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estudo processo civil (1)

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Estudo Direito processual civil II
Capítulo XIV - Da Liquidação de Sentença – arts. 509 a 512 
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, 
proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas 
partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas 
partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato 
novo. 
§ 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é 
lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a 
liquidação desta.
§ 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor 
poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
§ 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos 
interessados programa de atualização financeira.
§ 4o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a 
julgou.
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a 
apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, 
caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o
procedimento da prova pericial. 
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a 
apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, 
caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o
procedimento da prova pericial.
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação 
do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que 
estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) 
dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte 
Especial deste Código. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891870/art-509-da-lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891854/art-511-da-lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891856/art-510-da-lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891856/art-510-da-lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891858/art-509-4-da-lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891860/art-509-3-da-lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891862/art-509-2-da-lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891864/art-509-1-da-lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891866/art-509-inc-ii-da-lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891868/art-509-inc-i-da-lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891868/art-509-inc-i-da-lei-13105-15
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação 
do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que 
estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) 
dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte 
Especial deste Código. 
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-
se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o 
pedido com cópias das peças processuais pertinentes. 
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-
se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o 
pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
1 NOÇÕES SOBRE A LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
O   credor,   para   requerer   o   cumprimento   de   sentença   ou   mesmo   a   execução
autônoma de um título extrajudicial, deverá atender dois requisitos: título executivo
e   inadimplemento   do   devedor.  A  propósito,   o   art.   786   do   CPC   prevê   que   “A
execução pode ser  instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa,
líquida e exigível  consubstanciada em  título  executivo”.([1])  Assim,  o  título  que
embasará o pedido de cumprimento de sentença deve contemplar obrigação que
apresente   as   características   da   certeza,   da   liquidez   e   da   exigibilidade.   Se   a
obrigação   contemplada   no   título   executivo   não   apresentar   a   característica   da
liquidez, haverá necessidade de ser requerida, antes da execução, a liquidação da
sentença.([2])
1.1 Finalidade
A liquidação consiste em um procedimento destinado a atribuir um valor ao título
executivo. O cumprimento de sentença, de fato, não poderá ser instaurado se o
título executivo judicial contemplar obrigação ilíquida, caso em que, antes de se
requerer a execução, haverá necessidade de ser instaurado módulo procedimental
para sua liquidação. Nesse passo, a finalidade da liquidação é atribuir um valor ao
título executivo que contempla uma obrigação ilíquida.
A título de exemplo, lembre-se da sentença penal condenatória com trânsito em
julgado que não estabeleça valor mínimo indenizatório,([3]) devendo ser salientado
que   tal   sentença,   conforme   estabelece   o   art.   515,   inc.   VI,   do   CPC,   é   título
executivo judicial. O referido título, contudo, apresenta a característica da iliquidez,
porquanto não prevê o quantum indenizatório que é devido. Em tal caso, o pedido
https://www.rkladvocacia.com/liquidacao-de-sentenca-e-o-novo-codigo-de-processo-civil/#_ftn3
https://www.rkladvocacia.com/liquidacao-de-sentenca-e-o-novo-codigo-de-processo-civil/#_ftn2
https://www.rkladvocacia.com/liquidacao-de-sentenca-e-o-novo-codigo-de-processo-civil/#_ftn1
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891852/art-512-da-lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891852/art-512-da-lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891854/art-511-da-lei-13105-15
de cumprimento de sentença a ser formulado perante o Juízo Cível competente
deverá ser precedido de liquidação.
1.2 Cabimento
A liquidação em sentido técnico, enquanto módulo procedimental disciplinado no
art.  509  do CPC,  somente   terá  cabimento  em relação aos   títulos   judiciais.([4])
Prevê,   com   efeito,   aquele   dispositivo,   que   “quando   a   sentença   condenar   ao
pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á a sua liquidação, a requerimento do
credor   ou   do   devedor”.   Note-se   que,   no   preceito,   o   Legislador   fez   referência
expressa à sentença, não fazendo, realmente, menção aos títulos extrajudiciais.
É bem verdade que se afigura possível a realização de liquidação incidental em
relação a um título executivo extrajudicial que contemple obrigação de dar, quando
o cumprimento de tal obrigação se tornar impossível. A propósito, o art. 809, caput,
do CPC, estabelece que “o exequente tem direito a receber,  além de perdas e
danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for
encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente”,  enquanto o
parágrafo primeiro daquele dispositivo prevê que “serão apurados em liquidação o
valor da coisa e os prejuízos”.
Contudo, essa apuração dos valores não será feita em módulo procedimental do
processo de conhecimento, mas sim em um incidente do processo de execução de
título extrajudicial. Não se trata, portanto, de um procedimento de liquidação típica,
mas sim uma forma de liquidação sui generis ou atípica.
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA ■ 1. INTRODUÇÃO  Para   a   execução,   é
indispensável   título  líquido que permita a  identificação do quantum debeatur.  O
título líquido é aquele que indica a quantidade de bens ou valores que constituem a
obrigação.   Ela   deve   constar   do   próprio   título,   podendo,   quando   muito,   exigir
cálculos aritméticos para apurá-la. O título executivo extrajudicial há de ser sempre
líquido. Se o quantum debeatur não resultar diretamente da leitura do que dele
consta, ou de cálculos aritméticos, ele perderá a sua eficácia executiva. Não existe
liquidação de título extrajudicial.Já a sentença pode ser ilíquida. Para que possa
ter início a execução, é indispensável que passe por prévia liquidação, para que se
apure   o   quantum.   Sempre   que   na   fase   cognitiva   for   prolatada   sentença   que
reconheça ilíquida, antes de ter início a fase de cumprimento de sentença, haverá
uma   etapa   intermediária,   de   liquidação.   Se   o   título   for   sentença   penal
condenatória, antes do início da execução, haverá a liquidação dos danos.
https://www.rkladvocacia.com/liquidacao-de-sentenca-e-o-novo-codigo-de-processo-civil/#_ftn4
  ■ 2.  DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO O CPC de 1973,  em sua
redação originária, previa três espécies de liquidação: por cálculo do contador, por
arbitramento e por artigos. Por cálculo do contador era aquela em que, antes do
início da execução, os autos eram remetidos ao contador do juízo para que, por
cálculos aritméticos, apurasse o quantum debeatur. O juiz ouvia as partes sobre
eles e, se estivessem em ordem, os homologava. Mas havia nisso um equívoco,
porque se para a apuração do quantum bastava um cálculo do contador, o título já
era  líquido, e não se podia falar propriamente em liquidação. A Lei n.  8.898/94
corrigiu a  falha,  excluindo de entre as espécies de  liquidação a por  cálculo do
contador. Ao fazê-lo, atribuiu ao exequente, nos casos em que o débito pode ser
apurado   por   cálculo,   o   ônus   de,   ao   requerer   a   execução,   juntar   memória
discriminada do débito. Com isso, restaram apenas duas formas de liquidação. O
CPC   atual   as   manteve,   como   liquidação   por   arbitramento   e   de   procedimento
comum.  A  elas,   deve-se   acrescentar   um   tipo   especial   previsto   no   Código   do
Consumidor: a apuração do quantum devido às vítimas, quando proferida sentença
condenatória   genérica   nas   ações   civis   públicas   para   a   defesa   de   interesses
individuais homogêneos. São essas as três formas de liquidação que persistem em
nosso ordenamento jurídico. 
■ 3. FASE DE LIQUIDAÇÃO Tal como o cumprimento de sentença, a liquidação
não   constitui   um   novo   processo,   mas   apenas   uma   fase   do   processo   único,
sincrético.  Essa  fase de  liquidação  vem regulada  no  CPC,  arts.  509  a 512.  O
devedor   não   será   citado,   mas   intimado   na   pessoa   de   seu   advogado   para
acompanhá-la (arts. 510 e 511 do CPC). Se for revel, não haverá necessidade de
intimá-lo, conforme art. 346 do CPC. No entanto, se a liquidação for de sentença
penal condenatória, arbitral ou estrangeira, como não há nenhum processo civil de
conhecimento   precedente,   o   devedor   será   citado,   pois   é   a   primeira   vez   que
comparece ao juízo cível. 
4. LEGITIMIDADE PARA A LIQUIDAÇÃO A liquidação pode ser requerida tanto 
pelo credor quanto pelo devedor. A legitimidade deste deriva do interesse em 
pagar, para obter a extinção da obrigação, quando necessária a apuração do 
quantum. Mas, na liquidação da sentença condenatória genérica proferida nas 
ações civis públicas, somente o credor estará legitimado, porque o devedor não 
terá condições de saber quem são as vítimas, e quais os danos que cada qual 
sofreu. A iniciativa é do credor, pois cabe a ele provar que tem tal qualidade, 
demonstrando ser uma das vítimas do dano objeto da ação.
■ 5. NATUREZA DA LIQUIDAÇÃO Há dois tipos de processo em nosso 
ordenamento: o de conhecimento e o de execução. Em qual dessas categorias 
inclui-se a liquidação? Entre os processos de conhecimento, já que serve para que
o juiz diga qual é o quantum debeatur, não para que tome providências satisfativas,
ou medidas que visem afastar uma situação de perigo. Há, no entanto, enorme 
controvérsia sobre a natureza do ato judicial que julga a liquidação. A lei é 
expressa em atribuir-lhe natureza de decisão interlocutória, e não mais de 
sentença, como anteriormente. Mas discute-se se teria caráter declaratório ou 
constitutivo. Não pode ser condenatório porque a fase de liquidação pressupõe 
prévia condenação. Mas o título só estará constituído após a liquidação, ou já 
existia anteriormente, limitando-se a liquidação a declarar o quantum debeatur? 
Parece-nos que a razão está com aqueles que atribuem à liquidação natureza 
meramente declaratória. O art. 515 considera título executivo judicial a decisão civil
e a sentença penal transitada em julgado, sem exigir que sejam líquidas. O título já
existe desde a condenação transitada em julgado (no cível nem é necessário o 
trânsito). A liquidação é indispensável porque, sem a apuração do quantum, não é 
possível executar, mas não é ela que constitui o título executivo. Já a liquidação da
sentença condenatória genérica na ação civil pública tem caráter constitutivo, pois 
serve para que as vítimas comprovem sua qualidade, demonstrando que se 
enquadram naquela situação jurídica indicada na sentença genérica. Contra o ato 
judicial que aprecia a liquidação, qualquer que ela seja, o recurso cabível será o 
agravo de instrumento (art. 1.015, parágrafo único, do CPC). 
Capítulo I - Disposições Gerais – arts. 513 a 519 
https://www.direitocom.com/novo-cpc-comentado/parte-especial-livro-i-do-
processo-de-conhecimento-e-do-cumprimento-de-sentenca/titulo-ii-do-
cumprimento-da-sentenca/capitulo-i-disposicoes-gerais-titulo-ii-do-cumprimento-
da-sentenca
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, 
observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no 
Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 1º - O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, 
provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente.
§ 2º - O devedor será intimado para cumprir a sentença:
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria 
Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a 
hipótese do inciso IV;
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver procurador 
constituído nos autos
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na fase de 
conhecimento.
https://www.direitocom.com/novo-cpc-comentado/parte-especial-livro-i-do-processo-de-conhecimento-e-do-cumprimento-de-sentenca/titulo-ii-do-cumprimento-da-sentenca/capitulo-i-disposicoes-gerais-titulo-ii-do-cumprimento-da-sentenca
https://www.direitocom.com/novo-cpc-comentado/parte-especial-livro-i-do-processo-de-conhecimento-e-do-cumprimento-de-sentenca/titulo-ii-do-cumprimento-da-sentenca/capitulo-i-disposicoes-gerais-titulo-ii-do-cumprimento-da-sentenca
https://www.direitocom.com/novo-cpc-comentado/parte-especial-livro-i-do-processo-de-conhecimento-e-do-cumprimento-de-sentenca/titulo-ii-do-cumprimento-da-sentenca/capitulo-i-disposicoes-gerais-titulo-ii-do-cumprimento-da-sentenca
§ 3º - Na hipótese do § 2º, incisos II e III, considera-se realizada a intimação 
quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, 
observado o disposto no parágrafo único do art. 274.
§ 4º - Se o requerimento a que alude o § 1º for formulado após 1 (um) ano do 
trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por 
meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos 
autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3º deste artigo.
§ 5º - O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do 
coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de 
conhecimento.
Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o 
cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a 
condição ou de que ocorreu o termo.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com
os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de 
obrigação de pagar quantia, defazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer 
natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, 
aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários 
tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta 
rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
X - (Vetado).
§ 1º - Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o 
cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º - A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e 
versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de 
sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal 
Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo 
juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os 
bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a 
obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do 
processo será solicitada ao juízo de origem.
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos 
termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto 
no art. 523.
§ 1º - Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor 
da decisão.
§ 2º - A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e
indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do 
processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento 
voluntário.
§ 3º - O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão 
exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a 
anotação da propositura da ação à margem do título protestado.
§ 4º - A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação 
do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, 
contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a 
satisfação integral da obrigação.
Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento 
da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo 
executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz.
Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença, 
provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que 
concederem tutela provisória.
- Do Cumprimento Provisório da Sentença que Reconheça a Exigibilidade de 
Obrigação de Pagar Quantia Certa – arts. 520 a 522
6. LIQUIDAÇÃO PROVISÓRIA Nos casos em que se admite a execução 
provisória, será possível também liquidação provisória, caso a sentença não seja 
líquida. Enquanto há recurso pendente, desprovido de efeito suspensivo, o credor 
já poderá promover a execução, e, se a sentença for ilíquida, a prévia liquidação, 
para apurar o quantum debeatur. Se o recurso for provido, a liquidação e a 
execução subsequente ficarão sem efeito e as partes deverão ser restituídas à 
situação anterior. O art. 512 do CPC prevê aindaa possibilidade de promover a 
liquidação, mesmo que esteja pendente recurso provido de efeito suspensivo. A 
ideia parte do pressuposto acertado de que a liquidação não se confunde com a 
execução e de que nela ainda não é tomada nenhuma providência concreta 
satisfativa. Mesmo que a execução não possa ter início, será possível promover a 
liquidação, com o que se ganhará tempo; enquanto o recurso tramita no órgão ad 
quem, poderá ter curso a apuração do quantum debeatur no órgão a quo. Essa 
liquidação é feita por conta e risco de quem a propuser, já que haverá o risco de 
reversão do julgamento, com a perda das despesas até então realizadas com a 
liquidação. Por isso, cumpre ao requerente ponderar os prós e contras dessa 
liquidação antecipada. Se ele acha, por exemplo, que são remotas as 
possibilidades de acolhimento do recurso, valerá a pena dar início à liquidação, 
com o que haverá considerável ganho de tempo; mas se o risco de provimento é 
grande, talvez não valha a pena. Como ela deve processar-se no órgão a quo, 
enquanto os autos principais estão no órgão ad quem para exame do recurso, será
necessário extrair autos suplementares. Enquanto pende o curso, a liquidação 
pode até ser concluída e decidida. A partir do momento em que o recurso for 
julgado, e não couber nenhum outro com efeito suspensivo, poder-se-á passar à 
execução; mas enquanto pender recurso com tal efeito, ela não poderá ter início.
cumprimento provisório; obrigação de pagar quantia certa: arts. 520 a 522
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido
de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo,
sujeitando-se ao seguinte regime:
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a 
sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto 
da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais 
prejuízos nos mesmos autos;
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada 
apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução;
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem 
transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos
quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e 
idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
§ 1º - No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar 
impugnação, se quiser, nos termos do art. 525 .
§ 2º - A multa e os honorários a que se refere o § 1º do art. 523 são devidos no 
cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa.
§ 3º - Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a 
finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o 
recurso por ele interposto.
§ 4º - A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o 
desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de 
outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à 
reparação dos prejuízos causados ao executado.
§ 5º - Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, 
de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo.
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos 
casos em que:
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
II - o credor demonstrar situação de necessidade;
III - pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 1.042 ;
III - pender o agravo do art. 1.042;
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com 
súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de 
Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos 
repetitivos.
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa 
resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
Art. 522. O cumprimento provisórioda sentença será requerido por petição dirigida 
ao juízo competente.
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de 
cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada 
pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal:
I - decisão exequenda;
II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;
III - procurações outorgadas pelas partes;
IV - decisão de habilitação, se for o caso;
V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para 
demonstrar a existência do crédito.
Capítulo III - Do Cumprimento Definitivo da Sentença que Reconhece a 
Exigibilidade de Obrigação de Pagar Quantia Certa – arts. 523 a 527 
7. VEDAÇÃO DE SENTENÇA ILÍQUIDA Somente os títulos judiciais podem ser 
ilíquidos. Mesmo assim, há casos em que o legislador os veda expressamente. 
Dispõe o art. 491 do CPC: “Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda 
que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da 
obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de 
ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando: I 
– não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido; II – a 
apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada 
ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença”. Mesmo nos 
casos em que se admite pedido genérico (art. 324, § 1º, do CPC), a sentença deve
ser líquida. Só se admitirá que não o seja nas hipóteses dos incisos I e II do art. 
491, quando então será necessária a liquidação. Nos termos da Súmula 318 do 
STJ, “Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse 
recursal em arguir o vício da sentença ilíquida”. 
➤ cumprimento definitivo; obrigação de pagar quantia certa: arts. 523 a 527
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e 
no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da 
sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para 
pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1º - Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput , o débito será 
acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de 
dez por cento.
§ 2º - Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput , a multa e os 
honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante.
§ 3º - Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, 
desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de 
expropriação.
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo 
discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter:
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o 
disposto no art. 319, §§ 1º a 3º ;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
§ 1º - Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os 
limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a 
penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada.
§ 2º - Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do 
juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro 
lhe for determinado.
§ 3º - Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de 
terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de 
desobediência.
§ 4º - Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais 
em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, 
fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência.
§ 5º - Se os dados adicionais a que se refere o § 4º não forem apresentados pelo 
executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os 
cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, 
inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de
penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1º - Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à 
revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, 
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à 
sentença.
§ 2º - A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 
e 148 .
§ 3º - Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229.
§ 4º - Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, 
pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de 
imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e 
atualizado de seu cálculo.
§ 5º - Na hipótese do § 4º, não apontado o valor correto ou não apresentado o 
demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de 
execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será 
processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
§ 6º - A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, 
inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e 
desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-
lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o 
prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao 
executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
§ 7º - A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6º não impedirá a 
efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de 
avaliação dos bens
§ 8º - Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a
parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 9º - A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos 
executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o
respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante.
§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente 
requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios 
autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz.
§ 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para 
apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à 
adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem 
ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o 
prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada 
ciência do fato ou da intimação do ato.
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se 
também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em
lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, 
ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo 
Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal , em 
controle de constitucionalidade concentrado oudifuso.
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão
ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica.
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao 
trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da 
decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito 
em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, 
comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, 
apresentando memória discriminada do cálculo.
§ 1º - O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor 
depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela 
incontroversa.
§ 2º - Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão 
multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por 
cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes.
§ 3º - Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá 
o processo.
Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento provisório da 
sentença, no que couber.
Capítulo IV - Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de 
Obrigação de Prestar Alimentos – arts. 528 a 533 
8. SENTENÇA PARTE LÍQUIDA, PARTE ILÍQUIDA O art. 509, § 1º, do CPC trata 
da possibilidade de haver uma sentença que seja parte líquida e parte ilíquida. Por 
exemplo: uma sentença proferida em ação de reparação de danos pode condenar 
o réu a pagar os danos emergentes, correspondentes aos gastos que ele teve, em 
determinado valor, e em lucros cessantes, a serem apurados em liquidação. O 
credor pode promover simultaneamente a execução da parte líquida, e, em autos 
apartados, a liquidação da outra parte.
■ 9. CÁLCULO DO CONTADOR Não é necessária a liquidação, quando o 
quantum debeatur puder ser apurado por simples cálculo aritmético. Cumpre ao 
credor, ao requerer a execução, apresentar memória discriminada do cálculo do 
débito, indicando de forma especificada os itens da cobrança e os acréscimos de 
correção monetária, juros e outros fixados na condenação (art. 524 do CPC). Essa 
solução trouxe preocupação com a possibilidade de o credor cobrar mais do que 
seria devido, ao apresentar os cálculos. O juiz deve examiná-los e, de ofício, 
determinar a correção de eventuais erros. Mas nem sempre terá condições de 
fazê-lo. Também há a possibilidade de o devedor defender-se, por objeções de 
préexecutividade ou impugnação, cuja apresentação prescinde de prévia garantia 
do juízo, pela penhora. Quando tiver dúvida, o juiz poderá valer-se de contabilista 
do juízo, que terá o prazo máximo de trinta dias para efetuar a verificação dos 
cálculos, exceto se outro prazo lhe for determinado. Não se trata do retorno da 
liquidação por cálculo do contador, pois o juízo não decidirá, ao final, se os 
cálculos do credor estão corretos ou incorretos. Teve o legislador o cuidado de 
evitar que, nessa fase que antecede o início da execução, possa surgir algum 
incidente que, sob vias transversas, obrigue o juízo a decidir a respeito do quantum
debeatur, o que acabaria por ressuscitar a liquidação por cálculo do contador. A 
solução encontrada foi fazer prevalecer o valor apresentado pelo credor, 
cumprindo ao devedor defender-se, impugnando-o, para que então o juízo possa 
decidir qual é o quantum debeatur. Mas, para que não haja prejuízo ao executado, 
conquanto a execução se faça pelo valor indicado pelo credor, a penhora far-se-á 
pelo valor que o juiz entender adequado, até que, no curso da execução, ele 
decida qual é efetivamente o quantum, podendo então mandar ampliar ou reduzir a
penhora. Os §§ 3º a 5º do art. 524 tratam da hipótese de os cálculos a serem 
apresentados pelo credor, no início da execução, dependerem de dados existentes
em mãos do devedor ou de terceiros, caso em que o juiz, a requerimento dele, 
poderá requisitálos, concedendo prazo de até trinta dias para cumprimento. Se a 
diligência for descumprida pelo devedor, o juiz considerará corretos os cálculos do 
credor; se descumprida por terceiro, poderá ficar caracterizado crime de 
desobediência. ■ 10. LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO É aquela que se presta
à apuração do valor de um bem ou serviço. A única tarefa é a apuração desse 
valor, o que demandará a apresentação de pareceres e documentos elucidativos 
pelas partes e, se isso não for suficiente, a nomeação de um perito. Não há 
nenhum fato novo a ser demonstrado. Por exemplo: o juiz condena o réu a pagar 
ao autor indenização correspondente ao aluguel do imóvel por ele indevidamente 
ocupado, durante doze meses. A sentença é ilíquida porque não se sabe qual é o 
aluguel daquele imóvel. A liquidação será feita por arbitramento porque a única 
coisa a ser feita é apurá-lo. Para tanto, as partes podem valer-se de pareceres, 
documentos e, caso necessário, haverá a nomeação do perito. A diferença da 
liquidação de procedimento comum é que, nesta, há necessidade de prova de 
fatos novos, que vão além da simples apuração do valor do bem ou do serviço. 
Dispõe o art. 509, I, do CPC que a liquidação será feita por arbitramento quando 
determinado por sentença ou convencionado pelas partes ou quando o exigir a 
natureza do objeto da liquidação. Muitas vezes, ao proferir a sentença 
condenatória, o juiz estabelece a forma pela qual se fará a liquidação. Mas isso 
não tem caráter definitivo: mesmo que nela conste o arbitramento, pode ser 
necessária a de procedimento comum, caso se constate a necessidade da prova 
de fatos novos. Requerido – pelo credor ou devedor – o arbitramento, o juiz, não 
sendo possível decidir de plano, após a intimação das partes para apresentação 
de pareceres e documentos elucidativos, nomeará um perito e fixará prazo para a 
entrega do laudo. As partes poderão formular quesitos e indicar assistentes 
técnicos. O procedimento a ser observado é o mesmo previsto para a prova 
pericial. Prevalece o entendimento de que não há honorários advocatícios na 
liquidação por arbitramento, já que não se discutem fatos novos (RSTJ 142/387) 
➤ cumprimento; prestação de alimentos; reconhecimento da exigibilidade de
obrigação: arts. 528 a 533
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação 
alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento 
do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, 
pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1º - Caso o executado, no prazo referido no caput , não efetue o pagamento, não
prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, 
o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o 
disposto no art. 517 .
§ 2º - Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de 
pagar justificará o inadimplemento.
§ 3º - Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o 
juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, 
decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
§ 4º - A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado 
dos presos comuns.
§ 5º - O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das 
prestações vencidas e vincendas.
§ 6º - Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de 
prisão.
§ 7º - O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que 
compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e 
as que se vencerem no curso do processo.
§ 8º - O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou 
decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso 
em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhoraem 
dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o 
exequente levante mensalmente a importância da prestação.
§ 9º - Além das opções previstas no art. 516 , parágrafo único, o exequente pode 
promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de 
prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.
Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de 
empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá 
requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação 
alimentícia.
§ 1º - Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao 
empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a 
partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do 
ofício.
§ 2º - O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas 
Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada 
mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o depósito.
§ 3º - Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de 
execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de 
forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à 
parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos.
Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts. 831 e 
seguintes .
Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou 
provisórios.
§ 1º - A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em
sentença ainda não transitada em julgado, se processa em autos apartados.
§ 2º - O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será processado 
nos mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença.
Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o 
caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de 
abandono material.
Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, 
caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda 
assegure o pagamento do valor mensal da pensão.
§ 1º - O capital a que se refere o caput , representado por imóveis ou por direitos 
reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou 
aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto 
durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação.
§ 2º - O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente 
em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a 
requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser 
arbitrado de imediato pelo juiz.
§ 3º - Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte 
requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação.
§ 4º - A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-
mínimo.
§ 5º - Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, 
cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas.
■ 13. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE
OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS 
É outra forma de cumprimento especial de sentença, prevista no CPC.Existem três
formas de promovê-la: a convencional, prevista no art. 528, § 8º, do CPC; a 
especial, prevista no art. 528, caput e §§ 1º a 7º; e a por desconto em folha, 
prevista no art. 529. A convencional é a que se processa como cumprimento de 
sentença condenatória em quantia certa, observado o procedimento estabelecido 
pelo art. 523 e ss. A especial é aquela na qual o devedor será intimado 
pessoalmente para pagar em três dias, comprovar que já o fez ou provar a 
impossibilidade de fazê-lo, sob pena de ser decretada a sua prisão civil. E a por 
desconto é aquela em que o devedor, funcionário público, militar, diretor ou gerente
de empresa, ou empregado, terá a prestação alimentícia descontada de sua folha 
de pagamento. ■ 13.1. Execução de alimentos pelo procedimento tradicional O 
credor de alimentos pode sempre preferir a execução pelo método tradicional, com
a penhora e expropriação de bens. Às vezes, em razão da relação de parentesco 
ou decorrente de casamento ou união estável, ele quer receber, mas não quer que 
o devedor corra o risco de ser preso. Bastará então que proponha a execução na 
forma convencional. Como a Súmula 309 do Superior Tribunal de Justiça e o art. 
528, § 7º, do CPC só permitem a execução especial do art. 528, caput, para os 
débitos que compreendam as três prestações anteriores ao ajuizamento da 
execução e as que se vencerem no curso do processo, se o exequente pretende 
prestações anteriores só poderá valer-se do procedimento convencional. A 
prestação de alimentos prescreve atualmente em dois anos (art. 206, § 2º, do CC). 
■ 13.2. Execução especial de alimentos É a que vem regulada no art. 528 do CPC,
cujocaput aduz: “No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de 
prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a 
requerimento do exequente, mandará intimar pessoalmente o devedor para, em 
três dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-
lo”. O credor não poderá valer-se da execução especial para exigir todo o crédito 
de alimentos, mas apenas os três últimos, vencidos antes do ajuizamento da 
execução, e os que se forem vencendo no seu curso. É o que dispõem o art. 528, 
§ 7º, e a Súmula 309 do STJ. As anteriores terão de ser cobradas por execução 
convencional, respeitado o prazo prescricional de dois anos, a contar dos 
respectivos vencimentos. O que há de mais característico nesse tipo de execução 
especial é a possibilidade de prisão civil do executado, caso no prazo de três dias 
não tome uma das providências a que se refere o caput do art. 528. Por essa 
razão é que a sua intimação deve ser pessoal, não podendo ser feita na pessoa do
advogado constituído, como no cumprimento de sentença em geral. A execução 
especial pode ser utilizada tanto em relação a alimentos fixados em cognição 
sumária, provisórios ou provisionais, como definitivos, fixados por sentença, mas 
desde que decorrentes do direito de família, isto é, de parentesco, casamento ou 
união estável. As ações em que se pede a condenação do réu ao pagamento de 
prestação alimentícia podem ter procedimento especial ou comum. Terão 
procedimento especial, quando há prova pré-constituída da obrigação alimentar. 
Se houver prova de parentesco, união estável ou casamento, terão rito especial, 
no qual é admissível a concessão de liminar de alimentos provisórios. Quando não 
houver prova pré-constituída, como, por exemplo, na ação de alimentos proposta 
contra aquele que não reconheceu a paternidade do autor, correrá pelo 
procedimento comum, sem alimentos provisórios. Os alimentos de caráter 
indenizatório, que decorrem de ato ilícito, quando o réu é condenado a pagar 
pensão à vítima ou a seus herdeiros, em caso de incapacidade ou morte, são 
executados na forma convencional, sem possibilidade de prisão do devedor. 
Quanto à eficácia da sentença de alimentos, o Superior Tribunal de Justiça editou 
a Súmula 621, que assim estabelece: “Os efeitos da sentença que reduz, majora 
ou exonera o alimentante do pagamento retroagem à data da citação, vedadas a 
compensação e a repetibilidade”. ■ 13.2.1. Procedimento Feita a intimação pessoal
do devedor, ele terá o prazo de três dias para tomar uma entre três condutas 
possíveis. Poderá: ■ pagar, caso em que o cumprimento de sentença será extinto; 
■ provar que já pagou, caso em que também haverá extinção; ■ justificar a 
impossibilidade de efetuar o pagamento. Se for essa a escolha, o juiz terá de dar 
ao executado oportunidade de fazer prova do alegado, instituindo uma espécie de 
pequena instrução no bojo da execução, com a possibilidade até de designaraudiência de instrução e julgamento. A comprovação da impossibilidade do 
executado servirá apenas para afastar a prisão. Mas o devedor não ficará isento 
do pagamento das prestações, que poderão ser executadas na forma 
convencional, com penhora de bens. Ainda que comprovada a impossibilidade, o 
juiz da execução não poderá reduzir o valor das prestações futuras, o que só 
poderá ser determinado em ação revisional de alimentos. Se o devedor, no prazo 
de três dias, não fizer nem uma coisa nem outra, isto é, não pagar, provar que 
pagou ou comprovar a impossibilidade de pagamento, o juiz, além de mandar 
protestar o pronunciamento judicial de ofício, e independentemente do trânsito em 
julgado (art. 528, § 1º, do CPC), decretar-lhe-á a prisão civil. ■ 13.2.2. Prisão civil 
do devedor de alimentos Desde que o Supremo Tribunal Federal afastou a prisão 
civil do depositário infiel, a do devedor de alimentos tornou-se a única hipótese de 
prisão por dívida (CF, art. 5º, LXVII). Ela não constitui pena, mas meio de coerção. 
Tanto que, feito o pagamento, o devedor será imediatamente posto em liberdade. A
prisão civil não pode ser decretada de ofício, mas depende do requerimento do 
credor; por razões pessoais, e dadas as ligações que mantém ou manteve com o 
devedor, ele pode não desejar que ela seja decretada. Há controvérsias quanto à 
possibilidade de o Ministério Público a requerer, nos casos em que intervenha. 
Parece-nos que, pela mesma razão, não se justifica que o faça, cabendo tão 
somente ao exequente a iniciativa. A prisão pode ser decretada tanto na execução 
especial de alimentos definitivos como provisórios ou provisionais. O CPC prevê 
que o prazo dela é de um a três meses (CPC, art. 528, § 1º). Mas o CPC anterior 
fixava o mesmo prazo, e ainda assim prevalecia o entendimento de que deveria 
valer o prazo estabelecido na Lei de Alimentos, de até sessenta dias (art. 19 da Lei
n. 5.478/68). Embora o CPC de 1973 e o atual sejam posteriores, a Lei de 
Alimentos é especial e deve prevalecer sobre a geral. Nesse sentido: “É ilegal a 
prisão do devedor de pensão alimentícia por prazo superior ao previsto na Lei de 
Alimentos (60 dias), pois esta, em face do princípio da especialidade das normas, 
prevalece sobre o prazo prisional previsto no Código de Processo Civil” (RT 
854/345). A prisão deverá ser cumprida em regime fechado, mas o preso ficará 
separado dos presos comuns. O § 5º do art. 528 esclarece que “o cumprimento da 
pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas”,
que poderão ser cobradas na forma convencional, com penhora de bens. Mas o 
devedor não pode ser preso mais de uma vez, pelas mesmas prestações. Ele 
poderá ser preso novamente se não efetuar o pagamento das novas, que se forem
vencendo. O CPC atual afasta qualquer dúvida sobre a possibilidade da prisão civil
quando a execução de alimentos estiver fundada em título extrajudicial, 
estabelecendo que o art. 528, §§ 2º a 7º, aplica-se também a ela (art. 911, 
parágrafo único, do CPC). ■ 13.2.3. O desconto em folha Foi previsto no art. 529 
do CPC: “Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de 
empresa, ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá 
requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação 
alimentícia”. A comunicação será feita por ofício a empresa ou empregador. Do 
ofício, constarão os nomes do credor, do devedor, a importância e o tempo de 
duração da prestação. Esse é o meio mais eficiente de executar a prestação 
alimentícia, embora só seja possível quando o devedor tem emprego fixo. ■ 13.2.4.
Possibilidade de cumulação de execuções com procedimento especial e 
convencional É comum que o exequente postule, no mesmo processo, a execução
de parcelas mais recentes, pelo procedimento especial, e de parcelas mais 
antigas, pelo procedimento convencional. O procedimento do art. 528, caput, é 
diferente do cumprimento de sentença do art. 528, § 8º. No primeiro, o devedor é 
intimado a pagar em três dias, provar que o fez, ou justificar a impossibilidade de 
fazê-lo, sob pena de prisão. No segundo, o devedor é intimado para pagar em 15 
dias, sob pena de multa e penhora. Por conta disso, pende enorme controvérsia 
doutrinária e jurisprudencial a respeito da viabilidade de cumulação das duas 
pretensões executivas. Em edições anteriores, sustentou-se que ela era inviável. 
Mas uma reflexão mais aprofundada a respeito leva à conclusão oposta. O credor 
de alimentos não pode ficar prejudicado por questões de natureza processual se 
ele tem a receber valores mais recentes, que podem ser cobrados pela forma 
especial, e mais antigos, que só podem ser exigidos pela forma convencional. 
Nada obsta a que o mesmo título judicial dê ensejo às duas formas de 
cumprimento de sentença: a especial, para cobrança das prestações mais 
recentes, e a comum, para cobrança das mais antigas. Assim, o executado será 
intimado para pagar as primeiras, provar que as pagou ou justificar a 
impossibilidade, em três dias, sob pena de prisão, e também será intimado para 
pagar o débito mais antigo, no prazo de 15 dias, sob pena de multa e penhora de 
bens, não havendo nenhuma incompatibilidade. Nesse sentido: “AÇÃO DE 
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. CUMULAÇÃO DE RITOS DOS ARTS. 732 E 733 
DO CPC/1973. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DESTA CORTE. AGRAVO 
CONHECIDO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO” (Agravo em Recurso Especial n. 
1.339.182, de 1º de agosto de 2019, Rel. Min. Moura Ribeiro). 
12. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE 
OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA A 
execução de que trata o CPC é aquela promovidacontra a Fazenda Pública, em 
que ela figura como devedora. A ajuizada pela Fazenda, na condição de credora, é
execução fiscal, regulada pela Lei n. 6.830/80. A expressão “Fazenda Pública” 
abrange União, Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias e fundações 
públicas. A execução por quantia contra a Fazenda pode estar fundada em título 
judicial ou extrajudicial. Durante muito tempo controverteu-se sobre a possibilidade
de estar fundada em título extrajudicial, mas a questão ficou superada com a 
edição da Súmula 279 do STJ: “É cabível a execução por título extrajudicial contra 
a Fazenda Pública”. ■ 12.1. Impossibilidade de penhora de bens O ato mais 
característico das execuções por quantia certa é a penhora de bens, afetados a 
uma futura expropriação. Os bens da Fazenda, por serem públicos, não podem ser
expropriados, sendo, por essa razão, impenhoráveis. É o que dispõem o art. 100 e 
seus parágrafos da Constituição Federal. A execução por quantia não será feita, 
portanto, com a constrição e oportuna expropriação de bens, mas por meio de 
precatórios judiciais. A execução contra a Fazenda Pública tem muito pouco de 
execução forçada, já que não são praticados atos satisfativos, ao menos de 
maneira direta. O que há é uma requisição que o Poder Judiciário dirige à 
Fazenda, para que esta efetue o pagamento dos débitos, respeitada a ordem dos 
precatórios. ■ 12.2. A intimação e a possibilidade de oposição de impugnação – 
prazo Constituído o título judicial, a Fazenda será intimada, não para pagar ou 
nomear bens à penhora, mas para oferecer impugnação no prazo de trinta dias 
(CPC, art. 535). O prazo corre a partir da intimação da Fazenda na pessoa de seu 
representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico. Como a Fazenda 
não pode pagar, não há o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523, 
caput, nem a incidência da multa, prevista no art. 523, § 1º. ■ 12.3. A não oposição 
de impugnação A Fazenda Pública pode não apresentar impugnação, caso em que
será expedido o precatório, requisitando-se o pagamento por intermédio do 
presidente do tribunal competente. Nesse caso, não serão devidos honorários 
advocatícios pela Fazenda, nos termos do art. 85, § 7º, do CPC, exceto quando se 
tratar de cumprimento individual de sentença coletiva proferida contra a Fazenda, 
nos termos daSúmula 345, do STJ (“São devidos honorários advocatícios pela 
Fazenda Pública nas execuções individuais de sentença proferida em ações 
coletivas, ainda que não embargadas”). Tal súmula, a despeito de ter sido editada 
antes, foi recepcionada pelo CPC/2015, como tem decidido o STJ (RESp 
1.648.438-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, de 27-6-2018). Quando se tratar de 
obrigação de pequeno valor, por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de 
quem o ente público foi citado para o processo, será requisitado o pagamento, que 
deverá ser realizado no prazo de dois meses a contar da entrega da requisição, 
mediante depósito na agência do banco oficial mais próxima da residência do 
exequente, caso em que serão devidos honorários advocatícios (ver item 12.6, 
infra).
■ 12.4. A impugnação Tal como nos cumprimentos de sentença de obrigação 
por quantia certa em geral, a impugnação não se prestará a que a Fazenda 
alegue qualquer tipo de defesa, como ocorre nos embargos à execução por título 
extrajudicial. Haverá limitações justificáveis pela preexistência da fase cognitiva. 
Aquilo que foi, ou que poderia ser alegado como defesa e não foi, na fase de 
conhecimento, não mais poderá ser alegada na fase de cumprimento de sentença. 
Daí as restrições às matérias alegáveis, enumeradas no art. 535 do CPC: I – falta 
ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; II – ilegitimidade de parte; 
III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV – excesso de 
execução ou cumulação indevida de execuções; V – incompetência absoluta ou 
relativa do juízo da execução; VI – qualquer causa modificativa ou extintiva da 
obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, 
desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença. O art. 535, § 5º, 
estabelece que: “Para efeito do disposto no inciso III do ‘caput’ deste artigo, 
considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título judicial fundado 
em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal 
Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tido 
pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em 
controle de constitucionalidade concentrado ou difuso”. Fica ressalvado, porém, 
que esse dispositivo só se aplica quando a decisão do Supremo Tribunal Federal 
for anterior ao trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 535, § 7º, do 
CPC. As hipóteses de cabimento de impugnação no cumprimento de sentença 
contra a Fazenda Pública coincidem quase integralmente com as de cabimento da 
impugnação, no cumprimento de sentença em geral (art. 525, § 1º). O 
procedimento é o mesmo da impugnação em geral, com a ressalva de que, como 
prazo de apresentação é de trinta dias, e não de quinze, o prazo para impugnálos 
será também de trinta dias. O juiz verificará a necessidade ou não de produção de 
provas, determinando as que forem necessárias, ou promovendo o julgamento 
antecipado se não houver provas a produzir. 
■ 12.5. O precatório Não havendo impugnação, ou sendo rejeitadas as arguições 
da executada, será expedido o precatório (salvo os casos de pequeno valor), que 
consiste em uma requisição dirigida pelo presidente do tribunal competente, que 
deverá mencionar a natureza do crédito para que a Fazenda Pública efetue o 
pagamento, respeitando a ordem cronológica de chegada. O pagamento será feito 
na ordem de apresentação do precatório e à conta do respectivo crédito. Mesmo 
os créditos alimentares serão sujeitos a precatório, mas terão preferência de 
pagamento. A Súmula 144 do STJ dispõe que “os créditos de natureza alimentícia 
gozam de preferência, desvinculados os precatórios de ordem cronológica dos 
créditos de natureza diversa”. Haverá duas ordens cronológicas: a dos precatórios 
ordinários, referentes a dívidas não alimentares; e os extraordinários, que gozam 
de preferência sobre os ordinários, emitidos para pagamento de dívidas 
alimentares. O art. 100, § 6º, da Constituição Federal estabelece a medida a ser 
tomada, caso o precatório não seja respeitado. Se o credor for preterido no seu 
direito de preferência, o presidente do tribunal, que expediu a ordem, poderá, 
depois de ouvido o chefe do Ministério Público, ordenar o sequestro da quantia 
necessária para satisfazer o débito. Recebido o requisitório, a Fazenda Pública 
deverá incluir no orçamento verba suficiente para o respectivo pagamento, sob 
pena de o credor preterido requerer o sequestro ou representar ao Procurador-
Geral da República ou de justiça para que promova ação objetivando a 
intervenção. As questões referentes ao pagamento dos precatórios, aos cálculos e 
à extinção da execução são afetas ao juízo da execução. O presidente do tribunal 
limita-se a fazer a requisição do pagamento, por meio do precatório, e a decidir 
sobre eventual pedido de sequestro e de intervenção no Estado ou no Município. 
■ 12.6. A dispensa do precatório na execução de pequeno valor O art. 100, § 
3º, da Constituição Federal, com a redação que lhe foi dada pela Emenda 
Constitucional n. 62, de 9 de dezembro de 2009, criou a possibilidade de promover
a execução contra a Fazenda Pública, sem a necessidade de expedição de 
precatório. Trata-se das execuções de obrigações definidas em leis como de 
pequeno valor. As execuções contra a Fazenda Pública da União serão de 
pequeno valor se versarem sobre obrigações de até 60 salários mínimos, nos 
termos do art. 17, § 1º, da Lei n. 10.259/2001. Já as execuções contra a Fazenda 
Estadual e Municipal serão de pequeno valor conforme for estabelecido em lei 
editada pelo próprio ente federado, nos termos do art. 87 do Ato das Disposições 
Transitórias. Enquanto não for editada tal lei, serão consideradas tais as de valor 
até 40 salários mínimos, para a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal, e até 
30 salários mínimos, para a Fazenda dos Municípios, permitindo o parágrafo único 
a renúncia, pelo credor, do que exceder a esse montante, caso prefira promover a 
execução independentemente do precatório. Portanto, a execução de pequeno 
valor é a de até 60 salários mínimos, se contra a Fazenda da União, 40 salários 
mínimos, contra a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal, e 30 salários 
mínimos, contra a Fazenda Municipal, salvo, em relação às duas últimas, se já 
houver lei do ente federado disciplinando a questão de outro modo. Sendo a 
obrigação limitada a esses valores, o procedimento não dependerá da expedição 
de precatório, bastando ao juiz que emita uma requisição de pagamento – 
chamada requisição de pequeno valor (RPV) – a ser cumprida pela Fazenda 
Pública no prazo de 2 meses, sob pena de sequestro de bens (art. 535, § 3º, II, do 
CPC e art. 17 , caput, da Lei n. 10.259/2001). Promovida a execução de pequeno 
valor, a Fazenda será intimada para, em 30 dias, opor impugnação. Não a opondo,
ou sendo as alegações rejeitadas, em vez de haver a expedição do precatório, 
será emitida pelo próprio juiz a requisição para pagamento, dirigida à autoridade 
competente para realizá-lo, a ser cumprida em 2 meses. Sendo a execução de 
pequeno valor, ainda que não haja impugnação, serão devidos honorários 
advocatícios, já que o art. 85, § 7º, do CPC só os dispensa quando não há 
impugnação na execução contra a Fazenda em que há expedição de precatório, 
como decidiu o STF no RE 420.816/PR. 
➤ cumprimento; reconhecimento da exigibilidade de obrigação de pagar 
quantia certa pela Fazenda Pública: arts. 534 e 535
Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de 
pagar quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo discriminado e 
atualizado do crédito contendo:
I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou 
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
V - a periodicidadeda capitalização dos juros, se for o caso;
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados.
§ 1º - Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o seu 
próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, o disposto nos §§ 1º 
e 2º do art. 113 .
§ 2º - A multa prevista no § 1º do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública.
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial,
por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias
e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à 
revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, 
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao 
trânsito em julgado da sentença.
§ 1º - A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 
e 148 .
§ 2º - Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia 
quantia superior à resultante do título, cumprirá à executada declarar de imediato o
valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição.
§ 3º - Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada:
I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório 
em favor do exequente, observando-se o disposto na Constituição Federal ;
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi 
citado para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será 
realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante 
depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente.
§ 4º - Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada 
será, desde logo, objeto de cumprimento.
§ 5º - Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se 
também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em
lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, 
ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo 
Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal , em 
controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 6º - No caso do § 5º, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão
ser modulados no tempo, de modo a favorecer a segurança jurídica.
§ 7º - A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5º deve ter sido 
proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 8º - Se a decisão referida no § 5º for proferida após o trânsito em julgado da 
decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito 
em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
■ 14. EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR INSOLVENTE ■ 
14.1. Introdução O CPC atual não trata da execução por quantia contra devedor 
insolvente. No entanto, o art. 1.052 estabelece que, até a edição de lei específica, 
elas permanecem reguladas pelo Livro II, Título IV, da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro
de 1973. Os limites a que se propõe o presente curso justificam que se examine 
esse tipo de execução de forma bastante resumida, com a finalidade única de dar 
uma breve noção de seu funcionamento ao leitor. O que há nela de peculiar é não 
ser feita de modo individual, em benefício de um ou alguns credores, mas de forma
coletiva, em proveito da universalidade deles. Decretada a insolvência do devedor, 
todo o seu patrimônio servirá para o pagamento dos credores, respeitadas as suas
forças e as preferências de crédito. O processo de execução contra devedor 
insolvente é autônomo e resulta de uma prévia declaração de insolvência do 
devedor, requerida por um ou mais credores. Não é possível converter a execução 
contra devedor solvente em contra devedor insolvente se no curso daquela 
verificar-se que o patrimônio do devedor é insuficiente para fazer frente aos seus 
débitos. ■ 14.2. Procedimento – as duas fases A execução por quantia contra 
devedor insolvente pressupõe sempre uma fase prévia, cuja finalidade é obter a 
declaração de insolvência do devedor. Essa primeira fase tem natureza cognitiva, e
não executiva. Há grande semelhança com o que ocorre nos processos de 
falência: antes de iniciar-se a execução coletiva, há uma fase inicial de declaração 
da quebra. A primeira fase, de cunho cognitivo, conclui-se com a sentença que, se 
for de procedência, declarará a insolvência do devedor e permitirá o início da 
execução coletiva. Mas há uma diferença fundamental entre os requisitos da 
falência da empresa e da declaração de insolvência civil: a primeira será 
decretada, bastando que se prove a impontualidade do devedor ou a prática de 
atos de falência. De acordo com o art. 94 e incisos da Lei n. 11.101/2005, a quebra
será decretada quando o devedor não pagou dívida líquida, certa e exigível, de 
valor superior a quarenta salários mínimos, na data aprazada, ou praticou atos de 
falência. Não é relevante que o passivo do devedor ultrapasse, ou não, o ativo. A 
quebra será decretada mesmo que este supere aquele, desde que haja 
impontualidade ou atos falimentares. Já a insolvência civil pressupõe que, na fase 
cognitiva, fique demonstrado que os débitos do devedor ultrapassam o seu ativo. 
Por isso, a primeira fase do procedimento é necessária para que o credor procure 
fazer a demonstração do estado de insolvência e para que o devedor tenha a 
oportunidade de fazer a prova contrária. Nas hipóteses do art. 750 do CPC de 
1973, a insolvência será presumida, mas a presunção é relativa (juris tantum), 
cumprindo ao devedor afastá-la. ■ 14.2.1. A primeira fase – declaração de 
insolvência ■ 14.2.1.1. Requerida pelo credor Qualquer credor quirografário pode 
requerer a declaração de insolvência do devedor, esteja munido de título executivo 
judicial ou extrajudicial. Mas é preciso que seja quirografário. Ao preferencial não 
se reconhece interesse em postular a declaração de insolvência, porque, dada a 
natureza de seu crédito, ele tem garantias de prioridade no recebimento. Mas ele 
pode renunciar à preferência, se deseja formular o requerimento. Ainda que o 
devedor esteja em estado de insolvência, qualquer credor, quirografário ou 
preferencial, pode preferir tentar valer-se da execução por quantia certa contra 
devedor solvente, em vez de postular a declaração de insolvência, tal como 
qualquer credor de devedor comerciante pode preferir, havendo impontualidade, 
promover a cobrança individual do crédito, em vez de postular a decretação da 
quebra. Tendo o credor requerido a insolvência, o juiz mandará citar o devedor 
para, em dez dias, opor embargos. Como essa primeira fase é de conhecimento, 
tem-se reconhecido que, conquanto a lei se refira a “embargos”, a defesa do 
devedor terá natureza de verdadeira contestação, e não de ação autônoma, como 
a expressão “embargos” poderia sugerir. Na contestação, o devedor poderá valer-
se das defesas do art. 475-L do CPC de 1973, se o título for judicial, ou do art. 745 
do CPC de 1973, se extrajudicial, que sejam compatíveis com o pedido de 
declaração de insolvência. Além disso, o devedor poderá alegar que não se 
encontra em estado de insolvência, cabendo-lhe provar que tem bens suficientes. 
O devedor poderá ilidir o pedido de insolvência, depositando em juízo o valor do 
crédito, tal como ocorre nos processos de falência. Isso não impedirá que o juiz 
acolha os embargos e julgue improcedente a pretensão do autor; mas, se ele 
afastá-los e acolher o pedido inicial, não declarará a insolvência, mas autorizará o 
credor a levantar o valor depositado. Se houver necessidade, o juiz determinará as
provas necessárias para formar a suaconvicção, designando, se for o caso, 
audiência de instrução e julgamento. A primeira fase será concluída com sentença, 
no prazo de dez dias. Em caso de procedência, será declarada a insolvência do 
devedor, passando-se à segunda fase do processo. ■ 14.2.1.2. Insolvência 
requerida pelo devedor ou seu espólio Tal como a falência, a insolvência também 
pode ser declarada a pedido do devedor. Bastará que apresente uma petição 
dirigida ao juiz, indicando a relação dos credores, de seus bens, acompanhada de 
um relatório de seu estado patrimonial, com a indicação das causas que 
determinaram a insolvência (CPC de 1973, art. 760). ■ 14.2.2. A declaração judicial
de insolvência Nos termos do art. 761 do CPC de 1973, a insolvência será 
declarada por sentença na qual o juiz: ■ nomeará, dentre os maiores credores, um 
administrador da massa; ■ mandará expedir edital, convocando os credores para 
que apresentem, no prazo de vinte dias, a declaração do crédito, acompanhada do
respectivo título. Essa sentença provocará o vencimento antecipado de todas as 
dívidas do devedor, e ao juízo da insolvência concorrerão todos os credores. As 
execuções individuais contra ele promovidas que estejam em curso serão 
remetidas ao juízo da insolvência. As atribuições do administrador estão previstas 
nos arts. 763 a 767 do CPC de 1973. Na segunda fase, de execução coletiva 
propriamente dita, serão arrecadados os bens do devedor, verificados e 
classificados os créditos, de acordo com a preferência. Posteriormente, serão 
alienados judicialmente, e os credores serão pagos, observadas as respectivas 
prelações. 
Seção I - Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de 
Obrigação de Fazer ou de Não Fazer – arts. 536 e 537 
Os dispositivos do CPC que versam sobre o cumprimento de sentença são: ■ o art.
497, que trata do cumprimento da sentença que reconhece obrigação de fazer ou 
não fazer; ■ o art. 498, que trata do cumprimento de sentença que reconhece 
obrigação de entrega de coisa; ■ os arts. 523 e ss., que tratam do cumprimento de 
sentença que reconhece obrigação de pagar; ■ os arts. 528 e ss., que tratam do 
cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar 
alimentos; ■ os arts. 534 e ss., que tratam do cumprimento de sentença que 
reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa contra a Fazenda 
Pública. Neste item, interessa-nos o cumprimento das obrigações de fazer, não 
fazer e de entregar coisa. Não havendo o cumprimento voluntário da obrigação, o 
juiz determinará as medidas coercitivas ou de sub-rogação necessárias para a 
satisfação do credor. Se a obrigação for fungível, o juiz poderá determinar os dois 
tipos de medida; se for infungível, apenas as coercitivas, já que a obrigação não 
pode ser prestada por terceiro. Os principais meios de coerção estão enumerados 
no art. 536, § 1º, do CPC. Não havendo cumprimento específico da obrigação, ou 
de providência que assegure resultado equivalente, e sendo infrutíferas as 
medidas determinadas, ou existindo requerimento do credor, haverá conversão em
perdas e danos, prosseguindo-se na forma dos arts. 523 e ss. do CPC. Para um 
exame dos meios de coerção e da conversão em perdas e danos, ver Capítulo 3, 
itens 3 e 4, supra. 
➤ cumprimento; reconhecimento da exigibilidade de obrigação de fazer e de 
não fazer: arts. 536 e 537
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação 
de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a 
efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático 
equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
§ 1º - Para atender ao disposto no caput , o juiz poderá determinar, entre outras 
medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e 
coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, 
caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.
§ 2º - O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido por 2 
(dois) oficiais de justiça, observando-se o disposto no art. 846, §§ 1º a 4º , se 
houver necessidade de arrombamento.
§ 3º - O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando 
injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua 
responsabilização por crime de desobediência.
§ 4º - No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de 
fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525 , no que couber.
§ 5º - O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de 
sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não 
obrigacional.
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na 
fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de 
execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se 
determine prazo razoável para cumprimento do preceito.
§ 1º - O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a 
periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que:
I - se tornou insuficiente ou excessiva;
II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou 
justa causa para o descumprimento.
§ 2º - O valor da multa será devido ao exequente.
§ 3º - A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo 
ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em 
julgado da sentença favorável à parte ou na pendência do agravo fundado nos 
incisos II ou III do art. 1.042.
§ 3º - A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo 
ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em 
julgado da sentença favorável à parte. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
(Vigência)
§ 4º - A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da 
decisão e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado.
§ 5º - O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de 
sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não 
obrigacional.
3. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE 
OBRIGAÇÃO DE PAGAR E QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE 
– PROCEDIMENTO
O procedimento vem regulado nos arts. 523 e ss., mas naquilo que não for 
incompatível, aplicam-se as regras do Livro II da Parte Especial do CPC, como, por
exemplo, as relativas à penhora e avaliação. ■ 4. O INÍCIO DO CUMPRIMENTO 
DE SENTENÇA São dois os requisitos fundamentais do cumprimento de sentença:
o título executivo judicial e o inadimplemento do devedor. Constituído o título, 
manda a lei que, a requerimento do exequente, seja dado ao devedor um prazo de 
quinze dias para que efetue voluntariamente o pagamento. Se o fizer, nem sequer 
terá início a fase executiva, pois a obrigação foi cumprida. Se não, passar-se-á à 
fase de cumprimento de sentença, com expedição de mandado de penhora e 
avaliação. O montante da obrigação será acrescido de multa de dez por cento do 
débito. ■ 4.1. O prazo para pagamento voluntário O legislador concede ao devedor
o prazo de 15 dias para adimplir voluntariamente a obrigação. Nesse ínterim, não 
se admite a prática de atos satisfativos, pois a execução não teve início. O prazo é 
um tempo que se dá ao devedor para, ponderando as desvantagens de uma 
execução subsequente, cumprir a obrigação. Conquanto persista controvérsia a 
respeito desse prazo, parece-nos que ele há de ser considerado de natureza 
processual, já que fixado por lei processual, em caráter mandamental, para a 
prática de determinado ato com repercussões no processo, sob pena de multa. 
Assim, a contagem deverá ser feita considerando apenas os dias úteis (nesse 
sentido, o Enunciado n. 89 da I Jornada de Direito Processual Civil da Justiça 
Federal). As controvérsias que havia, na vigência do CPC de 1973, a respeito da 
necessidade de prévia intimação do executado para que passasse a fluir o prazo 
de 15

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