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Geopolítica, Regionalização e Integração Katiuska Fabiana da Silva Dell’Angelo A formação do profissional como uma importante ferramenta para o entendimento, a compreensão e a análise das novas interações e tendências dos países no cenário global. Ela faz uma abordagem contemporânea da geopolítica e oferece o estudo das macropolíticas e das novas fronteiras nacionais, tratando do advento da regionalização e da integração. Ao abordar os conceitos e objetivos da política externa e a ação e interação dos Estados, a disciplina analisa a tendência do fim das fronteiras físicas e o surgimento de novos debates para a compreensão das relações de poder, como as que envolvem questões relacionadas ao meio ambiente. Objetivos • analisar os fundamentos das relações internacionais; • analisar as teorias das relações internacionais; • compreender as noções de cooperação; • conhecer os conceitos e objetivos da política externa; • entender a evolução do pensamento em geopolítica; • identificar as relações entre sociedade, estado, território e poder; • conhecer a agenda da geopolítica moderna; • compreender os aspectos da integração regional. Quem sou eu? • Eu sou Katiuska; • Professora na Uniplan e exercendo a docência a 7 anos; • Psicóloga formada pela UFMS Quem é você? • Conte-nos um pouco sobre você; • O que motivou sua escolha pelo curso? • Existem projetos após a finalização da graduação? • O que tem sido mais difícil na pandemia para você? Como posso estudar ao longo semestre? • Aulas remotas no TEAMS; • AVA – Ambiente Virtual do Aluno (mostrar para os alunos o AVA); • No AVA: vídeo aulas, apostilas e slides. Nos encontros do TEAMS • Desligue seu microfone; • Apenas ligue ele se você tiver dúvida; • Utilize o recurso de erguer a mão; • Espere seu amigo e/ou professor concluir a fala. Você sabe a diferença de EAD x Ensino Remoto? • EAD: - Aulas gravadas que ficam no sistema; - Um tutor tira suas dúvidas; - Aulas com conteúdos padronizados; - O calendário é único; - Testes e avaliações seguem padrão; - Aulas padronizadas em todos os cursos. • Ensino Remoto: - Aulas ao vivo; - Interação com o professor através das ferramentas digitais, durante e posterior a aula; - Material exclusivo feito pelo docente da disciplina; - Calendário próprio e que segue o planejamento do semestre desde o início das aulas presenciais; - Materiais dinâmicos e personalizados, desenvolvido pelo professora da disciplina. Para finalizar nossa aula! Para aquecer nossa discussão assistam esse vídeo! https://www.youtube.com/watch?v=JixtlfwvhAA https://www.youtube.com/watch?v=JixtlfwvhAA VALOR ESTAR AQUI TEM VALOR: QUAL O VALOR DE VOCÊ ESTAR AQUI!? -> VALOR NÃO SE REFERE APENAS A DINHEIRO!!! VOCÊ ESCOLHEU ESTAR AQUI? • POR QUE? ESCOLHA X LUTO X VALOR FAÇA VALER A PENA! O QUE VOCÊS ESPERAM APRENDER NESTA DISCIPLINA? Não basta conhecimento técnico; COMPORTAMENTO: traz empregabilidade para o funcionário! As relações internacionais ditas contemporâneas, especialmente no século XX, podem ser entendidas pela transnacionalização das relações econômicas, sociais, políticas e culturais que ocorreram no mundo e, consequentemente, acabaram por tornar indefinidas as fronteiras das políticas interna e externa dos Estados. O conjunto dessas relações vem passando por significativas transformações. O impacto mais expressivo desse processo é a elevação sustentada do comércio internacional, percebida a partir da última metade do século XX até os dias de hoje. Esse impacto se manifesta por meio de um progressivo crescimento do comércio entre países, seguido nas mesmas proporções por um fluxo de capital, de informações e de pessoas. O sistema internacional é composto por países heterogêneos, sobretudo no aspecto econômico. Logo, é notável que a capacidade de alguns Estados para levar adiante seus interesses é diferente da capacidade de outros. • o que são os Estados e o sistema internacional? É possível entendê-los a partir da compreensão da organização interna de um Estado? • como os Estados devem reivindicar seus interesses: de forma individual e com base em seus atributos de poder ou de forma coletiva? •da construção de um entendimento amplo do que são os Estados (capacidades, estratégias, fraquezas etc.) e o meio no qual atua o sistema internacional (constrangimentos, conflitos de interesses, possibilidades etc.) •o estudo da geopolítica será realizado com uma abordagem histórica da formação dos Estados e o elemento básico de sua atuação: a política externa. Uma análise do sistema internacional e de suas possibilidades de cooperação e conflito será feita à luz das principais teorias das relações internacionais. FUNDAMENTOS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS PARA A COMPREENSÃO DA GEOPOLÍTICA As relações internacionais contemporâneas, especialmente no século XX, podem ser entendidas pela transnacionalização das relações econômicas, sociais, políticas e culturais, que ocorreu no mundo e, consequentemente, tornou indefinidas as fronteiras das políticas interna e externa dos Estados. Em plano equivalente, o fenômeno da diversidade de organizações internacionais adquire grande relevância, sobretudo a partir da Segunda Guerra Mundial, em função de agora existir a necessidade de os Estados dimensionarem coletivamente certas competências que antes pertenciam ao absoluto domínio nacional. Baseados no multilateralismo e na diplomacia parlamentar, esses organismos representam “um esforço civilizatório significativo no contexto das relações internacionais” (SEITENFUS, 1997, p. 21) e têm o objetivo de dirimir as relações conflituosas oriundas do maior grau de interdependência das relações entre os Estados. Caráter e conceito das relações internacionais A dificuldade em empregar um melhor significado à expressão é inerente, em parte, ao próprio termo internacional, que, na evolução do modo de organização social, perdeu seu significado. Atualmente, a expressão relações internacionais não significa interações entre nações, mas entre Estados, governos e outros atores internacionais (GUIMARÃES, 2001). Atribuiu o emprego sensato da expressão relações internacionais a pelo menos duas dimensões. Numa primeira análise, conferiu a ela um sentido mais amplo e a vinculou ao que “(...) se refere à gama de contatos e interações de natureza diplomática, política, econômica, militar, social, cultural, étnica, humanitária, que se processam entre atores internacionais, estatais e não estatais” (GUIMARÃES, 2001, p. 9) Questões transnacionais • compõem a ampla agenda internacional que, por sua vez, é o alvo das ocupações dos estudiosos de relações internacionais; • por suas complexidades, interações e abrangências, já mencionadas anteriormente, não temos a pretensão de analisar as relações internacionais em sua totalidade; • emprego da expressão relações internacionais dentro de diferentes contextos ou abordagens; • estudo acadêmico das relações internacionais ganhou corpo e identidade própria somente no século XX, a partir do período entre guerras e com o desenvolvimento da teoria das relações internacionais (TRI). O surgimento dessa ciência tem as preocupações de como estabelecer os modos de interação das diferentes sociedades ao longo dos séculos. Isso significa dizer que tais interações, dados os interesses particulares de cada parte, geravam e geram situações conflituosas ou de cooperação. Assim, será importante entendermos aqui como se organizavam as interações entre diferentes sociedades ao longo de alguns séculos, ou seja, precisamos entender os precedentes históricos das teorias das relações internacionais. Precedentes históricos das teorias das relações internacionais • Na história da civilização ocidental, é possível observar que as relações entre comunidades distintas, envolvendo o uso da força, existem desde os primórdios entre os diferentes povos e estão nas origens polític [...] até o século XVII não havia um sistema de entidadespolíticas (estados) exercendo autoridade suprema sobre territórios e detentoras do monopólio sobre assuntos de guerra, o exercício da diplomacia e a celebração de tratados (CASTRO, 2001, p. 7). a e econômica da sociedade moderna Anterior ao surgimento do Estado nacional, as unidades governamentais existiam em diferentes épocas sob a forma de comunas, cidades-estados e feudos, ao passo que “as unidades econômicas formaram nesta ordem: a família, o feudo, a comunidade da vila, a cidade e a liga das cidades” Até então, a política se estruturava por meios totalmente independentes do território, tais como laço sanguíneo e comunhão de valores religiosos, ao passo que, na Idade Média, a presença de uma comunidade em um dado território não representava a existência de uma autoridade exercida sobre uma área geograficamente circunscrita. À época, não havia a distinção entre as dimensões de autoridade interna e externa ou de público e privado. O que antecedeu o estudo das relações internacionais como disciplina orientada para determinar o fundamento político das relações entre pessoas de comunidades distintas foi o direto das gentes (jus gentium). Desde a Roma Antiga até o século XVII, os relacionamentos entre os povos eram estabelecidos a partir do direito das gentes ou do direito das nações. Esse direito se desenvolveu nesse mesmo período e era constituído por um conjunto de práticas e métodos intelectuais que se ocupou em gerar materiais constitutivos do exercício da autoridade referente a tais relacionamentos Em Roma o chamado jus civile (direito civil) aplicava-se somente aos romanos, não a estrangeiros. Na medida que o Império Romano expandia-se comercial e geograficamente, os problemas para solucionar disputas entre estrangeiros e entre estes e os cidadãos romanos surgiam. Com a finalidade de estabelecer parâmetros de mediação nas regiões sob o auspício de Roma, foi instituído em 242 a.C. o praetor peregrinus. Em sua atuação, o praetor peregrinus lançava mão de partes do direito romano e de normas estrangeiras (principalmente gregas). Essa fusão foi baseada nos princípios de equidade. Esse modelo ficou conhecido como jus gentium, ou direito das gentes, pois, em todo o período no qual “o direito romano que é apropriado e adaptado, e que se torna dominante, adquire caráter universalista, de vocação “supranacional” e associado a valores cristãos, sendo aplicável a toda cristandade” (CASTRO, 2001, p. 9-10), ele esteve voltado tão somente para as relações entre pessoas, uma vez que não se tratava ainda de relações entre estados soberanos. A partir do direito das gentes, materiais normativos que regulavam os relacionamentos estabelecidos entre os distintos povos e sociedades foram desenvolvidos: [...] tratavam das formas de violências legítima e ilegítima; da isenção da violência (formas de iniciar guerras, casos de guerra justa, técnicas de combate, isenção de estrangeiros políticos ou comerciantes com relação à violência, prisioneiros de guerra etc.); das delegações de autoridade para a conquista e dominação (autorizações papais); dos procedimentos para o estabelecimento de isenções da violência (formas dos tratados, juramentos etc.); e de procedimentos arbitrais (negociação de isenções da violência) (CASTRO, 2001, p. 9-10). O direito mercantil e marítimo medieval, por exemplo, regulava o comportamento de mercadores marítimos individuais, enquanto costumes feudais relativos ao desafio formal, ao tratamento de arautos e prisioneiros, à captura e resgate de reféns, à intimação de cidades e à observação de tréguas aplicavam-se a cavaleiros individuais. O direito eclesiástico sobre a santidade dos contratos, a imunidade de agentes diplomáticos, a proibição de armas perigosas, o tratamento de prisioneiros cristãos, a guerra justa e a “trégua de Deus” aplicava-se a cristãos individuais. As normas baseadas nos preceitos do direito romano aplicavam-se aos membros individuais das comunidades que as aceitavam (HOLZGRIFFE, 1989 apud CASTRO, 2001, p. 10). p13 • Organização social, a existência das organizações internacionais não era possível pelo fato de sua existência pressupor um acordo entre Estados iguais dispostos a renunciar a alguns de seus diretos em prol da organização. Segundo Araújo, isso “era impossível naquela época em que as guerras de conquista se sucediam e impérios se formavam e desapareciam na voragem do tempo e ao entrechoque das ambições” Séculos XVI e XVII, começa a tomar corpo uma nova configuração institucional, resultado de dinâmicas políticas e econômicas estabelecidas entre grupos sociais na Europa a partir do renascimento do comércio no século XI e da competição política e econômica que se estabeleceu desde então entre diversas possíveis trajetórias de desenvolvimento institucional, tais como ligas urbanas, cidades-estados e estados soberanos Competição política e econômica das tendências de desenvolvimento institucional, consolidou-se uma organização em torno de governos capazes de garantir a vida dos indivíduos de uma forma específica: a do Estado territorial soberano como responsável por organizar, regular e constituir a vida social entre o conjunto de instituições (sociedade) que habitasse determinado território, sendo elas parte de uma mesma nação A política passou então a ser determinada pelo território e institucionalizada de forma a ser possível distinguir entre o direito interno – unidades políticas nas quais os príncipes adquiriram autonomia política para adotar leis, princípios religiosos etc. – e o direito vigente entre unidades políticas distintas. Paz de Westphalia O direito das gentes se modificou para atender as novas realidades correspondentes ao surgimento dos estados territoriais soberanos: ele assumiu a condição de direito internacional; Paz de Westphalia é resultado de um conjunto de tratados diplomáticos firmados em 1648 entre as principais potências europeias; Consistiu num conflito generalizado entre países europeus (católicos versus protestantes) no qual razões de ordem religiosa se misturavam com motivações políticas; Os tratados assinados em Westphalia legitimaram o status quo anterior ao conflito, que ainda reconhecia uma sociedade de Estados fundada no princípio da soberania territorial, na qual todas as formas de governo passaram a ser legítimas; na não intervenção em assuntos internos dos demais, respeitando o princípio de tolerância e liberdade religiosa escolhida pelo príncipe (cuius régio, eius religio: quem tem a região tem a religião); e na independência dos Estados, detentores de diretos jurídicos iguais a serem respeitados pelos demais membros, uma vez que partes com direitos iguais não têm capacidade para julgar seus semelhantes. Como se vê, o modelo estabelecido em Westphalia instaurou condições de autonomia aos Estados sem, no entanto, criar obrigações mútuas entre eles, o que motivou, a partir de então, preocupações no sentido de gerar “estruturas de cooperação internacional capazes de constituir a base de processos políticos mundiais para se atingir a paz duradoura, chamados projetos de paz perpétua” O instrumento principal dessa aparente solidariedade política entre os Estados soberanos se dava pela noção de equilíbrio de poder ou balança de poder, que regia as relações internacionais com o objetivo de manter a correlação de forças históricas entre as potências europeias, já que se observava a possibilidade de um ou outro Estado se reforçar mais rapidamente ou mesmo fazer anexações territoriais, causando, assim, uma percepção de instabilidade de poder aos demais. Realista e pragmático, Maquiavel, ao relatar o caos e a instabilidade política então existentes nos conflitos entre as diferentes cidades- estados da Itália, apontava para questões sobre poder, balança de poder, formação de alianças e, sobretudo, para a segurança nacional, razão pela qual o príncipe poderia perder seu estado caso não se preocupasse com as forças e ameaças internas e externas. O ápice das teses de Maquiavel está nadefesa do uso de quaisquer recursos ou métodos para que os interesses e a segurança do Estado sejam preservados. O desastre da Primeira Guerra Mundial, o conflito mais destruidor até então, esboçou mudanças na condução da política internacional. Um conjunto de propostas para adoção de várias iniciativas e medidas cooperativas destinadas a prevenir a guerra e manter a paz foram apresentadas em 1918 pelo presidente estadunidense Woodrow Wilson. Ao tentarem estabelecer novas bases para a política internacional em busca de um mundo ideal, as propostas de Wilson emergem como uma provável saída para as conflituosas e obscuras relações dos países europeus. Assim, nascia o idealismo, que mais tarde viria a compor o primeiro grande debate das relações internacionais como campo científico, cabendo aqui, portanto, somente mencionar sua importância para a evolução das relações internacionais. Woodrow Wilson foi eleito presidente dos Estados Unidos da América por dois mandatos seguidos, ficando no cargo de 1912 a 1921. Ele era membro do Partido Democrata e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1919 . O mundo do século XX e as teorias das relações internacionais • Marcas do século: - conflito ideológico (capitalismo versus socialismos) - revoluções e crises de todas as ordens - expansão econômica, por profundas transformações sociais, por impérios e hegemonias - desenvolvimento tecnológico percebido desde a Primeira Guerra Mundial - crescente transnacionalização das relações econômicas, sociais, políticas e culturais - evolução da teoria das relações internacionais Considerando a complexidade inerente ao sistema internacional, nenhuma teoria interpreta individualmente e de forma cabal a realidade internacional, podendo, portanto, as teorias serem consideradas “imperfeitas no sentido de que raramente são consideradas, mesmo por seus autores, feitas, completas e acabadas” (ROCHA, 2002, p. 40). Rocha (2002), na medida que reforça um entendimento óbvio nem sempre lembrado de que as “teorias são construções humanas” (ROCHA, 2002, p. 40), pontua que o exercício mental de analistas para produzir conhecimento sobre um mesmo fenômeno observável na realidade internacional acabou por engendrar diferentes discursos teóricos no campo de estudo das relações internacionais. A noção de cooperação para os teóricos idealistas e realistas • O idealismo é concebido como: [...] um conjunto de princípios universais que defende a necessidade de estruturar o mundo buscando o entendimento, através de condutas pacifistas, onde a confiança e a boa vontade sejam os motores que movimentam a história (MIYAMOTO et al., 2004, p. 15). Ao vislumbrar a possibilidade de superação do “estado de natureza” em que se encontravam os Estados – conflito armado e hostilidades – e a construção de uma nova ordem jurídica internacional, o surgimento do idealismo contemporâneo se materializou por meio de uma espécie de pacto social mundial nos famosos 14 pontos de Wilson. Woodrow Wilson (1918), presidente do EUA • Resolver a questão de forma definitiva. • Selar a paz e evitar outra guerra do que apontar as punições destinadas aos perdedores e as compensações dos vencedores. • Em outros termos, o presidente norte-americano abraçava uma espécie de “paz sem vencedores”. • as nações não deveriam mais firmar acordos diplomáticos que não fossem reconhecidos publicamente. • a livre navegação e o comércio deliberado entre as nações reforçassem o elo e a cooperação internacional. • No lugar dos “14 pontos para a Paz”, prevaleceram as pesadas sanções estipuladas pelo Tratado de Versalhes Os primeiros cinco pontos, de importância geral, defendiam o fim dos acordos secretos, a liberdade de navegação nos mares, o livre comércio, a redução dos armamentos e o direito dos povos colonizados à autodeterminação. Os pontos 6, 7, 8 e 11 falavam em evacuação das tropas alemães da Rússia, da Bélgica, dos Balcãs e da França (incluindo a região contestada da Alsácia-Lorena). O 9º. Ponto defendia o reajuste das fronteiras italianas dentro dos limites nacionais. Os pontos 10, 12 e 13 reconheciam a autonomia e independência da Áustria-Hungria, da Turquia e da Polônia. O 14º. Ponto, refletindo o idealismo do presidente norte-americano, anunciava a criação de uma Liga das Nações com o objetivo de dar garantias mútuas de independência política e integridade territorial aos Estado O objetivo dos idealistas era: [...] que a cooperação internacional, através do direito internacional repassado de um moralismo idealista, pudesse oferecer os meios para a manutenção de uma paz duradoura (CASTRO, 2001, p. 14) Liga das Nações 1º Órgão da ONU, mas não da conta de garantir os 14 pontos. Tratava-se de uma organização política interestatal permanente que tinha por intuito oferecer garantias mútuas de independência política, integridade territorial e preservação da paz. Entretanto, os fatos que se sucederam pareciam contradizer as esperanças idealistas. Tem-se que “a história conturbada [da Liga das Nações] não demonstrou outra coisa senão o triunfo da desconfiança recíproca e dos nacionalismos exacerbados sobre o idealismo wilsoniano” (BELLI, 1994, p. 15). Sem força militar própria, apenas limitados aos países que aderiram, sendo 23 países. Idealismo • Maior aceitação no período entre guerras; • Identificar as causas da guerra e buscar caminhos para a paz eram preocupações iniciais; • Posteriormente, estiveram voltadas também para questões como os problemas de segurança, os desarmamentos, o imperialismo e suas consequências, a negociação diplomática, a balança de poder, a geopolítica etc; • As propostas idealistas não vieram a se concretizar, sendo a evidência fática disso um novo conflito mundial. 1939-1945: Segunda Guerra Mundial • Um conflito em estado de guerra total (no qual há mobilização de todos os recursos para a guerra), • Segunda Guerra Mundial fez Aliados e Eixo enfrentarem-se na Europa, África, Ásia e Oceania. Após seis anos de conflito, mais de 60 milhões de pessoas morreram. • O conflito teve como estopim a invasão da Polônia pelos alemães em 1º de setembro de 1939. • Os alemães iniciaram a utilização de uma tática que se destacou no conflito: a blitzkrieg. Essa palavra em alemão significa “guerra-relâmpago” consistia, basicamente, em uma tática em que artilharia e infantaria faziam ataques coordenados contra as linhas adversárias com o objetivo de abri-las. • A guerra iniciou-se na Europa, mas espalhou-se pela África, Ásia e Oceania e contou com o envolvimento de nações de todos os continentes, inclusive o Brasil. https://brasilescola.uol.com.br/historiag/inicio-segunda-guerra-invasao-polonia.htm https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-blitzkrieg.htm Causas da 2ª GM • expansionismo e o militarismo da Alemanha Nazista. • A ação dos nazistas resultava, em grande parte, da insatisfação de uma parte radicalizada da sociedade alemã com o desfecho da Primeira Guerra Mundial. https://brasilescola.uol.com.br/historiag/nazismo.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/primeira-guerra.htm Causas da 2ª GM Ao final da Primeira Guerra Mundial, consolidou-se fortemente na sociedade alemã uma ideia de que a derrota na guerra havia sido injusta. Somado a isso, havia também a grande humilhação que a Alemanha sofreu com o Tratado de Versalhes, acordo que pôs fim à Primeira Guera e que proibia a Alemanha de ter navios e aviões de guerra, limitou ao número de 100 mil os soldados de infantaria, obrigou a nação alemã a pagar uma indenização altíssima e a entregar suas colônias para aqueles que a derrotaram. https://brasilescola.uol.com.br/historiag/tratado-versalhes.htm Fases da 2ª GM: • Supremacia do Eixo (1939-1941): nessa fase, tornaram-se notórios o uso da blitzkrieg e a conquista de diversos locais pelas tropas da Alemanha. Além disso, na Ásia, os japoneses conquistaram uma série de territórios dominados por britânicos, franceses e holandeses. • Equilíbrio de forças (1942-1943):nessa fase, os Aliados conseguiram recuperar-se na guerra, tanto na Ásia quanto na Europa, e equilibraram forças com os alemães. Essa fase ficou marcada pela indefinição de quem ganharia o conflito. • Derrota do Eixo (1944-1945): nessa fase, o Eixo estava em decadência. A Itália foi invadida; Mussolini, deposto; os alemães e japoneses passaram a ser derrotados sucessivamente e ambos os países entraram em colapso. • Aliados (Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos) • X • Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Acontecimentos impactantes: • Massacre de Katyn, • o Holocausto, • o Massacre de Babi Yar e • o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. https://brasilescola.uol.com.br/historiag/massacre-katyn.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/holocausto.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/massacre-babi-yar-exterminio-dos-judeus-kiev.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/bombas-atomicas-hiroshima-nagasaki.htm Fim da 2ª GM • 2 de setembro de 1945, • quando os japoneses assinaram um documento que reconhecia sua rendição incondicional aos americanos (os nazistas renderam-se aos Aliados em maio de 1945). DIA D Gigantesca operação anfíbia realizada pelos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Fez parte da Operação Overlord e teve como objetivo principal realizar o desembarque de tropas na Normandia para, então, iniciar a retomada da França, território ocupado pelos alemães desde 1940. Realizado em um clima de grande desconfiança tanto de americanos quanto de britânicos, principalmente pelo temor de ambos os lados em relação à quantidade de soldados que morreriam. Foram estabelecidas cinco praias para o desembarque de tropas, além de terem sido designadas tropas de paraquedistas para saltarem em posições estratégicas da Normandia. Resultou no desembarque de aproximadamente 150 mil soldados na Normandia e foi um sucesso, pois as tropas aliadas conseguiram conquistar as cinco praias designadas para os desembarques Um dos dias mais marcantes da 2ªGM Filmes sobre a 2ª GM • O Pianista, filme de 2002, dirigido por Roman Polanski; • Amém, filme de 2002, dirigido por Costa Gavras; • Resgate do Soldado Ryan, filme de 1999, dirigido por Steven Spielberg; • Círculo de Fogo, filme de 2001, dirigido por Jean-Jacques Annaud; • A Lista de Schindler, filme de 1993, dirigido por Steven Spielberg; • Filho de Saul, filme de 2015, dirigido por László Nemes; • Admiral Yamamoto, filme de 2011, dirigido por Izuru Narushima; • Luz Branca, Chuva Negra: a destruição de Hiroshima e Nagasaki, documentário de 2007, dirigido por Steven Okazaki. O texto abaixo é um fragmento de um discurso proferido por Adolf Hitler, em 1940. Nesse discurso, os outros planos do Führer ficam claros – planos que iam além de conquistar outras nações e ganhar a guerra. “Os poloneses [acentuou Hitler] nasceram especialmente para o trabalho pesado (...). Não é preciso pensar em melhorias para eles. Cumpre manter, na Polônia, um padrão de vida baixo, não se permitindo que suba (...). Os poloneses são preguiçosos e é necessário usar a força para obrigá-los a trabalhar (...). Devemos utilizar-nos do governo geral (da Polônia) simplesmente como fonte de mão de obra não especializada (...). Poder-se-ia conseguir ali, todos os anos, os trabalhadores de que o Reich possa necessitar. Quanto aos sacerdotes poloneses, (...) eles pregarão o que mandarmos. Se qualquer sacerdote agir diferentemente, daremos cabo dele. Sua tarefa é manter os poloneses tranquilos, broncos e fracos de espírito. dispensável ter em mente que a pequena nobreza polonesa deve cessar de existir; por mais cruel que isso possa ser, ela deve ser exterminada onde quer que se encontre (...). Deve haver apenas um senhor para os poloneses: o alemão. Dois senhores, lado a lado, não podem e não devem existir. Todos os representantes da classe culta polonesa, portanto, têm de ser exterminados. Isso parece crueldade, mas é a lei da vida”. Quais são as impressões que este texto te traz? Você acredita que os posicionamentos de Hitler poderiam ser substituídos por outros tipos de posicionamentos? Exemplifique. A noção de cooperação para os teóricos da interdependência • Teoria da interdependência: a tentativa de dar respostas mais satisfatórias a uma realidade internacional em acelerado processo de transformação. • Transformações reais da política internacional que seriam consequência de medidas adotadas pela política internacional desde o período entreguerras. Mesmo antes do fim da Segunda Guerra Mundial, as potências vencedoras, imbuídas de esforços de institucionalização da política internacional, desenvolveram uma rede de organizações internacionais com vistas a promover a cooperação multilateral em diferentes áreas. Organizações mais importantes: • ONU: Organização das Nações Unidas • FAO: Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura • OIT: Organização Internacional do Trabalho • OMS: Organização Mundial de Saúde • FMI: Fundo Monetário Internacional • Bird: Banco Mundial • GATT: Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio ( Alteravam a realidade internacional o gigantesco aumento das transações transfronteiriças (fluxo de capitais, bens, pessoas etc.) e a presença de atores não estatais, como as transnacionais, as igrejas e as organizações não governamentais (ONGs), que participavam nos processos políticos . As sociedades criaram canais múltiplos de contato, fazendo com que alguns importantes processos em curso nas relações internacionais contemporâneas nem sempre passassem pelo controle estatal.e econômicos internacionais. Os pressupostos realistas se revelaram insuficientes para explicar os complexos eventos que dominavam a agenda política internacional contemporânea Para combater essa insuficiência: Criou-se uma agenda internacional aberta, complexa e composta por uma ampla variedade de objetivos, sem estar, no entanto, subordinada a uma hierarquia temática no sentido de a segurança militar ser vista, a princípio, como tema mais relevante. A agenda internacional é considerada aberta por admitir temas de diversas ordens e interesses e complexa por estabelecer conexões variáveis, como entre questões de segurança nacional e econômicas ou tecnológicas e entre questões de política interna e externa, podendo ocorrer diferentes coalizões dentro e fora de governos ou instituições. Existe a necessidade de analisar o papel desempenhado por outros agentes que não o Estado, por serem considerados determinantes em alguns processos em curso nas relações internacionais. Em determinados casos, “dependendo da tecnicidade associada às decisões, tais agentes desempenham papel tão relevante quanto o dos Estados” (ROCHA, 2002, p. 273). Conceito de interdependência como resultado das transações entre agenda e agentes A interdependência não se refere simplesmente a uma interconexão, mas sim a uma dependência mútua ou a “uma situação em que atores são afetados, de formas potencialmente custosas, pelas ações de outros”. Dimensões de interdependência: • Sensibilidade: se refere aos ajustes realizados em políticas locais e em reflexos de alterações de fatores externos • Vulnerabilidade: a custos impostos por eventos externos aos quais os agentes estão sujeitos mesmo depois de ter alterado políticas. As relações interdependentes entre dois ou mais agentes não necessariamente resultarão em vantagens a todos os envolvidos, uma vez que nada assegura que as relações consideradas interdependentes sejam caracterizadas por benefícios mútuos, “isso dependerá do peso dos atores e também da natureza da relação. A interdependência é essencialmente assimétrica à medida que afeta os agentes de formas diferentes por estes não gozarem do “mesmo grau de desenvolvimento socioeconômico e não controlarem os mesmos recursos naturais, geográficos, financeiros e militares” Os resultados desses processos não são determinados pelo poder militar e empregoda força da visão realista, mas pela manipulação dos próprios fatores de interdependência. Quais são as assimetrias? • Sensíveis diferenças entre os agentes nas áreas: - militar, - econômica, - Industrial. São “assimetrias” de dependência que mais provavelmente oferecerão fontes de influência para os atores nas relações que estabelecem entre si. Atores menos dependentes podem muitas vezes utilizar as relações de interdependência como uma fonte de poder na negociação relativa a uma questão e talvez para exercer influência em outros problemas [...]. Concluímos que um início promissor nas análises políticas da interdependência internacional pode ser o de conceber as interdependências assimétricas como fontes de poder para os atores (KEOHANE; NYE, 1977 apud KEOHANE, 1992, p. 167). Conforme o tema com o qual se estiver negociando, as organizações internacionais (governamentais ou não), os agentes sociais e mesmo os representantes do setor privado terão maior ou menor capacidade de inserir temas na agenda internacional, interferir na formulação de política exterior dos Estados, controlar processos etc. Em outros casos, as decisões mais importantes ficam por conta dos Estados As organizações internacionais estabelecem agendas, induzem a formação de coalizões e funcionam como facilitadoras da ação política dos Estados fracos. A capacidade de eleger o foro adequado para um problema e de mobilizar votos é um importante resultado político. As regras são negociadas sob a apreciação dos membros e, no processo de aprovação e implementação destas, os Estados mais fracos, por meio de colisões, tentam fazer prevalecer seus objetivos ou mesmo obter resultados menos custosos. Essa teoria é baseada em: • valorização das organizações internacionais, • atores privados participantes em processo de cooperação econômica, técnica ou política, • de processos políticos domésticos, que passaram a ser vistos como relevantes para explicar as mudanças na política internacional Você acredita que países como o Brasil são beneficiados com a agenda internacional? A economia mundial trabalhar para o fortalecimento de qual país? A POLÍTICA EXTERNA E OS INTERESSES NACIONAIS: INSTRUMENTOS DA POLÍTICA ESTATAL E DA GEOPOLÍTICA • Formas de inserção internacional no mundo globalizado, • Levam em consideração a importância de se definir necessidades e interesses próprios atuais, baseando-se na consciência coletiva de se ter uma presença e uma imagem internacionais, • Os países têm relativa autonomia para escolher seus caminhos, seja para desenvolvimento econômico, capacitação tecnológica, maior participação no comércio global, crescimento de índices sociais ideais, busca por poder etc Quando se pensa as relações internacionais de comércio como uma saída assertiva para países em desenvolvimento, há que se recorrer à teoria de interdependência. Ela ajudará a entender as decisões das políticas externas desses Estados, já que eles não gozam do mesmo grau de influência militar e tecnológica e não têm o mesmo nível de desenvolvimento econômico. A conformação dos interesses nacionais individuais indiscutivelmente geram oportunidades e constrangimentos recíprocos Introdução à política externa: conceitos e objetivos As relações entre Estados, organizações internacionais, partidos políticos, organizações não governamentais e outros atores situam-se dentro de uma ordem ou sistema internacional e acabam por configurar as relações internacionais. Podemos considerar sistema internacional como um: [...] meio onde se processam as relações entre os diferentes atores que compõem e fazem parte do conjunto das interações sociais que se processam na esfera internacional, envolvendo seus atores, acontecimentos e fenômenos (MERLE, 1981 apud PECEQUILO, 2004, p. 38) Sistema Internacional e suas sucessões de macroestruturas: • eurocentrismo, • transição entreguerras, • sucessão da Segunda Guerra Mundial com a Guerra Fria até o multipolarismo. Cada uma delas corresponde a configurações específicas de poder! Sistema Internacional e subsistemas: • ideologia: tem irrefutável influência na política internacional e está ligada ao modo de organização do país no que concerne à política externa; • desenvolvimento: o nível de desenvolvimento de um país afeta diretamente sua capacidade de ação internacional; • conflito: situações de tensão aguda ou conflito aberto constituem oportunidades extremamente ricas para análise da realidade internacional; • segurança: os arranjos internacionais e os meios nacionais são instrumentos de segurança externa, porém, não deve-se pensar apenas nos instrumentos militares, mas também nos políticos, econômicos e socioculturais. Política Externa É um “processo de percepção, avaliação, decisão, ação e prospecção estatais, inclusive aquelas iniciativas tomadas no âmbito interno que possuam uma incidência além-fronteiras”. A política externa é de caráter dinâmico e ajustável, decorrente, portanto, da: [...] confrontação entre, de um lado, as aspirações internas traduzidas pelo interesse nacional e os instrumentos de que dispõem para promovê-lo e, de outro, as oportunidades e limitação oferecidas pelo sistema internacional (SEITENFUS, 2004, p. 84). Larrañaga (2004) define política externa como um: [...] conjunto de parâmetros, instrumentos, limites e procedimentos que orientam a tomada de decisões de autoridades de um país, referentes às relações desse país com o restante do mundo, quanto à sua inserção internacional e em função dos seus interesses (LARRAÑAGA, 2004, p. 198). A política exterior como um instrumento governamental com o qual um Estado afeta o destino de seu povo, mantendo a paz, fazendo guerras e induzindo o crescimento, o desenvolvimento, a riqueza ou o atraso, a dependência e a pobreza. [...] o interesse nacional encontra-se no âmago da política externa dos estados e, por conseguinte, no centro das relações internacionais, [que por meio dele os chefes de estado tomam as decisões quanto] às iniciativas diplomáticas, os acordos comerciais, a constituição de blocos econômicos, os votos nas instâncias multilaterais, as concessões de favores e a obtenção de vantagens entre os Estados (SEITENFUS, 2004, p. 85). Fatores que estabelecem parâmetros para balizar os contornos da inserção de países no cenário internacional: • fatores estáticos e permanentes (dimensão, localização e população); • situações estruturais (regime político, sistema econômico, relações políticas e econômicas com o mundo); • comportamentos conjunturais (posição em debates e crises internacionais). Diferenças no objeto da politica externa: • Objetivos: são as metas, anseios ou intuitos estratégicos estabelecidos como prioritários pelo governo de determinado país para defender, promover e atingir seus interesses; • Agenda: conjunto de estratégias que o governo concebe para atingir os objetivos nacionais estabelecidos; • Instrumentos: compreendem os recursos disponíveis e os necessários para implementação das estratégias nacionais estabelecidas; • Estilo do Governo: o modo, as práticas e os costumes que caracterizam a condução da política exterior. A inserção internacional de um país e sua política externa devem considerar três campos fundamentais de atuação: • estratégico-militar: no que diz respeito ao risco de guerra ou desejo de paz, o campo estratégico-militar representa o que o país significa ou pode vir a significar como aliado, protetor, amigo ou inimigo; • relações econômicas: indica o que o país representa para a comunidade internacional em termos de mercado de fornecimento, consumo, alianças, parcerias e similares; • valores: revela o que o país representa como modelo de sociedade (LARRAÑAGA, 2004). A ação e a interação dos Estados Para que um Estado seja reconhecido, ele deve cumprir quatro condições essenciais. São elas: • o Estado deve ter uma base territorial e uma fronteira definida geograficamente; • uma população estáveldeve morar dentro de suas fronteiras; • deve existir um governo ao qual a população respeite; • o Estado deve ser reconhecido diplomaticamente por outros Estados. Visão Liberal do Estado • Estado é soberano • Não é um protagonista autônomo • Arena pluralista que possui a função de manter as regras básicas do jogo a) um processo que envolve interesses concorrentes; b) uma reflexão dos interesses governamentais e da sociedade; c) o repertório de vários interesses nacionais que estão sempre mudando; d) o possuidor das fontes fungíveis de poder Nação • Povo, ou seja, um grupo de pessoas que possui um conjunto de características comuns; • Consideração o conhecimento disseminado por novas tecnologias e pela educação • Na Nação, as pessoas devem fidelidade ao seu representante legal, ou seja, o Estado Vários conceitos de Estado: a) O Estado é uma ordem normativa munida de um símbolo e de crenças que unem o povo que vive dentro dele; b) é a entidade que detém exclusivamente poder para uso da violência dentro da sociedade; c) além de ser uma entidade funcional, centraliza e unifica várias responsabilidades importantes. Visão realista o Estado é: a) um protagonista autônomo; b) circundado por uma estrutura de permanente conflito e um sistema anárquico; c) é soberano; d) é guiado por um interesse nacional que é definido em termos de poder Visão Radical entende o Estado: a) o agente executor da burguesia; b) influenciado por pressões da classe capitalista; c) restringido pela estrutura do sistema capitalista internacional. Visão construtivista do Estado: a) entidade construída socialmente; b) repositório de interesses nacionais que mudam ao longo do tempo; c) moldado por normas nacionais que mudam as preferências; d) influenciado por interesses nacionais que estão sempre mudando e que modelam e remodelam as identidades; e) socializado por OGIs e ONGs. Visões sobre a importância geográfica • Década de 1980 - controlar o mar e afirmou que o Estado que conseguia controlar as rotas consequentemente passaria a controlar o mundo - e o Estado que possuísse mais poder era aquele que conseguiria controlar o “coração” geográfico da Eurásia. - recursos naturais são fatores de restrição ou ampliação do potencial geográfico de um país. - as fontes naturais de poder são a geografia, os recursos naturais e a população (Mingst) FONTE TANGÍVEL DE PODER Poder é o desenvolvimento industrial, considerado o mais crítico, visto que as vantagens e desvantagens da geografia diminuem com uma capacidade industrial avançada. FONTE INTANGIVEL DE PODER São a imagem nacional – as pessoas residentes no país têm imagens do potencial de poder de seu próprio Estado – e a percepção que os demais Estados possuem do apoio público e da coesão de um Estado – este deve ter uma liderança com líderes carismáticos e visionários que consigam alavancar o potencial de poder por meio de iniciativas audaciosas. Ordem Internacional Contemporânea • É formada por meio da ação e interação dos Estados. • Ela se alimenta da desigualdade e do desequilíbrio entre eles. • Mesmo diferentes, os Estados são os agentes elementares da política internacional, pois são centros de ação e de decisão Fenômeno da interdependência dos Estados Opera em três níveis diferentes: • entre iguais ou quase iguais: existe uma teia de interesses de diversas ordens que tem como base o sistema capitalista de produção e a democracia liberal como forma de organização política; • entre competidores e quase adversários: esse nível de interdependência pode ser representado pelo interesse comum na sobrevivência da humanidade; • entre desiguais: se manifesta nas relações entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos. A teoria da interdependência global é uma oportunidade de integrar em um único contexto os eixos leste-oeste e norte-sul da política mundial. Tal interdependência é caracterizada pela subordinação principalmente dos países menos desenvolvidos, que acabam como fornecedores de matérias-primas para os mais desenvolvidos e consequentes clientes de uma produção de maior densidade tecnológica, o que os impede de ascender para uma genuína independência econômica. Busca-se, enfim, substituir a interdependência vertical por uma interdependência horizontal, baseada nos princípios de cooperação e de oportunidades econômicas iguais. É importante mencionar que a interação dos países é processada em três níveis: bilateral, regional e multilateral. Esses níveis não podem ser substituídos e cada um complementa o outro. Dependendo do tipo de divergência internacional, uma nação deve ter opções e talvez buscar mais de um nível, com o especial cuidado de evitar que uma ação em um dos níveis restrinja a liberdade de ação em outro nível ou mesmo elimine essa possibilidade. Diplomacia e estratégia envolvem algo mais complexo do que as opções da paz e da guerra, uma vez que a diplomacia continua a funcionar nos tempos de guerra e as formas estratégicas de pensar e de agir subsistem mesmo na ausência da guerra. Além disso, a diplomacia opera em vastas e importantes áreas das quais se exclui, normalmente, a questão da guerra e da paz ou, mais precisamente, em que se toma essa questão como um todo dado a priori; é o campo, por exemplo, da diplomacia econômica e comercial Diplomacia na atualidade: • o serviço público de um Estado, que trabalha com as relações exteriores e tem como pontos de referência outros Estados ou pessoas de Direito Internacional; • um setor do serviço público, destinado às relações políticas entre governos ou com organizações intergovernamentais (excluídos os serviços consulares); • por antonomásia, defeitos ou qualidades incorporados naqueles que exercem a diplomacia em quaisquer das acepções anteriores. Num primeiro sentido, diplomacia seria sinônimo do conjunto das relações que uma comunidade humana relativamente homogênea e diferenciada de outras mantém com outras comunidades de idênticas características. Numa perspectiva filosófica, seria um fenômeno ligado à “alteridade” de uma sociedade, ou seja, ao relacionamento de uma “unidade política” com outras unidades políticas (SOARES, 2001, p. 2). Distinções de diplomacia 1. Pequena diplomacia: voltada para o domínio econômico. A questão econômica sempre esteve em pauta em assuntos políticos, principalmente quando se trata de petróleo, que é um recurso natural limitado desejado por todas as nações e que traz preocupações para os governantes que possuem esse recurso natural em seus territórios, já que as autoridades devem se preocupar com a segurança nacional e internacional 2. Grande diplomacia: relacionada a questões de segurança. Diplomacia bilateral • definida como a forma de ação dos países para a adesão a seus relacionamentos com os demais países ou com outras entidades a eles vinculadas, como é o caso das organizações internacionais intergovernamentais (OIGs). • Os Estados podem receber em seus territórios três tipos de representações estrangeiras permanentes: - as repartições consulares, - as missões diplomáticas, - delegações de OIGs. As atividades da diplomacia exercida nas missões diplomáticas permanentes são: a) representar o Estado de maneira a comprometer o próprio Estado, pois este possui todos os direitos e deveres decorrentes de acordo com o Direito Internacional Público; b) informar o Estado que os envia de todos os fatos que possam lhe interessar, isto é, cabe ao Estado formular sua política exterior de acordo com os dados e informações fornecidos pelos agentes; c) negociar, pois a missão se torna o único agente em nome do Estado legitimado pelo Direto Internacional; d) promover relações amistosas, comerciais, culturais, econômicas e cientificas e, dessa forma, fortalecer a relação entre o Estado acreditante e o Estado acreditado Política Externa: Modelos de Tomadas de decisões • modelo racional busca maximizar metas e objetivos estratégicos.• modelo organizacional prioriza procedimentos padronizados de operação, mas não deixa de atentar para as decisões que precedem de processos organizacionais. • modelo burocrático representa diferentes interesses, pois a decisão final é estabelecida de acordo com a força relativa dos protagonistas. • modelo pluralista, por sua vez, é vinculado à barganha, que é conduzida entre fontes internas (grupos de interesse, movimentos em massa e empresas multinacionais). Em situações normais, até os grupos sociais podem desempenhar um papel importante. O programa diplomático deve contemplar no mínimo os seguintes tópicos: • teoria e evolução da realidade internacional; • definição dos objetivos nacionais, inclusive no decorrer do tempo; • articulação dos objetivos com os meios de execução da política externa; • determinação de mecanismos de avaliação e correção política de acordo com o desempenho obtido. “Há uma grande diferença entre os países e as formas com as quais cada um conduz o processo. De imediato, podemos especificar que há uma disparidade em termos de poder, de desenvolvimento e de condicionamentos geográficos que refletem diretamente não somente nas articulações e execuções dos programas diplomáticos, mas também no estabelecimento de políticas externas”. O SISTEMA INTERNACIONAL Mas o que significa o termo sistema quando aplicado às relações internacionais? Nesse contexto, sistema é uma união de algum modo regular que se dá por meio do agrupamento de unidades, objetos ou partes. Os sistemas reagem de modo constante e têm fronteiras separadas um do outro, sendo que pode haver permuta de fronteiras (MINGST, 2009) Sistema como um conjunto de elementos que mantêm interação. Outros cientistas classificam sistema como um conjunto de objetos e das relações entre esses objetos e entre seus atributos. O sistema todo grupo de objetos que mantiverem relacionamento estrutural característico e que interajam à base de processos característicos. Dessa forma, todas essas definições formam uma ideia de grandeza metodológica do termo sistema, que pode ser aplicado tanto no campo social quanto no das ciências naturais. O sistema internacional atual compõe-se da sucessão de macroestruturas (eurocentrismo, período entreguerras, Guerra Fria, descolonização, multipolarismo e a détente entre superpotências) marcadas por dois conflitos generalizados, por revoluções e flutuações econômicas repletas de drama e por hostilidades em maior ou menor escala. O sistema internacional pode sofrer alterações apenas com a mudança do regime de uma de suas principais potências, o que pode alterar o curso das relações internacionais. Na década de 1980, o processo de globalização do sistema internacional deixou em questão sua unificação ou fragmentação. A unificação desse sistema estava diretamente ligada ao status privilegiado que as duas superpotências – Estados Unidos e União Soviética – desfrutavam e à possível hegemonia que uma delas poderia conquistar. No caso da fragmentação, esta está diretamente ligada ao crescente número de Estados desde a Segunda Guerra Mundial até os dias atuais (SARDENBERG, 1982). Muitas vezes, quando se menciona, em tom de elogio, a existência do processo de globalização das relações internacionais contemporâneas, fica subentendido que esse processo deverá levar a uma “desejável” unificação do sistema (SARDENBERG, 1982, p. 43) Escola liberal: conceito de sistema • 1º conceito: o sistema internacional não é uma estrutura, mas um processo que determina diversas frentes de interação entre diferentes partes e vários protagonistas que interagem. Além dos Estados, também estão entre os protagonistas as organizações governamentais internacionais (OIGs) (como as Nações Unidas), as organizações não governamentais (como a Human Rights Watch), as corporações multinacionais e os protagonistas subestatais (parlamentos e burocracias); • 2º conceito: está relacionado à tradição inglesa de sociedade internacional. Os eruditos Hedley Bull e Adam Watson, dois dos principais mentores dessa tradição, afirmavam que o sistema internacional era compreendido por comunidades políticas independentes, enquanto uma sociedade internacional, composta por vários protagonistas, se define pela comunicação, pelos interesses e pelas regras comuns. Os liberais enxergam o sistema internacional como um processo para interações positivas; • 3º conceito: é o do institucionalismo neoliberal, que visualiza o sistema internacional como anárquico. Aqui, o Estado se comporta de acordo com seu próprio interesse. A interação entre protagonistas é algo positivo para os liberais, pois instituições fundadas por interesses próprios modelam o comportamento dos Estados de acordo com a percepção que obtêm por meio das futuras interações com outros protagonistas A escola realista e conceito de sistema Política é governada por leis objetivas enraizadas na natureza humana. O conceito de realismo é o do interesse definido como poder e não possui um significado inalterável. O realismo tem o conhecimento do significado moral da ação política, mas não reconhece as aspirações morais de um Estado como as leis morais que governam o universo. A escola leva em conta a política, uma esfera autônoma da atividade humana. Os realistas definem o sistema internacional como um sistema anárquico, isto é, o Estado é a única autoridade. No entanto, existem divergências entre os realistas com relação ao grau de autonomia de um Estado no sistema internacional. Os mais tradicionais acreditam que os Estados atuam sobre o sistema e o moldam, já os neorrealistas creem que os Estados ficam restritos à estrutura do sistema. Ambos concordam em relação à anarquia como princípio básico de ordenação e, por consequência, cada Estado deve zelar por seus interesses dentro do sistema. Realistas e as três polaridades: • 1º tipo: refere-se a vários protagonistas influentes no âmbito internacional. Neste, haveria um sistema de equilíbrio de poder ou multipolar; • 2º tipo: é o bipolar, com um sistema baseado em alianças mais duradouras e em interesses relativamente permanentes; • 3º tipo: esse último sistema é o unipolar, que aponta a existência de apenas um grupo ou até mesmo um Estado, que detém o controle de influência no sistema internacional. Um grande exemplo desse último sistema são os Estados Unidos pós Guerra do Golfo, em 1991, quando os aliados mais próximos e praticamente todos os países em desenvolvimento começaram a se preocupar porque o sistema internacional havia se tornado unipolar. A escola radical e o conceito de sistema Os radicais acreditam que há muitas diferenças econômicas dentro da estrutura do sistema internacional e todas as ações são restritas por essa estrutura. Alguns teóricos enxergam uma possibilidade dentro do sistema capitalista, uma mudança na semiperiferia e na periferia vinculadas à medida que os Estados modifiquem suas posições relativas em face de outros. O capitalismo é uma força dinâmica, afinal, assim como o colonialismo e o imperialismo, possui ciclos de crescimento e expansão, seguidos de contração e declínio A escola construtivista e conceito de sistema Sistema internacional é mutável, ideias essas calcadas em alterações nas normas sociais, mesmo que algumas ainda não venham a ser transformadoras. Os construtivistas buscam, singularmente, a especificação dos mecanismos pelos quais ocorrem as mudanças Percebe-se que todas as abordagens teóricas dão ênfase ao nível de análise do sistema internacional. A diferença é percebida pela característica que define o sistema internacional, pois, para os realistas, é a polaridade, para os radicais, é a estratificação. Mesmo assim, em ambas o sistema internacional restringe o comportamento do Estado. Independentemente disso, realistas visualizam essas restrições como positivas, de acordo com a distribuição do poder, já os radicais as veem como negativas ou mais neutras, como uma arena e um processo de interação. Os construtivistas, por sua vez, abordam umateoria mais evolucionária, vinculada às mudanças de normas e ideias que modelam o sistema. Eles não enxergam diferenças bruscas entre o sistema internacional e o sistema interno e desprezam a importância dada à estrutura do sistema internacional. Balança de poder é o modelo mais clássico da teoria das relações internacionais. Ela passou a ser utilizada no momento do surgimento das cidades- estados italianas, no século XIX (período do Renascimento), e com a política de equilíbrio nas relações intraeuropeias. O equilíbrio de poder é delimitado pela renúncia da possibilidade de um governo mundial – definido pelas ciências políticas como uma monarquia – e pela pluralidade de atores •Multipolaridade está ligada ao conceito de que cada ator principal é considerado inimigo ou parceiro dos demais e as alianças são temporárias, isto é, os países se relacionam com outros dependendo momentaneamente de seu interesse ou necessidade interna ou externa. Assim, não há um líder em questão. •Bipolaridade é mais focado, ou seja, existem apenas dois atores importantes, que são inimigos por posição ou por ideologia. Aqui, as alianças são mais duradouras do que no primeiro conceito e existe uma liderança que varia de acordo com a origem dessa aliança. A) Assimétrico, pois permite uma melhor e mais justa distribuição da riqueza mundial. B) Simétrico, pois permite uma maior interação econômica entre as mais distantes regiões do planeta. C) Excludente, uma vez que aprofunda o abismo entre nações de diferentes níveis de desenvolvimento econômico. D) Integrador, uma vez que favorece os países pobres em detrimento das nações mais desenvolvidas. E) Regional, já que fortalece a posição das nações do hemisfério sul e enfraquece geopoliticamente as nações do hemisfério norte. Resposta correta: alternativa C. Análise das alternativas: Alternativa A: incorreta. Justificativa: se as diferenças entre as nações são cada vez mais evidentes, seria contraditório afirmarmos que há uma justa distribuição de renda. Alternativa B: incorreta. Justificativa: um processo no qual as diferenças são claras e crescentes não é um processo simétrico. Alternativa C: correta. Justificativa: a globalização capitalista, fenômeno que teve início no final do século XX, trouxe provavelmente um volume de riqueza e de avanços sociais e materiais sem precedentes, porém, simultaneamente, as diferenças entre nações desenvolvidas e países em desenvolvimento cresceram e ficaram mais evidentes, como as desigualdades no acesso a bens e a distância acumulada entre os rendimentos produzidos por grupos sociais. Por isso, não podemos dizer que a globalização é um processo integrador, assimétrico ou simétrico. Uma de suas consequências é a exclusão de partes da população mundial do acesso a bens e a novas tecnologias produzidas, o que pode ser comprovado pelo número de conflitos em diversas regiões do planeta e pelo crescente fluxo de imigrantes ilegais das áreas mais pobres em direção às nações ricas do hemisfério norte, ao contrário do que nos aponta a alternativa E. Alternativa D: incorreta. Justificativa: problemas de distribuição de renda e diferenças acentuadas são elementos que convergem exatamente para o lado oposto de uma integração. Alternativa E: incorreta. Justificativa: as nações do hemisfério norte são as mais ricas e, portanto, não haveria sentido afirmarmos que estão enfraquecidas. As relações entre sociedade, Estado, território e poder Para compreender a geopolítica, que está intrinsecamente ligado ao processo de globalização, torna-se essencial compreender três elementos básicos de uma nação e sua inter-relação, são eles: sociedade, espaço e poder. O maior dos poderes humanos é aquele que é composto pelos poderes de vários homens, unidos por consentimento numa só pessoa, natural ou civil, que tem o uso de todos os poderes na dependência de sua vontade: é o caso do poder de um Estado. Observa-se a importância do território como expressão legal e moral de um Estado, sendo a união entre o solo e o povo que ali habita a constituição de uma sociedade. Associação da territorialidade a uma identidade específica – seja de cunho cultural ou referente à proximidade geográfica –, de forma a não haver, teoricamente, contradições internas a um determinado Estado, que seria fixo em tempo e espaço, características que só seriam alteradas por meio do uso da força. Atualmente, denota-se que as fronteiras que separam os indivíduos no século XXI revelam uma pluralidade de diferenças que se estendem nas vertentes culturais, no alinhamento político e nas associações regionais entre as nações. Assim, o estudo dos territórios ganhou novamente importância devido ao fim da bipolarização, tanto do ponto de vista militar quanto econômico, e deu espaço para o desenvolvimento de novos acordos federativos que legitimam as novas políticas e as chamadas áreas de influência. Dessa forma, o estudo dos territórios serve como base para o entendimento de fenômenos do mundo moderno, como a fragmentação e a regionalização. Condições para ser considerado Estado: 1. Ter uma base territorial; 2. Ter fronteiras definidas geograficamente; 3. Ter uma população; 4. Ter um governo reconhecido por essa população e pelos demais Estados independentes. A diferença crucial entre o conceito de Estado e nação, portanto, recai sob o fato de que a nação é representada por um grupo de indivíduos que compartilham do mesmo conjunto de características, ou seja, costumes, linguagem e história. Balança de Poder • Seja ela regional, global ou sistêmica, • Unipolar, bipolar, multipolar equilibrada ou multipolar desequilibrada: ✓ unipolar: quando uma potência hegemônica está presente, ou seja, quando um Estado possui mais poder perante os demais que compõem o sistema; ✓bipolar: dois Estados detêm a mesma quantidade de poder, mas são superiores aos demais que compõem o sistema; ✓multipolaridade equilibrada: três ou mais Estados dentro da balança de poder possuem poder relativamente semelhante; ✓multipolaridade desequilibrada: há três ou mais Estados dentro da balança de Poder, mas somente um deles possui mais poder que os demais. Vertentes do Poder: • Poder potencial: leva em conta os tamanhos da população e da riqueza do Estado em questão, os fatores que sustentarão as forças. • Poder concreto: ilustra o panorama contemporâneo repleto de intervenções militares e guerras regionais, no qual se destaca o poderio bélico. Aqui, a ênfase é dada às forças armadas e às forças terrestres, navais e aeronáuticas, sendo a principal delas a terrestre, visto que, no caso de uma conquista territorial, é ela que controlará e ocupará a região. Uma economia forte não investe necessariamente apenas em armamentos e desenvolvimento de tecnologias bélicas, mas sim sustenta e expande sua indústria para abranger e competir no mercado internacional. Ao valer-se dos recursos minerais e naturais, do petróleo e da tecnologia – grande potencial e diferencial entre as nações que os detêm ou não –, a economia se torna uma das principais fontes de poder e sinônimo de liderança global. Geografia política e geopolítica A geografia se deparou com a complexidade e a dificuldade de ter de compreender e atuar sobre a organização, a diferenciação e a produção de um determinando espaço. A multiplicidade do mundo contemporâneo, a diversidade dos fatores atuantes sobre os indivíduos e os diversos temas que a disciplina propõe a discutir mostram porque ela é vista como uma área complexa e dinâmica Geografia política • o consolidada nas ciências sociais do final do século XIX; Temas abordados: - problemática da relação entre política e território, - elementos essenciais no processo histórico de formação das sociedades, - a relação entre a política e o território que surge a base material e simbólica de uma sociedade (conceito que é definido na geografia política). É sem sombra de dúvida que o surgimento da geografia política e, sobretudo,da geopolítica é um produto de contexto europeu na virada do século XIX para o XX, com F. Ratzel e R. Kjéllen, respectivamente. Num plano mais geral, entretanto, não se pode esquecer que o interesse pelos fatores referentes à relação entre espaço e poder também manifesta um momento histórico que envolvia o mundo em escala global, caracterizado pela emergência das potências mundiais e, com elas, o imperialismo como forma histórica de relacionamento internacional. Em outros termos, as estratégias dessas potências tornaram-se, antes de tudo, globais, isto é, “projetos nacionais” tenderam a assumir cada vez mais um conteúdo necessariamente internacional Sentido do espaço Certos povos devem possuir maior capacidade de ordenar suas respectivas paisagens, de valorizar seus recursos minerais/naturais e de se fortalecer a partir de sua própria fixação no território. Geografia política é que cada ambiente proporciona determinadas oportunidades e que seus respectivos habitantes poderão ou não utilizá-las. Isso definirá o grau de desenvolvimento daquela sociedade e sua integração com as demais. Conceito Geoestratégico Foco a investigação dos fenômenos desencadeados pelos Estados soberanos. Diferenciação entre as vertentes geografia e política - distinção entre uma área atrelada à geografia e outra estritamente ligada à ciência política. - A geografia política, tal como a geografia econômica, social e/ou cultural, fundamenta-se nas observações estáticas e de fatores naturais, como fronteiras, rios, planícies e planaltos, elementos que compõe e dividem as regiões e os Estados e simbolizam um limite entre os territórios. Por fim, deve-se destacar ainda que os estudiosos da geografia política e da geopolítica operam no vasto campo da ciência geográfica e política e, portanto, delimitam indagações por meio de zonas fronteiriças entre a geografia e a política. Eles estão convencidos de que, ao aplicar seus respectivos métodos e técnicas, poderão aprofundar a compreensão da ciência ao mesmo tempo em que contribuem para o melhor entendimento da conjuntura. Pode-se dizer, então, que o principal foco de ambas as partes está na inter-relação do território e/ou na localização espacial, que abrange uma análise da sociedade, das relações de poder e dos Estados de uma forma politicamente organizada A evolução do pensamento em geopolítica (p61) • Geopolítica Clássica: Expressão comum para explicar e sistematizar o pensamento contemporâneo relativo às relações entre os Estados e a relevância do território-nação; Produto direto do contexto histórico do período de transição entre os séculos XIX e XX; A Suécia via-se dividida no debate referente à dissolução da União de Estados Suécia-Noruega; Kjellen lutava contra a Noruega e praticou diversas intervenções políticas contra a dissolução em questão; Kjellen: influenciou a Suécia, Alemanha e Áustria com seu discurso. Staten som Lifsform de Kjellén • uma forma de ciência do Estado, que é visto da perspectiva de um organismo geográfico • analisado a partir de sua manifestação e interação como país, território ou até mesmo como império. • objeto de estudo constante o Estado unificado; • almejava contribuir para o entendimento profundo de sua estrutura. • Para Kjellén, a geopolítica era uma verdadeira ciência autônoma que se utilizava de um objeto de estudo novo, diferentemente da geografia política, criada por Ratzel no século XIX. Geopolítica das ideais continentalistas (Pan-região) • Quatro grandes regiões mundiais: 1. Euro-África (toda a Europa, o Médio-Oriente e todo o continente africano), 2. Pan-Rússia (a generalidade da ex-União Soviética, o subcontinente indiano e o leste do Irã); 3. Área de Coprosperidade da grande Ásia (toda a área costeira da Índia e sudeste asiático, o Japão, as Filipinas, a Indonésia, a Austrália e a generalidade das ilhas do Pacífico) 4. Pan-América (todo o território desde o Alasca à Patagônia e algumas ilhas próximas do Atlântico e do Pacífico). Geopolítica Contemporânea Kjellén e os geopolíticos alemães ressaltaram não somente as relações entre o desenvolvimento tecnológico e seu impacto na geografia, mas também a conexão com as questões étnicas e políticas que impactavam no ambiente global. A ciência política americana sem dúvidas herdou conceitos importantes da tradição alemã, particularmente de Hans Morgenthau, assim como de Max Weber e Carl Schmitt, mas os norte-americanos possuíam também uma estratégia política individual e construída em bases sólidas. Contudo, atualmente não se pode desvincular a análise geopolítica da interface étnica e cultural, já que a análise geopolítica tem um profundo impacto nas decisões das nações. A política mundial está sendo reconfigurada seguindo linhas culturais e civilizacionais. Nesse mundo, os conflitos mais abrangentes, importantes e perigosos não se darão entre classes sociais, ricos e pobres, ou entre outros grupos definidos em termos econômicos, mas sim entre povos pertencentes a diferentes entidades culturais. As guerras tribais e os conflitos étnicos irão ocorrer no seio das civilizações [...] (HUNTINGTON, 1997, p. 21). As mudanças provocadas pelas constantes evoluções tecnológicas se tornaram cada vez mais visíveis nas relações internacionais (como a Terceira Revolução Industrial). A superação de distâncias geográficas e temporais e a troca de informações e de conteúdo em tempo real permitiram o aprofundamento da globalização, a interdependência da economia mundial e a integração de várias esferas da sociedade, o que intensificou os processos e modificou a geopolítica global A emergência de um sistema internacional cada vez mais complexo, juntamente com uma economia global dinâmica e a subsequente ascensão de novos atores (Estados e não Estados). A globalização, portanto, está fundamentada nos conceitos de intercâmbio e interdependência entre as nações em aspectos mais abrangentes do que o econômico, como os aspectos culturais, políticos e. sociais Desde Ratzel, a geopolítica utiliza como ferramenta de estudo essas interfaces, a fim de conseguir compreender e analisar as relações entre os Estados e as questões referentes ao expansionismo, à distribuição dos territórios e aos conceitos de regionalização e de integração política, econômica e cultural, que permeiam o estudo das relações internacionais. A lógica das disputas está submetida hoje não somente às questões do comércio, mas principalmente às questões geoestratégicas, como a influência ideológica e a utilização do soft power, essenciais para a manutenção da hegemonia das grandes potências. As fronteiras nacionais e internacionais As fronteiras não representam apenas uma mera divisão e unificação de pontos diversos, elas determinam também a área territorial precisa, a base física de um Estado. Assim, as fronteiras delimitam a soberania de um poder nacional. Para que haja um Estado soberano de direito, é necessário que haja fronteiras estipuladas e respeitadas. Cada país é livre para definir as condições que têm de ser cumpridas por uma pessoa que pretende atravessar suas fronteiras por suas próprias leis e também para impedir que tais pessoas atravessem a fronteira quando estiverem a violar tais leis Dentro de seu território, um Estado pode criar novas fronteiras com o intuito de melhorar a eficácia de sua administração mediante a descentralização do poder. Essas fronteiras não possuem o caráter restritivo que as fronteiras internacionais possuem, mas podem ter força jurídica e possibilitar a existência de leis diferentes e até mesmo divergentes dentro de um mesmo país. A possibilidade para que essa situação ocorra está no formato de governo. Na maioria dos estados federais, as subdivisões – que podem ser chamadas de estados, províncias, departamentos, repúblicas, municipalidades ou cantões – possuem autonomia para gerenciar vários aspectos da governabilidade dentro de suas fronteiras. Comissões responsáveis pelafronteira entre o Brasil e vizinhos: 1. Comissão Brasileira Demarcadora de Limites: Sediada na cidade de Belém do Pará, sua função é tratar das atividades fronteiriças do Brasil com o Peru, a Colômbia, a Venezuela, a Guiana, o Suriname e a Dependência Francesa; 2. Comissão Brasileira Demarcadora de Limites: Sediada no Rio de Janeiro, é encarregada das atividades entre o Brasil e o Uruguai, a Argentina, o Paraguai e a Bolívia. A guerra e a paz de acordo com a geopolítica Em certas circunstâncias, geopolítica, guerra e paz sempre foram comparadas a gêmeos siameses ou até mesmo a amantes inseparáveis. Isso pode ser comprovado por uma análise simples da importância do território e dos fatos históricos para a compreensão desses conceitos. Além disso, é impossível discutir geopolítica, suas tendências e sua evolução num único contexto e a partir de um ponto vista estratégico e prático. A gama de fatos históricos e geográficos que o tema geopolítica inclui exigiria uma enciclopédia. Portanto, é insignificante pensar e falar dos fenômenos da guerra e da paz sem a inclusão contextual da geopolítica O poder central e o poder local • Descentralização: o poder central, que concentra as funções administrativas de um território, delega poderes de decisão para outras entidades dotadas de capacidade jurídica para administrar certa parte desse território. A intenção dessa delegação é melhorar a eficácia da gestão governamental de um país. O poder local recupera o controle do cidadão em seu município por meio da reconstrução de uma esfera pública comunitária e democrática e da conjugação de práticas de democracia participativa no lugar da representação tradicional. Desse modo, os cidadãos, agindo de forma conjunta com o poder público, passarão a ser responsáveis pelo seu destino e pelo destino de toda a sociedade Tendo em vista o divórcio entre as necessidades dos cidadãos e o conteúdo das decisões sobre desenvolvimento econômico e social, o exercício da função pública e a administração do dinheiro público têm suscitado amplas discussões. Muitos são os investimentos em projetos que necessitam de grande dispêndio de dinheiro público e que não representam os interesses da sociedade. Muitas são as obras inacabadas ou superfaturadas que prejudicam a sociedade como um todo ao fazer o contribuinte arcar com as consequências da má gerência e da má aplicação dos recursos públicos. Logo, a categoria do poder local mostra-se eficaz como otimização da gestão pública nacinal, capaz de aliar democracia representativa com democracia participativa (SANTIN, 2007). As políticas territoriais • Campo das ações emanadas dos poderes centrais, regionais e locais sobre os diversos territórios; • A política territorial se configura pelo conjunto de enfoques estratégicos a médio e longo prazo e pelas correspondentes formulações de atuação. Esse conjunto é dirigido a intervir sobre o território a fim de que assuma as formas que sejam adequadas ao conjunto dos interesses que controlam o poder político; • Toda e qualquer atividade que implique, simultaneamente, uma dada concepção do espaço nacional, uma estratégia de intervenção ao nível da estrutura territorial e mecanismos concretos que sejam capazes de viabilizar essas políticas; • O território, por sua vez, é tanto um meio como uma condição de possibilidade de algumas dessas estratégias. Questão 1. (ABRIL, 2009) Nos anos 1990, as maiores taxas de crescimento demográfico ocorriam na África e na América Latina. De acordo com a tendência apresentada por diversas nações desses continentes, pode se afirmar que: A) Não há relação entre o crescimento natural da população e o nível de desenvolvimento econômico de um país. B) As taxas de crescimento natural da população de um país não interferem no seu desenvolvimento econômico e social. C) Quanto maior o desenvolvimento econômico de um país, maior será a taxa de crescimento natural da população em função do melhor poder aquisitivo das famílias. D) Quanto menor o desenvolvimento econômico de um país, menor será o crescimento natural de sua população. Isso se dará em função da maior taxa de mortalidade decorrente das precárias condições de vida. E) O maior nível de desenvolvimento econômico fará a taxa de crescimento natural da população diminuir, o que é fruto de melhores condições de saúde e educação. Resposta correta: alternativa E. Alternativa A: incorreta. Justificativa: não pode ser uma afirmação correta porque o crescimento populacional e o desenvolvimento econômico são dois fatores que estão sempre ligados. Alternativa B: incorreta. Justificativa: como afirmamos na alternativa anterior, não há maneira de desvincularmos o crescimento populacional do desenvolvimento econômico. Este, por sua vez, é a principal referência que temos para as questões sociais de um país. Alternativa C: incorreta. Justificativa: quando temos crescimento econômico, temos um aumento na renda do país e uma melhoria na distribuição dessa renda. O crescimento populacional certamente é um empecilho para essa distribuição Alternativa D: incorreta. Justificativa: o menor desenvolvimento ocorrerá exatamente pelo aumento populacional. Alternativa E: correta. Justificativa: o crescimento natural da população e o nível de desenvolvimento econômico de um país estão intimamente relacionados. Ao assegurar um acesso mais fácil aos serviços de saúde e educação, haverá a melhoria das condições de vida do país. Isso inevitavelmente implicará em redução das taxas de crescimento demográfico, pois estamos diante de um maior desenvolvimento econômico e social. Em todas as nações nas quais o IDH melhorou de maneira significativa, o crescimento natural da população declinou nas décadas subsequentes. Os interesses nacionais de cada país estão manifestados por meio de sua política externa e refletem seus objetivos no que diz respeito a desenvolvimento econômico, capacitação tecnológica, maior participação no comércio global, crescimento de índices sociais, busca pelo poder, entre outros. Seja qual for o objetivo, em geral as ações do Estado estarão sujeitas à eventual influência de grupos de interesse que apoiam suas decisões políticas no âmbito interno. • EXPLICAR MELHOR o crescimento populacional do desenvolvimento econômico Comércio internacional e desenvolvimento econômico PAREI AQUI A expansão do comércio internacional foi sustentada pelos contínuos aumentos da produtividade e das produções agrícolas e industriais, pela especialização e divisão de trabalho e pelas vantagens comparativas de troca. O comércio assume papel fundamental na expansão da economia internacional a partir da revolução comercial industrial, sendo que sua importância é plenamente admitida nos princípios da teoria clássica do comércio. A balança comercial ganhou significativa importância na medida que impactou o equilíbrio dos balanços de pagamentos nacionais, equilíbrio este dependente do acúmulo de recursos financeiros gerado pelas transações de bens e serviços. Conduzidas pelas motivações do lucro em função do próprio processo histórico, as crescentes relações de comércio entre os países naturalmente provocaram a ampliação de mercados consumidores. Juntamente com um maior número de fornecedores de insumos e de matérias-primas e com as novas possibilidades de atividades econômicas (novos produtos e serviços), essa ampliação estimulou a produção em escala e obteve um consequente aumento da produtividade a partir da especialização, tanto nas atividades agrícolas e extrativas quanto nas industriais e de serviços. As novas tecnologias, as transferências tecnológicas, a utilização de mão de obra local e os diferentes padrões de produção criaram novas alternativas de produção ao deslocar atividades para determinados lugares, de modo que o processo completo se constituísse com base no trabalho de diferentes países. Da mesma forma, questões relativas ao fluxo monetário, tais como investimentos diretos e fluxo financeiro internacional (capital especulativo),
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