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METEP_Unidade 03

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METODOLOGIA DA PESQUISA – 
PROJETO DE PESQUISA
Professoras:
Dra. Siderly do Carmo Dahle de Almeida
Dra. Camilla Cocchia Barreto Caetano
Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho 
Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha
Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano
Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Projeto Gráfico Thayla Guimarães 
Designer Educacional Giovana Cardoso 
Editoração Flávia Thaís Pedroso 
Qualidade Textual Ana Caroline de Abreu
DIREÇÃO
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
As imagens utilizadas neste livro foram 
obtidas a partir do site shutterstock.com
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; ALMEIDA, Siderly do Carmo Dahle de; CAETANO, Camilla 
Barreto Rodrigues Cochia.
 
 Metodologia do Ensino. Siderly do Carmo Dahle de Almeida; 
Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
 40 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
 1. Metodologia 2. Ensino. 3. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 001.4 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
01
02
03
sumário
06| IMPORTÂNCIA E CARACTERÍSTICAS DE UM PROJETO DE 
PESQUISA
26| CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS: O ESTUDO DE CASO, A 
PESQUISA-AÇÃO, PESQUISA PARTICIPANTE E COMO FAZER 
ANÁLISE DE DADOS
18| CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS: A PESQUISA 
BIBLIOGRÁFICA, A PESQUISA DOCUMENTAL, A PESQUISA 
EXPERIMENTAL E A PESQUISAS DE CAMPO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 • Demonstrar a importância do projeto de pesquisa.
 • Indicar a estrutura de um bom projeto de pesquisa.
 • Apresentar as etapas que compõe um projeto de pesquisa.
 • Elencar os principais métodos e técnicas de pesquisa.
 • Distinguir os diversos métodos e técnicas que podem ser utilizados para 
coleta de dados em pesquisas.
 • Verificar de que modo os dados coletados podem ser analisados e 
apresentados, quando da publicação dos resultados obtidos.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 • Importância e Características de um Projeto de Pesquisa.
 • Classificação das Pesquisas: a Pesquisa Bibliográfica; a Pesquisa Documental, 
a Pesquisa Experimental e a Pesquisa de Campo.
 • Classificação das Pesquisas: o Estudo de Caso, a Pesquisa-Ação, Pesquisa 
Participante e Como Fazer Análise de Dados.
METODOLOGIA DA PESQUISA – PROJETO DE PESQUISA
INTRODUÇÃO
introdução
Quando decidimos construir uma casa, a primeira coisa que fazemos, com 
certeza, não é ir a uma loja de materiais de construção para comprar os tijolos, a 
areia, o cimento. Passamos muito tempo, às vezes anos, planejando como será a 
nossa casa. Pensamos na disposição dos quartos, da cozinha, do banheiro. Depois 
disso, desenhamos nossa casa, ou buscamos ajuda profissional para isso. Pois 
bem, tal qual conversar com um arquiteto sobre as possibilidades que se tem 
ao pensar na construção de uma casa, desejando que ele desenhe um projeto 
que, ao mesmo tempo em que se pretende a realização do sonho, caiba no 
bolso, o pesquisador, antes de realizar uma pesquisa, precisa desenvolver um 
projeto que contemple suas expectativas e que seja realizável. É o momento 
do planejamento do que se pretende com a realização da pesquisa. 
O projeto não é algo fixo, nem tampouco uma parte do trabalho que possa 
ser publicada. No decorrer da pesquisa, você pode querer alterar seus objetivos, 
enfocando outros temas que melhor evidenciem o que pretende pesquisar, ou 
ainda, escolher outros autores para compor o quadro de referências teóricas, 
fundamentando sua pesquisa. Nessa fase, você fará leituras, análises e escolhas, 
então, toda alteração é possível.
Por outro lado, o projeto não pode jamais ser confundido com o trabalho 
em si: o TCC ou trabalho de conclusão de curso (artigo, monografia, dissertação 
ou tese). O projeto é uma fase da pesquisa, mas não é ele que vai ser publicado, 
divulgado. No trabalho final, por exemplo, não é necessário fazer um capítulo 
de fundamentação ou quadro teórico, porém, é esse quadro desenhado no 
projeto que dará embasamento aos capítulos, permitindo que o leitor defina 
os autores que fundamentaram o trabalho.
Nesta unidade vamos entender como desenhar um bom projeto de pesquisa, 
elencando todos os seus elementos, aprendendo uma forma de iniciar uma 
pesquisa e, principalmente, a não se perder de seu objetivo final.
Pós-Universo 6
importância e 
características 
de um projeto 
de pesquisa
Pós-Universo 7
É o projeto que vai nortear o pesquisador ao longo de todo o processo de pesquisa. 
Ele compõe-se, basicamente, dos seguintes tópicos:
a. Definição do tema.
b. Elaboração dos objetivos.
c. Determinação do problema.
d. Formulação das hipóteses.
e. Explicitação da justificativa.
f. Escolha da metodologia.
g. Fundamentação teórica.
h. Elaboração do cronograma.
Vamos agora verificar de que modo é possível desenvolver cada um desses passos 
e a importância deles para a execução de uma pesquisa.
Definição do Tema
Ao selecionar o tema que pretende pesquisar, algumas competências são imprescindíveis 
ao autor. Vamos enumerar algumas delas:
a. Relação pesquisador x tema: é muito importante que o pesquisador tenha 
alguma intimidade com o tema que pretende pesquisar, caso contrário, não 
sabe nem por onde começar seu trabalho. Portanto, antes de se propor a 
pesquisar qualquer tema, são necessárias muitas leituras e discussões que 
despertem o interesse do pesquisador. Se for um trabalho que demande 
mais tempo, como uma dissertação ou uma tese, caberá ao autor a tarefa 
de se deparar diariamente com livros, reportagens ou artigos, por um ano 
ou mais. Imagine fazer isso sem gostar ou ter intimidade com o assunto 
escolhido?
Pós-Universo 8
b. Curiosidade epistemológica: a curiosidade é o desejo de aprender, de 
descobrir, de saber sobre algum objeto. Para isso, tal “objeto” deve despertar 
o interesse do pesquisador, fazendo-o indagar sobre todos os aspectos que 
o compõe. A epistemologia é a relação que se estabelece entre um sujeito 
e um objeto, ainda que esse objeto seja o próprio sujeito.
c. Pensamento criativo: fazer sempre o mesmo percurso entre a casa e o trabalho, 
por exemplo, não permite a expressão da criatividade, pois o sujeito o faz 
automaticamente. Possibilitar a expressão da criatividade exige se propor 
a pensar um mesmo problema sobre outros prismas, imaginando diversas 
soluções, por mais estranhas que pareçam em um primeiro momento.
d. Honestidade intelectual: ao realizar um trabalho de pesquisa, é necessário 
ser muito fiel aos autores lidos. Sempre que utilizar ideias, textos, conceitos 
de outros autores, esses autores devem obrigatoriamente ser citados, seja 
em forma de paráfrase, seja em forma de citação literal (como veremos 
neste livro mais adiante). Utilizar conceitos de outros autores sem citá-
los é caracterizado como plágio, é um “roubo” de ideias e, como tal, deve 
ser punido. Sabemos o quanto é difícil produzir um texto. Às vezes, nos 
debruçamos por horas sobre um papel em branco para produzir algumas 
poucas linhas. Imagine ver essas linhas que você produziu, assinadas por 
outra pessoa? Nada agradável, não é mesmo?
e. Autocorreção: ao se propor a escrever um texto, é necessário ir refazendo 
a leitura dele durante sua tessitura, para verificar se ficou inteligível, se está 
com as ideias concatenadas, e se faz sentido aoleitor. Por vezes, escrevemos 
para “cumprir protocolo” e acabamos não relendo a produção. Resultado: o 
texto pode ficar truncado, sem sentido para o consumidor final. É preciso 
sempre ter a preocupação em oferecer um texto claro, coeso, coerente e 
lógico.
f. Paciência: dificilmente acertamos na escrita de um texto em uma primeira 
tentativa. Comumente produzimos um parágrafo, lemos, apagamos algumas 
partes, relemos, procuramos outros autores, apagamos tudo, escrevemos 
novamente... É um exercício de paciência e como tal, deve ser respeitado. 
Um texto só é bom o suficiente, quando lemos e gostamos do que foi 
produzido, portanto, nada de pressa. 
Pós-Universo 9
A pesquisa bibliográfica, assim como qualquer tipo de pesquisa, só se faz possível 
a partir da escolha de um tema. Para isso, sugiro aos alunos que “revisitem” suas 
anotações nos cadernos, nos textos lidos, relembrem as aulas dadas e mantenham 
foco naquilo que mais lhes chamou a atenção de tudo o que ouviram ou leram. É aí 
que “mora” o interesse do pesquisador. É necessário haver um vínculo de interesse 
entre o pesquisador e o tema a pesquisar, visto que será necessário um longo período 
de relação entre ambos, necessitando de energia e vontade para cumprir com a 
tarefa proposta.
O orientador do trabalho também desenvolve importante papel, pois é ele quem 
vai dar o caminho que será percorrido pelo aluno. Portanto, orientando e orientador 
devem ser partícipes das mesmas discussões. Gil (2009, p. 60) analisa que: 
 “
Para escolher adequadamente um tema, é necessário ter refletido sobre 
diferentes temas. Assim, algumas perguntas poderão auxiliar nessa escolha, 
tais como: Quais os campos de sua especialidade que mais lhe interessam? 
Quais os temas que mais o instigam? De tudo o que você tem estudo, o que 
lhe dá mais vontade de se aprofundar e pesquisar?
Conforme se observa, é imprescindível que o aluno sinta-se motivado a ler e debater 
sobre o tema escolhido, procurando respostas, esclarecendo conceitos, dirimindo 
dúvidas, e isso se torna muito mais prazeroso, se houver, de fato, interesse pelo 
assunto. Para delimitar um tema, é preciso verificar qual é a abordagem dele que 
mais interessa ao pesquisador e sobre a qual há maior afinidade.
Lembre-se: tema é diferente de título. Claro que os dois, obrigatoriamente, 
estão intrinsicamente relacionados, porém, o título do trabalho pode ser 
atribuído no final, após todo o processo de pesquisa, enquanto o tema é o 
primeiro a ser definido.
reflita
Pós-Universo 10
Elaboração dos Objetivos da 
Pesquisa
Os objetivos propostos para o trabalho de pesquisa é que vão definir o problema 
sobre o qual o autor pretende se debruçar e a forma pela qual pretende encontrar e 
propor soluções. Obrigatoriamente, os objetivos começam com um verbo no infinitivo 
e se dividem em objetivo geral e objetivos específicos.
a. O objetivo geral é aquele que visa determinar a que propósito a pesquisa 
será realizada. Cervo e Bervian (2002, p. 83) alertam que “em pesquisas 
bibliográficas em nível de graduação, os propósitos são essencialmente 
acadêmicos, como mapear, identificar, levantar, diagnosticar, traçar o perfil 
ou historiar determinado assunto”. 
b. Objetivos específicos: nesse caso, deve-se pensar no aprofundamento que 
se deseja dar ao tema. Normalmente, para dar equilíbrio ao trabalho, cada 
objetivo específico, determinado pelo autor, dará origem a um capítulo 
do trabalho. Portanto, é imprescindível pensar estrategicamente em um 
pequeno sumário, ao propor os objetivos específicos.
Outro ponto importante a destacar é que, ao definir os objetivos, devemos pensar 
nos objetivos que pretendemos atingir com aquele trabalho. É muito comum que 
os pesquisadores pouco experientes proponham objetivos práticos impossíveis de 
serem alcançados em um trabalho científico. Por exemplo:
 • Organizar as finanças de uma empresa.
 • Investir para garantia de um futuro estável e próspero.
Sem dúvida, esses dois objetivos são muito relevantes, mas são de ordem prática. 
Um trabalho de pesquisa não consegue atingir tais objetivos. Portanto, mais uma 
vez, a escolha do verbo fará toda a diferença. Procure utilizar verbos como: distinguir, 
conceituar, definir, identificar, propor, sugerir, levantar, mapear, diagnosticar, historiar, 
verificar.
Pós-Universo 11
Determinação do Problema de 
Pesquisa
Após a escolha do tema e dos objetivos a serem desenvolvidos, cabe ao pesquisador 
transformar o tema em um problema para o qual se buscará apontar soluções. O 
tema deve ser passível de questionamento, portanto, o problema deve ser redigido 
em forma de pergunta e estar intimamente relacionado ao objetivo geral que se 
pretende atingir, a partir das leituras e das interferências realizadas pelo pesquisador. 
Importante salientar que a pesquisa científica “tem como objetivo proporcionar 
respostas aos problemas que são propostos”. (GIL, 1999, p. 19).
As perguntas devem ser formuladas de tal forma que haja possibilidade de 
respostas, utilizando a pesquisa. Nunca se passa diretamente da escolha do tema à 
coleta de dados, pois as vantagens da formulação do problema são inegáveis:
a. Delimita, com exatidão, qual tipo de resposta deve ser procurada.
b. Leva o pesquisador a uma reflexão benéfica e proveitosa sobre o assunto.
c. Fixa, frequentemente, roteiros para o inicio do levantamento bibliográfico 
e da coleta de dados.
d. Auxilia, na prática, a escolha de cabeçalhos para o sistema de tomada de 
apontamentos.
e. Discrimina com precisão os apontamentos que serão tomados, isto é, todos 
e tão-somente aqueles que respondem as perguntas formuladas (CERVO; 
BERVIAN, 2003, p. 84).
Pós-Universo 12
Formulação de Hipóteses
A fase de formulação de hipóteses da pesquisa só se faz necessária se o que se pretende 
pesquisar exige uma pesquisa de campo. Em pesquisas de cunho bibliográfico, não 
há a necessidade de se estabelecer hipóteses. 
Cervo e Bervian (2003, p. 86) explicitam que:
 “
Em termos gerais, a hipótese consiste em supor conhecida a verdade ou 
explicação que se busca. Em linguagem científica, a hipótese equivale, 
habitualmente, à suposição verossímil, depois comprovável ou denegável 
pelos fatos, os quais hão de decidir, em última instância, sobre a verdade 
ou falsidade dos fatos que se pretende explicar. Ou a hipótese pode ser a 
suposição de uma causa ou de uma lei destinada a explicar provisoriamente 
um fenômeno até que os fatos venham contradizer ou afirmar.
A função prática das hipóteses é orientar o pesquisador, indicando um caminho a 
percorrer. Sendo uma explicação provisória, deve ser passível de testes e responder, 
ainda que temporariamente, ao problema apontado.
Pós-Universo 13
Explicitação da Justificativa
A justificativa configura a resposta à questão “por quê?”. Nessa fase, é preciso refletir e 
explicitar as razões que levaram o pesquisador a escolher aquele tema, demonstrando 
toda a intimidade e o conforto que o autor tem ao versar sobre esse tema.
Segundo Marconi e Lakatos (2008, p. 221), a justificativa deve se preocupar em 
enfatizar:
 • O estágio em que se encontra a teoria respeitante ao tema.
 • As contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer.
 • Confirmação geral
 • Confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa
 • Especificação para casos particulares
 • Clarificação da teoria
 • Resolução de pontos obscuros etc.
 • Importância do tema do ponto de vista geral.
 • Importância do tema para os casos particulares em questão.
 • Possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo 
tema proposto.
 • Descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares etc.
A justificativa não deve apresentar citações de outros autores, pois ela ancora na 
justificativa pessoal do autor, ressaltando e evidenciando as razões e a importância 
de se pesquisar sobre aquele assunto, buscando convencer o leitor de seus objetivos 
com a realização daqueletrabalho.
Pós-Universo 14
Escolha da Metodologia
Nessa fase do projeto, o autor deve descrever claramente os procedimentos que irá 
realizar, para atingir os resultados propostos nos objetivos.
Algumas questões são fundamentais para a realização de tal fase: definir o tipo 
de pesquisa que se pretende desenvolver, demarcar qual é a população e a amostra 
a ser estudada, descrever como os dados serão coletados e, por fim, apresentar a 
análise detalhada dos dados obtidos.
 • Tipo de pesquisa: deve-se esclarecer se a pesquisa é de natureza exploratória, 
descritiva ou explicativa. Convém, ainda, analisar o tipo de delineamento a 
ser adotado (pesquisa experimental, levantamento, estudo de caso, pesquisa 
bibliográfica etc.).
 • População e amostra: envolve informações acerca do universo a ser estudado, 
da extensão da amostra e da maneira como será selecionada.
 • Coleta de dados: envolve a descrição das técnicas a serem utilizadas para 
coleta de dados. Modelos de questionários, testes ou escalas deverão ser 
incluídos, quando for o caso. Quando a pesquisa envolver técnicas de 
entrevista ou de observação, deverão ser incluídos, nessa parte, também, 
os roteiros a serem seguidos.
 • Análise dos dados: envolve a descrição dos procedimentos a serem adotados, 
tanto para análise quantitativa (por exemplo: testes de hipótese, testes de 
correlação) quanto qualitativa (por exemplo: análise de conteúdo, análise 
de discurso) (GIL, 2009, p. 162).
Após a definição do tipo de pesquisa e da população a ser pesquisada, o autor pode 
se utilizar de diferentes técnicas que possibilitem atingir seu objetivo. As técnicas 
têm a ver com os “procedimentos concretos empregados pelo pesquisador para 
levantar os dados e as informações necessárias para esclarecer o problema que está 
pesquisando” (DENCKER; VIÁ, 2001, p. 37).
Pós-Universo 15
Tais técnicas apresentam, fundamentalmente, dois eixos, a saber, a documentação 
indireta, que envolve a pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica, e a documentação 
direta. De acordo com Marconi e Lakatos (2008, p. 224), a documentação direta se 
subdivide em:
 • Observação direta intensiva, com as técnicas da:
 • Observação: utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da 
realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar 
fatos ou fenômenos que se deseja estudar. Pode ser: sistemática, assistemática; 
participante, não-participante; individual; em equipe, na vida real, em 
laboratório;
 • Entrevista: é uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica; 
proporciona ao entrevistador, verbalmente, a informação necessária. Tipos: 
padronizada ou estruturada, despadronizada ou não estruturada, painel.
 • Observação direta extensiva, apresentando as técnicas:
 • Questionário: constituído por uma série de perguntas que devem ser 
respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador;
 • Formulário: roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e preenchidas 
por ele com as respostas do pesquisado;
 • Análise de conteúdo: permite a descrição sistemática, objetiva e quantitativa 
do conteúdo da comunicação;
 • História de vida: tenta obter dados relativos à “experiência intima” de alguém 
que tenha significado importante para o conhecimento do objeto em estudo.
Definido o tipo de pesquisa, o pesquisador deve descrever detalhadamente a técnica 
e os passos que envolvem sua aplicação, indicando qual é a população e a amostra 
que se vai levantar, como chegou à definição de tal amostra e a forma como os dados 
serão tabulados, representados e, posteriormente, analisados e interpretados.
A análise dos dados busca evidenciar as relações que podem ser compreendidas 
entre o fenômeno que está sendo estudado e outros fatores que direta ou indiretamente 
influenciam o estudo em questão. É nessa fase que as hipóteses já levantadas serão 
refutadas ou confirmadas. Na interpretação, realiza-se uma atividade mais ampla de 
buscar significados às respostas encontradas, relacionando os dados obtidos à teoria 
estudada.
Pós-Universo 16
Para representar os dados, o pesquisador pode optar por tabelas, gráficos, quadros, 
que contribuam tanto para o pesquisador distinguir diferenças e estabelecer relações 
entre os dados, quanto para facilitar a análise de tais dados pelo leitor posteriormente.
Revisão de Bibliografia 
Nessa fase da pesquisa, apresentam-se os pressupostos teóricos que embasam o 
estudo em questão e sobre os quais o pesquisador irá fundamentar tais estudos, 
lembrando que, rigorosamente, nenhuma pesquisa parte do nada ou da estaca zero. 
Os autores lidos e escolhidos para compor a fundamentação teórica impregnarão 
de legitimidade e autoridade a pesquisa, tornando-a “confiável” aos olhos do leitor. 
Segundo Marconi e Lakatos (2008, p. 227), “a citação das principais conclusões a que 
outros autores chegaram permite salientar a contribuição da pesquisa realizada, 
demonstrar contradições ou reafirmar comportamentos e atitudes”. Portanto, é 
imprescindível escolher bem as fontes de pesquisa, levantando autores que se 
debruçaram sobre o assunto escolhido e, portanto, adquiriram autoridade no tema.
A Biblioteca Nacional, o Instituto Moreira Salles, a Pinacoteca do Estado 
de São Paulo e o Itaú Cultural assinaram convênio para a criação do site 
<brasilianaiconografica.art.br>. O evento foi realizado no último dia 2 de 
maio, na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro. O portal será o primeiro da 
internet a reunir as principais coleções brasilianas do país e a disponibilizar 
seu conteúdo e informações sobre a iconografia para o público. O lançamento 
da plataforma está previsto para março de 2017, e inicialmente contará com 
duas mil obras. O presidente da Biblioteca Nacional (BN), Renato Lessa, frisou 
a importância de divulgação do imenso acervo guardado na instituição, 
assim como as iniciativas que vem firmando a Biblioteca como uma das 
pioneiras na área de digitalização e preservação.
Fonte: adaptado de Biblioteca Nacional1.
fatos e dados
Pós-Universo 17
Nessa fase, cabe ao autor identificar as fontes que irão compor o trabalho e que 
ajudarão na busca de possíveis soluções ao problema de pesquisa. As fontes mais 
conhecidas e utilizadas são, por excelência, os livros. 
Elaboração do Cronograma
Ao se elaborar o cronograma da pesquisa, a pergunta fundamental a ser respondida 
é “quando?”. É preciso estabelecer claramente os passos de desenvolvimento da 
pesquisa, atribuindo e prevendo, a cada um, um prazo de execução. Esse cronograma 
pode ser representado por uma tabela do Excel, que indique em suas linhas, as fases 
da pesquisa e em suas colunas, o tempo previsto para execução.
Referências
Liste, no final do projeto, todas as referências que foram utilizadas em sua composição, 
mas apenas aquelas que foram citadas no documento. As demais, aquelas que apenas 
fizemos leituras, mas não trouxemos para o texto, não podem figurar. Consulte as 
normas técnicas para elaboração das referências, colocando-as em ordem alfabética. 
É importante lembrar ainda que a lista vai aumentar na produção da pesquisa, pois 
outras fontes serão consultadas. No último capítulo deste livro, você encontrará 
as normas técnicas para referenciar cada diferente documento que incluir em seu 
trabalho.
Pós-Universo 18
classificação 
das pesquisas: 
a pesquisa 
bibliográfica, 
a pesquisa 
documental, 
a pesquisa 
experimental 
e a pesquisas 
de campo
Pós-Universo 19
As pesquisas são classificadas de acordo com seus objetivos, podendo ser exploratórias, 
descritivas e explicativas. As pesquisas exploratórias se ocupam em agregar maior 
intimidade com o problema em questão, tornando-o mais claro e específico. Elas 
permitem que se considerem diversos aspectos diferentes do foco de estudo. Em 
geral, as pesquisas exploratórias envolvem levantamento bibliográfico e entrevistas 
com pessoas que tiveram ou têm contato com as questões práticas que envolvem 
o problemade pesquisa e permitem a análise de exemplos. 
As pesquisas descritivas têm por escopo descrever características de uma população 
ou de um fenômeno, propondo relações entre as variáveis. Os questionários e as 
observações sistemáticas são técnicas de coletas de dados pertencentes a essa 
classificação de pesquisa.
As pesquisas explicativas buscam identificar as variáveis que determinam 
a ocorrência dos fenômenos, explicando a razão das coisas. Elas se valem quase 
unicamente do método experimental, razão pela qual, nas ciências sociais, ela se 
torna tão difícil. Opta-se, neste caso, por métodos de observação.
Essa classificação permite que se estabeleça qual será o marco teórico da pesquisa 
e, para confrontar teoria e prática, faz-se necessário definir qual é o delineamento da 
pesquisa.
 “
O elemento mais importante para a identificação de um delineamento é o 
procedimento adotado para a coleta de dados. Assim, podem ser definidos 
dois grandes grupos de delineamentos: aqueles que se valem das chamadas 
fontes de “papel” e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No primeiro 
grupo, estão a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. No segundo, 
estão a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post facto, o levantamento e o 
estudo de caso. Neste último grupo, ainda que gerando certa controvérsia, 
podem ser incluídas também a pesquisa-ação e a pesquisa participante (GIL, 
2007, p. 43).
Essa divisão não deve ser engessada, pois muitas pesquisas cabem em mais de um 
modelo, em função de suas características.
Pós-Universo 20
A Pesquisa Bibliográfica
Trata-se de uma pesquisa que envolve toda a bibliografia já compartilhada em 
relação ao tema proposto, tendo por principal objetivo colocar o pesquisador em 
contato com tudo que já foi publicado sobre o assunto. Tal pesquisa envolve a escolha 
do material, um plano de leitura sistemático, acompanhado de um fichamento, 
e, posteriormente, análise e interpretação. Dessa forma, as informações lidas são 
processadas pelo pesquisador e, acrescidas de seus conhecimentos, produzem novas 
reflexões sobre o tema. Essa pesquisa da o suporte necessário para as demais técnicas 
a serem implementadas pelo pesquisador, pois auxilia na demarcação do problema, 
na determinação dos objetivos, na escolha das hipóteses, e na fundamentação teórica 
do estudo. 
O livro é, historicamente e por excelência, a mais importante fonte bibliográfica, 
porém, as publicações periódicas científicas, por serem de mais rápida publicação, 
são indispensáveis. A internet também se tornou forte aliada no oferecimento de 
subsídios para a leitura e a escrita, porém, o pesquisador deve ter muito cuidado na 
escolha do material.
Pesquisa Documental
A particularidade fundamental da pesquisa documental é que a fonte de coleta 
de dados está circunscrita a documentos que instituem o que se designa como 
fontes primárias. Essa técnica permite angariar informações prévias sobre o campo 
de interesse, examinando-se documentos oficiais e jurídicos que apontam para 
informações relevantes. Os documentos oficiais constituem a fonte mais fidedigna 
de dados e cabe ao pesquisador apenas selecionar o que lhe interessa e, apesar de 
não exercer controle sobre a forma como os documentos foram criados, interpretar 
e comparar o material. Já os documentos jurídicos apresentam uma fonte rica de 
informes do ponto de vista sociológico e podem contribuir para melhor apresentar 
o arco sob o qual se circunscreve o campo de estudo desejado.
Pós-Universo 21
Pesquisa Experimental
A pesquisa experimental se remete, em geral, a pesquisas de cunho científico. Nesse 
caso, o pesquisador deve selecionar as variáveis que deseja comparar e testar as 
possíveis relações funcionais, mantendo um grupo de controle. Essa pesquisa, nas 
ciências humanas, é bastante limitada pela dificuldade em se manipular pessoas.
Pesquisas de Campo
As pesquisas de campo são desenvolvidas no local em que acontecem os fenômenos 
a serem pesquisados e ocupam-se de identificar as principais características dos 
indivíduos que compõem esse universo de estudo, por meio de questionamentos 
acerca do problema estudado, sendo analisados quantitativamente e oferecendo 
conclusões a respeito dos dados coletados.
Em geral, não se realiza uma pesquisa com todos os elementos de uma população, 
sendo selecionada, para investigação, uma amostra significativa que compõe o 
universo total.
Para se realizar uma pesquisa de campo, primeiramente, é necessário fazer um 
bom levantamento bibliográfico sobre o tema em questão. Isso ajudará, inclusive, 
na elaboração dos questionários e entrevistas, esclarecendo o objeto de estudo e 
mostrando como está o problema que iremos abordar.
Depois de levantar a fundamentação teórica, estabelecem-se as técnicas 
para a coleta dos dados que permitirão a realização do estudo e a amostra 
que irá representar o universo total. As pesquisas de campo se desdobram 
em diversas técnicas que permitem chegar a um consenso sobre o objeto 
de estudo. 
A pesquisa de campo pode ser realizada por meio das seguintes técnicas:
• Observação direta intensiva.
• Entrevista.
• Questionário.
quadro resumo
Pós-Universo 22
Observação Direta Intensiva
A técnica de observação direta e intensiva exige dois passos essenciais: a observação 
do fenômeno, seguida de entrevista. A observação é utilizada para se obter aspectos da 
realidade, de acordo com os sentidos do observador, de modo a permitir a identificação 
e provas sobre o objetivo do estudo. Ela possibilita que o pesquisador chegue a 
determinadas conclusões, apenas observando o comportamento e as atitudes típicas 
de determinado grupo.
Classifica-se em: observação direta participante e não participante. Na participante, 
como o próprio nome já diz, o pesquisador deve se incorporar ao grupo, misturando-
se a ele e participando das atividades desse grupo. O pesquisador precisa manter a 
objetividade do estudo, buscando não influenciar e nem ser influenciado pelo grupo 
e ainda, ganhar a confiança, fazendo com que os participantes compreendam a 
importância da pesquisa.
Na observação não participante, o pesquisador não se integra ao grupo, 
presenciando, mas não se envolvendo nas situações.
Entrevista
Uma entrevista pressupõe o encontro de duas pessoas em que uma obterá informações 
sobre um assunto a ser pesquisado.
Tipos de entrevistas:
a. Padronizada ou estruturada: é aquela em que o entrevistador segue um 
roteiro previamente estabelecido. As perguntas feitas ao indivíduo são 
predeterminadas. Essa entrevista se realiza de acordo com um formulário 
elaborado e é efetuada, de preferência, com pessoas selecionadas de acordo 
com um plano. 
O motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas 
perguntas, permitindo “que todas elas sejam comparadas com o mesmo 
conjunto de perguntas, e que as diferenças devem refletir diferenças entre 
os respondentes e não diferenças nas perguntas”. (LODI, 1998, p. 16).
O pesquisador não é livre para adaptar suas perguntas à determinada 
situação, de alterar a ordem dos tópicos ou de fazer outras perguntas.
Pós-Universo 23
b. Despadronizada ou não estruturada: o entrevistador tem liberdade para 
desenvolver cada situação, em qualquer direção que considere adequada. É 
uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as 
perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação 
informal. Esse tipo de entrevista, segundo Ander-Egg (1995, p. 110), apresenta 
três modalidades:
 • Entrevista focalizada: há um roteiro de tópicos relativos ao problema que 
se vai estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que 
quiser: sonda razões e motivos, aponta esclarecimentos, não obedecendo, 
a rigor, a uma estrutura formal. Para isso, são necessárias habilidade e 
perspicácia por parte do entrevistador. Em geral, essa entrevista é utilizada 
em estudos de situações de mudança de conduta.• Entrevista clínica: trata-se de estudar os motivos, os sentimentos, a 
conduta das pessoas. Para esse tipo de entrevista, pode ser organizada 
uma série de perguntas específicas.
 • Não dirigida: há liberdade total por parte do entrevistado, que poderá 
expressar suas opiniões e sentimentos. A função do entrevistador é de 
incentivo, levando o informante a falar sobre determinado assunto, sem, 
entretanto, forçá-lo a responder.
c. Painel: consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas 
pessoas, a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. As 
perguntas devem ser formuladas de maneira diversa, para que o entrevistado 
não distorça as respostas com essas repetições (MARCONI; LAKATOS, 2008, 
p.199).
As entrevistas podem ser realizadas com toda a população, não importando se são 
alfabetizados ou não, uma vez que quem elabora as perguntas e anota as respostas é o 
próprio pesquisador. Como as perguntas são realizadas “face a face”, se o entrevistado 
não compreender alguma questão, o entrevistador pode repeti-la, explicando melhor 
o que deseja saber. O pesquisador, além de ouvir as respostas dadas, tem a condição 
de avaliar as atitudes do entrevistado, percebendo reações e gestos que podem 
influenciar nas respostas obtidas. 
Pós-Universo 24
Para obter resultados satisfatórios com a entrevista, cabe ao pesquisador alguns 
cuidados na elaboração das perguntas, portanto, planejamento é essencial. É 
importante também que o pesquisador saiba quem é seu público alvo, para saber 
como agir no momento da conversa, não se esquecendo de marcar antecipadamente 
o dia e a hora da entrevista. É bom esclarecer ao participante que a conversa será 
transcrita na íntegra, porém, sua identidade será preservada. 
Se a pesquisa prevê uma entrevista, faça uma lista das principais ações a serem 
levantadas antes dessa entrevista:
 • Estabeleça contato prévio: primeiramente, converse com o sujeito 
entrevistado, explicando quem é você e a que instituição ou grupo pertence, 
para que servirá a entrevista e o quanto a participação dele será importante. 
Busque a confiança do sujeito, lembrando-se da confidencialidade do 
trabalho, e o estimule a falar a vontade, sem precisar se preocupar com 
uma linguagem culta.
 • Elaboração das questões: as questões devem ser as mesmas aplicadas a todos 
os sujeitos de sua pesquisa e devem responder aos objetivos propostos em 
seu trabalho.
 • Registro das informações: se você puder fazer uso de um gravador, muito 
melhor, assim não correrá o risco de perder informações importantes. Avise 
que a entrevista será gravada, mas que o sigilo quanto aos dados do sujeito 
serão mantidos. Se não puder gravar, deverá anotar tudo o que conseguir, 
porém, na ânsia de escrever tudo que se fala, o pesquisador perde atitudes 
e reações que o sujeito possa ter frente às perguntas. Não tente anotar as 
respostas depois, pois correrá o risco de esquecer ou distorcer o que foi dito.
Questionário
O questionário também é considerado um instrumento de coleta de dados e se 
constitui por perguntas que podem ser respondidas tanto na presença do pesquisador, 
quanto em sua ausência. É muito comum enviar o questionário ao sujeito para que 
ele responda em um momento mais propício. Importante lembrar ao sujeito que 
suas respostas são confidenciais e que ele não sofrerá nenhum prejuízo ao responder.
Pós-Universo 25
Os questionários poupam tempo do pesquisador e podem atingir um volume 
maior de pessoas em diferentes áreas geográficas. Os entrevistados acabam se 
sentido mais a vontade para responder abertamente as questões propostas, pois 
não se expõem em frente a uma pessoa. Como desvantagem, os questionários não 
podem ser respondidos por população analfabeta e se o sujeito tiver dificuldade em 
compreender a questão, pode responder de forma inadequada, alterando o resultado 
final.
Para se elaborar o questionário, é importante que o pesquisador procure maximizar 
cada pergunta, de modo a obter respostas a seus objetivos com o menor número 
de perguntas possível, afinal, ninguém vai querer ficar horas respondendo a um 
questionário com cem perguntas.
É importante realizar um pré-teste do questionário, aplicando-o a uma amostra 
de pessoas, para verificar se esse questionário não causa muitas dúvidas e se não 
apresenta falhas, como ambiguidade ou linguagem inacessível.
De acordo com Marconi e Lakatos (2008, p. 205), os pré-testes também servem 
para verificar se o questionário apresenta três importantes elementos:
 “
a. Fidedignidade. Qualquer pessoa que o aplique obterá sempre os mesmos 
resultados.
b. Validade. Os dados recolhidos são necessários à pesquisa.
c. Operatividade. Vocabulário acessível e significado claro.
O pré-teste permite também a obtenção de uma estimativa sobre os futuros 
resultados.
Em um questionário, as perguntas podem receber três principais classificações: 
perguntas abertas, fechadas e de múltipla escolha. 
Um pesquisador da área de gestão e negócios precisa realizar uma pesquisa 
de satisfação com a clientela que utiliza os produtos de sua empresa. Para 
isso, pensou em um universo com mais de 1000 respondentes, de modo 
a dar confiabilidade às respostas obtidas. No entanto, sentiu-se em dúvida 
quanto à técnica que deveria utilizar. Para um universo assim, seria melhor 
realizar uma entrevista ou aplicar um questionário?
minicaso
Pós-Universo 26
classificação 
das pesquisas: 
o estudo 
de caso, a 
pesquisa-ação,
pesquisa 
participante 
e como fazer 
análise de 
dados
Pós-Universo 27
Dando continuidade a estratégias e técnicas de pesquisa, neste tópico vamos verificar 
como realizar um estudo de caso, uma pesquisa ação e a pesquisa participante. 
Também ao final do tópico, vamos entender como se realiza a análise de dados em 
uma pesquisa.
O estudo de caso é considerado um método qualitativo, que consiste em 
um modo de aprofundar uma unidade individual. Essa “individualidade” 
pode ser entendida como um conjunto de relações, uma comunidade, um 
período de tempo, um programa de televisão, um evento, uma religião, um 
curso, entre outros.
O estudo de caso ajuda no entendimento dos fenômenos, sejam eles 
individuais, processos organizacionais ou ainda políticos, de uma sociedade. 
É um instrumento utilizado para compreender a forma e os motivos que 
levaram a determinada tomada de decisão. 
Fonte: as autoras
atenção
De acordo com Yin (2001), o estudo de caso trata de um estudo empírico, que investiga 
um “fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto de vida real” (YIN, 2001, p. 
32), o qual possibilita averiguar uma realidade, de maneira a retratar e desvendar a 
multiplicidade dos aspectos que permeiam determinada situação. Nesse contexto, 
 “
o pesquisador procura revelar a multiplicidade de dimensões presentes 
em uma determinada situação ou problema, focalizando-o como um todo. 
Esse tipo de abordagem enfatiza a complexidade natural das situações, 
evidenciando a inter-relação dos seus componentes (LUDKE; ANDRÉ, 1986, 
p.19).
Pós-Universo 28
Após a definição da unidade-caso e da determinação do número de casos a serem 
pesquisados, recomenda-se a elaboração do protocolo, que se constitui no documento 
que não apenas contém o instrumento de coleta de dados, mas também define 
a conduta a ser adotada para sua aplicação. O protocolo constitui, pois, uma das 
melhores formas de aumentar a confiabilidade do estudo de caso, e a elaboração 
torna-se mais importante nas pesquisas que envolvem múltiplos casos.
O protocolo, de acordo com Yin (2001, p. 89), inclui as seguintes seções:
 “
a. Visão global do projeto: para informar acerca dos propósitos e cenário em 
que será desenvolvido o estudo de caso. Essa seção pode envolver também 
a literatura referente ao assunto.
b. Procedimentos de campo: que envolvem acesso às organizações ou 
informantes, material e informações gerais sobre procedimentos a serem 
desenvolvidos.
c. Determinação dasquestões: essas questões não são propriamente as que 
deverão ser formuladas aos informantes, mas constituem, essencialmente, 
lembranças acerca das informações que devem ser coletadas e devem estar 
acompanhadas das prováveis fontes de informação.
d. Guia para a elaboração do relatório; esse item é muito importante, pois, 
com frequência, o relatório é elaborado paralelamente à coleta de dados.
A coleta de dados, no estudo de caso, é um processo mais complexo, pois se faz 
necessário adotar mais de uma técnica para garantir a qualidade nos resultados que se 
pretende obter. “Os resultados obtidos no estudo de caso devem ser provenientes da 
convergência ou da divergência das observações obtidas de diferentes procedimentos”. 
(YIN, 2001, p. 36)
Por esse motivo, o estudo de caso torna-se o mais completo método de pesquisa, 
pois envolve diferentes técnicas, como análise documental, entrevistas, observação 
participante, depoimentos e questionários.
Pós-Universo 29
Pesquisa-Ação
A pesquisa-ação é mais flexível e, como o próprio nome já diz, envolve ação do próprio 
pesquisador. Em uma primeira fase, o pesquisador precisa fazer o reconhecimento visual 
do locus da pesquisa, consultando documentos e dialogando com representantes 
das categorias eleitas na pesquisa. Diversas técnicas devem ser adotadas para a coleta 
de dados nesse caso e a mais utilizada é a entrevista, que tanto pode ser aplicada de 
modo coletivo, como individual. Os questionários também são bastante utilizados, 
principalmente quando se trata de um universo grande.
É importante não confundir a pesquisa-ação com um processo individual de 
autoavaliação. 
Pesquisa Participante
A pesquisa participante envolve a participação real do pesquisador que deve se 
incorporar ao grupo que está pesquisando. Ela se aproxima muito da pesquisa-ação. 
Thiollent (1997) analisa que “Toda pesquisa-ação possui um caráter participativo, pelo 
fato de promover ampla interação entre pesquisadores e membros representativos 
da situação investigada. Nela, existe vontade de ação planejada sobre os problemas 
detectados na fase investigada” (p. 21). O autor afirma que, no caso da Pesquisa 
Participante, alguns partidários dessa técnica não veem a necessidade de “objetivação 
e divulgação da informação ou do conhecimento”, atribuindo, também, a relação da 
pesquisa-ação com o fato do termo ser utilizado internacionalmente para “designar 
um tipo de intervenção psicossociológica no contexto organizacional (…), segundo 
uma visão operacional sem perspectiva crítica ou conscientizadora” (THIOLLENT, 
1997, p. 21). 
O plano de ação da pesquisa participante envolve:
 “
a. Ações que possibilitem a análise mais adequada do problema estudado.
b. Ações que possibilitem melhoria imediata da situação em nível local.
c. Ações que possibilitem melhoria a médio ou longo prazo em nível local 
ou mais amplo (GIL, 2009, p. 52).
Pós-Universo 30
A pesquisa participante não acaba com a elaboração de um relatório, mas sim com 
um plano de ação que pode dar início a uma nova pesquisa. Os resultados não são 
conclusivos e tendem a gerar outros problemas que exigirão novas ações.
Análise de Conteúdo
A análise de conteúdo é uma metodologia de seleção, tratamento e análise, a partir 
de informações relevantes, constantes em documentos, de modo a compreender o 
sentido dos textos ali inseridos. Envolve o conteúdo das mensagens, buscando atribuir 
significado para elas. A técnica de análise de conteúdo, proposta por Laurence Bardin 
(2000), compreende as seguintes fases: a pré-análise (leitura flutuante, escolha dos 
documentos, preparação do material e referenciação dos índices e a elaboração dos 
indicadores), a exploração do material e o tratamento dos resultados, a inferência e a 
interpretação. O estudioso que trabalha seus dados a partir da análise de conteúdo está 
sempre em busca de um texto por trás de outro, um texto que não está aparente em 
uma primeira leitura e que necessita de uma técnica diferenciada para ser desvendado, 
relido, revisto.
Diferença entre análise documental e análise de conteúdo
A análise documental se ocupa de documentos, enquanto a análise de 
conteúdo se ocupa de mensagens que podem estar em uma notícia de 
jornal, em um filme, em uma música, em uma imagem, entre outros.
A análise documental tem por objetivo representar resumidamente uma 
informação para consulta ou armazenagem. A análise de conteúdo tem 
por objetivo a manipulação de mensagens, evidenciando indicadores que 
possibilitam inferências sobre determinada realidade, que não propriamente 
a da mensagem.
Fonte: as autoras
saiba mais 
Pós-Universo 31
Análise de Dados
Após a escolha da técnica e a realização da coleta de dados, esses dados devem 
ser organizados de modo sistemático para posterior publicação. Antes, porém, da 
análise e interpretação destes, seguem-se os seguintes passos: seleção, codificação 
e tabulação.
Na seleção, os dados são criteriosamente analisados, com o objetivo de se verificar 
se não houve nenhuma falha que leve a conclusões distorcidas, incompletas ou 
confusas, prejudicando o resultado final da pesquisa. Nessa análise, é possível apontar 
se houve excesso de informação ou se os dados foram insuficientes. Se for preciso, 
pode-se retornar ao campo de pesquisa, para reaplicar o instrumento escolhido.
Na segunda fase, que é a codificação, os dados são transformados em símbolos, 
que podem ser contados ou introduzidos em uma tabela. Primeiramente, os dados 
devem ser classificados em categorias e após, atribui-se um código, transformando 
o que é qualitativo em quantitativo, ou seja, algo que se possa contabilizar.
Na última fase, que é a tabulação, devem-se dispor os dados em tabelas, permitindo 
visualizar as inter-relações obtidas entre os dados. É a síntese dos dados representados 
graficamente, oferecendo melhor compreensão e interpretação.
Após a manipulação dos dados e obtenção dos resultados, segue a análise e 
interpretação desses resultados, sendo essas o núcleo da pesquisa.
De acordo com Marconi e Lakatos (2008, p. 170), a elaboração da análise, 
propriamente dita, é realizada em três níveis:
 “
a. Interpretação. Verificação das relações entre as variáveis independentes e 
dependentes, e da variável interveniente (anterior a dependente e posterior 
à independente), a fim de ampliar os conhecimentos sobre o fenômeno 
(variável dependente).
b. Explicação. Esclarecimento sobre a origem da variável dependente 
e necessidade de encontrar a variável antecedente (anterior às variáveis 
independente e dependente).
c. Especificação. Explicitação sobre até que ponto as relações entre as variáveis 
independente e dependente são válidas (como, onde e quando).
Pós-Universo 32
A interpretação inclui uma atividade de caráter intelectual, que busca atribuir significado 
às respostas obtidas, estabelecendo elos com outros conhecimentos subjacentes. 
Nessa fase, é importante que o pesquisador estabeleça ligação entre os dados obtidos 
com a teoria lida e exposta na fundamentação teórica do trabalho.
Após a interpretação dos dados, é o momento de verificar de que forma eles 
ilustrarão o trabalho final. Pode-se optar por tabelas e gráficos que vão destacar as 
principais classificações do material estudado. Quanto mais simples e objetivo, melhor. 
O importante é que se apresentem bem as ideias e as relações estabelecidas. 
Os gráficos devem evidenciar os dados de modo claro ao leitor. São utilizados para 
acentuar os destaques que se deseja à pesquisa e a um só olhar, permitem descrição 
do fenômeno pesquisado.
Você sabe a diferença entre quadro e tabela?
As tabelas são construídas a partir de dados obtidos pelo próprio pesquisador, 
utilizando números absolutos ou porcentagens. Elas não possuem as linhas 
verticais laterais exteriores, que as fechariam como um quadro. Os quadros 
são elaborados com base em dados obtidos em outras fontes e devem ser 
fechados nas laterais. Os quadrosnão necessariamente requerem números 
para representação dos dados.
Fonte: as autoras
saiba mais 
Observamos que a ciência se constitui por meio da aplicação de métodos e técnicas, 
fundamentados em sólida fundamentação teórica. Fazer ciência não se reduz a 
coletar dados em entrevistas e questionários, nem tampouco a leitura e cópia de 
documentos escritos por outros autores. Fazer ciência envolve conhecimento prévio, 
busca de informações novas, leitura de autores que se consagraram na área, exposição 
de dados obtidos por meio de técnicas específicas, interpretação desses dados à 
luz de novas concepções, comparações, novas leituras, proposições e construção 
de novos conhecimentos que não podem e nem devem ser um fim em si mesmas. 
Nenhum conhecimento está pronto, novas lacunas devem surgir, novas propostas, 
novos olhares. 
Pós-Universo 33
Considerações Finais 
Nesta unidade observamos a importância do projeto de pesquisa para a construção 
da pesquisa em si, tendo em vista que, quando bem feito, auxilia o pesquisador 
na busca pelas respostas que deseja em seu trabalho. No primeiro tópico desta 
unidade, verificamos então que, para fazer um projeto de pesquisa, é necessário 
pensar primeiramente em um tema que tenha profundo vínculo com o pesquisador, 
sob pena do mesmo se desinteressar pelo tema caso não seja de seu real interesse. 
Sequencialmente, observamos a necessidade de se estabelecer um problema de 
pesquisa que deve ser grafado em forma de pergunta e que deve ser respondido ao 
final do trabalho. Sobre o problema, constrói-se o objetivo geral. Estes dois elementos 
precisam estar muito bem conectados, pois o objetivo só é atingido caso a pergunta de 
pesquisa seja respondida. Observamos ainda a importância dos objetivos específicos, 
da justificativa da pesquisa, da fundamentação teórica e das metodologias.
Quanto às metodologias, vimos que os métodos científicos podem ser conceituados 
como uma série de passos a percorrer, tendo como objetivo chegar a um conhecimento 
científico e transmiti-lo aos outros, lembrando-se da importância de disseminar o 
conhecimento adquirido. Também buscamos esclarecer as possibilidades de fontes 
para fundamentar as respostas que buscamos em nosso estudo, revendo a estrutura 
pensada e anunciada no projeto de pesquisa. Essas ideias servirão como roteiro para 
que melhor se desenvolva a atividade investigativa. 
Por fim, além de oferecer perspectivas para a busca das informações que irão 
compor a pesquisa, estejam elas disponíveis em livros, bases de dados online e na 
própria internet, a unidade apresentou os passos para a elaboração do projeto de 
pesquisa, assim como, de que forma apresentar os tópicos que compõem um projeto 
de pesquisa.
atividades de estudo
1. Ao selecionar o tema que pretende pesquisar, algumas competências se fazem 
imprescindíveis ao pesquisador. Entre essas competências, podemos citar:
I) Relação pesquisador x tema.
II) Curiosidade epistemológica.
III) Pensamento criativo.
IV) Honestidade intelectual.
a) Apenas as alternativas I e II estão corretas.
b) Apenas as alternativas I e III estão corretas
c) Apenas as alternativas II e IV estão corretas.
d) Apenas as alternativas I, III e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.
2. Após a escolha do tema e dos objetivos a serem desenvolvidos, cabe ao pesquisador 
transformar o tema em um problema para o qual se buscará apontar soluções. Sobre 
o problema, é correto afirmar que:
I) O problema deve ser redigido em forma de pergunta e estar intimamente 
relacionado ao objetivo geral que se pretende atingir.
II) Obrigatoriamente o problema começa com um verbo no infinitivo.
III) O problema delimita, com exatidão, qual tipo de resposta deve ser procurada.
IV) Só se faz necessário estabelecer um problema para a pesquisa se houver pesquisa 
de campo. 
a) Apenas as alternativas I e II estão corretas.
b) Apenas as alternativas II e IV estão corretas.
c) Apenas as alternativas I e III estão corretas.
d) Todas as alternativas estão corretas.
e) Nenhuma alternativa está correta
relato de caso
Maria Helena era aluna de um curso de pós-graduação na área de gestão na modalidade a 
distância e sabia que, ao final do curso, deveria construir um artigo científico. Escolheu então um 
tema que apreciava e começou a juntar material sobre o assunto. Ao assistir as aulas entendeu 
que, antes de iniciar suas pesquisas, precisava construir um projeto; A princípio, sentiu-se bem 
reticente, afinal, precisaria então fazer dois trabalhos: o projeto e a pesquisa. Tratou de investigar 
se não poderia partir direto para a escrita do trabalho final, conversando com a orientadora que 
lhe foi designada. Argumentou que já sabia o que queria pesquisar e que seria perda de tempo 
fazer dois trabalhos. Com a resposta entendeu o porquê da construção do projeto e também 
compreendeu que escrever o projeto não seria um trabalho “jogado fora” como anteriormente 
pensara. O projeto daria origem à introdução de seu artigo, lembrando que toda a introdução 
deve conter prioritariamente qual o objetivo da pesquisa, como ela se justifica, que autores serão 
usados para dar o embasamento teórico, qual a metodologia empregada para dar conta de 
encontrar as respostas para o trabalho. Se tudo isso já foi anteriormente definido passo a passo no 
projeto de pesquisa, no momento de construir a introdução do trabalho, é preciso apenas trazer 
estes tópicos todos do projeto, escritos de modo dissertativo para a construção dos parágrafos 
introdutórios. Além disso, com um projeto bem feito, basta seguir o que está ali planejado. O 
trabalho final tem muito mais chance de ser bem sucedido, além de poupar tempo e energia do 
pesquisador. Seguindo passo a passo o que foi estabelecido no projeto, as chances de erro, de 
atraso ou de falha por parte do pesquisador se reduzem a quase nada, tendo em vista que tudo 
já foi anteriormente previsto.
Fonte: as autoras.
resumo
Nesta unidade buscamos refletir sobre a importância da elaboração do projeto de pesquisa como 
um mapa para que o pesquisador obtenha sucesso em seus estudos. Para isso, elencamos os 
principais tópicos que compõe um projeto de pesquisa, a saber: tema, problema, objetivo geral, 
objetivos específicos, formulação de hipóteses, justificativa, fundamentação teórica, metodologia, 
cronograma e referências. Evidenciamos que o projeto de pesquisa não é o trabalho final, aquele 
que pode ser publicado, avaliado, enfim, entregue como trabalho de conclusão de curso, seja 
na forma de artigo, monografia, dissertação ou tese. O projeto é o desenho deste trabalho de 
conclusão de curso e tudo nele deve estar bem delimitado e pensado. Vimos acerca da importância 
do tema de pesquisa estar muito alinhado ao perfil do pesquisador, uma vez que o mesmo deverá 
se debruçar sobre este tema por um longo período, até concluir o trabalho em si. Verificamos que 
o problema deve ser colocado em forma de pergunta a ser respondida, ou seja, ao final deste, é 
necessário um ponto de interrogação. O objetivo geral deve ser redigido contendo as mesmas 
categorias de palavras que o problema, pois para alcançar o objetivo do trabalho, necessariamente 
a pergunta de pesquisa deverá ser respondida. Os objetivos devem sempre começar com um 
verbo no infinitivo. Esclarecemos que a justificativa deve ser pessoal, prática e teórica, apresentando 
os reais motivos que levaram o pesquisador a discutir tal tema. Observamos ainda as principais 
técnicas e estratégias de pesquisa, entre elas a pesquisa bibliográfica, a pesquisa de campo, a 
pesquisa documental, a pesquisa experimental, o estudo de caso, a pesquisa-ação, a pesquisa 
participante, e ainda, como realizar a análise dos dados obtidos no decorrer da pesquisa, seja 
por meio de questionários, observações ou entrevista, ressaltando as principais vantagens e 
desvantagens de cada uma destas técnicas.
material complementarMetodologia Científica
Autor: Marina de Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos
Editora: Atlas
Sinopse: A Metodologia Científica, mais do que uma disciplina, significa 
introduzir o discente no mundo dos procedimentos sistemáticos e 
racionais, base da formação tanto do estudioso quanto do profissional, 
pois ambos atuam, além da prática, no mundo das ideias. Podemos afirmar até: a prática nasce 
da concepção sobre o que deve ser realizado e qualquer tomada de decisão fundamenta-
se naquilo que se afigura como o mais lógico, racional, eficiente e eficaz. Desse modo, a 
condensação da trilogia - Metodologia científica, Técnicas de pesquisa e Metodologia do 
trabalho científico - nesta obra, procura suprir uma necessidade existente em nossa bibliografia, 
ou seja, um trabalho que sintetize, ao mesmo tempo, procedimentos didáticos, fundamentos 
para trabalhos escolares, de final de curso e científicos, relatórios e memorandos, assim como 
sirva de base para a atividade profissional que, por definição, precisa ser ordenada, metódica 
e lógica.
Comentário: esta obra é fundamental para o pesquisador iniciante, pois aborda temas que vão 
da construção do projeto de pesquisa até estratégias, técnicas e métodos mais conhecidos, 
detalhadamente explicados. O texto é claro, escrito de modo simples e atinge seu objetivo 
que é ser um auxiliar na construção desde trabalhos escolares até textos mais elaborados.
referências
ANDER-EGG, E. Introdução ao trabalho social. Petrópolis: Vozes, 1995.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. São 
Paulo: MacGraw-Hill, 2003.
DENCKER, A. D. F. M.; VIÁ, S. C. D. Pesquisa empírica em ciências humanas (com ênfase em 
comunicação). São Paulo: Futura, 2001.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
______. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
LODI, J. B. A entrevista: teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Pioneira, 1998.
LÜDKE, M.; A. M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Pedagógica e 
Universitária, 1986.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: 
Atlas, 2009.
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 12. ed. São Paulo: Cortez, 1997.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001.
REFERÊNCIA ON-LINE
1 Em: <www.bn.br>. Acesso em: 12 jun. 2016.
resolução de exercícios
1. e) Todas as alternativas estão corretas.
2. c) Apenas as alternativas I e III estão corretas.
	importância e características de um projeto de pesquisa

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