partes, diante 
dessas instabilidades econômico-financeiras nas empresas. Especifique, distintamente, essa 
viabilidade para a empresa do Texto 1 e para a do Texto 2. 
A revisão contratual que ocorre entre empresa e cliente (consumidor) é regida pelo Código de Defesa do 
Consumidor. Nos termos do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor (CDC), fornecedor é a “pessoa 
física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços”. Já o art. 2º estabelece 
como consumidor “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como 
destinatário final”. 
Desta forma, no caso do texto da cervejaria, a Backer, se enquadra na categoria de fornecedora e as 
vítimas de intoxicação são os consumidores, aplicando assim o disposto o disposto no CDC quanto à 
responsabilidade civil. 
O CDC tem a finalidade de resguardar o consumidor de forma preventiva ou repressiva, se houver 
descumprimento, tanto nas fases contratuais quanto nas fases pré e pós-contratuais. Adicionalmente, o 
CDC contempla as hipóteses extracontratuais, em que a proteção ao consumidor se aplica ainda que não 
se trate de um consumidor standard, ou seja, uma das vítimas do evento (SARTORI, VIVAS, 2019). 
No caso apresentado o fabricante possui responsabilidade sobre o fato, uma vez que o evento causou 
lesão ao consumidor, respondendo por danos morais e pessoais relacionados à saúde e segurança do 
consumidor (CDC, art. 12). O comerciante deverá restituir o preço pago pelo consumidor lesado, 
monetariamente atualizado, mais prejuízos patrimoniais, se houver, decorrentes da fruição que ele teria do 
bem (CDC, art. 18, §1º, II). 
Para o CDC não há igualdade de forças entre o fornecedor e consumidor, sendo este último parte 
hipossuficiente ou vulnerável na relação de consumo, merecedor, pois, de especial assistência do Estado 
por meio de mecanismos legais. Com isto, concluo que para esta situação não há possibilidade revisão dos 
contratos pactuados com o destinatário final e a empresa fornecedora de insumo pois a Backer foi 
responsabilizada pelo ocorrido (SARTORI, VIVAS, 2019). 
Para o texto 1, temos que a pandemia do COVID-19 é um evento imprevisível e extraordinário às partes 
que celebram contratos antes de sua ocorrência. As medidas adotadas para a contenção do vírus 
ocasionaram na restrição da circulação de pessoas, distanciamento social, quedas bruscas nas atividades 
 
 
 
 
 5 
 
de comércio e serviço, falta de materiais, queda de produção, fechamento de fábricas e empresas, 
trazendo diversas consequências no âmbito comercial. 
O Código Civil, por meio dos artigos 478, 479 e 480 dispõe da superveniência de acontecimentos 
imprevisíveis e extraordinários durante a execução de um contrato, tornando o seu cumprimento 
excessivamente gravoso para uma das partes. 
“Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de 
uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para 
a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o 
devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar 
retroagirão à data da citação. 
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar 
eqüitativamente as condições do contrato. 
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, 
poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de 
executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.” 
O evento pandemia permite então que ocorra a renegociação contratual, onde as partes envolvidas podem 
extrajudicialmente readequar os direitos e as obrigações para atingirem o equilíbrio econômico-jurídico 
originalmente pactuado. 
Diante esta crise extraordinária, as partes devem buscar por uma renegociação visando satisfazer seus 
interesses e preservar o contrato existente. Caso as tentativas de renegociação não sejam bem sucedidas, 
a parte prejudicada na relação contratual pode recorrer à revisão judicial e/ou redução equitativa de 
multas pactuadas (art. 413, Código Civil), ou a resolução do contrato por onerosidade excessiva. 
No caso específico do Texto 2, desenvolva, hipoteticamente, o tópico sobre a possibilidade de 
o patrimônio pessoal dos sócios ser atingido diante do não cumprimento de uma obrigação 
da empresa, observando nessa temática: a aplicação ou não teoria da desconsideração da 
personalidade jurídica e a perspectiva da construção de uma holding familiar como dinâmica 
de proteção do ataque do credor da empresa ao seu patrimônio pessoal. 
O texto fala que em fevereiro de 2020 a Cervejaria Backer teve todos os bens bloqueados para fins de 
pagamento de despesas médicas e indenizações para as vítimas. Dias depois, a Justiça de Minas Gerais 
determinou também o bloqueio de todos os bens da Empreendimentos Khalil Ltda, cujos sócios eram os 
irmãos Munir Franco Khalil Lebbos e Hayan Franco Khalil Lebbos, proprietários da Backer. Como a 
cervejaria faz parte de um grupo econômico de empresas, estas também são responsáveis pela reparação 
dos danos e pagamento das indenizações às vítimas do incidente. 
Geralmente a empresa é considerada como umapessoa jurídica corporativa, sendo a única responsável 
pelas dívidas e única beneficiária do crédito devido. Desta forma, o patrimônio dos sócios é preservado, 
visto que a partir desta lei, há separação do patrimônio da pessoa jurídica em relação ao da pessoa física. 
A desconsideração da personalidade jurídica trata-se de uma decisão judicial na qual os direitos e, mais 
comumente, deveres de uma pessoa jurídica, passam a se confundir com os direitos ou responsabilidades 
de seus proprietários. 
O artigo 133 do Código de Processo Civil faz a seguinte disposição: 
“O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a 
pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no 
 
 
 
6 
 
processo. 
§1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os 
pressupostos previstos em lei. 
§2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa 
da personalidade jurídica.” 
Já no artigo 50 do Código Civil Brasileiro de 2002 temos a seguinte consideração: 
"Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio da 
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da 
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os 
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos 
bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica". 
Cabe mencionar também, que este é um caso envolvendo direito do consumidor e, no CDC abrange um rol 
mais amplo de requisitos se comparados aos do Código Civil, conforme disposto no artigo 28: 
“O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em 
detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração 
da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A 
desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de 
insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má 
administração.” 
Na notícia divulgada no jornal Hoje em Dia, o Ministério Público de Minas Gerais pediu em 18 de junho de 
2020 a quebra de sigilo bancário dos sócios da cervejaria Backer e de outras empresas do grupo societário 
para verificar se não houve manobras para ocultar patrimônio. 
No caso apresentado da Cervejaria Backer se forem identificadas suspeitas de fraude, abuso de poder, 
desvio de finalidade, confusão patrimonial, abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato 
ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social, poderá ocorrer a desconsideração de pessoa jurídica e 
com isto, os sócios terão que responder pelos deveres da empresa. 
Carvalhosa 2009, descreve holdings como: 
“As holdings são sociedades não operacionais que tem seu patrimônio composto 
de ações de outras companhias. São constituídas ou para o exercício do poder 
de controle ou para a participação relevante em outras companhias, visando 
nesse caso, constituir a coligação. Em geral, essas sociedades de participação 
acionária não praticam operações comerciais, mas apenas a administração de 
seu patrimônio. Quando exerce o controle, a holding tem uma relação de 
dominação com as suas controladas, que serão suas subsidiárias.” 
A holding familiar é constituída por sócios que são indivíduos da mesma família, com objetivo de 
concentrar e proteger o patrimônio familiar. Na holding familiar na forma de sociedade limitada de 
pessoas, pode favorecer aqueles que desejam impedir o ingresso de terceiros estranhos ao quadro 
societário (MARIA,2016). O objetivo da holding familiar é proteger os ativos familiares já conquistados 
contra dívidas futuras e das demais hipóteses de perda de patrimônio. 
A principal vantagem que a cervejaria teria caso fizesse parte de uma holding familiar seria quanto a 
proteção do patrimônio pessoal dos sócios ou acionista das diversas situações que permitem a 
responsabilidade solidária em relação às empresas das quais participem. 
Como a empresa Backer não realizou a integralização da holding antes do incidente, estaria contrariando o 
 
 
 
 
 7 
 
princípio de boa fé ao tomar esta atitude depois do ocorrido, podendo inclusive configurar tentativa de 
fraude contra os credores. 
 
Conclusão 
Inicialmente realizamos uma breve exposição e análise sobre os abalos econômico-financeiros ocorridos 
nas empresas dos Texto 1 e 2, pontuando as diferenças entre eles e a potencialidade dessas oscilações 
financeiras na vida de cada empresa, além da apresentação de algumas ferramentas para amenizar os 
impactos. 
Neste contexto, apresentamos os conceitos de recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência, e 
analisamos as situações em que se enquadram adotar tais medidas para os casos propostos. Podemos 
observar como essas ações cresceram consideravelmente com o advento da pandemia do CORAVÍRUS e 
importância dos gestores atuais estarem atentos as possibilidades existentes. 
Outro tema bastante relevante com a pandemia são os contratos, juntamente com uma reflexão sobre o 
assunto e a aplicabilidade da teoria da imprevisão para resolver o contrato ou apenas operar a sua revisão, 
conforme descrito no código Civil. 
Por fim, discorremos sobre a teoria da desconsideração da personalidade jurídica e a perspectiva da 
construção de uma holding familiar e inserimos estes temas na situação da cervejaria Backer, com objetivo 
de avaliar a viabilidade dessas alternativas. Com isto, podemos observar que a desconsideração da 
personalidade jurídica pode ocorrer em situações de fraude, abuso de poder, desvio de finalidade, 
confusão patrimonial, abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos 
estatutos ou contrato social. 
Verificamos também que a Becker teria protegido o patrimônio pessoal dos sócios ou acionistas das 
diversas situações que permitem a responsabilidade solidária em relação às empresas das quais 
participem, caso tivessem a integralização antes do evento. 
O trabalho nos permitiu avaliar dois textos de perspectivas diferentes e utilizar os conceitos aprendidos de 
direito empresarial nos dois casos. Podemos perceber, que apesar de não fazer parte do setor jurídico da 
empresa, com os conceitos apresentados até então, adquirimos capacidade gerencial para tomar sábias 
decisões no âmbito judicial para obter benefícios econômicos e financeiros. 
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2013. Pag. 317 a 329. Disponível em: < 
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 9 
 
em: 27/03/2021.

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