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OBCURSOS PODIVM 
WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR 
Curso preparatório – Concurso Auditor da Receita Federal 2005 Prof. Carlos Ramos 
 
1 
IV – O Modelo IS-LM - O equilíbrio simultâneo nos mercados de 
bens e serviços e de moeda 
 
O modelo IS-LM trata do equilíbrio do produto, incorporando os movimentos do 
mercado monetário. Trata-se de considerar os impactos causados pela variação da 
taxa de juros na economia. O pressuposto básico desse modelo é a existência de 
dois mercados distintos: 
• O mercado de bens e serviços, correspondente ao “lado real” da 
economia, no qual o equilíbrio entre oferta agregada e demanda agrega 
ocorre a partir da igualdade entre o investimento planejado pelas empresas e 
a poupança planejada pelos indivíduos, ou: 
Sp = Ip 
Considerando Sp = Poupança planejada e Ip = investimento planejado. Havendo 
essa coincidência de planos, ocorrerá o equilíbrio macroeconômico levando à 
igualdade: 
Y = DA 
• O outro mercado é o mercado de moeda, onde o equilíbrio se dá pela 
igualdade entre a demanda e a oferta de moeda, ou: 
M = L 
Considerando M = Oferta de Moeda e L = Demanda por moeda. 
Atenção: Não confundir esse “M”, que corresponde à Oferta Monetária, com o “M” 
relativo às importações de mercadorias. Normalmente se utiliza a mesma letra para 
essas duas variáveis. Por isso, observe sempre o contexto em que a notação está 
sendo usada para saber do que se trata (se importações ou oferta de moeda). 
O modelo IS-LM parte do princípio de que existem várias combinações possíveis de 
Renda (Y) e taxa de juros (i) que equilibram o mercado de bens de serviços. Além 
disso, existem várias outras combinações de Renda (Y) e taxa de juros (i) que 
equilibram o mercado monetário. Mas, existe somente uma combinação de Y e i 
que equilibra simultaneamente os dois mercados, correspondente ao chamado 
Equilíbrio Geral. 
O modelo ainda se preocupa em descrever os meios pelos quais a política fiscal 
e a política monetária afetam a economia. Vamos ver como isso acontece. 
 
 
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2 
A curva IS e o Equilíbrio no mercado de bens 
A curva IS mostra as diversas combinações de taxas de juros e níveis de renda que 
permitem o equilíbrio do mercado de bens, ou seja, em que a despesa agregada se 
iguala à renda agregada. Nesse mercado o equilíbrio dá-se na igualdade entre a 
poupança (S) e o investimento (I). 
Vamos considerar por enquanto uma economia fechada e sem Governo. As nossas 
equações serão, portanto, as seguintes: 
Função Consumo: 
C = Ca + c.Y 
Função Investimento: 
I = Ia – h.i 
Onde: 
Ca = consumo autônomo (consumo mínimo) da coletividade, que ocorre mesmo que 
não haja renda; c = propensão marginal a consumir; Y = renda nacional 
O investimento agora é composto de duas partes: 
Ia = investimento autônomo, ou seja, a parcela do investimento que acontece com 
base nas expectativas dos empresários e -h.i = parcela do investimento afetada pela 
taxa de juros, sendo h a elasticidade do investimento à taxa de juro e i a própria 
taxa de juros. 
No modelo Keynesiano o investimento era totalmente autônomo, portanto 
determinado de forma exógena. Agora vamos incorporar ao nosso modelo a idéia de 
que, como boa parte dos investimentos (que são, por definição, despesas com a 
compra de bens de capital, construções, etc) são financiados através de recursos 
tomados no mercado monetário, deveremos considerar a influência da taxa de 
juros sobre os níveis desse investimento. 
Ao decidir pela realização de um determinado investimento, o empresário faz uma 
comparação entre a Eficiência Marginal do Capital, que corresponde à taxa de 
retorno dos ganhos futuros, e a taxa de juros, que representa o custo de aquisição 
dos recursos para fazer o investimento. Suponhamos que ao planejar, por exemplo, 
uma expansão de suas instalações, um empresário chegue aos seguintes valores: 
• Taxa de retorno esperada para o projeto de expansão: 18% a.a. 
• Taxa de juros dos financiamentos bancários: 12% a.a. 
Nesse caso, haverá um ganho líquido para o empresário, de modo que ele terá 
incentivos para realizar o investimento. 
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3 
Enquanto isso, um outro empresário que deseje investir, mas cujos projetos 
apresentem uma taxa de retorno de, por exemplo, 8% a.a. não realizará tais 
investimentos, pois a taxa de juros dos financiamentos (que representa o custo do 
dinheiro) será maior do que o retorno esperado. 
Considerando a hipótese de uma única taxa de juros existente na economia, e 
levando em conta as premissas que dirigem o comportamento dos empresários 
nesse modelo, percebe-se que quando a taxa de juros se eleva, muitos 
investimentos deixam de ser realizados, em virtude do seu retorno ser menor do que 
o custo do dinheiro. 
Por outro lado, quando a taxa de juros se reduz, muitos investimentos passam a ser 
atrativos, pois possibilitam um ganho líquido para a empresa. Assim, podemos 
afirmar que a taxa de juros e o investimento têm uma relação inversamente 
proporcional. 
Vimos antes, no modelo keynesiano, que alterações no investimento levam à 
ampliação da renda, tanto pelo maior dispêndio autônomo como pelo efeito do 
multiplicador. 
Quando introduzimos agora no modelo a taxa de juros, influenciando o investimento, 
veremos que, reduções na taxa de juros levam ao aumento no investimento 
e, conseqüentemente ao aumento da renda. Isso pode ser visto na figura a 
seguir: 
 
Se a taxa de juros for igual a i1, haverá um certo 
nível de investimento I(i1), correspondente a 
uma renda de equilíbrio igual a Y1. 
Se a taxa de juros se reduz para i2, o 
investimento se eleva para I(i2), causando com 
isso aumento na renda de equilíbrio para Y2. 
Como o investimento é inversamente relacionado 
com a taxa de juros, a relação entre taxa de 
juros e renda que equilibra o mercado de bens é 
negativamente inclinada. Ou seja, ↑i → ↓I → 
↓Y. 
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4 
A curva IS reúne todos os pontos de 
equilíbrio do mercado de bens, 
determinando para cada nível de renda 
a taxa de juros correspondente. 
Qualquer ponto ao longo da curva IS 
representa um equilíbrio no mercado de 
bens. 
Pontos fora da curva IS correspondem 
a desequilíbrios no mercado de bens. 
 
Pontos à direita (ou acima) da curva IS correspondem a situações de excesso de 
oferta de bens, porque o nível de produto é maior do que a demanda agregada 
correspondente àquela taxa de juros. 
Seguindo a lógica keynesiana, com preços constantes, havendo excesso de oferta, 
ocorrerá acúmulo de estoques, fazendo com que as empresas diminuam a produção. 
Pontos à esquerda (ou abaixo) da curva IS representam, por sua vez, excesso de 
demanda de bens, porque, nesse caso, o nível de produto é menor do que a 
demanda agregada correspondente àquela taxa de juros . 
Havendo excesso de demanda, os estoques diminuirão, forçando um aumento na 
produção. 
Assim, sempre que houver desequilíbrios no mercado de bens, o ajuste 
ocorrerá via quantidades, alterando o nível de produto (e de renda). 
A inclinação da curva IS reflete a resposta da renda às variações na taxa de juros. 
Ela é negativa, como dissemos, devido à relação inversa entre investimento e taxa 
de juros. A inclinação dependerá essencialmente de dois fatores:• Da sensibilidade (elasticidade) do investimento em relação à taxa de 
juros e; 
• Da propensão marginal a consumir (portanto, do multiplicador 
keynesiano). 
No que diz respeito ao primeiro, temos que, quanto maior a elasticidade do 
investimento em relação à taxa de juros, mais horizontal será a curva IS, 
isto é, maior a sua inclinação, pois uma pequena variação na taxa induzirá a uma 
grande variação no investimento e, portanto, na renda agregada. 
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5 
O oposto ocorrerá quando o investimento for pouco sensível à taxa de juros: 
variações na taxa de juros produzirão um pequeno impacto sobre o investimento e 
a renda, levando a uma IS pouco inclinada, próxima da vertical. 
No modelo Keynesiano simples, em que o investimento não dependia da taxa de 
juros, poderíamos visualizar uma curva IS totalmente vertical, ou seja, o 
investimento totalmente inelástico em relação à taxa de juros. 
Quanto ao multiplicador, temos a seguinte relação: se a propensão marginal a 
consumir for elevada e, portanto, o multiplicador for grande, então pequenas 
variações no investimento levarão a grandes expansões na renda, e vice-versa. 
Desse modo, quanto maior o multiplicador, maior será o impacto das 
variações na taxa de juros, sobre o nível de renda, ou seja, maior será a 
inclinação da IS (mais horizontal). O inverso ocorrerá com uma pequena 
propensão marginal a consumir. 
Observa-se, nos gráficos a seguir, que para a mesma queda na taxa de juros, de i1 
para i2, a renda cresce mais no segundo caso, em que a IS é mais inclinada. 
 
Assim, variações na taxa de juros fazem a renda variar, fazendo o ponto de equilíbrio 
deslocar-se ao longo da curva IS. Além disso, a própria curva IS pode se 
deslocar inteiramente, para a direita ou para a esquerda. 
O que faz a própria curva deslocar-se para os lados? A posição da curva IS depende 
do volume de gastos autônomos, nos quais se incluem o consumo e o 
investimento autônomos, gastos públicos (G) e as exportações líquidas (X-M) . 
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6 
Quanto maiores os gastos 
autônomos, mais para a direita se 
localizará a curva IS. 
Uma expansão nos gastos autônomos 
ou uma diminuição dos tributos 
desloca a IS para a direita (e para 
cima) e uma contração dos gastos ou 
um aumento nos impostos a desloca 
para a esquerda (e para baixo). O 
montante do deslocamento será dado 
pelo multiplicador vezes a variação na 
despesa. 
Ou seja, dado o nível da taxa de juros, 
o deslocamento da renda de equilíbrio 
será determinado como no modelo 
keynesiano simples. 
 
 
A curva LM e o Equilíbrio no mercado monetário 
Passemos agora a analisar o “lado monetário” da economia. Vamos considerar que 
existam dois tipos de ativos na economia, nos quais os indivíduos alocam sua 
riqueza, ou seja, guardam seu poder de compra. Estes são moeda e títulos 
públicos. Vimos que a característica da moeda é possuir liquidez absoluta, mas não 
apresentar qualquer rendimento, isto é, sua posse não gera nenhum ganho adicional 
ao detentor. Os títulos, por sua vez, rendem juros, porém possuem uma liquidez 
inferior à da moeda, isto é, existe um custo de oportunidade ao transformá-los em 
moeda. 
Considerando que existe um determinado estoque real de riqueza na economia, 
composta pelas quantidades de moeda e de títulos públicos que existem naquele 
momento, se um dos dois mercados estiver em equilíbrio, o mesmo valerá para o 
outro. Se houver excesso de demanda por moeda, haverá excesso de oferta 
de títulos, e vice-versa. Assim, basta analisar um mercado para saber o que está 
acontecendo no outro. Podemos, então, desenvolver a análise em relação ao 
mercado monetário. 
A curva LM representa a relação entre a renda e a taxa de juros no mercado 
monetário. Nesse mercado, o equilíbrio se dá quando a demanda de moeda (L) se 
iguala à oferta de moeda (M). 
Já sabemos que a oferta de moeda (M) é determinada exógenamente, a partir das 
emissões feitas pelo Banco Central, e da aplicação dos instrumentos de política 
monetária sobre o setor financeiro, restringindo a expansão dos meios de pagamento 
(reservas obrigatórias, controle e seleção do crédito, taxa de redesconto, etc). 
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Assim, a oferta de moeda é dada, sendo totalmente inelástica em relação à taxa 
de juros. 
Por outro lado, a demanda por moeda resulta de três componentes: a demanda por 
moeda pelos motivos transação e precaução (dependentes do nível da renda) e a 
demanda por moeda pelo motivo especulação (fazendo com que a demanda por 
moeda seja inversamente proporcional à taxa de juros). 
Assim, temos, de um lado, a oferta de 
moeda, controlada pelo Banco Central, 
totalmente inelástica à taxa de juros. 
A curva da oferta de moeda será 
representada graficamente através de 
uma constante, sendo simbolizada por 
uma reta vertical, paralela ao eixo da 
taxa de juros. 
 
 
Enquanto isso, a demanda de moeda depende 
de duas variáveis: a renda e a taxa de juros. 
Vimos anteriormente que os indivíduos 
demandam moeda para satisfazer os motivos 
transação, precaução e especulação. Os dois 
primeiros motivos estão ligados ao nível da 
renda; o último se relaciona com o nível da taxa 
de juros. 
Assim, a curva de demanda terá a aparência 
descrita no gráfico ao lado. 
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O equilíbrio no mercado monetário 
ocorre quando a demanda por moeda 
se iguala à oferta de moeda. A última 
como já dito, pode ser considerada 
constante. 
Para que o equilíbrio ocorra, como a 
demanda por moeda responde 
positivamente à renda e negativamente 
à taxa de juros, elevações na renda 
devem ser acompanhadas por aumentos 
nas taxas de juros, de modo a 
compensar o impacto expansivo sobre a 
demanda por moeda decorrente do 
maior nível de renda. 
 
Se por algum motivo a Renda (Y) se eleva (por exemplo, em decorrência de um 
aumento nos gastos do Governo), a curva inteira de demanda por moeda (L) se 
desloca para a direita. 
Aumentos na Renda fazem com que se elevem as necessidades de moeda pelos 
indivíduos, para atender aos motivos transação e precaução. Se a demanda por 
moeda aumentou, e a oferta de moeda é a mesma, o resultado é uma maior 
escassez de dinheiro disponível para empréstimos. O resultado será um aumento 
da taxa de juros (que representa o custo de obtenção da moeda pelos agentes 
econômicos deficitários). 
Por outro lado, se a Renda (Y) se reduz, ocorrerá uma diminuição das 
necessidades dos agentes econômicos pelos motivos transação e precaução, levando 
a curva de demanda por moeda a se deslocar inteiramente para a esquerda. O 
resultado é que “sobram” mais recursos disponíveis para empréstimos no setor 
financeiro, o que leva a taxa de juros a baixar. 
Assim, ao contrário da curva IS, o que ocorre na curva LM é uma relação 
diretamente proporcional entre a taxa de juros (i) e o nível da renda (Y). Por isso a 
curva LM é positivamente inclinada. 
Qualquer ponto ao longo da curva LM corresponde a uma situação de equilíbrio no 
mercado monetário, enquanto pontos fora da curva mostram uma situação de 
desequilíbrio. 
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9 
 
 
No caso de pontos à direita 
(abaixo), haverá excesso de 
demanda por moeda. Para pontos à 
esquerda (acima), haverá excesso 
de oferta de moeda. 
 
O excesso de demanda, como no ponto A da figura, pode ser explicado da seguinte 
forma: dada a oferta de moeda e o nível de renda correspondente ao ponto A, os 
indivíduos demandam moeda em excesso, pois a taxa de juros está abaixo do 
equilíbrio, gerando excesso de demanda por moeda. O inverso ocorre no ponto B, 
em que há um excesso de oferta. 
O ajustamento nesse mercado é feito por meio da taxa de juros. Quando há 
excesso de demanda por moeda, há excesso de oferta de títulos, ou seja, os bancos 
não conseguem captar recursos e passam a elevar a rentabilidade dos papéis para 
estimular os agentes a se desfazerem da liquidez (moeda). 
O inverso acontece quando há excesso de oferta de moeda: os indivíduos querem 
direcionar todos os recursos para os títulos, gerando um excesso de demanda por 
estes e provocando uma queda na taxa de juros, o que conduz o mercado monetário 
ao equilíbrio. 
Essa é a segunda regra de ajustamento: desequilíbrios no mercado monetário são 
corrigidos por variações na taxa de juros. Quando há excesso de oferta, a taxa 
de juros diminui, e quando há excesso de demanda, a taxa de juros eleva-
se. 
Inclinação da curva LM 
Como dissemos, a inclinação da LM é positiva, pois, dada a oferta de moeda, 
quando um dos componentes da demanda por moeda (transação e precaução, ou 
portfólio) se eleva, o outro deve se reduzir. 
Assim, se tivermos uma elevação da renda, que provoca o aumento da demanda por 
moeda para transação, a taxa de juros deve se elevar para diminuir a demanda por 
moeda pelo motivo portfólio, isto é, deve-se desestimular os indivíduos a reter 
moeda como ativo. Portanto, a inclinação da LM nos mostra qual deve ser a variação 
na taxa de juros para compensar uma determinada variação no nível de renda. 
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10 
Os fatores que afetam a inclinação da curva LM são as elasticidades da demanda por 
moeda em relação à renda e à taxa de juros. Quanto maior a sensibilidade da 
demanda por moeda em relação à renda, maior será a inclinação da curva 
LM, uma vez que uma pequena variação na renda levará a uma grande expansão na 
demanda por moeda, exigindo maior elevação na taxa de juros para compensá-la. 
Por outro lado, quanto maior a elasticidade de demanda por moeda em 
relação à taxa de juros, menor será a inclinação. Se a demanda por moeda for 
muito sensível à taxa de juros, qualquer variação nesta exigirá mudança significativa 
na renda para compensá-la; ou inversamente, qualquer alteração no nível de renda 
exigirá uma pequena mudança na taxa de juros para manter o mercado monetário 
em equilíbrio. 
A posição da curva LM é determinada pela oferta real de moeda. Como estamos 
considerando o nível de preços constante, essa oferta é afetada, basicamente, 
pela política monetária, ou seja, alterações na oferta e na demanda de moeda. 
Expansões na oferta de moeda 
deslocam a LM para a direita (para 
baixo) e contrações da oferta de 
moeda a desloca para a esquerda 
(para cima). 
Um aumento na oferta de moeda 
faz com que, para um certo nível 
de renda inicial, se gere um 
excesso de oferta de moeda, 
levando à queda na taxa de juros. 
 
Assim, com maior quantidade de moeda, teremos para qualquer nível de renda, 
menor taxa de juros que equilibra o mercado monetário, correspondendo ao 
deslocamento para a direita (para baixo) da curva LM, o que pode ser visto na figura 
anterior. 
O inverso ocorreria com uma redução na oferta de moeda em que, para qualquer 
nível de renda, requerer-se-ia maior taxa de juros para equilibrar o mercado 
monetário, o que corresponderia a um deslocamento para a esquerda da curva LM. 
Se o Banco Central alterar o estoque de moeda da economia, a taxa de juros irá 
variar. Uma política monetária expansionista, por exemplo, realizada com a 
compra de títulos públicos no mercado, resultará em diminuição da taxa de juros. 
Por outro lado, uma política monetária restritiva, realizada com a venda de 
títulos públicos, fará aumentar a taxa de juros. 
Mantida a demanda de moeda, uma diminuição na sua oferta é representada por um 
deslocamento da curva vertical para a esquerda. A taxa de juros sobe. 
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11 
O Equilíbrio Geral 
Denomina-se equilíbrio geral o equilíbrio simultâneo nos dois mercados: o mercado 
de bens e serviços e o mercado monetário. 
 
Ao longo da curva IS uma economia 
encontra-se em equilíbrio no 
mercado de bens e ao longo da 
curva LM ela se encontra em 
equilíbrio no mercado monetário, 
mas somente num ponto (Yo;io) ela 
se encontra em equilíbrio geral. 
Para determinarmos o nível de 
renda e da taxa de juros que 
equilibram simultaneamente os 
mercados de bens e de moeda, 
basta juntarmos a IS e a LM 
conforme figura a seguir. 
 
 
Efeitos das Políticas Monetária e Fiscal 
Segundo a teoria das Finanças Públicas, cabe ao Governo realizar determinadas 
funções econômicas, que são: melhorar a alocação de recursos, manter a 
estabilidade econômica e promover a distribuição da renda. No que se refere à 
segunda dessas funções, denomina-se política de estabilização a aplicação, por 
parte do Governo, de instrumentos tais que lhe permita alcançar certos objetivos 
econômicos, como o combate a inflação e ao desemprego e o crescimento da renda. 
Os instrumentos mais comuns são as políticas monetária e fiscal. Elas são 
utilizadas para o controle da demanda agregada, que na visão keynesiana é a 
variável estratégica que determina o nível de produção da economia. A política 
monetária utiliza a oferta de moeda, e a política fiscal usa as despesas e 
receitas do Governo para essa finalidade. 
Política Monetária 
É definida como o controle da oferta de moeda, para atingir os objetivos da 
política econômica global. É também definida como a atuação das autoridades 
monetárias, por meio de instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propósito 
de controlar a liquidez do sistema econômico. Já vimos os instrumentos que o 
Governo utiliza para reduzir ou ampliar a oferta monetária. Vamos agora analisar os 
efeitos dessas ações. 
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12 
Uma política monetária 
expansionista (com objetivo de 
combater o desemprego) tem os 
efeitos de aumentar a renda e 
diminuir a taxa de juros, enquanto 
que uma política monetária 
restritiva (com objetivo de diminuir 
os níveis de preços ou inflação) tem 
os efeitos de diminuir a renda e 
aumentar a taxa de juros. 
A política monetária expansionista 
desloca a LM para a direita. A 
renda sobe e a taxa de juros cai. O 
contrário acontece quando a 
política monetária é restritiva. 
 
A seqüência é a seguinte: uma expansão da oferta de moeda provoca uma redução 
na taxa de juros, o que estimula o investimento privado; isso significa aumento da 
demanda agregada, estimulando assim o setor produtivo. Como conseqüência, a 
renda se eleva, e a política monetária consegue, nessa situação, alcançar seu 
objetivo. A política monetária contracionista (restritiva) age no sentidooposto: reduz 
a oferta de moeda, o que leva a um aumento da taxa de juros, inibindo os 
investimentos, e desse modo reduzindo também a demanda agregada, e por fim a 
renda. 
Política Fiscal 
Política fiscal é a manipulação dos tributos e gastos pelo Governo para regular as 
atividades econômicas, já que este detém o controle direto sobre o nível de 
tributação e dos gastos públicos. 
Em princípio o Governo pode expandir sua demanda agregada em qualquer época, 
aumentando o montante de recursos que injeta o fluxo do setor privado através de 
suas compras de bens e serviços ou diminuindo o montante que retira desse fluxo 
via tributação. Da mesma forma ele pode contrair a demanda agregada em qualquer 
época, diminuindo seus gastos, com repercussão na demanda por bens e serviços no 
setor privado, ou aumentando o nível da tributação, o que provocaria um efeito 
similar sobre o setor privado. 
Os efeitos dos gastos públicos e da tributação dependem, em primeiro lugar, de 
quanto é injetado ou retirado da economia. Uma vez que o nível de renda da 
economia depende da demanda agregada, o Governo pode, claramente, aumentar 
ou diminuir o nível de renda através de sua política fiscal. Assim, a política fiscal 
torna-se o mais importante instrumento de política econômica do Governo. Ela opera 
de forma a manter um tolerável nível de estabilização econômica e de emprego. 
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13 
Em geral, a política fiscal atua como um movimento anticíclico para controlar o nível 
de renda. Assim, a política fiscal do Governo funciona nas seguintes bases: 
a) Se há necessidade de expandir a renda, pode-se recorrer a aumentos nos 
gastos do Governo ou redução nos tributos (ou ainda aumentar o déficit 
fiscal); 
b) Num período de pressão inflacionária há necessidade de contrair a renda; o 
Governo pode reduzir os gastos públicos ou aumentar a tributação (ou ainda 
aumentar o superávit fiscal); 
Nos dois casos, o Governo pode ainda simultaneamente alterar os níveis de 
gastos e de tributação. 
Como visto, o gasto público é um elemento direto de demanda que afeta o volume 
dos gastos autônomos. Os impostos, por sua vez, afetam indiretamente a demanda 
ao alterar a renda disponível e, conseqüentemente o consumo. Portanto, os impostos 
afetam a propensão marginal a consumir, isto é, a parcela de renda que é destinada 
ao gasto e, portanto, o valor do multiplicador. Quanto maior o volume de impostos, 
menor será a renda disponível, o consumo e a renda. 
Vejamos os efeitos da política fiscal empregando os conceitos do modelo IS-LM: 
Uma política fiscal expansionista 
(com objetivo de diminuir o 
desemprego) tem o efeito de 
aumentar a renda e também 
aumentar a taxa de juros, 
enquanto que uma política fiscal 
contracionista (com objetivo de 
diminuir os níveis de preços ou 
inflação) tem o efeito de diminuir 
a renda e também diminuir a 
taxa de juros. 
 
 
 
Uma política fiscal expansionista desloca a IS para a direita. A renda sobe e a taxa 
de juros também. 
 
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Por que a taxa de juros sobe? A explicação está no fato de que, ao aumentar a 
renda, cresce a demanda de moeda para transações. Se a oferta de moeda for 
mantida constante, a taxa de juros refletirá a escassez e subirá. 
Esse incremento na taxa de juros resultará em queda nos investimentos privados, o 
que significa que a renda crescerá menos do que determinaria o multiplicador das 
despesas do Governo. Esse fenômeno é conhecido como crowding-out ou efeito-
deslocamento. Entende-se que nesse caso o Governo está ocupando um espaço 
maior na economia, em relação ao setor privado. 
 
A interação das Políticas Monetária e Fiscal 
As políticas monetária e fiscal devem ser integradas, pois a aplicação de uma delas 
pode resultar em efeitos não desejados, que a outra pode corrigir. 
Como exemplo, suponha que Governo decida aumentar os gastos públicos para 
incrementar o emprego. Como já vimos, tal medida tende a elevar as taxas de juros, 
inibindo investimentos. Nesse caso, o Banco Central pode intervir, através de uma 
política monetária expansionista, evitando o aumento da taxa de juros. Podemos ver 
esse efeito no gráfico a seguir: 
 
Outro exemplo é a decisão de 
aumentar impostos para 
financiar o déficit público. 
Nesse caso, a renda e a taxa 
de juros caem. Para diminuir a 
queda na renda, o Banco 
Central pode aumentar a 
quantidade de moeda para 
estimular a demanda. 
 
 
Um aumento nos impostos faria a IS deslocar-se para a esquerda; a queda na renda 
pode ser evitada por um aumento na quantidade de moeda, deslocando LM para a 
direita. 
 
 
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Eficácia ou Ineficácia das Políticas Fiscal e Monetária - As três áreas da 
curva LM 
Uma análise mais rigorosa divide a curva LM em três partes distintas, conforme o 
gráfico a seguir: 
 
A parte horizontal da curva LM representa a 
área keynesiana, que Keynes disse ocorrer na 
economia durante a Grande Depressão do 
mundo capitalista na década de 30. 
A área vertical, ou clássica, está conforme 
os princípios da teoria clássica. Enquanto isso, 
a área intermediária é considerada normal. 
Cada uma dessas partes da curva são 
importantes, na medida em que, conforme 
onde se situar essa economia, a aplicação das 
políticas fiscal e monetária de estabilização 
resultam em efeitos distintos sobre o produto 
e a taxa de juros. São 4 casos possíveis: 
1) Na área keynesiana a política 
monetária é ineficaz. 
A taxa de juros é tão baixa que as pessoas já 
retêm bastante moeda e a taxa não pode 
baixar mais, por mais moeda que seja 
despejada na economia, o que impede que os 
investimentos e o consumo sejam 
incrementados, Essa situação é também 
conhecida como “armadilha de liquidez”. 
O efeito de uma política monetária 
expansionista, ao elevar a oferta de moeda, é 
deslocar a curva LM para a direita. Como a 
taxa de juros já está muito baixa, não há 
qualquer efeito sobre a mesma, portanto não 
ocorre nenhum estímulo aos investimentos 
produtivos. A renda não cresce. 
 
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2) Na área clássica a política monetária é 
plenamente eficaz 
A política monetária expansionista age 
aumentando a renda e diminuindo a taxa de 
juros. 
Segundo a teoria clássica, as pessoas não 
retêm moeda em razão da taxa de juros, o que 
significa, que todo incremento em sua oferta é 
canalizado para a demanda agregada, que se 
beneficia da queda na taxa de juros. 
O aumento da oferta da moeda provoca queda 
na taxa de juros e conseqüentemente estimula 
os investimentos, provocando aumento da 
demanda agregada. A renda cresce. 
 
 
3) Na área keynesiana, a política 
fiscal é plenamente eficaz. 
O aumento nas despesas do Governo 
resulta em um aumento integral na 
renda, pois a economia possui alta 
liquidez e a taxa de juros não sobe, 
não prejudicando os investimentos. 
A seqüência, portanto, é essa: 
aumento nos gastos do governo (ou 
redução nos tributos) representa 
aumento na demanda agregada, 
estimulando o setor produtivo da 
economia. 
Mesmo com o acréscimo da renda e da 
demanda por moeda para transações,como a taxa de juros é muito baixa 
(existe muita liquidez) a mesma não se 
eleva, portanto não ocorre o crowding-
out. 
 
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4) Na área clássica, a política 
fiscal é ineficaz. 
Nesse caso, o aumento das despesas 
do Governo encontra a economia 
com alta taxa de juros e sem liquidez 
que permita chancelar esse aumento. 
O resultado é um aumento na taxa 
de juros suficiente para diminuir os 
investimentos, de modo a anular 
todo o efeito inicial do aumento das 
despesas. É o crowding-out 
completo. 
Na área clássica a política fiscal é 
completamente ineficaz, sem 
aumento na renda, mas aumentando 
a taxa de juros. 
 
 
 
 
Questões de Concursos 
 
01. (ESAF) No que se refere ao equilíbrio do produto nacional e da taxa de juros em uma 
economia, é correto afirmar: 
 
a) uma política monetária contracionista levaria a uma redução na produção e na taxa de 
juros. 
b) um aumento na tributação, tudo mais constante, provocaria redução na produção e 
aumento na taxa de juros da economia. 
c) uma política fiscal expansionista, de redução do superávit ou aumento do déficit do 
governo, provocaria aumento no produto nominal e na taxa de juros. 
d) uma política fiscal, conduzida para reduzir o déficit do governo, provocaria, tudo mais 
constante, aumento na taxa de juros de equilíbrio e redução no produto nominal. 
e) uma política monetária expansionista levaria a um aumento na taxa de juros e redução na 
produção. 
 
 
 
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02. (ESAF) No modelo IS-LM, para uma economia fechada, 
 
a) se o equilíbrio se der no chamado trecho clássico da curva LM, e a curva IS for 
negativamente inclinada, aumentos na oferta de moeda, tudo o mais constante, seriam 
incapazes de contribuir para o aumento do produto e da renda. 
b) a curva IS seria uma reta paralela ao eixo da taxa de juros se os investimentos forem 
elásticos com relação a variações na taxa de juros, tudo o mais constante. 
c) a curva IS é horizontal, no chamado trecho keynesiano. 
d) se o equilíbrio se der no chamado trecho keynesiano da curva LM, e a curva IS for 
negativamente inclinada, aumentos na oferta de moeda, tudo o mais constante, seriam 
incapazes de contribuir para o aumento do produto e da renda. 
e) se o equilíbrio se der no chamado trecho keynesiano da curva LM, aumentos no 
dispêndio do governo, tudo o mais constante, seriam incapazes de contribuir para o 
aumento do produto e da renda. 
 
03. (ESAF) Dado o gráfico seguinte, referente à situação de equilíbrio, numa economia 
fechada: 
a) uma redução de tributos, tudo o mais constante, 
promoveria aumento da renda nominal. 
b) a única maneira de se promover aumento da renda 
nominal seria por meio de uma política monetária 
expansionista. 
c) a única maneira de se promover aumento da renda 
nominal seria por meio de uma contração dos meios de 
pagamento. 
d) a única maneira de se promover aumento da renda 
nominal seria por meio de uma política fiscal 
expansionista. 
e) uma redução de tributos, tudo o mais constante, não 
promoveria aumento da renda nominal. 
 
 
04. (ESAF) Numa economia fechada e com governo, em que o equilíbrio do produto e da 
renda ocorre, em dado momento, abaixo do nível de pleno emprego, esse nível de renda 
pode crescer se, tudo mais mantido constante, 
 
a) o governo reduzir os gastos públicos. 
b) diminuir o volume de meios de pagamento, desde que os investimentos apresentem 
alguma elasticidade com relação a variações na taxa de juros e o equilíbrio inicial não se dê 
em uma situação de armadilha de liquidez. 
c) diminuir a oferta de moeda da economia. 
d) crescer o volume de meios de pagamento, desde que os investimentos sejam inelásticos 
com relação a variações na taxa de juros e o equilíbrio inicial não se dê em uma situação de 
armadilha de liquidez. 
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e) crescer o volume de meios de pagamento, desde que os investimentos apresentem 
alguma elasticidade com relação a variações na taxa de juros e o equilíbrio inicial não se dê 
em uma situação de armadilha de liquidez. 
 
05. (ESAF) Em relação ao modelo IS-LM, podemos afirmar que 
 
a) a eficácia da política fiscal está diretamente relacionada à elasticidade da demanda por 
moeda em relação à taxa de juros. 
b) quanto maior a sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros, menor a eficácia 
da política monetária. 
c) a política fiscal independe do multiplicador de gastos. 
d) a política fiscal será mais eficiente se for válida a teoria quantitativa da moeda. 
e) quanto maior a elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros, maior a 
eficácia da política monetária. 
 
06. (ESAF) A curva IS, dentro do modelo IS-LM, pode deslocar-se para a esquerda caso 
 
a) as firmas invistam menos, dado um aumento na taxa de juros. 
b) o governo aumente as transferências previdenciárias. 
c) haja um aumento do crédito ao consumidor e um conseqüente crowding-out. 
d) as firmas invistam menos, independentemente da taxa de juros, por serem pessimistas 
suas expectativas com relação ao futuro. 
e) as firmas invistam mais, devido à ocorrência de uma inovação tecnológica, que aumenta, 
em termos discretos, a rentabilidade marginal do investimento. 
 
07. (ESAF) Uma diminuição da oferta de dinheiro, no modelo IS-LM, provocaria um 
deslocamento 
 
a) da IS para a esquerda e uma queda das taxas de juros e da renda. 
b) da LM para cima e para a esquerda, um aumento da taxa de juros e uma diminuição da renda. 
c) da LM para a esquerda e uma diminuição da taxa de juros e do nível da renda. 
d) da LM para a esquerda e uma diminuição da renda, sem alterações nos juros, dada uma queda no 
crédito bancário. 
e) da IS para a esquerda, acompanhado de um aumento nos juros e de uma diminuição da renda. 
 
 
08. (ESAF) Considerando o modelo IS/ LM com os casos denominados de "clássico" e de 
"armadilha da liquidez", podemos afirmar que 
 
a) no "caso clássico", deslocamentos da curva IS só alteram o nível do produto uma vez que 
a taxa de juros é fixa. 
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b) tanto no "caso clássico" como no caso da "armadilha da liquidez”, elevações nos gastos 
públicos causam alterações no produto. A diferença entre os dois casos está apenas na 
possibilidade ou não de alterações nas taxas de juros. 
c) no caso da "armadilha da liquidez", a política fiscal é totalmente inoperante, ocorrendo o 
oposto no "caso clássico". 
d) tanto no "caso clássico" como no caso da "armadilha da liquidez" o nível do produto é 
dado. A diferença está apenas nos efeitos dos deslocamentos da curva IS sobre as taxas de 
juros. 
e) o "caso clássico" ocorre quando a demanda por moeda é totalmente insensível à taxa de 
juros; já o caso da "armadilha da liquidez" ocorre quando a demanda de moeda é 
infinitamente elástica em relação à taxa de juros. 
 
09. (ESAF) De acordo com o modelo IS/LM, e em uma economia fechada, uma política 
monetária exercida através da compra de títulos pelo governo e venda (equivalente) de 
moeda, coeteris paribus, promove um deslocamento da curva LM e alteraçõesna taxa de 
juros (i) e na renda (Y). Indique a opção que apresenta essas alterações em função da 
referida política monetária. 
 
a) LM para a esquerda, i redução e Y redução. 
b) LM para a direita, i aumento e Y redução. 
c) LM para a direita, i aumento e Y aumento. 
d) LM para a direita, i redução e Y aumento. 
e) LM para a direita, i aumento e Y redução. 
 
10. (ESAF) Considerando o modelo IS/LM, teoricamente, é possível identificar alguns casos 
em que a política fiscal ou política monetária são totalmente ineficazes no que diz respeito 
aos seus efeitos sobre o produto. Tais casos são conhecidos como o "caso clássico" e o 
"caso da armadilha da liquidez". Pode-se então afirmar que 
 
a) no "caso da armadilha da liquidez" as alterações nas taxas de juros elevam a eficácia da 
política monetária sobre o produto. 
b) o "caso clássico" refere-se à situação em que se observa desemprego com abundância 
de liquidez, com taxas de juros e velocidade-renda da moeda muito baixas. 
c) no "caso da armadilha da liquidez" observa-se desemprego com aperto de liquidez, com 
taxas de juros e velocidade-renda da moeda altas. 
d) no "caso clássico" o multiplicador keynesiano funciona plenamente, já que não ocorrem 
alterações nas taxas de juros. 
e) no "caso clássico" uma política fiscal pura não tem qualquer efeito sobre o produto. Já no 
"caso da armadilha da liquidez" uma política monetária pura é inoperante no que diz respeito 
a seus efeitos sobre o produto. 
 
 
 
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11. (ESAF) Com relação ao modelo IS/LM, é incorreto afirmar que 
 
a) no chamado caso da "armadilha da liquidez", em que a LM é horizontal, uma elevação 
dos gastos públicos eleva a renda sem afetar a taxa de juros. 
b) excluídos os casos "clássico" e da "armadilha da liquidez", numa economia fechada a 
elevação dos gastos públicos eleva a renda. Esta elevação, entretanto, é menor comparada 
com o resultado decorrente do modelo keynesiano simplificado, em que os investimentos 
não dependem da taxa de juros. 
c) no chamado caso "clássico", em que a LM é vertical, uma elevação dos gastos públicos 
só afeta as taxas de juros. 
d) se a IS é vertical, a política fiscal não pode ser utilizada para elevação da renda. 
e) na curva LM, a demanda por moeda depende da taxa de juros e da renda. 
 
12. (ESAF) Considere o modelo IS/LM. Suponha a LM horizontal. É correto afirmar que 
 
a) a situação descrita na questão refere-se ao chamado "caso clássico". 
b) uma elevação das exportações não altera o nível do produto. 
c) uma elevação dos gastos públicos eleva tanto as taxas de juros quanto o nível do 
produto. 
d) uma política fiscal expansionista eleva o produto, deixando inalterada a taxa de juros. 
e) não é possível elevar o nível do produto a partir da utilização dos instrumentos 
tradicionais de política macroeconômica. 
 
13. (ESAF) Na construção do modelo IS/LM sem os casos clássico e da armadilha da 
liquidez, a demanda por moeda 
 
a) é sempre maior do que a oferta de moeda, uma vez que o equilíbrio no mercado de bens 
resulta num produto que é necessariamente menor do que o de pleno emprego. 
b) depende somente da renda: quanto maior a renda, maior a demanda por moeda. 
c) é sempre menor do que a oferta de moeda, o que garante que a curva LM seja 
positivamente inclinada. 
d) depende apenas da taxa de juros: quanto maior a taxa de juros, maior a demanda por 
moeda. 
e) depende da renda e da taxa de juros: quanto maior a renda maior a demanda por moeda, 
ao passo que quanto maior a taxa de juros menor a demanda por moeda. 
 
14. (ESAF) A interferência do governo, via política fiscal (por exemplo, aumento dos gastos 
públicos), retirando recursos do setor privado e diminuindo a participação dos investimentos 
privados, denomina-se 
 
a) efeito-preço total 
b) efeito-renda 
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c) efeito-deslocamento 
d) efeito-substituição 
e) efeito-marginal 
 
15. (ESAF) No modelo IS/LM para uma economia fechada, indique as conseqüências de um 
aumento dos gastos públicos, coeteris paribus, sobre o deslocamento da curva IS, sobre a 
renda real (Y) e sobre a taxa real de juros (i). 
 
a) IS - esquerda; Y - redução; e i - elevação. 
b) IS - direita; Y - elevação; e i - elevação. 
c) IS - esquerda; Y - elevação; e i - redução. 
d) IS - direita; Y - redução; e i - redução. 
e) IS - esquerda; Y - elevação; e i - elevação. 
 
16. (ESAF) No modelo IS/LM um aumento dos gastos públicos (política fiscal expansionista) 
promove um deslocamento da curva IS, e um aumento da oferta de moeda (política 
monetária expansionista) promove um deslocamento da curva LM, respectivamente, para 
 
a) direita e direita 
b) esquerda e esquerda 
c) direita e esquerda 
d) esquerda e direita 
e) baixo e cima 
 
17. (ESAF) Considere o modelo IS/ LM com as seguintes hipóteses: ausência dos casos 
"clássico" e da "armadilha da liquidez"; a curva IS é dada pelo "modelo keynesiano 
simplificado" supondo que os investimentos não dependam da taxa de juros. Com base 
nestas informações, é incorreto afirmar que 
 
a) um aumento nos investimentos autônomos eleva o produto. 
b) uma política monetária contracionista reduz o produto. 
c) um aumento no consumo autônomo eleva o produto. 
d) uma elevação nas exportações eleva as taxas de juros. 
e) uma política fiscal expansionista eleva as taxas de juros. 
 
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V - Economia Aberta – Relações com o Setor Externo 
 
Comércio Internacional e Taxas de Câmbio 
Quando duas nações pretendem realizar trocas comerciais, é preciso existir algum 
mecanismo de conversão das suas moedas, que normalmente apresentam valores 
nominais diferentes. Por exemplo, se o Brasil deseja vender suco de laranja aos 
Estados Unidos, é necessário estabelecer alguma medida para converter o preço do 
suco de laranja brasileiro em dólares. 
Tal medida é exatamente a taxa de câmbio – a taxa de conversão entre as moedas 
dos dois países envolvidos nesta transação: o Real e o Dólar. 
Se cada dólar custar R$ 2,50 e o litro de suco de laranja no Brasil custar R$ 2,00, 
então o suco de laranja custará 
R$ 2,00 / litro US$ 0,80 / litro 
R$ 2,50 / US$ = 
A taxa de câmbio é a medida pela qual a moeda de um certo país pode ser 
convertida em moeda de outro país. Assim, a taxa de câmbio corresponde ao 
preço de uma moeda em relação a outra. 
No exemplo dado, US$ 1,00 = R$ 2,50 ou ainda R$ 1,00 = US$ 0,40. 
Não esqueça, portanto, que a taxa de câmbio é um preço: representa quantas 
unidades da moeda nacional precisamos dispor para comprar uma unidade da moeda 
estrangeira. Comportando-se como um preço, a taxa de câmbio é também 
influenciada pela oferta e pela demanda da moeda estrangeira. 
Assim, o preço do Dólar em reais nasce no mercado de divisas, a partir da interação 
entre a oferta de dólares e a demanda por dólares; idem para o preço do Euro pela 
oferta e demanda por Euro, etc. Vamos conhecer como esse mercado se comporta: 
O Mercado de Divisas 
Quem realiza a Oferta de Divisas? Basicamente, os exportadores. Ao realizar 
suas vendas no exterior, os exportadores recebem moedas estrangeiras, que não 
podem ser utilizadas no país. Assim, eles necessitam trocar essas moedas 
estrangeiras por moeda nacional, para poder fazer seus pagamentos, geriros seus 
negócios, enfim, realizar seus gastos internamente. 
Do mesmo modo as empresas que obtiveram empréstimos em moeda 
estrangeira, precisam convertê-la em moeda nacional. Assim, estas empresas 
também ofertam divisas. 
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Quem realiza a Demanda por Divisas? Em primeiro lugar, os importadores, pois 
estes necessitam de moedas estrangeiras para efetuar suas compras nos outros 
países, já que nesse caso a moeda nacional não é aceita. 
Também as empresas que são devedoras de empréstimos em moeda 
estrangeira necessitam da mesma para poderem quitar suas dívidas, pois os seus 
credores não vão aceitar a moeda nacional. 
A Oferta e a Demanda por Divisas representam desejos, intenções dos agentes 
econômicos aqui relacionados. Portanto, as curvas de oferta e demanda por divisas 
ilustram o comportamento psicológico dos exportadores e importadores em relação à 
taxa de câmbio e ao montante de moedas estrangeiras que desejam comprar e 
vender. 
Se a taxa de câmbio for muito alta, muitos produtores desejarão exportar mais, e 
a oferta de dólares será muito grande. Ou seja, quando a taxa de câmbio está 
elevada, significa que os exportadores recebem mais Reais para cada Dólar obtido 
nas vendas externas. Assim, eles têm um incentivo a exportar mais. O resultado dos 
aumentos das exportações é um aumento também nos dólares recebidos, portanto a 
Oferta de Divisas se eleva. 
Assim, a primeira regra do Mercado de Divisas é: se a taxa de câmbio 
aumenta, a oferta de divisas também aumenta, e vice-versa. Como qualquer 
curva de oferta, a oferta de divisas é crescente em relação ao preço, isto é, 
crescente em relação à taxa de câmbio. 
Do lado das importações, a situação se 
inverte: quanto maior a taxa de câmbio, 
menor a quantidade que as empresas 
desejam importar e menor, portanto, a 
demanda por divisas; quanto menor 
a taxa de câmbio, maior a quantidade 
que as empresas desejam importar e, 
portanto, maior a demanda por divisas. 
A segunda regra do Mercado de Divisas 
é: se a taxa de câmbio aumenta, a 
demanda por divisas diminui, e vice-
versa. Como qualquer curva de 
demanda, a curva de demanda por 
divisas é decrescente em relação ao 
preço, isto é, decrescente em relação à 
taxa de câmbio. 
 
Quando a taxa de câmbio for exatamente igual a ε0, o volume de demanda por 
divisas é exatamente igual ao volume de oferta de divisas e o mercado de divisas 
está em equilíbrio: a quantidade de divisas que os exportadores estão dispostos a 
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vender é exatamente igual à quantidade de divisas que os importadores estão 
dispostos a comprar. 
Suponhamos, agora, que haja 
uma maior procura, pelo 
exterior, dos nossos produtos 
exportados. Os exportadores 
conseguirão preços maiores 
pelos produtos e, portanto, 
mais dólares. Logo, a curva de 
oferta de divisas se desloca 
para a direita pois, a uma 
mesma taxa de câmbio ε0, os 
exportadores desejam ofertar 
mais dólares. Mas, a esta taxa 
de câmbio os importadores 
desejam comprar menos 
dólares. Conseqüentemente, 
sobrarão dólares nas mãos dos 
exportadores, que estarão 
dispostos a vendê-los a uma 
taxa de câmbio menor, ε1, 
que será a nova taxa de 
equilíbrio. 
 
 
Imagine agora que o consumidor 
nacional aumente a demanda por 
bens importados. Então, aos 
mesmos preços os nacionais 
desejam comprar mais produtos 
importados e outros. Isso significa 
que os importadores desejam 
importar mais bens, mesmo a 
preços maiores, ou seja, a curva de 
demanda por divisas se deslocará 
para a direita como na figura ao 
lado. A nova taxa de câmbio de 
equilíbrio será ε1 , maior do que ε0. 
A esta nova taxa de câmbio, a 
quantidade de divisas que os 
importadores desejam comprar será 
exatamente igual à quantidade de 
divisas que os exportadores 
desejam vender. 
 
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A demanda por divisas depende, por outro lado, da renda do país importador. 
Quando cresce a renda nacional, cresce a demanda por todos os bens de economia, 
inclusive a demanda por bens importados. Isso leva a uma expansão das 
necessidades de divisas, para pagar as importações. 
Qual é o efeito de uma inflação interna sobre esse mercado? 
Supondo que haja um processo inflacionário, os exportadores agora recebem a 
mesma quantidade de Reais na conversão dos dólares recebidos do exterior. No 
entanto, o valor “real” da moeda nacional está depreciado, de modo que eles têm 
menos incentivo a exportar. 
Além disso, seus custos de produção aumentaram, fazendo com que o preço do 
produto nacional suba em relação ao estrangeiro. Assim, ocorre uma redução nas 
exportações, levando a curva de oferta de divisas a se deslocar para a esquerda. 
Por outro lado, os importadores agora necessitam comprar de mais dólares, porque a 
demanda pelos produtos importados aumentou, visto que o preço do mesmo em 
relação ao nacional está relativamente menor. 
Assim, aumenta a procura por divisas, e a curva de demanda tende a se deslocar 
para a direita. 
 
Conclusão: quando 
cresce o nível de preços, 
ou seja, quando há 
inflação, diminui a 
oferta de divisas e 
aumenta a demanda por 
divisas, resultando num 
aumento da taxa de 
câmbio. 
 
 
Regimes Cambiais 
Vimos como ocorre a determinação da taxa de câmbio através das forças de 
mercado. Porém, alguns países do mundo adotam taxas de câmbio fixas, isto é, 
as taxas de câmbio são fixadas pelo governo. 
À primeira vista, as taxas de câmbio fixadas pelo mercado, como nos exemplos 
anteriores, parecem fornecer um mecanismo bastante simples de ajuste sem maiores 
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problemas. Entretanto, existem alguns motivos que podem levar o governo a optar 
por um regime de câmbio fixo. Por exemplo, se as elasticidades da demanda e da 
oferta de divisas forem muito baixas, então pequenas alterações na oferta e na 
demanda por divisas levarão a grandes alterações na taxa de câmbio. Vamos analisar 
o gráfico a seguir: 
 
Se a oferta de divisas O se deslocar 
para O’, por causa de um aumento 
nos preços de um produto 
exportado, a taxa de câmbio 
passará a ser ε1, subindo (ε1–ε0). 
Essas grandes alterações na taxa 
de câmbio provocam enormes 
alterações na economia e, se forem 
freqüentes, acabam por ocasionar 
problemas muito graves. 
Imagine se a taxa de câmbio aumentar de repente em 100%. Os preços dos 
produtos importados, como o trigo e a gasolina, subiriam de um dia para outro, 
provocando um aumento considerável nos preços dos transportes e nos preços dos 
alimentos, com repercussões danosas para a população. 
Outra razão para o Governo fixar as taxas de câmbio é a especulação. Se os 
compradores de divisas esperam que a taxa de câmbio se eleve, eles antecipam suas 
compras e compram quantidades maiores, isto é, aumentam a demanda. 
Por outro lado, se os ofertantes acreditam que a taxa de câmbio vai aumentar, eles 
diminuem a sua oferta para vender mais tarde e ter ganhos maiores. 
O resultado é que as expectativas dos compradores e dos vendedores sobre a 
elevação da taxa de câmbio acabam por diminuir a oferta e aumentar a demanda. 
Como conseqüência,a taxa de câmbio efetivamente vai aumentar, produzindo 
assim os efeitos indesejáveis sobre a estabilidade da economia. 
Mesmo com esses argumentos favoráveis ao regime de câmbio fixo, a maior parte 
dos países do mundo tem optado pelo regime de câmbio flutuante. 
A adoção da flutuação cambial é decorrência do forte crescimento do mercado 
financeiro internacional, que torna cada vez mais difícil para as autoridades 
monetárias administrar um regime de câmbio fixo. 
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Essa tendência mundial começou a partir dos anos 70, quando os Estados Unidos 
acabaram com o padrão-ouro, ou seja, a conversibilidade do dólar em ouro. Até 
então, o regime era de câmbio fixo entre as diversas moedas e o dólar, sendo que o 
papel dos Estados Unidos era o de garantir a conversão do dólar que circulava 
internacionalmente em ouro a uma paridade fixa. 
O crescimento do mercado financeiro internacional é a principal causa para 
que um número cada vez maior de países mude para o regime de câmbio flutuante. 
São três os fatores que explicam o rápido crescimento das transações financeiras 
internacionais: 
1. O progresso tecnológico, notadamente nas áreas de telecomunicações e 
informática, o que reduziu substancialmente os custos das transações 
financeiras internacionais. Praticamente se eliminaram as fronteiras nacionais 
para o mercado financeiro. 
2. A desregulamentação do mercado financeiro internacional possibilitou uma 
rápida diversificação de portfólio (carteira de aplicações) no âmbito global. 
Atualmente um administrador de fundos financeiros pode realizar aplicações 
em dezenas de países, tornando possível o fenômeno do "contágio": uma 
crise financeira em um país pode se espalhar para outros países. 
3. As inovações nos instrumentos financeiros, com o aparecimento de novos 
produtos, como por exemplo, o mercado de derivativos (futuros, swaps, 
opções e outros) que passaram a dar ao mercado novas opções de hedge 
(garantia de posições financeiras) ou de especulação. 
Atualmente estima-se que no mercado cambial mundial sejam realizadas transações 
em torno de US $1,5 trilhão, sendo 90% desse total, transações financeiras. A 
entrada e saída de capitais nos diversos países é muito rápida, e em grandes 
montantes, tornando muito mais difícil para as autoridades monetárias 
administrarem o regime de câmbio fixo. 
Quando o câmbio é fixo e a mobilidade de capitais é grande, o Banco Central 
passa a usar um mecanismo de compra e venda de divisas para manter a paridade 
com a moeda nacional. 
Assim, para evitar uma apreciação da moeda nacional, o Banco Central entra no 
mercado comprando divisas, desse modo aumentando o valor destas frente à moeda 
nacional. 
Por outro lado, para evitar uma depreciação da moeda nacional, o Banco Central 
entra no mercado vendendo divisas, desse modo reduzindo o valor das mesmas 
frente à moeda nacional. 
Nos dois casos, a manutenção do câmbio fixo implica na perda da Política 
Monetária. 
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A principal vantagem do regime de câmbio flutuante é criar uma espécie de “escudo 
protetor” para reduzir os efeitos adversos das crescentes turbulências internacionais 
decorrentes da globalização financeira. Dessa forma, se o ambiente externo se 
deteriorar, os impactos serão sobre o câmbio e não na atividade doméstica. 
Por outro lado, com o câmbio flutuante, o Banco Central recupera sua 
política monetária e passa a concentrar suas atenções em metas de inflação ou de 
desemprego, possibilitando um controle mais adequado sobre a economia interna. 
Esse é o regime dominante nos principais países do mundo, adotado também pelo 
Brasil a partir de 1999. 
Existem ainda outros regimes cambiais com algumas características que os situam 
entre o câmbio fixo e o câmbio flutuante. Um deles é o regime de flutuação suja ou 
dirty-floating. 
O princípio básico do dirty-floating é o do regime flutuante, mas, como a 
determinação da taxa de câmbio não se dá necessariamente num mercado 
totalmente livre, do tipo “concorrência perfeita”, o Banco Central deixa que as forças 
de oferta e demanda operem espontaneamente, mas faz uma espécie de “vigilância”, 
para tentar induzir os movimentos desejados da taxa de câmbio. Quando julga 
oportuno, o Banco Central intervém comprando ou vendendo divisas no mercado, 
com isso interferindo nos movimentos da oferta e demanda por divisas. 
Um outro regime desenvolvido no período recente é o das chamadas bandas 
cambiais. Consiste em fixar uma taxa de câmbio ideal e um intervalo admitido de 
variação para cima e para baixo (limites mínimos e máximos para a taxa de câmbio). 
Enquanto a taxa de câmbio estiver dentro do intervalo estipulado, a sua 
determinação segue o sistema flutuante, conforme as forças de mercado. Uma vez 
que um dos limites seja ultrapassado, o Banco Central atua, como se o regime fosse 
de câmbio fixo. 
Ao atingir o limite máximo de desvalorização admitido, o Banco Central interfere no 
mercado, vendendo moeda estrangeira (portanto, ofertando divisas). Ao atingir o 
limite desejado de valorização, O Banco Central interfere no mercado, comprando 
moeda estrangeira (portanto, demandando divisas). Como regra geral, as 
autoridades monetárias executam intervenções dentro dessas margens, antes que os 
limites estipulados sejam atingidos. 
 
Contabilizando as relações com o Exterior: o Balanço de pagamentos 
O balanço de pagamentos é o registro contábil de todas as transações de um 
país com outros países do mundo. Nele são registradas todas as importações, as 
exportações, os fretes pagos a navios estrangeiros, os empréstimos que o país 
recebe em moeda estrangeira, o capital das firmas estrangeiras que abrem filiais no 
país, o capital das firmas estrangeiras que saem do país, etc. 
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Isso quer dizer que, no balanço de pagamentos estão registradas todas as 
compras e vendas de moeda estrangeira. As compras de moedas estrangeiras 
são efetivadas para: 
• Importar mercadorias de outros países; 
• Para pagar serviços prestados por estrangeiros aos nacionais; 
• Para que as firmas estrangeiras possam enviar seus lucros aos países de 
origem; 
• Para pagamento de juros de empréstimos estrangeiros; 
• Para pagamento de royalties e patentes a outras nações do mundo, etc. 
As vendas de moedas estrangeiras são efetivadas: 
• Pelos exportadores que receberam suas receitas em dólares; 
• Pelas firmas estrangeiras que estão montando filiais no país e precisam de 
moeda nacional; 
• Pelas entidades que receberam empréstimos de outros países e precisam 
convertê-los em moeda nacional para realizar seus pagamentos, etc. 
A estrutura geral do balanço de pagamentos pode ser observada no quadro a seguir: 
A) BALANÇA COMERCIAL (mercadorias) 
• Exportações FOB 
• Importações FOB 
B) BALANÇA DE SERVIÇOS 
• Viagens Internacionais (turismo, negócios) 
• Transportes (fretes) 
• Seguros 
• Rendas de Capitais (juros, dividendos e lucros) 
• Serviços diversos (royalties, assistência técnica, aluguéis de equipamentos) 
• Serviços governamentais (embaixadas, consulados, representações no 
exterior) 
C) TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS 
(doações de mercadorias ou mesmo doações monetárias; donativos) 
D) SALDO EM CONTA CORRENTE DO BALANÇO DE PAGAMENTOS = A + B + C 
(ou ainda SALDO DE TRANSAÇÕES CORRENTES)http://www.CARREIRAFISCAL.COM.BR
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E) MOVIMENTO DE CAPITAIS AUTÔNOMOS 
• Investimentos diretos líquidos (instalação de firmas estrangeiras no país) 
• Reinvestimentos (investimentos de uma firma estrangeira já instalada no país) 
• Empréstimos e Financiamentos (de bancos estrangeiros, de curto e longo 
prazo) 
• Amortizações (de empréstimos e financiamentos) 
• Entrada Líquida de outros capitais (capitais especulativos, aplicados no 
mercado financeiro) 
F) ERROS E OMISSÕES 
G) SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (D + E + F) 
H) FINANCIAMENTO DO RESULTADO 
(ou MOVIMENTO DE CAPITAIS COMPENSATÓRIOS) 
• Haveres e obrigações no exterior (variação de reservas) 
• Operações de regularização 
• Atrasados Comerciais 
Deve-se destacar que a soma dos itens do Balanço de Pagamentos deverá 
necessariamente ser igual a zero. Normalmente o item “d” (saldo do balanço de 
pagamentos em transações correntes) deverá ser totalmente compensado pelo item 
“e” (movimento de capitais autônomos). 
Considerando o item “f” (erros e omissões) igual a zero, teremos saldo zero também 
na item “g”. 
 Caso haja déficit no balanço de pagamentos (item “g”) isso representará uma 
redução das reservas internacionais (item “h”), para financiar este déficit. 
Se, pelo contrário, houver superávit no balanço de pagamentos, ocorrerá aumento 
das reservas internacionais. Assim, o resultado da soma “g” + “h” será sempre igual 
a zero. 
O que significa um superávit na balança de Transações Correntes (item “d”)? 
Vamos imaginar que o Brasil tenha exportado para os Estados Unidos mercadorias 
num total de US$ 18 bilhões e tenha importado do mesmo um total de US$ 15 
bilhões. Isso significa que o Brasil gerou uma renda equivalente a US$ 18 bilhões, 
mas sua população só consumiu US$ 15 bilhões (vamos abstrair o mercado interno). 
Por outro lado, os Estados Unidos produziram R$ 15 bilhões, mas sua população 
consumiu um total de US$ 18 bilhões. Portanto, o Brasil produziu mais renda do que 
consumiu, ou seja, realizou poupança no valor de US$ 3 bilhões. Os Estados Unidos, 
por sua vez, produziram menos renda do que consumiram, portanto tiveram que 
financiar esse consumo superior à renda usando poupança externa. 
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Nesse exemplo, o Brasil teve superávit no balanço de pagamentos em 
transações correntes, portanto teve poupança externa negativa em termos 
reais (saíram mais bens do que entraram). O Brasil transferiu parte de sua renda não 
consumida (portanto, poupança) para financiar um consumo maior pelos Estados 
Unidos. 
Por outro lado, os Estados Unidos tiveram déficit no balanço de pagamentos em 
transações correntes, portanto tiveram poupança externa positiva em termos 
reais (entraram mais bens do que saíram). Os Estados Unidos financiaram um 
consumo maior do que sua renda graças à poupança realizada pelo Brasil. 
Vimos anteriormente que: 
I = S + (T - G) + (M - X) 
Onde M – X > 0 é o saldo negativo da balança de transações correntes que é 
somado à poupança interna (privada e pública), permitindo, portanto, um 
investimento maior (estamos considerando somente a entrada e saída de bens, 
portanto supondo a Renda Líquida Enviada ao Exterior igual a zero). 
Muitos países em desenvolvimento apresentam saldo negativo na balança de 
transações correntes. Normalmente, esses países têm um volume de poupanças 
pequeno, já que sua renda é reduzida, e complementam a poupança interna com 
saldo negativo na balança de transações correntes. 
Isso não significa que o saldo negativo seja sempre favorável ao país 
subdesenvolvido. Tudo depende da forma como esse saldo vai ser financiado: 
• Se for compensado pela entrada de capitais estrangeiros, através da 
montagem de empresas no país, mais tarde serão remetidos os lucros dessas 
empresas para o país de origem. Isso não chega a ser um problema muito 
grave no balanço de pagamentos, pois, se houver escassez de divisas para a 
remessa dos lucros, quem pagará pelas taxas de câmbio mais altas serão as 
próprias empresas. 
• Se o saldo negativo for coberto por empréstimos, a situação pode ser mais 
prejudicial, pois os juros desses empréstimos podem se tornar muito altos, 
agravando num período posterior a situação da balança de transações 
correntes. 
De qualquer forma, um saldo negativo na balança de transações correntes 
representa uma transferência de poupanças do resto do mundo para o país. Os 
custos desta transferência podem ser, eventualmente, um maior endividamento 
externo que pode se agravar caso as operações de empréstimos sejam tomadas a 
prazos muito curtos e os juros sejam fixados a taxas muito elevadas. 
 
 
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Determinação da Renda de Equilíbrio numa Economia Aberta 
Veremos agora como fica o modelo IS-LM numa economia aberta, com base no 
conhecido modelo Mundell-Fleming. Veremos como a determinação da renda e da 
taxa de juros é alterada e qual o impacto das políticas econômicas sob diferentes 
regimes cambiais. 
Já sabemos que a curva IS reflete as condições de equilíbrio no mercado de bens e 
serviços, e a curva LM, o equilíbrio no mercado monetário. Nesse modelo, considera-
se o nível de preços constante e todo ajustamento acontece via produto. 
Introduzindo o setor externo, temos a seguinte alteração no mercado de bens e 
serviços (curva IS): 
Y = C + I + G + X - M 
Continuamos com as mesmas especificações anteriores: o consumo varia positiva-
mente com a renda disponível, o investimento varia inversamente com a taxa de 
juros e o gasto público e os impostos são exógenamente determinados. Em relação 
às variáveis do setor externo, teremos: 
X = f (ε , Y*) 
M = f (ε , Y) 
As exportações variam positivamente com a renda do resto do mundo Y* e com a 
taxa de câmbio ε, considerando que um aumento na taxa de câmbio corresponda a 
uma desvalorização da moeda nacional. As importações variam positivamente com a 
renda interna Y, e inversamente com a taxa de câmbio ε. 
Para uma determinada taxa de câmbio e para um certo nível de renda externa, 
teremos um determinado montante de exportações. Qualquer alteração nesses 
parâmetros afetará o volume de exportações e, portanto, o volume de gastos 
autônomos, e, com isso, a posição da curva IS. 
Uma desvalorização da taxa de câmbio torna o produto nacional mais barato, 
estimulando as exportações e desestimulando as importações. Essa melhora no saldo 
em conta corrente desloca a curva IS para a direita. Já uma valorização da taxa de 
câmbio terá o efeito contrário, deslocando a IS para a esquerda. 
A curva LM não será afetada pela presença do setor externo. A demanda por moeda 
depende da renda e da taxa de juros, respondendo positivamente em relação à 
primeira variável e negativamente em relação à segunda. Dada uma certa oferta de 
moeda, a curva LM representará as combinações de Y e i que equilibram esse 
mercado. 
Observe que, com a introdução do setor externo, passamos a ter três variáveis a 
serem determinadas: o nível de renda, a taxa de juros e a taxa de câmbio. 
Para o modelo ter uma solução para essas três variáveis, precisamos impor uma 
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restrição adicional. Vamos considerar o caso de uma pequena economia, que não 
afeta as condições do mercado internacional. 
Isto quer dizer que a capacidade dessa pequena economia de absorver ou de ofertar 
recursos é insignificante diante do tamanho do mercado mundial de capitais, de tal 
modo que sua presença não afeta a taxa de juros internacional. 
Significa que, com perfeita mobilidade de capital, um país pequeno pode financiar 
qualquer déficit de transações correntes ou aplicar seu superávit a uma taxa de juros 
dada pelo mercado internacional; ou seja, o saldo da conta de capital é infinitamente 
elástico em relação à taxa de juros internacional. 
Assim, podemos dizer que, no caso de uma pequena economia aberta, a taxa de 
juros interna i deve necessariamente ser igual à taxa de juros internacional i*, pois 
qualquer diferença levará a uma grande entrada ou saída de capital. Assim, podemos 
acrescentar uma nova equação ao modelo IS-LM: 
i = i*. 
Nesse caso, em que o país tem livre acesso ao mercado internacional de capitais, a 
taxa de juros vigente no país será a determinada pelo mercado internacional. Em 
uma situação como essa, qualquer déficit em transações correntes pode ser 
financiado à taxa de juros vigente no mercado internacional, e qualquer superávit 
pode ser aplicado no exterior a essa mesma taxa de juros. 
Ou seja, nesta situação, o saldo em transações correntes é irrelevante para 
determinar o equilíbrio no balanço de pagamentos (BP), uma vez que sempre haverá 
um movimento de capitais compensatórios a uma taxa de juros estipulada pelo 
mercado internacional. 
Nessa situação de livre mobilidade de capital, a variável relevante para determinar o 
equilíbrio da BP passa a ser a taxa de juros. 
Uma taxa de juros superior à taxa internacional induzirá uma entrada de capitais (um 
grande superávit no balanço de pagamentos), que forçará a igualdade entre as 
taxas; uma taxa inferior levará, por outro lado, a uma saída de capitais, isto é, a 
profundos déficits no balanço de pagamentos. Deste modo, haverá um único nível de 
taxa de juros interna compatível com o equilíbrio externo: 
i = i* 
Assim, teríamos a restrição dada pelo setor externo expressa na curva BP, que 
representa pontos de equilíbrio entre taxa de juros e nível do produto que 
equilibram o balanço de pagamentos, como mostrado na figura a seguir: 
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Pontos acima da curva BP 
significam superávit no balanço 
de pagamentos, e pontos abaixo 
da curva representam déficit. 
Combinando-se esta restrição 
com o modelo IS-LM, podemos 
chegar à determinação da renda 
em uma economia aberta. 
Antes de entrarmos nesse estudo, 
devemos lembrar que, no sistema 
de câmbio fixo, o Banco Central 
intervém no mercado para 
manter em equilíbrio o mercado 
de divisas (reservas 
internacionais). 
Já no regime de câmbio flutuante, o Banco Central não intervém na taxa de 
câmbio. Assim, deve-se definir também qual é o regime cambial vigente. 
No regime de câmbio fixo a oferta de moeda torna-se variável endógena, e no 
regime de câmbio flutuante a taxa de câmbio é endógena. 
 
Tomando-se as três equações: 
IS: Y = C(Yd) + I(i) + G + (X - M) (ε, Y, Y*) 
LM: M/P = L(Y,i) BP: i = i*, 
O equilíbrio da economia acontecerá 
quando o mercado de bens, o 
mercado monetário e a balança de 
pagamentos estiverem 
simultaneamente em equilíbrio, o 
que está ilustrado na figura ao lado. 
A forma de ajustamento da 
economia à situação de 
equilíbrio dependerá do tipo de 
regime cambial vigente. Para 
vermos como acontece o 
ajustamento, analisaremos no tópico 
seguinte a resposta da economia a 
diferentes políticas econômicas. 
 
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Eficácia da política econômica nos dois regimes cambiais 
Consideraremos que a economia esteja inicialmente em uma situação de equilíbrio, 
antes da ocorrência de alguma alteração na política econômica. Vejamos, então, qual 
a eficácia de políticas econômicas alternativas (monetária e fiscal) sobre o nível do 
produto nacional, o que dependerá do tipo de regime cambial. 
1) Câmbio fixo: política monetária expansionista 
Supondo câmbio fixo e livre mobilidade de capitais, qual será o impacto da política 
monetária? 
Considere o caso de uma expansão monetária, por meio da emissão de moeda pelo 
governo. O impacto inicial será o deslocamento na curva LM para a direita, 
pressionando a taxa de juros para baixo. Com perfeita mobilidade de capitais, isso 
induzirá uma fuga massiva de capitais do país, ou seja, um profundo déficit no 
balanço de pagamentos. 
Essa maior demanda por moeda 
estrangeira terá de ser atendida 
pelo Banco Central, que deverá 
se desfazer das reservas 
internacionais para poder manter 
a taxa de câmbio fixa, 
provocando a retração da oferta 
de moeda, até que a LM volte à 
posição original, igualando a taxa 
interna e externa de juros, 
cessando a fuga de capitais. 
 
 
A política monetária é totalmente inoperante neste caso, uma vez que o 
Bacen não tem qualquer controle sobre o agregado monetário, que terá que se 
ajustar para garantir a igualdade entre as taxas de juros. 
 
2) Câmbio fixo: política fiscal expansionista 
Considerando agora uma política fiscal expansionista, teremos: 
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O impacto inicial será um 
deslocamento da IS para a direita, o 
que provocará uma elevação na 
renda e na taxa de juros. 
Com a pressão ascendente na taxa 
de juros interna forçando-a para 
níveis superiores às taxas 
internacionais, haverá uma grande 
entrada de capitais no país 
(superávit no balanço de 
pagamentos) que será adquirida 
pelo Banco Central emitindo moeda, 
o que deslocará a LM para a direita, 
ampliando o efeito expansionista da 
política fiscal. 
 
Percebe-se, então, que a nesse caso a política fiscal é extremamente eficiente 
para afetar o nível de produto. 
Observe que nessa situação, com câmbio fixo e livre mobilidade de capitais, o 
resultado da política fiscal é melhor do que no caso do modelo IS-LM com economia 
fechada, porque não ocorre o efeito-deslocamento, uma vez que a taxa de juros não 
subiu. 
Com livre mobilidade de capital, a taxa de juros interna é ditada pelo mercado 
internacional, e com taxa de câmbio fixa o agregado monetário ajustar-se-á para 
garantir esta igualdade, de modo a poder preservar a taxa de câmbio fixa. Com isso, 
a taxa de juros não se altera em decorrência do maior gasto público (o que se ajusta 
é a quantidade de moeda), não havendo, portanto, redução do investimento. 
 
3) Câmbio flutuante: política monetária expansionista 
Com livre mobilidade de capitais, uma expansão monetária, supondo livre flutuação 
da taxa de câmbio, terá os seguintes impactos: inicialmente a LM se desloca para a 
direita, gerando pressões no sentido de redução da taxa de juros, o que provocará 
um aumento na demanda por moeda estrangeira para remeter capital ao exterior. 
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Essa maior demanda por moeda 
estrangeira provocará a 
desvalorização da moeda nacional, 
ampliando as exportações e 
deslocando a IS para a direita. A 
taxa

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