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2019 Instrutor: Cássio Thyone Almeida de Rosa 1/9/2019 Noções de Documentoscopia e Grafoscopia INFOR - Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 2 SUMÁRIO 1. DOCUMENTOSCOPIA ........................................................................................................................................ 3 1.1. Contextualizando .............................................................................................................................................. 3 1.2- Conceitos ............................................................................................................................................................ 4 1 3. Tipos de Exames Documentoscópicos ...................................................................................................... 5 1 4. Subdivisões da Documentoscopia ............................................................................................................ 16 1.5 Metodologia do Exame Documentoscópico ............................................................................................. 17 1.6. Elementos de Segurança dos Documentos............................................................................................. 17 1.6.1 - Suporte (Papel de Segurança) ............................................................................................................ 18 1.6.2 - Elementos de Segurança Relacionados à Impressão .................................................................. 24 1.6.3 - Elementos de Segurança Relacionados a tintas especiais (tintas de segurança) ............... 29 1.7. Conhecendo a Carteira de Identidade e a Carteira Nacional de Habilitação ................................. 31 1.7.1 - Carteira de Identidade ............................................................................................................................... 31 1.7.1.1 - Carteira de Identidade do modelo antigo ......................................................................................... 31 1.7.1.2 - Carteira de Identidade no modelo atualizado .................................................................................. 32 1.7.2 - Carteira Nacional de Habilitação - CNH ............................................................................................ 36 1.7.2.1 - Carteira Nacional de Habilitação emitida entre 2006 e 2016 ....................................................... 37 1.7.2.2 - Carteira Nacional de Habilitação emitida a partir de 2017 (atualmente emitida).................... 44 2: GRAFOSCOPIA: EXAMES DE ASSINATURAS ........................................................................................... 49 2.1 - CONCEITO ....................................................................................................................................................... 49 2.2 - LEIS E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ESCRITA ............................................................................. 50 2.3 - GESTO GRÁFICO .......................................................................................................................................... 51 2.4 - METODOLOGIA DO EXAME GRAFOSCÓPICO ...................................................................................... 51 2.5 - DEFINIÇÕES E TERMOS TÉCNICOS ........................................................................................................ 52 2.6 - TIPOS DE FALSIFICAÇÃO DE ASSINATURAS ...................................................................................... 57 2.7 - CASUÍSTICA GERAL: ................................................................................................................................... 60 Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 3 1. DOCUMENTOSCOPIA 1.1. Contextualizando Figura 1: Relação entre documentos falsos detectados e circulantes. A Figura 1 acima, nos mostra como é a realidade em relação a questão da circulação dos documentos falsos e a quantidade de documentos falsos que efetivamente são detectados, apreendidos e que chegam a ser enviados para a perícia. O volume de apreensões representa apenas “a ponta do iceberg”, ou seja, é apenas uma pequena parte da imensa quantidade de documentos falsos circulantes. No Brasil falsifica-se todo tipo de documento (Carteira de Identidade (CI), Carteira Nacional de Habilitação (CNH), Passaporte, todo tipo de documentos públicos e privado). A facilidade de acesso pela confecção ou aquisição direta de um documento falso explica em parte esse fenômeno. A falta da real noção da gravidade desse crime previsto em nosso Código Penal também corrobora para essa questão. Embora pareça um tipo de crime menos grave, a falsificação de documentos e o seu uso representam apenas a “porta de entrada” para inúmeros outros crimes, muitos com graves consequências patrimoniais ou mesmo relacionados a crimes contra a pessoa. Alguns dos documentos falsos correspondem a documentos de identificação e escondem a verdadeira identidade do titular, servindo como meio para a consecução de para uma imensa modalidade de crimes. Dentro desse contexto a importância da perícia nessa área torna-se ainda maior. Começaremos agora a aprender um pouco sobre esse tema! Documentos Falsos Detectados Documentos Falsos Circulantes Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 4 1.2- Conceitos Documentoscopia: É a disciplina relativa à aplicação prática e metódica dos conhecimentos científicos, tendo como objetivo verificar a autenticidade dos documentos e, determinar, no caso das falsificações, a identidade dos seus autores. Documento – juridicamente, consiste em qualquer objeto ou fato representativo da vontade humana, escrito, gravado ou pintado, que possa ser apresentado em juízo como meio de prova, confirmação ou testemunho. Para a perícia, trata-se de qualquer suporte, cujo conteúdo seja passível de exame documentoscópico. Assim, é preciso expandirmos a noção quase intuitiva que temos sobre o que é ou não um documento. Um documento representa toda e qualquer exteriorização da vontade humana; em outras palavras, todas as formas de captação do intelecto humano (Artes, Escritos); ou ainda, qualquer material que contenha uma informação. A Figura 2 a seguir mostra diversos tipos de documentos. Figura 2: Documentos diversos. Para o direito o documento representa a condensação gráfica da manifestação humana. A perpetuação, transmissão, meio de prova. É papel do Direito resguardar: • Relações indivíduo x indivíduo; • Relações Estado x indivíduo; • Criação de direitos, deveres e obrigações; Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 5 Nas relações em que estamos envolvidos é essencial a crença na veracidade e o papel do Direito Moderno nesse contexto é resguardar as manifestações presentes nos documentos. A crença na veracidade dos documentos nos leva ao tema da FÉ PÚBLICA. O estado conferindo legitimidade e confiança na veracidade. Documento Público: Escrito e elaborado por autoridade ou oficial público no exercício de suas funções. Documento Privado: Escrito em cuja elaboração não há a participação de autoridade ou de oficial público no exercício de suas funções. A Falsidade Documental, está dividida entre: Falsidade material: aquela que se exterioriza diretamente no documento (suporte, elementos de segurança). Falsidadeideológica: Relacionada ao conteúdo do documento (informações constantes) Falsificação ou Alteração: o que os difere? Na Alteração (Adulteração): preexiste um documento autêntico e a ação recai sobre ele para emprestar-lhe sentido diverso. Na Falsificação: O documento nasce como fruto da ação do agente. Os requisitos jurídicos do Documento Falso são: a alteração da verdade; a imitação da verdade ( semelhança); o prejuízo real ou potencial; o dolo. Documento autêntico - é aquele documento emitido pela pessoa física ou jurídica competente, na forma estabelecida por norma específica, sendo essa competência estabelecida por preceito legal ou simplesmente pela veracidade e identidade da vontade humana representada; refere-se ao autor a quem se atribui a produção do documento. Documento de segurança - é aquele no qual estão incorporados elementos de segurança ligados ao papel, à tinta e à impressão, como objetivo de evitar a sua falsificação. 1 3. Tipos de Exames Documentoscópicos O conceito de Documentoscopia pode ser entendido sob a ótica de diferentes autores. Conforme já mencionado, um dos conceitos mais tradicionais é o que menciona a busca da autenticidade e autoria dos documentos, mas esse é um conceito limitado já que atualmente a abrangência dos exames documentoscópicos nos obriga a encarar a área como um verdadeiro Laboratório de documentos. Vamos citar e mostrar alguns dos diferentes exames que se realizam nessa área para compreendermos essa abordagem. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 6 Exames em textos manuscritos (Grafoscopia), como a que se realiza num bilhete suicida, buscando-se determinar o punho escritor (Figura 3), ou em uma assinatura questionada aposta num cheque (Figura 4). Figura 3: Bilhete Suicida objeto de exames grafoscópicos. Figura 4: Exames grafoscópicos em assinatura. Abaixo a questionada e acima a padrão. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 7 Mesmo no exame grafoscópico, muitas vezes um exame documentoscópico, com emprego de equipamentos dotados de luzes forenses pode demonstrar adulterações, como acréscimos, tal qual se observa na Figura 5. Figura 5: Exames documentoscópico em assinatura. A esquerda observação sob luz branca incidente e a direita, sob frequência de luz específica (IR) Exames em fitas de máquinas de escrever (já não utilizadas) era produzidos com frequência, com mostra a Figura 6. Figura 6: Exames em fitas de máquinas de escrever. Exames em cédulas (papel moeda), buscando identificar-se “dinheiro falso”. Figura 7 Figura 7: Exame documentoscópico em cédula do Real. A esquerda um padrão e a direita uma cédula falsa. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 8 Exame documentoscópico em diferentes tipos de documentos, envolvendo emprego de lupas, de equipamentos comparadores video espectrais, dentre outros. Figura 8. Figura 8: Exemplos de documentos examinados na documentoscopia.. Exames em carimbos, autenticações e também em instrumentos carimbadores, Figura 9. Figura 9: Exames em carimbos e autenticações. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 9 Detecção de alterações físicas e químicas em documentos, como se nota na Figura 10. Figura 10: Adulteração em Certificado de Registro de Veículo por lavagem química. Acima observação sob luz branca incidente. Abaixo tratamento sob comprimento de luz específico. Exames para revelar escritas latentes, como nas Figura 11 e 12. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 10 Figura 11: Revelação de escrita latente com equipamento ESDA (Electrostatic Detection Apparatus) Figura 12: Revelação de escrita latente com equipamento ESDA (Electrostatic Detection Apparatus) Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 11 Outro exame possível é o de comparação de tintas de escritas. Figura 13. Figura 13: Comparação de tintas esferográficas utilizando um comparador video espectral. Comparações entre tintas, baseadas nos diferentes comportamentos óticos que essas tintas têm ao serem submetidas a diferentes fontes de luz, como mostrado na Figura 14. Figura 14: Comparação de tintas utilizando um comparador video espectral. Acima luz branca incidente e abaixo, tratamento sob comprimento de luz específico. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 12 Exames em cartões de crédito. Figura 15. Figura 15: Exames em cartões de crédito. Exames de reconstrução de documentos danificados, rasgados, queimados, etc. Figura 16. Figura 16: Reconstrução de documentos. Outro exame que pode acontecer num setor de exames documentoscópicos é o exame em locais onde a falsificação ocorre propriamente. É o chamado local de petrechos de falsificação, onde são comuns ser encontrados formulários falsos, impressoras, tintas e equipamentos empregados na falsificação, A Figura 17 ilustra um exemplo. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 13 Figura 17: Exame de Local de Falsificação. Um outro exame que merece ser citado é a análise de cruzamento de traços, onde se busca analisar a cronologia entre lançamentos distintos. A Figura 18 ilustra um exemplo desse exame, empregando-se um microscópio de alta resolução. Figura 18: Exame de Cruzamento de traço. Em relação aos exames que detectam alterações (ou adulterações) em documentos, trazemos outros exemplos interessantes. As Figuras 19 e 20 representam exemplos de acréscimos. Já a Figura 21 um exemplo de adulteração. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 14 Figura 19: Exemplo de acréscimo. Nas duas imagens são empregados tratamentos específicos com observações sob comprimentos de onda específicos. Figura 20: Exemplo de acréscimo. Nas imagens são empregados tratamentos específicos com observações sob comprimentos de onda específicos. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 15 Figura 21: Exemplo de adulteração por remoção física e reimpressão em CRLV. Na Figura 22, observamos um exemplo de revelação de uma assinatura em uma carteira de identidade que fora removida quimicamente. Neste caso foi empregado um equipamento comparador video espectral. Figura 22: Exemplo de revelação de uma assinatura removida quimicamente de uma CI. A Figura 23 ilustra um outro exemplo de uma revelação, desta vez em uma impressão de um teste de alcoolemia, onde havia uma área coberta por tinta vermelha. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 16 Figura 23: Exemplo de revelação de impressões em um teste de alcoolemia. Finalizando esse tópico, vamos relembrar e listar vários dos tipos de exames inseridos na área: • Exames em textos mecanografados (máquinade escrever, autenticadoras, impressoras, copiadoras, etc.); • Exames em carimbos; • Exames em chancelas mecânicas; • Exames em impressos; • Exames de moeda nacional ou estrangeira; • Exames de alterações físicas e/ou químicas; • Exames de autenticidade dos documentos em geral; • Exames de petrechos empregados em falsificação; Outros exames realizados pela Seção de Perícias Documentoscópicas: • Violação de correspondência; • Destruição de documentos; 1 4. Subdivisões da Documentoscopia Agora que temos uma ideia da abrangência dos exames documentoscópicos, vamos lembrar a SUBDIVISÃO clássica da Documentoscopia, em duas grandes áreas: A - Grafoscopia Autenticidade e autoria de escritos; Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 17 B - Documentoscopia (stricto sensu) Exames em documentos públicos (CI, CNH, CRLV, Papel Moeda, Escrituras Públicas, Procurações, Título de Eleitor), documentos privados (cartão de crédito, carteiras profissionais, contratos), Carimbos, Impressoras, papel, tinta..., etc. 1.5 Metodologia do Exame Documentoscópico O método para análise documentoscópica é comparativo, precedido de minuciosa observação da peça questionada. PEÇA QUESTIONADA - aquela sobre a qual recai a incriminação de falsidade. PADRÃO - consiste em um espécime contemporâneo ao que deseja examinar, acompanhado das especificações técnicas relativas ao papel, elementos e características de impressão, tipos de tinta utilizadas com indicação do objetivo de sua utilização e formas de verificação e elementos de segurança introduzidos com indicação de sua localização e caracterização. O exame comparativo se realiza com utilização de equipamentos óticos, filtros, fontes de luzes, lupas para os exames físico, etc. É imprescindível que se mantenham inalteradas as condições físicas da peça, de forma a preservar os documentos nas condições em que foram encaminhados para exame, a fim de assegurar a reprodução dos exames por outros peritos. Lembrando: O que define um documento como autêntico? - Forma; - Emissão; - Titularidade. No exemplo da Figura 24, a seguir, ocorreu uma alteração da titularidade do documento. Figura 24: Adulteração com alteração de titularidade em uma Carteira de Identidade (CI). 1.6. Elementos de Segurança dos Documentos Antes de apresentarmos os principais (e mais comuns) tipos de elementos de segurança encontrados nos documentos no Brasil, é preciso entender que existem diferentes níveis de segurança para documentos, vejamos: Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 18 Níveis de Segurança: Nível 01 - Público em geral; Nível 02 - Agentes Públicos; Nível 03 - Peritos + instrumentação básica; Nível 04 - Peritos + instrumentação específica. Também importa compreender que esses elementos de segurança podem estar relacionados a diferentes aspectos da produção de um documento: Os Elementos de Segurança podem estar relacionados a: 1 - Suporte; 2 - Tipos de impressão; 3 - Tintas; 4 - Elementos agregados 1.6.1 - Suporte (Papel de Segurança) O Suporte mais comumente utilizado em nossos documentos é o papel, embora os documentos produzidos em polímeros venham ganhando bastante espaço. Os registros documentais historicamente já foram produzidos em diversos tipos de suportes, como por exemplo: rochas; metais; ossos e folhas. Quando decidimos por um tipo de suporte avaliamos esse substratos em relação a diversas variáveis, como: superfície, custo, preservação dos documentos, armazenamento, etc. Vamos conhecer um pouco sobre o papel: O Precursor do papel é o papiro (3.500 A.C.): planta abundante no Egito, com um processo de produção diferente do papel; O papel foi uma invenção ocorrida na China, que se deu por volta de 105 A.C. Sua produção foi artesanal até séc. XVIII. Em 1798 surge a primeira máquina de produção em série: Máquina de Fourdrinier (Inglaterra). A composição do papel pode ser de: - Fibras de Celulose: - Algodão; - Linho; - Madeira (eucalipto e pinho). Qual escolher? 95% do papel produzido no mundo possui a madeira como fonte primária, sendo as mais comuns: - Eucalipto: rápido crescimento; - Pinho: maior resistência. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 19 Vamos entender de modo simplificado como se produz o papel: A Figura 25 apresenta um esquema da produção do papel industrial e a Figura 26 uma vista de uma fábrica de papel: Figura 25: Esquema de produção do papel industrial. Figura 26: Vista geral de uma linha de produção de pape industrial. Etapas da formação do papel: 1 - Isolamento das fibras de celulose: processo mecânico/químico; massa escura; 2 - Branqueamento; 3 - Formação das folhas - Passagem por telas horizontais; - Remoção da água à vácuo; - Secagem; - Enrolamento em bobinas. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 20 É o papel produzido com a finalidade específica de ser utilizado na confecção de determinados documentos, no qual são incorporados, durante o processo de fabricação, elementos ou características que, pela tecnologia empregada associada ao custo de produção, torna inviável ou impossível a sua reprodução pelos falsários. Os principais itens de segurança agregados aos papéis utilizados na produção de nossos documentos, em especial nas cédulas de moeda nacional, são a marca d’água, as fibras coloridas, as fibras luminescentes (ou sensíveis à luz ultravioleta) e o fio magnético. Vamos conhecer em detalhe cada um destes elementos de segurança: Marca d’água ou filigrana: consiste em uma imagem somente visível por transparência, quando a luz atravessa a cédula. Figura 27. É moldada no papel no momento em que é produzido, mediante organização diferenciada das fibras de celulose de sua massa, obtida por processo tecnológico adequado. Sua formação se dá com o papel apresentando 90% de água. Depois ocorre a dispersão ou concentração de fibras. São dois os métodos: - Dandy Roll: dois tons; - Mould Made: vários tons. Figura 27: Marca d´água da cédula de 20 Reais. Fio magnético ou fio de segurança: geralmente utilizado em papel moeda, introduzido na formação da folha, consiste em uma fina fita de polietileno que atravessa a cédula de alto a baixo, cuja propriedade magnética serve à leitura de equipamentos eletrônicos de seleção e contagem de numerários. Sua largura é variável (1mm a 6mm) e pode ser personalizável. Figura 28. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 21 Figura 28: Fio de Segurança em cédula do real. Fibras coloridas: são pequenos fios de consistência têxtil, de cores variadas ou monocromáticas, introduzidos na massa do papel ainda pastosa, quando da sua confecção. Cabe ressaltar que, mediante utilização de lentes de aumento adequadas, pode-se observar que estas fibras se encontram dentro do papel, misturadas às fibras de sua constituição natural, e não apenas em sua camada superficial. Figura 29. Figura 29: Fibras de Segurança. Fibras luminescentes ou sensíveis a luz ultravioleta: são fibras de material sintético transparente, que se tornam visíveis apenas quando observadas sob a ação de luz ultravioleta, sendo inseridas na massa do papel do mesmo modo que as fibras coloridas. Figura 30. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFORCurso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 22 Figura 30: Fibras luminescentes. Núcleo Colorido: ao ser rasgado, o papel exibe um núcleo colorido. Figura 31. Figura 31: Núcleo Colorido. Hilites: são micropartículas de tinta encasulada, fluorescentes sob radiação UV (normalmente 365nm). As micropartículas não têm dimensões definidas, então são vistas no papel em tamanhos variados. Figura 32. Figura 32: Hilites. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 23 Fluoforms: são plaquetas personalizáveis. Aparecem por exemplo nos ingressos da Copa do Mundo de Futebol realizado em 2014 no Brasil. Figura 33. Figura 33: Hilites. São ainda qualidades relacionadas a aspectos físicos a serem observadas nos papéis, a fluorescência (reação à luz ultravioleta), a resistência mecânica, a gramatura (densidade), a análise das fibras, de seu direcionamento, e de suas dimensões, fibras de diferentes origens (têxteis ou de árvores) apresentam diferenças. Vale a ressalva relativa a produtos comercializados com a promessa de identificar cédulas falsas. São canetas que ao serem passadas nas cédulas deixam traços escuros quando o papel não é papel moeda. Não dão confiáveis. O princípio por trás da reação química seria o escurecimento pela reação de iodo e amido (do papel). Muitas cédulas falsas podem apresentar películas de parafina e impedir a reação. Figura 34. Figura 34: Caneta identificadora. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 24 1.6.2 - Elementos de Segurança Relacionados à Impressão Além dos itens de segurança inseridos nos papéis utilizados nos documentos, durante o processo de impressão devem ser adotadas técnicas e tintas especiais capazes de impossibilitar ou tornar inviável a sua reprodução pelos falsários. A seguir veremos os sistemas de impressão mais usuais nos documentos atuais e os principais itens de segurança produzidos por cada um destes sistemas. 1.6.2.1 - Talho-Doce ou calcografia: considerado a mais confiável técnica de impressão de segurança, consiste em um sistema de impressão em alto relevo, com grande nitidez e definição dos detalhes, obtida mediante uma técnica de alto custo, em que é utilizada tinta de consistência pastosa, forte pressão dos cilindros impressores diretamente sobre o papel (da ordem de 40 toneladas por metro quadrado) e temperatura da ordem de 140 ºC. A chapa utilizada para a impressão é confeccionada em metal, sendo entalhada manualmente, por processo artístico, mediante utilização de microscópio, para possibilitar a reprodução de detalhes. É geralmente empregada na confecção de cédulas monetárias (dinheiro), carteiras de identidade, carteiras de habilitação, etc., e pode ser identificada pelas seguintes características: imagens detalhadas e com alta definição, alto relevo na frente e correspondente baixo relevo sem tinta no verso, tinta pastosa que seca apenas na superfície e, portanto, solta quando friccionada. A impressão em talho doce é indispensável para a produção dos seguintes itens de segurança: Imagem latente ou fantasma: consiste em uma imagem oculta no fundo artístico do documento, a qual somente se torna visível quando observada em ângulo rasante de visão e com abundante incidência de luz. Figura 35. Figura 35: Imagem latente ou “fantasma” presente na CNH. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 25 Figura 37: Microimpressões na CNH . 1.6.2.2 - Ofsete: é um sistema de impressão plana (sem alto relevo), indireta, em que a tinta, inicialmente aplicada em um cilindro portando a matriz com os caracteres, é transferida para um cilindro de borracha e deste para o papel. É voltada para grandes tiragens e muito utilizada em falsificações de documentos públicos, tais como CI e cédulas. O Processo de impressão (ofsete úmido) envolve: gravação na chapa (fotolito); efeito fotossensível; repulsão óleo/água; montagem no rolo e impressão. A Figura 38 a seguir, mostra esquematicamente como é feito esse tipo de impressão, além de exemplos de fotolitos. A Figura 39 mostra um equipamento que produz esse tipo de impressão. Guilhochê: é um “ornamento geométrico formado por linhas que se cruzam ou entrelaçam simetricamente”, podendo também ter trama positiva ou negativa. Figura 36. Figura 36: Exemplo de Ghilhochê. Microimpressões: trata-se de caracteres de dimensões reduzidíssimas; mediante utilização de lentes de aumento adequadas, observa-se um acabamento bastante nítido, o que não ocorre quando se tenta produzi-las por processo distinto do talho-doce. Figura 37. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 26 Figura 38: Esquema ilustrativo da impressão do tipo offset. A direita exemplos de fotolitos prontos para a impressão. Figura 39: Equipamento de impressão em offset. Embora amplamente utilizado na produção de impressos comerciais, pode proporcionar técnicas de impressão de grande aplicabilidade nos impressos de segurança, as quais constituem elementos de segurança, tais como: Registro perfeito ou sistema "see-through": consiste em uma imagem dividida em duas partes, as quais deverão ser impressas simultaneamente na frente e no verso do documento, de modo que, observando-o contra a luz, as duas partes se completam perfeitamente, formando um único desenho sem nenhuma descontinuidade. Veja-se Figura 40; Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 27 Figura 40: Exemplo de Registro Perfeito presente nas cédulas da primeira família do Real. Efeito íris: trata-se de uma técnica em que são utilizadas tintas de várias tonalidades, propiciando a visualização de cores diferentes em uma mesma linha, com alteração contínua e gradual das tonalidades. Figura 41; Figura 41: Exemplo de efeito íris. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 28 Fundo numismático: é um fundo composto por uma sequência de linhas paralelas com espessuras distanciamento e frequência convenientemente dimensionados, formando uma imagem que resulta em um efeito ótico de relevo ou de terceira dimensão. Figura 42; Figura 42: Exemplo de um fundo numismático. Fundo anticópia: é um recurso para evitar cópia colorida, consistindo na impressão de um determinado texto oculto no fundo artístico, de modo que quando se reproduz o documento mediante utilização de copiadora colorida, palavras tais como "FALSO", "NULO" ou "FRAUDE" afloram na respectiva cópia, indicando a contrafação do documento. Figura 43; Figura 43: Exemplo de fundo anticópia. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 29 1.6.2.3 - Tipografia: é um sistema de impressão direta da matriz sobre o papel, a qual é comum mesmo nas pequenas gráficas, tendo utilização restrita nos documentos de segurança (em geral, somente para numeração de serie dos formulários dos documentos). Pode ser facilmente identificada por apresentar borda dupla e escurecida. Como elemento de segurança pode ser introduzida impressão com tinta UV de fluorescência de tonalidades diversas. Figura 44. Figura 44: Acima: Detalhe de uma impressão tipográfica. Abaixo: numeração impressatipograficamente empregando-se uma tinta reativa a luz UV. 1.6.3 - Elementos de Segurança Relacionados a tintas especiais (tintas de segurança) Não menos importantes são as tintas de segurança empregadas como elementos de segurança na confecção de documentos. São diversos os tipos, muitas são reativas a luz ultravioleta (UV) de diferentes comprimentos de onda (UVA, UVB, UVC). Outras reagem quando submetidas a radiação Infra vermelho. As Figuras 42 e 43 mostram exemplos desses tipos de tintas especiais. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 30 Figura 45: Exemplos da aplicação de tintas especiais como elementos de segurança em documentos. Figura 46: Tinta reagente a luz UV presente na CNH. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 31 1.7. Conhecendo a Carteira de Identidade e a Carteira Nacional de Habilitação 1.7.1 - Carteira de Identidade Vamos agora conhecer a Carteira de Identidade, mas antes é preciso lembrar que atualmente temos dois modelos circulando, já que recentemente, no ano de 2018, foi autorizada por lei a emissão de uma nova Carteira de Identidade. Diversos estados já implantaram a sua emissão e em breve todos os estados emitirão a nova CI. O modelo mais antigo não perde sua validade, convivendo com o novo modelo já circulante.. Começaremos com o modelo implantado em 1983: 1.7.1.1 - Carteira de Identidade do modelo antigo A Carteira de Identidade instituída pelo Decreto n.º 89.250 de 27 de dezembro de 1983, que regulamentou a Lei 7.116 de 29 de agosto de 1983, deverá apresentar os seguintes itens de segurança: • utilização de papel filigranado ou contendo fibras coloridas e luminescentes; • tarja em “talho-doce” na cor verde; • fundo numismático; • perfuração mecânica na sigla do órgão de identificação sobre a fotografia; • numeração tipográfica, sequencial, no verso, para controle do órgão expedidor. A Figura 47 mostra o layout desse documento que deve ser seguido em sua emissão, respeitando as variações próprias referentes aos órgãos emissores de cada ente federativo (estados), responsáveis pela emissão deste documento. No exemplo mostrado temos a CI do estado do Ceará. Figura 47: Modelo do formulário da Carteira de Identidade do estado do Ceará. A falsificação da carteira de identidade pode se dar por falsificação total ou por adulteração de um de seus componentes tais como fotografia, impressão digital, data de nascimento, filiação, etc. - Falsificação total - as irregularidades mais comuns são: • tipo de papel, sem filigrana ou fibra colorida; • impressão da tarja e do fundo borradas, com desenhos sem nitidez; Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 32 • utilização de impressoras ou copiadoras coloridas revelada por presença de pontos coloridos nas cores vermelha, amarela e azul; • impressão digital com tinta de carimbo; • perfuração da fotografia por processo artesanal. - Alterações - geralmente são dos seguintes tipos: - Troca de fotografia. Veja um exemplo na Figura 48. Figura 48: Exemplo de uma troca de fotografia. Notar os furos de segurança artesanais. - Substituição da assinatura - Montagem 1.7.1.2 - Carteira de Identidade no modelo atualizado A nova Carteira de Identidade foi instituída pelo Decreto nº 9.278, de 5 de fevereiro de 2018. Foram muitas as novidades em relação ao modelo anterior, a começar pela possibilidade de inclusão de diversos outros dados referentes a outros documentos, além do número do CPF, como os números de Identificação Social (NIS), do Programa de Integração Social (PIS) ou do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep); a Carteira Nacional de Habilitação; o Cartão Nacional de Saúde; o Título de Eleitor, Carteira de trabalho, Cadastro Nacional de Saúde, identidade profissional e tipo sanguíneo. Em relação ao layout e aos elementos de segurança incorporados, as Figuras 49 e 50 destacam esses aspectos. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 33 Figura 49: Modelo do formulário da nova Carteira de Identidade (neste caso do Distrito Federal) na versão em papel. Acima o anverso e abaixo o verso do formulário. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 34 Figura 50: Principais elementos de segurança da nova Carteira de Identidade (neste caso do Distrito Federal) na versão em papel. Frente (acima) e verso (abaixo). Outra aspecto inédito é a previsão de produção tanto em papel como em polímero (plástico). Figuras 51, 52 e 53. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 35 Figura 51: Modelo da nova Carteira de Identidade (neste caso do Distrito Federal), na versão em polímero. Acima o anverso e abaixo o verso. Figura 52: Principais elementos de segurança do anverso (frente) da nova Carteira de Identidade (neste caso do Distrito Federal) na versão em polímero. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 36 Figura 53: Principais elementos de segurança do verso da nova Carteira de Identidade (neste caso do Distrito Federal) na versão em polímero. Dentre as principais novidades em relação ao modelo anterior em papel, temos o QR Code; a impressão do Brasão da República em tinta reativa a luz UV nas duas faces; e um fundo de microtexto na área onde é impressa a fotografia. Para aqueles que desejarem conhecer todas as especificações técnicas desse decreto, o link a seguir deve ser acessado: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9278.htm 1.7.2 - Carteira Nacional de Habilitação - CNH Agora vamos conhecer a Carteira Nacional de Habilitação ou simplesmente CNH. Assim como no caso da CI, temos atualmente dois modelos em circulação, que serão apresentados aqui separadamente. O primeiro, foi emitido entre 2006 e 2016; já o segundo modelo passou a ser emitido em janeiro de 2017 e é o modelo atualmente emitido. Até que todas as carteiras emitidas em 2016 percam a validade (o que vai ocorrer em 2021) os dois modelos seguirão sendo utilizados concomitantemente. Sobre a CNH: Documento emitido pelos DETRANs dos Estados e do Distrito Federal; Confere ao motorista o direito de conduzir veículo automotores; Desde 1993, contém foto e assinatura e pode ser utilizada como documento de identificação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9278.htm Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 37 1.7.2.1 - Carteira Nacional de Habilitação emitida entre 2006 e 2016 Foi instituída pela RESOLUÇÃO Nº 192, DE 30 DE MARÇO DE 2006 do CONTRAN. - Espelho ou formulário: Figura 54. Figura 54: Frente e verso do formulário da CNH emitida entre 2006 e 2016. Elementos de Segurança: Papel Papel de segurança com fibras coloridas ou filigrana. Elementos de segurança ligados à impressão em talho-doce Brasão. Tarja. Microletras (Conselho Nacional de Trânsito). Imagem fantasma (CNH). Elementos de segurança ligados à impressão ofsete Fundo medalhão duplex com brasão da República. Efeito íris. Fundo anticópia- FRAUDE. Delachrome. Fundo Sensível a UV - bandeira estilizada. Numeração tipográfica. Assinatura e foto digitalizada. Personalização por não impacto. A Figura 55 a seguir mostra os principais elementos de segurança contidos nesse modelo da CNH. Anverso Vers Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 38 Figura 55: Principais elementos de segurança da CNH emitida entre 2016 e 2016. Características do Papel: ❑ Branco e sem branqueador ótico ❑ Gramatura: 94 g/m² ❑ Dimensões: (Figura 56) Figura 56: dimensões do espelho da CNH 120 85 mm Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 39 Vamos agora detalhar os principais Elementos de Segurança da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) emitida entre 2016 e 2016: Elementos de Segurança no Papel: - Marca d´água: Figura 57 Figura 57: Marca d’água. - Fibras Coloridas: Figura 58. Figura 58: Fibras coloridas. - Fibras Fluorescentes (Luminescentes): Figura 59. Figura 59: Fibras Fluorescentes. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 40 Elementos de Segurança relacionadas à Impressão: Processos de Impressão ❑ Talho-doce (Figura 60) ❑ Ofsete ❑ Tipográfica ❑ Toner colorido Elementos de segurança ligados à impressão em talho-doce: ❑ Brasão; ❑ Tarja; ❑ Microletras (Conselho Nacional de Trânsito); ❑ Imagem latente ou fantasma (ORIGINAL). Figura 60: Impressão calcográfica na CNH emitida entre 2016 e 2016. A ausência da impressão calcográfica é uma das fraudes comuns em CNH falsas. A Figura 61 a seguir ilustra um exemplo de uma CNH falsa cuja impressão não é calcográfica. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 41 Figura 61: Exemplo de uma CNH falsa, com impressão por pontos. A esquerda o padrão e a direita a questionada. Processos de Impressão: talho-doce e os elementos de segurança associados: - Microletras. Figura 62. Figura 62: microletras. - Imagem latente ou fantasma: Figura 63 Figura 63: Imagem fantasma Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 42 Processos de Impressão: ofsete: - Fundo numismático com efeito íris. Figura 64 Figura 64: CNH, verso com efeito íris. - Registro Coincidente (ou perfeito): Figura 65. Figura 65: Registro perfeito Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 43 Processos de Impressão: Tipografia: Figura 66. Figura 66: Impressão tipográfica. Processos de Impressão: laser: Impressão dos dados variáveis - Resolução mínima de 300 pontos por polegada linear. Figura 64 Figura 67: impressão a laser Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 44 Elementos de Segurança Adicionais: Figura 65 Figura 68: A esquerda, tinta reativa a UV e a direita a película de proteção dos dados variáveis. 1.7.2.2 - Carteira Nacional de Habilitação emitida a partir de 2017 (atualmente emitida) O modelo atual da CNH apresenta um layout similar ao modelo anterior, com algumas novidades. A Figura 69, a seguir mostra essa nova CNH. Figura 69: Nova CNH emitida a partir de 2017. Frente e verso. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 45 A Figura 70 a seguir mostra os principais elementos de segurança contidos nesse modelo da CNH. Figura 70: Principais elementos de segurança da CNH emitida a partir de 2017. Uma comparação entre os dois modelos de CNH que estão circulando pode ser visto na Figura 71, a seguir. Notar as diferenças em relação aos novos elementos de segurança incluídos. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 46 Figura 71: Comparação entre os dois modelos da CNH em circulação. A esquerda o modelo emitido entre 2006 e 2016 e a direita o modelo emitido a partir de 2017. Algumas das novidades da nova CNH são destacadas na Figura 72. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 47 Figura 72: Destaca algumas das principais alterações na nova CNH emitida a partir de 2017. Vamos observar em detalhe algumas das novidades da nova CNH em termos de seus elementos de segurança. - Tinta oticamente variável: presente no mapa do Brasil na face anterior da CNH. Figura 73. Figura 73: Destaca a tinta de variação ótica na nova CNH emitida a partir de 2017. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 48 - Tinta reagente a luz UV: aparece na face anterior da CNH, com duas cores diferentes. Figura 74. Figura 74: Destaca as imagens observadas na nova CNH quando submetida a luz UV. - QR Code: impresso no verso da CNH. Permite a checagem dos dados constantes no documento, confrontados com a base de dados do SERPRO. Figura 75. Figura 75: Destaca o QR code da nova CNH. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 49 Usando um aplicativo gratuito, denominado VIO, qualquer pessoa pode verificar e validar a CNH pela leitura do QR Code. Figura 76. Figura 76. Destaca o procedimento para leitura do QR Code da nova CNH. Para a verificação de Autenticidade e Adulteração da CNH: ❑ Examinar o documento como um todo ❑ Examinar o suporte ❑ Verificar as tintas empregadas ❑ Verificar os Elementos de Segurança ❑ Verificar as impressões dos dados variáveis ❑ Confrontar os dados com a base de dados do órgão emissor. 2: GRAFOSCOPIA: EXAMES DE ASSINATURAS 2.1 - CONCEITO Grafoscopia é o ramo da documentoscopia que, mediante análise técnico-científica das características dos grafismos, tem por objetivo a verificação da sua autenticidade ou a determinação da sua autoria. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 50 2.2 - LEIS E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ESCRITA Particularidades da Escrita A escrita ou grafismo é um gesto de extrema complexidade, sendo que, para a sua produção, ocorre a participação direta do cérebro no ordenamento dos movimentos relacionados ao ato de escrever. No livro Documentoscopia, o Perito Criminal Lamartine Bizarro Mendes conceitua: “A escrita é um gesto psicossomático que contém um número mínimo de elementos que possibilitam sua individualização”. A escrita é comandada diretamente pelo cérebro humano (no qual existe uma zona específica que controla a sua produção), sendo que o fenômeno está vinculado a um sistema somático relacionado ao movimento dos membros superiores e envolve diversos fatores fisiológicos, psicológicos, culturais, etc. Processo de Aprendizagem Durante determinadoperíodo de sua vida o homem armazena uma série de informações relativas à escrita que exercerá influência direta no ato de escrever, ou seja, a escrita é decorrente de um processo de aprendizagem. Embora a escrita não seja completamente imutável, estando sujeita a variações normais ou anormais, persistirão sempre características que permitam a sua identificação. Figura 77. Figura 77: Ciclo Vital do grafismo Princípio Fundamental do Grafismo "A escrita é individual" Cada pessoa possui o seu próprio grafismo, relacionado à personalidade do indivíduo, com uma série de características que não irão se repetir em uma outra escrita, permitindo, portanto, a sua personificação. Tal princípio justifica-se pelo fato da escrita ser comandada diretamente pelo cérebro e de estar ligada ao sistema somático, os quais representam uma característica individualizadora do ser humano. Grafismos de origem diversas não podem, jamais, se confundir, embora sejam encontradas escritas semelhantes, como nos casos de filiação gráfica. A incontestável aceitação da perícia grafoscópica como prova judiciária, fundamenta-se plenamente neste princípio, também conhecido por "princípio fundamental do grafismo". Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 51 Em suma, este enunciado refere-se à impossibilidade de grafismos oriundos de pessoas diferentes serem exatamente iguais. 2.3 - GESTO GRÁFICO Desenvolvimento do Gesto Gráfico A escrita não é imutável durante toda a existência do ser humano, havendo consideráveis mudanças na escrita de uma determinada pessoa da infância à velhice. Entretanto, muitas características, uma vez incorporadas ao escritor sempre estarão presentes na sua escrita e, ainda que em quantidades ínfimas, permitem o seu reconhecimento. Esta afirmação, no entanto, é considerada teórica; na prática, é necessário se dispor de padrões contemporâneos para a realização do exame grafoscópico. É muito importante frisar que a idade gráfica nem sempre acompanha a idade civil. AS MODIFICAÇÕES DO GESTO GRÁFICO As causas que influem na modificação do grafismo devem-se a dois principais motivos, a saber: a) Causas Involuntárias Nas modificações involuntárias ou não fraudulentas enquadram-se os escritos que estão influenciados pela idade, saúde, determinados estados patológicos e, ainda, as causas e motivos como a ansiedade, estados depressivos, neuroses, etc. Também as causas neurológicas e físicas se enquadram como modificações involuntárias. A Figura 78 mostra um exemplo desse tipo de causa. Figura 78: exemplo: Doença degenerativa Ainda como causas físicas que afetam o grafismo, podemos citar as condições do suporte, os tipos de instrumento escritor e a posição do escritor. b) Causas Voluntárias As causas voluntárias abrangem todas as modalidades de falsificações gráficas, bem como as autenticidades fraudulentas (as chamadas autofalsificações). 2.4 - METODOLOGIA DO EXAME GRAFOSCÓPICO Método O método utilizado na perícia é o grafocinético, grafotécnico ou grafoscópico. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 52 Na observação, o examinador observa toda a sequência dos movimentos que formam os traços, o desenvolvimento do gesto gráfico O exame é comparativo. Para isto, as escritas questionadas e os padrões são sistematicamente analisados e comparados uns com os outros. Isto é feito por meio de exame visual com emprego de lupas, estereomicroscópios, filtros e diferentes fontes de iluminação (incidente, ultravioleta, transmitida, infravermelho). Peça questionada e padrões Peça questionada: É aquela onde estão contidos os grafismos questionados, isto é, aqueles que serão objeto de exame para verificação da autenticidade ou autoria. Padrões: São as peças de confronto. São os escritos provenientes de determinada pessoa que serão utilizados na comparação com a escrita questionada. O sucesso de todo exame grafoscópico reside no procedimento correto para realizar a coleta dos padrões. 2.5 – DEFINIÇÕES E TERMOS TÉCNICOS Elementos da Escrita Forma A análise do aspecto formal da escrita é aquela realizada no produto final da sucessão dos movimentos produzidos pelo punho escritor. A forma gráfica é o elemento estático da escrita, ela representa o desenho ou o feitio da escrita. Ela resulta dos movimentos ou da progressão da escrita que é a gênese gráfica ou o grafocinetismo propriamente dito. Figura 79. Figura 79. Diferentes formas, para a letra “a”. Formação Gráfica ou Gênese Gráfica É o elemento dinâmico do grafismo. É o estudo pormenorizado da formação dos traços constitutivos da escrita, onde são analisadas as particularidades existentes na escrita de cada indivíduo. O estudo da gênese gráfica requer a observação da posição do início dos traços, como ocorreu sua Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 53 progressão, a pressão e velocidade com que foi executado, enfim uma descrição pormenorizada de todas as características da escrita. Figuras 80 e 81. Figura 80: Gênese Gráfica Figura 81: Duas gêneses produzindo a mesma forma. Ao analisarmos o traço, sempre procuramos estabelecer o seu início, ao que denominamos ATAQUE, e o final que é o REMATE. Ataques: Podem ser classificados da seguinte forma (Figura 82) • Ataque normal: o instrumento escritor toca o papel suporte e desenvolve uma pressão progressiva; • Ataque em repouso ou em ponto de parada: o instrumento escritor permanece apoiado no papel suporte por algum tempo antes de prosseguir a escrita, provocando o aparecimento de um ponto; • Ataque ensaiado: antes de iniciar o ataque propriamente dito, o escritor executa treinos aéreos circulares, provocando um leve toque no papel; • Ataque em colchete ou arpão: no início do traço básico é acrescido um outro de reduzida extensão, formando um ângulo agudo semelhante a um arpão ou forquilha; • Ataque em gancho: no início do lançamento forma-se um pequeno arco ou curva. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 54 Figura 82. Tipos de ataques. Remates: Os remates possuem as mesmas designações dos ataques, apenas atentando para o remate em fuga ou desvanescente, que seria a contrapartida do ataque ensaiado. Figura 83. Figura 83. Tipos de remates. Ligações: A maioria das escritas cursivas ou normais se apresentam conjugadas. As escritas em letra de forma ou tipográficas, normalmente não se acham ligadas, a não ser que seja hábito do Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 55 punho escritor. É importante a fixação dos pontos onde essas ligações costumam se apresentar, a fim de se estabelecer os hábitos escriturais. Figura 84. Figura 84. Tipos de ligações. Qualidades Gerais do Grafismo As qualidades, elementos ou características gerais do grafismo podem ser analisados sob dois prismas: objetivos e subjetivos. Os Elementos Objetivos são aqueles passíveis de serem demonstrados, a saber: ❑ Andamento gráfico; ❑ inclinação axial; ❑ limitantes verbais; ❑ alinhamentos gráficos; ❑ espaçamentos gráficos; ❑ valores angulares e curvilíneos; ❑ calibre. Andamento Gráfico: corresponde aos momentos gráficos. São os grupos de letras, de um mesmo vocábulo, que se interligam, separando-se de outros que lhes seguem. Cada grupo de letrasinterligadas constitui um momento gráfico. Assim, uma palavra pode ser escrita em um só ou vários momentos gráficos. Inclinação axial: é o comportamento dos eixos gramaticais. A escrita pode ser verticalizada, inclinada para a direita ou para a esquerda. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 56 Espaçamentos gráficos: são as distâncias que guardam entre si os gramas, letras, vocábulos e linhas de uma escrita. Assim teremos os espaçamentos intergramaticais, interliterais, intervocabulares e interlineares. Calibre: é o tamanho das letras. Temos aqui a macrografia, a micrografia, a escrita normal e ainda variações dentro de uma mesma palavra. Alinhamentos gráficos: representa o comportamento da escrita em função de uma linha de pauta, ideal ou impressa. A escrita pode se desenvolver acima da linha de pauta ou sobre ela; pode iniciar-se na pauta e dela se distanciar ou aproximar-se, ou ainda estar abaixo da linha de pauta, invadindo-a. Valores angulares e curvilíneos: representam a predominância dos ângulos ou das curvas no grafismo. Há escritas em que os valores angulares sobrepujam os curvilíneos e, em outras, a predominância é dos valores curvilíneos. Finalmente, há grafismos em que esses dois valores coexistem em igual proporção. Veja-se Figura 85: Quadro Resumo. Os Elementos Subjetivos são: ❑ Velocidade; ❑ pressão; ❑ dinamismo gráfico; ❑ grau de habilidade. OBS. Os elementos subjetivos, ao contrário dos objetivos não podem ser demonstrados, embora percebidos pelo examinador. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 57 Figura 85: Quadro Resumo. 2.6 - TIPOS DE FALSIFICAÇÃO DE ASSINATURAS ❑ Falsificação sem imitação; ❑ Falsificação de memória; ❑ Falsificação por imitação servil ou com modelo a vista; ❑ Falsificação por imitação livre ou exercitada; ❑ Falsificação por decalque; Falsificação sem Imitação É o tipo de falsificação executada sem qualquer preocupação referente ao aspecto formal da assinatura autêntica, sendo caracterizada pela total dessemelhança formal em relação aos padrões da pessoa habilitada a lançar a assinatura questionada. Figura 86. Ocorre, em geral, nas seguintes situações: • Quando o falsificador desconhece a assinatura autêntica; • na ausência de habilidade do falsário; • pelo fracasso total do esforço rememorativo. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 58 Figura 86: Exemplo de falsificação sem imitação. Falsificação de Memória Executadas por pessoa que teve acesso à assinatura de alguém e procura reproduzi-la de memória, sem a presença de um modelo. Caracteriza-se por apresentar trechos formais semelhantes, ao lado de outros divergentes, bem como traçado lento, paradas anormais e retoques. Falsificação por Imitação Servil O falsificador, com um modelo à vista, procura copiar "servilmente" a assinatura. Figura 87. Pelo fato do escritor ter que olhar o modelo constantemente, este tipo de falsificação apresenta as seguintes características: • Semelhança formal obrigatória (característica principal); • traçado lento e indeciso; • paradas anormais e retoques; • semelhanças e diferenças nas qualidades gerais. Figura 87: Exemplo de falsificação por imitação servil. Falsificação por Imitação Livre / Exercitada É aquela em que o falsificador, após sucessivos treinos, não mais precisa recorrer ao modelo. É o processo mais difícil de ser executado e o que proporciona melhores resultados, entretanto, à medida Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 59 em que vai alcançando um traçado mais natural, o falsário tende a se afastar do modelo ou introduzir traços inexistentes. Figura 88. Este tipo de falsificação apresenta as seguintes características: • Aspecto formal convergente; • traçado relativamente rápido; • semelhança dos gestos mais aparentes e algumas dessemelhanças. Figura 88: Exemplo de falsificação por imitação livre/exercitada. Falsificação por Decalque Os decalques gráficos consistem na transferência manual de escritas ou assinaturas e dividem-se em decalque direto e decalque indireto. Decalque direto: ocorre quando se coloca o modelo, neste caso denominado "matriz", diretamente sob a peça a ser falsificada e, por transparência, cobre-se o seu traçado, produzindo a assinatura falsa. Decalque indireto: neste caso é feito, preliminarmente, um desenho da assinatura a ser falsificada sobre o suporte desejado (denominado debuxo), recobrindo-o em seguida. Em geral, para a produção do debuxo coloca-se a matriz na posição desejada, realizando pressão com instrumento de posta resistente sobre o traçado da assinatura, para depois recobri-lo a tinta. Figura 89. Os decalques, sejam direitos ou indiretos, apresentam as seguintes características: • Semelhanças formais; • traçado de qualidade diferente, semelhante à imitação servil; • trabalho gráfico lento, com indecisões, paradas, retoques fraudulentos; • gênese antagônica; • qualidades gerais convergentes ao lado de algumas em oposição. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 60 Figura 89: Exemplo de falsificação por decalque indireto. Nos casos de decalque indireto, são constatados, ainda, vestígios de debuxo, caracterizados pela presença de dupla sulcagem. 2.7 - CASUÍSTICA GERAL: Neste tópico serão mostrados na nossa videoaula alguns casos de assinaturas falsas. Vamos aproveitar bastante esses exemplos que serão muito ilustrativos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SUGERIDAS 1. BECK et al. Investigaciones Documentales. Ediciones La Roca.1995. 2. DEL PICCHIA FILHO, José; DEL PICCHIA, Celso M. R. DEL PICCHIA, Ana Maura G. Tratado de Documentoscopia: da falsidade documental. 2. ed. São Paulo: Pillares, 2005. 3. ELLEN, David. Scientific Examination of Documents: Methods and Techniques, Third Edition. Taylor & Francis. 2005. 4. FEUERHARMEL, Samuel. Análise Grafoscópica de Assinaturas. Campinas. Millennium Editora. 2017. 5. GUZMÁN, Carlos A. El Peritaje Caligráfico. Buenos Aires. Ediciones La Rocca.1994. 6. HUBER, Roy A. & HEADRICK, A. M. Handwriting Identification. Washington. D.C.: CRC Press. 1999. 7. MENDES, Lamartine Bizarro. Documentoscopia. 4ª Edição. Campinas. Millennium Editora. 2015. 8. OSBORN, Albert S. Questioned Documents. Second Edition, Patterson Smith, Montclair, NJ, Reprint of 1929 ed. Published by Boyd Print. Co., Albany. USA. 9. SILVA, Erick Simões Camara & FEUERHARMEL, Samuel. Documentoscopia: Aspectos Científicos, Técnicos e Jurídicos. Campinas. Millennium Editora. 2014. Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR Curso: Noções de Documentoscopia e Grafoscopia - Versão EAD 61 Links Sugeridos: 1 - American Society of Questioned Documents Examiners www.asqde.org 2 - American Academy of Forensic Sciences www.aafs.org 3 - American Board of Forensic Document Examiners www.adfde.org 4 - International Association of Identification www.theiai.org 5 - Scientific Workgroup for Forensic Document Examination www.swgdoc.org 6 - European Network of Forensic Science Institutes www.enfsi.eu http://www.asqde.org/ http://www.aafs.org/ http://www.adfde.org/ http://www.theiai.org/ http://www.swgdoc.org/ http://www.enfsi.eu/
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