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GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE - AULA 04

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AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO ESTRATÉGICA DA 
QUALIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Guilherme Arruda Santos 
 
 
02 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, vamos entender e estudar a aplicação da qualidade em projetos 
segundo o Guia PMBOK®. Além disso, é importante destacar de maneira 
estratégica quais os principais fatores associados ao desenvolvimento de um 
projeto, contemplando entradas, técnicas, ferramentas e saídas. 
Espera-se que, ao final desta aula, você seja capaz de entender os 
principais conceitos que permeiam a qualidade no Guia PMBOK® e suas principais 
diferenças em relação à Norma NBR ISO 10006:2006. Além disso, o objetivo 
desta aula não é o de esgotar completamente o tema em questão, mas o de 
nortear estudos específicos relacionados ao tema. 
CONTEXTUALIZANDO 
Ao longo do século XX, o nosso entendimento de qualidade passou do 
âmbito da conformidade à especificação para conceitos mais elaborados. Nesta 
aula, apresentaremos os conceitos de qualidade aplicados especificamente à 
Gestão de Projetos. Diversos autores enfatizam a importância da gestão da 
qualidade em projetos; alguns deles a colocam como um dos principais objetivos 
do projeto, junto ao escopo-prazo-custo. Iremos também destacar os principais 
tópicos da Norma NBR ISO 10006:2006, que detalha os “Sistemas de gestão da 
qualidade – diretrizes para a gestão da qualidade em empreendimentos”. 
Como já citado em aula anteriores, a estratégia está ligada também ao 
mundo dos negócios, visto que este mundo tem como uma de suas características 
a competição, ou seja: as empresas precisam montar estratégias para ser mais 
competitivas e se manter nesse ambiente hostil. Sob esse enfoque, faz-se 
necessário elaborar um planejamento estratégico, com o objetivo de obter valor 
agregado e satisfação dos clientes. Diante dos fatos citados acima, a qualidade 
deve estar inserida e ser mensurada, se possível, em toda as etapas dos projetos 
dentro de uma organização. 
TEMA 1 – APLICAÇÃO DA QUALIDADE EM PROJETOS 
Antes de darmos início à abordagem sobre a aplicação da qualidade em 
projetos, devemos ter claro que, de maneira estratégica, a adoção de padrões 
para execução dos projetos dentro de uma organização visa principalmente o 
atingimento de metas, a eventual redução dos custos em determinados processos 
 
 
03 
e também a melhoria contínua das atividades. Além disso, o gerenciamento de 
projetos, especificamente o gerenciamento da qualidade do projeto, está 
intimamente relacionado com o sistema de gestão da qualidade de uma 
organização. 
Essa relação ocorre desde a definição de qualidade, num conceito macro, 
no qual são apresentados o histórico e o ponto de vista da qualidade (como 
relatado na Aula 1), até a visão de qualidade do gerente de projeto e sua equipe. 
 Abaixo, podemos observar o Diagrama de Venn, referente à qualidade do 
projeto como um todo, tendo por objetivo apresentar as relações de sobreposições 
entre os conceitos e suas aplicações. 
Figura 1 – Diagrama de Venn 
 
Na área sobreposta vermelha está a Qualidade, sobre a qual já abordamos 
conceitos e definição global do ponto de vista dos chamados gurus da qualidade; 
também já tratamos do Sistema de Gestão da Qualidade, apresentado na área 
verde. 
A efetivação do Sistema de Gestão da Qualidade tem como principal 
objetivo incentivar e auxiliar a gestão estratégica da qualidade e toda a 
manutenção dos projetos da organização, bem como os contratos de todos os 
clientes e prestadores de serviços de forma consistente, com foco no atingimento 
de metas e resultados necessários. 
 
 
04 
O sistema de gestão da qualidade – SGQ, já abordado anteriormente, é 
utilizado nas organizações do mundo todo, por no mínimo meio século, 
oferecendo ferramentas que subsidiam a garantia da qualidade dos seus 
processos e projetos. 
Algumas das principais razões que motivam sua implantação são: 
 Satisfação dos clientes. 
 Melhoria da imagem, cultura e desempenho da organização. 
 Aumento da produtividade e redução dos custos. 
 Melhoria da comunicação, da moral e da satisfação dos colaboradores. 
 Maior competitividade e oportunidade. 
 Implementação da Gestão da Qualidade com base em padrões e normas 
nacionais ou internacionais. 
Contudo, a implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ 
pode ter a finalidade apenas de aperfeiçoar os processos, visando a melhoria da 
qualidade dos seus produtos e/ou serviços. Já para que o resultado desate 
investimento seja reconhecido formalmente, o SGQ precisa ser auditado por uma 
terceira parte, especializada neste serviço, como iremos abordar na seção 
“Auditoria” desta aula. 
É importante ressaltar que em qualquer situação de projeto há sempre um 
cliente ou colaborador que tem uma necessidade única (ideia) para algo novo, 
assim como há também aqueles que têm expectativas sobre resultados tangíveis, 
almejando que os projetos sejam bem-sucedidos. Isso envolve, necessariamente, 
pessoas, e nisso há a conciliação de interesses conflitantes. Características como 
singularidade, incerteza, baixa frequência, dinâmica e interesses conflitantes são 
usadas como ponto de partida da nossa discussão sobre a aplicabilidade de 
outros conceitos de qualidade aos projetos. 
Além disso, os conceitos de qualidade são adaptados para adoção de 
qualidade de bens e serviços. Essa é uma distinção importante no contexto 
relacionado a projetos. Apesar de um projeto ser definido como um tipo de 
processo de fabricação, é certo dizer que os projetos também podem ser 
revestidos de um caráter híbrido de bens e serviços. Nesta aula, vamos 
convencionar que bens são resultados dos projetos, enquanto serviços fazem 
referência ao processo de desenvolvimento deste resultado. 
 
 
05 
A distinção entre serviços e bens nem sempre é tão clara. Portanto, a 
qualidade de projetos é entendida na literatura como uma combinação de bens e 
serviços. 
TEMA 2 – O GUIA PMBOK® 
O Guia PMBOK® é o conjunto de conhecimentos em gerenciamento de 
projetos do PMI, atualizado de acordo com algumas premissas. O PMI (Project 
Management Institute), por sua vez, é uma associação sem fins lucrativos, líder 
mundial de gerenciamento de projetos, dedicada à evolução da profissão de 
gerenciamento de projetos. Para o guia, “O gerenciamento da qualidade do 
projeto inclui os processos e as atitividades da organização executora que 
determinam as políticas de qualidade, os objetivos e as responsabilidade, de 
modo que o projeto satisfaça as necessidades para as quais foi empreendido” 
(PMBOK, 2013, p. 227). 
Os processos considerados pelo PMBOK® no gerenciamento da qualidade 
do projeto são: 
 Planejar o gerenciamento da qualidade: identificar quais são os padrões 
de qualidade relevantes para o projeto e determinar como satisfazê-los. 
 Realizar a garantia da qualidade: aplicar sistematicamente as atividades 
da área de qualidade planejadas, de forma a assegurar que o projeto 
atenda às expectativas de todos os stakeholders. 
 Realizar o controle da qualidade: monitorar os resultados do projeto para 
determinar se os padrões de qualidade estão sendo atendidos e identificar 
maneiras de eliminar causas do desempenho insatisfatório. 
Esses processos interagem entre si, assim como os processos de outras 
áreas de conhecimento. É muito importante ressaltar a forte ligação entre a área 
de qualidade e as áreas de integração e escopo. Outra área que deve ser 
responsabilizada é a área de comunicações, que por meio dos seus relatórios de 
desempenho deve apresentar insumos importantes para os processos de garantia 
e controle de qualidade do projeto. 
A definição de qualidade que o PMBOK® utiliza está pautada na definição da 
ASQ (American Society for Quality), que diz que qualidade são: 
“As características de um processo, produto ou serviço que se traduzem em sua 
habilidadede satisfazer a necessidades implícitas ou explícitas.” 
 
 
06 
Para o PMBOK®, o gerenciamento da qualidade engloba o gerenciamento 
e o produto do projeto, sendo aplicado a qualquer tipo de projeto, 
independentemente da natureza do produto. Outro fator importante a ser 
considerado está na abordagem deste guia em relação ao gerenciamento de 
qualidade, que pretende ser compatível com os padrões ISO, ou seja, compatível 
com abordagens proprietárias de gerenciamento de qualidade, como as 
recomendadas por Deming, Juran e Crosby, estudados nas aulas anteriores, e 
abordagens não proprietárias, como Gestão da Qualidade Total, Seis Sigma, 
melhoria contínua entre outros. 
TEMA 3 – A NORMA NBR ISO 10006:2006 X O GUIA PMBOK 
Como já explicamos anteriormente, a ISO é uma aliança mundial de 
organismos de normalização nacionais. A Norma ISO 10006:2003 define como os 
princípios e as práticas de gestão da qualidade relacionam-se com o 
gerenciamento de projetos. Essa norma fornece diretrizes sobre as questões de 
qualidade que incidem sobre os projetos de diversas complexidades, portes ou 
tamanhos. As diretrizes podem ser aplicadas a projetos gerenciados por um 
colaborador, equipe ou para um programa (composição de vários projetos), e 
também para uma carteira de projetos. Além disso, ela foi utilizada como 
referência para a criação da Norma NBR ISO 10006:2006 – Sistemas de gestão 
da qualidade – diretrizes para a gestão da qualidade em empreendimentos. 
Essas normas não são utilizadas para fins de certificação ou registro, 
diferentemente das normas relacionadas à Série 9000, já abordadas; elas estão 
relacionadas à qualidade de projetos, e devem ser consideradas como um 
documento que define diretrizes para criação e manutenção da qualidade em 
projetos, por meio de um processo sistemático, garantindo que: 
 As necessidades explícitas e implícitas dos clientes sejam entendidas e 
atingidas. 
 As necessidades das partes interessadas sejam entendidas e avaliadas. 
 As políticas de qualidade da organização sejam incorporadas no 
gerenciamento de projetos. 
A definição de “projeto” para a Norma ABNT NBR ISO 10006:2006, embora 
correta, é muito extensa, diferente da definição do Guia PMBOK®, que é mais 
precisa e objetiva. O Guia define projeto como temporário, com uma data de início 
e uma data de fim. Outra definição do PMBOK® associa que um projeto cria uma 
 
 
07 
entrega, que são produtos, serviços ou resultados, diferentemente da Norma, que 
se concentra no atingimento dessas entregas. 
Outras definições sucintas oferecidas pelo Guia são as características dos 
projetos. Se compararmos o item da Norma 10006 com o Guia PMBOK®, veremos 
que a Norma define um projeto único com fases não repetitivas consistindo em 
processos e atividades. Já o PMBOK® afirma que um projeto deve entregar todos 
os resultados com qualidade, conforme definido no escopo do projeto. 
O plano de qualidade definido na Norma e no Guia PMBOK® tem como 
objetivo a identificação de padrões de qualidade, embora isso seja declarado de 
formas diferentes. A Norma define que o plano de qualidade é um documento que 
especifica os procedimentos e recursos associados a ser aplicados por quem e 
quando para um projeto. Já o Guia PMBOK® identifica que padrões da qualidade 
são relevantes para o projeto e determinam como satisfazê-lo. O Guia descreve 
também como a equipe de gerenciamento do projeto irá programar a política de 
qualidade da organização. 
A ABNT NBR ISO 10006:2006 fornece nove passos principais que devem 
ser considerados para o início do processo estratégico: 
Figura 2 – Nove passos principais da ABNT NBR ISO 10006:2006 
 
Já o Guia PMBOK® inclui no processo estratégico itens como: 
 
 
 
08 
Figura 3 – Elementos do processo estratégico segundo o PMBOK® 
 
 
Para a NBR ISO 10006:2006, os itens da Norma e do Guia estão 
associados com a responsabilidade da gerência. A alta gerência deve 
desempenhar o acompanhamento do projeto, visando a garantia do sucesso, 
fornecendo apoio, aprovações, dentre outros. Já o Guia PMBOK® não faz 
nenhuma referência ao papel da alta direção no gerenciamento de projetos. 
O gerenciamento de todos os projetos requer conhecimento do Guia 
PMBOK®, assim como da Norma. É possível verificar coincidências entre as duas 
diretrizes, mas também diferenças. Se combinadas, podem sustentar um conjunto 
importante de conhecimento. 
Não há um consenso e nem uma obrigatoriedade na utilização dessas 
normas. Sob esse aspecto, fica a critério da alta administração a utilização das 
diretrizes da ISO 10006 para auditar projetos com o objetivo de garantir aderência 
a tais diretrizes, como, por exemplo, revisar toda a documentação do projeto para 
garantir a qualidade deste. 
TEMA 4 – PLANEJANDO O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DO PROJETO 
– ENTRADAS 
Do ponto de vista estratégico, é importante destacarmos os principais 
tópicos associados à qualidade descritos no Guia PMBOK®. Nesse sentido, para 
um correto planejamento da qualidade, é importante conhecer escopo, normas e 
diretrizes aos quais o projeto está sujeito. Esse planejamento deve ser realizado 
em paralelo com as outras etapas de planejamento do projeto. A figura a seguir 
Conhecimentos e 
habilidades de 
gerenciamento geral
Habilidades 
interpessoais
Partes interessadas no 
projeto
Estrutura organizacional
Gerenciamento de 
aquisições do projeto
 
 
09 
apresenta as etapas do planejamento da qualidade, bem como suas ferramentas 
e técnicas, além das suas saídas, de acordo com o Guia PMBOK®. 
Figura 4 – Esquema segundo o Guia PMBOK® 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Guia PMBOK®, 2013. 
De acordo com o Guia PMBOK®, as entradas são elementos que fornecem 
subsídios que influenciam o processo. Já os processos são um conjunto de ações 
e atividades inter-relacionadas, executadas para alcançar um produto, resultado 
ou serviço definido. 
Além disso, o plano de gerenciamento de projeto é adotado visando o 
desenvolvimento do gerenciamento da qualidade contemplando alguns aspectos, 
como a especificação do escopo do projeto que contém a descrição do projeto, as 
principais entregas do projeto e os critérios de aceitação. Nesse sentido, a 
definição dos critérios pode interferir diretamente no aumento ou diminuição dos 
custos da qualidade associados a ele. 
Serve também para detalhar as questões técnicas que podem afetar o 
planejamento da qualidade, contemplando a estrutura analítica do projeto (EAP), 
que tem como objetivo identificar as entregas, os pacotes de trabalho e as contas 
de controle usadas para a medição do desempenho. 
Ainda de acordo com este item e segundo o Guia PMBOK®, o plano de 
gerenciamento de projeto detalha que a linha de base do cronograma é usada 
para comparar os resultados com o plano, determinando, assim, as ações 
preventivas ou corretivas. No caso da qualidade, a linha é utilizada também para 
documentar as medidas de desempenho de prazos, incluindo as datas de início e 
de término. Também se adota a chamada linha de base do desempenho de 
custos, detalhando que o orçamento deve ser dividido em fases, sendo utilizado 
na comparação dos custos reais com os custos planejados, verificando as 
 
 
010 
possíveis ações preventivas e corretivas para o atendimento dos objetivos do 
projeto. 
O registro das partes interessadas tem como objetivo identificar as partes 
que possuem um interesse específico e que causam um impacto na qualidade. 
Nesta etapa é realizado todo o detalhamento relativo às partes identificadas, 
incluindo: 
 Informações de identificação como: nome, posição na organização, local, 
papel no projeto e informações de contato. 
 Informações de avaliação: requisitos essenciais, principais expectativas, 
influência e outros. 
 Classificação das partes: interna/externa, neutra/resistente. 
O registro dos riscos do projeto tem como objetivo detalhar todos os riscos 
identificados.Estes, por sua vez, devem ser compostos por: descrição, categoria, 
causa provável de ocorrência, impacto nos objetivos e respostas sugeridas. Todos 
esses itens citados podem afetar diretamente a qualidade do projeto. Além disso 
devemos destacar que nesta etapa ocorre o planejamento das respostas aos 
riscos registrados. 
Todo risco deve ser identificado contendo informações detalhadas, sendo 
logo em seguida disponibilizado para as demais etapas de um gerenciamento de 
projetos. Além disso, devem conter o maior nível de detalhamento possível, sendo 
segregados em eventos que podem promover determinado impacto ou eventos 
que podem ser gerados por uma causa específica. 
De acordo com o Guia, todo os riscos devem conter de forma específica 
uma lista de resposta potenciais que deverão ser utilizadas para subsidiar o 
planejamento de um determinado projeto. 
A documentação dos requisitos é adotada visando o atendimento das 
necessidades do negócio; deve-se detalhar os requisitos individuais que podem 
começar em um alto nível e que, ao longo do projeto, passam a ser mais 
detalhados de acordo com as informações fornecidas. 
Devemos frisar ainda que, antes do estabelecimento das linhas de base, 
de acordo com o Guia, os requisitos devem ser não ambíguos (mensuráveis e 
passíveis de testes), rastreáveis, completos, consistentes, aceitáveis, além de 
envolver todas as partes interessadas. 
Todas essas informações devem estar contidas em documentos que 
podem variar de uma simples lista, categorizada por partes interessadas, até um 
 
 
011 
documento contendo resumo executivo, descrições detalhadas e anexos. O Guia 
PMBOK® fornece ainda uma série de componentes que a documentação de 
requisitos pode conter, como: objetivos do negócio, regras de negócio, princípios 
e diretrizes, impactos dentro da organização, requisitos de solução, critérios de 
aceitação, dentre outros. Além disso, o Guia não limita a quantidade de 
componentes, mas detalha quais são os principais. 
Outro item associado à entrada da qualidade está relacionado aos fatores 
ambientais que podem influenciar no processo de planejamento da qualidade: 
 Regulamentação de órgãos governamentais. 
 Normas, padrões e diretrizes específicas. 
 Condições de trabalho/operacionais do projeto que podem afetar 
diretamente a qualidade. 
As políticas da qualidade incluídas no processo de planejamento da 
qualidade bem como os procedimentos e diretrizes organizacionais e banco de 
dados histórico compõem a influência dos ativos de processos organizacionais. 
Devemos destacar que todos esses documentos devem ser sempre aprovados e 
confirmados pela alta administração, definindo as metas da organização. 
TEMA 5 – PLANEJANDO O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE – 
(FERRAMENTAS E TÉCNICAS) 
A aplicação de ferramentas e técnicas para o controle e a garantia da 
qualidade deve ser definida na etapa do planejamento da qualidade. Existem 
inúmeras ferramentas que podem ser utilizadas e aplicadas, e serão abordadas a 
seguir. 
De acordo com a figura 5 vista anteriormente, no Guia PMBOK® a análise 
de custo-benefício está associada ao correto cumprimento dos requisitos da 
qualidade, sendo diretamente ligada à maior produtividade, assim como também 
à diminuição do retrabalho, custos mais baixos e aumento da satisfação das 
partes interessadas. 
Todos os custos que envolvem o produto devem estar incluídos nos custos 
da qualidade e visam prevenir o não cumprimento dos requisitos na avaliação do 
produto. Os custos de falhas geralmente são categorizados como internos quando 
são encontrados na etapa do projeto, e como externos quando são encontrados 
 
 
012 
pelos clientes. Abaixo é possível observar alguns exemplos a considerar em cada 
área: 
Figura 5 – Custos da qualidade 
 
De acordo com o Guia, nesta etapa podem ser utilizadas as sete 
ferramentas da qualidade (fluxograma, diagrama de Ishikawa, folha de verificação, 
histograma, diagrama de Pareto, diagrama de dispersão e cartas de controle) que 
foram detalhadas na aula anterior. 
Já o processo de benchmarking está associado com identificação, 
compreensão e adaptação de práticas e processos encontrados dentro e fora de 
uma organização. Este processo geralmente é realizado com as melhores 
empresas que atuam em um mesmo setor. Isso é viável porque muitos processos 
de negócios são essencialmente os mesmos para cada setor. O objetivo principal 
desse tipo de técnica está na melhoria de qualquer processo de negócio, 
explorando sempre as melhores práticas, e não necessariamente apenas 
medindo desempenhos. 
A forma sistemática de avaliação está focada na identificação, estudo, 
análise e adaptação das melhores práticas, e deve ser empregada também para 
os projetos dentro da organização, comparando as práticas realizadas nos 
projetos reais, bem como nos projetos planejados. 
A técnica do Guia PMBOK que envolve o projeto de experimentos abrange 
aumento da produtividade e melhoria da qualidade, metas importantes em 
qualquer negócio e também em qualquer projeto. Os métodos para determinar o 
 
 
013 
aumento da produtividade e da qualidade estão evoluindo, sendo alterados a partir 
de onerosas e demoradas pesquisas de tentativa e erro. O projeto de 
experimentos – design of experiments (DOE) – é um método estatístico que visa 
identificar fatores que influenciam as variáveis específicas de um produto ou 
processo em desenvolvimento. 
A otimização de produtos e processos também está relacionada à utilização 
do projeto de experimentos. Este, por sua vez, desempenha um papel importante 
na redução e sensibilidade do desempenho do produto a fontes de variações 
causadas principalmente por diferenças ambientais ou de fabricação. 
Essa técnica, quando utilizada, fornece uma estrutura estatística para a 
modificação sistemática de todos os fatores importante de uma única vez, 
evitando a modificação pontualmente. Os resultados da utilização desta técnica 
devem fornecer condições ideais para o produto ou processo, destacando os 
fatores que influenciam os resultados, bem como a presença de interações entre 
os fatores. 
Como citado anteriormente, o sucesso que envolve uma análise estatística 
está centrado principalmente nos aspectos que envolvem as formas de 
amostragem. Diante desse contexto, não se pode apenas descrever os dados de 
uma amostra nem dominar as técnicas estatísticas. Todas as amostras devem ser 
obtidas por meio de processos corretos, evitando erros no momento de seleção 
dos elementos da amostra. Se isso de fato não ocorrer, todo o processo de 
amostragem poderá ficar comprometido, tornando o resultado final tendencioso. 
A amostra deverá ser representativa, garantindo o mínimo de 
discrepâncias, possuindo, se possível, as mesmas características básicas da 
população no que diz respeito à variável que desejamos pesquisar. 
A frequência bem como os tamanhos das amostras devem ser 
determinados durante o processo de planejamento da qualidade, detalhando itens 
como testes, descartes esperados e peças que serão destruídas nos custos da 
qualidade’ 
Além disso, podemos adicionar outras ferramentas para planejar a 
qualidade, como, por exemplo, o brainstorming e a análise do campo de força. 
O brainstorming é uma ferramenta utilizada por várias equipes no mundo 
todo, e tem como objetivo a captação de ideias de cada indivíduo, apresentando-
as de uma forma ordenada para todos os membros da equipe. A peça-chave desta 
técnica está na criação de um ambiente livre de críticas, no qual todos podem se 
explorar criativamente. Dessa forma, esta ferramenta tem como objetivo: 
 
 
014 
 Estimular a criatividade, expandindo o pensamento e incluindo todos os 
aspectos de um problema ou solução. Dessa forma é possível a identificar 
uma grande variedade de opções para resolução dos problemas. 
 Incentivar a equipe, produzindo, assim, uma grande quantidade de ideiasde forma rápida e objetiva. 
 Equalizar o envolvimento de todos os membros da equipe, fornecendo um 
ambiente incondicional que incentiva a criação de novas ideias. 
A análise do campo de força é uma ferramenta de gerenciamento de 
mudanças de valor. Essa técnica de gestão foi desenvolvida por Kurt Lewin, e tem 
como objetivo avaliar o impacto líquido de todas as forças que influenciam a 
mudança. Essas forças podem ser divididas em dois grupos: forças motrizes 
(propulsão) e forças de contenção (restrição). 
As forças motrizes são todas as energias e atividades que impulsionam um 
processo de mudança ou alteração do processo. Alguns exemplos de forças 
motrizes são; demandas do cliente, aumento da eficiência do processo e pedido 
da alta direção. 
Já as forças de contenção são energias (barreiras) que tornam o processo 
de mudança mais difícil e trabalhoso. Essas forças neutralizam as forças motrizes 
e levam à evasão ou à resistência à mudança. Os exemplos mais comuns de 
forças de contenção são: medo da falta de formação e da falta de incentivo. 
Quando esses dois conjuntos de forças são iguais, a empresa tende a entrar em 
equilíbrio e também em um estado estático. 
Além disso, segundo o Guia, a última técnica, mas não menos importante, 
envolve as reuniões de planejamento visando o desenvolvimento do plano de 
gerenciamento da qualidade. Dessas reuniões devem participar o gerente de 
projeto, os patrocinadores (alta administração) e todas as partes interessadas. 
FINALIZANDO 
Chegamos ao fim da nossa quarta aula, e nela vimos o conceito e a 
aplicação associados aos projetos da Gestão Estratégica da Qualidade. Você 
ainda se lembra de como realmente ocorre a aplicação da qualidade em projetos? 
Lembre-se de que a gerência da qualidade deve ser o equilíbrio da balança, 
buscando produzir a coisa mais elaborada possível, mas dentro de um prazo 
estabelecido, ou dentro do possível, sempre respeitando as restrições dos 
 
 
015 
recursos e prazos. De maneira estratégica, a gerência da qualidade é uma das 
sete áreas de conhecimento necessárias para gerenciar um projeto. 
Conhecemos também o conceito do gerenciamento da qualidade do projeto 
segundo o PMBOK® que inclui os processos e as atividades da organização 
executora que determinam as políticas de qualidade, os objetivos e as 
responsabilidades, de modo que o projeto satisfaça as necessidades para as 
quais ele foi aceito. 
Ao longo dessa aula conhecemos também a norma NBR ISO 10006:2006, 
que define como os princípios e práticas da gestão da qualidade se relacionam 
com o gerenciamento de projetos e estabelece o fornecimento de diretrizes sobre 
as questões de qualidade que os impactam, realizando comparações com o Guia 
PMBOK®. 
 
 
 
 
016 
REFERÊNCIAS 
CARVALHO, M. M.; RABECHINI JR, R. Fundamentos em gestão de projetos: 
construindo competências para gerenciar projetos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
MENEZES, L. C. M. Gestão de projetos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 
_____. NBR ISO 10006. Gerenciamento da qualidade – diretriz para a qualidade 
em gerenciamento de projetos, 2006. 
PALADINNI, E. P. Gestão estratégica da qualidade: princípios, métodos e 
processos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
PMI – PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. A guide to the project 
management body of knowledge – PMBOK®. 5. ed., Project Management 
Institute, 2013.

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