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METODOLOGIA DA PESQUISA – PROJETO DE PESQUISA Professoras: Dra. Siderly do Carmo Dahle de Almeida Dra. Camilla Cocchia Barreto Caetano Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Giovana Cardoso Editoração Flávia Thaís Pedroso Qualidade Textual Ana Caroline de Abreu DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; ALMEIDA, Siderly do Carmo Dahle de; CAETANO, Camilla Barreto Rodrigues Cochia. Metodologia do Ensino. Siderly do Carmo Dahle de Almeida; Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 40 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Metodologia 2. Ensino. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 001.4 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 06| IMPORTÂNCIA E CARACTERÍSTICAS DE UM PROJETO DE PESQUISA 26| CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS: O ESTUDO DE CASO, A PESQUISA-AÇÃO, PESQUISA PARTICIPANTE E COMO FAZER ANÁLISE DE DADOS 18| CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS: A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA, A PESQUISA DOCUMENTAL, A PESQUISA EXPERIMENTAL E A PESQUISAS DE CAMPO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Demonstrar a importância do projeto de pesquisa. • Indicar a estrutura de um bom projeto de pesquisa. • Apresentar as etapas que compõe um projeto de pesquisa. • Elencar os principais métodos e técnicas de pesquisa. • Distinguir os diversos métodos e técnicas que podem ser utilizados para coleta de dados em pesquisas. • Verificar de que modo os dados coletados podem ser analisados e apresentados, quando da publicação dos resultados obtidos. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Importância e Características de um Projeto de Pesquisa. • Classificação das Pesquisas: a Pesquisa Bibliográfica; a Pesquisa Documental, a Pesquisa Experimental e a Pesquisa de Campo. • Classificação das Pesquisas: o Estudo de Caso, a Pesquisa-Ação, Pesquisa Participante e Como Fazer Análise de Dados. METODOLOGIA DA PESQUISA – PROJETO DE PESQUISA INTRODUÇÃO introdução Quando decidimos construir uma casa, a primeira coisa que fazemos, com certeza, não é ir a uma loja de materiais de construção para comprar os tijolos, a areia, o cimento. Passamos muito tempo, às vezes anos, planejando como será a nossa casa. Pensamos na disposição dos quartos, da cozinha, do banheiro. Depois disso, desenhamos nossa casa, ou buscamos ajuda profissional para isso. Pois bem, tal qual conversar com um arquiteto sobre as possibilidades que se tem ao pensar na construção de uma casa, desejando que ele desenhe um projeto que, ao mesmo tempo em que se pretende a realização do sonho, caiba no bolso, o pesquisador, antes de realizar uma pesquisa, precisa desenvolver um projeto que contemple suas expectativas e que seja realizável. É o momento do planejamento do que se pretende com a realização da pesquisa. O projeto não é algo fixo, nem tampouco uma parte do trabalho que possa ser publicada. No decorrer da pesquisa, você pode querer alterar seus objetivos, enfocando outros temas que melhor evidenciem o que pretende pesquisar, ou ainda, escolher outros autores para compor o quadro de referências teóricas, fundamentando sua pesquisa. Nessa fase, você fará leituras, análises e escolhas, então, toda alteração é possível. Por outro lado, o projeto não pode jamais ser confundido com o trabalho em si: o TCC ou trabalho de conclusão de curso (artigo, monografia, dissertação ou tese). O projeto é uma fase da pesquisa, mas não é ele que vai ser publicado, divulgado. No trabalho final, por exemplo, não é necessário fazer um capítulo de fundamentação ou quadro teórico, porém, é esse quadro desenhado no projeto que dará embasamento aos capítulos, permitindo que o leitor defina os autores que fundamentaram o trabalho. Nesta unidade vamos entender como desenhar um bom projeto de pesquisa, elencando todos os seus elementos, aprendendo uma forma de iniciar uma pesquisa e, principalmente, a não se perder de seu objetivo final. Pós-Universo 6 importância e características de um projeto de pesquisa Pós-Universo 7 É o projeto que vai nortear o pesquisador ao longo de todo o processo de pesquisa. Ele compõe-se, basicamente, dos seguintes tópicos: a. Definição do tema. b. Elaboração dos objetivos. c. Determinação do problema. d. Formulação das hipóteses. e. Explicitação da justificativa. f. Escolha da metodologia. g. Fundamentação teórica. h. Elaboração do cronograma. Vamos agora verificar de que modo é possível desenvolver cada um desses passos e a importância deles para a execução de uma pesquisa. Definição do Tema Ao selecionar o tema que pretende pesquisar, algumas competências são imprescindíveis ao autor. Vamos enumerar algumas delas: a. Relação pesquisador x tema: é muito importante que o pesquisador tenha alguma intimidade com o tema que pretende pesquisar, caso contrário, não sabe nem por onde começar seu trabalho. Portanto, antes de se propor a pesquisar qualquer tema, são necessárias muitas leituras e discussões que despertem o interesse do pesquisador. Se for um trabalho que demande mais tempo, como uma dissertação ou uma tese, caberá ao autor a tarefa de se deparar diariamente com livros, reportagens ou artigos, por um ano ou mais. Imagine fazer isso sem gostar ou ter intimidade com o assunto escolhido? Pós-Universo 8 b. Curiosidade epistemológica: a curiosidade é o desejo de aprender, de descobrir, de saber sobre algum objeto. Para isso, tal “objeto” deve despertar o interesse do pesquisador, fazendo-o indagar sobre todos os aspectos que o compõe. A epistemologia é a relação que se estabelece entre um sujeito e um objeto, ainda que esse objeto seja o próprio sujeito. c. Pensamento criativo: fazer sempre o mesmo percurso entre a casa e o trabalho, por exemplo, não permite a expressão da criatividade, pois o sujeito o faz automaticamente. Possibilitar a expressão da criatividade exige se propor a pensar um mesmo problema sobre outros prismas, imaginando diversas soluções, por mais estranhas que pareçam em um primeiro momento. d. Honestidade intelectual: ao realizar um trabalho de pesquisa, é necessário ser muito fiel aos autores lidos. Sempre que utilizar ideias, textos, conceitos de outros autores, esses autores devem obrigatoriamente ser citados, seja em forma de paráfrase, seja em forma de citação literal (como veremos neste livro mais adiante). Utilizar conceitos de outros autores sem citá- los é caracterizado como plágio, é um “roubo” de ideias e, como tal, deve ser punido. Sabemos o quanto é difícil produzir um texto. Às vezes, nos debruçamos por horas sobre um papel em branco para produzir algumas poucas linhas. Imagine ver essas linhas que você produziu, assinadas por outra pessoa? Nada agradável, não é mesmo? e. Autocorreção: ao se propor a escrever um texto, é necessário ir refazendo a leitura dele durante sua tessitura, para verificar se ficou inteligível, se está com as ideias concatenadas, e se faz sentido aoleitor. Por vezes, escrevemos para “cumprir protocolo” e acabamos não relendo a produção. Resultado: o texto pode ficar truncado, sem sentido para o consumidor final. É preciso sempre ter a preocupação em oferecer um texto claro, coeso, coerente e lógico. f. Paciência: dificilmente acertamos na escrita de um texto em uma primeira tentativa. Comumente produzimos um parágrafo, lemos, apagamos algumas partes, relemos, procuramos outros autores, apagamos tudo, escrevemos novamente... É um exercício de paciência e como tal, deve ser respeitado. Um texto só é bom o suficiente, quando lemos e gostamos do que foi produzido, portanto, nada de pressa. Pós-Universo 9 A pesquisa bibliográfica, assim como qualquer tipo de pesquisa, só se faz possível a partir da escolha de um tema. Para isso, sugiro aos alunos que “revisitem” suas anotações nos cadernos, nos textos lidos, relembrem as aulas dadas e mantenham foco naquilo que mais lhes chamou a atenção de tudo o que ouviram ou leram. É aí que “mora” o interesse do pesquisador. É necessário haver um vínculo de interesse entre o pesquisador e o tema a pesquisar, visto que será necessário um longo período de relação entre ambos, necessitando de energia e vontade para cumprir com a tarefa proposta. O orientador do trabalho também desenvolve importante papel, pois é ele quem vai dar o caminho que será percorrido pelo aluno. Portanto, orientando e orientador devem ser partícipes das mesmas discussões. Gil (2009, p. 60) analisa que: “ Para escolher adequadamente um tema, é necessário ter refletido sobre diferentes temas. Assim, algumas perguntas poderão auxiliar nessa escolha, tais como: Quais os campos de sua especialidade que mais lhe interessam? Quais os temas que mais o instigam? De tudo o que você tem estudo, o que lhe dá mais vontade de se aprofundar e pesquisar? Conforme se observa, é imprescindível que o aluno sinta-se motivado a ler e debater sobre o tema escolhido, procurando respostas, esclarecendo conceitos, dirimindo dúvidas, e isso se torna muito mais prazeroso, se houver, de fato, interesse pelo assunto. Para delimitar um tema, é preciso verificar qual é a abordagem dele que mais interessa ao pesquisador e sobre a qual há maior afinidade. Lembre-se: tema é diferente de título. Claro que os dois, obrigatoriamente, estão intrinsicamente relacionados, porém, o título do trabalho pode ser atribuído no final, após todo o processo de pesquisa, enquanto o tema é o primeiro a ser definido. reflita Pós-Universo 10 Elaboração dos Objetivos da Pesquisa Os objetivos propostos para o trabalho de pesquisa é que vão definir o problema sobre o qual o autor pretende se debruçar e a forma pela qual pretende encontrar e propor soluções. Obrigatoriamente, os objetivos começam com um verbo no infinitivo e se dividem em objetivo geral e objetivos específicos. a. O objetivo geral é aquele que visa determinar a que propósito a pesquisa será realizada. Cervo e Bervian (2002, p. 83) alertam que “em pesquisas bibliográficas em nível de graduação, os propósitos são essencialmente acadêmicos, como mapear, identificar, levantar, diagnosticar, traçar o perfil ou historiar determinado assunto”. b. Objetivos específicos: nesse caso, deve-se pensar no aprofundamento que se deseja dar ao tema. Normalmente, para dar equilíbrio ao trabalho, cada objetivo específico, determinado pelo autor, dará origem a um capítulo do trabalho. Portanto, é imprescindível pensar estrategicamente em um pequeno sumário, ao propor os objetivos específicos. Outro ponto importante a destacar é que, ao definir os objetivos, devemos pensar nos objetivos que pretendemos atingir com aquele trabalho. É muito comum que os pesquisadores pouco experientes proponham objetivos práticos impossíveis de serem alcançados em um trabalho científico. Por exemplo: • Organizar as finanças de uma empresa. • Investir para garantia de um futuro estável e próspero. Sem dúvida, esses dois objetivos são muito relevantes, mas são de ordem prática. Um trabalho de pesquisa não consegue atingir tais objetivos. Portanto, mais uma vez, a escolha do verbo fará toda a diferença. Procure utilizar verbos como: distinguir, conceituar, definir, identificar, propor, sugerir, levantar, mapear, diagnosticar, historiar, verificar. Pós-Universo 11 Determinação do Problema de Pesquisa Após a escolha do tema e dos objetivos a serem desenvolvidos, cabe ao pesquisador transformar o tema em um problema para o qual se buscará apontar soluções. O tema deve ser passível de questionamento, portanto, o problema deve ser redigido em forma de pergunta e estar intimamente relacionado ao objetivo geral que se pretende atingir, a partir das leituras e das interferências realizadas pelo pesquisador. Importante salientar que a pesquisa científica “tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”. (GIL, 1999, p. 19). As perguntas devem ser formuladas de tal forma que haja possibilidade de respostas, utilizando a pesquisa. Nunca se passa diretamente da escolha do tema à coleta de dados, pois as vantagens da formulação do problema são inegáveis: a. Delimita, com exatidão, qual tipo de resposta deve ser procurada. b. Leva o pesquisador a uma reflexão benéfica e proveitosa sobre o assunto. c. Fixa, frequentemente, roteiros para o inicio do levantamento bibliográfico e da coleta de dados. d. Auxilia, na prática, a escolha de cabeçalhos para o sistema de tomada de apontamentos. e. Discrimina com precisão os apontamentos que serão tomados, isto é, todos e tão-somente aqueles que respondem as perguntas formuladas (CERVO; BERVIAN, 2003, p. 84). Pós-Universo 12 Formulação de Hipóteses A fase de formulação de hipóteses da pesquisa só se faz necessária se o que se pretende pesquisar exige uma pesquisa de campo. Em pesquisas de cunho bibliográfico, não há a necessidade de se estabelecer hipóteses. Cervo e Bervian (2003, p. 86) explicitam que: “ Em termos gerais, a hipótese consiste em supor conhecida a verdade ou explicação que se busca. Em linguagem científica, a hipótese equivale, habitualmente, à suposição verossímil, depois comprovável ou denegável pelos fatos, os quais hão de decidir, em última instância, sobre a verdade ou falsidade dos fatos que se pretende explicar. Ou a hipótese pode ser a suposição de uma causa ou de uma lei destinada a explicar provisoriamente um fenômeno até que os fatos venham contradizer ou afirmar. A função prática das hipóteses é orientar o pesquisador, indicando um caminho a percorrer. Sendo uma explicação provisória, deve ser passível de testes e responder, ainda que temporariamente, ao problema apontado. Pós-Universo 13 Explicitação da Justificativa A justificativa configura a resposta à questão “por quê?”. Nessa fase, é preciso refletir e explicitar as razões que levaram o pesquisador a escolher aquele tema, demonstrando toda a intimidade e o conforto que o autor tem ao versar sobre esse tema. Segundo Marconi e Lakatos (2008, p. 221), a justificativa deve se preocupar em enfatizar: • O estágio em que se encontra a teoria respeitante ao tema. • As contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer. • Confirmação geral • Confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa • Especificação para casos particulares • Clarificação da teoria • Resolução de pontos obscuros etc. • Importância do tema do ponto de vista geral. • Importância do tema para os casos particulares em questão. • Possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo tema proposto. • Descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares etc. A justificativa não deve apresentar citações de outros autores, pois ela ancora na justificativa pessoal do autor, ressaltando e evidenciando as razões e a importância de se pesquisar sobre aquele assunto, buscando convencer o leitor de seus objetivos com a realização daqueletrabalho. Pós-Universo 14 Escolha da Metodologia Nessa fase do projeto, o autor deve descrever claramente os procedimentos que irá realizar, para atingir os resultados propostos nos objetivos. Algumas questões são fundamentais para a realização de tal fase: definir o tipo de pesquisa que se pretende desenvolver, demarcar qual é a população e a amostra a ser estudada, descrever como os dados serão coletados e, por fim, apresentar a análise detalhada dos dados obtidos. • Tipo de pesquisa: deve-se esclarecer se a pesquisa é de natureza exploratória, descritiva ou explicativa. Convém, ainda, analisar o tipo de delineamento a ser adotado (pesquisa experimental, levantamento, estudo de caso, pesquisa bibliográfica etc.). • População e amostra: envolve informações acerca do universo a ser estudado, da extensão da amostra e da maneira como será selecionada. • Coleta de dados: envolve a descrição das técnicas a serem utilizadas para coleta de dados. Modelos de questionários, testes ou escalas deverão ser incluídos, quando for o caso. Quando a pesquisa envolver técnicas de entrevista ou de observação, deverão ser incluídos, nessa parte, também, os roteiros a serem seguidos. • Análise dos dados: envolve a descrição dos procedimentos a serem adotados, tanto para análise quantitativa (por exemplo: testes de hipótese, testes de correlação) quanto qualitativa (por exemplo: análise de conteúdo, análise de discurso) (GIL, 2009, p. 162). Após a definição do tipo de pesquisa e da população a ser pesquisada, o autor pode se utilizar de diferentes técnicas que possibilitem atingir seu objetivo. As técnicas têm a ver com os “procedimentos concretos empregados pelo pesquisador para levantar os dados e as informações necessárias para esclarecer o problema que está pesquisando” (DENCKER; VIÁ, 2001, p. 37). Pós-Universo 15 Tais técnicas apresentam, fundamentalmente, dois eixos, a saber, a documentação indireta, que envolve a pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica, e a documentação direta. De acordo com Marconi e Lakatos (2008, p. 224), a documentação direta se subdivide em: • Observação direta intensiva, com as técnicas da: • Observação: utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar. Pode ser: sistemática, assistemática; participante, não-participante; individual; em equipe, na vida real, em laboratório; • Entrevista: é uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistador, verbalmente, a informação necessária. Tipos: padronizada ou estruturada, despadronizada ou não estruturada, painel. • Observação direta extensiva, apresentando as técnicas: • Questionário: constituído por uma série de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador; • Formulário: roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e preenchidas por ele com as respostas do pesquisado; • Análise de conteúdo: permite a descrição sistemática, objetiva e quantitativa do conteúdo da comunicação; • História de vida: tenta obter dados relativos à “experiência intima” de alguém que tenha significado importante para o conhecimento do objeto em estudo. Definido o tipo de pesquisa, o pesquisador deve descrever detalhadamente a técnica e os passos que envolvem sua aplicação, indicando qual é a população e a amostra que se vai levantar, como chegou à definição de tal amostra e a forma como os dados serão tabulados, representados e, posteriormente, analisados e interpretados. A análise dos dados busca evidenciar as relações que podem ser compreendidas entre o fenômeno que está sendo estudado e outros fatores que direta ou indiretamente influenciam o estudo em questão. É nessa fase que as hipóteses já levantadas serão refutadas ou confirmadas. Na interpretação, realiza-se uma atividade mais ampla de buscar significados às respostas encontradas, relacionando os dados obtidos à teoria estudada. Pós-Universo 16 Para representar os dados, o pesquisador pode optar por tabelas, gráficos, quadros, que contribuam tanto para o pesquisador distinguir diferenças e estabelecer relações entre os dados, quanto para facilitar a análise de tais dados pelo leitor posteriormente. Revisão de Bibliografia Nessa fase da pesquisa, apresentam-se os pressupostos teóricos que embasam o estudo em questão e sobre os quais o pesquisador irá fundamentar tais estudos, lembrando que, rigorosamente, nenhuma pesquisa parte do nada ou da estaca zero. Os autores lidos e escolhidos para compor a fundamentação teórica impregnarão de legitimidade e autoridade a pesquisa, tornando-a “confiável” aos olhos do leitor. Segundo Marconi e Lakatos (2008, p. 227), “a citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a contribuição da pesquisa realizada, demonstrar contradições ou reafirmar comportamentos e atitudes”. Portanto, é imprescindível escolher bem as fontes de pesquisa, levantando autores que se debruçaram sobre o assunto escolhido e, portanto, adquiriram autoridade no tema. A Biblioteca Nacional, o Instituto Moreira Salles, a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Itaú Cultural assinaram convênio para a criação do site <brasilianaiconografica.art.br>. O evento foi realizado no último dia 2 de maio, na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro. O portal será o primeiro da internet a reunir as principais coleções brasilianas do país e a disponibilizar seu conteúdo e informações sobre a iconografia para o público. O lançamento da plataforma está previsto para março de 2017, e inicialmente contará com duas mil obras. O presidente da Biblioteca Nacional (BN), Renato Lessa, frisou a importância de divulgação do imenso acervo guardado na instituição, assim como as iniciativas que vem firmando a Biblioteca como uma das pioneiras na área de digitalização e preservação. Fonte: adaptado de Biblioteca Nacional1. fatos e dados Pós-Universo 17 Nessa fase, cabe ao autor identificar as fontes que irão compor o trabalho e que ajudarão na busca de possíveis soluções ao problema de pesquisa. As fontes mais conhecidas e utilizadas são, por excelência, os livros. Elaboração do Cronograma Ao se elaborar o cronograma da pesquisa, a pergunta fundamental a ser respondida é “quando?”. É preciso estabelecer claramente os passos de desenvolvimento da pesquisa, atribuindo e prevendo, a cada um, um prazo de execução. Esse cronograma pode ser representado por uma tabela do Excel, que indique em suas linhas, as fases da pesquisa e em suas colunas, o tempo previsto para execução. Referências Liste, no final do projeto, todas as referências que foram utilizadas em sua composição, mas apenas aquelas que foram citadas no documento. As demais, aquelas que apenas fizemos leituras, mas não trouxemos para o texto, não podem figurar. Consulte as normas técnicas para elaboração das referências, colocando-as em ordem alfabética. É importante lembrar ainda que a lista vai aumentar na produção da pesquisa, pois outras fontes serão consultadas. No último capítulo deste livro, você encontrará as normas técnicas para referenciar cada diferente documento que incluir em seu trabalho. Pós-Universo 18 classificação das pesquisas: a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental, a pesquisa experimental e a pesquisas de campo Pós-Universo 19 As pesquisas são classificadas de acordo com seus objetivos, podendo ser exploratórias, descritivas e explicativas. As pesquisas exploratórias se ocupam em agregar maior intimidade com o problema em questão, tornando-o mais claro e específico. Elas permitem que se considerem diversos aspectos diferentes do foco de estudo. Em geral, as pesquisas exploratórias envolvem levantamento bibliográfico e entrevistas com pessoas que tiveram ou têm contato com as questões práticas que envolvem o problemade pesquisa e permitem a análise de exemplos. As pesquisas descritivas têm por escopo descrever características de uma população ou de um fenômeno, propondo relações entre as variáveis. Os questionários e as observações sistemáticas são técnicas de coletas de dados pertencentes a essa classificação de pesquisa. As pesquisas explicativas buscam identificar as variáveis que determinam a ocorrência dos fenômenos, explicando a razão das coisas. Elas se valem quase unicamente do método experimental, razão pela qual, nas ciências sociais, ela se torna tão difícil. Opta-se, neste caso, por métodos de observação. Essa classificação permite que se estabeleça qual será o marco teórico da pesquisa e, para confrontar teoria e prática, faz-se necessário definir qual é o delineamento da pesquisa. “ O elemento mais importante para a identificação de um delineamento é o procedimento adotado para a coleta de dados. Assim, podem ser definidos dois grandes grupos de delineamentos: aqueles que se valem das chamadas fontes de “papel” e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No primeiro grupo, estão a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. No segundo, estão a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post facto, o levantamento e o estudo de caso. Neste último grupo, ainda que gerando certa controvérsia, podem ser incluídas também a pesquisa-ação e a pesquisa participante (GIL, 2007, p. 43). Essa divisão não deve ser engessada, pois muitas pesquisas cabem em mais de um modelo, em função de suas características. Pós-Universo 20 A Pesquisa Bibliográfica Trata-se de uma pesquisa que envolve toda a bibliografia já compartilhada em relação ao tema proposto, tendo por principal objetivo colocar o pesquisador em contato com tudo que já foi publicado sobre o assunto. Tal pesquisa envolve a escolha do material, um plano de leitura sistemático, acompanhado de um fichamento, e, posteriormente, análise e interpretação. Dessa forma, as informações lidas são processadas pelo pesquisador e, acrescidas de seus conhecimentos, produzem novas reflexões sobre o tema. Essa pesquisa da o suporte necessário para as demais técnicas a serem implementadas pelo pesquisador, pois auxilia na demarcação do problema, na determinação dos objetivos, na escolha das hipóteses, e na fundamentação teórica do estudo. O livro é, historicamente e por excelência, a mais importante fonte bibliográfica, porém, as publicações periódicas científicas, por serem de mais rápida publicação, são indispensáveis. A internet também se tornou forte aliada no oferecimento de subsídios para a leitura e a escrita, porém, o pesquisador deve ter muito cuidado na escolha do material. Pesquisa Documental A particularidade fundamental da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está circunscrita a documentos que instituem o que se designa como fontes primárias. Essa técnica permite angariar informações prévias sobre o campo de interesse, examinando-se documentos oficiais e jurídicos que apontam para informações relevantes. Os documentos oficiais constituem a fonte mais fidedigna de dados e cabe ao pesquisador apenas selecionar o que lhe interessa e, apesar de não exercer controle sobre a forma como os documentos foram criados, interpretar e comparar o material. Já os documentos jurídicos apresentam uma fonte rica de informes do ponto de vista sociológico e podem contribuir para melhor apresentar o arco sob o qual se circunscreve o campo de estudo desejado. Pós-Universo 21 Pesquisa Experimental A pesquisa experimental se remete, em geral, a pesquisas de cunho científico. Nesse caso, o pesquisador deve selecionar as variáveis que deseja comparar e testar as possíveis relações funcionais, mantendo um grupo de controle. Essa pesquisa, nas ciências humanas, é bastante limitada pela dificuldade em se manipular pessoas. Pesquisas de Campo As pesquisas de campo são desenvolvidas no local em que acontecem os fenômenos a serem pesquisados e ocupam-se de identificar as principais características dos indivíduos que compõem esse universo de estudo, por meio de questionamentos acerca do problema estudado, sendo analisados quantitativamente e oferecendo conclusões a respeito dos dados coletados. Em geral, não se realiza uma pesquisa com todos os elementos de uma população, sendo selecionada, para investigação, uma amostra significativa que compõe o universo total. Para se realizar uma pesquisa de campo, primeiramente, é necessário fazer um bom levantamento bibliográfico sobre o tema em questão. Isso ajudará, inclusive, na elaboração dos questionários e entrevistas, esclarecendo o objeto de estudo e mostrando como está o problema que iremos abordar. Depois de levantar a fundamentação teórica, estabelecem-se as técnicas para a coleta dos dados que permitirão a realização do estudo e a amostra que irá representar o universo total. As pesquisas de campo se desdobram em diversas técnicas que permitem chegar a um consenso sobre o objeto de estudo. A pesquisa de campo pode ser realizada por meio das seguintes técnicas: • Observação direta intensiva. • Entrevista. • Questionário. quadro resumo Pós-Universo 22 Observação Direta Intensiva A técnica de observação direta e intensiva exige dois passos essenciais: a observação do fenômeno, seguida de entrevista. A observação é utilizada para se obter aspectos da realidade, de acordo com os sentidos do observador, de modo a permitir a identificação e provas sobre o objetivo do estudo. Ela possibilita que o pesquisador chegue a determinadas conclusões, apenas observando o comportamento e as atitudes típicas de determinado grupo. Classifica-se em: observação direta participante e não participante. Na participante, como o próprio nome já diz, o pesquisador deve se incorporar ao grupo, misturando- se a ele e participando das atividades desse grupo. O pesquisador precisa manter a objetividade do estudo, buscando não influenciar e nem ser influenciado pelo grupo e ainda, ganhar a confiança, fazendo com que os participantes compreendam a importância da pesquisa. Na observação não participante, o pesquisador não se integra ao grupo, presenciando, mas não se envolvendo nas situações. Entrevista Uma entrevista pressupõe o encontro de duas pessoas em que uma obterá informações sobre um assunto a ser pesquisado. Tipos de entrevistas: a. Padronizada ou estruturada: é aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido. As perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas. Essa entrevista se realiza de acordo com um formulário elaborado e é efetuada, de preferência, com pessoas selecionadas de acordo com um plano. O motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas, permitindo “que todas elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas, e que as diferenças devem refletir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas”. (LODI, 1998, p. 16). O pesquisador não é livre para adaptar suas perguntas à determinada situação, de alterar a ordem dos tópicos ou de fazer outras perguntas. Pós-Universo 23 b. Despadronizada ou não estruturada: o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação, em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal. Esse tipo de entrevista, segundo Ander-Egg (1995, p. 110), apresenta três modalidades: • Entrevista focalizada: há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que quiser: sonda razões e motivos, aponta esclarecimentos, não obedecendo, a rigor, a uma estrutura formal. Para isso, são necessárias habilidade e perspicácia por parte do entrevistador. Em geral, essa entrevista é utilizada em estudos de situações de mudança de conduta.• Entrevista clínica: trata-se de estudar os motivos, os sentimentos, a conduta das pessoas. Para esse tipo de entrevista, pode ser organizada uma série de perguntas específicas. • Não dirigida: há liberdade total por parte do entrevistado, que poderá expressar suas opiniões e sentimentos. A função do entrevistador é de incentivo, levando o informante a falar sobre determinado assunto, sem, entretanto, forçá-lo a responder. c. Painel: consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas, a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. As perguntas devem ser formuladas de maneira diversa, para que o entrevistado não distorça as respostas com essas repetições (MARCONI; LAKATOS, 2008, p.199). As entrevistas podem ser realizadas com toda a população, não importando se são alfabetizados ou não, uma vez que quem elabora as perguntas e anota as respostas é o próprio pesquisador. Como as perguntas são realizadas “face a face”, se o entrevistado não compreender alguma questão, o entrevistador pode repeti-la, explicando melhor o que deseja saber. O pesquisador, além de ouvir as respostas dadas, tem a condição de avaliar as atitudes do entrevistado, percebendo reações e gestos que podem influenciar nas respostas obtidas. Pós-Universo 24 Para obter resultados satisfatórios com a entrevista, cabe ao pesquisador alguns cuidados na elaboração das perguntas, portanto, planejamento é essencial. É importante também que o pesquisador saiba quem é seu público alvo, para saber como agir no momento da conversa, não se esquecendo de marcar antecipadamente o dia e a hora da entrevista. É bom esclarecer ao participante que a conversa será transcrita na íntegra, porém, sua identidade será preservada. Se a pesquisa prevê uma entrevista, faça uma lista das principais ações a serem levantadas antes dessa entrevista: • Estabeleça contato prévio: primeiramente, converse com o sujeito entrevistado, explicando quem é você e a que instituição ou grupo pertence, para que servirá a entrevista e o quanto a participação dele será importante. Busque a confiança do sujeito, lembrando-se da confidencialidade do trabalho, e o estimule a falar a vontade, sem precisar se preocupar com uma linguagem culta. • Elaboração das questões: as questões devem ser as mesmas aplicadas a todos os sujeitos de sua pesquisa e devem responder aos objetivos propostos em seu trabalho. • Registro das informações: se você puder fazer uso de um gravador, muito melhor, assim não correrá o risco de perder informações importantes. Avise que a entrevista será gravada, mas que o sigilo quanto aos dados do sujeito serão mantidos. Se não puder gravar, deverá anotar tudo o que conseguir, porém, na ânsia de escrever tudo que se fala, o pesquisador perde atitudes e reações que o sujeito possa ter frente às perguntas. Não tente anotar as respostas depois, pois correrá o risco de esquecer ou distorcer o que foi dito. Questionário O questionário também é considerado um instrumento de coleta de dados e se constitui por perguntas que podem ser respondidas tanto na presença do pesquisador, quanto em sua ausência. É muito comum enviar o questionário ao sujeito para que ele responda em um momento mais propício. Importante lembrar ao sujeito que suas respostas são confidenciais e que ele não sofrerá nenhum prejuízo ao responder. Pós-Universo 25 Os questionários poupam tempo do pesquisador e podem atingir um volume maior de pessoas em diferentes áreas geográficas. Os entrevistados acabam se sentido mais a vontade para responder abertamente as questões propostas, pois não se expõem em frente a uma pessoa. Como desvantagem, os questionários não podem ser respondidos por população analfabeta e se o sujeito tiver dificuldade em compreender a questão, pode responder de forma inadequada, alterando o resultado final. Para se elaborar o questionário, é importante que o pesquisador procure maximizar cada pergunta, de modo a obter respostas a seus objetivos com o menor número de perguntas possível, afinal, ninguém vai querer ficar horas respondendo a um questionário com cem perguntas. É importante realizar um pré-teste do questionário, aplicando-o a uma amostra de pessoas, para verificar se esse questionário não causa muitas dúvidas e se não apresenta falhas, como ambiguidade ou linguagem inacessível. De acordo com Marconi e Lakatos (2008, p. 205), os pré-testes também servem para verificar se o questionário apresenta três importantes elementos: “ a. Fidedignidade. Qualquer pessoa que o aplique obterá sempre os mesmos resultados. b. Validade. Os dados recolhidos são necessários à pesquisa. c. Operatividade. Vocabulário acessível e significado claro. O pré-teste permite também a obtenção de uma estimativa sobre os futuros resultados. Em um questionário, as perguntas podem receber três principais classificações: perguntas abertas, fechadas e de múltipla escolha. Um pesquisador da área de gestão e negócios precisa realizar uma pesquisa de satisfação com a clientela que utiliza os produtos de sua empresa. Para isso, pensou em um universo com mais de 1000 respondentes, de modo a dar confiabilidade às respostas obtidas. No entanto, sentiu-se em dúvida quanto à técnica que deveria utilizar. Para um universo assim, seria melhor realizar uma entrevista ou aplicar um questionário? minicaso Pós-Universo 26 classificação das pesquisas: o estudo de caso, a pesquisa-ação, pesquisa participante e como fazer análise de dados Pós-Universo 27 Dando continuidade a estratégias e técnicas de pesquisa, neste tópico vamos verificar como realizar um estudo de caso, uma pesquisa ação e a pesquisa participante. Também ao final do tópico, vamos entender como se realiza a análise de dados em uma pesquisa. O estudo de caso é considerado um método qualitativo, que consiste em um modo de aprofundar uma unidade individual. Essa “individualidade” pode ser entendida como um conjunto de relações, uma comunidade, um período de tempo, um programa de televisão, um evento, uma religião, um curso, entre outros. O estudo de caso ajuda no entendimento dos fenômenos, sejam eles individuais, processos organizacionais ou ainda políticos, de uma sociedade. É um instrumento utilizado para compreender a forma e os motivos que levaram a determinada tomada de decisão. Fonte: as autoras atenção De acordo com Yin (2001), o estudo de caso trata de um estudo empírico, que investiga um “fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto de vida real” (YIN, 2001, p. 32), o qual possibilita averiguar uma realidade, de maneira a retratar e desvendar a multiplicidade dos aspectos que permeiam determinada situação. Nesse contexto, “ o pesquisador procura revelar a multiplicidade de dimensões presentes em uma determinada situação ou problema, focalizando-o como um todo. Esse tipo de abordagem enfatiza a complexidade natural das situações, evidenciando a inter-relação dos seus componentes (LUDKE; ANDRÉ, 1986, p.19). Pós-Universo 28 Após a definição da unidade-caso e da determinação do número de casos a serem pesquisados, recomenda-se a elaboração do protocolo, que se constitui no documento que não apenas contém o instrumento de coleta de dados, mas também define a conduta a ser adotada para sua aplicação. O protocolo constitui, pois, uma das melhores formas de aumentar a confiabilidade do estudo de caso, e a elaboração torna-se mais importante nas pesquisas que envolvem múltiplos casos. O protocolo, de acordo com Yin (2001, p. 89), inclui as seguintes seções: “ a. Visão global do projeto: para informar acerca dos propósitos e cenário em que será desenvolvido o estudo de caso. Essa seção pode envolver também a literatura referente ao assunto. b. Procedimentos de campo: que envolvem acesso às organizações ou informantes, material e informações gerais sobre procedimentos a serem desenvolvidos. c. Determinação dasquestões: essas questões não são propriamente as que deverão ser formuladas aos informantes, mas constituem, essencialmente, lembranças acerca das informações que devem ser coletadas e devem estar acompanhadas das prováveis fontes de informação. d. Guia para a elaboração do relatório; esse item é muito importante, pois, com frequência, o relatório é elaborado paralelamente à coleta de dados. A coleta de dados, no estudo de caso, é um processo mais complexo, pois se faz necessário adotar mais de uma técnica para garantir a qualidade nos resultados que se pretende obter. “Os resultados obtidos no estudo de caso devem ser provenientes da convergência ou da divergência das observações obtidas de diferentes procedimentos”. (YIN, 2001, p. 36) Por esse motivo, o estudo de caso torna-se o mais completo método de pesquisa, pois envolve diferentes técnicas, como análise documental, entrevistas, observação participante, depoimentos e questionários. Pós-Universo 29 Pesquisa-Ação A pesquisa-ação é mais flexível e, como o próprio nome já diz, envolve ação do próprio pesquisador. Em uma primeira fase, o pesquisador precisa fazer o reconhecimento visual do locus da pesquisa, consultando documentos e dialogando com representantes das categorias eleitas na pesquisa. Diversas técnicas devem ser adotadas para a coleta de dados nesse caso e a mais utilizada é a entrevista, que tanto pode ser aplicada de modo coletivo, como individual. Os questionários também são bastante utilizados, principalmente quando se trata de um universo grande. É importante não confundir a pesquisa-ação com um processo individual de autoavaliação. Pesquisa Participante A pesquisa participante envolve a participação real do pesquisador que deve se incorporar ao grupo que está pesquisando. Ela se aproxima muito da pesquisa-ação. Thiollent (1997) analisa que “Toda pesquisa-ação possui um caráter participativo, pelo fato de promover ampla interação entre pesquisadores e membros representativos da situação investigada. Nela, existe vontade de ação planejada sobre os problemas detectados na fase investigada” (p. 21). O autor afirma que, no caso da Pesquisa Participante, alguns partidários dessa técnica não veem a necessidade de “objetivação e divulgação da informação ou do conhecimento”, atribuindo, também, a relação da pesquisa-ação com o fato do termo ser utilizado internacionalmente para “designar um tipo de intervenção psicossociológica no contexto organizacional (…), segundo uma visão operacional sem perspectiva crítica ou conscientizadora” (THIOLLENT, 1997, p. 21). O plano de ação da pesquisa participante envolve: “ a. Ações que possibilitem a análise mais adequada do problema estudado. b. Ações que possibilitem melhoria imediata da situação em nível local. c. Ações que possibilitem melhoria a médio ou longo prazo em nível local ou mais amplo (GIL, 2009, p. 52). Pós-Universo 30 A pesquisa participante não acaba com a elaboração de um relatório, mas sim com um plano de ação que pode dar início a uma nova pesquisa. Os resultados não são conclusivos e tendem a gerar outros problemas que exigirão novas ações. Análise de Conteúdo A análise de conteúdo é uma metodologia de seleção, tratamento e análise, a partir de informações relevantes, constantes em documentos, de modo a compreender o sentido dos textos ali inseridos. Envolve o conteúdo das mensagens, buscando atribuir significado para elas. A técnica de análise de conteúdo, proposta por Laurence Bardin (2000), compreende as seguintes fases: a pré-análise (leitura flutuante, escolha dos documentos, preparação do material e referenciação dos índices e a elaboração dos indicadores), a exploração do material e o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. O estudioso que trabalha seus dados a partir da análise de conteúdo está sempre em busca de um texto por trás de outro, um texto que não está aparente em uma primeira leitura e que necessita de uma técnica diferenciada para ser desvendado, relido, revisto. Diferença entre análise documental e análise de conteúdo A análise documental se ocupa de documentos, enquanto a análise de conteúdo se ocupa de mensagens que podem estar em uma notícia de jornal, em um filme, em uma música, em uma imagem, entre outros. A análise documental tem por objetivo representar resumidamente uma informação para consulta ou armazenagem. A análise de conteúdo tem por objetivo a manipulação de mensagens, evidenciando indicadores que possibilitam inferências sobre determinada realidade, que não propriamente a da mensagem. Fonte: as autoras saiba mais Pós-Universo 31 Análise de Dados Após a escolha da técnica e a realização da coleta de dados, esses dados devem ser organizados de modo sistemático para posterior publicação. Antes, porém, da análise e interpretação destes, seguem-se os seguintes passos: seleção, codificação e tabulação. Na seleção, os dados são criteriosamente analisados, com o objetivo de se verificar se não houve nenhuma falha que leve a conclusões distorcidas, incompletas ou confusas, prejudicando o resultado final da pesquisa. Nessa análise, é possível apontar se houve excesso de informação ou se os dados foram insuficientes. Se for preciso, pode-se retornar ao campo de pesquisa, para reaplicar o instrumento escolhido. Na segunda fase, que é a codificação, os dados são transformados em símbolos, que podem ser contados ou introduzidos em uma tabela. Primeiramente, os dados devem ser classificados em categorias e após, atribui-se um código, transformando o que é qualitativo em quantitativo, ou seja, algo que se possa contabilizar. Na última fase, que é a tabulação, devem-se dispor os dados em tabelas, permitindo visualizar as inter-relações obtidas entre os dados. É a síntese dos dados representados graficamente, oferecendo melhor compreensão e interpretação. Após a manipulação dos dados e obtenção dos resultados, segue a análise e interpretação desses resultados, sendo essas o núcleo da pesquisa. De acordo com Marconi e Lakatos (2008, p. 170), a elaboração da análise, propriamente dita, é realizada em três níveis: “ a. Interpretação. Verificação das relações entre as variáveis independentes e dependentes, e da variável interveniente (anterior a dependente e posterior à independente), a fim de ampliar os conhecimentos sobre o fenômeno (variável dependente). b. Explicação. Esclarecimento sobre a origem da variável dependente e necessidade de encontrar a variável antecedente (anterior às variáveis independente e dependente). c. Especificação. Explicitação sobre até que ponto as relações entre as variáveis independente e dependente são válidas (como, onde e quando). Pós-Universo 32 A interpretação inclui uma atividade de caráter intelectual, que busca atribuir significado às respostas obtidas, estabelecendo elos com outros conhecimentos subjacentes. Nessa fase, é importante que o pesquisador estabeleça ligação entre os dados obtidos com a teoria lida e exposta na fundamentação teórica do trabalho. Após a interpretação dos dados, é o momento de verificar de que forma eles ilustrarão o trabalho final. Pode-se optar por tabelas e gráficos que vão destacar as principais classificações do material estudado. Quanto mais simples e objetivo, melhor. O importante é que se apresentem bem as ideias e as relações estabelecidas. Os gráficos devem evidenciar os dados de modo claro ao leitor. São utilizados para acentuar os destaques que se deseja à pesquisa e a um só olhar, permitem descrição do fenômeno pesquisado. Você sabe a diferença entre quadro e tabela? As tabelas são construídas a partir de dados obtidos pelo próprio pesquisador, utilizando números absolutos ou porcentagens. Elas não possuem as linhas verticais laterais exteriores, que as fechariam como um quadro. Os quadros são elaborados com base em dados obtidos em outras fontes e devem ser fechados nas laterais. Os quadrosnão necessariamente requerem números para representação dos dados. Fonte: as autoras saiba mais Observamos que a ciência se constitui por meio da aplicação de métodos e técnicas, fundamentados em sólida fundamentação teórica. Fazer ciência não se reduz a coletar dados em entrevistas e questionários, nem tampouco a leitura e cópia de documentos escritos por outros autores. Fazer ciência envolve conhecimento prévio, busca de informações novas, leitura de autores que se consagraram na área, exposição de dados obtidos por meio de técnicas específicas, interpretação desses dados à luz de novas concepções, comparações, novas leituras, proposições e construção de novos conhecimentos que não podem e nem devem ser um fim em si mesmas. Nenhum conhecimento está pronto, novas lacunas devem surgir, novas propostas, novos olhares. Pós-Universo 33 Considerações Finais Nesta unidade observamos a importância do projeto de pesquisa para a construção da pesquisa em si, tendo em vista que, quando bem feito, auxilia o pesquisador na busca pelas respostas que deseja em seu trabalho. No primeiro tópico desta unidade, verificamos então que, para fazer um projeto de pesquisa, é necessário pensar primeiramente em um tema que tenha profundo vínculo com o pesquisador, sob pena do mesmo se desinteressar pelo tema caso não seja de seu real interesse. Sequencialmente, observamos a necessidade de se estabelecer um problema de pesquisa que deve ser grafado em forma de pergunta e que deve ser respondido ao final do trabalho. Sobre o problema, constrói-se o objetivo geral. Estes dois elementos precisam estar muito bem conectados, pois o objetivo só é atingido caso a pergunta de pesquisa seja respondida. Observamos ainda a importância dos objetivos específicos, da justificativa da pesquisa, da fundamentação teórica e das metodologias. Quanto às metodologias, vimos que os métodos científicos podem ser conceituados como uma série de passos a percorrer, tendo como objetivo chegar a um conhecimento científico e transmiti-lo aos outros, lembrando-se da importância de disseminar o conhecimento adquirido. Também buscamos esclarecer as possibilidades de fontes para fundamentar as respostas que buscamos em nosso estudo, revendo a estrutura pensada e anunciada no projeto de pesquisa. Essas ideias servirão como roteiro para que melhor se desenvolva a atividade investigativa. Por fim, além de oferecer perspectivas para a busca das informações que irão compor a pesquisa, estejam elas disponíveis em livros, bases de dados online e na própria internet, a unidade apresentou os passos para a elaboração do projeto de pesquisa, assim como, de que forma apresentar os tópicos que compõem um projeto de pesquisa. atividades de estudo 1. Ao selecionar o tema que pretende pesquisar, algumas competências se fazem imprescindíveis ao pesquisador. Entre essas competências, podemos citar: I) Relação pesquisador x tema. II) Curiosidade epistemológica. III) Pensamento criativo. IV) Honestidade intelectual. a) Apenas as alternativas I e II estão corretas. b) Apenas as alternativas I e III estão corretas c) Apenas as alternativas II e IV estão corretas. d) Apenas as alternativas I, III e IV estão corretas. e) Todas as alternativas estão corretas. 2. Após a escolha do tema e dos objetivos a serem desenvolvidos, cabe ao pesquisador transformar o tema em um problema para o qual se buscará apontar soluções. Sobre o problema, é correto afirmar que: I) O problema deve ser redigido em forma de pergunta e estar intimamente relacionado ao objetivo geral que se pretende atingir. II) Obrigatoriamente o problema começa com um verbo no infinitivo. III) O problema delimita, com exatidão, qual tipo de resposta deve ser procurada. IV) Só se faz necessário estabelecer um problema para a pesquisa se houver pesquisa de campo. a) Apenas as alternativas I e II estão corretas. b) Apenas as alternativas II e IV estão corretas. c) Apenas as alternativas I e III estão corretas. d) Todas as alternativas estão corretas. e) Nenhuma alternativa está correta relato de caso Maria Helena era aluna de um curso de pós-graduação na área de gestão na modalidade a distância e sabia que, ao final do curso, deveria construir um artigo científico. Escolheu então um tema que apreciava e começou a juntar material sobre o assunto. Ao assistir as aulas entendeu que, antes de iniciar suas pesquisas, precisava construir um projeto; A princípio, sentiu-se bem reticente, afinal, precisaria então fazer dois trabalhos: o projeto e a pesquisa. Tratou de investigar se não poderia partir direto para a escrita do trabalho final, conversando com a orientadora que lhe foi designada. Argumentou que já sabia o que queria pesquisar e que seria perda de tempo fazer dois trabalhos. Com a resposta entendeu o porquê da construção do projeto e também compreendeu que escrever o projeto não seria um trabalho “jogado fora” como anteriormente pensara. O projeto daria origem à introdução de seu artigo, lembrando que toda a introdução deve conter prioritariamente qual o objetivo da pesquisa, como ela se justifica, que autores serão usados para dar o embasamento teórico, qual a metodologia empregada para dar conta de encontrar as respostas para o trabalho. Se tudo isso já foi anteriormente definido passo a passo no projeto de pesquisa, no momento de construir a introdução do trabalho, é preciso apenas trazer estes tópicos todos do projeto, escritos de modo dissertativo para a construção dos parágrafos introdutórios. Além disso, com um projeto bem feito, basta seguir o que está ali planejado. O trabalho final tem muito mais chance de ser bem sucedido, além de poupar tempo e energia do pesquisador. Seguindo passo a passo o que foi estabelecido no projeto, as chances de erro, de atraso ou de falha por parte do pesquisador se reduzem a quase nada, tendo em vista que tudo já foi anteriormente previsto. Fonte: as autoras. resumo Nesta unidade buscamos refletir sobre a importância da elaboração do projeto de pesquisa como um mapa para que o pesquisador obtenha sucesso em seus estudos. Para isso, elencamos os principais tópicos que compõe um projeto de pesquisa, a saber: tema, problema, objetivo geral, objetivos específicos, formulação de hipóteses, justificativa, fundamentação teórica, metodologia, cronograma e referências. Evidenciamos que o projeto de pesquisa não é o trabalho final, aquele que pode ser publicado, avaliado, enfim, entregue como trabalho de conclusão de curso, seja na forma de artigo, monografia, dissertação ou tese. O projeto é o desenho deste trabalho de conclusão de curso e tudo nele deve estar bem delimitado e pensado. Vimos acerca da importância do tema de pesquisa estar muito alinhado ao perfil do pesquisador, uma vez que o mesmo deverá se debruçar sobre este tema por um longo período, até concluir o trabalho em si. Verificamos que o problema deve ser colocado em forma de pergunta a ser respondida, ou seja, ao final deste, é necessário um ponto de interrogação. O objetivo geral deve ser redigido contendo as mesmas categorias de palavras que o problema, pois para alcançar o objetivo do trabalho, necessariamente a pergunta de pesquisa deverá ser respondida. Os objetivos devem sempre começar com um verbo no infinitivo. Esclarecemos que a justificativa deve ser pessoal, prática e teórica, apresentando os reais motivos que levaram o pesquisador a discutir tal tema. Observamos ainda as principais técnicas e estratégias de pesquisa, entre elas a pesquisa bibliográfica, a pesquisa de campo, a pesquisa documental, a pesquisa experimental, o estudo de caso, a pesquisa-ação, a pesquisa participante, e ainda, como realizar a análise dos dados obtidos no decorrer da pesquisa, seja por meio de questionários, observações ou entrevista, ressaltando as principais vantagens e desvantagens de cada uma destas técnicas. material complementarMetodologia Científica Autor: Marina de Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos Editora: Atlas Sinopse: A Metodologia Científica, mais do que uma disciplina, significa introduzir o discente no mundo dos procedimentos sistemáticos e racionais, base da formação tanto do estudioso quanto do profissional, pois ambos atuam, além da prática, no mundo das ideias. Podemos afirmar até: a prática nasce da concepção sobre o que deve ser realizado e qualquer tomada de decisão fundamenta- se naquilo que se afigura como o mais lógico, racional, eficiente e eficaz. Desse modo, a condensação da trilogia - Metodologia científica, Técnicas de pesquisa e Metodologia do trabalho científico - nesta obra, procura suprir uma necessidade existente em nossa bibliografia, ou seja, um trabalho que sintetize, ao mesmo tempo, procedimentos didáticos, fundamentos para trabalhos escolares, de final de curso e científicos, relatórios e memorandos, assim como sirva de base para a atividade profissional que, por definição, precisa ser ordenada, metódica e lógica. Comentário: esta obra é fundamental para o pesquisador iniciante, pois aborda temas que vão da construção do projeto de pesquisa até estratégias, técnicas e métodos mais conhecidos, detalhadamente explicados. O texto é claro, escrito de modo simples e atinge seu objetivo que é ser um auxiliar na construção desde trabalhos escolares até textos mais elaborados. referências ANDER-EGG, E. Introdução ao trabalho social. Petrópolis: Vozes, 1995. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo: MacGraw-Hill, 2003. DENCKER, A. D. F. M.; VIÁ, S. C. D. Pesquisa empírica em ciências humanas (com ênfase em comunicação). São Paulo: Futura, 2001. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. ______. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. LODI, J. B. A entrevista: teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Pioneira, 1998. LÜDKE, M.; A. M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Pedagógica e Universitária, 1986. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009. THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 12. ed. São Paulo: Cortez, 1997. YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001. REFERÊNCIA ON-LINE 1 Em: <www.bn.br>. Acesso em: 12 jun. 2016. resolução de exercícios 1. e) Todas as alternativas estão corretas. 2. c) Apenas as alternativas I e III estão corretas. importância e características de um projeto de pesquisa
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