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Geopolítica Regionalização e Interação (1)

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Geopolítica, 
Regionalização 
e Integração
Katiuska Fabiana da
Silva Dell’Angelo
A formação do profissional como uma importante ferramenta
para o entendimento, a compreensão e a análise das novas
interações e tendências dos países no cenário global.
Ela faz uma abordagem contemporânea da geopolítica e
oferece o estudo das macropolíticas e das novas fronteiras
nacionais, tratando do advento da regionalização e da
integração. Ao abordar os conceitos e objetivos da política
externa e a ação e interação dos Estados, a disciplina analisa a
tendência do fim das fronteiras físicas e o surgimento de
novos debates para a compreensão das relações de poder,
como as que envolvem questões relacionadas ao meio
ambiente.
Objetivos
• analisar os fundamentos das relações internacionais; 
• analisar as teorias das relações internacionais; 
• compreender as noções de cooperação; 
• conhecer os conceitos e objetivos da política externa; 
• entender a evolução do pensamento em geopolítica; 
• identificar as relações entre sociedade, estado, território e 
poder; 
• conhecer a agenda da geopolítica moderna; 
• compreender os aspectos da integração regional.
Quem sou eu?
• Eu sou Katiuska;
• Professora na Uniplan e exercendo a docência a 7 anos;
• Psicóloga formada pela UFMS
Quem é você?
• Conte-nos um pouco sobre você;
• O que motivou sua escolha pelo curso?
• Existem projetos após a finalização da graduação?
• O que tem sido mais difícil na pandemia para você?
Como posso estudar ao longo semestre?
• Aulas remotas no TEAMS;
• AVA – Ambiente Virtual do Aluno (mostrar para os alunos o AVA);
• No AVA: vídeo aulas, apostilas e slides.
Nos encontros do TEAMS
• Desligue seu microfone;
• Apenas ligue ele se você tiver 
dúvida;
• Utilize o recurso de erguer a 
mão;
• Espere seu amigo e/ou 
professor concluir a fala.
Você sabe a diferença de EAD x Ensino 
Remoto?
• EAD:
- Aulas gravadas que ficam no 
sistema;
- Um tutor tira suas dúvidas;
- Aulas com conteúdos 
padronizados;
- O calendário é único;
- Testes e avaliações seguem padrão;
- Aulas padronizadas em todos os 
cursos.
• Ensino Remoto:
- Aulas ao vivo;
- Interação com o professor através 
das ferramentas digitais, durante e 
posterior a aula;
- Material exclusivo feito pelo 
docente da disciplina;
- Calendário próprio e que segue o 
planejamento do semestre desde o 
início das aulas presenciais;
- Materiais dinâmicos e 
personalizados, desenvolvido pelo 
professora da disciplina.
Para finalizar nossa aula!
Para aquecer nossa discussão assistam esse vídeo!
https://www.youtube.com/watch?v=JixtlfwvhAA
https://www.youtube.com/watch?v=JixtlfwvhAA
VALOR
ESTAR AQUI TEM VALOR:
QUAL O VALOR DE VOCÊ ESTAR 
AQUI!?
-> VALOR NÃO SE REFERE APENAS 
A DINHEIRO!!!
VOCÊ ESCOLHEU ESTAR AQUI?
• POR QUE?
ESCOLHA X LUTO X VALOR
FAÇA VALER A PENA!
O QUE VOCÊS ESPERAM APRENDER NESTA 
DISCIPLINA?
Não basta conhecimento técnico;
COMPORTAMENTO: 
traz empregabilidade para o funcionário!
As relações internacionais ditas contemporâneas, especialmente no
século XX, podem ser entendidas pela transnacionalização das
relações econômicas, sociais, políticas e culturais que ocorreram no
mundo e, consequentemente, acabaram por tornar indefinidas as
fronteiras das políticas interna e externa dos Estados.
O conjunto dessas relações vem passando por significativas
transformações. O impacto mais expressivo desse processo é a
elevação sustentada do comércio internacional, percebida a partir da
última metade do século XX até os dias de hoje. Esse impacto se
manifesta por meio de um progressivo crescimento do comércio
entre países, seguido nas mesmas proporções por um fluxo de
capital, de informações e de pessoas.
O sistema internacional é composto por países
heterogêneos, sobretudo no aspecto econômico.
Logo, é notável que a capacidade de alguns Estados
para levar adiante seus interesses é diferente da
capacidade de outros.
• o que são os Estados e o sistema internacional? É 
possível entendê-los a partir da compreensão da 
organização interna de um Estado? 
• como os Estados devem reivindicar seus interesses: de 
forma individual e com base em seus atributos de 
poder ou de forma coletiva?
•da construção de um entendimento amplo do que são
os Estados (capacidades, estratégias, fraquezas etc.) e
o meio no qual atua o sistema internacional
(constrangimentos, conflitos de interesses,
possibilidades etc.)
•o estudo da geopolítica será realizado com uma
abordagem histórica da formação dos Estados e o
elemento básico de sua atuação: a política externa.
Uma análise do sistema internacional e de suas
possibilidades de cooperação e conflito será feita à luz
das principais teorias das relações internacionais.
FUNDAMENTOS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
PARA A COMPREENSÃO DA GEOPOLÍTICA
As relações internacionais contemporâneas, especialmente no século
XX, podem ser entendidas pela transnacionalização das relações
econômicas, sociais, políticas e culturais, que ocorreu no mundo e,
consequentemente, tornou indefinidas as fronteiras das políticas
interna e externa dos Estados.
Em plano equivalente, o fenômeno da diversidade de
organizações internacionais adquire grande relevância,
sobretudo a partir da Segunda Guerra Mundial, em função de
agora existir a necessidade de os Estados dimensionarem
coletivamente certas competências que antes pertenciam ao
absoluto domínio nacional. Baseados no multilateralismo e na
diplomacia parlamentar, esses organismos representam “um
esforço civilizatório significativo no contexto das relações
internacionais” (SEITENFUS, 1997, p. 21) e têm o objetivo de
dirimir as relações conflituosas oriundas do maior grau de
interdependência das relações entre os Estados.
Caráter e conceito das relações internacionais
A dificuldade em empregar um melhor significado à expressão é
inerente, em parte, ao próprio termo internacional, que, na evolução
do modo de organização social, perdeu seu significado. Atualmente, a
expressão relações internacionais não significa interações entre nações,
mas entre Estados, governos e outros atores internacionais
(GUIMARÃES, 2001).
Atribuiu o emprego sensato da expressão relações internacionais a pelo
menos duas dimensões. Numa primeira análise, conferiu a ela um
sentido mais amplo e a vinculou ao que “(...) se refere à gama de
contatos e interações de natureza diplomática, política, econômica,
militar, social, cultural, étnica, humanitária, que se processam entre
atores internacionais, estatais e não estatais” (GUIMARÃES, 2001, p. 9)
Questões transnacionais
• compõem a ampla agenda internacional que, por sua vez, é o alvo das 
ocupações dos estudiosos de relações internacionais;
• por suas complexidades, interações e abrangências, já mencionadas 
anteriormente, não temos a pretensão de analisar as relações 
internacionais em sua totalidade;
• emprego da expressão relações internacionais dentro de diferentes 
contextos ou abordagens;
• estudo acadêmico das relações internacionais ganhou corpo e 
identidade própria somente no século XX, a partir do período entre 
guerras e com o desenvolvimento da teoria das relações 
internacionais (TRI).
O surgimento dessa ciência tem as preocupações de
como estabelecer os modos de interação das diferentes
sociedades ao longo dos séculos. Isso significa dizer
que tais interações, dados os interesses particulares de
cada parte, geravam e geram situações conflituosas ou
de cooperação. Assim, será importante entendermos
aqui como se organizavam as interações entre
diferentes sociedades ao longo de alguns séculos, ou
seja, precisamos entender os precedentes históricos
das teorias das relações internacionais.
Precedentes históricos das teorias das 
relações internacionais
• Na história da civilização ocidental, é possível observar que as
relações entre comunidades distintas, envolvendo o uso da força,
existem desde os primórdios entre os diferentes povos e estão nas
origens polític
[...] até o século XVII não havia um sistema de entidadespolíticas
(estados) exercendo autoridade suprema sobre territórios e detentoras
do monopólio sobre assuntos de guerra, o exercício da diplomacia e a
celebração de tratados (CASTRO, 2001, p. 7). a e econômica da
sociedade moderna
Anterior ao surgimento do Estado nacional, as unidades governamentais
existiam em diferentes épocas sob a forma de comunas, cidades-estados
e feudos, ao passo que “as unidades econômicas formaram nesta ordem:
a família, o feudo, a comunidade da vila, a cidade e a liga das cidades”
Até então, a política se estruturava por meios totalmente independentes
do território, tais como laço sanguíneo e comunhão de valores religiosos,
ao passo que, na Idade Média, a presença de uma comunidade em um
dado território não representava a existência de uma autoridade exercida
sobre uma área geograficamente circunscrita.
À época, não havia a distinção entre as dimensões de autoridade interna
e externa ou de público e privado.
O que antecedeu o estudo das relações internacionais como
disciplina orientada para determinar o fundamento político
das relações entre pessoas de comunidades distintas foi o
direto das gentes (jus gentium). Desde a Roma Antiga até o
século XVII, os relacionamentos entre os povos eram
estabelecidos a partir do direito das gentes ou do direito das
nações. Esse direito se desenvolveu nesse mesmo período e
era constituído por um conjunto de práticas e métodos
intelectuais que se ocupou em gerar materiais constitutivos
do exercício da autoridade referente a tais relacionamentos
Em Roma o chamado jus civile (direito civil) aplicava-se somente aos romanos,
não a estrangeiros. Na medida que o Império Romano expandia-se comercial e
geograficamente, os problemas para solucionar disputas entre estrangeiros e
entre estes e os cidadãos romanos surgiam.
Com a finalidade de estabelecer parâmetros de mediação nas regiões sob o
auspício de Roma, foi instituído em 242 a.C. o praetor peregrinus. Em sua
atuação, o praetor peregrinus lançava mão de partes do direito romano e de
normas estrangeiras (principalmente gregas). Essa fusão foi baseada nos
princípios de equidade.
Esse modelo ficou conhecido como jus gentium, ou direito das gentes, pois, em
todo o período no qual “o direito romano que é apropriado e adaptado, e que
se torna dominante, adquire caráter universalista, de vocação “supranacional”
e associado a valores cristãos, sendo aplicável a toda cristandade” (CASTRO,
2001, p. 9-10), ele esteve voltado tão somente para as relações entre pessoas,
uma vez que não se tratava ainda de relações entre estados soberanos.
A partir do direito das gentes, materiais normativos que regulavam os
relacionamentos estabelecidos entre os distintos povos e sociedades
foram desenvolvidos:
[...] tratavam das formas de violências legítima e ilegítima; da isenção da
violência (formas de iniciar guerras, casos de guerra justa, técnicas de
combate, isenção de estrangeiros políticos ou comerciantes com relação à
violência, prisioneiros de guerra etc.); das delegações de autoridade para a
conquista e dominação (autorizações papais); dos procedimentos para o
estabelecimento de isenções da violência (formas dos tratados,
juramentos etc.); e de procedimentos arbitrais (negociação de isenções da
violência) (CASTRO, 2001, p. 9-10).
O direito mercantil e marítimo medieval, por exemplo, regulava o
comportamento de mercadores marítimos individuais, enquanto
costumes feudais relativos ao desafio formal, ao tratamento de arautos e
prisioneiros, à captura e resgate de reféns, à intimação de cidades e à
observação de tréguas aplicavam-se a cavaleiros individuais. O direito
eclesiástico sobre a santidade dos contratos, a imunidade de agentes
diplomáticos, a proibição de armas perigosas, o tratamento de
prisioneiros cristãos, a guerra justa e a “trégua de Deus” aplicava-se a
cristãos individuais. As normas baseadas nos preceitos do direito romano
aplicavam-se aos membros individuais das comunidades que as aceitavam
(HOLZGRIFFE, 1989 apud CASTRO, 2001, p. 10).
p13
• Organização social, a existência das organizações internacionais não
era possível pelo fato de sua existência pressupor um acordo entre
Estados iguais dispostos a renunciar a alguns de seus diretos em prol
da organização. Segundo Araújo, isso “era impossível naquela época
em que as guerras de conquista se sucediam e impérios se formavam
e desapareciam na voragem do tempo e ao entrechoque das
ambições”
Séculos XVI e XVII, começa a tomar corpo uma nova configuração
institucional, resultado de dinâmicas políticas e econômicas
estabelecidas entre grupos sociais na Europa a partir do renascimento
do comércio no século XI e da competição política e econômica que se
estabeleceu desde então entre diversas possíveis trajetórias de
desenvolvimento institucional, tais como ligas urbanas, cidades-estados
e estados soberanos
Competição política e econômica das tendências de desenvolvimento 
institucional, consolidou-se uma organização em torno de governos 
capazes de garantir a vida dos indivíduos de uma forma específica: a do 
Estado territorial soberano como responsável por organizar, regular e 
constituir a vida social entre o conjunto de instituições (sociedade) que 
habitasse determinado território, sendo elas parte de uma mesma 
nação
A política passou então a ser determinada pelo território e
institucionalizada de forma a ser possível distinguir entre o direito
interno – unidades políticas nas quais os príncipes adquiriram
autonomia política para adotar leis, princípios religiosos etc. – e o
direito vigente entre unidades políticas distintas.
Paz de Westphalia
O direito das gentes se modificou para atender as novas realidades
correspondentes ao surgimento dos estados territoriais soberanos: ele
assumiu a condição de direito internacional;
Paz de Westphalia é resultado de um conjunto de tratados
diplomáticos firmados em 1648 entre as principais potências
europeias;
Consistiu num conflito generalizado entre países europeus (católicos
versus protestantes) no qual razões de ordem religiosa se misturavam
com motivações políticas;
Os tratados assinados em Westphalia legitimaram o status quo anterior
ao conflito, que ainda reconhecia uma sociedade de Estados fundada no
princípio da soberania territorial, na qual todas as formas de governo
passaram a ser legítimas; na não intervenção em assuntos internos dos
demais, respeitando o princípio de tolerância e liberdade religiosa
escolhida pelo príncipe (cuius régio, eius religio: quem tem a região tem
a religião); e na independência dos Estados, detentores de diretos
jurídicos iguais a serem respeitados pelos demais membros, uma vez que
partes com direitos iguais não têm capacidade para julgar seus
semelhantes.
Como se vê, o modelo estabelecido em Westphalia instaurou condições
de autonomia aos Estados sem, no entanto, criar obrigações mútuas
entre eles, o que motivou, a partir de então, preocupações no sentido de
gerar “estruturas de cooperação internacional capazes de constituir a
base de processos políticos mundiais para se atingir a paz duradoura,
chamados projetos de paz perpétua”
O instrumento principal dessa aparente solidariedade política entre os
Estados soberanos se dava pela noção de equilíbrio de poder ou
balança de poder, que regia as relações internacionais com o objetivo
de manter a correlação de forças históricas entre as potências
europeias, já que se observava a possibilidade de um ou outro Estado
se reforçar mais rapidamente ou mesmo fazer anexações territoriais,
causando, assim, uma percepção de instabilidade de poder aos demais.
Realista e pragmático, Maquiavel, ao relatar o caos e a instabilidade
política então existentes nos conflitos entre as diferentes cidades-
estados da Itália, apontava para questões sobre poder, balança de
poder, formação de alianças e, sobretudo, para a segurança nacional,
razão pela qual o príncipe poderia perder seu estado caso não se
preocupasse com as forças e ameaças internas e externas. O ápice das
teses de Maquiavel está nadefesa do uso de quaisquer recursos ou
métodos para que os interesses e a segurança do Estado sejam
preservados.
O desastre da Primeira Guerra Mundial, o conflito mais destruidor até
então, esboçou mudanças na condução da política internacional. Um
conjunto de propostas para adoção de várias iniciativas e medidas
cooperativas destinadas a prevenir a guerra e manter a paz foram
apresentadas em 1918 pelo presidente estadunidense Woodrow Wilson.
Ao tentarem estabelecer novas bases para a política internacional em
busca de um mundo ideal, as propostas de Wilson emergem como uma
provável saída para as conflituosas e obscuras relações dos países
europeus. Assim, nascia o idealismo, que mais tarde viria a compor o
primeiro grande debate das relações internacionais como campo
científico, cabendo aqui, portanto, somente mencionar sua importância
para a evolução das relações internacionais.
Woodrow Wilson foi eleito presidente dos Estados Unidos da América
por dois mandatos seguidos, ficando no cargo de 1912 a 1921. Ele era
membro do Partido Democrata e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em
1919
.
O mundo do século XX e as teorias das 
relações internacionais
• Marcas do século:
- conflito ideológico (capitalismo versus socialismos)
- revoluções e crises de todas as ordens
- expansão econômica, por profundas transformações sociais, por 
impérios e hegemonias
- desenvolvimento tecnológico percebido desde a Primeira Guerra 
Mundial
- crescente transnacionalização das relações econômicas, sociais, 
políticas e culturais
- evolução da teoria das relações internacionais
Considerando a complexidade inerente ao sistema internacional,
nenhuma teoria interpreta individualmente e de forma cabal a realidade
internacional, podendo, portanto, as teorias serem consideradas
“imperfeitas no sentido de que raramente são consideradas, mesmo por
seus autores, feitas, completas e acabadas” (ROCHA, 2002, p. 40).
Rocha (2002), na medida que reforça um entendimento óbvio nem
sempre lembrado de que as “teorias são construções humanas”
(ROCHA, 2002, p. 40), pontua que o exercício mental de analistas para
produzir conhecimento sobre um mesmo fenômeno observável na
realidade internacional acabou por engendrar diferentes discursos
teóricos no campo de estudo das relações internacionais.
A noção de cooperação para os teóricos 
idealistas e realistas 
• O idealismo é concebido como: 
[...] um conjunto de princípios universais que defende a necessidade de 
estruturar o mundo buscando o entendimento, através de condutas 
pacifistas, onde a confiança e a boa vontade sejam os motores que 
movimentam a história (MIYAMOTO et al., 2004, p. 15).
Ao vislumbrar a possibilidade de superação do “estado de
natureza” em que se encontravam os Estados – conflito
armado e hostilidades – e a construção de uma nova ordem
jurídica internacional, o surgimento do idealismo
contemporâneo se materializou por meio de uma espécie de
pacto social mundial nos famosos 14 pontos de Wilson.
Woodrow Wilson (1918), presidente do EUA
• Resolver a questão de forma definitiva. 
• Selar a paz e evitar outra guerra do que apontar as punições destinadas aos 
perdedores e as compensações dos vencedores. 
• Em outros termos, o presidente norte-americano abraçava uma espécie de 
“paz sem vencedores”.
• as nações não deveriam mais firmar acordos diplomáticos que não fossem 
reconhecidos publicamente.
• a livre navegação e o comércio deliberado entre as nações reforçassem o 
elo e a cooperação internacional.
• No lugar dos “14 pontos para a Paz”, prevaleceram as pesadas sanções 
estipuladas pelo Tratado de Versalhes
Os primeiros cinco pontos, de importância geral, defendiam o fim dos
acordos secretos, a liberdade de navegação nos mares, o livre comércio, a
redução dos armamentos e o direito dos povos colonizados à
autodeterminação.
Os pontos 6, 7, 8 e 11 falavam em evacuação das tropas alemães da Rússia,
da Bélgica, dos Balcãs e da França (incluindo a região contestada da
Alsácia-Lorena).
O 9º. Ponto defendia o reajuste das fronteiras italianas dentro dos limites
nacionais.
Os pontos 10, 12 e 13 reconheciam a autonomia e independência da
Áustria-Hungria, da Turquia e da Polônia. O 14º. Ponto, refletindo o
idealismo do presidente norte-americano, anunciava a criação de uma Liga
das Nações com o objetivo de dar garantias mútuas de independência
política e integridade territorial aos Estado
O objetivo dos idealistas era:
[...] que a cooperação internacional, através do direito internacional 
repassado de um moralismo idealista, pudesse oferecer os meios para 
a manutenção de uma paz duradoura (CASTRO, 2001, p. 14)
Liga das Nações
1º Órgão da ONU, mas não da conta de garantir os 14 pontos.
Tratava-se de uma organização política interestatal permanente que
tinha por intuito oferecer garantias mútuas de independência política,
integridade territorial e preservação da paz. Entretanto, os fatos que se
sucederam pareciam contradizer as esperanças idealistas. Tem-se que
“a história conturbada [da Liga das Nações] não demonstrou outra
coisa senão o triunfo da desconfiança recíproca e dos nacionalismos
exacerbados sobre o idealismo wilsoniano” (BELLI, 1994, p. 15).
Sem força militar própria, apenas limitados aos países que aderiram,
sendo 23 países.
Idealismo
• Maior aceitação no período entre guerras;
• Identificar as causas da guerra e buscar caminhos para a paz eram
preocupações iniciais;
• Posteriormente, estiveram voltadas também para questões como os
problemas de segurança, os desarmamentos, o imperialismo e suas
consequências, a negociação diplomática, a balança de poder, a
geopolítica etc;
• As propostas idealistas não vieram a se concretizar, sendo a evidência
fática disso um novo conflito mundial.
1939-1945: Segunda Guerra Mundial
• Um conflito em estado de guerra total (no qual há mobilização de todos os
recursos para a guerra),
• Segunda Guerra Mundial fez Aliados e Eixo enfrentarem-se na Europa, África,
Ásia e Oceania. Após seis anos de conflito, mais de 60 milhões de pessoas
morreram.
• O conflito teve como estopim a invasão da Polônia pelos alemães em 1º de
setembro de 1939.
• Os alemães iniciaram a utilização de uma tática que se destacou no conflito:
a blitzkrieg. Essa palavra em alemão significa “guerra-relâmpago” consistia,
basicamente, em uma tática em que artilharia e infantaria faziam ataques
coordenados contra as linhas adversárias com o objetivo de abri-las.
• A guerra iniciou-se na Europa, mas espalhou-se pela África, Ásia e Oceania e
contou com o envolvimento de nações de todos os continentes, inclusive o
Brasil.
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/inicio-segunda-guerra-invasao-polonia.htm
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-blitzkrieg.htm
Causas da 2ª GM
• expansionismo e o militarismo da Alemanha Nazista.
• A ação dos nazistas resultava, em grande parte, da insatisfação de 
uma parte radicalizada da sociedade alemã com o desfecho 
da Primeira Guerra Mundial.
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/nazismo.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/primeira-guerra.htm
Causas da 2ª GM
Ao final da Primeira Guerra Mundial, consolidou-se fortemente na
sociedade alemã uma ideia de que a derrota na guerra havia sido
injusta. Somado a isso, havia também a grande humilhação que a
Alemanha sofreu com o Tratado de Versalhes, acordo que pôs fim à
Primeira Guera e que proibia a Alemanha de ter navios e aviões de
guerra, limitou ao número de 100 mil os soldados de infantaria,
obrigou a nação alemã a pagar uma indenização altíssima e a entregar
suas colônias para aqueles que a derrotaram.
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/tratado-versalhes.htm
Fases da 2ª GM:
• Supremacia do Eixo (1939-1941): nessa fase, tornaram-se notórios o uso 
da blitzkrieg e a conquista de diversos locais pelas tropas da Alemanha. 
Além disso, na Ásia, os japoneses conquistaram uma série de territórios 
dominados por britânicos, franceses e holandeses.
• Equilíbrio de forças (1942-1943):nessa fase, os Aliados conseguiram 
recuperar-se na guerra, tanto na Ásia quanto na Europa, e equilibraram 
forças com os alemães. Essa fase ficou marcada pela indefinição de quem 
ganharia o conflito.
• Derrota do Eixo (1944-1945): nessa fase, o Eixo estava em decadência. A 
Itália foi invadida; Mussolini, deposto; os alemães e japoneses passaram a 
ser derrotados sucessivamente e ambos os países entraram em colapso.
• Aliados (Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos)
• X
• Eixo (Alemanha, Itália e Japão).
Acontecimentos impactantes:
• Massacre de Katyn, 
• o Holocausto, 
• o Massacre de Babi Yar e 
• o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/massacre-katyn.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/holocausto.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/massacre-babi-yar-exterminio-dos-judeus-kiev.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/bombas-atomicas-hiroshima-nagasaki.htm
Fim da 2ª GM
• 2 de setembro de 1945, 
• quando os japoneses assinaram um documento que reconhecia sua 
rendição incondicional aos americanos (os nazistas renderam-se aos 
Aliados em maio de 1945).
DIA D
Gigantesca operação anfíbia realizada pelos Aliados durante a Segunda
Guerra Mundial. Fez parte da Operação Overlord e teve como objetivo
principal realizar o desembarque de tropas na Normandia para, então, iniciar
a retomada da França, território ocupado pelos alemães desde 1940.
Realizado em um clima de grande desconfiança tanto de americanos quanto
de britânicos, principalmente pelo temor de ambos os lados em relação à
quantidade de soldados que morreriam. Foram estabelecidas cinco praias
para o desembarque de tropas, além de terem sido designadas tropas de
paraquedistas para saltarem em posições estratégicas da Normandia.
Resultou no desembarque de aproximadamente 150 mil soldados na
Normandia e foi um sucesso, pois as tropas aliadas conseguiram conquistar
as cinco praias designadas para os desembarques
Um dos dias mais marcantes da 2ªGM
Filmes sobre a 2ª GM
• O Pianista, filme de 2002, dirigido por Roman Polanski;
• Amém, filme de 2002, dirigido por Costa Gavras;
• Resgate do Soldado Ryan, filme de 1999, dirigido por Steven Spielberg;
• Círculo de Fogo, filme de 2001, dirigido por Jean-Jacques Annaud;
• A Lista de Schindler, filme de 1993, dirigido por Steven Spielberg;
• Filho de Saul, filme de 2015, dirigido por László Nemes;
• Admiral Yamamoto, filme de 2011, dirigido por Izuru Narushima;
• Luz Branca, Chuva Negra: a destruição de Hiroshima e Nagasaki, 
documentário de 2007, dirigido por Steven Okazaki.
O texto abaixo é um fragmento de um discurso proferido por Adolf Hitler, em 
1940. Nesse discurso, os outros planos do Führer ficam claros – planos que iam 
além de conquistar outras nações e ganhar a guerra.
“Os poloneses [acentuou Hitler] nasceram especialmente para o trabalho pesado 
(...). Não é preciso pensar em melhorias para eles. Cumpre manter, na Polônia, um 
padrão de vida baixo, não se permitindo que suba (...). Os poloneses são 
preguiçosos e é necessário usar a força para obrigá-los a trabalhar (...).
Devemos utilizar-nos do governo geral (da Polônia) simplesmente como fonte de 
mão de obra não especializada (...). Poder-se-ia conseguir ali, todos os anos, os 
trabalhadores de que o Reich possa necessitar.
Quanto aos sacerdotes poloneses, (...) eles pregarão o que mandarmos. Se 
qualquer sacerdote agir diferentemente, daremos cabo dele. Sua tarefa é manter 
os poloneses tranquilos, broncos e fracos de espírito. dispensável ter em mente 
que a pequena nobreza polonesa deve cessar de existir; por mais cruel que isso 
possa ser, ela deve ser exterminada onde quer que se encontre (...). Deve haver 
apenas um senhor para os poloneses: o alemão. Dois senhores, lado a lado, não 
podem e não devem existir.
Todos os representantes da classe culta polonesa, portanto, têm de ser 
exterminados. Isso parece crueldade, mas é a lei da vida”.
Quais são as impressões que este texto te traz?
Você acredita que os posicionamentos de Hitler 
poderiam ser substituídos por outros tipos de 
posicionamentos? Exemplifique.
A noção de cooperação para os teóricos da 
interdependência
• Teoria da interdependência: a tentativa de dar respostas mais
satisfatórias a uma realidade internacional em acelerado processo de
transformação.
• Transformações reais da política internacional que seriam
consequência de medidas adotadas pela política internacional desde
o período entreguerras. Mesmo antes do fim da Segunda Guerra
Mundial, as potências vencedoras, imbuídas de esforços de
institucionalização da política internacional, desenvolveram uma rede
de organizações internacionais com vistas a promover a cooperação
multilateral em diferentes áreas.
Organizações mais importantes:
• ONU: Organização das Nações Unidas
• FAO: Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a 
Agricultura
• OIT: Organização Internacional do Trabalho
• OMS: Organização Mundial de Saúde
• FMI: Fundo Monetário Internacional
• Bird: Banco Mundial
• GATT: Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (
Alteravam a realidade internacional o gigantesco aumento das transações
transfronteiriças (fluxo de capitais, bens, pessoas etc.) e a presença de
atores não estatais, como as transnacionais, as igrejas e as organizações
não governamentais (ONGs), que participavam nos processos políticos .
As sociedades criaram canais múltiplos de contato, fazendo com que
alguns importantes processos em curso nas relações internacionais
contemporâneas nem sempre passassem pelo controle estatal.e
econômicos internacionais.
Os pressupostos realistas se revelaram insuficientes para explicar os
complexos eventos que dominavam a agenda política internacional
contemporânea
Para combater essa insuficiência:
Criou-se uma agenda internacional aberta, complexa e composta por 
uma ampla variedade de objetivos, sem estar, no entanto, subordinada a 
uma hierarquia temática no sentido de a segurança militar ser vista, a 
princípio, como tema mais relevante.
A agenda internacional é considerada aberta por admitir temas de
diversas ordens e interesses e complexa por estabelecer conexões
variáveis, como entre questões de segurança nacional e econômicas ou
tecnológicas e entre questões de política interna e externa, podendo
ocorrer diferentes coalizões dentro e fora de governos ou instituições.
Existe a necessidade de analisar o papel
desempenhado por outros agentes que não o
Estado, por serem considerados determinantes em
alguns processos em curso nas relações
internacionais. Em determinados casos,
“dependendo da tecnicidade associada às decisões,
tais agentes desempenham papel tão relevante
quanto o dos Estados” (ROCHA, 2002, p. 273).
Conceito de interdependência como resultado das 
transações entre agenda e agentes
A interdependência não se refere simplesmente a uma
interconexão, mas sim a uma dependência mútua ou a “uma
situação em que atores são afetados, de formas
potencialmente custosas, pelas ações de outros”.
Dimensões de interdependência:
• Sensibilidade: se refere aos ajustes realizados em políticas locais e em 
reflexos de alterações de fatores externos
• Vulnerabilidade: a custos impostos por eventos externos aos quais os 
agentes estão sujeitos mesmo depois de ter alterado políticas.
As relações interdependentes entre dois ou mais agentes não
necessariamente resultarão em vantagens a todos os envolvidos, uma vez
que nada assegura que as relações consideradas interdependentes sejam
caracterizadas por benefícios mútuos, “isso dependerá do peso dos atores e
também da natureza da relação.
A interdependência é essencialmente assimétrica à medida que
afeta os agentes de formas diferentes por estes não gozarem do
“mesmo grau de desenvolvimento socioeconômico e não
controlarem os mesmos recursos naturais, geográficos,
financeiros e militares”
Os resultados desses processos não são determinados pelo poder
militar e empregoda força da visão realista, mas pela
manipulação dos próprios fatores de interdependência.
Quais são as assimetrias?
• Sensíveis diferenças entre os agentes nas áreas:
- militar, 
- econômica, 
- Industrial.
São “assimetrias” de dependência que mais provavelmente
oferecerão fontes de influência para os atores nas relações que
estabelecem entre si. Atores menos dependentes podem
muitas vezes utilizar as relações de interdependência como
uma fonte de poder na negociação relativa a uma questão e
talvez para exercer influência em outros problemas [...].
Concluímos que um início promissor nas análises políticas da
interdependência internacional pode ser o de conceber as
interdependências assimétricas como fontes de poder para os
atores (KEOHANE; NYE, 1977 apud KEOHANE, 1992, p. 167).
Conforme o tema com o qual se estiver negociando, as
organizações internacionais (governamentais ou não), os
agentes sociais e mesmo os representantes do setor
privado terão maior ou menor capacidade de inserir
temas na agenda internacional, interferir na formulação
de política exterior dos Estados, controlar processos etc.
Em outros casos, as decisões mais importantes ficam por
conta dos Estados
As organizações internacionais estabelecem agendas, induzem
a formação de coalizões e funcionam como facilitadoras da
ação política dos Estados fracos.
A capacidade de eleger o foro adequado para um problema e
de mobilizar votos é um importante resultado político. As
regras são negociadas sob a apreciação dos membros e, no
processo de aprovação e implementação destas, os Estados
mais fracos, por meio de colisões, tentam fazer prevalecer
seus objetivos ou mesmo obter resultados menos custosos.
Essa teoria é baseada em:
• valorização das organizações
internacionais,
• atores privados participantes em processo
de cooperação econômica, técnica ou
política,
• de processos políticos domésticos, que
passaram a ser vistos como relevantes
para explicar as mudanças na política
internacional
Você acredita que países como o Brasil são beneficiados 
com a agenda internacional?
A economia mundial trabalhar para o fortalecimento de 
qual país?
A POLÍTICA EXTERNA E OS INTERESSES NACIONAIS: 
INSTRUMENTOS DA POLÍTICA ESTATAL E DA 
GEOPOLÍTICA 
• Formas de inserção internacional no mundo globalizado,
• Levam em consideração a importância de se definir
necessidades e interesses próprios atuais, baseando-se na
consciência coletiva de se ter uma presença e uma imagem
internacionais,
• Os países têm relativa autonomia para escolher seus
caminhos, seja para desenvolvimento econômico,
capacitação tecnológica, maior participação no comércio
global, crescimento de índices sociais ideais, busca por
poder etc
Quando se pensa as relações internacionais de comércio
como uma saída assertiva para países em
desenvolvimento, há que se recorrer à teoria de
interdependência. Ela ajudará a entender as decisões das
políticas externas desses Estados, já que eles não gozam
do mesmo grau de influência militar e tecnológica e não
têm o mesmo nível de desenvolvimento econômico. A
conformação dos interesses nacionais individuais
indiscutivelmente geram oportunidades e
constrangimentos recíprocos
Introdução à política externa: conceitos e 
objetivos
As relações entre Estados, organizações internacionais, partidos
políticos, organizações não governamentais e outros atores situam-se
dentro de uma ordem ou sistema internacional e acabam por
configurar as relações internacionais. Podemos considerar sistema
internacional como um:
[...] meio onde se processam as relações entre os diferentes atores que
compõem e fazem parte do conjunto das interações sociais que se
processam na esfera internacional, envolvendo seus atores,
acontecimentos e fenômenos (MERLE, 1981 apud PECEQUILO, 2004, p.
38)
Sistema Internacional e suas sucessões de 
macroestruturas:
• eurocentrismo,
• transição entreguerras,
• sucessão da Segunda Guerra Mundial com a Guerra Fria até o 
multipolarismo.
Cada uma delas corresponde a configurações específicas de poder!
Sistema Internacional e subsistemas:
• ideologia: tem irrefutável influência na política internacional e está ligada
ao modo de organização do país no que concerne à política externa;
• desenvolvimento: o nível de desenvolvimento de um país afeta
diretamente sua capacidade de ação internacional;
• conflito: situações de tensão aguda ou conflito aberto constituem
oportunidades extremamente ricas para análise da realidade internacional;
• segurança: os arranjos internacionais e os meios nacionais são
instrumentos de segurança externa, porém, não deve-se pensar apenas
nos instrumentos militares, mas também nos políticos, econômicos e
socioculturais.
Política Externa
É um “processo de percepção, avaliação, decisão, ação e prospecção
estatais, inclusive aquelas iniciativas tomadas no âmbito interno que
possuam uma incidência além-fronteiras”. A política externa é de
caráter dinâmico e ajustável, decorrente, portanto, da:
[...] confrontação entre, de um lado, as aspirações internas traduzidas
pelo interesse nacional e os instrumentos de que dispõem para
promovê-lo e, de outro, as oportunidades e limitação oferecidas pelo
sistema internacional (SEITENFUS, 2004, p. 84).
Larrañaga (2004) define política externa como um:
[...] conjunto de parâmetros, instrumentos, limites e procedimentos que
orientam a tomada de decisões de autoridades de um país, referentes às
relações desse país com o restante do mundo, quanto à sua inserção
internacional e em função dos seus interesses (LARRAÑAGA, 2004, p.
198).
A política exterior como um instrumento governamental com o qual um
Estado afeta o destino de seu povo, mantendo a paz, fazendo guerras e
induzindo o crescimento, o desenvolvimento, a riqueza ou o atraso, a
dependência e a pobreza.
[...] o interesse nacional encontra-se no âmago da política externa dos
estados e, por conseguinte, no centro das relações internacionais, [que
por meio dele os chefes de estado tomam as decisões quanto] às
iniciativas diplomáticas, os acordos comerciais, a constituição de blocos
econômicos, os votos nas instâncias multilaterais, as concessões de
favores e a obtenção de vantagens entre os Estados (SEITENFUS, 2004,
p. 85).
Fatores que estabelecem parâmetros para balizar 
os contornos da inserção de países no cenário 
internacional:
• fatores estáticos e permanentes (dimensão, localização e população);
• situações estruturais (regime político, sistema econômico, relações 
políticas e econômicas com o mundo); 
• comportamentos conjunturais (posição em debates e crises 
internacionais).
Diferenças no objeto da politica externa:
• Objetivos: são as metas, anseios ou intuitos estratégicos
estabelecidos como prioritários pelo governo de determinado país
para defender, promover e atingir seus interesses;
• Agenda: conjunto de estratégias que o governo concebe para atingir
os objetivos nacionais estabelecidos;
• Instrumentos: compreendem os recursos disponíveis e os necessários
para implementação das estratégias nacionais estabelecidas;
• Estilo do Governo: o modo, as práticas e os costumes que
caracterizam a condução da política exterior.
A inserção internacional de um país e sua política 
externa devem considerar três campos 
fundamentais de atuação:
• estratégico-militar: no que diz respeito ao risco de guerra ou desejo
de paz, o campo estratégico-militar representa o que o país significa
ou pode vir a significar como aliado, protetor, amigo ou inimigo;
• relações econômicas: indica o que o país representa para a
comunidade internacional em termos de mercado de fornecimento,
consumo, alianças, parcerias e similares;
• valores: revela o que o país representa como modelo de sociedade
(LARRAÑAGA, 2004).
A ação e a interação dos Estados
Para que um Estado seja reconhecido, ele deve cumprir 
quatro condições essenciais. São elas:
• o Estado deve ter uma base territorial e uma fronteira 
definida geograficamente; 
• uma população estáveldeve morar dentro de suas 
fronteiras; 
• deve existir um governo ao qual a população respeite; 
• o Estado deve ser reconhecido diplomaticamente por 
outros Estados.
Visão Liberal do Estado
• Estado é soberano
• Não é um protagonista autônomo
• Arena pluralista que possui a função de manter as regras básicas do 
jogo
a) um processo que envolve interesses concorrentes; 
b) uma reflexão dos interesses governamentais e da sociedade; 
c) o repertório de vários interesses nacionais que estão sempre 
mudando; 
d) o possuidor das fontes fungíveis de poder
Nação
• Povo, ou seja, um grupo de pessoas que possui um conjunto de 
características comuns;
• Consideração o conhecimento disseminado por novas tecnologias e 
pela educação
• Na Nação, as pessoas devem fidelidade ao seu representante legal, ou 
seja, o Estado
Vários conceitos de Estado:
a) O Estado é uma ordem normativa munida de um símbolo e de
crenças que unem o povo que vive dentro dele;
b) é a entidade que detém exclusivamente poder para uso da violência
dentro da sociedade;
c) além de ser uma entidade funcional, centraliza e unifica várias
responsabilidades importantes.
Visão realista o Estado é:
a) um protagonista autônomo;
b) circundado por uma estrutura de permanente conflito e um sistema
anárquico;
c) é soberano;
d) é guiado por um interesse nacional que é definido em termos de
poder
Visão Radical entende o Estado:
a) o agente executor da burguesia;
b) influenciado por pressões da classe capitalista;
c) restringido pela estrutura do sistema capitalista internacional.
Visão construtivista do Estado:
a) entidade construída socialmente; 
b) repositório de interesses nacionais que mudam ao longo do tempo; 
c) moldado por normas nacionais que mudam as preferências; 
d) influenciado por interesses nacionais que estão sempre mudando e 
que modelam e remodelam as identidades; 
e) socializado por OGIs e ONGs.
Visões sobre a importância geográfica
• Década de 1980
- controlar o mar e afirmou que o Estado que conseguia controlar as 
rotas consequentemente passaria a controlar o mundo
- e o Estado que possuísse mais poder era aquele que conseguiria 
controlar o “coração” geográfico da Eurásia.
- recursos naturais são fatores de restrição ou ampliação do potencial 
geográfico de um país.
- as fontes naturais de poder são a geografia, os recursos naturais e a 
população (Mingst)
FONTE TANGÍVEL DE PODER
Poder é o desenvolvimento
industrial, considerado o mais
crítico, visto que as vantagens e
desvantagens da geografia
diminuem com uma capacidade
industrial avançada.
FONTE INTANGIVEL DE PODER
São a imagem nacional – as
pessoas residentes no país têm
imagens do potencial de poder de
seu próprio Estado – e a percepção
que os demais Estados possuem do
apoio público e da coesão de um
Estado – este deve ter uma
liderança com líderes carismáticos
e visionários que consigam
alavancar o potencial de poder por
meio de iniciativas audaciosas.
Ordem Internacional 
Contemporânea
• É formada por meio da ação e interação dos
Estados.
• Ela se alimenta da desigualdade e do
desequilíbrio entre eles.
• Mesmo diferentes, os Estados são os agentes
elementares da política internacional, pois são
centros de ação e de decisão
Fenômeno da interdependência dos Estados
Opera em três níveis diferentes: 
• entre iguais ou quase iguais: existe uma teia de interesses de diversas 
ordens que tem como base o sistema capitalista de produção e a 
democracia liberal como forma de organização política; 
• entre competidores e quase adversários: esse nível de 
interdependência pode ser representado pelo interesse comum na 
sobrevivência da humanidade; 
• entre desiguais: se manifesta nas relações entre países desenvolvidos 
e subdesenvolvidos. A teoria da interdependência global é uma 
oportunidade de integrar em um único contexto os eixos leste-oeste e 
norte-sul da política mundial. 
Tal interdependência é caracterizada pela subordinação principalmente 
dos países menos desenvolvidos, que acabam como fornecedores de 
matérias-primas para os mais desenvolvidos e consequentes clientes de 
uma produção de maior densidade tecnológica, o que os impede de 
ascender para uma genuína independência econômica. Busca-se, enfim, 
substituir a interdependência vertical por uma interdependência 
horizontal, baseada nos princípios de cooperação e de oportunidades 
econômicas iguais.
É importante mencionar que a interação dos países é processada em 
três níveis: bilateral, regional e multilateral. Esses níveis não podem ser 
substituídos e cada um complementa o outro. Dependendo do tipo de 
divergência internacional, uma nação deve ter opções e talvez buscar 
mais de um nível, com o especial cuidado de evitar que uma ação em 
um dos níveis restrinja a liberdade de ação em outro nível ou mesmo 
elimine essa possibilidade.
Diplomacia e estratégia envolvem algo mais complexo do que as 
opções da paz e da guerra, uma vez que a diplomacia continua a 
funcionar nos tempos de guerra e as formas estratégicas de pensar e 
de agir subsistem mesmo na ausência da guerra. Além disso, a 
diplomacia opera em vastas e importantes áreas das quais se exclui, 
normalmente, a questão da guerra e da paz ou, mais precisamente, em 
que se toma essa questão como um todo dado a priori; é o campo, por 
exemplo, da diplomacia econômica e comercial 
Diplomacia na atualidade:
• o serviço público de um Estado, que trabalha com as relações
exteriores e tem como pontos de referência outros Estados ou pessoas
de Direito Internacional;
• um setor do serviço público, destinado às relações políticas entre
governos ou com organizações intergovernamentais (excluídos os
serviços consulares);
• por antonomásia, defeitos ou qualidades incorporados naqueles que
exercem a diplomacia em quaisquer das acepções anteriores.
Num primeiro sentido, diplomacia seria sinônimo do
conjunto das relações que uma comunidade humana
relativamente homogênea e diferenciada de outras
mantém com outras comunidades de idênticas
características. Numa perspectiva filosófica, seria um
fenômeno ligado à “alteridade” de uma sociedade, ou
seja, ao relacionamento de uma “unidade política” com
outras unidades políticas (SOARES, 2001, p. 2).
Distinções de diplomacia
1. Pequena diplomacia: voltada para o domínio econômico. A questão
econômica sempre esteve em pauta em assuntos políticos,
principalmente quando se trata de petróleo, que é um recurso
natural limitado desejado por todas as nações e que traz
preocupações para os governantes que possuem esse recurso
natural em seus territórios, já que as autoridades devem se
preocupar com a segurança nacional e internacional
2. Grande diplomacia: relacionada a questões de segurança.
Diplomacia bilateral
• definida como a forma de ação dos países para a adesão a seus 
relacionamentos com os demais países ou com outras entidades a 
eles vinculadas, como é o caso das organizações internacionais 
intergovernamentais (OIGs). 
• Os Estados podem receber em seus territórios três tipos de 
representações estrangeiras permanentes: 
- as repartições consulares, 
- as missões diplomáticas,
- delegações de OIGs.
As atividades da diplomacia exercida nas 
missões diplomáticas permanentes são:
a) representar o Estado de maneira a comprometer o próprio Estado, 
pois este possui todos os direitos e deveres decorrentes de acordo 
com o Direito Internacional Público;
b) informar o Estado que os envia de todos os fatos que possam lhe 
interessar, isto é, cabe ao Estado formular sua política exterior de 
acordo com os dados e informações fornecidos pelos agentes; 
c) negociar, pois a missão se torna o único agente em nome do Estado 
legitimado pelo Direto Internacional; 
d) promover relações amistosas, comerciais, culturais, econômicas e 
cientificas e, dessa forma, fortalecer a relação entre o Estado 
acreditante e o Estado acreditado
Política Externa: Modelos de Tomadas de 
decisões
• modelo racional busca maximizar metas e objetivos estratégicos.• modelo organizacional prioriza procedimentos padronizados de
operação, mas não deixa de atentar para as decisões que precedem
de processos organizacionais.
• modelo burocrático representa diferentes interesses, pois a decisão
final é estabelecida de acordo com a força relativa dos protagonistas.
• modelo pluralista, por sua vez, é vinculado à barganha, que é
conduzida entre fontes internas (grupos de interesse, movimentos em
massa e empresas multinacionais). Em situações normais, até os
grupos sociais podem desempenhar um papel importante.
O programa diplomático deve contemplar no 
mínimo os seguintes tópicos:
• teoria e evolução da realidade internacional; 
• definição dos objetivos nacionais, inclusive no decorrer do tempo; 
• articulação dos objetivos com os meios de execução da política 
externa; 
• determinação de mecanismos de avaliação e correção política de 
acordo com o desempenho obtido.
“Há uma grande diferença entre os países e as formas
com as quais cada um conduz o processo. De imediato,
podemos especificar que há uma disparidade em
termos de poder, de desenvolvimento e de
condicionamentos geográficos que refletem
diretamente não somente nas articulações e execuções
dos programas diplomáticos, mas também no
estabelecimento de políticas externas”.
O SISTEMA INTERNACIONAL
Mas o que significa o termo sistema quando aplicado às relações
internacionais? Nesse contexto, sistema é uma união de algum modo
regular que se dá por meio do agrupamento de unidades, objetos ou
partes. Os sistemas reagem de modo constante e têm fronteiras
separadas um do outro, sendo que pode haver permuta de fronteiras
(MINGST, 2009)
Sistema como um conjunto de elementos que mantêm interação.
Outros cientistas classificam sistema como um conjunto de objetos e
das relações entre esses objetos e entre seus atributos.
O sistema todo grupo de objetos que mantiverem relacionamento
estrutural característico e que interajam à base de processos
característicos. Dessa forma, todas essas definições formam uma ideia
de grandeza metodológica do termo sistema, que pode ser aplicado
tanto no campo social quanto no das ciências naturais.
O sistema internacional atual compõe-se da sucessão
de macroestruturas (eurocentrismo, período
entreguerras, Guerra Fria, descolonização,
multipolarismo e a détente entre superpotências)
marcadas por dois conflitos generalizados, por
revoluções e flutuações econômicas repletas de drama
e por hostilidades em maior ou menor escala.
O sistema internacional pode sofrer alterações apenas com a mudança
do regime de uma de suas principais potências, o que pode alterar o
curso das relações internacionais. Na década de 1980, o processo de
globalização do sistema internacional deixou em questão sua unificação
ou fragmentação. A unificação desse sistema estava diretamente ligada
ao status privilegiado que as duas superpotências – Estados Unidos e
União Soviética – desfrutavam e à possível hegemonia que uma delas
poderia conquistar. No caso da fragmentação, esta está diretamente
ligada ao crescente número de Estados desde a Segunda Guerra Mundial
até os dias atuais (SARDENBERG, 1982).
Muitas vezes, quando se menciona, em tom de elogio, a existência do
processo de globalização das relações internacionais contemporâneas,
fica subentendido que esse processo deverá levar a uma “desejável”
unificação do sistema (SARDENBERG, 1982, p. 43)
Escola liberal: conceito de sistema
• 1º conceito: o sistema internacional não é uma estrutura, mas um processo que
determina diversas frentes de interação entre diferentes partes e vários protagonistas
que interagem. Além dos Estados, também estão entre os protagonistas as organizações
governamentais internacionais (OIGs) (como as Nações Unidas), as organizações não
governamentais (como a Human Rights Watch), as corporações multinacionais e os
protagonistas subestatais (parlamentos e burocracias);
• 2º conceito: está relacionado à tradição inglesa de sociedade internacional. Os eruditos
Hedley Bull e Adam Watson, dois dos principais mentores dessa tradição, afirmavam que
o sistema internacional era compreendido por comunidades políticas independentes,
enquanto uma sociedade internacional, composta por vários protagonistas, se define
pela comunicação, pelos interesses e pelas regras comuns. Os liberais enxergam o
sistema internacional como um processo para interações positivas;
• 3º conceito: é o do institucionalismo neoliberal, que visualiza o sistema internacional
como anárquico. Aqui, o Estado se comporta de acordo com seu próprio interesse. A
interação entre protagonistas é algo positivo para os liberais, pois instituições fundadas
por interesses próprios modelam o comportamento dos Estados de acordo com a
percepção que obtêm por meio das futuras interações com outros protagonistas
A escola realista e conceito de sistema
Política é governada por leis objetivas enraizadas na natureza humana. O
conceito de realismo é o do interesse definido como poder e não possui um
significado inalterável. O realismo tem o conhecimento do significado moral
da ação política, mas não reconhece as aspirações morais de um Estado
como as leis morais que governam o universo. A escola leva em conta a
política, uma esfera autônoma da atividade humana.
Os realistas definem o sistema internacional como um sistema anárquico,
isto é, o Estado é a única autoridade. No entanto, existem divergências entre
os realistas com relação ao grau de autonomia de um Estado no sistema
internacional. Os mais tradicionais acreditam que os Estados atuam sobre o
sistema e o moldam, já os neorrealistas creem que os Estados ficam restritos
à estrutura do sistema. Ambos concordam em relação à anarquia como
princípio básico de ordenação e, por consequência, cada Estado deve zelar
por seus interesses dentro do sistema.
Realistas e as três polaridades:
• 1º tipo: refere-se a vários protagonistas influentes no âmbito internacional.
Neste, haveria um sistema de equilíbrio de poder ou multipolar;
• 2º tipo: é o bipolar, com um sistema baseado em alianças mais duradouras
e em interesses relativamente permanentes;
• 3º tipo: esse último sistema é o unipolar, que aponta a existência de
apenas um grupo ou até mesmo um Estado, que detém o controle de
influência no sistema internacional. Um grande exemplo desse último
sistema são os Estados Unidos pós Guerra do Golfo, em 1991, quando os
aliados mais próximos e praticamente todos os países em desenvolvimento
começaram a se preocupar porque o sistema internacional havia se
tornado unipolar.
A escola radical e o conceito de sistema
Os radicais acreditam que há muitas diferenças econômicas dentro da 
estrutura do sistema internacional e todas as ações são restritas por 
essa estrutura. Alguns teóricos enxergam uma possibilidade dentro do 
sistema capitalista, uma mudança na semiperiferia e na periferia 
vinculadas à medida que os Estados modifiquem suas posições 
relativas em face de outros. O capitalismo é uma força dinâmica, afinal, 
assim como o colonialismo e o imperialismo, possui ciclos de 
crescimento e expansão, seguidos de contração e declínio
A escola construtivista e conceito de sistema
Sistema internacional é mutável, ideias essas calcadas em alterações
nas normas sociais, mesmo que algumas ainda não venham a ser
transformadoras. Os construtivistas buscam, singularmente, a
especificação dos mecanismos pelos quais ocorrem as mudanças
Percebe-se que todas as abordagens teóricas dão ênfase ao nível de
análise do sistema internacional. A diferença é percebida pela
característica que define o sistema internacional, pois, para os realistas, é
a polaridade, para os radicais, é a estratificação. Mesmo assim, em ambas
o sistema internacional restringe o comportamento do Estado.
Independentemente disso, realistas visualizam essas restrições como
positivas, de acordo com a distribuição do poder, já os radicais as veem
como negativas ou mais neutras, como uma arena e um processo de
interação. Os construtivistas, por sua vez, abordam umateoria mais
evolucionária, vinculada às mudanças de normas e ideias que modelam o
sistema. Eles não enxergam diferenças bruscas entre o sistema
internacional e o sistema interno e desprezam a importância dada à
estrutura do sistema internacional.
Balança de poder é o modelo mais clássico da
teoria das relações internacionais. Ela passou a ser
utilizada no momento do surgimento das cidades-
estados italianas, no século XIX (período do
Renascimento), e com a política de equilíbrio nas
relações intraeuropeias. O equilíbrio de poder é
delimitado pela renúncia da possibilidade de um
governo mundial – definido pelas ciências políticas
como uma monarquia – e pela pluralidade de
atores
•Multipolaridade está ligada ao conceito de que cada ator
principal é considerado inimigo ou parceiro dos demais e
as alianças são temporárias, isto é, os países se
relacionam com outros dependendo momentaneamente
de seu interesse ou necessidade interna ou externa.
Assim, não há um líder em questão.
•Bipolaridade é mais focado, ou seja, existem apenas dois
atores importantes, que são inimigos por posição ou por
ideologia. Aqui, as alianças são mais duradouras do que
no primeiro conceito e existe uma liderança que varia de
acordo com a origem dessa aliança.
A) Assimétrico, pois permite uma melhor e mais justa distribuição da 
riqueza mundial. 
B) Simétrico, pois permite uma maior interação econômica entre as mais 
distantes regiões do planeta. 
C) Excludente, uma vez que aprofunda o abismo entre nações de 
diferentes níveis de desenvolvimento econômico.
D) Integrador, uma vez que favorece os países pobres em detrimento das 
nações mais desenvolvidas. 
E) Regional, já que fortalece a posição das nações do hemisfério sul e 
enfraquece geopoliticamente as nações do hemisfério norte.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das alternativas: 
Alternativa A: incorreta.
Justificativa: se as diferenças entre as nações são cada vez mais evidentes, seria contraditório afirmarmos que há uma justa 
distribuição de renda. 
Alternativa B: incorreta. 
Justificativa: um processo no qual as diferenças são claras e crescentes não é um processo simétrico. 
Alternativa C: correta.
Justificativa: a globalização capitalista, fenômeno que teve início no final do século XX, trouxe provavelmente um volume de 
riqueza e de avanços sociais e materiais sem precedentes, porém, simultaneamente, as diferenças entre nações 
desenvolvidas e países em desenvolvimento cresceram e ficaram mais evidentes, como as desigualdades no acesso a bens e 
a distância acumulada entre os rendimentos produzidos por grupos sociais. Por isso, não podemos dizer que a globalização é 
um processo integrador, assimétrico ou simétrico. Uma de suas consequências é a exclusão de partes da população mundial 
do acesso a bens e a novas tecnologias produzidas, o que pode ser comprovado pelo número de conflitos em diversas 
regiões do planeta e pelo crescente fluxo de imigrantes ilegais das áreas mais pobres em direção às nações ricas do 
hemisfério norte, ao contrário do que nos aponta a alternativa E. 
Alternativa D: incorreta. 
Justificativa: problemas de distribuição de renda e diferenças acentuadas são elementos que convergem exatamente para o 
lado oposto de uma integração. 
Alternativa E: incorreta. 
Justificativa: as nações do hemisfério norte são as mais ricas e, portanto, não haveria sentido afirmarmos que estão 
enfraquecidas.
As relações entre sociedade, Estado, território 
e poder
Para compreender a geopolítica, que está intrinsecamente ligado ao
processo de globalização, torna-se essencial compreender três
elementos básicos de uma nação e sua inter-relação, são eles:
sociedade, espaço e poder.
O maior dos poderes humanos é aquele que é composto pelos poderes
de vários homens, unidos por consentimento numa só pessoa, natural
ou civil, que tem o uso de todos os poderes na dependência de sua
vontade: é o caso do poder de um Estado.
Observa-se a importância do território como expressão
legal e moral de um Estado, sendo a união entre o solo
e o povo que ali habita a constituição de uma
sociedade.
Associação da territorialidade a uma identidade
específica – seja de cunho cultural ou referente à
proximidade geográfica –, de forma a não haver,
teoricamente, contradições internas a um determinado
Estado, que seria fixo em tempo e espaço,
características que só seriam alteradas por meio do uso
da força.
Atualmente, denota-se que as fronteiras que separam os indivíduos no
século XXI revelam uma pluralidade de diferenças que se estendem nas
vertentes culturais, no alinhamento político e nas associações regionais
entre as nações. Assim, o estudo dos territórios ganhou novamente
importância devido ao fim da bipolarização, tanto do ponto de vista
militar quanto econômico, e deu espaço para o desenvolvimento de
novos acordos federativos que legitimam as novas políticas e as
chamadas áreas de influência. Dessa forma, o estudo dos territórios
serve como base para o entendimento de fenômenos do mundo
moderno, como a fragmentação e a regionalização.
Condições para ser considerado Estado:
1. Ter uma base territorial;
2. Ter fronteiras definidas geograficamente;
3. Ter uma população;
4. Ter um governo reconhecido por essa população e pelos demais 
Estados independentes. 
A diferença crucial entre o conceito de Estado e nação, portanto, recai
sob o fato de que a nação é representada por um grupo de indivíduos
que compartilham do mesmo conjunto de características, ou seja,
costumes, linguagem e história.
Balança de Poder
• Seja ela regional, global ou sistêmica,
• Unipolar, bipolar, multipolar equilibrada ou multipolar desequilibrada:
✓ unipolar: quando uma potência hegemônica está presente, ou seja,
quando um Estado possui mais poder perante os demais que compõem o
sistema;
✓bipolar: dois Estados detêm a mesma quantidade de poder, mas são
superiores aos demais que compõem o sistema;
✓multipolaridade equilibrada: três ou mais Estados dentro da balança de
poder possuem poder relativamente semelhante;
✓multipolaridade desequilibrada: há três ou mais Estados dentro da balança
de Poder, mas somente um deles possui mais poder que os demais.
Vertentes do Poder:
• Poder potencial: leva em conta os tamanhos da
população e da riqueza do Estado em questão, os fatores
que sustentarão as forças.
• Poder concreto: ilustra o panorama contemporâneo
repleto de intervenções militares e guerras regionais, no
qual se destaca o poderio bélico. Aqui, a ênfase é dada às
forças armadas e às forças terrestres, navais e
aeronáuticas, sendo a principal delas a terrestre, visto
que, no caso de uma conquista territorial, é ela que
controlará e ocupará a região.
Uma economia forte não investe necessariamente apenas
em armamentos e desenvolvimento de tecnologias bélicas,
mas sim sustenta e expande sua indústria para abranger e
competir no mercado internacional. Ao valer-se dos
recursos minerais e naturais, do petróleo e da tecnologia –
grande potencial e diferencial entre as nações que os
detêm ou não –, a economia se torna uma das principais
fontes de poder e sinônimo de liderança global.
Geografia política e geopolítica
A geografia se deparou com a complexidade e a
dificuldade de ter de compreender e atuar sobre a
organização, a diferenciação e a produção de um
determinando espaço. A multiplicidade do mundo
contemporâneo, a diversidade dos fatores atuantes
sobre os indivíduos e os diversos temas que a disciplina
propõe a discutir mostram porque ela é vista como
uma área complexa e dinâmica
Geografia política
• o consolidada nas ciências sociais do final do século
XIX;
Temas abordados:
- problemática da relação entre política e território,
- elementos essenciais no processo histórico de
formação das sociedades,
- a relação entre a política e o território que surge a
base material e simbólica de uma sociedade
(conceito que é definido na geografia política).
É sem sombra de dúvida que o surgimento da geografia
política e, sobretudo,da geopolítica é um produto de contexto
europeu na virada do século XIX para o XX, com F. Ratzel e R.
Kjéllen, respectivamente. Num plano mais geral, entretanto,
não se pode esquecer que o interesse pelos fatores referentes à
relação entre espaço e poder também manifesta um momento
histórico que envolvia o mundo em escala global, caracterizado
pela emergência das potências mundiais e, com elas, o
imperialismo como forma histórica de relacionamento
internacional. Em outros termos, as estratégias dessas potências
tornaram-se, antes de tudo, globais, isto é, “projetos nacionais”
tenderam a assumir cada vez mais um conteúdo
necessariamente internacional
Sentido do espaço
Certos povos devem possuir
maior capacidade de ordenar
suas respectivas paisagens, de
valorizar seus recursos minerais/naturais
e de se fortalecer a partir de sua própria
fixação no território.
Geografia política é que 
cada ambiente proporciona 
determinadas 
oportunidades e que seus 
respectivos habitantes 
poderão ou não utilizá-las. 
Isso definirá o grau de 
desenvolvimento daquela 
sociedade e sua integração 
com as demais.
Conceito Geoestratégico
Foco a investigação dos fenômenos desencadeados pelos 
Estados soberanos.
Diferenciação entre as vertentes geografia e 
política
- distinção entre uma área atrelada à geografia e outra estritamente
ligada à ciência política.
- A geografia política, tal como a geografia econômica, social e/ou
cultural, fundamenta-se nas observações estáticas e de fatores
naturais, como fronteiras, rios, planícies e planaltos, elementos que
compõe e dividem as regiões e os Estados e simbolizam um limite
entre os territórios.
Por fim, deve-se destacar ainda que os estudiosos da
geografia política e da geopolítica operam no vasto campo
da ciência geográfica e política e, portanto, delimitam
indagações por meio de zonas fronteiriças entre a geografia e
a política. Eles estão convencidos de que, ao aplicar seus
respectivos métodos e técnicas, poderão aprofundar a
compreensão da ciência ao mesmo tempo em que
contribuem para o melhor entendimento da conjuntura.
Pode-se dizer, então, que o principal foco de ambas as partes
está na inter-relação do território e/ou na localização
espacial, que abrange uma análise da sociedade, das relações
de poder e dos Estados de uma forma politicamente
organizada
A evolução do 
pensamento em 
geopolítica 
(p61)
• Geopolítica Clássica:
Expressão comum para explicar e sistematizar o pensamento
contemporâneo relativo às relações entre os Estados e a relevância do
território-nação;
Produto direto do contexto histórico do período de transição entre os
séculos XIX e XX;
A Suécia via-se dividida no debate referente à dissolução da União de
Estados Suécia-Noruega;
Kjellen lutava contra a Noruega e praticou diversas intervenções
políticas contra a dissolução em questão;
Kjellen: influenciou a Suécia, Alemanha e Áustria com seu discurso.
Staten som Lifsform
de
Kjellén
• uma forma de ciência do Estado, que é visto da perspectiva de um
organismo geográfico
• analisado a partir de sua manifestação e interação como país,
território ou até mesmo como império.
• objeto de estudo constante o Estado unificado;
• almejava contribuir para o entendimento profundo de sua
estrutura.
• Para Kjellén, a geopolítica era uma verdadeira ciência autônoma
que se utilizava de um objeto de estudo novo, diferentemente da
geografia política, criada por Ratzel no século XIX.
Geopolítica das ideais 
continentalistas
(Pan-região)
• Quatro grandes regiões mundiais: 
1. Euro-África (toda a Europa, o Médio-Oriente e todo o
continente africano),
2. Pan-Rússia (a generalidade da ex-União Soviética, o
subcontinente indiano e o leste do Irã);
3. Área de Coprosperidade da grande Ásia (toda a área costeira
da Índia e sudeste asiático, o Japão, as Filipinas, a Indonésia,
a Austrália e a generalidade das ilhas do Pacífico)
4. Pan-América (todo o território desde o Alasca à Patagônia e
algumas ilhas próximas do Atlântico e do Pacífico).
Geopolítica Contemporânea
Kjellén e os geopolíticos alemães ressaltaram não somente as relações entre o
desenvolvimento tecnológico e seu impacto na geografia, mas também a
conexão com as questões étnicas e políticas que impactavam no ambiente
global. A ciência política americana sem dúvidas herdou conceitos
importantes da tradição alemã, particularmente de Hans Morgenthau, assim
como de Max Weber e Carl Schmitt, mas os norte-americanos possuíam
também uma estratégia política individual e construída em bases sólidas.
Contudo, atualmente não se pode desvincular a análise geopolítica da
interface étnica e cultural, já que a análise geopolítica tem um profundo
impacto nas decisões das nações.
A política mundial está sendo reconfigurada seguindo linhas
culturais e civilizacionais. Nesse mundo, os conflitos mais
abrangentes, importantes e perigosos não se darão entre
classes sociais, ricos e pobres, ou entre outros grupos definidos
em termos econômicos, mas sim entre povos pertencentes a
diferentes entidades culturais. As guerras tribais e os conflitos
étnicos irão ocorrer no seio das civilizações [...]
(HUNTINGTON, 1997, p. 21).
As mudanças provocadas pelas constantes
evoluções tecnológicas se tornaram cada
vez mais visíveis nas relações internacionais
(como a Terceira Revolução Industrial). A
superação de distâncias geográficas e
temporais e a troca de informações e de
conteúdo em tempo real permitiram o
aprofundamento da globalização, a
interdependência da economia mundial e
a integração de várias esferas da
sociedade, o que intensificou os processos e
modificou a geopolítica global
A emergência de um
sistema internacional cada
vez mais complexo,
juntamente com uma
economia global dinâmica
e a subsequente ascensão
de novos atores (Estados e
não Estados). A
globalização, portanto, está
fundamentada nos
conceitos de intercâmbio e
interdependência entre as
nações em aspectos mais
abrangentes do que o
econômico, como os
aspectos culturais, políticos
e. sociais
Desde Ratzel, a geopolítica utiliza como ferramenta de estudo essas interfaces, a
fim de conseguir compreender e analisar as relações entre os Estados e as
questões referentes ao expansionismo, à distribuição dos territórios e aos
conceitos de regionalização e de integração política, econômica e cultural, que
permeiam o estudo das relações internacionais. A lógica das disputas está
submetida hoje não somente às questões do comércio, mas principalmente às
questões geoestratégicas, como a influência ideológica e a utilização do soft
power, essenciais para a manutenção da hegemonia das grandes potências.
As fronteiras nacionais e 
internacionais
As fronteiras não representam apenas uma mera divisão
e unificação de pontos diversos, elas determinam também
a área territorial precisa, a base física de um Estado.
Assim, as fronteiras delimitam a soberania de um poder
nacional. Para que haja um Estado soberano de direito, é
necessário que haja fronteiras estipuladas e respeitadas.
Cada país é livre para definir as condições que têm de ser
cumpridas por uma pessoa que pretende atravessar suas
fronteiras por suas próprias leis e também para impedir
que tais pessoas atravessem a fronteira quando estiverem
a violar tais leis
Dentro de seu território, um Estado pode criar novas fronteiras com o intuito
de melhorar a eficácia de sua administração mediante a descentralização do
poder. Essas fronteiras não possuem o caráter restritivo que as fronteiras
internacionais possuem, mas podem ter força jurídica e possibilitar a existência
de leis diferentes e até mesmo divergentes dentro de um mesmo país. A
possibilidade para que essa situação ocorra está no formato de governo. Na
maioria dos estados federais, as subdivisões – que podem ser chamadas de
estados, províncias, departamentos, repúblicas, municipalidades ou cantões –
possuem autonomia para gerenciar vários aspectos da governabilidade
dentro de suas fronteiras.
Comissões responsáveis pelafronteira entre o 
Brasil e vizinhos:
1. Comissão Brasileira Demarcadora de Limites: 
Sediada na cidade de Belém do Pará, sua função é tratar das atividades 
fronteiriças do Brasil com o Peru, a Colômbia, a Venezuela, a Guiana, o 
Suriname e a Dependência Francesa; 
2. Comissão Brasileira Demarcadora de Limites: 
Sediada no Rio de Janeiro, é encarregada das atividades entre o Brasil e 
o Uruguai, a Argentina, o Paraguai e a Bolívia.
A guerra e a paz de acordo com a geopolítica
Em certas circunstâncias, geopolítica, guerra e paz sempre foram
comparadas a gêmeos siameses ou até mesmo a amantes inseparáveis.
Isso pode ser comprovado por uma análise simples da importância do
território e dos fatos históricos para a compreensão desses conceitos.
Além disso, é impossível discutir geopolítica, suas tendências e sua
evolução num único contexto e a partir de um ponto vista estratégico e
prático. A gama de fatos históricos e geográficos que o tema geopolítica
inclui exigiria uma enciclopédia. Portanto, é insignificante pensar e falar
dos fenômenos da guerra e da paz sem a inclusão contextual da
geopolítica
O poder central e o poder local
• Descentralização: o poder central, que concentra as funções
administrativas de um território, delega poderes de decisão para
outras entidades dotadas de capacidade jurídica para administrar
certa parte desse território. A intenção dessa delegação é melhorar a
eficácia da gestão governamental de um país.
O poder local recupera o controle do cidadão em seu município por
meio da reconstrução de uma esfera pública comunitária e democrática
e da conjugação de práticas de democracia participativa no lugar da
representação tradicional. Desse modo, os cidadãos, agindo de forma
conjunta com o poder público, passarão a ser responsáveis pelo seu
destino e pelo destino de toda a sociedade
Tendo em vista o divórcio entre as necessidades dos cidadãos e o
conteúdo das decisões sobre desenvolvimento econômico e social, o
exercício da função pública e a administração do dinheiro público têm
suscitado amplas discussões. Muitos são os investimentos em projetos
que necessitam de grande dispêndio de dinheiro público e que não
representam os interesses da sociedade. Muitas são as obras
inacabadas ou superfaturadas que prejudicam a sociedade como um
todo ao fazer o contribuinte arcar com as consequências da má gerência
e da má aplicação dos recursos públicos. Logo, a categoria do poder
local mostra-se eficaz como otimização da gestão pública nacinal, capaz
de aliar democracia representativa com democracia participativa
(SANTIN, 2007).
As políticas territoriais
• Campo das ações emanadas dos poderes centrais, regionais e locais sobre
os diversos territórios;
• A política territorial se configura pelo conjunto de enfoques estratégicos a
médio e longo prazo e pelas correspondentes formulações de atuação.
Esse conjunto é dirigido a intervir sobre o território a fim de que assuma as
formas que sejam adequadas ao conjunto dos interesses que controlam o
poder político;
• Toda e qualquer atividade que implique, simultaneamente, uma dada
concepção do espaço nacional, uma estratégia de intervenção ao nível da
estrutura territorial e mecanismos concretos que sejam capazes de
viabilizar essas políticas;
• O território, por sua vez, é tanto um meio como uma condição de
possibilidade de algumas dessas estratégias.
Questão 1. (ABRIL, 2009) Nos anos 1990, as maiores taxas de crescimento
demográfico ocorriam na África e na América Latina. De acordo com a
tendência apresentada por diversas nações desses continentes, pode se afirmar
que:
A) Não há relação entre o crescimento natural da população e o nível de
desenvolvimento econômico de um país.
B) As taxas de crescimento natural da população de um país não interferem no
seu desenvolvimento econômico e social.
C) Quanto maior o desenvolvimento econômico de um país, maior será a taxa
de crescimento natural da população em função do melhor poder aquisitivo
das famílias.
D) Quanto menor o desenvolvimento econômico de um país, menor será o
crescimento natural de sua população. Isso se dará em função da maior taxa
de mortalidade decorrente das precárias condições de vida.
E) O maior nível de desenvolvimento econômico fará a taxa de crescimento
natural da população diminuir, o que é fruto de melhores condições de
saúde e educação.
Resposta correta: alternativa E.
Alternativa A: incorreta.
Justificativa: não pode ser uma afirmação correta porque o crescimento populacional e o desenvolvimento
econômico são dois fatores que estão sempre ligados.
Alternativa B: incorreta.
Justificativa: como afirmamos na alternativa anterior, não há maneira de desvincularmos o crescimento
populacional do desenvolvimento econômico. Este, por sua vez, é a principal referência que temos para as
questões sociais de um país.
Alternativa C: incorreta.
Justificativa: quando temos crescimento econômico, temos um aumento na renda do país e uma melhoria
na distribuição dessa renda. O crescimento populacional certamente é um empecilho para essa
distribuição
Alternativa D: incorreta.
Justificativa: o menor desenvolvimento ocorrerá exatamente pelo aumento populacional.
Alternativa E: correta.
Justificativa: o crescimento natural da população e o nível de desenvolvimento econômico de um país
estão intimamente relacionados. Ao assegurar um acesso mais fácil aos serviços de saúde e educação,
haverá a melhoria das condições de vida do país. Isso inevitavelmente implicará em redução das taxas de
crescimento demográfico, pois estamos diante de um maior desenvolvimento econômico e social. Em
todas as nações nas quais o IDH melhorou de maneira significativa, o crescimento natural da população
declinou nas décadas subsequentes.
Os interesses nacionais de cada país estão manifestados por meio de sua
política externa e refletem seus objetivos no que diz respeito a
desenvolvimento econômico, capacitação tecnológica, maior participação
no comércio global, crescimento de índices sociais, busca pelo poder,
entre outros. Seja qual for o objetivo, em geral as ações do Estado estarão
sujeitas à eventual influência de grupos de interesse que apoiam suas
decisões políticas no âmbito interno.
• EXPLICAR MELHOR o crescimento populacional do desenvolvimento 
econômico
Comércio internacional e desenvolvimento 
econômico PAREI AQUI
A expansão do comércio internacional foi sustentada pelos contínuos
aumentos da produtividade e das produções agrícolas e industriais,
pela especialização e divisão de trabalho e pelas vantagens
comparativas de troca. O comércio assume papel fundamental na
expansão da economia internacional a partir da revolução comercial
industrial, sendo que sua importância é plenamente admitida nos
princípios da teoria clássica do comércio.
A balança comercial ganhou significativa importância na medida que
impactou o equilíbrio dos balanços de pagamentos nacionais, equilíbrio
este dependente do acúmulo de recursos financeiros gerado pelas
transações de bens e serviços. Conduzidas pelas motivações do lucro em
função do próprio processo histórico, as crescentes relações de
comércio entre os países naturalmente provocaram a ampliação de
mercados consumidores. Juntamente com um maior número de
fornecedores de insumos e de matérias-primas e com as novas
possibilidades de atividades econômicas (novos produtos e serviços),
essa ampliação estimulou a produção em escala e obteve um
consequente aumento da produtividade a partir da especialização, tanto
nas atividades agrícolas e extrativas quanto nas industriais e de serviços.
As novas tecnologias, as transferências tecnológicas, a utilização de mão
de obra local e os diferentes padrões de produção criaram novas
alternativas de produção ao deslocar atividades para determinados
lugares, de modo que o processo completo se constituísse com base no
trabalho de diferentes países.
Da mesma forma, questões relativas ao fluxo monetário, tais como
investimentos diretos e fluxo financeiro internacional (capital
especulativo),

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