Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 GINECOLOGIA 12 Marina Prietto CÂNCER DE ENDOMÉTRIO HIPERPLASIA DE ENDOMÉTRIO: A hiperplasia endometrial (HE) é definida como o aumento anormal (volume e espessura) do endométrio proliferativo que mostra desorganização estrutural, estratificação epitelial e atipia citológica. A hiperplasia endometrial ocorre devido ao estímulo do estrogênio sem contraposição da progesterona; São as causas mais comuns: ▪ Terapia hormonal (o uso de estrogênio isolado leva a um espessamento iatrogênico do endométrio); ▪ Síndrome dos ovários policísticos (constante ação do estrogênio sem a contraposição da fase lútea – progesterona –); ▪ Uso de tamoxifeno (inibe os receptores estrogênicos na mama e estimula os receptores no endométrio) ▪ Obesidade (mais obeso = mais aromatase no tecido adiposo = maior a conversão periférica de andrógenos em estrógenos, que estimula constantemente o endométrio.) Além disso, lembrar da diminuição da SHBG (globulina transportadora de esteróides), e maior ocorrência de anovulação crônica. Nas mulheres idosas, obesas, menopausadas há maior conversão periférica no tecido gorduroso por aromatização da androstenediona de origem adrenal e ovariana, gerando excesso de estrona e maior risco de câncer de endométrio. QUADRO CLÍNICO: OLIGO OU ASSINTOMÁTICO; Descobrindo devido a achados no exame; É necessário a análise do ECO ENDOMETRIAL (EE) no ultrassom; ▪ EE > 5mm ▪ EE > 10 mm (caso esteja em uso de terapia hormonal) SINTOMÁTICO: Queixas de sangramento vaginal constante. LEMBRAR QUE: Todo sangramento vaginal na pós menopausa deve ser investigado (gera o diagnóstico precoce de neoplasias malignas); INVESTIGAÇÃO: Deve ser feito uma biopsia desse endométrio, que pode ser feito via: ▪ Aspirado endometrial; ▪ Curetagem ▪ Histeroscopia com biópsia; Quais os resultados possíveis de anatomopatologia? Hiperplasia simples É apenas um espessamento do endométrio; Baixo risco de transformação maligna (1%); Conduta: Terapia hormonal com progesterona (DIU de mirena, progesterona injetável ou oral); DIU de levonorgestrel ou medroxiprogesterona 10 a 20 mg/dia ou norestiterona 10 a 15 mg/dia 2 GINECOLOGIA 12 Marina Prietto Hiperplasia complexa: Baixo risco de transformação maligna (3%); Conduta: Terapia hormonal com progesterona ou cirurgia; Pan-histerectomia – se ausência de desejo gestacional Hiperplasia simples com atipia Começa a aumentar o risco de neoplasia (8%) Sempre analisar se existem fatores de risco associado (obesidade, SOP etc); Conduta: nesses casos a primeira opção já é a cirurgia e em segundo a terapia hormonal; Hiperplasia complexa com atipia: É considerado o pior dos casos antes do câncer chega a 29%); Conduta: A primeira opção já é a cirurgia, se não houver indicação clínica para isso, realiza a terapia hormonal e redução de fatores de risco (SE apresentar melhora clínica = indicar cirurgia) NOVA CLASSIFICAÇÃO DA NIE (neoplasia intraepitelial endometrial); Hiperplasia endometrial benigna − É considerada uma lesão benigna, com baixo risco de malignidade. − Tem como conduta a terapia hormonal; Neoplasia intraepitelial endometrial − Já é considerada uma lesão pré cancerígena. − E indica-se como conduta a cirurgia (ou terapia hormonal); Adenocarcinoma de endométrio − Já é considerado um câncer e a conduta vai ser de acordo com o estadiamento dele. IMPORTANTE! Sempre avaliar o risco cirúrgico, a condição clínica e o desejo gestacional RESUMINDO... → Na Hiperplasia endometrial, independente de simples ou complexo, quem MANDA É A ATIPIA! → Se NÃO TEM atipia, pode ser feito tratamento conservador: PROGESTERONA (Oral, SIU ou injetável) para proteger o útero. → Como EXCEÇÃO, a Histerectomia é feita na pós-menopausa ou na falha do tratamento clínico. CARCINOMA DE ENDOMÉTRIO: FATORES DE RISCO: Tudo que aumenta a exposição estrogênica é um fator de risco para carcinoma endometrial ▪ Menarca precoce (aumenta o tempo de exposição) ▪ Menopausa tardia (aumenta o tempo de exposição) ▪ Terapia hormonal ▪ Síndrome dos ovários policísticos (ciclos anovulatórios ▪ Uso de tamoxifeno ▪ Obesidade (ação da aromatase na conversão periférica) ▪ Síndrome de Lynch; 3 GINECOLOGIA 12 Marina Prietto FATORES DE PROTEÇÃO: Atua da forma oposta ao de risco, ou seja, tudo aquilo que diminui a exposição estrogênica; ▪ Anticoncepcionais orais; ▪ Tabagismo (hipoestrogenismo) NEOPLASIAS DE ENDOMÉTRIO Como forma didática, elas podem ser divididas em 2 tipos ESTADIAMENTO: O estadiamento do câncer de endométrio é feito de forma CIRÚRGICA. Realiza-se sempre: 1. Lavado peritoneal 2. Pan histerectomia (retirando útero e anexos) 3. Linfadenectomia pélvica e para aórtica (retirando os linfonodos da região) 4. Omentectomia - só em casos do tipo II (devido a agressividade do tumor) TIPO I TIPO 2 80% 20% Tipo histológico endometrióide Tipo histológico de células claras/serosas Fator de risco principal é a obesidade Está correlacionada com a mutação do gene p53 É mais estável É mais agressivo Acomete mais precocemente Está ligado a pacientes mais idosos; São dependentes do estrogênio Não são dependentes do estrogênio Atualmente não é preconizado rastreamento para o câncer de endométrio, uma vez que não existe um exame apropriado, econômico e aceitável que reduza mortalidade. O exame Papanicolau não é uma ferramenta de rastreio ou diagnóstico, embora às vezes possar dar informações relevantes (como a presenta se células grandulares atípicas, implicando na continuação da investigação);
Compartilhar