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MAGISTRATURA
F E D E R A L
INTENSIVO SEMESTRAL 2021.1
ESPELHO DE CORREÇÃO DA RODADA 01
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ESPELHO DE CORREÇÃO DA RODADA 01
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CORPO DOCENTE
Daniel Chiaretti (coordenador). Juiz Federal Substituto em Corumbá/MS (aprovado no XVII 
Concurso do TRF-4). Bacharel em Direito e Filosofia pela USP. Mestre e Doutorando em Ética 
e Filosofia Política pela USP. Ex-Defensor Público Federal. Coautor das obras “Comentários ao 
Estatuto dos Refugiados” (Ed. CEI - 2019) e “Roteiros de Prova Oral: magistratura federal” (Ed. 
Juspodivm). Professor de Formação Humanística.
Leonardo Henrique Soares (coordenador). Juiz Federal Substituto em São Paulo/SP (aprovado 
no XVIII Concurso para o TRF-3). Foi Defensor Público Federal (2010-2017) e Analista do MP SP 
(2006-2010). Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (2005). Aprovado também 
para o cargo de Analista do TRE-SP. Professor de Prática de Sentença.
Bruno Barbosa Stamm. Juiz Federal Substituto em São Paulo/SP (aprovado no XVIII Concurso 
para o TRF-3). Mestrando em Direito Constitucional e Processo Tributário pela PUC/SP. Professor 
de Direito Tributário e Financeiro.
Caio Paiva. Defensor Público Federal em Campinas/SP (aprovado no IV Concurso para a DPU). 
Especialista em Ciências Criminais e autor dos livros “Jurisprudência Internacional de Direitos 
Humanos” (em coautoria com Thimotie Heemann), “Audiência de Custódia e o Processo Penal 
Brasileiro”, “Prática Penal para Defensoria Pública”, “Comentários à Lei Nacional da Defensoria 
Pública” (em coautoria com Tiago Fensterseifer) e “Caderno de Jurisprudência – Direito da 
Criança e do Adolescente”. Professor de Direito Penal e Direito Processual Penal.
Caio Souto Araújo. Juiz Federal Substituto em Serra/ES (aprovado no XV concurso do TRF-2). 
Foi Técnico Judiciário do Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo e Analista Judiciário da 
Justiça Federal em São Paulo e no Espírito Santo. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito 
de Vitória (FDV), pós-graduado em Direito Administrativo pela Universidade Gama Filho (UGF) 
e Mestrando em Direito Processual (UFES). Professor de Direito Processual Civil.
Carla Tomm Oliveira.Juíza Federal Substituta em Santo Angelo/RS (aprovada no XVI Concurso 
do TRF-4). Foi servidora do Ministério da Justiça (2007-2015). Bacharel em Direito pelo Instituto 
Superior de Santo ngelo – IESA (2004). Aprovada para o Cargo de Procurador Federal – AGU e 
analista judiciário do STJ, entre outros. Especialista em Direito e Jurisdição, Direito Processual 
e Direito Tributário. Coautora das obras “Mapeando o Edital: magistratura federal”, "Questões 
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discursivas: magistratura federal" e “Roteiros de Prova Oral: magistratura federal”, todas 
publicadas pela Editora JusPodivm. Professora de Direito Internacional e Prática de Sentença.
Hayssa Medeiros. Procuradora da República em Guaíra/PR (aprovada no 28º concurso para o 
MPF). Graduada pela Universidade Federal da Paraíba. Foi Promotora de Justiça no MPRN no 
período de 2011 a 2016. Exerceu o cargo de Técnico Administrativo no MPU no período de 2005 
a 2011. Aprovada em concursos para Analista do TRT-RN, Analista do MPU e Advogado da União 
(2012). Coautora das obras “Mapeando o Edital-Ministério Público Federal” (Ed. Juspodivm, 2ª 
ed, 2019) e “Preparando para Concursos-Questões Discursivas Comentadas- Ministério Público 
Federal” (Ed. Juspodivm, 2ª ed, 2020). Especialista em Direito Constitucional pela Universidade 
Estácio de Sá/RJ. Professora de Direito Administrativo.
Joseano Maciel Cordeiro. Juiz Federal Substituto em Jaraguá do Sul/SC (2° colocado no XVI 
Concurso do TRF da 4ª Região). Foi Analista Judiciário da Justiça Federal (2014/2015), Técnico 
Judiciário da Justiça Federal (2008/2014) e Técnico Judiciário do Tribunal Regional Eleitoral do 
Paraná (2007/2008). Aprovado também no concurso para Analista Processual do Ministério 
Público da União. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Paraná – UFPR. Especialista 
em Direito Público pela PUC-Minas. Coautor da obra “Mapeando o Edital: magistratura federal” 
pela Editora JusPodivm. Professor de Direito Civil e Empresarial.
Lucas Fernandes Calixto. Juiz Federal Substituto em Pelotas/RS (aprovado no XV concurso do 
TRF-2). Foi Analista Processual do Ministério Público da União, Técnico Judiciário do TRT-4 e 
Técnico Administrativo do MPF. Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do 
Rio Grande do Sul (PUCRS). Especialista em Direito Público pela Escola da Magistratura Federal 
do Rio Grande do Sul (UCS/ESMAFE-RS) e em Direito e Processo do Trabalho pelo IMED. Mestre 
em Direito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Coautor das obras “Mapeando o 
Edital: magistratura federal” e “Roteiros de Prova Oral: magistratura federal”, ambos publicados 
pela Ed. JusPodivm. Professor de Direito Constitucional, Direito Econômico/Consumidor e 
Prática de Sentença.
Mariana Camargo Contessa. Juíza Federal Substituta da 1ª Vara Federal de Cachoeira do Sul/
RS (aprovada no XV Concurso do TRF-2). Graduada em Direito pela Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul, foi advogada e assessora de Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de 
Grande do Sul. Professora de Direito Ambiental.
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Milenna Marjorie Fonseca da Cunha. Juíza Federal Substituta em Guarulhos/SP. (aprovada no 
XVIII Concurso para o TRF-3). Foi assessora no MPF e Promotora de Justiça Substituta no MP-
GO. Também aprovada em concursos para os cargos de Defensora Pública (DPE-SP e DPE-RN) 
e Procuradora da República (MPF). Mestre em Direito Penal pela UERJ. Professora de Prática 
de Sentença.
Rafael Vasconcellos Porto. Juiz Federal Titular em Poços de Caldas/MG (aprovado no XIII Concurso 
para o TRF-1). Foi Defensor Público Federal (2010/2011). Bacharel em Direito pela UFMG 
(2005), Mestre em Direito Previdenciário pela PUC-SP e doutorando em Direito Constitucional 
pela Universidade de Lisboa - Portugal. Aprovado também para os cargos de Procurador Federal 
– AGU (8º lugar) e Advogado da Caixa Econômica Federal (para lotação no Distrito Federal), 
dentre outros. Professor de Direito Previdenciário na Universidade Presbiteriana Mackenzie, 
na PUC-MG e em diversos cursos preparatórios para concursos públicos. Autor de diversas 
obras jurídicas, como “Previdência do Trabalhador Rural” (2ª Ed., 2020), publicada pela Ed. 
Juruá, e “Manual de Direito Previdenciário” (2020), publicada pela Ed. CEI. Professor de Direito 
Previdenciário.
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SUMÁRIO
CORPO DOCENTE .................................................................................................................................. 2
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................... 6
CRONOGRAMA ..................................................................................................................................... 7
QUESTÃO DISCURSIVA .......................................................................................................................... 8
DIREITO INTERNACIONAL ............................................................................................................... 8
SENTENÇA CRIMINAL ......................................................................................................................... 17
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APRESENTAÇÃO
Prezadasalunas e alunos,
Bem-vindos à nova edição curso do Curso CEI para a Magistratura Federal!
Este curso será composto por 15 rodadas com questões objetivas, dissertativas e provas de sentença.
Em cada rodada o aluno receberá 50 questões objetivas, uma questão dissertativa e uma simulação de 
sentença cível ou penal. Serão disponibilizados também espelhos de correção com os fundamentos das 
questões objetivas, dissertativas e das provas de sentença.
O objetivo do curso é abordar os temas do edital base da Magistratura Federal nas questões objetivas, 
aprofundando temas específicos nas questões dissertativas e nas aulas em vídeo. Alguns professores 
abordarão o edital de forma linear, outros não. No entanto, independente da metodologia escolhida pelo 
professor, todos os itens do edital serão abordados no decorrer das provas objetivas. Esperamos, com isso, 
que os alunos construam e reforcem a base teórica e revisem temas que já estudaram no passado.
As provas de sentença foram programadas como um módulo especial, focado no aprendizado progressivo das 
técnicas para elaboração de sentenças. Unindo aulas em vídeo, correções individualizadas, foco em temas 
relevantes e reuniões periódicas no Zoom para sanar dúvidas e tratar dos erros mais comuns, esperamos 
que os alunos terminem o curso com o pleno domínio das técnicas necessárias para o sucesso naquela que 
é considerada a fase mais difícil dos concursos para a Magistratura.
Além disso, os professores estarão disponíveis para sanar as dúvidas por e-mail sempre que for necessário.
Bom curso a todas e todos!
Abraços,
Equipe CEI Magistratura Federal
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CRONOGRAMA
Rodada Publicação Limite p/ resposta Limite para correção 
Publicação do 
espelho
1ª Rodada 20/01/2021 30/01/2021 09/02/2021 13/02/2021
2ª Rodada 29/01/2021 08/02/2021 18/02/2021 24/02/2021
3ª Rodada 09/02/2021 19/02/2021 01/03/2021 05/03/2021
4ª Rodada 19/02/2021 01/03/2021 11/03/2021 17/03/2021
5ª Rodada 01/03/2021 11/03/2021 21/03/2021 25/03/2021
6ª Rodada 11/03/2021 21/03/2021 31/03/2021 07/04/2021
7ª Rodada 23/03/2021 02/04/2021 12/04/2021 16/04/2021
8ª Rodada 02/04/2021 12/04/2021 22/04/2021 29/04/2021
9ª Rodada 13/04/2021 23/04/2021 03/05/2021 07/05/2021
10ª Rodada 23/04/2021 03/05/2021 13/05/2021 18/05/2021
11ª Rodada 04/05/2021 14/05/2021 24/05/2021 28/05/2021
12ª Rodada 14/05/2021 24/05/2021 03/06/2021 11/06/2021
13ª Rodada 25/05/2021 04/06/2021 14/06/2021 18/06/2021
14ª Rodada 04/06/2021 14/06/2021 24/06/2021 01/07/2021
15ª Rodada 15/06/2021 25/06/2021 05/07/2021 09/07/2021
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QUESTÃO DISCURSIVA
PROFESSORA CARLA CRISTIANE TOMM
E-mail: profcei.carlatomm@gmail.com
 🏳 DIREITO INTERNACIONAL
QUESTÃO 1.
Um tribunal em Londres decidiu que o fundador do Wikileaks, Julian Assange, não pode ser 
extraditado para os Estados Unidos.
A juíza responsável por analisar o caso bloqueou o pedido devido a preocupações com a saúde 
mental de Assange e o risco de suicídio nos EUA.
A extradição de Assange, de 49 anos, foi requisitada pelo governo americano pela publicação de 
milhares de documentos oficiais secretos em 2010 e 2011.
Os EUA, que vão recorrer da decisão, afirmam que os vazamentos infringiram a lei e colocaram 
vidas em risco. Assange apelou contra a extradição e disse que o caso tem motivação política.
A juíza distrital Vanessa Baraitser decidiu que, embora os promotores dos EUA tenham cumprido 
as exigências para que Assange fosse extraditado para julgamento, o governo americano não 
seria capaz de impedi-lo de tentar tirar a própria vida.
Ela mostrou evidências de sua automutilação e pensamentos suicidas e disse: “A impressão geral 
é de um homem deprimido e às vezes desesperado, temeroso por seu futuro.”
E acrescentou: “Confrontada com as condições de isolamento quase total sem os fatores de 
proteção que limitaram seu risco no HMP Belmarsh (prisão de segurança máxima em Londres), 
estou convencida de que os procedimentos descritos pelos EUA não impedirão o Sr. Assange 
de encontrar uma maneira de cometer suicídio e por esta razão decidi que a extradição seria 
opressiva por motivo de dano mental e ordeno seu arquivamento.”
Se condenado nos EUA, Assange pode ter que cumprir até 175 anos de prisão, disseram seus 
advogados. No entanto, o governo americano afirmou que a sentença provavelmente duraria 
entre quatro e seis anos.
Assange enfrenta acusações de 18 crimes, entre eles conspirar para hackear bancos de dados 
militares dos EUA de modo a obter informações secretas confidenciais relacionadas às guerras 
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do Afeganistão e do Iraque, que foram publicadas no site Wikileaks.
Ele alega que a informação expôs abusos cometidos pelos militares dos EUA.
Mas os promotores americanos afirmam que o vazamento de material sigiloso colocou vidas em 
risco, e por isso os EUA buscaram sua extradição do Reino Unido, onde ele está atualmente sob 
custódia na prisão de Belmarsh.
Assange foi preso por 50 semanas em maio de 2019 por violar suas condições de fiança depois de 
se esconder na embaixada do Equador em Londres.
Ele se refugiou na embaixada por sete anos, de 2012 até ser preso, em abril de 2019.
Na época em que fugiu para a embaixada, ele enfrentava extradição para a Suécia sob alegações 
de agressão sexual, o que ele negava. Esse caso foi posteriormente arquivado.
Notícia veiculada no site BBC News, em 04/01/2020 (acessível em: https://www.bbc.com/portuguese/
internacional-55531281)
A respeito do caso Julian Assange (Inglaterra v. EUA) e as previsões do ordenamento jurídico brasileiro acerca 
do instituto da extradição, disserte sobre:
a) Conceito, natureza e modalidades de extradição;
b) Qual a origem e o que se entende pela vedação constitucional de extradição de estrangeiro por crime 
político ou de opinião encartada no art. 5º, LII, da CFRB;
c) Tecnicamente, Julian Assenge permaneceu na embaixada do Equador sob qual fundamento? Explique 
detalhadamente.
d) Se o fundador do Wikileaks poderia ser acolhido na embaixada brasileira em Londres em 2012. Indique o 
lastro jurídico e a evolução da legislação vigente.
Utilize a folha de resposta padrão do Curso CEI, em que são disponibilizadas 30 (trinta) linhas para o 
desenvolvimento do texto dissertativo, e preferencialmente, a elabore em 1 (uma) hora, simulando o tempo 
real de prova (4 horas para responder 4 questões dissertativas).
 💡 GABARITO COMENTADO
Segue abaixo o espelho que desenvolvi com fins a nortear os alunos quanto aos principais pontos a serem 
considerados no desenvolvimento da questão de Direito Internacional Público veiculada na 1ª Rodada do 
curso CEI-Magistratura Federal | Intensivo Semestral 2021, valendo 10,0 pontos. A seguir esboço o espelho 
de cada uma das indagações da questão dissertativa, a fim de possibilitar o comparativo com a resposta 
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https://www.bbc.com/portuguese/internacional-55531281
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entregue para fins de avaliação individualizada.
a) Conceito, natureza e modalidades de extradição;
O termo extradição deriva de expressão latina traditio extraterritorium que indica ex (=fora) e traditionis 
(=ação de remeter). O conceituado Professor Valério Mazzuoli1 denomina extradição o ato pelo qual um 
Estado entrega à justiça repressiva de outro, a pedido deste, indivíduo nesse último processado ou condenado 
criminalmente e lá refugiado, para que possa aí ser julgado ou cumprir a pena que jálhe foi imposta. A nova 
Lei de Migrações deslocou esse instituto corretamente para o Capítulo VIII � Das medidas de cooperação, 
enfatizando sua natureza jurídica de medida de cooperação internacional, consoante previsão do art. 81 da 
Lei 13.445/2017 que disciplina: A extradição é a medida de cooperação internacional entre o Estado brasileiro 
e outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal 
definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso. A ação de extradição, por sua vez, é de 
natureza constitutiva e o ato extradicional é complexo, demandando prévia autorização do Supremo Tribunal 
Federal (art. 102, I, g da CFRB/88), que não vincula o Presidente da República quanto ao seu deferimento, 
por lastrear-se em juízo discricionário de conveniência e oportunidade da medida. Duas são as modalidades, 
a saber: ativa, quando a República Federativa do Brasil solicita a cooperação de país estrangeiro para a 
extradição de criminoso foragido da justiça brasileira; e, a passiva, quando o país estrangeiro solicita ao 
governo brasileiro a extradição de indivíduo foragido que se encontra em nosso país.
b) Qual a origem e o que se entende pela vedação constitucional de extradição de estrangeiro por crime 
político ou de opinião encartada no art. 5º, LII, da CFRB;
A vedação à extradição por delito político surgiu pela primeira vez em tratado de extradição entre a Bélgica e 
a França em 1834. Conceitos filosóficos gerados pela revolução francesa encorajaram a participação política 
e a mudança política e legitimaram a resistência ao domínio tirânico. A concessão de asilo aos infratores 
políticos foi, portanto, concebida como um dever em quase todos os casos. Um dos primeiros países a 
adotar uma legislação interna específica que isentava infratores políticos da extradição foi a Bélgica em 
1833, consoante doutrina de Ivan Anthony Shearer2. O fortalecimento das liberdades individuais respaldou a 
previsão dessa garantia do asilo político na Declaração Universal dos Direitos Humanos pelas Nações Unidas 
em 1948. O art. 4º, X, da Constituição Federal eleva a princípio das relações internacionais da República 
Federativa do Brasil à concessão de asilo político, o qual independe de reciprocidade, face ao latente caráter 
humanitário. O Supremo Tribunal Federal tem albergado a doutrina subjetiva, entendendo necessário o dolo 
específico � especial fim de agir, consubstanciado no desiderato político para que se caracterize a infração 
política, incorporada ao ordenamento infraconstitucional com status de crime contra a segurança nacional, 
que exige para configuração a presença dos requisitos do art. 2º da Lei n. 7.170/82. (Ext 1578, Relator(a): 
1 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 9ª ed. Rev. Dos Tribunais: 2015, pg. 800.
2 SHEARER, Ivan Anthony. EXTRADITION IN INTERNATIONAL LAW, 16 edição, 1971.
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EDSON FACHIN, Segunda Turma, julgado em 06/08/2019, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-037 DIVULG 19-02-
2020 PUBLIC 20-02-2020).
c) Tecnicamente, Julian Assenge permaneceu na embaixada do Equador sob qual fundamento? Explique 
detalhadamente.
A notícia veiculada refere ter estado Assenge como refugiado na embaixada do Equador. Entretanto, esse 
indivíduo não sofre fundado temor de perseguição generalizada por opiniões políticas em relação aos Estados 
Unidos, consoante exige o art. 1º da Lei 9474/97, que regulamenta o Estatuto dos Refugiados de 1951. 
Amolda-se, tecnicamente o caso, ao instituto do asilo diplomático. Universalmente a concessão do asilo 
tem como objetivo não só proteger uma pessoa à qual, por motivos políticos ou ideológicos, foi imputada 
a prática de um crime, mas também contribuir para a paz social do país de origem do asilado, segundo 
leciona Mazzuoli3. O asilo tem duas modalidades, o territorial e o diplomático. O primeiro é considerado 
um direito universal, insculpido na Convenção sobre Asilo Territorial, na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (art. 14) e Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem de 1948 (art. 27), pelo 
qual concede-o o Estado ao estrangeiro que, tendo cruzado a fronteira e ingressado em seu território, aí 
requereu o benefício. O segundo, por sua vez, é fruto de costume regional latino-americano (Caso Haya de 
La Torre - Colômbia v. Peru), por meio do qual o Estado o concede a um indivíduo, de forma precária, fora 
do seu território, isto é, no território do próprio Estado em que o indivíduo é perseguido, normalmente em 
locais imunes à jurisdição desse Estado, como embaixadas, representações diplomáticas, navios de guerra, 
acampamentos e aeronaves militares. A constatação de ter o asilo diplomático aplicação regular apenas 
entre os países latino-americanos (decorrente de um costume local e de normas convencionais regionais, 
a exemplo da Convenção de Caracas de 1954, concluída entre Estados-partes da OEA) não autoriza um 
Estado europeu, v.g., invadir uma repartição diplomática de Estado latino-americano situada em seu 
território, a fim de capturar determinado indivíduo, ali asilado, acusado da prática de crime. Isso porque 
as repartições diplomáticas (ex: as embaixadas) são invioláveis nos termos da Convenção de Viena sobre 
Relações Diplomáticas de 1961 (art. 22, § 1°). Atentar contra essa inviolabilidade, sob o pretexto de as regras 
latino-americanas sobre asilo diplomático não se aplicarem a um Estado não latino, é quebrar ilicitamente 
a harmonia que o Direito Internacional geral impõe a todos os Estados à luz dos princípios da segurança 
coletiva e das relações pacíficas entre as nações. A Inglaterra pretendeu, em flagrante violação às regras do 
Direito Internacional geral, em especial à inviolabilidade das repartições diplomáticas, invadir (em agosto de 
2012) a embaixada do Equador em Londres, a fim de capturar Julian Assange, em atendimento à solicitação 
de extradição da Suécia, que o acusava de crime sexual (por ter praticado sexo sem o uso de preservativo, fato 
tipificado como crime na Suécia), objetando persistentemente o costume latino-americano inexistente no 
continente europeu do asilo diplomático. A ameaça britânica, porém, depois de certo desgaste diplomático, 
acabou não se concretizando. E em maio de 2019, com a assunção de novo presidente no Equador, o asilo 
3 Idem 1, pg. 820.
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foi revogado e ao ter que deixar a embaixada, restou imediatamente preso pelas autoridades londrinas que 
deram prosseguimento aos procedimentos de extradição. Calha observar que perdurou o asilo diplomático 
em razão da não concessão de salvo conduto requerido pelo Equador aos ingleses para que Assenge pudesse 
se deslocar ao território equatoriano, por idêntico fundamento de não reconhecimento dessa modalidade 
de asilo.
d) Se o fundador do Wikileaks poderia ser acolhido na embaixada brasileira em Londres em 2012. Indique 
o lastro jurídico e a evolução da legislação vigente.
O Brasil, por ser signatário da Convenção de Caracas de 1954 (Decreto n. 41.628/1957) e reconhecer o costume 
latino-americano decorrente do Caso Haya de La Torre (Colômbia v. Peru), poderia em 2012 conceder o asilo 
diplomático a Julian Assange. O Estatuto dos Estrangeiros (Lei n. 6.815/80) não previa essa modalidade de 
asilo que foi recentemente disposta expressamente no art. 27 da Lei de Migração (Lei 13.445/2017).
Abaixo segue a grade avaliativa, tendo sido utilizado como critérios a utilização de linguagem técnica, o grau 
de aprofundamento e a proximidade ao espelho acima, para fins de atribuição de nota a cada subitem.
ESPELHO DE PONTUAÇÃO
Apresentação, estrutura textual e domínio da modalidade escrita (2,0):
Item a � Conceito (0,5), natureza (1,0) e modalidades deextradição (0,5).
Item b - Qual a origem (0,5) e o que se entende pela vedação constitucional de extradição de estrangeiro 
por crime político ou de opinião encartada no art. 5º, LII da CFRB. (1,5)
Item c - Tecnicamente, Julian Assenge permaneceu na embaixada do Equador sob qual fundamento? 
Explique detalhadamente. (2,0)
Item d - Se o fundador do Wikileaks poderia ser acolhido na embaixada brasileira em Londres em 2012. 
Indique o lastro jurídico (1,0) e a evolução da legislação vigente (1,0).
TOTAL: 10,00
MÉDIA DAS NOTAS DAS 48 QUESTÕES REMETIDAS: 7,61
PRINCIPAIS DIFICULDADES:
- Quanto a estruturação e correção ortográfica: verificou-se de forma recorrente o mero desenvolvimento 
dos parágrafos como respostas estanques a cada um dos subitens, sem conectivos ligando a elaboração dos 
parágrafos, sendo que se requer um texto dissertativo, a exigir início, meio e fim, de forma argumentativa, 
lógica, coerente e coesa.
- Item a: o ideal é que se inicie o texto com uma frase de impacto ou se situe de forma introdutória o 
tema sobre o qual versará o texto, bem como se aborde todos os subitens desse ponto, com referência 
aos dispositivos legais/convencionais. Muitos esqueceram-se das modalidades ou as referiram de forma 
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equivocada (ao invés de extradição ativa/passiva, citaram extradição instrutória/executória).
- Item b: a dificuldade maior apresentada foi de discorrer sobre a origem do instituto, por demandar 
conhecimentos doutrinários. Em relação à vedação da extradição por crime político ou de opinião, a imensa 
maioria teve um excelente desempenho, sendo destacado quem indicou a posição do Supremo Tribunal 
Federal sobre o assunto.
- Item c: o desenvolvimento desse ponto exigia conhecimentos mais aprofundados do candidato sobre o 
instituto do asilo e suas duas modalidades, territorial e diplomática. É importante que o candidato refira os 
conceitos e distinções para bem demonstrar domínio sobre a matéria. Alguns candidatos equivocaram-se 
indicando o refúgio. Sugiro, nesse aspecto, aprofundamento doutrinário.
- Item d: Observei que a primeira dificuldade foi o número de linhas, tendo vários alunos se empolgado nos 
demais tópicos e restando pouco espaço para o desenvolvimento desse ponto. Aos que estrategicamente 
bem distribuíram a elaboração dos quatro parágrafos, tiveram uma nota, em regra, mais alta. A segunda, tem 
a ver com a data em que Assenge obteve a concessão do asilo diplomático, dado em 2012, momento em que 
não vigorava a Lei 13.445/2017, que passou a prever expressamente na legislação brasileira esse instituto 
(art. 27). E por fim, a evolução legislativa da matéria, iniciada por costume latino-americano, avançando para 
a ratificação da Convenção de Caracas, de 1954, e então a previsão na recente Lei de Migração. Interessante 
que muitos pontuaram com propriedade a ausência de alusão ao asilo diplomático no Estatuto dos 
Estrangeiros, de 1980, e lastrearam, assim, na aludida Convenção a possibilidade da República Federativa 
do Brasil em conceder o asilo. O hábito desse estudo evolutivo dos institutos é de suma importância para o 
êxito, principalmente, na segunda fase e na prova oral do certame para a magistratura federal.
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SENTENÇA CRIMINAL
PROFESSOR LEONARDO HENRIQUE SOARES
E-mail: profcei.leonardosoares@gmail.com
Buscapé e Zé Pequeno foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) porque no dia 15 de maio 
de 2020, por volta das 16h, na Rua A, número 100, na cidade de São Paulo/SP, de maneira livre e consciente, 
e agindo com unidade de desígnio, subtraíram para si coisa alheia móvel, mediante grave ameaça exercida 
com simulação do emprego de arma de fogo. Nos termos da denúncia e conforme constou do auto de prisão 
em flagrante, na data dos fatos, os acusados se encontravam na esquina das Ruas A e B quando visualizaram 
um veículo estacionado defronte à residência de nº 100, com logomarca da Empresa Brasileira de Correios 
e Telégrafos – EBCT e o carteiro João da Silva finalizando a entrega de uma encomenda. Ao perceber a 
aproximação dos agentes, João da Silva apressou-se na direção do veículo, mas foi surpreendido pela ação 
de um dos réus que, exibindo um objeto na cintura, afirmou à vítima “perdeu”. Ato contínuo, o outro acusado 
tomou a direção do automóvel e os réus se evadiram do local rapidamente. Logo após ingressarem na Rua 
B, os acusados cruzaram com uma viatura da polícia militar, que passou a persegui-los. Após percorrerem 
cerca de 50 (cinquenta) metros, os réus abandonaram o veículo na via pública e passaram a fugir a pé. 
Buscapé foi imediatamente capturado, enquanto que seu comparsa se embrenhou pelas casas da vizinhança 
e não foi encontrado. Na delegacia de polícia foi lavrado o auto de prisão em flagrante, registrando-se a 
apreensão das 25 (vinte e cinco) encomendas que se encontravam no porta-malas do veículo. Ouvido pela 
autoridade policial, João da Silva afirmou que o agente que anunciou o roubo usava capuz, era branco e 
tinha cerca de 1,90m de altura. Após analisar uma fotografia que lhe foi exibida pela autoridade policial 
de suspeito da prática de diversos crimes de roubo contra a EBCT na região, João da Silva reconheceu o 
acusado Zé Pequeno, meliante que respondia a diversos inquéritos e ações penais em curso pela prática de 
crimes da mesma espécie, como o agente que anunciou o roubo. Em seu interrogatório, Buscapé manteve-
se em silêncio. Convertida a prisão em flagrante de Buscapé em preventiva, sobreveio a notícia da prisão em 
flagrante de Zé Pequeno, pela prática de outro delito de roubo. Recebida a denúncia e apresentada resposta 
à acusação, foi designada audiência de instrução. Os policiais militares ouvidos confirmaram os termos da 
denúncia no que concerne à perseguição e captura de Buscapé. Em relação ao indivíduo que fugiu, disseram 
que aparentava ter estatura alta. João da Silva também confirmou o relato da peça acusatória, afirmando 
ter realizado o reconhecimento de Zé Pequeno por fotografia. No interrogatório, Buscapé novamente se 
manteve em silêncio, enquanto Zé Pequeno negou participação no crime, afirmando que está preso pela 
prática de outro crime, também contra a EBCT. Nas alegações finais, o MPF requereu a condenação de 
ambos os acusados como incursos nas penas do artigo 157, §2º, II, do Código Penal. Em sede de alegações 
finais, a defesa do acusado Buscapé requereu o reconhecimento da modalidade tentada de crime, tendo 
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em vista a recuperação da totalidade das encomendas subtraídas, aliada ao fato de ter sido imediatamente 
perseguido e preso em flagrante pela polícia, muito próximo ao local do roubo. A defesa de Zé Pequeno 
aduziu a nulidade do reconhecimento fotográfico realizado na fase de inquérito, pelo descumprimento do 
disposto no artigo 226, do Código de Processo Penal, e juntou aos autos a ficha de identificação civil do 
acusado, indicando que Zé Pequeno tem 1,55m de altura. É o relato do essencial. Com base nas informações 
constantes do enunciado, elabore a sentença penal correspondente, dispensado o relatório.🎓 ESPELHO DE CORREÇÃO
Questões estruturais: organização do texto; respeito às margens; uso correto do vernáculo. 
Desconto de 0,25 pontos caso o exercício tenha sido feito no computador.
0,5
Rejeição das preliminares e fundamentação: acolhimento da preliminar de ilegalidade do 
reconhecimento fotográfico realizado na fase de inquérito, nos termos do entendimento 
firmado por ocasião do julgamento do Habeas Corpus 598.886/SC, em razão da inobservância 
das formalidades prescritas no artigo 226, CPP pela autoridade policial, que exibiu a foto de 
um único suspeito à vítima. Admitiu-se como válida a análise da questão exclusivamente no 
tópico da autoria do crime de roubo, atribuindo-se a mesma pontuação em ambos os casos 
(perda de 2,0 em caso de não acolhimento da alegação defensiva ou de omissão na análise 
da matéria).
2,0
Mérito e fundamentação: (1) condenação do acusado Buscapé como incurso nas penas do 
artigo 157, §2º, II, do Código Penal. Reconhecimento da modalidade consumada, consoante 
o entendimento sedimentado na Súmula 582, STJ. Reconhecimento da causa de aumento 
do concurso de pessoas; (2) absolvição do acusado Zé Pequeno da acusação da prática do 
crime de roubo, diante da ausência de prova de autoria, consoante o artigo 386, V, CPP, 
considerando a ilegitimidade do reconhecimento fotográfico realizado na fase de inquérito. 
(1,50 pontos pela condenação de Buscapé, segundo a fundamentação empregada; 0,25 
pontos pelo afastamento da tentativa e pelo reconhecimento da causa de aumento de pena; 
perda de 0,25 pontos pelo reconhecimento da causa de aumento de pena do transporte de 
valores; perda de 2,0 pontos em caso de condenação de Zé Pequeno, e de 0,50 pontos em 
caso de reconhecimento de concurso formal de crimes, inexistente).
4,0
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Dosimetria da pena: (1) 1ª fase: impossibilidade de valoração negativa de quaisquer das 
circunstâncias judiciais. (2) 2ª fase: não há atenuantes ou agravantes; (3) 3ª fase: incidência 
da causa de aumento do §2º, II, do artigo 157, CP (concurso de pessoas), a despeito da 
absolvição de Zé Pequeno, CP; (4) pena de multa: (a) fixar quantidade de dias-multa em 
consonância com os parâmetros empregados para a fixação da pena privativa de liberdade; 
(b) fixação do valor do dia-multa no mínimo legal, ante a ausência de elementos no enunciado 
que autorizem conclusão diversa; (5) regime prisional semiaberto/fechado, de acordo 
com a quantidade total de pena fixada ao acusado Buscapé, ainda que aplicada a regra do 
artigo 387, §2º, CPP; (6) impossibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos, em razão da quantidade de pena a ser aplicada, bem como por se tratar 
de crime praticado com violência ou grave ameaça; (7) impossibilidade de sursis, pelo mesmo 
fundamento; (8) manutenção da prisão preventiva do réu Buscapé, ou sua revogação, nos 
termos do artigo 387, §1º, CPP; (9) impossibilidade de condenação do réu ao pagamento da 
indenização mínima do artigo 387, IV, CPP, por ausência de pedido expresso do MPF no curso 
do feito; (perda de 0,25 pontos em razão do não atendimento de quaisquer dos parâmetros 
indicados; perda de 0,50 pontos em razão da existência de qualquer erro de cálculo das penas, 
especialmente privativa de liberdade).
3,0
Provimentos finais: Após a dosimetria, manifestar-se necessariamente sobre a (a) condenação 
do réu ao pagamento das custas, nos termos do artigo 804, CPP; (b) após o trânsito em 
julgado: (b.1) determinar o lançamento do nome do réu no rol dos culpados; (b.2) determinar 
a expedição da guia de recolhimento; (b.3) determinar a expedição de ofícios, notadamente 
aos órgãos de identificação, para registro do antecedente, em cumprimento do disposto no 
artigo 809, CPP; (b.4) bem como ao TRE, para os fins do artigo 15, III, CF/88; (b.5) determinação 
para que se publique e se registre a sentença, bem como para que se intimem as partes de 
seu conteúdo (PRIO); (b.6) local, data, juiz federal substituto.
0,5
 💡 GABARITO COMENTADO
O exercício proposto está baseado em narrativa fictícia, mas com elementos presentes em processos criminais 
que tramitam diariamente na Justiça Federal, tendo sido objeto da prova de sentença penal do XVI concurso 
promovido pelo TRF-3 (roubo à agência dos Correios).
O resultado esperado era a condenação do acusado Buscapé, com o reconhecimento da modalidade 
consumada de crime e da causa de aumento de pena do concurso de agentes, e a absolvição do réu Zé 
Pequeno, diante da ausência de prova de autoria, considerando a ilegitimidade do reconhecimento 
fotográfico realizado pela autoridade policial.
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Em relação à dosimetria da pena, deve ser reconhecida a causa de aumento de pena do concurso de pessoas, 
e ser afastada a causa de diminuição de pena pela tentativa.
Registro, por fim, ser recomendável que a sentença seja redigida à mão, no tempo de duração das provas de 
sentença (geralmente 4h). OBS: para os alunos que estejam sentido dificuldade na elaboração da sentença, 
recomendo que as sentenças penais das próximas rodadas sejam realizadas em maior tempo, mas sempre 
respeitado o limite de 210 linhas (salvo determinação em sentido contrário no respectivo enunciado).
QUESTÕES ESTRUTURAIS
Nesse ponto, o aluno deverá organizar seu texto de forma clara e harmônica, cuidando para não ultrapassar 
as margens laterais e, especialmente, o limite de linhas, fazendo uso correto do vernáculo.
É importante criar tópicos e enumerá-los no decorrer da elaboração da sentença, pois isso facilita bastante 
a análise de sua prova pelo examinador.
Assim, enumere os elementos da sentença (1-Relatório, 2-Fundamentação, 3-Dispositivo) e crie tantos 
subitens quantos sejam necessários para enfrentar as matérias preliminares ou dividir a análise dos crimes 
se as imputações penais forem diversas (a não ser que eventual limitação do número de linhas obrigue à 
economia máxima de espaço para o efetivo conteúdo da prova). Exemplo:
“1) Relatório (dispensado pelo enunciado).
2) Fundamentação
2.1) Preliminares
(a) Nulidade do reconhecimento fotográfico
2.2) Mérito: Do crime do artigo 157, do Código Penal.
(a) materialidade
(b) autoria
3) Dispositivo.”
MATÉRIAS PRELIMINARES
No caso proposto, a defesa do acusado Zé Pequeno sustentou a ilegalidade do reconhecimento fotográfico 
realizado na fase de investigação, diante da ausência de observância das formalidades prescritas no artigo 
226, CPP, a ensejar seu desentranhamento dos autos (artigo 157, CPP) e, assim, justificar a absolvição do réu 
em razão da ausência de provas de autoria.
O artigo 226, CPP, trata das regras aplicáveis ao reconhecimento de pessoas e coisas. Basicamente, nos 
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termos da lei, a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser 
reconhecida, enquanto que a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado 
de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento 
a apontá-la.
Há certa controvérsia na doutrina e, especialmente, na jurisprudência, a respeito da interpretação do inciso 
II do artigo 226, CPP, alguns sustentando que a pessoa a ser reconhecida será colocada ao lado de outras, se 
possível (em regra, será reconhecida sozinha), e outros defendendo que sempre deverá ser colocada ao lado 
de outras, se possível que com ela tenham alguma semelhança (ou seja, sempre deverá estar acompanhada 
de outras pessoas).
No caso do reconhecimento pessoal, especialmente quando realizado em juízo, há enorme dificuldade 
prática em implementaressa medida no âmbito da audiência de instrução, ante a falta de voluntários para 
se perfilar ao lado do réu, o que explica o fato de que na maioria das vezes o acusado é colocado sozinho 
numa sala através da qual a vítima fará o reconhecimento, sem que seja vista (inciso III), mormente em razão 
da (aparente) ambiguidade da norma do inciso II.
No que se refere ao reconhecimento fotográfico, entretanto, não há justificativa a que a foto do principal 
suspeito não seja colocada ao lado de outras fotografias, a fim de evitar qualquer tipo de interferência na 
manifestação de vontade da vítima, através da criação de falsas memórias ou de induzimento, como parece 
ter ocorrido no caso em apreço.
Historicamente, a jurisprudência do Colendo Superior Tribunal de Justiça se firmou no sentido da 
facultatividade da observância das formalidades prescritas no artigo 226, CPP pela autoridade policial ou 
pelo magistrado em audiência, entendendo-se pela admissibilidade do meio de prova. Confira-se:
AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS. INDEFERIMENTO LIMINAR. IMPETRAÇÃO EM 
SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO CABÍVEL. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DO REMÉDIO CONSTITUCIONAL. 
VIOLAÇÃO AO SISTEMA RECURSAL. ROUBO CIRCUNSTANCIADO E TRÁFICO DE DROGAS. 
INOBSERVÂNCIA DAS FORMALIDADES PREVISTAS NO ARTIGO 226 DO CÓDIGO DE PROCESSO 
PENAL. DISPOSITIVO QUE CONTÉM MERA RECOMENDAÇÃO LEGAL. RECONHECIMENTO 
FOTOGRÁFICO CONFIRMADO EM JUÍZO E CORROBORADO POR OUTRAS PROVAS COLHIDAS 
NO CURSO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. EIVA NÃO CARACTERIZADA. (...). 2. Na espécie, ainda 
que o reconhecimento na fase policial não tenha observado os ditames do artigo 226 da Lei 
Penal Adjetiva, o certo é que foi confirmado em juízo e contrastado com os demais elementos 
de convicção reunidos no curso da instrução criminal, os quais, segundo as instâncias de 
origem, são aptos a comprovar a autoria delitiva, o que afasta a ilegalidade suscitada na 
impetração. Precedentes. (...). 4. Agravo regimental desprovido. (AgRg no HC 539.979/SP, Rel. 
Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 05/11/2019, DJe 19/11/2019) PROCESSO 
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PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. Destaquei.
ROUBO MAJORADO PELO CONCURSO DE PESSOAS. TESE DE VIOLAÇÃO DO ART. 226 DO CÓDIGO 
DE PROCESSO PENAL. NÃO OCORRÊNCIA. DECISÃO HARMÔNICA COM A JURISPRUDÊNCIA 
DESTA SUPERIOR CORTE DE JUSTIÇA. 1. A jurisprudência sedimentada desta Corte é a de 
que “as disposições contidas no art. 226 do Código de Processo Penal configuram uma 
recomendação legal, e não uma exigência absoluta, não se cuidando, portanto, de nulidade 
quando praticado o ato processual (reconhecimento pessoal) de forma diversa da prevista 
em lei” (AgRg no AREsp n. 1.054.280/PE, relator Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA 
TURMA, julgado em 6/6/2017, DJe de 13/6/2017). 2. Além disso, a autoria ficou comprovada, 
em juízo, por meio de prova testemunhal, e não apenas no reconhecimento judicial do 
agravante. 3. Agravo regimental desprovido. (AgRg no AREsp 1520565/SP, Rel. Ministro 
ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 10/09/2019, DJe 18/09/2019). 
Grifei.
Ocorre que, recentemente, por ocasião do julgamento do HC Nº 598.886 – SC (de cujo inteiro teor recomendo 
fortemente a leitura), a 6ª Turma do STJ sinalizou a alteração dessa jurisprudência, reconhecendo a 
invalidade de reconhecimento fotográfico realizado na fase de inquérito, em decorrência da inobservância 
das formalidades prescritas no artigo 226, CPP:
HABEAS CORPUS. ROUBO MAJORADO. RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO DE PESSOA 
REALIZADO NA FASE DO INQUÉRITO POLICIAL. INOBSERVÂNCIA DO PROCEDIMENTO 
PREVISTO NO ART. 226 DO CPP. PROVA INVÁLIDA COMO FUNDAMENTO PARA A 
CONDENAÇÃO. RIGOR PROBATÓRIO. NECESSIDADE PARA EVITAR ERROS JUDICIÁRIOS. 
PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. NÃO OCORRÊNCIA. ORDEM PARCIALMENTE 
CONCEDIDA. 1. O reconhecimento de pessoa, presencialmente ou por fotografia, realizado 
na fase do inquérito policial, apenas é apto, para identificar o réu e fixar a autoria delitiva, 
quando observadas as formalidades previstas no art. 226 do Código de Processo Penal e 
quando corroborado por outras provas colhidas na fase judicial, sob o crivo do contraditório 
e da ampla defesa. 2. Segundo estudos da Psicologia moderna, são comuns as falhas e os 
equívocos que podem advir da memória humana e da capacidade de armazenamento de 
informações. Isso porque a memória pode, ao longo do tempo, se fragmentar e, por fim, se 
tornar inacessível para a reconstrução do fato. O valor probatório do reconhecimento, 
portanto, possui considerável grau de subjetivismo, a potencializar falhas e distorções do ato 
e, consequentemente, causar erros judiciários de efeitos deletérios e muitas vezes irreversíveis. 
3. O reconhecimento de pessoas deve, portanto, observar o procedimento previsto no art. 
226 do Código de Processo Penal, cujas formalidades constituem garantia mínima para 
quem se vê na condição de suspeito da prática de um crime, não se tratando, como se tem 
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compreendido, de “mera recomendação” do legislador. Em verdade, a inobservância de tal 
procedimento enseja a nulidade da prova e, portanto, não pode servir de lastro para sua 
condenação, ainda que confirmado, em juízo, o ato realizado na fase inquisitorial, a menos 
que outras provas, por si mesmas, conduzam o magistrado a convencer-se acerca da autoria 
delitiva. Nada obsta, ressalve-se, que o juiz realize, em juízo, o ato de reconhecimento formal, 
desde que observado o devido procedimento probatório. 4. O reconhecimento de pessoa por 
meio fotográfico é ainda mais problemático, máxime quando se realiza por simples exibição 
reconhecedor de fotos do conjecturado suspeito extraídas de álbuns policiais ou de redes 
sociais, já previamente selecionadas pela autoridade policial. E, mesmo quando se procura 
seguir, com adaptações, o procedimento indicado no Código de Processo Penal para o 
reconhecimento presencial, não há como ignorar que o caráter estático, a qualidade da 
foto, a ausência de expressões e trejeitos corporais e a quase sempre visualização apenas 
do busto do suspeito podem comprometer a idoneidade e a confiabilidade do ato. 5. De 
todo urgente, portanto, que se adote um novo rumo na compreensão dos Tribunais acerca 
das consequências da atipicidade procedimental do ato de reconhecimento formal de 
pessoas; não se pode mais referendar a jurisprudência que afirma se tratar de mera 
recomendação do legislador, o que acaba por permitir a perpetuação desse foco de erros 
judiciários e, consequentemente, de graves injustiças. 6. É de se exigir que as polícias 
judiciárias (civis e federal) realizem sua função investigativa comprometidas com o absoluto 
respeito às formalidades desse meio de prova. E ao Ministério Público cumpre o papel de 
fiscalizar a correta aplicação da lei penal, por ser órgão de controle externo da atividade 
policial e por sua ínsita função de custos legis, que deflui do desenho constitucional de suas 
missões, com destaque para a “defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos 
interesses sociais e individuais indisponíveis” (art. 127, caput, da Constituição da República), 
bem assim da sua específica função de “zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos 
[inclusive, é claro, dos que ele próprio exerce] [...] promovendo as medidas necessárias a sua 
garantia” (art. 129, II). 7. Na espécie, o reconhecimento do primeiro paciente se deu por 
meio fotográfico e não seguiu minimamente o roteiro normativo previsto no Código de 
Processo Penal. Não houve prévia descrição da pessoa a ser reconhecida e não se exibiram 
outras fotografias de possíveis suspeitos; ao contrário, escolheu a autoridade policial fotos 
de um suspeito que já cometera outros crimes, mas que absolutamentenada indicava, até 
então, ter qualquer ligação com o roubo investigado. 8. Sob a égide de um processo penal 
comprometido com os direitos e os valores positivados na Constituição da República, busca-
se uma verdade processual em que a reconstrução histórica dos fatos objeto do juízo se 
vincula a regras precisas, que assegurem às partes um maior controle sobre a atividade 
jurisdicional; uma verdade, portanto, obtida de modo “processualmente admissível e válido” 
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(Figueiredo Dias). 9. O primeiro paciente foi reconhecido por fotografia, sem nenhuma 
observância do procedimento legal, e não houve nenhuma outra prova produzida em seu 
desfavor. Ademais, as falhas e as inconsistências do suposto reconhecimento – sua altura é 
de 1,95 m e todos disseram que ele teria por volta de 1,70 m; estavam os assaltantes com o 
rosto parcialmente coberto; nada relacionado ao crime foi encontrado em seu poder e a 
autoridade policial nem sequer explicou como teria chegado à suspeita de que poderia ser 
ele um dos autores do roubo – ficam mais evidentes com as declarações de três das vítimas 
em juízo, ao negarem a possibilidade de reconhecimento do acusado. 10. Sob tais condições, 
o ato de reconhecimento do primeiro paciente deve ser declarado absolutamente nulo, 
com sua consequente absolvição, ante a inexistência, como se deflui da sentença, de 
qualquer outra prova independente e idônea a formar o convencimento judicial sobre a 
autoria do crime de roubo que lhe foi imputado. 11. Quanto ao segundo paciente, teria, 
quando muito – conforme reconheceu o Magistrado sentenciante – emprestado o veículo 
usado pelos assaltantes para chegarem ao restaurante e fugirem do local do delito na posse 
dos objetos roubados, conduta que não pode ser tida como determinante para a prática do 
delito, até porque não se logrou demonstrar se efetivamente houve tal empréstimo do 
automóvel com a prévia ciência de seu uso ilícito por parte da dupla que cometeu o roubo. É 
de se lhe reconhecer, assim, a causa geral de diminuição de pena prevista no art. 29, § 1º, do 
Código Penal (participação de menor importância). 12. Conclusões: 1) O reconhecimento de 
pessoas deve observar o procedimento previsto no art. 226 do Código de Processo Penal, 
cujas formalidades constituem garantia mínima para quem se encontra na condição de 
suspeito da prática de um crime; 2) À vista dos efeitos e dos riscos de um reconhecimento 
falho, a inobservância do procedimento descrito na referida norma processual torna inválido 
o reconhecimento da pessoa suspeita e não poderá servir de lastro a eventual condenação, 
mesmo se confirmado o reconhecimento em juízo; 3) Pode o magistrado realizar, em juízo, o 
ato de reconhecimento formal, desde que observado o devido procedimento probatório, bem 
como pode ele se convencer da autoria delitiva a partir do exame de outras provas que não 
guardem relação de causa e efeito com o ato viciado de reconhecimento; 4) O reconhecimento 
do suspeito por simples exibição de fotografia(s) ao reconhecedor, a par de dever seguir o 
mesmo procedimento do reconhecimento pessoal, há de ser visto como etapa antecedente a 
eventual reconhecimento pessoal e, portanto, não pode servir como prova em ação penal, 
ainda que confirmado em juízo. 13. Ordem concedida, para: a) com fundamento no art. 386, 
VII, do CPP, absolver o paciente Vânio da Silva Gazola em relação à prática do delito objeto do 
Processo n. 0001199-22.2019.8.24.0075, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Tubarão – SC, 
ratificada a liminar anteriormente deferida, para determinar a imediata expedição de alvará 
de soltura em seu favor, se por outro motivo não estiver preso; b) reconhecer a causa geral de 
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diminuição relativa à participação de menor importância no tocante ao paciente Igor Tártari 
Felácio, aplicá-la no patamar de 1/6 e, por conseguinte, reduzir a sua reprimenda para 4 anos, 
5 meses e 9 dias de reclusão e pagamento de 10 dias-multa. Dê-se ciência da decisão aos 
Presidentes dos Tribunais de Justiça dos Estados e aos Presidentes dos Tribunais Regionais 
Federais, bem como ao Ministro da Justiça e Segurança Pública e aos Governadores dos 
Estados e do Distrito Federal, encarecendo a estes últimos que façam conhecer da decisão os 
responsáveis por cada unidade policial de investigação.
Assim, a despeito do cumprimento parcial das formalidades do artigo 226, CPP, consistente da descrição 
parcial, pela vítima, das características físicas da pessoa a ser reconhecida, há nulidade da prova porque a 
autoridade policial simplesmente exibiu uma única foto ao reconhecedor, de pessoa suspeita de cometer 
outros crimes de roubo contra a EBCT na região, violando o disposto no inciso II, do artigo 226, CPP. Outro 
problema desse procedimento, conforme mencionado no julgado, é que o caráter estático, a qualidade da 
foto, a ausência de expressões e trejeitos corporais e a quase sempre visualização apenas do busto do suspeito 
podem comprometer a idoneidade e a confiabilidade do ato. No caso, havia controvérsia concernente à altura 
do comparsa de Buscapé que, segundo os policiais militares, tinha estatura alta. No mesmo sentido, a vítima 
afirmou que o agente tinha 1,90m de altura. Entretanto, o acusado Zé Pequeno, conforme indicava sua ficha 
de identificação civil, tinha apenas 1,55m, a revelar a inidoneidade do meio de prova. A despeito dessa 
limitação material, contudo, havia vício formal que deveria ser acolhido consoante o novo entendimento 
expressado pelo STJ.
MÉRITO
Quanto ao mérito, o resultado esperado era a condenação do acusado Buscapé, preso em flagrante logo em 
seguida à prática delitiva, e a absolvição do réu Zé Pequeno já que, para além do reconhecimento fotográfico 
realizado na fase de inquérito, e cuja nulidade deveria ser reconhecida, não havia qualquer outro elemento 
de prova de autoria que respaldasse sua condenação.
No que se refere ao acusado Buscapé, restou comprovado ao longo da persecução penal que no dia 15 
de maio de 2020, por volta das 16h, na Rua A, número 100, na cidade de São Paulo/SP, de maneira livre 
e consciente, e agindo com unidade de desígnio com outro agente não identificado, subtraiu para si coisa 
alheia móvel, mediante grave ameaça exercida com simulação de emprego de arma de fogo.
A materialidade do delito está demonstrada pelo auto de prisão em flagrante, no qual foi formalizada a 
apreensão de 25 (vinte e cinco) encomendas que se encontravam armazenadas no veículo da EBCT que se 
encontrava na posse da vítima João da Silva, subtraídas pelos agentes; bem como pelos depoimentos dos 
policiais militares e da vítima ouvidos em juízo, sob o crivo do contraditório.
No que se refere à autoria delitiva, os depoimentos da vítima e dos policiais militares em juízo apontam que 
na data dos fatos o acusado Buscapé, na companhia de um comparsa não identificado, abordaram a vítima 
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logo após a entrega de uma encomenda. Ao se aproximarem de João da Silva, o agente não identificado exibiu 
um objeto que se encontrava em sua cintura e anunciou o assalto, valendo-se da expressão usual “perdeu”. 
Ato contínuo, Buscapé assumiu a direção do veículo e os agentes se evadiram do local rapidamente. Logo 
após ingressarem na Rua B, os autores do delito cruzaram com uma viatura da polícia militar, que passou a 
persegui-los. Após percorrerem cerca de 50 (cinquenta) metros, os meliantes abandonaram o veículo na via 
pública e passaram a fugir a pé. Enquanto o agente não identificado se embrenhou pelas casas da vizinhança 
e não foi encontrado, Buscapé foi imediatamente capturado, apreendendo-se osbens subtraídos, que se 
encontravam no veículo abandonado.
Frise-se que os depoimentos de policiais que participaram da ocorrência e da vítima do crime são elementos 
válidos de prova para fundamentar a condenação do acusado Buscapé:
HABEAS CORPUS. SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. NÃO CABIMENTO. ROUBO COMETIDO 
COM EMPREGO DE ARMA DE FOGO, EM CONCURSO DE AGENTES E COM RESTRIÇÃO À 
LIBERDADE DAS VÍTIMAS. ABSOLVIÇÃO EM 1º GRAU. APELO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
PROVIDO. CONDENAÇÃO. ALEGADA AFRONTA AO ART. 155 DO CPP. NÃO CONFIGURAÇÃO. 
PROVA DA AUTORIA COLHIDA EM JUÍZO. CONFISSÃO EXTRAJUDICIAL CORROBORADA PELA 
PROVA JUDICIALIZADA. VALIDADE PARA FUNDAMENTAR A CONDENAÇÃO. PALAVRA DE 
POLICIAIS. MEIO DE PROVA IDÔNEO. ILEGALIDADE NÃO CONFIGURADA. HABEAS CORPUS 
NÃO CONHECIDO. (...). II - O eg. Tribunal de Justiça, ao modificar a sentença absolutória para 
condenar o paciente, se fundamentou na prova coligida em Juízo, consistente no depoimento 
das vítimas e testemunhas, dentre elas policiais que realizaram a prisão em flagrante, os 
quais corroboraram os elementos constantes do inquérito policial, notadamente a confissão 
extrajudicial dos agentes, não havendo ofensa ao art. 155 do CPP. (...). IV - O depoimento 
dos policiais prestado em Juízo constitui meio de prova idôneo a resultar na condenação 
do réu, notadamente quando ausente qualquer dúvida sobre a imparcialidade dos agentes, 
cabendo à defesa o ônus de demonstrar a imprestabilidade da prova, o que não ocorreu 
no presente caso. Precedentes. (...). (HC 471.082/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA 
TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 30/10/2018). Grifei.
HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. NULIDADE NO ATO DE RECONHECIMENTO 
DO ACUSADO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. FRAGILIDADE DO CONJUNTO PROBATÓRIO. 
DECISÃO QUE ENCONTRA APOIO EM OUTROS ELEMENTOS COLHIDOS SOB O CRIVO DO 
CONTRADITÓRIO. DECISÃO FUNDAMENTADA. DEPOIMENTO DAS VÍTIMAS. CRIME COMETIDO 
NA CLANDESTINIDADE. MEIO DE PROVA IDÔNEO. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO. 
ABSOLVIÇÃO. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO APROFUNDADO DE MATÉRIA FÁTICO-
PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE NA VIA ESTREITA DO WRIT. (...). 4. Embora existam críticas 
acerca do valor das declarações prestadas pelo ofendido da ação criminosa, é certo que tal 
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elemento de prova é admitido para embasar o édito condenatório, mormente em casos nos 
quais a conduta delituosa é praticada na clandestinidade, desde que sopesada a credibilidade 
do depoimento, conforme se verifica ter ocorrido na hipótese. (...). HC 162.913/SP, Rel. 
Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 05/04/2011, DJe 04/05/2011). Grifei.
Entretanto, verifiquei que muitos alunos deram ênfase quase que absoluta à prisão em flagrante do acusado, 
(o que era objeto do depoimento dos policiais), mas sem explicitar a contribuição do agente para a prática do 
crime (foi ele que tomou a direção do veículo logo após a abordagem da vítima pelo agente não identificado), 
o que era objeto do depoimento da vítima. Na prática, é muito raro que os policiais militares testemunhem 
a execução do crime (a rigor, o crime já estava consumado pela inversão da posse), apenas o que ocorre 
depois, geralmente a prisão em flagrante, em alguns casos com a recuperação parcial ou total da coisa 
roubada. Então, é muito importante que não se esqueça de invocar os testemunhos e articular sobre as 
ações que digam respeito à própria execução do crime, assim evidenciado a participação do réu nos fatos.
Por outro lado, deveria ser afastada a tese defensiva de configuração da modalidade tentada de crime. Com 
efeito, consoante a Súmula 582, STJ, consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante 
emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao 
agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. Assim, a 
recuperação integral da coisa roubada e a prisão do réu nas imediações do local do crime, após perseguição 
quase que imediata pela polícia militar, não afastam a consumação do delito, que se deu no exato momento 
em que os agentes assumiram a direção do veículo e deixaram o local após intimidarem a vítima com a 
simulação do emprego de arma de fogo.
No tocante à causa de aumento de pena, cabe salientar que a absolvição de Zé Pequeno não impede a 
configuração do concurso de agentes. Afinal, conquanto o réu tenha sido acusado indevidamente de 
participar do crime, houve atuação de um comparsa de Buscapé, conforme narraram as testemunhas, ainda 
que não identificado e, por conseguinte, não processado criminalmente.
Por fim, muitos alunos reconheceram, indevidamente, a incidência da causa de aumento de pena do 
transporte de valores. Na jurisprudência, existe divergência quanto à incidência da majorante:
PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO MAJORADO. CORREIOS. 
RECEPTAÇÃO QUALIFICADA. MATERIALIDADE, AUTORIA E DOLO COMPROVADOS. DOSIMETRIA 
DAS PENAS. CAUSA DE AUMENTO DE PENA RELATIVA AO TRANSPORTE DE VALORES (CP, ART. 
157, § 2º, III). AFASTAMENTO. (...). 3. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) não 
tem por função primordial o transporte de bens valiosos, mas a entrega de correspondências. 
Afastada a causa de aumento prevista no art. 157, § 2º, III, do Código Penal, porém sem 
alteração na fração para a majorante do inciso II, uma vez que foi fixada no mínimo legal. 
(...). (APELAÇÃO CRIMINAL - 0007722-20.2018.4.03.6181. TRF3 - DÉCIMA PRIMEIRA TURMA, 
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e-DJF3 Judicial 1 DATA:15/10/2020). Grifei.
PENAL APELAÇÃO CRIMINAL. PRELIMNAR DE NULIDADE DA SENTENÇA AFASTADA. ART. 
288. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. MANTIDA ABSOLVIÇÃO. ART. 157, §2º, II, III e V do CP. 
COMPROVADA MATERIALIDADE E AUTORIA DOS RÉUS. PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO 
LEGAL CORRETAMENTE FIXADA. INCABÍVEL DESCLASSIFICAÇÃO PARA FURTO. GRAVE 
AMEAÇA CONFIGURADA. PRESENÇA DA AGRAVANTE PREVISTA NO ART. 62, INC. I, DO CP. 
IMPOSSIBILIDADE DE AFASTAMENTO DAS CAUSAS DE AUMENTO PREVISTAS NOS INCISOS III 
E V DO 2º DO CP. FRAÇÃO PARA MAJORAR A PENA EM FUNÇÃO DE CAUSAS DE AUMENTO 
JUSTIFICADA. (...). 7. Impossibilidade de afastamento da causa de aumento prevista no 
inciso III, § 2º, do art. 157 do CP. É absolutamente notório que os Correios, a par de realizar 
entre de simples correspondências , efetua igualmente a entrega de bens de elevado valor, 
motivo pelo qual a expressão “transporte de valores” não se refere apenas a dinheiro, em 
espécie. Esse serviço é de conhecimento daqueles que praticam roubo e constitui, de fato, 
o principal motivo para ataques a viaturas transportando encomendas para a ECT. (...). (Ap - 
Apelação - Recursos - Processo Criminal 0510569-09.2015.4.02.5101, PAULO ESPIRITO SANTO, 
TRF2 - 1ª TURMA ESPECIALIZADA. ORGAO_JULGADOR:.). Grifei.
A despeito disso, o fato é que a causa de aumento de pena não estava explicitamente descrita no enunciado, 
que não indicou a natureza e o valor das mercadorias nem trouxe maiores considerações sobre a abrangência 
do dolo dos acusados.
A questão do dolo, no ponto, é de especial relevância. Pela redação do inciso III, do §2º, do artigo 157, CP, 
exige-se dolo direto (e o agente conhece tal circunstância) para incidência da majorante. O agente deve 
ter ciência de que a vítima está em serviço de transporte de valores e, ao mesmo tempo, deve almejar 
a subtração desses valores. O que aconteceria, no entanto, se os agentes, após a fuga, se livrassem das 
mercadorias, ou mesmo as mantivessem no porta-malas do carro e usassem o veículo para qualquer outra 
finalidade ilícita (como transportar drogas sem levantar maiores suspeitas)? E, ainda que isso não tenha 
efetivamente ocorrido, é possível afirmar que essa não pudesse ser a intenção deles desde o início?Sobre esse ponto em específico, gostaria de registrar que não desconheço o precedente do STJ mais recente 
em que se reconheceu a incidência da majorante (REsp 1309966/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA 
TURMA, julgado em 26/08/2014, DJe 02/09/2014). Contudo, para além dos fundamentos jurídicos então 
invocados, é certo que, ao se analisar o inteiro teor do acórdão, se verifica que o juiz de primeiro grau 
apontou elementos concretos para justificar a conclusão de que os agentes sabiam que o carteiro estava 
transportando mercadorias de seu interesse, especificamente produtos da Natura que seriam comercializados 
informalmente (destaquei):
“Ora, do contexto fático-probatório, extrai-se a conclusão de que o agente conhecia tal 
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circunstância. Neste ponto, decerto que o Estatuto Repressivo protege aqueles que têm por 
ofício o transporte de valores, ou seja, aqueles representados por dinheiro, ou qualquer 
outro bem valioso que se costuma transportar. De igual sorte, das provas coligidas aos 
autos, deflui que os agentes detinham conhecimento acerca da existência dos produtos 
da NATURA. Inclusive, são recorrentes os roubos praticados contra carteiros e veículos de 
entrega da ECT, sendo que os referidos produtos do roubo são comercializados no mercado 
informal. Tanto que a Polícia Federal, para fins de rastrear os agentes envolvidos, montou 
um grupo de investigação que conta, até, com a participação de funcionários da ECT. Dentre 
os produtos mais procurados pelos bandidos, estão os distribuídos pela rede NATURA.No 
caso sob comento, inclusive, constata-se o dolo direto, dada a ciência pelo agente de que 
as vítimas estivessem em serviço de transporte de valores. Logo, deve haver a incidência da 
majorante (Precedente do STJ: HC n.º 101619, Relator FELIX FISCHER, Quinta Turma, DJE Data 
01.06.2009). Por sua vez, ainda que a ECT seja, precipuamente, uma empresa que se dedica 
ao transporte de correspondências, eventualmente está afeta ao transporte dos valores, 
sendo os depoimentos prestados nos autos uníssonos no sentido de que o acusado sabia da 
existência dos produtos da NATURA.” (fls. 379/380).
Enfim, conforme alertei os alunos na correção individualizada, há que se ter bastante cautela com a aplicação 
da emendatio nesses casos, sobretudo quando o enunciado não é expresso a respeito de elementos 
imprescindíveis à incidência de causa de aumento de pena ou mesmo à reclassificação jurídica dos fatos. 
A prova de sentença, ao contrário de uma dissertação, não se presta a que o aluno demonstre todo o 
conhecimento jurídico que detém sobre determinada matéria, mas sim para testar esse conhecimento, de 
modo prático, a partir dos dados constantes expressamente do enunciado.
DOSIMETRIA.
No tocante à dosimetria da pena deve ser observada, inicialmente, a regra prevista nos artigos 68, do Código 
Penal, que estabelece que a pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em 
seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição 
e de aumento.
O artigo 59, CP, por sua vez, prescreve que o juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta 
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao 
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção 
do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites 
previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena 
privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
Por ocasião da fixação da pena base, portanto, é importante que o candidato faça expressa referência na 
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sentença à aplicação da referida regra.
Normalmente, e à exceção das questões em que os Tribunais Superiores tenham jurisprudência firmada 
sobre o tema, a dosimetria da pena não se submete a um espelho fechado, sendo certo que, na prática, a 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça reconhece a existência de certo 
poder discricionário ao julgador no momento da fixação das penas. O que não se admite, contudo, é que 
o candidato se valha de alusões abstratas, elementos imaginários e de fundamentação genérica para a 
exasperação da pena base. Confira-se:
EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO 
DENEGADA NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA POR INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. CRIME 
DE TRÁFICO DE DROGAS. DOSIMETRIA. FIXAÇÃO DA PENA-BASE. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. 
AFASTAMENTO DA MINORANTE DO ARTIGO 33, § 4º, DA LEI 11.343/2006. REEXAME DE FATOS 
E PROVAS. 2. A dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade judicial. 
O Código Penal não estabelece rígidos esquemas matemáticos ou regras absolutamente 
objetivas para a fixação da pena. Pertinente à dosimetria da pena, encontra-se a aplicação 
da causa de diminuição da pena objeto do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006. (RHC 140006 
AgR, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 01/12/2017, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-289 DIVULG 14-12-2017 PUBLIC 15-12-2017). Grifei.
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. 
TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. DOSIMETRIA. PENA-BASE. EXASPERAÇÃO. 
PARTE DA FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. 
PENA REDIMENSIONADA. REGIME PRISIONAL. EXPRESSIVA QUANTIDADE E NATUREZA 
ESPECIALMENTE DELETÉRIA DA DROGA APREENDIDA. VALORAÇÃO NEGATIVA NA PRIMEIRA 
FASE DA DOSIMETRIA DA PENA. CRITÉRIO SUFICIENTE PARA A FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL 
MAIS GRAVOSO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 2. A 
dosimetria da pena insere-se dentro de um juízo de discricionariedade do julgador, atrelado 
às particularidades fáticas do caso concreto e subjetivas do agente, somente passível de 
revisão por esta Corte no caso de inobservância dos parâmetros legais ou de flagrante 
desproporcionalidade. 3. Nesse contexto, elementos próprios do tipo penal, alusões à 
potencial consciência da ilicitude, à gravidade do delito, ao perigo da conduta, à busca 
do lucro fácil e outras generalizações sem suporte em dados concretos, não podem ser 
utilizados para aumentar a pena-base. (HC 431.163/RJ, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA 
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 06/03/2018, DJe 13/03/2018). Grifei.
O mesmo se diga em relação à definição das frações de aumento de pena, notadamente nas duas primeiras 
fases da dosimetria da pena, em que o legislador não estabeleceu as frações a serem seguidas, ao contrário 
do que ocorre com as causas de aumento e de diminuição de pena. Confira-se:
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PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. DOSIMETRIA. PENA-
BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. GRANDE QUANTIDADE DE ENTORPECENTES. POSSIBILIDADE. 
DESPROPORCIONALIDADE. AUSÊNCIA. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 
2. Não se demonstra excessiva, desarrazoada ou ilegal a exasperação da pena-base em 
2 anos pela valoração da vetorial negativa da grande quantidade de drogas apreendidas, 
aplicada dentro do critério da discricionariedade vinculada do julgador. 3. Ademais, nos 
termos da jurisprudência desta Corte Superior, a exasperação da pena-base não se dá 
por critério objetivo ou matemático, uma vez que é admissível certa discricionariedade 
do órgão julgador, desde que vinculada aos elementos concretos dos autos (AgInt no HC 
352.885/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 17/05/2016, 
DJe 09/06/2016), só podendoser alterado o quantum de aumento na pena-base quando 
flagrantemente desproporcional. (AgRg no HC 400.214/MS, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, 
SEXTA TURMA, julgado em 06/03/2018, DJe 14/03/2018). Grifei.
HABEAS CORPUS. CRIME DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. DOSIMETRIA DA PENA. 
REPRIMENDA BÁSICA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. AFIRMAÇÕES CONCRETAS. AUMENTO 
DESPROPORCIONAL DIANTE DO RECONHECIMENTO DA AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA. ART. 
40, INCISO IV, DA LEI N. 11.343/2006. EMPREGO DE ARMA DE FOGO. ACRÉSCIMO NO PATAMAR 
DE 1/3 (UM TERÇO). MOTIVAÇÃO IDÔNEA. 1. Na esteira da orientação jurisprudencial desta 
Corte, por se tratar de questão afeta a certa discricionariedade do magistrado, a dosimetria 
da pena é passível de revisão em habeas corpus apenas em hipóteses excepcionais, quando 
ficar evidenciada flagrante ilegalidade, constatada de plano, sem a necessidade de maior 
aprofundamento no acervo fático-probatório. 4. O Código Penal não estabelece limites 
mínimo e máximo de aumento ou redução de pena em razão da incidência das agravantes 
e atenuantes genéricas. Diante disso, a doutrina e a jurisprudência pátrias anunciam que 
cabe ao magistrado sentenciante, nos termos do princípio do livre convencimento motivado, 
aplicar a fração adequada ao caso concreto, em obediência aos princípios da razoabilidade 
e da proporcionalidade. Precedentes. (HC 421.158/RJ, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA 
PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 01/03/2018, DJe 12/03/2018). Grifei.
Por outro lado, em relação à forma de cálculo da pena base, o Código Penal é silente a respeito (já que não 
houve prefixação da quantidade de aumento de pena na primeira fase da dosimetria, para cada circunstância 
judicial negativa), assim como não há critério fechado na jurisprudência que, repise-se, destaca o caráter 
discricionário dessa atividade jurisdicional.
Assim, é admissível o emprego da fração de 1/8 (um oitavo), considerando o número de circunstâncias 
judiciais previstas no artigo 59, CP, ou de 1/6 (um sexto), que é a menor fração empregada pelo Código Penal 
quando trata das causas de aumento ou de diminuição de pena, sobre a pena mínima cominada ao delito. 
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Exemplo: reconhecida a existência de 1 circunstância judicial negativa, e adotando-se a fração de 1/6 ou 1/8 
a incidir sobre a pena mínima do crime de roubo (4 anos), o resultado seria a fixação da pena base em 4 anos 
e 8 meses ou 4 anos e 6 meses, conforme o caso.
Também costumam ser aceitos outros critérios de cálculo, como aquele que confere pesos diferentes para 
cada circunstância judicial a depender do delito em análise, inclusive com a fixação de um teto para a 
exasperação da pena base (termo médio). Exemplo: preceito primário do tipo penal de roubo prevê pena 
privativa de liberdade de 4 a 10 anos. Assim, para a obtenção do termo médio, deve-se tirar a média entre os 
limites máximos e mínimos da pena. No caso, 4+10 = 14/2 = 7. Sendo assim, na primeira fase da dosimetria 
da pena, a pena base não pode ser superior a 7 anos. Em seguida, procede-se à determinação da quantidade 
de pena atribuível a cada circunstância judicial. No caso, considerando-se que 3 anos (7-4=3) equivalem a 
36 meses, e que são 8 as circunstâncias judiciais, cada uma dela corresponderia a 4 meses e 15 dias. Sendo 
reconhecida a presença de 1 circunstância judicial negativa, a pena base seria fixada em 4 anos, 4 meses e 
15 dias.
Vejam dois julgados abaixo do STJ em que os Ministros Relatores fazem referência a essa forma de cálculo, 
ainda que aceitem o método diferente aplicado pelo magistrado sentenciante na espécie:
PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO. LATROCÍNIO 
TENTADO. DOSIMETRIA DA PENA. DISCRICIONARIEDADE VINCULADA. FLAGRANTE ILEGALIDADE 
NÃO EVIDENCIADA. PROPORCIONALIDADE. WRIT NÃO CONHECIDO. 4. No caso, a pena-base foi 
estabelecida acima do piso legal em razão do modus operandi e das consequências do crime. 
Considerando a fração ideal de 1/8 por circunstância judicial desfavorável, a incidir sobre 
o intervalo da condenação abstratamente previsto para o crime de latrocínio (120 meses), 
seria razoável o incremento da pena em 1 ano e 3 meses por vetorial desabonadora. Todavia, 
conquanto tenha reconhecido a presença das duas circunstâncias judiciais desfavoráveis, o 
Colegiado de origem estabeleceu a reprimenda-base em 20 anos e 6 meses de reclusão, ou 
seja, 6 meses acima do piso legal, o que se revela bastante favorável ao réu, não havendo se 
falar, assim, em manifesta ilegalidade a exigir a intervenção excepcional desta Corte Superior 
de Justiça. (HC 366.847/RJ, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 
27/02/2018, DJe 05/03/2018). Grifei.
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TESE DE VIOLAÇÃO DO ART. 
59 DO CP. RAZÕES DE PEDIR DO RECURSO ESPECIAL QUE NÃO IMPUGNAM, DE MANEIRA 
ESPECÍFICA, AS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS ANALISADAS DE FORMA DESFAVORÁVEL. SÚMULA 
N. 284 DO STF. INOVAÇÃO RECURSAL INADMISSÍVEL EM AGRAVO REGIMENTAL. DOSIMETRIA 
DA PENA. PROPORCIONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO NA VIA ESPECIAL. RECURSO 
NÃO PROVIDO. 1. Se, no recurso especial, a parte alega violação do art. 59 do CP, mas as 
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razões de pedir estão dissociadas do aresto estadual e deixam de impugnar, especificamente, 
as circunstâncias judiciais sopesadas de forma negativa pelo Tribunal a quo, fica caracterizada 
a deficiência do recurso que impossibilita seu conhecimento, por incidência da Súmula n. 
284 do STF. 2. É inviável, em agravo regimental, discutir tese que nem sequer foi deduzida no 
recurso especial, por se tratar de indevida inovação recursal. 3. A exasperação relacionada a 
cada circunstância judicial poderá, entre outros critérios, ser calculada com base no termo 
médio entre o mínimo e o máximo da pena cominada em abstrato ao crime, dividido pelo 
número de circunstâncias judiciais do art. 59 do CP. Na hipótese, ela foi manifestamente 
proporcional. 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 785.834/SP, Rel. Ministro 
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 03/08/2017, DJe 10/08/2017). Grifei.
O mais importante nesse ponto é (i) indicar ao examinador qual o critério de cálculo escolhido, indicando 
expressamente a fração de aumento da pena; (ii) evitar fazer cálculos excessivos durante a prova; 
simplifique!
Partindo para a análise do caso concreto, o enunciado não trouxe elementos que permitissem a valoração 
negativa de quaisquer das circunstâncias judiciais, bem como não havia circunstâncias agravantes ou 
atenuantes na segunda fase da dosimetria. Lembro que todas as circunstâncias judiciais do artigo 59, CP 
devem ser expressamente referidas e valoradas, ainda que de modo neutro.
Já na terceira fase de dosimetria da pena, como se viu, cabe a incidência da causa de aumento do §2, II, do 
artigo 157, CP (concurso de agentes).
Paralelamente à aplicação da pena privativa de liberdade, caberá ao candidato o cálculo da pena de multa.
Nos termos do artigo 49, CP, a pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia 
fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos 
e sessenta) dias-multa.
Por outro lado, nos termos do artigo 59, I e II, CP, o juiz estabelecerá as penas aplicáveis e a sua quantidade, 
dentro dos limites previstos, segundo a análise das circunstâncias judiciais.
Em seguida, serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição 
e de aumento, nos termos do artigo 68, CP, de modo que seja observada a necessária proporcionalidade 
entre as penas de multa e a pena privativa de liberdade (lembre-se que o caráter bifásico da pena de multa 
diz respeito apenas ao binômio “quantidade” e “valor” do

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