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Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 1 de 112 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA - UNISUL CURSO ENGENHARIA ELÉTRICA Controle e Garantia da Qualidade na Construção Civil LEAN CONSTRUCTION – Produção Enxuta Prof. Paulo Roberto May, MSc. 2020 B Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 2 de 112 Conteúdo IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA ....................................................................................................................... 4 0. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES A PARTIR DE UMA VISÃO GLOBAL E SISTÊMICA ................................................................................................................................................................. 6 1. PARADIGMAS ....................................................................................................................................................... 7 1.1 PARADIGMAS & CULTURAS ..................................................................................................................... 11 1.2 Paradigma do Calendário ............................................................................................................................. 15 1.3 Paradigmas na academia ............................................................................................................................. 16 1.4 Pioneiros dos Paradigmas............................................................................................................................ 18 1.5 Exercícios de Percepção .............................................................................................................................. 20 2. AS BASES DA QUALIDADE .............................................................................................................................. 21 2.1. Conceitos de Qualidade .................................................................................................................................... 21 2.2 Épocas da Qualidade ......................................................................................................................................... 24 2.3 TEORIA DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW ........................................................... 27 2.4 OS GURUS DA QUALIDADE ............................................................................................................................ 29 2.4.1 Armand V. FEIGENBAUM – 1922-2014 ............................................................................................... 29 2.4.2 Philip B. CROSBY - 1926-2001 ............................................................................................................... 29 2.4.3 David A. Garvin – 1952 - 2017 ................................................................................................................ 30 2.4.4 Kaoru Ishikawa - 1916-1989 .................................................................................................................... 31 2.4.5 Joseph Moses Juran 1904 - 2008 ............................................................................................................. 31 2.4.6 William Edwards Deming – 1900 - 1993 ................................................................................................ 33 2.4.7 Vicente Falconi Campos – 1940... ........................................................................................................... 34 Navalha de Ockham, (William 1285-1349) ............................................................................................................ 35 2.5 NOVOS PARADIGMAS NA CONSTRUÇÃO .................................................................................................... 35 2.5.1 BIM - Building Information Modeling ................................................................................................... 35 2.5.2 SMART BUILDING – PRÉDIOS INTELIGENTES............................................................................ 36 3. OS DESPERDÍCIOS E NÃO CONFORMIDADES .......................................................................................... 36 3.1. OS PRINCÍPIOS DE MELHORIA CONTÍNUA - KAISEN ............................................................................ 36 3.2. DESPERDÍCIOS OU MUDAS........................................................................................................................... 37 3.3 DESPERDÍCIOS NA VISÃO DO LEAN CONSTRUCTION ............................................................................ 37 3.4. DESPERDÍCIOS DE ALIMENTOS .................................................................................................................. 42 3.5. DESPERDÍCIOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................................................................................. 46 4. FERRAMENTAS DA QUALIDADE .................................................................................................................. 52 4.1 Sete Ferramentas Clássicas da Qualidade ......................................................................................................... 52 4.1.1. Estratificação ............................................................................................................................................. 53 4.1.2. Folha de Verificação ................................................................................................................................. 53 4.1.3. Gráfico de Pareto....................................................................................................................................... 55 4.1.4. Diagrama de Causa e Efeito ...................................................................................................................... 62 4.1.5. Diagrama de Correlação ou de Dispersão ................................................................................................. 64 4.1.6. Histograma ................................................................................................................................................ 65 4.1.7. Carta de Controle ...................................................................................................................................... 67 4.1.8. Exemplos ................................................................................................................................................... 70 5. MÉTODOS E TÉCNICAS PARA O CONTROLE DA QUALIDADE ........................................................... 74 5.1. Ciclo P D CA ................................................................................................................................................... 74 5.1.1 Situação Nova ............................................................................................................................................ 77 5.1.2. Rotina – Situação conhecida: .................................................................................................................... 79 5.1.3. Análise de problemas ................................................................................................................................ 80 5.2. Fluxograma ...................................................................................................................................................... 81 5.3. Método 5 W 1 H (4Q1POC) ............................................................................................................................ 83 5.3.1. MÉTODO 5 W e 2 H - Resumo de Notícias - Briefing ......................................................................... 84 5.3.2. MÉTODO 5 W e 2 H – Planejamento, Plano de Ação, Propor Solução ................................................ 84 5.3.3. MÉTODO 5 W e 2 H – Análise de Problema........................................................................................ 85 5.4. Brainstorming ................................................................................................................................................... 88 5.5. Métodos de Priorização .................................................................................................................................... 89 5.6. Itens de Controle .............................................................................................................................................. 93 5.7. Método Análise e Solução de Problemas MASP ou Análise de Falhas – MAF ............................................. 99 Passo 1. Saber que tem um problema .................................................................................................................. 99 Passo 2. Entender o problema - Observação ..................................................................................................... 100 Passo 3. Identificação das Possíveis Causas– Análise ...................................................................................... 101 Passo 4: Priorizar as propostas .......................................................................................................................... 103 Passo 5. Plano de Ação ..................................................................................................................................... 104 Passo 6. Executar .............................................................................................................................................. 104 Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 3 de 112 Passo 7. Verificação: Avaliar os resultados ...................................................................................................... 104 Passo 8. Agir em Função dos Resultados: Novo Giro, Padronizar, Melhorar, Aprender, Prevenir. ................. 105 Passo 9. Conclusão ............................................................................................................................................ 106 5.8. Relatório de 3 Gerações ................................................................................................................................. 106 5.9. Círculo de Ohno ............................................................................................................................................. 107 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................................... 109 Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 4 de 112 IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA Nome da Unidade de Aprendizagem: Qualidade na Construção Civil Código da Unidade de Aprendizagem: 013345 Carga Horária: 60 horas Ciclo Letivo: 2020 - 1º Semestre Campus: Campus Grande Florianópolis Unidade Universitária: Unidade Universitária Pedra Branca EMENTA Conceitos da qualidade. Evolução da qualidade. Sistemas de gestão da qualidade. Sistemas de produção. Ferramentas da qualidade. Normas NBR ISO 9001. SiAC - Sistema de avaliação da conformidade de serviços e obras. Aplicações da qualidade na construção civil. OBJETIVOS Desenvolver a capacidade para implementar e gerenciar sistemas de gestão da qualidade em uma empresa de construção civil e analisar criticamente as metodologias que conduzem a melhoria contínua. JUSTIFICATIVA Em um mundo onde a concorrência é crescente, não é possível as empresas de engenharia conviver com índices de perdas, de não conformidades que influenciam o custo final e não respeitam um processo de sustentabilidade, assim entender e aplicar os métodos de gestão da qualidade são imprescindíveis aos engenheiros civis. É importante que o curso forme profissionais com a capacidade de implementar e gerir os processos de gestão que atendem as exigências e necessidades atuais das construtoras. A implementação e/ou gestão de métodos de qualidade (Lean Constrution) é uma característica de sobrevivência de uma empresa de construção civil, controlando desde o projeto, a compra, recebimento de materiais e serviços, o processo construtivo, o relacionamento com o cliente, a satisfação do cliente, contratos e a melhoria contínua. Os diferentes assuntos abordados pela disciplina possuem vínculos com as disciplinas de Materiais de Construção I e II, Construção Civil I e II, Gerência de Empreendimentos, Custos e Planejamento de Obras, Administração Aplicada e Engenharia Econômica. PLANO DE ENSINO O Plano de Ensino foi disponibilizado no sistema EVA. Esta publicação foi desenvolvida para servir como apoio a Unidade de Aprendizagem ministrada pelo Prof. Paulo Roberto May. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, existente ou que venha a existir, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Prof. Paulo Roberto May. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 5 de 112 Iniciando nossas atividades vamos definir o foco desta Unidade de Aprendizado. Nosso foco principal é desenvolver competências em Controles da Qualidade na Construção Civil, mas competências com aplicação prática na indústria da Construção Civil. Perceba que a definição é “indústria” da Construção Civil, assim fica justificada a necessidade e atualidade do uso de conceitos e práticas industriais para melhorar os resultados na construção civil. Vamos buscar sempre RESULTADOS! Mas, não quaisquer resultados, e sim os RESULTADOS DESEJADOS – RD. Lembrem-se sempre, um resultado negativo também é um resultado. Um resultado neutro é um resultado. Mas, como profissionais buscamos RESULTADOS DESEJADOS – RD = por este motivo temos que definir objetivos, metas, métodos, antes de sair buscando qualquer resultado. Para isto temos que conhecer mais que somente o obvio, temos que nos preocupar com a Cultura das organizações (seus Paradigmas), com as pessoas, com os processos e com os métodos que vamos utilizar. Está é nossa busca nestes estudos, sejam bem vindos! A indústria da construção civil passou e passa por diversas transformações e atualizações para se adequar as necessidades dos clientes e dos mercados. Para isto está sempre buscando acompanhar os avanços tecnológicos e metodológicos de cada época, a forma de se construir foi absorvendo inovações e conceitos o que permitiu o aprimoramento das técnicas usadas nos canteiros de obra, bem como nos escritórios de projetos. No Brasil, segundo o Blog “Civilização Engenheira” (2017), a partir da década de 80, surgiu uma tendência de aplicação de ferramentas da Gestão de Qualidade Total (Total Quality Management – TQM), além da busca para obter a ISO 9000. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 6 de 112 Esta tendência motivou a criação nos anos 90 de um novo referencial teórico para a gestão de processos na construção civil, adaptando conceitos e princípios da Gestão da Produção ao setor. Esse conceito, conhecido como Lean Construction (Construção Enxuta), tem sua origem no trabalho Application of the new production philosophy in the construction industry, do finlandês Lauri Koskela (1992) e se baseia na filosofia de Lean Production. O Lean Production tem suas raízes nos anos 50, fundamentado em três filosofias básicas: o TQM, a produção puxada e o Just in Time (JIT). Em resumo, Lean Construction significa construir nos mais avançados padrões tecnológicos, eliminandodesperdícios, aumentando a capacidade de produção, com mais qualidade e garantindo prazos de entrega. Segundo Lima (SIEGE, 2017): Cada vez mais, as empresas de construção civil estão focadas na busca da quebra de paradigmas de gestão para seus processos de produção, que as tem levado a adotarem o Lean Construction (construção enxuta). Sítios interessantes: http://www.mobussconstrucao.com.br https://www.sienge.com.br/ebooks/ http://awacomercial.com.br/blog/ http://sindusconcostaesmeralda.com.br/category/revista-construcao/ https://brunocb6.wixsite.com/smartxconstrutora (site aluno do curso) http://infohab.org.br/ https://constructapp.io/ebooks/ https://construfacilrj.com.br/ https://suaobra.com.br/ http://equipedeobra.pini.com.br/ http://blog.cimcal.com/ https://www.portaldosequipamentos.com.br/ http://www.secovi-sc.com.br/ https://engenheirorecemformado.com http://www.cbic.org.br/normasdaconstrucao/ http://www.capacidades.gov.br/ 0. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES A PARTIR DE UMA VISÃO GLOBAL E SISTÊMICA Para ser possível entender as organizações, as pessoas e o mundo que estamos vivendo temos entender quais as regras ocultas, regras e modelos culturais, que influenciam na forma de agir e ser das organizações, pessoas e da “realidade” que vivemos. É muito fácil dizer que a globalização atual é uma realidade nova, que mudou o mundo. Basta estudar um pouco a história para perceber que o fenômeno da globalização não é novo. Assim, preocupe-se em conhecer a história, a cultura, as regras e os modelos que orientam o mundo que o cerca. Pois o que iremos estudar influencia as ações dos seres vivos e das organizações que coexistem conosco. http://www.mobussconstrucao.com.br/ http://www.mobussconstrucao.com.br/ https://www.sienge.com.br/ebooks/ https://www.sienge.com.br/ebooks/ http://awacomercial.com.br/blog/ http://awacomercial.com.br/blog/ http://sindusconcostaesmeralda.com.br/category/revista-construcao/ http://sindusconcostaesmeralda.com.br/category/revista-construcao/ https://brunocb6.wixsite.com/smartxconstrutora https://brunocb6.wixsite.com/smartxconstrutora http://infohab.org.br/ http://infohab.org.br/ https://constructapp.io/ebooks/ https://constructapp.io/ebooks/ https://construfacilrj.com.br/ https://construfacilrj.com.br/ https://suaobra.com.br/ https://suaobra.com.br/ http://equipedeobra.pini.com.br/ http://equipedeobra.pini.com.br/ http://blog.cimcal.com/ http://blog.cimcal.com/ https://www.portaldosequipamentos.com.br/ https://www.portaldosequipamentos.com.br/ http://www.secovi-sc.com.br/ https://engenheirorecemformado.com/ https://engenheirorecemformado.com/ http://www.cbic.org.br/normasdaconstrucao/ http://www.cbic.org.br/normasdaconstrucao/ http://www.capacidades.gov.br/ Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 7 de 112 Vamos trabalhar com mudanças, e promover mudanças é algo difícil ... 1. PARADIGMAS Se você não mudar de direção, terminará exatamente onde partiu. (Provérbio Chinês) – está afirmação somente será verdadeira se ... acreditarmos no Paradigma que a Terra seja redonda. O que são Paradigmas? - Paradigmas é um conceito muito útil que se aplica a todos nós, porque nos explica como vemos o mundo, a nossa empresa e a nós mesmos. - Há outras palavras que também descrevem a forma especial como vemos e fazemos as coisas. Alguns outros termos similares são: tradições, superstições, rituais, doutrinas, dogmas. Paradigma é qualquer conjunto de regras ou regulamentos que define limites e dita um comportamento. O norte-americano Thomas Samuel Kuhn (1922-1996), físico e filósofo da ciência, no seu livro “A Estrutura das Revoluções Científicas” designou como paradigma as “realizações científicas que geram modelos que, por período mais ou menos longo e de modo mais ou menos explícito, orientam o desenvolvimento posterior das pesquisas exclusivamente na busca da solução para os problemas por elas suscitados.” Fonte: www.esoterikha.com/coaching-pnl/como-quebrar-paradigmas-tecnicas-textos-videos-exemplos- atividades.php acesso 15ago15. http://www.esoterikha.com/coaching-pnl/como-quebrar-paradigmas-tecnicas-textos-videos-exemplos-atividades.php%20acesso%2015ago15 http://www.esoterikha.com/coaching-pnl/como-quebrar-paradigmas-tecnicas-textos-videos-exemplos-atividades.php%20acesso%2015ago15 Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 8 de 112 De acordo com o site Significados (www.significados.com.br/paradigma/ acesso: 12ago15), temos as seguintes definições: • PARADIGMA CARTESIANO: para conhecer o todo, é necessário dividi-lo nas várias partes que o integram e estudar cada uma dessas partes individualmente; • PARADIGMA HOLÍSTICO: entende que os fenômenos têm que ser contemplados na sua existência global para serem entendidos. Segundo Abraham Shapiro (2007), no mundo de hoje a percepção é mais importante que a visão, ele afirma que estamos vivendo a Era da Percepção. Uma das nossas crenças mais fundamentais é a de que as coisas que vemos com nossos olhos são uma boa aproximação da realidade. Sua proposta é: ter novas maneiras de ver as coisas existentes, ao contrário de descobrir novas coisas para ver. Nós acreditamos em nossos olhos, nós acreditamos na realidade que dizem que existe, Nós vivemos dentro dos nossos paradigmas. Um dos bons exemplos de paradigmas que são colocados para nós, nas escolas, e nas publicações são os mapas e as imagens do planeta Terra, que sempre nos apresentam uma imagem preconcebida de localização de um Norte em cima e um Sul embaixo. Mas todos nós sabemos que a Terra é um planeta, então onde verdadeiramente está o Norte e o Sul, o “em cima” e o “embaixo”? Será que a Terra é redonda, plana ou quadrada? E os mapas que utilizamos, com base em qual paradigma forma feitos? A seguir temos alguns exemplos de projeções do mapa- múndi: Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 9 de 112 Fonte: www.todamateria.com.br/projecoes-cartograficas/ acesso 17ago20. • Projeção Cilíndrica: é como se um cilindro envolvesse o globo terrestre. Os paralelos e os meridianos são representados por linhas retas que convergem entre si. É a representação do mapa mundi tal qual o conhecemos. • Projeção Cônica: é como se um cone envolvesse parte do globo. É muito utilizada para representar regiões continentais, os paralelos representam círculos concêntricos, já os meridianos são linhas retas que convergem para os polos. • Projeção Plana: ou “projeção azimutal”, trata-se de um plano tangente à esfera terrestre. Nesse caso, os paralelos representam círculos concêntricos, e os meridianos retos irradiam-se do polo. Dependendo da representação pretendida, elas são classificadas de três maneiras: Polar, Equatorial e Oblíqua. A maioria dos mapas que conhecemos seguem a Projeção de Mercator, assim percebemos os polos (Norte e Sul) com suas porções de terras bastante deturpadas, exemplo: Antártica. Já os novos estudos propõem uma distribuição mais real das áreas no planeta. O novo mapa se chama AutaGraph e seu autor, Hajime Narukawa. Veja a dimensão da Antártica: http://www.todamateria.com.br/projecoes-cartograficas/ Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 10 de 112 Fonte: http https://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-37864328 - acesso em 26ago19 O Google Maps manipula os mapas e as limitações territoriais dependendo de onde a pessoa acessa o Google Maps. Fonte: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/06/como-o-google-maps-exibe-territorios- disputados-em-todo-o-mundo.html acesso 14mar18 Em todo o mundo existem vários territórios quesão alvos de disputas entre dois ou mais países. Isso costuma gerar problemas para serviços de mapas como o Google Maps, que precisam dar informações precisas sobre os limites de cada nação a todo tipo de público. Mas, como resolver isso? A solução encontrada pelo Google foi mostrar mapas diferentes nas versões locais do Maps. MIT e a Knight Foundation –12 territórios disputados e suas diferenças no Google Maps: 1) Aksai Chin: território administrado pela China, disputado pela Índia. A versão chinesa do Google Maps mostra o local como sendo deste país, enquanto a da Índia exibe como sendo parte do mapa indiano. 2) Arunachal Pradesh: Um dos 29 estados da Índia, também contestado pela China, que afirma que ele é parte do Tibet. 3) Azad Kashmir and Gilgit–Baltistan: O mesmo ocorre com outro território disputado pela Índia, desta vez pertencente ao Paquistão. 4) Butão: O país possui cerca de 269 km² de fronteira com a China, um limite que não é corretamente demarcado. 5) Crimeia: alvo de disputas entre a Rússia e Turquia, depois da crise no início de 2014. 6) Demchok: território disputado entre China e Índia. No local há um acampamento militar controlado pela Índia. https://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-37864328 https://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-37864328 http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/06/como-o-google-maps-exibe-territorios-disputados-em-todo-o-mundo.html http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/06/como-o-google-maps-exibe-territorios-disputados-em-todo-o-mundo.html http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/06/como-o-google-maps-exibe-territorios-disputados-em-todo-o-mundo.html http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/google-maps.html http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/google-maps.html Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 11 de 112 7) Jammu e Caxemira: Essa província, localizada na Índia, já foi um principiado independente que hoje é disputada também pela China e Paquistão. 8) Ilhas Senkaku: Este grupo de ilhas inabitadas estão localizadas no Mar da China Oriental e são controladas pelo Japão e disputadas por China e Taiwan. 9) Vale de Shaksam: território administrado pela China, mas cedido ao Paquistão e disputado pela Índia como sendo parte da Caxemira. 10) Glaciar de Siachen: Um território localizado na fronteira entre Índia e Paquistão. 11) Ilhas Spratly: Estas ilhas são reservas naturais de petróleo e gás natural, disputadas por China, Taiwan, Malásia, Filipinas e Brunei. 12) Vales de Tirpani e Bara Hotii: Mais uma área na longa lista de disputas entre China e Índia. 1.1 PARADIGMAS & CULTURAS O mundo atual com o advento da internet, facilitou os negócios com novos países e novas culturas, para isto necessitamos conhecer e aprender a respeitar a forma de ser das pessoas que iremos trabalhar e negociar. Para isto, muitas vezes teremos que quebrar nos paradigmas, nossos preconceitos, mas principalmente deveremos estar dispostos a aprender novas formas de agir até em pequenas coisas do cotidiano, do dia-a-dia como na forma de sentar-se, de cruzar as pernas, e outros. Gestos ofensivos no mundo Fonte: https://br.pinterest.com/pin/390476230173865696/ acesso 10 julho 18. Sugestões para mais informações: https://www.dw.com/pt-br/formas-de-cumprimentos-pelo-mundo/g-19528698 http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/a-dificil-arte-de-cumprimentar-um-estrangeiro/ https://www.australia2u.com.br/guia-completo-de-diferencas-culturais/ https://www.observatoriodajuventude.org/educacao-e-diferencas-culturais-na-america-latina-iii/ https://www.brasileiraspelomundo.com/diferencas-culturais-entre-brasil-e-portugal-3801116060 https://comunidadesebrae.com.br/varejo/mercado-e-as-diferencas-culturais https://www.brasileiraspelomundo.com/diferencas-culturais-na-china-4002115368 https://br.pinterest.com/pin/390476230173865696/ https://www.dw.com/pt-br/formas-de-cumprimentos-pelo-mundo/g-19528698 http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/a-dificil-arte-de-cumprimentar-um-estrangeiro/ https://www.australia2u.com.br/guia-completo-de-diferencas-culturais/ https://www.observatoriodajuventude.org/educacao-e-diferencas-culturais-na-america-latina-iii/ https://www.brasileiraspelomundo.com/diferencas-culturais-entre-brasil-e-portugal-3801116060 https://comunidadesebrae.com.br/varejo/mercado-e-as-diferencas-culturais https://www.brasileiraspelomundo.com/diferencas-culturais-na-china-4002115368 Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 12 de 112 COMO VENCER A BARREIRA CULTURAL NOS NEGÓCIOS Fonte: www.negociarbem.com.br/como-vencer-a-barreira-cultural-nos-negocios/ acesso 12ago15 Estados Unidos: • Saudações e cumprimentos: raramente, um homem cumprimenta uma mulher com um beijo no rosto. O cumprimento é um aperto de mão. No ambiente de trabalho, um “Olá” junto com um beijo pode ser mal interpretado. Também é costume utilizar os sobrenomes para se referir a colegas de trabalho e pessoas ainda não conhecidas. Muitos norte-americanos, inclusive, não gostam e não aceitam serem chamados pelo primeiro nome, o que é interpretado como desrespeito. • Expressando sua opinião: Quando inserida em um contexto de trabalho, a crítica é bem aceita pelos norte-americanos, porém, quando em um ambiente informal, falar mal dos Estados Unidos para algum americano não vai ser uma conversa agradável. Os americanos são extremamente patriotas. Argentina: • Polidez é sempre bem vista: Na Argentina, é rude perguntar às pessoas no que elas trabalham. O mais aconselhado é esperar até que elas o informem. • Conversas pessoais: Os argentinos possuem uma natureza bem ligada à família. Perguntas sobre os membros da família e seu bem-estar são aceitáveis e até incentivadas. Não se surpreenda se seus clientes fizerem perguntas pessoais sobre sua vida familiar. • Eu falo ou você fala? No país, interromper os outros durante a conversação é o comportamento padrão, não se ofenda. França: • “Chic” é ser educado: Na França, sempre permaneça calmo, educado e cortês durante encontros de negócios. Os franceses valorizam muito a polidez e cortesia. • Etiqueta seguida à risca: Quando convidado para ir à casa de alguém, é de muito bom tom levar um presente. As flores são perfeitas para essas ocasiões. Se for um jantar, não se esqueça do vinho. • No mundo dos negócios: Nunca pareça excessivamente amistoso, porque isto pode ser interpretado como suspeito e pode acabar com toda uma negociação. Além disso, nunca faça perguntas pessoais: os franceses são extremamente reservados. Índia: • Cuidado com os cumprimentos: demonstrações públicas de afeto costumam ser tabu. • O uso das mãos: O uso da mão esquerda é considerado impróprio e impuro, uma vez que essa é destinada para fazer a higiene intima. Dessa forma, a mão direita é a que se destina aos cumprimentos e alimentação. • Formalidades nos negócios: Existem muitas variações sobre a melhor maneira de tratar o negociador indiano, portanto, recomenda-se usar duas regras: 1. Pergunta-se ao negociador indiano como este deseja ser tratado; 2. Utiliza-se um título acadêmico ou profissional. • Estratégias nos negócios: Os fatores contratuais e administrativos também variam de região para região, na complexidade burocrática e na necessidade de uma agenda para as reuniões. Atente-se, portanto, a como se porta o seu negociador. México: • Hora de visitas x Hora de negócios: No México, ao visitar a casa de um associado de negócios, não toque no assunto de negócios a menos que o associado o faça. • Respeite as origens: Não pergunte diretamente sobre as origens familiares (em que pais, cidade e até mesmo bairro os parentes nasceram) de um mexicano, pois isso é considerado extremamente rude. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 –UNISUL –2º Semestre Página 13 de 112 China: • A cortesia é essencial: Não se apresentar antes de iniciar uma discussão de negócios ou perder a paciência em uma negociação é um erro grave. • Princípio da reciprocidade: Guanxi (relacionamento pessoal) é uma expressão fundamental que designa a complexa rede de relações indispensáveis ao funcionamento social, político e organizacional na China. No relacionamento com chineses há algo parecido com uma conta corrente que deve estar sempre equilibrada. Se lhe dão um presente, retribua; se o convidam, faça o mesmo; se lhe pedirem um favor, pense que você tem uma obrigação. • Respeito à religião: Os chineses são muito religiosos. Eles acreditam na vida após a morte e levam muitos dos ensinamentos religiosos para os negócios também. Por isso, evite falar de religião ou criticar os valores defendidos na cultura deles. • Regras de etiqueta: variam de acordo com a cultura dos povos. Na China, não arrotar na mesa, logo após a comida, significa que não se apreciou a refeição. Temos que ter um cuidado muito especial ao nos relacionarmos com países de cultura asiática. Muitos deles tem uma visão budista na religião, e assim acreditam em reencarnação, sendo este um dos motivos que planejam a longo prazo, pois esperam voltar para um mundo melhor, para uma empresa melhor, aceitam passar por sacrifícios nesta vida. A China tem uma história muito longa, e muita coisa está sendo redescoberta agora. Muito se fala dos “guerreiros de Xian, exército de terracota, ou do imperador Qin”, ou sobre a grande frota que circulou pelo mundo nos anos de 1400 (no calendário gregoriano). Muitos afirmam que os chineses desenvolveram mapas detalhados do globo neste período. E que os navegadores europeus tenham conhecimento deste mapa quando “descobriram” as Américas. Como era a vida nos navios chineses da grande frota: Comunicação: Tambores, bandeiras, sinos, lanternas, flâmulas, gongos e até pombos-correios eram empregados na comunicação entre os navios. Dieta saudável: Porcos e outros animais embarcavam vivos como garantia de carne fresca. Também se levavam vasos e terra para plantar, prevenindo o escorbuto. Cortando a água: O casco era em "V", para cortar as ondas, e o convés era largo. O leme subia e descia para ajudar nas manobras. Tudo no seu lugar: Em geral, havia três pavimentos. O primeiro levava terra e pedras como lastro; o segundo, estoques e tripulantes; e o terceiro era um misto de centro de comando, cozinha e refeitório. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 14 de 112 Imitando o bambu: Só no final do século XVIII os europeus aprenderam a usar recursos comuns nesta frota, como compartimentos estanques à prova d’água, inspirados nas câmaras dos troncos de bambu. A favor do vento: Os barcos eram enormes, mas rápidos: tinham nove mastros, nos quais se içavam velas de seda vermelha. Siga esta agulha: Desde o século IV A.C., os chineses já sabiam como fazer um pedaço de ferro imantado indicar a direção norte-sul. No século VI, passaram a usar agulhas. Em 1117, aprenderam a compensar o balanço das ondas no navio pondo a agulha em uma bacia d’água — a bússola flutuante. De olho na estrela: Para determinar a latitude, os pilotos baseavam-se na altura do Cruzeiro do Sul ou da estrela Polar em relação ao horizonte. Também possuíam mapas estelares que mostravam as posições sucessivas das constelações. No compasso das horas: A velocidade do navio era estimada jogando-se um objeto na água na altura da proa. Caminhando ao lado dele enquanto se entoava uma rima, sabia-se quanto tempo o barco levava para ultrapassar o objeto. Veja mais em: http://licormusashi.blogspot.com.br/2009/09/descobridores-do-novo-mundo.html acesso 26ago19 Visões Culturais e Paradigmas no Brasil Não necessitamos ir para outros países para perceber esta grande variedade de formas de agir de falar, nosso país é imenso e com grandes diferenças por exemplo, de sotaque. Podemos citar uma expressão que causa surpresa no Sul e que é usada normalmente em estados do norte do Brasil: quando nasce o filho de uma mulher grávida nossos irmãos do Norte dizem: “ela descansou”. Por exemplo no Nordeste a expressão “vou chegar” indica que a pessoa está se despedindo, enquanto no Sul ela demonstra que o sujeito está chegando ao destino. Falando sobre alimentos: “mandioca” - no Nordeste “macaxeira”, no Sul “aipim”. “Bergamota” ou “vergamota” ou “tangerina” ou “mexerica” ou “laranja-cravo” ou “mimosa”? Então vamos falar sobre algo simples, comprar pão: pão francês, pão d´água, pão de trigo, cacetinho, pão de sal, pão aguado, carioquinha, pão careca ou pão de massa grossa? Bolacha ou biscoito? Podemos perceber esta diversidade na forma de falar do “manezinho” ou do “mineirinho”: Sapassado, taveu na cuzinha tomano uma pimcumel i cuzinhano um kidicarne i uma galinhassada. Quascai de susto quando ouvi um barui vino de dendo forno pareceno um tidi guerra. Nossinhora! fiquei branqui nem um lidi leiti. Foi um trem doidi mais. Quascai dendapia! Fiquei sensabê docovim, oncotô, poncovô. Oi procê. Qui locura! Grazadeus ninguém maxucô. Português não é para amador. É considerada uma das línguas mais difíceis de aprender. (Desconheço autoria) Um poeta escreveu: "Entre doidos e doídos, prefiro não acentuar". Às vezes, não acentuar parece mesmo a solução. Eu, prefiro a carne ao carnê, prefiro o coco ao cocô. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 15 de 112 No entanto, nem sempre a ausência do acento é favorável... Pense no cágado, o ser vivo mais afetado quando alguém pensa que o acento é mera decoração. E há outros casos, claro! Eu não me medico, eu vou ao médico. Quem baba não é a babá. Você vai à secretaria falar com a secretária? A diferença é um acento; mas assento não tem acento. Embaixo é junto e em cima separado. Seria maio o mês mais apropriado para colocar um maiô? Quem sabe mais entre a sábia e o sabiá? O que há em comum entre o camelo e o camelô? O que será que a fábrica fabrica? Vão tachar de ladrão se taxar muito alto a taxa da tacha. Para começar o concerto tiveram que fazer um conserto. Uma mulher vivida é sempre mais vívida, profetiza a profetisa. Na dúvida, com um pouquinho de contexto, garanto que o público entenda aquilo que publico. E paro por aqui, pois esta lista já está longa. Realmente, a língua portuguesa não é para amador! 1.2 Paradigma do Calendário Fonte: www.parana-online.com.br/canal/tecnologia/news/230732/ acesso 27jan09 1957 - 30 diferentes calendários. Para passar do calendário gregoriano para o indiano oficial deve-se subtrair 78; assim, o ano 2007 corresponde a 1929 do Calendário Nacional Indiano O paradigma do Calendário criou vários outros paradigmas, como o “1º de abril – o dia da mentira ou dos bobos” e algumas de nossas datas comemorativas como o Natal. Vamos ver como isto ocorreu segundo alguns historiadores. Origem do Dia da Mentira – 1º abril: no Século XVI: Ano Novo era festejado no dia 25 de março, junto com a chegada da Primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1º de abril. Em 1564, com a adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX de França determinou que o Ano Novo seria comemorado no dia 1º de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano se iniciaria em 1º de abril. Gozadores passaram, então, a ridicularizá-los, a enviar-lhes presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como “plaisanteries“. Em países de língua inglesa, o Dia da Mentira é conhecido como “April Fool’s Day” ou Dia dos Tolos; na Itália “Pesce d’Aprile” e na França “Poisson d’Avril”,que significam literalmente “Peixe de Abril”. Porque o Natal é comemorado em 25 de dezembro: Parece incrível, mas a escolha da data não tem nada a ver com o nascimento de Jesus. Os romanos aproveitaram uma importante festa pagã realizada por volta do dia 25 de dezembro e “cristianizaram” a data, comemorando o nascimento de Jesus pela primeira vez no ano 354. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 16 de 112 A tal festa pagã, chamada de Natalis Solis Invicti (“nascimento do sol invencível”), era uma homenagem ao deus persa Mitra, popular em Roma. As comemorações aconteciam durante o solstício de inverno, o dia mais curto do ano. No hemisfério norte, o solstício não tem data fixa – ele costuma ser próximo de 22 de dezembro, mas pode cair até no dia 25. A origem da data é essa, mas será que Jesus realmente nasceu no período de fim de ano? Os especialistas duvidam. “Entre os estudiosos do Novo Testamento e das origens do cristianismo, é consenso que ele não nasceu em 25 de dezembro”, afirma o cientista da religião Carlos Caldas, da Universidade Mackenzie, em São Paulo. Na Bíblia, o evangelista Lucas afirma que Jesus nasceu na época de um grande recenseamento, que obrigava as pessoas a saírem do campo e irem às cidades se alistar. Só que, em dezembro, os invernos na região de Israel são rigorosos, impedindo um grande deslocamento de pessoas. “Também por causa do frio, não dá para imaginar um menino nascendo numa estrebaria. Mesmo lá dentro, o frio seria insuportável em dezembro”, diz Caldas. O mais provável é que o nascimento tenha ocorrido entre março e novembro, quando o clima no Oriente Médio é mais ameno. 1.3 Paradigmas na academia Max Gehringer (2007), nos apresenta algumas definições de paradigmas: • Paradigma é “padrão”. em grego, a palavra significava “colocar lado a lado”, para efeito de comparação. • Em linguagem jurídica, “jurisprudência” é sinônimo de paradigma. Um juiz decide uma causa com base em sentenças dadas por outros juízes para causas semelhantes. • Em linguagem corporativa, “quebrar paradigmas” é substituir padrões antigos por padrões novos. Mas não necessariamente melhores. COMO NASCE UM PARADIGMA Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancadas. Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído. Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..." “É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO". Albert Einstein Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 17 de 112 Segundo Consise Dictionary of Sociology paradigma foi um termo introduzido por Thomas Kuhn na ciência da filosofia (The Structure of Scientific Revolutctions, 1962/1970). Kuhn define paradigma científico como uma constelação de realizações, concepções valores, técnicas, etc., compartilhada por uma comunidade científica e utilizada para definir problemas e soluções legítimas. Para ser um paradigma a realização científica deve oferecer resoluções suficientemente convincentes de problemas previamente reconhecidos como sendo capazes de atrair a concordância de um número suficiente de especialistas para formar o âmago de um novo consenso. Outros dois aspectos no conceito de paradigma são: 1) ele leva em conta a dimensão histórica e a realidade sociais das práticas científicas e; 2) reconhece que as mudanças revolucionárias na ciência ocorrem de maneira abrupta com o abandono de muito do conhecimento previamente aceito. Capra (1997) define paradigma social como “uma constelação de concepções, de valores, de percepções e de práticas compartilhadas por uma comunidade, que dá forma a uma visão particular da realidade, a qual se constitui a base da maneira como a comunidade se organiza”. Um novo paradigma, de acordo com Kuhn (1989), surge da necessidade de resposta para um problema vivenciado pela comunidade científica. Para Tolbert e Zucker (1997), o processo institucional é composto de três etapas: a habitualização, a objetificação e a sedimentação. Esse processo inicia com a necessidade de uma inovação na estrutura atual, seja por mudanças tecnológicas, na legislação ou através das forças do mercado, gerando uma crise da estrutura vigente. Neste ponto, existe a primeira convergência com os conceitos preconizados por Kuhn (1989), onde a crise de um paradigma vigente gera a necessidade de um novo paradigma para resolver as questões não-resolvidas pelo anterior, resultando em uma revolução científica. Segundo esta mesma perspectiva, antes da ascensão de um novo paradigma existe uma proliferação de teorias que tentam resolver o problema em questão. Assim temos a primeira etapa da teoria institucional a habitualização, que envolve a geração de novos arranjos estruturais em resposta a problemas organizacionais específicos. Este é chamado de estágio pré-institucional por Tolbert e Zucker (1997) e na perspectiva Kuhniana foi chamado de pré-paradigmático. Após o desenvolvimento da solução para o problema vigente em uma realidade restrita, o próximo estágio é a objetificação, caracterizada pela difusão desta nova estrutura, ampliando o seu espectro de atuação. Esta difusão será consequência de dois fatores: o monitoramento interorganizacional e a teorização. O monitoramento interorganizacional consiste na observação entre as organizações das soluções implementadas para os problemas comuns, ou seja, é um processo de imitação ou de benchmarking das melhores práticas encontradas. A premissa básica neste ponto é aquela que diz que reinventar a roda é muito mais caro do que utilizar uma solução já implementada com sucesso. Quando acontecem várias aplicações bem-sucedidas, aparece a necessidade de organizar esta nova prática em uma teoria que sintetize este processo. O processo de teorização envolve duas tarefas básicas: a definição clara do problema em estudo e a justificação de um arranjo estrutural formal para o problema com bases lógicas ou empíricas. Neste ponto, na visão de Kuhn, com a proliferação de teorias surge um novo paradigma que estará sendo aplicado em várias realidades. Assim, será testado pela comunidade envolvida para sua validação e avaliação de sua capacidade de generalização. Passando pelo teste, seus conceitos são organizados em uma nova teoria, caracterizando-o como um novo paradigma. O estágio de total institucionalização é chamado de sedimentação, caracterizando-se pela total propagação dos conceitos. Ainda de acordo com Tolbert e Zucker (1997), a sedimentação se Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 18 de 112 caracteriza tanto pela propagação de suas estruturas por todos os atores teorizados como adotantesadequados, como uma perpetuação das mesmas por um período longo de tempo. Este estágio se alinha ao conceito de ciência normal de Kuhn (1989), que está relacionada ao reconhecimento por parte da comunidade científica de um conjunto de realizações passadas que serão a base para a sua prática posterior. Este reconhecimento se baseia na adesão de uma parcela significativa de partidários da teoria e formação da base para pesquisas futuras. a ausência de evidência não é evidência da ausência ... 1.4 Pioneiros dos Paradigmas Joel A. Barker é um dos grandes estudiosos da influência e a aplicação dos conceitos de paradigmas nas organizações. Ele tem diversas publicações sobre o assunto, sugerimos um estudo destas publicações e vídeos se você tiver um interesse em se aprofundar no assunto. De acordo com Joel A. Barker, entender e aplicar os conceitos básicos dos paradigmas nas organizações permite as pessoas antecipar e administrar melhor as mudanças em situações cotidianas no trabalho. Seu estudo sobre os Paradigmas lhe permitiu descobrir algumas verdades incrivelmente simples sobre eles, bem como a relação entre paradigmas, mudança e liderança. Um dos mais importantes estudos de Joel A. Barker foi sobre os “Pioneiros dos Paradigmas”, pessoas extremamente importantes para que os novos paradigmas sejam levados de uma ideia a realidade. Eles conseguem perceber, antes dos outros, o nascimento de novos paradigmas. Assim, os Pioneiros de Paradigmas têm características especiais, desenvolvidas ou treinadas, que são apresentadas a seguir. “Pioneiros não criam novas regras - as transformam em realidade” Três (3) características do Pioneiro de Paradigmas: ➢ Intuição Capacidade de tomar boas decisões com dados incompletos. ➢ Ter coragem de fazer o que acha certo Não ficar sentado esperando o futuro ser construído, levantar e ajudar a construir o futuro. Correr riscos. ➢ Investir no longo prazo (perseverar) Esperar o tempo provar que estava certo. Estar preparado para o fracasso. Segundo Joel A. Barker a tradução do conceito de “Sucesso” é = Capacidade de resolver problemas (dentro dos paradigmas) e/ou Criar e implementar novos paradigmas. Exemplos de Pioneiros: ➢ Ray Crock - Mac Donald´s ➢ Akio Morita - Sony ➢ Fred Smith - Federal Express ➢ Tom Watson - IBM ➢ Sam Walton - Wall Mart Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 19 de 112 Pontos importantes a considerar na visão de Pioneiro de Paradigmas: 1. Saia dos seus limites, vá conhecer quem está mudando os paradigmas e faça amizade com eles; 2. Leia além dos seus limites, leia sobre assuntos que não tem relação com o que você faz, as respostas que procura podem estar em locais inesperados; 3. As respostas deverão vir de alguém de fora de sua organização; 4. Aprenda a conviver com o fracasso, pois não podemos acertar em todas; 5. Escute, escute, escute. Concluindo Barker alerta que: “Se você descuidar do futuro, ninguém vai lhe agradecer por cuidar do presente.” Complementando a visão de Barker, é importante conhecer a posição de Amar Bhidé, professor da escola de pós-graduação em administração de empresas da Columbia University e autor do livro The Origin and Evolution of New Businesses (Oxford University Press), que afirma que os empreendedores não arriscam tanto como as pessoas creem. Em geral, os empreendedores não são muito audaciosos, nem criativos, nem geniais. Contudo, toleram como poucos conviver com a incerteza e a ambiguidade. Muitas vezes não são os primeiros a chegar, mas sim os melhores na hora de executar. Bhidé descreve o empreendedor, em entrevista a HSM Management, como um indivíduo com uma visão oportunista e de curto prazo que costuma dar excelentes resultados. Assim, ainda segundo Bhidé, para iniciar um negócio potencialmente bem-sucedido, não é fundamental ter uma ideia criativa, aparecer com algo novo. Muito mais importante é ter a capacidade de executar a ideia de outro. Os empreendimentos mais bem-sucedidos começaram introduzindo apenas pequenas modificações no que os outros já haviam desenvolvido. Como disse Barker, trata-se de perceber um nicho, um novo paradigma e transformar ele em realidade. “Para transformar nossas vidas, temos de adaptar nossa mente. Nossos modelos mentais determinam o que somos capazes de ver e fazer.” – Robert Gunther Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 20 de 112 1.5 Exercícios de Percepção Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 21 de 112 2. AS BASES DA QUALIDADE “Os fatores tradicionais de produção: terra, mão-de-obra e até dinheiro, pela sua mobilidade - não mais garantem vantagem competitiva a uma nação em particular. Ao invés disso, o gerenciamento tornou-se o fator decisivo de produção.” Peter F. Drucker Podemos resumir a grande diferença de filosofia de um método de gestão taylorista e de um método pela qualidade total, através das palavras do Sr. Konosuke Matsushita, fundador do Grupo Matsushita (National – Panasonic): As suas organizações são tayloristas, mas o pior é que as suas cabeças também o são. A sobrevivência das organizações é difícil e problemática, num ambiente sempre mais perigoso, imprevisível e competitivo, que a obriga a mobilizar toda a inteligência de todas as pessoas para atingir uma possibilidade de sobreviver. Sabemos que a inteligência de alguns tecnocratas, embora brilhante, é insuficiente. É necessária a inteligência de todos os membros da organização para enfrentar as turbulências e as exigências deste novo ambiente. Os conceitos sobre qualidade evoluíram muito no século XX, iniciaram como uma atividade de inspeção e de seleção de itens defeituosos, e sobre esta atividade foi inserido o uso de técnicas estatísticas para garantir a qualidade do produto. A ênfase nesta atividade e cuidado com a qualidade dos produtos foi decorrente das necessidades dos exércitos na Segunda Guerra. Era necessário achar uma solução para os problemas de qualidade dos produtos entregues aos soldados. Como eles eram fabricados por pessoas que não tinham grande intimidade com os processos produtivos – lembre-se a maioria dos homens se encontravam nos campos de batalha, e seus postos de trabalho foram ocupados por homens e mulheres que não foram convocados para os exércitos. Para atender as demandas da guerra foi necessário implantar métodos que atingissem alta produção com garantia de qualidade. Assim foram desenvolvidos métodos que integraram o Taylorismo, os Métodos Estatísticos de Controle da Qualidade desenvolvidos por Deming e os métodos gerenciais de Juran. Estas técnicas garantiram a quantidade e qualidade dos produtos de forma a atender as necessidades dos exércitos na Segunda Guerra. Posteriormente com a vitória dos aliados na Segunda Guerra, os soldados voltaram e buscaram ocupar seus lugares nas indústrias, sendo as técnicas abandonadas na maioria das indústrias. Os métodos de qualidade foram retomados por Deming e Juran, quando o General MacArtur os convidou para ajudar na reconstrução do Japão. O sucesso das empresas japonesas, que passaram de produtoras de mercadorias baratas e de baixa qualidade, para produtos com ótima qualidade e preços mais baixos do que os praticados nos demais países, foi em parte creditado à capacidade de implementação de programas de produtividade e qualidade total que contavam com a participação dos funcionários. Os japoneses conseguiram isto aliando os conceitos de Marlow, Deming e Juran. Estes conceitos e métodos se tornaram tão importantes que foi instituído o dia mundial da qualidade que é comemorado sempre a cada segunda quinta-feira do mês de novembro. 2.1.Conceitos de Qualidade Para iniciarmos nossos estudos sobre Gerenciamento da Qualidade, temos que em primeiro lugar entender alguns conceitos sobre “qualidade”. São muitas as siglas nos programas e métodos de qualidade, mas temos que ter muita atenção com o seguinte: Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 22 de 112 Não irá adiantar de nada escolher a sigla mais bonita, ou a sigla que está na moda. O mais importante é saber o que queremos, quais nossos objetivos, quais os objetivos e metas da nossa organização. Para somente após estas definições, buscarmos a sigla mais adequada. Por isto o QSS, Qualquer Sigla Serve se sabemos o que queremos. Segundo Guaragna (2008) é importante analisarmos primeiramente a etimologia da palavra: Qualidade tem origem em “qualitas” ou “qualitatem” do latim, que significa propriedade ou condição natural das pessoas ou coisas pela qual se distinguem de outras, que constitui a sua essência, a maneira de ser. Assim, essa origem nos remete à característica de genuinidade, de diferenciação, de virtude e propriedade que em seu nível mais elevado nos conduz à excelência. Qualidade ... algumas definições => É a inspeção por plano de amostragem, com o uso de Cartas de Controle. – Walter A. Shewhart, considerado o pai do Controle Estatístico da Qualidade. => É uma determinação do consumidor e não do engenheiro, da área comercial ou da administração de uma empresa. É um conjunto de características do produto ou serviço em uso, as quais satisfazem as expectativas do cliente. - Feigenbaum => É a adequação ao uso. Qualidade é a ausência de falhas. – Juran => Os níveis da variação da qualidade podem ser reduzidos se geridos através do controle estatístico. – W. Edwards Deming. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 23 de 112 => Qualidade deve ser em toda a empresa: Qualidade do serviço, Qualidade do trabalho, Qualidade da informação, Qualidade do processo, Qualidade do departamento, do operário, do engenheiro, do administrador, Qualidade das pessoas, Qualidade da própria empresa, de sua diretriz. Coloca o consumidor em 1º lugar. - Ishikawa => Qualidade é a conformidade com as especificações. Esta definição é voltada inteiramente para o cliente, enfatizando que a Qualidade é tangível, gerenciável e pode ser medida. - Crosby Para Falconi: “Um produto ou serviço de “qualidade” é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de modo seguro e no tempo certo às necessidades dos clientes.” Para David Garvin, da Harvard Business School, as definições de qualidade estão fundamentadas nas seguintes classificações: • Transcendentais: qualidade é aquilo que é entendido por intuição, mas que é difícil de ser comunicado, como beleza e amor. • Baseadas no produto: qualidade é baseada nos atributos ou componentes do produto. • Baseadas no consumidor: qualidade é baseada na satisfação do consumidor. Se ele está satisfeito, então o produto tem qualidade. • Baseadas na manufatura: se o produto está dentro das normas e especificações da produção, então o produto tem qualidade. • Baseadas no valor: se o produto é percebido como bom para o preço, então tem boa qualidade. Alguns autores separam qualidade em dois aspectos: qualidade técnica e qualidade humana. A qualidade técnica está em satisfazer exigências e expectativas concretas (padrões, tempo, custos, taxa de defeitos, funcionalidade, durabilidade, segurança e garantia). A qualidade humana diz respeito à satisfação de expectativas e desejos emocionais. Estes podem ser classificados em: atitude, comprometimento, atenção, credibilidade, consistência e lealdade. Esta visão tem como base muitos dos conceitos de Abraham Maslow (1908-1970), e seus estudos sobre as necessidades humanas: 1. Fisiológicas – necessidades de alimentação, sono e repouso, de abrigo, desejo sexual, etc. Relacionadas a sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie. 2. Segurança – necessidades de segurança, estabilidade, busca de proteção contra a ameaça ou privação, e a fuga ao perigo. 3. Sociais – necessidade de associação, de participação, de aceitação, de troca de amizade, de afeto e amor. 4. Estima – relacionadas com a maneira pela qual a pessoa se vê e se avalia. Envolvem a auto-apreciação, a autoconfiança, a aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração. 5. Auto-realização – são as necessidades humanas mais elevadas. Necessidades de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de autodesenvolver-se continuamente. 6. desejos de saber e de entender 7. necessidades estéticas (Adaptado de: A Gestão de Pessoas e a Motivação: o Maslow desconhecido. HSM Management Update num. 25 – outubro 2005) Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 24 de 112 Além disso, a qualidade pode ser classificada em cinco tipos: pessoal, departamental, de produtos, de serviços e da empresa. Outros, em vez de conceituar qualidade, preferem medir a qualidade de produtos ou serviços através de indicadores que refletem as cinco dimensões da qualidade: DIMENSÕES DA QUALIDADE MORAL / MOTIVAÇÃO QUALIDADE INTRÍNSECA CUSTO ENTREGA ou ATENDIMENTO SEGURANÇA NECESSIDADES DAS PESSOAS SOBREVIVÊNCIA DA EMPRESA QUALIDADE TOTAL ATENDIMENTO ou ENTREGA CUSTO SEGURANÇA QUALIDADE INTRÍNSECA MOTIVAÇÃO O QUE É QUALIDADE ? “Um produto ou serviço de “qualidade” é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de modo seguro e no tempo certo às necessidades dos clientes.”(Falconi) · QUALIDADE INTRÍNSECA: É medida através das características da qualidade dos produtos ou serviços finais ou intermediários da Organização. A QUALIDADE INTRÍNSECA é um processo amplo, de responsabilidade de todos na organização. · CUSTO: É medido segundo todos os custos incorporados no produto ou serviço (custos finais e intermediários). Busca-se um custo que o cliente possa pagar. · MORAL: Esta é uma dimensão que mede o nível médio de satisfação de um grupo de pessoas, envolvidas no processo de elaboração do produto ou serviço. · SEGURANÇA: Sob esta dimensão avalia-se a segurança dos funcionários e a segurança dos usuários do produto ou serviço. Levando SEGURANÇA ao cliente. · PRAZO / ENTREGA: Sob esta dimensão da Qualidade Total são medidas as condições de entrega dos produtos ou serviços finais e intermediários. · ATENDIMENTO: Sob esta dimensão avalia-se a postura, cortesia e clareza de informações repassadas aos clientes. 2.2 Épocas da Qualidade Segundo o Prof. Marco Antonio Pereira, o Movimento da Qualidade teve quatro épocas principais: 1ª época – Inspeção: o foco era na tarefa isolada, na separação dos produtos bons dos produtos com defeitos; M A Y Controle Estatístico do Processo SQC na Bell Laboratories - USA1930 Deming ensina o Controle da Qualidade ao Japão1950 Juran cria o Controle da Qualidade Total - TQC1954 TQC no Brasil - Fundação Christiano Ottoni1986 Certificações ISO 90001987 Movimento de avaliação da satisfação do cliente na Escandinávia – Momentos da Verdade. 1980 Movimento de avaliação da satisfação do cliente nos EUA - Pesquisas de Customer Satisfaction (valores) 1990 Código de Defesa do Consumidor no Brasil 1991 A EVOLUÇÃO DA QUALIDADE 1979 No Japão a busca de metas Nacionais 1995 Modernas Técnicas e Ferramentas para Resolução de Problemas P R E O C U P A Ç Ã O : S A T IS F A Ç Ã O D O C L IE N T E Movimento pela Qualidade dos Serviços1980 P R E O C U P A Ç Ã O : C O N T R O L E D O P R O C E S S O S O B R E P R O D U T O S I N D U S T R IA L IZ A D O S 1992 Prêmio Nacional de Qualidade - PNQ Adaptação Prof. PauloRoberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 25 de 112 2ª época – Controle: o foco passou a ser a utilização de técnicas estatísticas para o controle da qualidade, este movimento aconteceu principalmente nos anos 30. 3ª época – Garantia: o sentido da qualidade ficou mais amplo, relacionado com a adequação ao uso, envolvendo os membros da organização e não somente focado na qualidade do produto. (anos 50). 4ª época – Gestão: o envolvimento da alta administração na elaboração de programas de controle e melhoria da qualidade integra a qualidade ao planejamento estratégico das organizações. Segundo Pessoa (2008) podemos analisar cada época conforme os focos principais apresentados, assim teremos: Inspeção 1 - Preocupação básica: Verificação 2 - Visão da Qualidade: Um problema a ser resolvido 3 - Ênfase: Uniformidade do produto 4 - Métodos: Instrumento de medição 5 - Responsável pela Qualidade: O Departamento de Inspeção 6 - Orientação e abordagem: “Inspeciona” a qualidade Controle Estatístico da Qualidade 1 - Preocupação básica: Controle 2 - Visão da Qualidade: Um problema a ser resolvido 3 - Ênfase: Uniformidade do produto com menos inspeção 4 - Métodos: Instrumentos e técnicas estatísticas 5 - Responsável pela Qualidade: departamentos de produção e engenharia. 6 - Orientação e abordagem: “Controla” a qualidade Garantia da Qualidade 1 - Preocupação básica: Coordenação 2 - Visão da Qualidade: Um problema a ser resolvido, mas que seja enfrentado proativamente. 3 - Ênfase: Toda a cadeia de produção, desde o projeto até o mercado, e a contribuição de todos os grupos funcionais, especialmente os projetistas, para impedir falhas de qualidade. 4 - Métodos: Programas e Sistemas 5 - Responsável pela Qualidade: Todos os departamentos, embora a alta gerência só se envolva perifericamente com o projeto, o planejamento e a execução das políticas da qualidade. 6 - Orientação e abordagem: “Constrói” a qualidade. Gerenciamento Estratégico da Qualidade 1 - Preocupação básica: Impacto estratégico. 2 - Visão da Qualidade: Uma oportunidade de concorrência. 3 - Ênfase: As necessidades de mercado e do consumidor. 4 - Métodos: Planejamento estratégico, estabelecimento de objetivos e a mobilização da organização. 5 - Responsável pela Qualidade: Todos na empresa, com a alta gerência exercendo forte liderança. 6 - Orientação e abordagem: “Gerencia” a qualidade. É muito importante saber, que dependendo da organização, estas fases podem acontecer simultaneamente em áreas diferentes da organização, de forma a atender necessidades especificas. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 26 de 112 Na figura a seguir podemos perceber a importância de atendermos as necessidades dos clientes de uma forma mais ampla, passando a ser chamados de Partes Interessadas no sucesso da organização (os Stakeholders): Consumidores ou Usuários dos produtos ou serviços da organização, os Acionistas ou Proprietários, os Empregados (de forma mais ampla a Força de Trabalho) e a Sociedade. Atualmente são incluídos, também, os fornecedores. Destacamos a imagem central, onde o foco principal da organização deve ser os Resultados Desejados – não qualquer resultado. Analisando a imagem a seguir, utilizada no Brasil pela Dom Cabral, percebemos a visão japonesa para a qualidade, onde a mesma é analisada em quatro quadrantes: as Definições Empresariais Básicas (a cultura da organização), as Ações Empresariais Planejadas (o Planejamento Estratégico), os ambientes e Processos Adequados e, as Pessoas Adequadas. Mantendo o foco central nos Resultados Desejados. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 27 de 112 Para concluir este estudo básico, que permitirá compreender a lógica do processo de qualidade nas organizações, são apresentados os conceitos de Mintzeberg, sobre estratégias. Que diz que quando planejamos temos as Estratégias Pretendidas, mas quando o planejado é levado para o mundo real, para a prática, o que acontece é que nem todas as estratégias planejadas são realizadas. Muitas estratégias não são realizadas por diversos motivos, e ao mesmo tempo, surgem novas realidades e situações que irão demandar novas estratégias, as Estratégias Emergentes. Assim, no mundo real temos que as Estratégias Realizadas são a soma das Estratégias Pretendidas (que foram possíveis de realizar, as Estratégias Deliberadas) e das Estratégias Emergentes. O importante é compreendermos que isto é normal, e levarmos em conta este conceito quando estivermos planejando a implantação de qualquer processo de qualidade. 2.3 TEORIA DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW Segundo Abraham H. Maslow (2000), psicólogo e consultor americano, as necessidades humanas estão dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e influência. Nessa hierarquia das necessidades, encontram-se cinco níveis de necessidades: • Fisiológicas – necessidades de alimentação, sono e repouso, de abrigo, desejo sexual, etc. Esse grupo de necessidades está relacionado com a sobrevivência do indivíduo e com a preservação da espécie. • Segurança – necessidades de segurança, estabilidade, busca de proteção contra a ameaça ou privação, e a fuga ao perigo. • Sociais – necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. • Estima – relacionadas com a maneira pela qual a pessoa se vê e se avalia. Envolvem a auto-apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração. • Auto-realização – são as necessidades humanas mais elevadas e que estão no topo da hierarquia. São as necessidades de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de autodesenvolver-se continuamente. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 28 de 112 É importante ter cuidado ao se utilizar a Teoria de Maslow, pois segundo Sampaio (2005), essa teoria nos ajuda a entender o que necessitam e desejam os diversos colaboradores de uma organização. Mas ela não é determinista como a pirâmide tão divulgada, o que se pode ter como certo é que a motivação tem diversas dimensões que variam conforme a situação, e sua inobservância pode criar insatisfação. Sampaio (2005) destaca que Maslow desdobrou sua teoria em sete categorias e somente cinco delas se tornaram conhecidas. As duas últimas categorias, desejos de saber e de entender e necessidades estéticas, não foram muito estudadas. Um ponto importante da Teoria de Maslow é que as necessidades surgem como ondas, quando uma necessidade já está parcialmente atingida, a próxima necessidade se transforma em prioridade para o ser humano. E assim sucessivamente. As necessidades assumem prioridade em função das necessidades do ser humano, e estas necessidades são variáveis e mutáveis, ou seja, elas mudam ao longo do tempo e das situações vividas. Muitas vezes, por fatos como uma crise, uma demissão, uma pessoa que estava em Auto-realização passa a ter como necessidade mais importante as necessidades Fisiológicas. "Um músico deve compor, um artista deve pintar, um poeta deve escrever, caso pretendam deixar seu coração em paz. O que um homem pode ser, ele deve ser. A essa necessidade podemos dar o nome de auto-realização." Abraham Harold Maslow (1908 - 1970) Maslow foi considerado ultrapassado por longo tempo. Aqueles que utilizavam seus estudos e conceitos eram discriminados na academia e em muitas organizações. Tudo isto mudou quando Peter Drucker, guru e referência em estudos sobre gestão no século 20, afirmou: McGregor defendia que o estilo participativo de liderançaera o ideal. - Eu disse o mesmo em The Practice of Management. Maslow demonstrou, em 1962, que estávamos errados. Diferentes pessoas devem ser geridas de forma diferente. - Ele tinha razão. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 29 de 112 2.4 OS GURUS DA QUALIDADE 2.4.1 Armand V. FEIGENBAUM – 1922-2014 Abordagem sistêmica ou total da qualidade, requerendo o envolvimento de todas as funções no processo da qualidade, e não simplesmente a fabricação. O controle da "Qualidade existe em todas as áreas de negócio, do projeto às vendas”. • Controle da Qualidade Total – TQC (1951) • Envolvimento de todas as funções sistematicamente • Os 40 Princípios do TQM (Total Quality Management) • Definição de custos da qualidade como: Custos de avaliação + Prevenção + Falhas 2.4.2 Philip B. CROSBY - 1926-2001 Americano, nasceu em 1926 e a partir de 1950 dedicou-se exclusivamente a área de qualidade, tendo como destaque o conceito de ZERO DEFEITO, onde afirmava que o objetivo das operações é buscar acertar desde o primeiro momento. Recomendou um programa visando a melhoria da qualidade, com 14 itens (Qualidade é Investimento - Crosby, 1983): 1 Comprometimento da Gerência; 2 A equipe de melhoria da qualidade; 3 Cálculo da qualidade; 4 Custo da qualidade; 5 Conscientização; 6 Ação Corretiva; 7 Planejamento de Zero defeitos; 8 Treinamento de supervisor; 9 Dia zero defeito; 10 Fixação de metas; 11 Erradicação da causa de erros; 12 Reconhecimento; 13 Conselhos da qualidade; e 14 Recomeçar do princípio. Principais contribuições de Crosby: • Foco: fazer bem da primeira vez; Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 30 de 112 • conceito de "Zero Defeitos”; • Qualidade = conformidade com as especificações; • livro "Quality is Free” (Qualidade é Grátis); • qualidade perfeita é tecnicamente possível e economicamente desejável. Considero uma das mais relevantes afirmações de Crosby para as empresas, a seguinte: “A Qualidade é de graça; embora não seja um brinde, é de graça. O que custa é a ausência da qualidade, ou seja, todas aquelas atividades que são a consequência de não ter feito certo da primeira vez.” É muito importante para qualquer organização fazer a análise de seu posicionamento estratégico, como demonstrado na figura. Este estudo e análise irá permitir a organização perceber quais desafios e direcionar suas metas e objetivos. Faça a análise, crie o seu gráfico. "O gosto amargo da baixa Qualidade, dura bem mais que a doçura do preço inferior." Heinz Rahnan 2.4.3 David A. Garvin – 1952 - 2017 Ph.D. em Economia pelo MIT e professor da Harvard Business School. O livro Managing Quality (Gerenciando a Qualidade), apresentou uma visão estratégica da qualidade, que é considerado fator de decisão de compra pelos clientes. As empresas necessitam atender aos requisitos apontados pelos clientes. Portanto, apresentar mais do que o cliente solicita, faz com que o produto fique mais caro e o ideal é fornecer o que o cliente realmente precisa, com a qualidade desejada. É uma estratégia diferente da competição por custos, onde os requisitos ficam para segundo plano. Na competição por qualidade é importante identificar as necessidades do mercado para agir de maneira estratégica eficiente. Apresentou oito dimensões para a qualidade: 1 - Desempenho - as características principais de um produto; 2 - Característica - os aspectos extras que suplementam o desempenho; 3 - Confiabilidade - indica a frequência em que o produto fica fora de operação; 4 - Conformidade - indica o quanto um produto se aproxima de sua especificação; 5 - Durabilidade - tempo de vida do produto, a resistência ao uso, frequência de manutenção; 6 - Manutenção - facilidade e custo da manutenção; Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 31 de 112 7 - Estética - são as características relativas a aparência e a impressão; 8 - Qualidade percebida - o sentimento e a maneira como o cliente é tratado. Por exemplo, a cortesia, o atendimento educado. 2.4.4 Kaoru Ishikawa - 1916-1989 • 1962, criou o conceito de Círculo da Qualidade; • 1982, criou o Diagrama de Causa-e-Efeito; • “a qualidade é uma revolução da própria filosofia administrativa, exigindo uma mudança de mentalidade de todos os integrantes da organização, principalmente da alta cúpula”; • mostrou a importância das sete ferramentas da qualidade. 2.4.5 Joseph Moses Juran 1904 - 2008 Nascimento: 24 de dezembro de 1904 em Braila, na Romênia. Em 1912 migrou para os EUA. Engenheiro eletricista, iniciou como gestor de qualidade na Western Electric Company e, em 1926, participa do Departamento de Inspeção Estatística da qualidade. Nota: a Western Electric Company é onde ocorreu, em 1927, a Experiência de Hawthorne. Ele também era Advogado. 1951 publicou a primeira edição do Manual do Controle da Qualidade (Quality Control Handbook). No Japão que Juran foi condecorado com a “Ordem do Tesouro Sagrado”, mais alta honra concedida a um estrangeiro. 1983 Juran rompeu a Ortodoxia Maoista Chinesa sendo convidado para orientar os novos dirigentes, com o objetivo de revitalizar a Indústria da República Popular da China, fato este tão significante que o governo chinês determinou a tradução imediata do Quality Control Handbook. Juran propunha o envolvimento da alta administração, a utilização do Princípio de Pareto e o treinamento generalizado. Estabeleceu que a Qualidade é feita de três processos gerenciais que são: o planejamento, o controle e a melhoria. PLANEJAMENTO DA QUALIDADE 1. Criar a consciência da necessidade e oportunidade de melhoria 2. Estabelecer as metas para essas melhorias 3. Identificar os clientes ou usuários - quem vai ser impactado 4. Identificar as necessidades dos clientes ou usuários 5. Especificar um produto que atenda às necessidades identificadas 6. Projetar processos que possam produzir as características estabelecidas 7. Transferir para a produção os planos resultantes e estabelecer controles de processos Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 32 de 112 CONTROLE DA QUALIDADE 1. Avaliar o desempenho da qualidade 2. Comparar o desempenho com as metas estabelecidas 3. Adaptar as diferenças encontradas MELHORIA DA QUALIDADE 1. Estabelecer a infra-estrutura para a realização do empreendimento 2. Identificar os projetos específicos de melhorias 3. Estabelecer uma equipe 4. Prover recursos, a motivação e o treinamento. Juran - espiral do progresso em qualidade : Juran propõe 10 passos para a melhoria da qualidade: 1. Conscientizar da necessidade e oportunidade de melhorias. 2. Estabelecer metas de melhoria. 3. Criar planos para alcançar essas metas. 4. Dar treinamento a todos. 5. Executar projetos para resolver problemas. 6. Relatar e divulgar o processo. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 33 de 112 7. Reconhecer o sucesso (Meritocracia). 8. Comunicar resultados. 9. Conservar os dados obtidos. 10. Manter o entusiasmo fazendo da melhoria uma parte integrante dos processos. 2.4.6 William Edwards Deming – 1900 - 1993 Nacionalidade: Norte Americano Ocupação: estatístico Pais: Pluma Irene e William Albert Deming tiveram uma boa educação e sabiam da importância desta para as crianças. Pluma era música e estudou em São Francisco. William Albert estudou matemática e direito. Família: Deming casou com Agnes Bell em 1922 em Wyoming. Tiveram uma filha chamada Dorothy que morreu em 1984. Agnes morreu em 1930. Deming então se casou com Lola ElizabethShupe em 1932. Eles tiveram duas filhas, Diana e Linda. Viveram em Washington, D.C. até o final de suas vidas em uma casa que compraram em 1936. Sua mulher morreu em 25 de junho de 1986. Trabalho: Foi instrutor de engenharia na Universidade de Wyoming (1921-22), professor assistente de Física na Escola de Minas do Colorado (1922-24), e exerceu este mesmo cargo na Universidade do Colorado (1924-25). Foi instrutor de Física na Universidade de Yale entre 1925 e 1927. Entre 1927 e 1939, Deming trabalhou como Físico Matemático no Laboratório de Pesquisas de Fixação de Nitrogênio do Departamento de Agricultura (USDA). Lançou 38 publicações sobre o assunto durante esse período, todas mostrando seu interesse pela metodologia estatística. Em 1947, as Forças Aliadas estavam ocupando o Japão. Deming foi chamado pelo governo americano para ajudar no censo japonês de 1951. Lá, seu conhecimento em técnicas de controle de qualidade, aliadas ao seu envolvimento com a sociedade japonesa, lhe garantiram um convite da União Japonesa de Cientistas e Engenheiros (JUSE). Foi condecorado pelo imperador japonês. Nos Estados Unidos, Deming continuou com seu negócio de consultoria, ficou desconhecido até sua aparição em um especial da NBC chamado “Se o Japão consegue... Por que nós não conseguimos?” sobre a competição industrial entre EUA e Japão. Ensinamentos: O Sistema do Conhecimento Profundo proporciona um mapa teórico para que se entenda a organização onde um indivíduo está inserido. Um sistema não pode entender a si próprio. A transformação requer uma visão de fora. É neste sentido que o sistema atua, proporciona o pensamento de que todo e qualquer aspecto da vida pode ser melhorado. Propunha o uso dos 14 passos: 1. Crie constância de objetivo através de melhorias nos produtos e ou serviços, tendo por meta ficar no negócio. 2. A alta administração deve aprender a nova filosofia e utilizá-la, e não simplesmente delegar a responsabilidade para outra pessoa. 3. Acrescente qualidade aos produtos e serviços, para tornar desnecessária inspeção após o fato. 4. Utilize menos fornecedores – de preferência apenas um. Baseie a seleção em qualidade e serviço, assim como preço. Elimine as políticas de comprar pelo menor preço. 5. Espere por qualidade e produtividade mensuráveis, mas não mediante metas numéricas. 6. Não permita que treinamento durante o trabalho seja a mais importante fonte de aprendizado para os recém-contratados. 7. Supervisione através da criação de um ambiente criativo, e não através do uso de truques manipulativos. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 34 de 112 8. Torne ilegal a utilização do medo. 9. Empreenda todos os passos que forem necessários para remover as barreiras entre departamentos. 10. Não pendure bandeiras que pedem para que as pessoas trabalhem mais duramente. 11. Não utilize cotas por peças produzidas ou cotas de produção. Não utilize administração através de números. 12. Remova todas as barreiras que impedem o orgulho do trabalho. Não utilize avaliações de desempenho que classifiquem as pessoas. 13. Institua um rigoroso programa de educação e de automelhoria. 14. Encontre a maneira de fazer com que todos os empregados se desenvolvam. 2.4.7 Vicente Falconi Campos – 1940... Formação acadêmica: Diplomado em Engenharia Metalúrgica e de Minas, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil; mestrado e doutorado em Engenharia, Escola de Minas do Colorado, EUA. Cargo atual: Consultor Master e chairman do Instituto de Desenvolvimento Gerencial, consultor de empresas e colunista da revista EXAME. Ocupações anteriores: Engenheiro em várias empresas brasileiras; professor da Universidade Federal de Minas Gerais, fundador da Fundação Christiano Otoni. Vicente Falconi Campos é consultor de grandes grupos empresariais brasileiros e orientador técnico do INDG - Instituto de Desenvolvimento Gerencial; Ph.D pela Colorado School of Mines (USA); Engº e Professor Emérito pela UFMG; Membro do Conselho de Administração da AMBEV; Membro do Conselho de Administração da SADIA; Designado Membro da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica pelo Presidente da República em 2001. Publicou seis livros na área de Gestão Empresarial que venderam mais de um milhão de exemplares. Único Latino- americano eleito como "Uma das 21 vozes do Século 21" pela ASQ - American Society for Quality. Sua definição de Qualidade: “Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente. Portanto em outros termos, pode-se dizer: projeto perfeito, sem defeitos, baixo custo, segurança do cliente, entrega no prazo certo no local certo e na quantidade certa. O verdadeiro critério da boa qualidade é a preferência do consumidor.” Nunca devemos nos esquecer que, antes de tudo, qualidade é um “método” que deve ser estudado, entendido, treinado, aplicado e a aperfeiçoado sempre – COM FOCO E RESPEITANDO AS CARACTERÍSTICAS DE CADA ORGANIZAÇÃO. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 35 de 112 Fonte: Fundação Christiano Otoni, 1997. Navalha de Ockham, (William 1285-1349) - quando existem várias formas de explicar algo, a certa é a mais simples; - é desnecessário fazer com mais o que se pode fazer com menos; - o essencial não deve ser multiplicado sem necessidade. 2.5 NOVOS PARADIGMAS NA CONSTRUÇÃO 2.5.1 BIM - Building Information Modeling O termo BIM pode ser definido como a representação de uma edificação, com as devidas informações de construção e características físicas precisas. Assim, o BIM garante uma percepção antecipada das possíveis interferências e situações durante o ciclo de vida da obra, ampliando a importância e usabilidade do projeto, bem como a integração das diversas partes do projeto (arquitetônico, estrutural, elétrico, hidrossanitário, e outros) e, consequentemente, reduzindo as chances de improvisação e o tempo gasto na execução da obra, melhorando o desempenho e facilitando que o cronograma e orçamento previstos sejam respeitados. O BIM se apresenta, então, como um modelo com diversas camadas de informação, organizadas de forma sistemática, de modo que possam ser acessadas no tempo certo e da forma correta, desde a concepção, execução, manutenção até a demolição. Por isso, o BIM é muito mais amplo que a visualização 3D ou um software. Ainda existem entraves para que o BIM se torne popular e viável a todos os profissionais da cadeia produtiva. Como por exemplo: - Mão e mente de obra com habilidades diferenciadas; - Investimento em estrutura e tempo; - Revisão nos processos de trabalho (mapeamento dos processos, novo workflow). Fonte: https://www.voltimum.com.br/biblioteca/ferramenta-bim-nos- projetos-eletricos-o - acesso 11set20. Um gêmeo digital (Digital Twin) é uma representação digital de um ativo físico, processo (obra) ou sistema, bem como as informações de engenharia que nos permitem compreender e modelar o seu desempenho. Um gêmeo digital pode ser continuamente sincronizado com fontes múltiplas, incluindo sensores e levantamento contínuo, para representar seu estado em tempo real, condição de trabalho ou posição. https://www.voltimum.com.br/biblioteca/ferramenta-bim-nos-projetos-eletricos-o https://www.voltimum.com.br/biblioteca/ferramenta-bim-nos-projetos-eletricos-o Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 36 de 112 Ele permite que os usuários visualizem a obra, verifiquem o status, realizem análises e gerem insights a fim de prever e otimizar o desempenho da mesma. Fonte: Bentley Latin America (www.bentley.com) 2.5.2 SMART BUILDING – PRÉDIOS INTELIGENTES A Internet dasCoisas (IoT - Internet of things), é uma nova etapa da internet atual, permite que objetos do dia a dia se conectem a internet, ao incorporar capacidade computacional e de comunicação. Smart Building são edificações que possuem um sistema com diversos sensores que coletam informações sobre toda a edificação. Mas não são os sensores que tornam os prédios inteligentes e sim o processamento das informações durante o uso da edificação. Isso permite ganhos significativos em uma das etapas menos exploradas do ciclo de uma edificação, especialmente no Brasil: a manutenção. Por exemplo, os sensores de um edifício inteligente permitirão que informações importantes, como danos ao telhado que estão causando vazamentos, problemas no sistema de ar-condicionado, ou até que a temperatura de ambientes seja monitorada. Fonte: https://www.voltimum.com.br/artigos/artigos-tecnicos/o-que-e-iot-e-qual-sua - acesso 11set20. 3. OS DESPERDÍCIOS E NÃO CONFORMIDADES 3.1. OS PRINCÍPIOS DE MELHORIA CONTÍNUA - KAISEN Uma das grandes contribuições japonesas para a qualidade foi o conceito de melhoria contínua que em sua essência, busca pequenas melhorias, mas de forma permanente, procurando fazer com que elas aconteçam todos os dias. Nesta visão não devemos nos preocupar somente com as grandes mudanças de paradigmas, que mudam conceitos, indústrias e a forma de ver o mundo, devemos também, pensar nas pequenas mudanças que melhoram o dia-a-dia de todos. Um dos pilares do método científico é a chamada Navalha de Ockham, ou Lei da Parcimônia, proposta pelo filósofo franciscano inglês William de Ockham (1285-1349). Ockham afirmou que quando existem várias formas de explicar algo, a certa é a mais simples. Esta proposta divide-se em duas partes: é desnecessário fazer com mais o que se pode fazer com menos; e, o essencial não deve ser multiplicado sem necessidade. No Japão o conceito de melhoria contínua é chamado de Kaizen. Ele tem a simplicidade como filosofia e é um método para a condução de melhorias contínuas com foco em resultados, segundo Masaaki Imai. É muito importante entender que o Kaisen deve ser praticado no Gemba – termo de origem japonesa que designa o local onde as ações realmente acontecem. É onde o produto é desenvolvido, ou onde é produzido (piso de fábrica) ou ainda, onde os serviços são realizados. Para Imai uma empresa só pode buscar o nível de World Class (classe mundial) quando o Gemba Kaizen é praticado com entusiasmo contagiante por todos – desde a base da organização ao topo da pirâmide. O Prof. Masaaki Imai, nascido em 1927, é fundador do Kaizen Institute e autor dos livros Kaizen – The Key to Japan’s Competitive Success (1984, 14 idiomas, 200 mil cópias vendidas) e Gembakaizen – A Common Sense, Low Cost Approach to Management (1997, publicado em 7 idiomas). Deve-se procurar ações de melhoria contínua de baixo custo e de alta confiabilidade utilizando-se a simplicidade e o bom senso do Kaizen. Estas ações e soluções https://www.voltimum.com.br/artigos/artigos-tecnicos/o-que-e-iot-e-qual-sua Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 37 de 112 propostas asseguram o fortalecimento dos processos e o incremento consistente da produtividade, da qualidade e da competitividade – além da lucratividade empresarial. O Prof. Maasaki Imai ensina que o Gemba Kaizen pode ser introduzido sem interromper as operações, causar preocupações a empregados, clientes ou fornecedores. Pequenas melhorias realizadas sistematicamente por cada pessoa, ou por grupos de empregados, resultam num êxito incomparável para todas as partes envolvidas, garantindo lucro e mercado certo às suas organizações. 3.2. DESPERDÍCIOS OU MUDAS Segundo Massaki Imai (2009), no trabalho, existem dois tipos de atividades: aquelas que adicionam valor e aquelas que não adicionam valor. Qualquer atividade que não adicione valor ao produto ou serviço é muda (desperdício). Eliminar o muda é uma das tarefas fundamentais do Kaisen. Taiichi Ohno classificou o muda em sete categorias (Fonte: GEMBA KAISEN www.centroatl.pt/edigest/edicoes/ed43id-q.html): • Muda de superprodução. Produzir mais do que o necessário resulta num desperdício tremendo: as matérias-primas utilizadas antes do necessário, maior espaço para armazenamento e custos administrativos e de transporte adicionais; • Muda de almoxarifado. Os produtos guardados almoxarifado adicionam custos (equipamento e espaço adicional). E podem esconder problemas no gemba; • Muda de rejeição. As rejeições/defeitos interrompem a produção e requerem um trabalho caro. Desfazer-se delas é também um desperdício de tempo; • Muda de movimento. Qualquer movimento do corpo de uma pessoa que não adiciona valor é muda. Um trabalhador caminhando ou carregando um pacote pesado está perdendo tempo. Evite este tipo de muda, reorganizando o espaço de trabalho; • Muda de processamento. Tecnologia inadequada ou um layout pobre pode representar um desperdício no processamento do próprio trabalho. Por exemplo, num local onde são produzidos telefones, os fones e o corpo são fabricados em linhas diferentes. São depois embalados em sacos para serem transportados até à linha de montagem final. Fazendo a ligação entre a linha de montagem dos fones e a linha de montagem final eliminara-se os sacos de plástico e o deslocamento; • Muda de espera. Se um operário fica sem nada para fazer porque está à espera de uma peça, existe muda. Solucione o problema que está fazendo o trabalhador esperar; • Muda de transporte. O transporte em caminhões ou empilhadeiras não adiciona valor e, por isso, deve ser eliminado, sempre que possível. 3.3 DESPERDÍCIOS NA VISÃO DO LEAN CONSTRUCTION De acordo com a empresa OPTIMA que apresentou seu modelo de gestão na Semana das Engenharias, os usos dos conceitos do Lean Constrution são muito relevantes para melhorar os resultados da empresa. O QUE É LEAN CONSTRUCTION? No Brasil, a partir da década de 80, observou-se uma tendência de aplicação de ferramentas da Gestão de Qualidade Total (Total Quality Management – TQM). Nos anos 90 a gestão de processos na construção civil passou a utilizar o Lean Construction (Construção Enxuta), Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 38 de 112 que tem sua origem no trabalho Application of the new production philosophy in the construction industry, do finlandês Lauri Koskela (1992) e se baseia na filosofia de Lean Production. O Lean Production tem suas raízes nos anos 50, a partir de três filosofias básicas: o próprio TQM, a produção puxada e o Just in Time (JIT). Naquela época, a teoria do Lean Production foi aplicada com bastante sucesso no setor automobilístico pela Toyota. Construção enxuta apresenta os princípios para a gestão de processos. A Lean Construction, ou Construção Enxuta é uma filosofia de gestão da produção, voltada a obras civis, que surgiu da adaptação dos conceitos de chão de fábrica da Lean Production (TPS/ Toyota Production System) ou produção enxuta que surgiu no Japão pós- guerra (década de 50), com base no TQC. É uma quebra de paradigmas na Construção Civil e busca REDUZIR VARIABILIDADES NOS CANTEIROS DE OBRA, substituindo o modelo de gestão da “produção empurrada” pela “produção puxada”. = > Desperdícios na visão do Lean Construction: (Fonte: apresentação OPTIMA Estrutural na semana das engenharias 2019) 1º DESPERDÍCIO: TEMPO DE ESPERA Esperas desnecessárias entre os processos. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 39 de 112 2º DESPERDÍCIO: TRANSPORTE Manuseio excessivo de materiais. 3º DESPERDÍCIO: SUPERPROCESSAMENTO Acréscimo de mais trabalho a determinadas operações. Prof.Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 40 de 112 4º DESPERDÍCIO: ESTOQUE Existência de estoques de suprimentos desnecessários. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 41 de 112 5º DESPERDÍCIO: MOVIMENTAÇÃO Movimentações humanas desnecessárias para cumprir uma tarefa. • Organização do canteiro de obras; • Kit de ferramentas padrão; • Equipamentos; • Uso de Gruas. 6º DESPERDÍCIO: DEFEITOS Produção de produtos defeituosos ou erros humanos. 7º DESPERDÍCIO: CAPITAL HUMANO Má utilização do capital humano. 8º DESPERDÍCIO: SUPERPRODUÇÃO Produzir quantidade superior à demanda. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 42 de 112 Desperdícios na visão do Lean Construction: 3.4. DESPERDÍCIOS DE ALIMENTOS Podemos perceber, infelizmente, como ainda são atuais os dados apresentados no vídeo e na transparência anterior por um estudo realizado pela FAO - Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, e publicado na revista Exame, o qual reproduzimos a seguir. M A Y Vídeo Brasil do Desperdício M A Y CONCEITOS DE QUALIDADECONCEITOS DE QUALIDADE FRUTAS COLHIDAS NO BRASILFRUTAS COLHIDAS NO BRASIL • O Brasil é o maior produtor de frutas do mundo (7% do total colhido); • Metade das frutas colhidas no Brasil vai para o lixo; • Desperdício anual = 10 milhões de toneladas / ano; • O desperdício é equivalente à produção conjunta do Chile, Paraguai, Bolívia, Peru e Equador; • Nos supermercados, são jogados fora por semana: - 22% das bananas; - 24% dos abacaxis; - 24% das mangas; - 22% das laranjas. FONTE: O ESTADO DE SÃO PAULO - 19/08/92 Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 43 de 112 Um terço dos alimentos produzidos por ano é desperdiçado, diz FAO Fonte: Exame.com – seção Agricultura - http://exame.abril.com.br/economia/mundo/noticias/ – acesso em 11/05/2011. Os países industrializados e aqueles em desenvolvimento desperdiçam quase a mesma quantidade de alimentos por ano: 670 e 630 mi de toneladas, respectivamente. Cerca de um terço dos alimentos produzidos a cada ano no mundo para o consumo humano, aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas, se perde ou é desperdiçado, segundo aponta um estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). A pesquisa da FAO, divulgada nesta quarta-feira em comunicado, tem por título "Global Food Losses and Food Waste" (Perdas e Desperdício de Alimentos no Mundo) e foi encomendada pelo instituto sueco de alimentos e biotecnologia (SIK). O estudo faz uma diferenciação entre perdas de alimentos (que podem acontecer nas fases de produção, colheita ou processamento) e desperdício, um problema mais presente nos países industrializados, causado na maioria dos casos tanto pelo comércio no varejo como por consumidores que jogam mantimentos ainda comestíveis no lixo. Segundo o estudo, os países industrializados e aqueles em desenvolvimento desperdiçam mais ou menos a mesma quantidade de alimentos: 670 e 630 milhões de toneladas, respectivamente, a cada ano. O desperdício anual de alimentos nos países ricos por parte dos consumidores, 222 milhões de toneladas, se aproxima muito da produção líquida de alimentos da África Subsaariana (230 milhões de toneladas). As frutas e hortaliças, assim como as raízes e tubérculos, são os alimentos com a maior taxa de esbanjamento e a quantidade de mantimentos que se perde ou desperdiça a cada ano equivale a mais da metade da colheita mundial de cereais (2,3 bilhões de toneladas em 2009-2010). "A produção total de alimentos 'per capita' para o consumo humano se situa em cerca de 900 quilos anuais nos países ricos, mais do que o dobro dos 460 quilos produzidos nas regiões mais pobres", afirma a FAO na nota. "Nos países em desenvolvimento, 40% das perdas ocorre nas fases de pós-colheita e processamento, enquanto nos países industrializados mais de 40% das perdas se dá no nível das vendas a varejo e do consumidor", acrescenta. "Em nível da venda a varejo também se desperdiçam grandes quantidades de alimentos devido às normas de qualidade que dão excessiva importância à aparência. As pesquisas indicam que os consumidores estão dispostos a comprar produtos que não cumpram as exigências de aparência caso não sejam nocivos e tenham um bom sabor", indica a agência das Nações Unidas. A FAO aposta ainda pela educação nas escolas e iniciativas políticas que mudem a atitude dos consumidores nos países ricos, para que planejem de forma mais adequada suas compras de alimentos. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 44 de 112 A Organização para Comida e Agricultura das Nações Unidas (FAO) estima que 28% dos alimentos que chegam ao final da cadeia em países latino-americanos são desperdiçados. Fonte: www.impactounesp.com.br/2017/03/como-diminuir-desperdicio-de-alimentos.html - acesso 25ago18 Panorama do caminho do desperdício no Brasil. (Fonte: ONU Verde) Desperdício de água Veja onde descartar objetos obsoletos, como celulares e lâmpadas Por Rosana Faria de Freitas (colaboração para a FOLHA) De um ano para o outro, o seu computador fica obsoleto. O celular passa de item cobiçado a peça pré- histórica em questão de meses. Imagine se esses produtos, e mais baterias de carro, exames de raio-X e lâmpadas fluorescentes fossem dispensados como entulho comum. As baterias de carro contêm chumbo, que gera problemas ao sistema nervoso, enfraquece os ossos, causa anemia. Essas substâncias tóxicas podem se instalar em seu corpo de forma simples: uma vez despejadas no solo, têm suas matérias-primas decompostas, são ingeridas por vermes e minhocas e, em contato com o lençol freático, entram na cadeia alimentar por meio das plantas. Como você é o último componente desse ciclo, consome as substâncias absorvidas ao longo do processo. http://www.impactounesp.com.br/2017/03/como-diminuir-desperdicio-de-alimentos.html Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 45 de 112 As lâmpadas fluorescentes contêm vidro e metal, e são compostas por fósforo e mercúrio. O fósforo favorece o surgimento de câncer e provoca lesões nos rins e no fígado; o mercúrio, se inalado, pode causar dor de cabeça, febre, fraqueza muscular. A esses "poluidores" se unem outros, como computador e pneu, todos com componentes tóxicos na composição. O Brasil é o país que mais descarta computadores pessoais per capita --0,5 kg por habitante--, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Na China é de 0,2 kg por pessoa. O número dessas máquinas vendidas no país sobe 15% a 20% ao ano: em 2010, atingiu 13,3 milhões, de acordo com a consultoria IT Data. No mundo todo, são geradas 40 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos anualmente, sendo que apenas 10% passam por reciclagem de forma apropriada. O trabalho de desmontagem e o reaproveitamento é pouco conhecido por aqui, segundo o Cedir (Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática da USP). Reaproveitamento Para entender a importância de dar destino certo ao velho aparelho de TV ou ao computador, é preciso se dar conta de que quase 50% dos eletroeletrônicos é composto de plástico e ferro, insumos largamente aproveitáveis. O chumbo volta à ativa como matéria-prima. O vidro das telas gera cerâmica vitrificada, empregada em pisos. Grande parte do asfalto vem dos pneus que são dispensados adequadamente. Embora a valorização energética --em caldeiras de indústrias, por exemplo-- seja o principal destino,boa parte deles é utilizada para fazer asfalto ecológico, piso de quadras poliesportivas e artefatos de borracha, como tapetes e sapatos. Segundo a Reciclanip, entidade responsável pela coleta de pneus e ligada à Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), em 2010 o Brasil reciclou mais de 300 mil toneladas de pneus, equivalente a quase 62 milhões de unidades de carros. Onde descartar Jogar o lixo no lugar certo ajuda a sustentabilidade do planeta porque significa economia e aproveitamento de matéria-prima. Por isso, alguns países fazem recomendações oficiais para o descarte correto do produto. No Brasil, uma iniciativa desse tipo seria de grande valia, porque só em São Paulo o volume mensal de compra de óleo é de mais de 20 milhões de litros, segundo pesquisa da Nielsen. Aqui, algumas empresas e hospitais fazem a coleta daquilo que já não serve mais para você. Para saber onde descartar televisores, computadores, baterias de celular, óleo, pneus, e muitos outros produtos, consulte a matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo no site: http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/925015-veja-onde-descartar-objetos-obsoletos-como- celulares-e-lampadas.shtml Fonte: http://www.banasqualidade.com.br/2012/portal/conteudo.asp?codigo=15136&secao=Jornal%20 Digital acesso 27mar12. http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/925015-veja-onde-descartar-objetos-obsoletos-como-celulares-e-lampadas.shtml http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/925015-veja-onde-descartar-objetos-obsoletos-como-celulares-e-lampadas.shtml http://www.banasqualidade.com.br/2012/portal/conteudo.asp?codigo=15136&secao=Jornal%20Digital http://www.banasqualidade.com.br/2012/portal/conteudo.asp?codigo=15136&secao=Jornal%20Digital Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 46 de 112 3.5. DESPERDÍCIOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL Com base em diversas fontes, vamos analisar os desperdícios na Indústria da Construção Civil. O Que Te Impede de Ganhar Dinheiro na Engenharia – Aniquile Já o Erro e Comece a Ganhar Mais Fonte: http://engenheirorecemformado.com/ganhar-dinheiro-na-engenharia/ - acesso 4abr18 É muito comum encontrarmos canteiros desorganizados, estoque bagunçado, materiais espalhados, desperdício, resíduos em qualquer parte, trabalhadores sem ter o que fazer na obra, enfim, uma gestão totalmente solta. O pior é o engenheiro assistindo de camarote como se fosse normal, afinal “obra é desse jeito mesmo”. Chamamos isto de: síndrome de Gabriela “eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim”. Esta é uma obra onde o prazo nunca é cumprido, o orçamento sempre estoura, não há fluxo de materiais na obra, as dimensões nunca são precisas, há desperdício de materiais e mão de obra sobrando. Tal posicionamento te desvaloriza como profissional. Você não teria nenhum motivo para valorizar esse profissional ou para promovê-lo, porque ele não dá nenhum tipo de retorno. Se você é seu próprio chefe, sua situação é ainda pior. Você está rasgando dinheiro. Quatro Tipos de Desperdício na Construção Civil: Acabe com Eles e Evite que seu Dinheiro Escorra pelo Ralo Fonte: https://engenheirorecemformado.com/desperdicio-na-construcao-civil/ - acesso 4abr18 As principais causas do desperdício na construção civil: • Materiais comprados: A sobra de material pode facilmente ser notada ao fim de uma obra, mas é difícil gerenciar suas quantidades durante as fases intermediárias da construção. Naturalmente, essa sobra é inevitável, já que existe uma margem de segurança, porém deve-se tomar cuidado com o excesso. http://engenheirorecemformado.com/ganhar-dinheiro-na-engenharia/ http://engenheirorecemformado.com/ganhar-dinheiro-na-engenharia/ https://engenheirorecemformado.com/desperdicio-na-construcao-civil/ https://engenheirorecemformado.com/desperdicio-na-construcao-civil/ Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 47 de 112 Comumente esse excesso está relacionado à já mencionada margem de segurança, mas que pode também ter sido calculada de forma equivocada, ocorrendo a partir de erros de pedido, tanto em qualidade quanto em quantidade de insumos. Além disso, pode ocorrer desperdício de material durante a própria aplicação na obra, como causa de medidas erradas (espessura maior que a necessária, por exemplo), e retrabalho. • Mão de obra contratada: Erros causados por trabalhadores são as causas comuns de desperdício. Alguns motivos comuns são inexperiência dos trabalhadores, uma possível falta de habilidade, e uma atitude ruim frente ao trabalho. Esses motivos causam retrabalho, que está diretamente ligado ao desperdício de materiais e de tempo. Contudo, nem sempre os problemas relacionados ao contingente de trabalho são culpa dos próprios trabalhadores. Uma má gestão também causa desperdícios. Falhas de contratação, deslocamentos desnecessários e a falta de materiais fazem com que a obra atrase, ocasionando desperdício de tempo. • Equipamentos utilizados: Uma má logística de utilização de equipamentos (alugados ou não) também é causa de desperdício na construção civil. Gargalos decorrentes de má gestão de mão de obra, de materiais, ou ainda por questões financeiras são alguns motivos que levam a esse desperdício. • Financeiro: Perdas financeiras estão relacionadas a todos os itens anteriores, e tem origem em um projeto falho. Isso causa compras com preço excessivo (devido à urgência no tempo, tornando impossível uma pesquisa de preços efetiva), compras adiantadas, aluguel de equipamentos por tempo incorreto e contratação inferior ou exagerada de mão de obra. Fonte: www.globaltec.com.br/2016/07/28/veja-as-principais-causas-do-desperdicio-na-construcao-civil/ - acesso 4abr18 Para a área da Construção Civil disponibilizamos um e-book, diretamente relacionado ao assunto. O mesmo deve ser estudado como material complementar a esta apostila. Este e-book apresenta um conjunto de 6 (seis) dicas fundamentais para combater o desperdício nas obras, todas explicadas de forma prática e referenciadas a estudos realizados. Foi publicado pela Softplan que é uma das empresas de tecnologia pioneiras e líderes em Florianópolis e no país, desenvolvendo softwares de gestão desde 1990! O objetivo da Softphan com este trabalho é divulgar seu software Sienge. (https://www.sienge.com.br/o-sienge/) A seguir são apresentados os principais conceitos discutidos no e-book. Desperdiçar é não aproveitar o máximo de alguma coisa, não utilizar da forma correta ou utilizar em excesso. http://www.globaltec.com.br/2016/07/28/veja-as-principais-causas-do-desperdicio-na-construcao-civil/ http://www.globaltec.com.br/2016/07/28/veja-as-principais-causas-do-desperdicio-na-construcao-civil/ https://www.sienge.com.br/o-sienge/ Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 48 de 112 Na sua empresa pense em desperdício como: perda de material, entulho, retrabalho, acidentes, atrasos, multas, equipe parada, ou seja, dinheiro. Evitar o desperdício é - ou deveria ser - um dos objetivos de gestão de empresas da construção civil desde os primórdios. Guarde essa informação: se sua empresa trabalha com margem de lucro de 10% e você identificar desperdício de também 10%, o desperdício pode representar um acréscimo de 100% no seu lucro. Qual é o índice médio de desperdício nas obras brasileiras? • Existe quem diga que a cada três prédios que são construídos um quarto prédio é desperdiçado. • Outros falam que o correto é comprar 10% a mais de todos os materiais devido às perdas • USP - desperdício médio entre 7% e 8% de materiais. Para facilitar o entendimento, no e-book, o desperdício é analisado com foco em três grandes problemas: 1. Tempo perdido; 2. Processos ineficientes;e 3. Dificuldade de adotar ações sustentáveis. Tempo perdido: • obra parada • erros de planejamento • mão de obra parada • falhas no dimensionamento de pessoal • falta de atenção ao layout do canteiro de obras • Fatores naturais PROCESSOS INEFICIENTES: • perda de material - concepção, execução e utilização. • furtos são comuns em obras • falha no processo de compras • compras emergenciais • compra desnecessária de equipamentos • processos mal desenhados • estoque cheio • acidentes de trabalho • distratos e processos judiciais Dificuldade de adotar ações sustentáveis: • Entulho sem reaproveitamento • perdas no uso da água Basta pensar numa laje projetada para ter 10 cm de espessura, mas que é concretada com 11 cm. Embora ao final da concretagem nenhum desperdício seja visível, essa laje consumiu 10% mais concreto ... No estudo realizado pela Softplan, são apresentados um conjunto de problemas que costumam ocorrer em obras da construção civil, e os mesmos são analisados com base em sua origem, e para cada um deles é proposta uma solução. A seguir são apresentados exemplos de estudo: Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 49 de 112 Outra fonte de estudo e aplicação de análise para os desperdícios na construção civil, é a “planilha de excel” desenvolvida pela empresa Softplan. A mesma permite a classificação dos desperdícios de acordo com critérios estabelecidos para os seguintes itens de análise: Material, Equipamento, Mão de Obra, Financeira e Produtividade. O exemplo é apresentado a seguir: Como conclusão o e-book da Softplan, propõe uma sequência de atividades para resolver os desperdícios encontrados: 1º ACOMPANHE SEUS PROCESSOS 2º CRIE INDICADORES DE DESPERDÍCIO não se gerencia aquilo que não se mede Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 50 de 112 3º INVISTA EM NOVAS TECNOLOGIAS 4º TENHA UM BOM PLANEJAMENTO Planejar é útil. Seguir cegamente os planos é burrice. (...) Jeff Sutherland 5º CONTRATE MÃO DE OBRA QUALIFICADA 6º INVISTA NA SUSTENTABILIDADE Outra publicação muito interessante sobre o assunto foi publicada pela Editora PINI, e tem como título: Como Reduzir Perdas nos Canteiros - Manual de Gestão do Consumo de Materiais na Construção Civil. Seu autor é Ubiraci Espinelli Lemos de Souza. Esta obra tem como objetivo colaborar para a redução do desperdício, além de contribuir com importantes elementos de decisão presentes em outras fases do empreendimento, tais como orçamento, projeto, programação, escolha tecnológica dentre outras. Apresenta valores de perdas e consumos de materiais vigentes nas obras de construção e discute como preparar prognósticos de desempenho em futuras obras, a partir do conhecimento das características dos serviços que serão realizados. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 51 de 112 Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 52 de 112 4. FERRAMENTAS DA QUALIDADE O estudo das Ferramentas da Qualidade é de grande importância para os profissionais da Engenharia, pois será com o uso destas ferramentas que será possível controlar a qualidade das obras, entender o que realmente está acontecendo (as causas das não conformidades), e como será possível solucionar estas causas, para atingir os parâmetros desejados pelo Lean Constrution. Estas ferramentas são utilizadas na aplicação das Normas ISO, na construção de análises de situações gerenciais, na aplicação de qualquer método que busque melhorar os resultados desejados. Encontramos as mais diversas definições de quais são as Sete Ferramentas da Qualidade, optei por apresentar como “Sete Ferramentas”, aquelas mais clássicas e básicas no Gerenciamento da Qualidade. Na sequência vamos apresentar muitas outras ferramentas da qualidade, de forma que vocês possam ter um conjunto de métodos e técnicas para auxiliar na solução de problemas e na aplicação dos diversos “métodos e técnicas de qualidade” que são divulgados como únicos e verdadeiros pelos consultores. 4.1 Sete Ferramentas Clássicas da Qualidade Vamos estudar agora, cada uma das sete ferramentas Clássicas da Qualidade. Os processos de Estratificação, e o processo de construção e aplicação da Folha de Verificação são de extrema importância. Pois é com base nos dados e informações obtidos dos mesmos que iremos desenvolver todos os demais processos de análise e decisão. Lamentavelmente, os mesmos não são valorizados ou desenvolvidos com a necessária seriedade para obtenção de resultados confiáveis. M A Y SETE FERRAMENTAS DO CONTROLE DA QUALIDADESETE FERRAMENTAS DO CONTROLE DA QUALIDADE O QUE É Diversas maneiras de se agrupar os mesmos dados, para possibilitar uma melhor avaliação da situação. Para facilitar a coleta de dados. Diagrama de barras que ordena as ocorrências, da maior para a menor, para hierarquizar o ataque aos problemas. Diagrama que expressa a série de causas de um efeito (problema). Diagrama de barras que representa a distribuição da freqüência de uma população. Gráficos com limites de controle que permitem o monitoramento dos processos. Gráfico que representa a relação entre duas variáveis. FERRAMENTA ESTRATIFICAÇÃO FOLHA DE VERIFICAÇÃO GRÁFICO DE PARETO DIAGRAMA DE CAUSA-E-EFEITO DIAGRAMA DE CORRELAÇÃO HISTOGRAMA CARTA DE CONTROLE E GRÁFICOS FORMA 100%35 50 C P CAUSA EFEITO TEMPO LOCAL SÉRIE TURMA LIE LSE Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 53 de 112 4.1.1. Estratificação É uma ferramenta que consiste no agrupamento da informação (dados) sob vários pontos de vista, de modo a focalizar a ação. Tome o cuidado para não decidir pela primeira forma de estratificação escolhida, tente outras, analise sob pontos de vista diferentes, de forma a conseguir o melhor resultado, a forma de estratificação mais adequada para atingir os Resultados Desejados, por você e pela empresa. Esta ferramenta é análise de onde se pretende buscar possíveis origens do problema, também permite realizar a análise dos dados coletados a partir da busca das causas. Exemplos de subgrupos: (a) tempo; (b) tipo; (c) local; (d) sintoma; (e) outros fatores. Estratificar significa desdobrar em estratos mais específicos, podemos dizer que facilita a identificação do problema, porque em escalas menores o erro se torna mais visível facilitando a correção. Pense em como você poderia estratificar as figuras que são apresentadas nos exemplos a seguir: Estratificação - Exemplo Estratificar por cores? Por tipo de símbolos? Por tamanho? Estratificar por utilidade? Por similaridade? Por uso? Faça uma tentativa de estratificar e você irá perceber como os dois conjuntos que pareciam não ter lógica nenhuma, passam a te demonstrar uma lógica e uma compreensão diferente. Tome cuidado com o seguinte: no momento de classificar podemos ter dúvidas em determinadas figuras, como o emoji do segundo exemplo (bem em baixo a esquerda) vamos classificar ele como um único emoji? Como um emoji mais um relógio? Estes são riscos inerentes da estratificação. Por este motivo, nunca ficamos na primeira ideia de estratificação, devemos tentar outras formas de estratificação do mesmo conjunto de dados, até encontrar aquela estratificação que melhor atenda aos nossos objetivos, ao nosso resultado desejado. 4.1.2. Folha de Verificação Esta ferramenta é utilizada para a apresentação dos dados de uma forma mais clara e concisa de visualização, serve para diminuir erros e confusões na hora dacoleta dos dados, e se torna confiável para a tomada de decisões. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 54 de 112 As folhas de decisões podem ser divididas em 4 (quatro) tipos: • Para distribuição do processo de produto, para conhecer a variação nas dimensões da peça. • De itens defeituosos, para saber quais os defeitos mais frequentes, número de vezes e motivo. • Para localização do defeito, para localizar defeitos externos (tais como: manchas, riscos e outros), importante ferramenta para análise do processo. • De causas de defeito, para investigar as causas do defeito, após a análise da estratificação ou do diagrama de dispersão. O objetivo desta ferramenta é gerar um quadro com dados claros, que representem a realidade dos fatos, facilitem a análise e o tratamento posterior. Estes dados devem servir para que possam ser a base da discussão e das ações de projetos de melhoria. Isto mostra a importância de se planejar muito bem o tipo de formulário que deverá ser usado para coletar os dados, o qual deve ser adaptado a cada situação. Para tanto, é necessário que os dados obtidos correspondam à necessidade da empresa, como a análise de um processo de corte, por exemplo. A coleta de dados não segue nenhum padrão pré-estabelecido e pode ser adequada de acordo com as particularidades do processo fabril da sua própria empresa. O importante é que cada empresa desenvolva o seu formulário de registro de dados que permita que, além dos dados, também sejam registrados os responsáveis pelas medições e registros, quando e como estas medições ocorreram. Quando for desenvolver uma Folha de Verificação, faça uma aplicação piloto para poder observar e corrigir os problemas de interpretação, as dificuldades de preenchimento, e as possibilidades de uso inadequado, que poderão criar dados equivocados ou incorretos. Outro ponto muito importante é criar um manual, um procedimento padrão, para o preenchimento da Folha de Verificação. Pois nem sempre a mesma será aplicada por pessoas que tenham desenvolvido a mesma, ou que já tenham prática em seu uso. Neste manual deverão ser definidos os termos utilizados, como forma de evitar ou reduzir, as possibilidades de interpretações errôneas, tão comuns na língua portuguesa. Existem alguns erros muito comuns na construção de uma Folha de Verificação, por exemplo: ao definirmos os estratos colocamos limites que se repetem (veja o exemplo 2, onde os limites na linha 1 são: 6,8 – 8,0 e na linha 2: 8,0 – 10,0). Se definidos assim teremos um risco muito grande de problemas no preenchimento, pois quem preenche a Folha de Verificação irá decidir onde colocar um resultado 8,0, por exemplo. Deturpando os dados e influenciando os resultados da análise. Outro cuidado é o uso de símbolos, como apresentado na imagem a seguir no Exemplo 1, onde é utilizado o símbolo ( I-- ), este símbolo define que o valor a esquerda deverá ser incluído nesta linha e o valor a direita não deve ser incluído. Na Folha de Verificação do exemplo 1 o valor “7,2” deve ser incluído na linha 2, e o valor “74,5” deve ser incluído na linha 3, por exemplo. Nunca esqueça que existem grandes riscos ao serem solicitados dados sensíveis, que envolvam informações pessoais, informações com impacto psicológico, como: idade, altura, peso, salario, número de defeitos (não conformidades) na atividade desenvolvida e outros similares. Nestes casos as pessoas costumam fornecer dados incorretos, como forma de se Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 55 de 112 proteger ou evitar situações constrangedoras. Nestes casos, devemos tomar cuidados adicionais para conferir a veracidade dos dados fornecidos, ou devemos procurar fontes alternativas para obter estes dados (como buscar os dados de idade no RH, peso no serviço de saúde). Já o exemplo 3 de Folha de Verificação apresenta grande vantagem, quando for possível fazer neste modelo, pois facilita o preenchimento (necessita somente marcar “X”), e no final já apresenta os resultado na forma de um gráfico. O que permite uma análise visual e rápida. As próximas ferramentas são representadas na forma de gráficos, os gráficos são de grande utilidade, pois apresentam as informações de forma visual e com rápida compreensão. 4.1.3. Gráfico de Pareto No princípio do século XX, Vilfredo Pareto (1848-1923), um economista (engenheiro) italiano realizou um estudo sobre a riqueza e a pobreza. Descobriu que 20% da população controlava 80% da riqueza na Itália. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 56 de 112 No início dos anos 50 Juran percebeu evidências da regra 80-20, para um grande número de situações. Principalmente para problemas relacionados a qualidade. A Análise de Pareto é um método que separa os “poucos vitais” dos “muitos triviais”. O Gráfico de Pareto é utilizado para evidenciar (tornar obvia) a regra 80 – 20. Não esqueça: somente será Gráfico de Pareto se for destacada a linha divisória dos “vitais” e “triviais”, é destacada a regra 80/20. O Gráfico de Pareto é composto de três (3) gráficos, um gráfico de barras contendo os dados que serão analisados (com o eixo vertical a esquerda), um gráfico de linha de demonstra os percentuais acumulados (com o eixo vertical a direita), e o gráfico composto dos anteriores acrescido da linha que demonstra a visão de Pareto (80x20). Gráfico 1 Gráfico 2 Gráfico 3 Para montarmos o Gráfico de Pareto seguimos algumas etapas: • Tendo um conjunto de dados iniciais: Problema Numero de ocorrências A 8 B 40 C 30 D 15 1. Montagem da tabela de dados: primeiro montamos a tabela dos dados, colocando os itens avaliados (problema) na ordem da maior para a menor ocorrência; 2. Depois calculamos os percentuais individuais de cada item (problema); 3. Concluímos a tabela calculando os percentuais acumulados de cada item (problema). Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 57 de 112 Problema Numero de ocorrências Percentual individual Percentual acumulado B 40 43,02 43,02 C 30 32,25 75,27 D 15 16,13 91,40 A 8 8,60 100,00 total 93 100,00 Forma de cálculo: Problema Numero de ocorrências Percentual individual Percentual acumulado B 40 43,02 = (40/93)x 100 43,02 C 30 32,25 = (30/93)x 100 75,27 = 43,02 +32,25 D 15 16,13 = (15/93)x 100 91,40 = 75,27 + 16,13 A 8 8,60 = (8/93)x 100 100,00 = 91,40 + 8,60 total 93 100 = (93/93)x 100 Com estes dados é construído o Gráfico de Pareto, utilizando o número de ocorrências no eixo “Y” e as variáveis analisadas no eixo “X”. Para simplificar a montagem do gráfico pode ser utilizado o percentual individual ao invés do número de ocorrências no eixo “Y”, pois assim teremos percentuais em cada um dos eixos verticais. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 58 de 112 Se quisermos, ou se tiver necessidade, podemos colocar no Gráfico de Pareto final os números de ocorrências ao invés do percentual individual. Problemas que ocorrem na montagem do Gráfico em planilhas (Excel) Deve-se ter um cuidado especial quando utilizamos o software “excel” para fazer o Gráfico de Pareto, pois o mesmo não gera as linhas que criam a separação entre os vitais e os triviais (Regra 80/20). Também o mesmo software costuma utilizar uma simplificação no valor máximo do eixo “Y”, criando um gráfico como o apresentado a seguir. Desta forma teremos uma interpretação errada do gráfico gerado. Para solucionar o problema temos que alterar o valor máximodo eixo “Y” para o valor total do Número de Ocorrências. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 59 de 112 O gráfico esperado após a utilização de uma planilha é o seguinte: Como pode-se perceber o gráfico gerado não apresenta a separação entre “vitais” e “triviais”. Esta separação deve ser feita manualmente, sugerimos desenhar em um software de apresentação como o “Power Point”. O primeiro passo sugerido para a montagem do gráfico em planilha, é montar uma planilha resumida como a apresentada na figura anterior, com as seguintes colunas: Problema, Número de ocorrências e Percentual Acumulado. Pois assim fica mais fácil de gerar o gráfico com base nestas colunas. Destacamos as informações como apresentado na figura anterior e solicitamos a criação de um gráfico de um gráfico de colunas com duas variáveis. Obtendo o gráfico a seguir: Agora, para transformar as colunas do Percentual Acumulado em “linha”, devemos Escolher série na legenda: percentual acumulado, e alterar o tipo de gráfico para “linha”. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 60 de 112 O próximo passo será a colocação do eixo vertical da direita, para isto devemos destacar a linha Percentual Acumulado no gráfico e clicar no botão da direita do mouse, escolhendo a opção formatar série de dados -> eixo secundário. Para eliminar o problema da linha que mostra os dados do Percentual Acumulado estar iniciando no meio da coluna “B”, teremos que ajustar o valor máximo do eixo vertical da esquerda. Para isto devemos destacar os dados do eixo vertical esquerdo, como demonstrado na figura a seguir. Depois clicar sobre os mesmos e após clicar como o botão da direita do mouse, opção formatar eixo: definir Mínimo como Fixo = 0 (zero) e Máximo como “valor total (93)”. Agora, somente nos falta ajustar o eixo vertical da direita, realizando um procedimento similar ao anterior. Para isto devemos destacar os dados do eixo vertical direito, como demonstrado na figura a seguir. Depois clicar sobre os mesmos e após clicar como o botão da direita do mouse, opção formatar eixo: definir Mínimo como Fixo = 0 (zero) e Máximo como “valor total (100)”. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 61 de 112 Obtendo assim, o resultado final do gráfico na planilha. Temos que tomar cuidado pois muitas literaturas utilizam uma forma incompleta de gráfico, como se fosse o Gráfico de Pareto. Um gráfico para ser Pareto, tem que ter a separação entre Vitais e Triviais. Este é Gráfico de Pareto, é destacada a regra 80/20, os vitais dos triviais. Este é um gráfico que pode destacar a possibilidade de priorização, mas não é Pareto. Deve-se ter um cuidado especial quando utilizamos o software “excel” para fazer o Gráfico de Pareto, pois o mesmo não gera as linhas que criam a separação entre o vitais e triviais (Regra 80/20). Também o mesmo software costuma utilizar uma simplificação no valor máximo do eixo “Y”, criando um gráfico como o apresentado a seguir. Desta forma teremos uma interpretação errada do gráfico gerado. Para solucionar o problema temos que alterar o valor máximo do eixo “Y” para o valor total do Número de Ocorrências. Segundo a Softplan (2017), a curva ABC é baseada na regra 80/20 de Pareto. Sendo um método de classificação de informações, para que se separem os itens de maior importância ou impacto, os quais são normalmente em menor número. No que diz respeito à análise de clientes, a curva ABC serve para analisar a dependência ou risco face a um cliente, ou ainda para que tipo de clientes a organização deve dar mais atenção. Consiste em ordenar os clientes por ordem decrescente da sua contribuição para a empresa, de modo a segmentar por grau de dependência, de risco ou ainda por outro critério a definir. Ainda de acordo com a Softplan (2017), em uma organização, a curva ABC é muito utilizada para a administração de estoques, mas também é usada para a definição de políticas de vendas, Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 62 de 112 para o estabelecimento de prioridades, para a programação de produção, etc. Na administração de estoques a curva ABC é utilizada segundo a seguinte classificação: • Classe A: Itens que possuem um valor de demanda ou consumo alto; é esperado que 80% dos custos represente cerca de 20% do total de materiais ou insumos. • Classe B: Itens que possuem um valor de demanda ou consumo intermediário; 15% dos custos representam aproximadamente 30% dos materiais ou insumos. • Classe C: Itens que possuem um valor de demanda ou consumo baixo. 5% dos custos restantes correspondem a 50% em quantidade do total de materiais ou insumos. 4.1.4. Diagrama de Causa e Efeito Esta ferramenta também é conhecida por Diagrama de Ishikawa ou Espinha de Peixe, ela permite a organização das informações possibilitando a identificação das possíveis causas do problema. Foi desenvolvida em 1943 por Ishikawa na Universidade de Tóquio com objetivo de explicar para o grupo de engenheiros da Kawasaki Steel como vários fatores podem ser ordenados e relacionados. O Diagrama de Causa e Efeito, de Ishikawa ou Espinha de Peixe é uma ferramenta utilizada para apresentar a relação existente entre o problema a ser solucionado (efeito) e os fatores (causas) do processo que podem influenciar na ocorrência do problema. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 63 de 112 A espinha de peixe além de tornar claras as possíveis causas do problema, também facilita a identificação da causa fundamental da ocorrência do problema. Permitindo que se possa fazer um plano de ação para eliminar a causa fundamental que leva ao efeito indesejável. Um método utilizado para buscar a causa fundamental é o método dos “por quês”, pergunta- se várias vezes “por que?” isto ocorreu? Assim buscamos as causas secundárias, terciárias, quaternárias ... até chegar aquela que consideramos a fundamental, ou que atenda a nossa necessidade de compreensão do assunto em estudo. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO - ESPINHA - DE – PEIXE ou de ISHIKAWA •FIM •META •RESULTADO •PRODUTO •MEIOS •MÉTODOS •DADOS •INSUMOS CAUSAS EFEITO Mão de Obra Matéria Prima Meio Ambiente Medida Máquina Método DIAGRAMA CAUSA E EFEITO / ESPINHA DE PEIXE / ISHIKAWA áreas administrativas = 4 P •FIM •META •RESULTADO •PRODUTO •MEIOS •MÉTODOS •DADOS •INSUMOS CAUSAS EFEITO Pessoal Planta (Layout) Políticas Procedimentos O diagrama é formado por seis braços (seis M - método, mão de obra, matéria prima, máquina, meio ambiente e medida) servem para facilitar a busca das causas, não sendo necessário o preenchimento de todas as causas. Nunca esqueça que os seis “M” servem para provocar a lembrança de possíveis causas, perguntando sobre os métodos utilizados, sobre as matérias primas, sobre as maquinas ou equipamentos utilizados, sobre a mão-de-obra ou pessoas que participam dos processos, sobre a influencia do meio ambiente nos efeitos analisados. Figura: Exemplos de possibilidades de ferramentas de medição na construção civil Uma das definições que costumam gerar dúvidas é sobre a “Medida”, está é utilizada para provocar a lembrança de possíveis causas relacionadas aos equipamentos de medição das variáveis que influenciam o “efeito” analisado. Algumas possibilidades são apresentadas na “Figura: Exemplos de possibilidades de ferramentas de medição na construção civil”. Em serviços e processos transacionais, utilizam-se como categorias básicas: procedimentos, pessoas, ponto, políticas, mediçãoe meio ambiente. Sendo possível utilizar qualquer combinação que atenda as necessidades de quem está conduzindo o processo de montagem do Diagrama de Ishikawa. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 64 de 112 Diagrama de Ishikawa ou Causa e Efeito, também pode ser utilizado como demonstração de um cronograma obra ou atividades, para o mapeamento de processos, ou para demonstrar as etapas de um planejamento, dentre outras aplicações. Existem métodos similares, ou complementares, que podem ser utilizados para a busca das causas (de não conformidades, desempenho de um processo ou departamento da empresa está abaixo do esperado ou de resultados obtidos não desejados). Por exemplo temos a “análise da causa raiz (RCA)”, Cinco (5) Porquês e Análise de árvore de falhas (FTA). (SANTOS, 2020) A avaliação desses problemas deve ser precedida de uma série de observações, análises, testes e levantamento de dados. Para identificar fatores causais, pergunte: 1. Qual a sequência de eventos leva ao problema? 2. Quais condições permitem que o problema ocorra? 3. Que problemas coexistem com o problema central e podem contribuir para ele? É sempre recomendado trabalhar em equipe para resolver problemas, convidando especialistas, gerentes e operadores a participar (dependendo da gravidade do problema), para garantir que você tenha ideias de todos os envolvidos. Normalmente usamos o Diagrama de Causa e Efeito como uma forma de diagnosticar causas de problemas, mas pode ser igualmente eficaz para encontrar as causas de um sucesso. Se encontrarmos as causas de um sucesso, superação ou prazo antecipado, esse tipo de análise pode ajudar a priorizar e divulgar os principais fatores de sucesso em uma área de negócios ou de processos. 4.1.5. Diagrama de Correlação ou de Dispersão Esta ferramenta permite a identificação do possível relacionamento entre variáveis consideradas numa análise. A grande vantagem desta ferramenta é reduzir o número de variáveis que teremos que acompanhar ou analisar. Pois, ao comprovarmos a correlação entre duas variáveis, poderemos acompanhar diretamente somente uma delas, sendo a segunda variável acompanhada por uma fórmula matemática derivada da relação de correlação entre as duas. O diagrama de dispersão é ideal quando há interesse em visualizar o relacionamento entre duas variáveis. Consiste num aglomerado de pontos, distribuídos sobre um plano estabelecido por um par de eixos ortogonais X e Y. As possibilidades principais de resultado são: Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 65 de 112 (a) Elevada correlação positiva; (b) Moderada correlação positiva; (c) Ausência de correlação; (d) Moderada correlação negativa; (e) Elevada correlação negativa; e (f) Correlação não linear. 4.1.6. Histograma O Histograma é utilizado quando queremos medir a variação nos resultados obtidos em relação a uma meta estipulada, para mais e para menos. Esta ferramenta foi pela primeira vez apresentada por A. M. Guerry, em 1883, para descrever análises estáticas sobre os crimes, ela tem como base a ideia de que cada fenômeno tem seu jeito próprio de variar. O histograma é uma representação gráfica que nos permite visualizar a distribuição característica de um fenômeno ou processo. Desde então esta sendo utilizada para descrever os dados nas mais diversas áreas para se obter uma visão geral do conjunto de dados. Histograma Histograma O histograma é um gráfico de barras no qual o eixo horizontal, subdividido em vários pequenos intervalos, apresenta os valores assumidos por uma variável de interesse. Para cada uma destes intervalos é construída uma barra vertical, cuja área deve ser proporcional ao número de observações na amostra cujos valores pertencem ao intervalo correspondente. A curva utilizada no Histograma é chamada de Curva do Sino, Curva Normal ou Curva de Gauss. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 66 de 112 Para sua construção é necessário: coletar os dados; determinar a frequência; determinar a estratificação; determinar a Meta; determinar a amplitude (Curva Normal); determinar os limites Inferior e Superior; construir o gráfico. Um histograma demonstra os limites definidos pela organização para os resultados esperados, que variam em relação a um ponto central, a Meta esperada. Esta variação possível é definida pelo Limite Inferior, pelo Limite Superior e pela Curva Normal. Criando uma área de aceitação como a representada na figura a esquerda. Na figura a direita podemos ver a visão tridimensional do Histograma, que estamos acostumados a ver somente em uma visão Bidimensional. Segundo Kirchner, Arndt. et alii. (2009), a amplitude entre os Limites Inferior e Superior é chamada de “Tolerância”. Como a tolerância é definida segundo os interesses da empresa, o formato do Histograma é definido em função destas decisões. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 67 de 112 4.1.7. Carta de Controle Foi proposto por Walter Shewhart, em 1926, para a eliminação de uma variação anormal e estimando seu significado e desvio padrão. Serve para analisar se o processo esta ou não “sob controle”, através do cálculo de três parâmetros: Linha Central de Controle; Limite Superior de Controle; Limite Inferior de Controle, onde é definido um gráfico de controle para viabilizar o monitoramento contínuo. Usa-se este tipo de gráfico para verificar se o processo está “sob controle” e para controlar a variabilidade. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 68 de 112 O gráfico permite acompanhar um processo ou uma variável, definindo uma faixa (entre os limites inferior e superior, onde não é necessária uma ação imediata. Quando se percebe que o resultado ficou abaixo do limite inferior, deve-se tomar uma ação corretiva para que o processo ou variável volte a á área de controle. Quando se percebe um resultado acima do limite superior, surge uma oportunidade de analisar as causas que permitiram este resultado. Podendo ser descoberta uma nova forma para atingir resultados melhores. Em determinadas situações a organização pode definir duas linhas de limites inferiores e/ou superiores, dependendo de seu interesse ou necessidade. Uma questão importante na montagem de qualquer gráfico é demonstrar de forma fácil e visível qual o sentido que apresenta os melhores resultados. Para isto sugere-se que seja colocada nos gráficos uma seta indicativa demonstrando o sentido dos melhores resultados esperados (melhor ou pior). Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 69 de 112 A “Curva S”, tal como a “Curva ABC”, é outra curva de aspecto particular e característico, representativa de “fatos” no dia-a-dia da construção civil. Ela é muito usada e particularmente útil para as atividades de planejamento e controle. Porque fornece uma visão que propicia uma interpretação bastante sensível e prática para ajustes e adequações tanto na fase do planejamento quanto na do controle. http://operandobien.blogspot.com/2007/05/curva-abc-objetividade-aplicada.html Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 70 de 112 4.1.8. Exemplos Neste exercício o objetivo é perceber as diversas formas de estratificação que são possíveis, dependendo do interesse do gestor ou da empresa. Agora percebemos que muitas vezes podemos receber dados errados,ou repetidos, que podem influenciar nos resultados se não estivermos atentos (exemplo: “carga cor errada”). Quando isto ocorre temos a possibilidade de não perceber o erro, transferindo informações erradas para todas fases da análise do processo. Na situação apresentada temos a possibilidade de apresentar uma forma de Estratificação em fases, ou em etapas, de forma a permitir diversas análises da situação (por partes componentes da caneta, e por etapas de cada parte componente). Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 71 de 112 Uma Folha de Verificação é um formulário para preenchimento dos dados que temos interesse, assim, a definição do que buscar define os dados principais de uma Folha de Verificação. A inclusão de outros dados ou informações deve ser avaliada quanto a necessidade ou oportunidade, pois se não agregam valor, agregam somente custos ao processo. Este exemplo permite visualizar aplicação do Gráfico de Pareto a uma situação similar a rotina de uma empresa, com um número de variáveis grande. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 72 de 112 Aqui vamos exercitar a busca de causas em duas situações, exercitando a integração das informações utilizadas nos exercícios anteriores, e a experiência pessoal na rotina da Unisul. Como a discussão sobre aplicação no mercado de ações está sempre presente, nos utilizados de dados do IBOVESPA, e das ações de duas empresas para perceber o uso prático da Análise de Correlação. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 73 de 112 Neste exercício é esperada a demonstração da competência na montagem do Histograma, percebendo seus limites, e uma análise dos resultados. Da mesma forma que no exercício anterior é esperada a demonstração da competência na montagem do Gráfico de Controle, percebendo seus limites, e uma análise dos resultados. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 74 de 112 5. MÉTODOS E TÉCNICAS PARA O CONTROLE DA QUALIDADE Neste capítulo são apresentados diversos métodos e técnicas importantes para a realização das atividades de Controle da Qualidade. Mas estes métodos e técnicas são, também, muito úteis e importantes no processo de gerenciamento de todas as atividades de um profissional. 5.1. Ciclo P D CA O Ciclo PDCA vem das palavras em inglês: Plan, Do, Check, Action. É uma das ferramentas gerenciais utilizadas para análise, para planejamento e para a tomada de decisões. Foi criado por Walter Shewhart como um ciclo de análise e melhoria, em meados da década de 20, e sua utilização foi divulgada por Deming como uma sequência lógica de quatro etapas repetitivas para a melhoria e a aprendizagem contínuas (roda de Deming, Ciclo de Deming ou como a espiral contínua da melhoria). O ciclo PDCA (Planejamento, Execução das Tarefas, Verificação, Atuação Corretiva) é um ciclo de ações que deve ser seguido conscientemente para atingir-se com sucesso qualquer objetivo, é um método gerencial de tomada de decisões para garantir o alcance dos objetivos definidos. O ciclo PDCA onde o “Action”, é definido como “ação corretiva” foi definido para ser utilizado na análise de problemas. O Ciclo PDCA como método é bem mais amplo e por este motivo deve ser utilizado em sua forma genérica, como demostrado a seguir. Onde o “Action”, é definido como “agir em função dos resultados”. Esta forma de definição permite utilizar o PDCA para análise de problemas, mas também, para planejamento, padronização e ações de melhorias. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 75 de 112 Segundo Falconi (1996), o Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Action) tem as seguintes etapas: 1. Planejamento: Estabelecer metas, estabelecer o método para atingir as metas. 2. Execução: Educar e treinar as pessoas no método escolhido, executar o planejado e coletar dados para próxima etapa. 3.Verificação: Comparar os resultados obtidos com as metas. 4. Atuação corretiva: Se as metas foram alcançadas, adotar o método utilizado como padrão; se não foram atingidas as metas, agir sobre as causas do não atingimento das metas. Como destacado por Deming o Ciclo PDCA é uma espiral contínua da melhoria, a cada aplicação – giro do PDCA, devemos melhorar – evoluir. Este modelo de melhoria contínua (Kaisen) fica bem demonstrado na imagem da escada em caracol, a cada giro do PDCA subimos para um novo patamar, para um novo andar. Evoluindo sempre, melhorando sempre. Deming destaca que devemos ter o cuidado de colocar sistemas “anti-recuo”, que irão impedir a volta ao estado anterior, evoluindo assim como uma espiral ascendente. Os seres humanos têm a tendência de voltar a situações anteriores, se acomodar, mesmo que a situação anterior não fosse a melhor. Mas já era conhecida ... as mudanças assuntam, geram medo do novo. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 76 de 112 Falconi (2007), quando as pessoas declaram que já conhecem o desenho do PDCA, costuma alertar: "Cuidado gente, se vocês estão pensando que já conhecem esta figura, eu lhes afirmo que vocês podem saber desenhá-la, mas usar no dia- a- dia é uma coisa bem diferente!". Ele destaca que não dá para usar bem o PDCA (melhoria da operação) sem o SDCA (boa operação), pois é difícil melhorar o que é aleatório. Inicialmente as empresas devem garantir a disciplina operacional ou a boa execução do trabalho padronizado. Esta garantia somente é obtida pela padronização de processos e tarefas, por um treinamento exaustivo e uma participação voluntária e alegre do operador. Falconi (2007), ressalta ainda que também é necessário monitorar os resultados para verificar a estabilidade dos resultados dos processos. Quem deve realizar a correção dos desvios é a própria equipe que desenvolve a atividade, atingir este resultado é o auge de um bom SDCA. Uma empresa com um bom PDCL é a verdadeira "Empresa que Aprende" (learning organization). Na década de 90, Peter Senge, professor do MIT, popularizou este conceito através do livro “A Quinta Disciplina”. Uma importante adaptação do Ciclo PDCA foi introduzida com a explicitação da visão de Deming de aprendizado e melhoria utilizando o Ciclo PDCA, assim o mesmo passa ser nominado de PDCL, onde o “L” vem de learning – aprendizado. Esta definição é utilizada no MEG – Modelo de Excelência de Gestão da Fundação Nacional de Qualidade e nas mais recentes versões da Norma ISO 9000. Fonte: acesso 16set19 - https://engeteles.com.br/ciclo-pdca/ Um ponto muito importante sobre o PDCA, é que o mesmo tem pontos de início diferentes dependendo da situação. Quando temos uma situação nova, o ciclo será o PDCA, que inicia pelo planejamento e a definição das metas e objetivos a serem alcançados. O Ciclo PDCA tem basicamente três formas de aplicação: 1. Situação Nova: definir etapas para transformar uma ideia em realidade, verificando os resultados. (planejamento e execução da nova situação); 2. Rotina – Situação conhecida: acompanhar o ciclo de um processo ou atividade, padronizando e melhorando (realizar o diagnóstico da situação encontrada); 3. Análise de problemas: avaliar o problema para buscar causas e eliminá-las. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 77 de 112 5.1.1 Situação Nova Método para um PDCA de Planejamento (Etapa de Planejamento): P – planejar • Meta: definir as metas a serem alcançadas (o que, quando e onde). • Métodos: como serão atingidas as metas, de que forma,com quais métodos de planejamento. D – executar • Educar e treinar: o local onde será realizado é conhecido? O método escolhido já é conhecido? Se não forem, qual a metodologia a ser utilizada para o treinamento. • Executar: descrever, em detalhes, como foi realizada a execução do planejamento, com seus pontos negativos, positivos e explicação sobre o resultado final (as metas foram atingidas?) C – verificar • Listar todos os pontos negativos e positivos (de acordo com o descrito na execução), podendo ter acréscimos em função da análise realizada. A – agir em função dos resultados • Para cada tópico da verificação, definir qual ação será realizada. • ações positivas: padronizar ou melhorar, ou ... • ações negativas: realizar a análise de problemas, eliminar ou ... Fazer o novo “giro do PDCA” utilizando-se do aprendizado obtido nesta etapa. Exemplo para uma viagem ao Egito PDCA de Planejamento (Etapa de Planejamento): P – planejar • Meta: visitar o Egito, no mês de fevereiro, ficar entre 8 a 12 dias. • Métodos: pretendo ir de avião, comprar a passagem pessoalmente, contratar um programa terrestre. D – executar • Educar e treinar: estudar as condições no Egito em fevereiro (clima, segurança, custos, feriados...). Verificar os trajetos e custos dos voos no período desejado. Estudar os programas de passeios terrestres disponíveis. Verificar documentação necessária. • Executar: o clima em fevereiro varia de 15º as 35º. Sem feriados. Sem grandes riscos em segurança. Custos mais caros por ser alta temporada. Voo entre R$4900 a R$ 6000. Os voos podem ir pela Europa, Marrocos, ou Istambul, existe a possibilidade de abrir o trajeto de voo. Pacotes de 8 dias US1500, de 11 dias US2100, com passeio no Nilo, empresa Europamundo, em hotéis 5 estrelas. Os quartos são para duas pessoas, valor individual, ou ficam mais caros. Levar em conta a limitação de bagagens. • Decidido voo por Roma, comprando no site da Latam, abrindo o voo na volta e aproveitando alguns dias. Aumentou os custos em R$ 2000. Contratar o pacote de 8 dias da CVC/Europamundo. Terei que reduzir as compras para não pagar excesso de bagagem. Custos: voo – R$ 5400; pacote – US 1500 (8 dias); despesas Roma – R$ 2000; despesas extras – R$ 3000. Total: R$ 16400 C – verificar • pontos negativos: aumento de custos para visitar Roma, redução do período no Egito, redução das compras pelo limite de bagagens, viajar em dupla para reduzir custos. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 78 de 112 • pontos positivos: possibilidade de duas viagens em uma (Egito e Roma) por um custo total menor, temperatura boa, segurança sem problemas graves previstos, sem feriados previstos, viajar em dupla. A – agir em função dos resultados • ações positivas: • possibilidade de duas viagens em uma (Egito e Roma), tentar sempre que possível abrir as passagens. • temperatura boa: escolher períodos com temperatura boa. • Segurança, feriados: avaliar as questões situacionais. • ações negativas: • aumento de custos: avaliar outros períodos com custos menores. • limite de bagagens: avaliar bonificações companhias aéreas. • viajar em dupla: encontrar uma dupla que vale a pena ... Fazer o novo “giro do PDCA” utilizando-se do aprendizado obtido nesta etapa. 4.2.1. Situação Nova Método para um PDCA de Planejamento (Etapa de Execução): P – planejar • Meta: as metas a serem alcançadas estão definidas? (o que, quando, quem, onde, por que, quanto?). Resultados esperados. • Métodos: como serão atingidas as metas, de que forma, com quais métodos (procedimentos, plano operacional, padrões). D – executar • Educar e treinar: definir se cada método escolhido já é conhecido, e se não for, qual a metodologia a ser utilizada para o treinamento. Resultados do treinamento? • Executar: descrever, em detalhes, como foi realizada a execução com seus pontos negativos (não conformidades), positivos e explicação sobre o resultado final (as metas foram atingidas?). Listas de Verificação, registro de dados. C – verificar • Listar e analisar todos os pontos negativos e positivos (de acordo com o descrito na execução), podendo ter acréscimos em função da análise realizada. Gráficos de Controle. Gráfico de Pareto. A – agir em função dos resultados • Para cada tópico da verificação, definir qual ação será realizada. Plano de ação. • ações positivas: padronizar ou melhorar, ou ... • ações negativas: ações corretivas, nova análise de problemas, eliminar ou ... Fazer o novo “giro do PDCA” utilizando-se do aprendizado obtido nesta etapa. Exemplo PDCA – Planejamento (etapa de execução): P – planejar • Meta: visitar o Egito, no mês de janeiro, roteiro de 8 dias incluindo passeio no Nilo. Visitando na volta Luxemburgo. • Métodos: voo de ida e volta por Frankfurt, comprando no site da Latam. pacote de 8 dias no Egito da CVC/Europamundo. Ida a Luxemburgo de trem, hospedagem em hotel. Controlar as compras. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 79 de 112 D – executar • Educar e treinar: estudar o roteiro da viagem. Verificar as regras do voo. Verificar as regras dos hotéis definidos no pacote. Informar a família sobre o roteiro. • Executar: o embarque foi realizado em Florianópolis, sem problemas. Foi necessário esperar 9 h no aeroporto de Guarulhos, não tinha hotel e nem área de descanso. O voo até o Cairo foi tranquilo. Na chegada ao Cairo foi necessário pagar a taxa de visto no aeroporto. A empresa foi buscar no aeroporto e levou até o hotel. Foram realizados os passeios programados sem problemas. Foram realizadas muitas compras nos mercados do Cairo. No passeio de barco sofremos com o enjoo, não tínhamos levado remédios. No final do pacote a empresa levou até o aeroporto. Paga taxas extras pelo excesso de bagagens. Voo tranquilo até Frankfurt. A viagem de trem foi tranquila e sem novidades até Luxemburgo. O hotel e os passeios foram tranquilos. Foi possível se comunicar em português na maioria dos locais em Luxemburgo. Retorno e embarque em Frankfurt foi tranquilo. Voo sem novidades. Chegada ao Brasil. C – verificar • pontos negativos: espera no aeroporto de Guarulhos. Necessidade de pagar taxas de visto no Cairo. Falta de remédios para enjoo. Necessidade de pagar taxa extra de bagagens. • pontos positivos: os passeios transcorreram dentro do programado. A inclusão de Luxemburgo foi interessante e barata. A compra do pacote de passeio deu tranquilidade aos passeios. A – agir em função dos resultados • ações positivas: manter o procedimento de comprar pacote de passeios terrestres. Procurar incluir paradas intermediárias nas viagens. • ações negativas: analisar os tempos de espera nos aeroportos. Verificar necessidades de remédios. Comprar antecipadamente peso extra de bagagens. Verificar a necessidade de visto. 5.1.2. Rotina – Situação conhecida: Quando estamos analisando um processo, ou rotina, que já está em execução, o ciclo será CAPD. Neste caso o ciclo deverá iniciar pela análise do que está acontecendo (realizar um diagnóstico), o “C”, onde iremos verificar os resultados obtidos e com base nestes agir para padronizar os procedimentos se os resultados são os esperados, ou agir corretivamente para implantar as modificações necessárias quando os resultados obtidos não são os esperados ou quando os mesmos devem ser melhorados. Etapas CAPD - Rotina: C – verificar • Analisar a situação, seus pontos negativos e positivos, oportunidades de melhoria. Histórico. Depoimentos. Gráficos de Controle. Gráfico de Pareto. Dados. A – agir em função dos resultados • Para cada tópico da verificação, definir qual ação será realizada. Plano de ação. • ações positivas: manter, padronizar ou melhorar, benchmarking, ou ... • ações negativas:ações corretivas, análise de problemas, eliminar ou ... • oportunidades de melhoria: análise e planejamento de implementação P – planejar • Meta: definir, atualizar ou validar as metas a serem alcançadas (o que, quando e onde). • Métodos: como serão atingidas as metas, de que forma, com quais métodos (procedimentos, plano operacional, padrões). Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 80 de 112 D – executar • Educar e treinar: definir se cada método escolhido já é conhecido, e se não for, qual a metodologia a ser utilizada para o treinamento. Resultados do treinamento? • Executar: descrever, em detalhes, como foi realizada a execução com seus pontos negativos (não conformidades), positivos e explicação sobre o resultado final (as metas foram atingidas?). Listas de Verificação, registro de dados. Fazer o novo “giro do CAPD” utilizando-se do aprendizado obtido nesta etapa. 5.1.3. Análise de problemas Etapas PDCA – análise de problemas O procedimento do PDCA na análise de problemas será analisado em etapa posterior nos nossos estudos, quando estudarmos os métodos de análise e solução de problemas. Ahuja (1994) propõe um “ciclo de vida” para os projetos da construção civil, o ciclo CDEF, composto por quatro fases: - Concepção, (Conceive) - Desenvolvimento, (Develop) - Execução e (Execution) - Finalização (Finish) Durval Muniz de Castro (1994) em sua investigação do caráter humano da qualidade fez uma adaptação do Ciclo PDCA para o português, chamando de Ciclo VIDA: visão, implementação, discernimento e ajuste. Castro afirma que o Ciclo da Qualidade não deve ser encarado somente como um instrumento de racionalidade e controle, e em seus estudos procura demonstrar sua relação com a criatividade e a motivação das pessoas. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 81 de 112 5.2. Fluxograma O fluxograma é um diagrama utilizado para representar o fluxo (ou sequência) das diversas etapas de um processo qualquer. São utilizados símbolos ou desenhos para representar as etapas, ou atividades, de forma a permitir o fácil entendimento para todos. Para o desenho do fluxograma do processo podemos utilizar diversas formas e desenhos de símbolos para significar as atividades desenvolvidas, as decisões, etc. Como pode ser visto na imagem a seguir. Para simplificar o estudo, e permitir a qualquer pessoa entender o fluxograma definido, sugiro utilizar o mínimo de símbolos possíveis. Assim, utilizo somente cinco símbolos: início, atividade desenvolvida, conector, decisão e fim. Destaca-se a importância de colocar os símbolos de início e fim, pois o fluxograma como uma representação visual deve facilitar a compreensão. Sem estes simples símbolos, qualquer pessoa ao tentar ler o fluxograma terá que ficar procurando descobrir onde o mesmo inicia e termina. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 82 de 112 Quando uma atividade desenvolver um “loop” a linha de caminho deve ser conectada no centro da linha que antecede a atividade que será realizada a seguir. Todo fluxo deve ter somente um “fim” e um início, quando necessário leve a flecha ou faça um conector para o “fim”. Sugiro, também, incluir a discussão do tempo de setup, as atividades de preparação do processo (insumos e fornecedores). Pois isto completa o processo e demonstra problemas invisíveis. Sua grande utilidade é permitir que todos os participantes desenvolvam uma visão completa do processo e, ao mesmo tempo permitir que cada pessoa tenha uma melhor percepção de qual o seu papel no processo e de como seu trabalho influi no resultado final. Outra utilização importante para o fluxograma é fazer o fluxograma de como as atividades estão sendo feitas na prática e compará-lo com o fluxograma de como as atividades deveriam estar sendo feitas. Isto pode revelar a origem de alguns problemas. Para fazer o fluxograma reúna a equipe envolvida com o processo, e desenvolva o fluxograma de forma conjunta. Muitas vezes é possível obter informações sobre o processo no Manual de Procedimentos, no Procedimento Operacional Padrão – POP, na Norma Operacional Padrão - NOP, ou nas Instruções de Trabalho – IT (depende no nome adotado pela empresa. Para termos uma melhor compreensão do processo utilizamos o 5W1H para detalhar cada atividade ou indicador. Com isto o mapa do processo pode ser utilizado como uma forma de gerenciamento do conhecimento, permitindo que qualquer um possa utilizar este mapa para estudar e realizar o processo. Se for necessário a análise de custo por atividade usamos o 5W2H. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 83 de 112 5.3. Método 5 W 1 H (4Q1POC) O mais antigo registro está no “Tratado sobre Oratória”, escrito por Marcus Fabius Quintilianus entre os anos 30 e 100 D.C, esse tratado se refere à obras discursivas, a crítica literária e ensinamentos morais. Quintilianus: para se obter a compreensão do público sobre qualquer tema era necessária a utilização do hexágono de perguntas (e respostas): O QUE, QUEM, QUANDO, ONDE, POR QUÊ e COMO. O poeta e contista inglês Rudyard Kipling (1865-1936) compôs a seguinte trova: Seis fiéis colaboradores, ensinam-me tudo que demando. São eles: O Que, Quem, Onde, Quando, Por Quê e Como. Quando se acrescenta o item “quanto custa” (HowMuch) teremos o método 5W 2H. O 5W 2H é conhecido como “o sonho do subordinado” ou “a esperança do líder”: • O empregado sempre sonhou em receber as ordens sob a forma de 5 W 2H: o que se deve fazer, quem é o responsável, onde deve realizar a tarefa, quando deve fazer, porque deve fazer, como deve realizar a tarefa e quanto custará. • O líder sonha que os subordinados lhes tragam os problemas sob a forma de 5W 2H: o que está acontecendo, quem pode resolver o problema, onde está o problema, quando ele pode ser solucionado, por que ele deve ser resolvido com urgência, como pode ser solucionado e quanto custará. O mesmo 5W2H tem várias formas de utilização, e saber como aplicar cada uma delas é extremamente importante para que os resultados desejados sejam atingidos. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 84 de 112 5.3.1. MÉTODO 5 W e 2 H - Resumo de Notícias - Briefing O Método 5W2H pode ser considerado uma das bases dos cursos de jornalismo, e isto pode ser percebido ao lermos qualquer uma notícia. Quando podemos perceber que este método orienta toda a construção da notícia. Este conhecimento é muito importante para quando tivermos que ter um relacionamento com profissionais da imprensa, pois eles irão buscar estas informações durante uma entrevista. Para estes profissionais o resumo da notícia ou Briefing, é a base para entrevista ou para construção da notícia. Se você estiver gerente, e for ser entrevistado, prepare antes um 5W2H do assunto, para estar preparado para as perguntas. 5.3.2. MÉTODO 5 W e 2 H – Planejamento, Plano de Ação, Propor Solução A forma de aplicação do 5W2H para um Plano de ação é demonstrada a seguir: Ao preencher o 5W2H para um Plano de Ação, temos que ter em mente sempre a seguinte relação: todas as ações devem estar relacionadas com o “O que?” será realizado. Por exemplo: O que será feito? Comprar uma caneta. Quem será responsável pela “Compra da Caneta”? Onde será comprada a caneta? Até quando será comprada a caneta? Por que temos que comprar a caneta? Como será realizada a compra da caneta? Quanto custará a compra da caneta? Quanto custará não comprar a caneta? Temosque ter alguns cuidados na aplicação do 5W2H: - Sempre a resposta do “Quem?” deve ser um nome, um responsável. Alguém que irá assumir a responsabilidade pela implantação da solução. Nunca devemos usar expressões como: Grupo de trabalho, área “tal”, todos, etc. Quando necessitarmos referenciar a uma área, deveremos citar o responsável e a área, exemplo: João, Divisão Compras. - O “Quando?” deverá definir um prazo definido para implantação da solução ou plano de ação, ou o prazo final para conclusão (Até Quando?). Sempre definido por um período de tempo preciso, uma data (dia/mês/ano), um período de tempo (hora, minutos e segundos), este período de tempo definido em função da situação em análise. Nunca devemos usar expressões como: semana que vem, imediatamente, amanhã, etc. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 85 de 112 - O “Por que?” define a motivação para realização deste plano de ação. Está relacionada a análise do problema que será solucionado com a implantação deste Plano de Ação, ou a causa que motivou a realização deste Plano de Ação (atender ao planejamento, a orientação da chefia, ou outras causas); - O “Quanto?” deve demonstrar claramente o total necessário a ser investido. É de extrema importância, pois será o motivador para que a área financeira das organizações se comprometa a auxiliar e liberar os recursos necessários. Outro ponto importante é definir o “Quanto” custa não implantar este Plano de Ação, se definirmos claramente estes dois pontos, será muito difícil alguém se responsabilizar por este prejuízo ou custo da não solução. 5.3.3. MÉTODO 5 W e 2 H – Análise de Problema Já quando estamos aplicando o 5W2H para análise de problemas temos que ter um grande cuidado, pois a forma de utilizar o 5W2H se transforma para 4H2W1H. Pois somente assim poderemos deixar o final a análise das possíveis causas do problema em estudo. Este modelo é apresentado a seguir: Temos que ter alguns cuidados na aplicação do 5W2H: - Sempre a resposta do “Quem?” deve ser um nome, um responsável. Quem que irá assumir a responsabilidade pela implantação pela apresentação do problema. Quem são as pessoas, áreas, empresas, etc. que estão envolvidos(as) no problema. Quando necessitarmos referenciar a uma área, deveremos citar um responsável pelo contato na área ou empresa. Exemplo: João, Divisão Compras. - O “Quando?” deverá definir um tempo preciso que torne claro o momento da ocorrência do problema, o período ou o início do problema (Desde Quando?). Sempre definido por um período de tempo preciso, uma data (dia/mês/ano), um período de tempo (hora, minutos e segundos), este período de tempo definido em função da situação em análise. - O “Por que?” define a motivação para realização desta análise de problema. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 86 de 112 - O “Quanto?” é de extrema importância, pois será o motivador para que a área financeira das organizações se comprometa a auxiliar e liberar os recursos necessários. Se definirmos claramente quanto custa ter o problema, quanto custa não resolver o problema, será muito difícil alguém se responsabilizar por este prejuízo ou custo da não solução. Como vimos dependendo do uso do 5W2H, teremos que ajustar a forma de perguntar para avaliamos problemas ou para propor soluções. Perguntas Avaliar Problemas (Analisar) Propor Soluções (Planejar) What O quê é o problema? vai ser feito? Qual a ação? Who Quem está envolvido? será o responsável? Where Onde ele se encontra? será implantada? When Quando ele ocorre? Ou, desde quando? será feito? Why Por quê ocorre? foi definida esta solução? How Como surgiu o problema? vai ser implementada? HowMuch Quanto Custa ter este problema? esta solução? Fonte: Adaptado de Ferramentas da Qualidade, BANAS, 30/3/2009 - Jornal Digital nº 48 Alguns autores brasileiros costumam traduzir o 5W2H, utilizando a seguinte expressão: Ferramenta 4Q1POC. No exemplo apresentado na figura anterior, podemos ver outra situação muito especial, a colocação de uma coluna onde é definido com qual indicador será acompanhado o plano de ação. Para Edson Fujita (2015), podemos ter muitas utilizações para o 5W2H, e na sua visão a ferramenta fica mais completa quando acrescentamos mais dois “W” - Qual o Plano B (What if?) Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 87 de 112 para este local? Qual o grau de comprometimento desta etapa e das pessoas na realização desta etapa? (Will?). Outras perguntas de apoio no 5W2H: • Wins? Condições de Sucesso? • Whom? Quem? Como objeto. • Whose? Quem? Como possuidor. • What kind it? Que tipos? • Which? Quais? Usado em listas. • How Much? Por quanto? No sentido financeiro, ou no sentido de quantidade inumeráveis • How many? Quantos? • How far? Qual a distância? • How long? Por quanto tempo? • How ofen? Com que frequência? Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 88 de 112 5.4. Brainstorming Segundo a Sociedade Latinoamerica para a Qualidade, a “chuva de ideias” ou Brainstorming foi criada em 1941 por Alex Osborne, como uma técnica de grupo para gerar ideias. Utilização: para expor e buscar ideias do grupo; buscar novas ideias para solução de problemas. Cuidados: não debater as ideias; não ridicularizar as ideias; não permitir o monopólio de sugestões; deixar os chefes e lideres por último (inicie sempre a solicitação de sugestões pela direita ou pela esquerda do chefe, de forma que este seja o último a falar – isto permite ao chefe analisar todas as ideias apresentadas antes de falar, ao mesmo tempo que não inibe os empregados em função do chefe já ter apresentado sua visão do assunto); determinar um tempo limite para geração de ideias. Como fazer: escrever cada ideia como apresentada; registrar de modo visual a todos; permitir que cada pessoa apresente uma ideia de cada vez ou que as registre por escrito; circular a solicitação de ideias; rediscutir com base nas ideias apresentadas. Procedimento: Segundo BANAS (2004)há duas fases envolvidas: a) Fase de geração: O facilitador repassa as diretrizes e o objetivo da sessão de brainstorming e os membros da equipe elaboram uma relação das ideias. O objetivo é gerar o maior número possível de ideias. Sequencialmente, cada membro da equipe apresenta uma única ideia por vez; neste estágio, as ideias não são criticadas, nem discutidas; as ideias são registradas onde todos os membros da equipe possam vê-las; o processo continua até que não haja mais geração de ideias. b) Fase de esclarecimento: A equipe analisa a lista de ideias para certificar-se que cada um entendeu todas as ideias. A avaliação destas ideias será feita depois de terminada a sessão de brainstorming. Também podemos utilizar outra Ferramenta da Qualidade para auxiliar na busca de ideias ou causas de um problema, como o Diagrama de Ishikawa. Que irá auxiliar a pensar em outras causas. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 89 de 112 O Brainstorming é um método que deve ser utilizado em conjunto com outros métodos, para provocar a iniciativa, a criatividade e a busca de causas para problemas. Mas definidas as causas possíveis de um problema, as possíveis soluções para uma necessidade, ou um conjunto de ideias para inovação, necessitaremos priorizar as mesmas ou buscar definir as causas fundamentais. Para isto iremos necessitar de Métodos de Priorização. 5.5. Métodos de Priorização Métodos para priorização de causas: - BOM SENSO - CONSENSO RÁPIDO - CONSENSO TÉCNICO BOM SENSO: se existe uma solução queparece óbvia a todos os participantes, não se deve investir tempo e recursos na busca de uma solução mais técnica. Assim, a prática sugere que deve ser implantada esta solução. Se o tempo comprovar que a solução implantada não atendeu as expectativas, então se deve rever a solução implantada. E, utilizar todas as técnicas e métodos para buscar a verdadeira causa de forma a eliminá-la e solucionar o problema. CONSENSO RÁPIDO: uma forma de atingir um consenso de forma rápida para as possíveis causas levantadas é solicitar aos participantes que escolham três das causas levantadas. Utilizamos a solicitação de três causas para que as pessoas possam votar nas suas próprias ideias, na sugestão do chefe e ainda, escolher aquela que realmente consideram a real causa do problema. Com esta técnica conseguimos obter das pessoas envolvidas a tendência da possível causa principal, de uma forma rápida. CONSENSO TÉCNICO: quando temos um problema para o qual não existe um consenso para o possível causa, ou as causas merecem uma análise mais técnica, devemos utilizar um método de priorização (Matriz de Priorização) que permita analisar as possíveis causas sob diversos ângulos. Para estas situações deve-se utilizar métodos como REI ou GUT. Os profissionais podem utilizar estes métodos puros ou escolher as opções mais adequadas ao problema em estudo fazendo um “mix” entre REI e GUT, por exemplo: criando uma opção RGI (Resultado – Gravidade – Investimento). Tenha em mente que um bom critério é aquele que é obtido de forma simples, a partir de dados disponíveis e objetivos, e que reflita o resultado desejado. Quando há Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 90 de 112 diversos critérios, pode ser interessante definir quais são mais importantes, nesse caso, podemos estabelecer um peso para cada critério. Um problema muito comum é quando os grupos que estão analisando ficam em dúvida sobre a pontuação a ser definida. As vezes são criados longos debates, por exemplo: alguns defendem a pontuação “3” e outros “5”. Neste caso, simplesmente coloque a pontuação intermediaria “4”, isto reduz o tempo de análise e não irá influenciar no resultado. Quando há diversos critérios, pode ser interessante definir quais são mais importantes, estabelecendo um peso para cada critério. Outra opção importante para a organização e para os profissionais envolvidos na análise dos problemas é utilizar o Plano Estratégico da organização para definir os fatores de avaliação. Principais benefícios da utilização das matrizes de priorização: 1. Elenca os problemas mais sérios olhando para a organização; 2. Facilidade e simplicidade na priorização de planos de ação; 3. Facilidade em explicar e, consequentemente, disseminar uma cultura de priorização; 4. Imparcialidade e factualidade ao analisar diferentes problemas sobre os mesmos aspectos; 5. Melhor alocação dos recursos, evitando desperdícios e buscando alta performance. Método GUT A Matriz GUT possibilita uma perspectiva técnica de um conjunto de opções, sendo imparcial quanto ao que precisa ser feito primeiro. É claro que, para que isso aconteça, é necessária uma análise séria das particularidades de cada uma das causas dos problemas analisados (ou das propostas e ideias) e de diferentes perspectivas. No modelo original as pontuações são multiplicadas para se ter uma perspectiva bem clara da prioridade, mas na prática, muitas vezes utilizo a soma das pontuações, para facilitar no momento da reunião. A matriz GUT utiliza três variáveis (Gravidade, Urgência e Tendência) para mensurar o impacto dos problemas e, consequentemente, contemplar na priorização. A escala de pontuação pode ser de 1 a 5, ou de 1 e 3, como apresentado nos exemplos a seguir. Também é possível utilizar perguntas-chaves para apoiar na mensuração da escala de cada uma das variáveis GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA G U T 1. Sem gravidade 2. Pouco grave 3. Grave 4. Muito grave 5. Extremamente grave 1. Não tem pressa 2. Pode esperar um pouco 3. O mais cedo possível 4. Com alguma urgência 5. Ação imediata 1. Não vai piorar 2. Vai piorar em longo prazo 3. Vai piorar em médio prazo 4. Vai piorar em pouco tempo 5. Vai piorar rapidamente Fonte: acesso 1jul20 - https://blog.softexpert.com/matriz-gut-entenda-o-que-e-e-como-aplica-la-na-priorizacao-de- problemas-e-planos-de-acao/ https://blog.softexpert.com/matriz-gut-entenda-o-que-e-e-como-aplica-la-na-priorizacao-de-problemas-e-planos-de-acao/ https://blog.softexpert.com/matriz-gut-entenda-o-que-e-e-como-aplica-la-na-priorizacao-de-problemas-e-planos-de-acao/ Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 91 de 112 Método REI O método REI é similar ao GUT, somente com a alteração dos fatores de análise. Onde “Exequibilidade” mede a facilidade de execução da alternativa em análise. O Programa de Melhoria da Gestão Pública – Gespública utiliza o Método QPAP Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 92 de 112 Na construção civil é muito comum o uso do Método SEFTI: Concluindo, você pode definir um sistema próprio de fatores de avaliação para atender as suas necessidades. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 93 de 112 5.6. Itens de Controle Como já dizia Deming: A diferenciação entre Item de Controle e Item de Verificação é hoje mais utilizada na academia, nas empresas é mais comum o uso da expressão “item de controle” para as duas situações. Para entendermos sobre os Itens de Controle necessitamos recordar algumas definições importantes sobre os mesmos. Nos métodos de qualidade os itens de controle devem refletir as quatro dimensões da qualidade, que medem o resultado de um processo de acordo com as necessidades das pessoas interessadas neste processo (partes interessadas ou stakeholders). Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 94 de 112 · QUALIDADE INTRÍNSECA: É medida através das características da qualidade dos produtos ou serviços finais ou intermediários da Organização. A qualidade intrínseca é um processo amplo, de responsabilidade de todos na organização. · CUSTO: É medido analisando todos os custos incorporados no produto ou serviço (custos finais e intermediários). Busca-se um custo que o cliente possa pagar. · MORAL: Esta é uma dimensão que mede o nível médio de satisfação de um grupo de pessoas, envolvidas no processo de elaboração do produto ou serviço. É a dimensão que mede o processo de motivação das pessoas envolvidas no processo. · SEGURANÇA: nesta dimensão avalia-se a segurança dos funcionários e a segurança dos usuários do produto ou serviço. · PRAZO / ENTREGA: são medidas as condições de entrega dos produtos ou serviços finais e intermediários. · ATENDIMENTO: avalia-se a postura, cortesia e clareza de informações repassadas aos clientes. Os Indicadores de Controle ou de Desempenho são o resultado da mensuração de determinada característica de produto, processo ou serviço que irá gerar dados para a tomada de decisão de forma sistêmica na empresa. Exemplos de Indicadores de desempenho em uma empresa: • Aqueles que medem o desempenho da empresa em seu mercado, entre seus clientes; • Os econômico-financeiros, que medem a saúde financeira de uma empresa; • Indicadores de desempenho das pessoas que trabalham na empresa. Lembremos que a inovação, o aprendizado e o conhecimento vêm da cabeça das pessoas, não das máquinas); • Indicadores de fornecedores, que medem o atendimento aos acordos feitos e o sucesso de sua gestão, como, por exemplo, para minimizar estoques; • Aqueles indicadoresrelativos aos produtos/serviços e às operações da empresa para produzi-los; • Indicadores da sociedade, que medem como a empresa é percebida e qual é o retorno que ela gera para a sociedade; • Indicadores que medem como são realizadas as atividades dos processos internos (de apoio e organizacionais). Definição de Itens de Controle conforme as necessidades de informação da empresa e sua estrutura de organização e decisão, para Lantelme (1993): • indicadores de desempenho específicos fornecem informações para o gerenciamento específico de uma empresa ou de seus processos individuais. Utilizados no planejamento, controle e melhoria, pelos gerentes e operários da empresa nos processos internos de tomada de decisão; • indicadores de desempenho globais tem caráter mais agregado, para demonstrar o desempenho da empresa ou do setor. Avaliam o desempenho das empresas comparando- as entre si, sob o ponto de vista de fora para dentro, no qual somente os resultados globais das empresas são considerados. A diferença refere-se, essencialmente, aos usuários das informações, demonstrando que existem diferentes ângulos de visão para as mesmas medidas. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 95 de 112 Se formos classificar os itens do controle de acordo com a finalidade da informação (SINK & TUTTLE, 1993), temos: (a) Visibilidade: utilizadas para diagnóstico, identificação de pontos fortes e fracos ou disfunções para propor ações de melhoria. A finalidade principal é despertar e conscientizar a gerência para a necessidade de melhorias e mostrar o desempenho atual; (b) Controle: visam a controlar a variação de desempenho em relação a padrões de comportamento previamente estabelecidos, permitindo, caso necessário, ações corretivas. Pressupões que a empresa tenha um relativo domínio sobre o processo sendo avaliado; (c) Melhoria: identificam oportunidades de melhoria, o impacto dos planos de ação sobre o desempenho dos processos ou da organização. Permitem a comparação do desempenho em relação a metas; (d) Motivação: utilizados para aumentar o nível de envolvimento e motivação das pessoas para a melhoria contínua, tornando os processos mais transparentes e dando aos indivíduos um retorno quanto ao seu próprio desempenho e do processo pelo qual são responsáveis. Quando classificamos os itens de controle por Tipos de Indicadores, temos: • ÍNDICADORES ESTRATÉGICOS: informam o “quanto” a organização se encontra na direção da consecução de sua visão. Refletem o desempenho em relação aos fatores críticos para o êxito; • ÍNDICADORES DE PRODUTIVIDADE: medem a proporção de recursos consumidos com relação às saídas dos processos. Permitem uma avaliação do esforço empregado para gerar os produtos e serviços. Ex: Investimento(R$)= montante investido(R$)/Projetos; • ÍNDICADORES DE QUALIDADE: focam as medidas de satisfação dos clientes e as características do produto/serviço. Medem como o produto ou serviço é percebido pelos usuários e a capacidade do processo em atender os requisitos desses usuários. Ex: Índice de entrega no prazo = Nº de produtos entregues no prazo/Total de produtos entregues; • ÍNDICADORES DE CAPACIDADE: Medem a capacidade de resposta de um processo através da relação entre saídas produzidas por unidade de tempo. Ex: Capacidade atendimento = n° atendimento/mês. Já para Tironi, Silva, e Médici (1992), os seguintes requisitos são importantes na definição de um indicador: (a) Seletividade: relacionados a aspectos essenciais ou críticos do processo a que se referem; (b) Simplicidade: devem ser de fácil compreensão e aplicação, para ser compreendidos pelas pessoas envolvidas no processo; (c) Baixo custo: seus benefícios devem ser maiores que os custos de coleta, processamento e análise; (d) Representatividade: devem ser escolhidos e formulados de forma a representar satisfatoriamente o processo ou produto a que se referem; (e) Estabilidade: devem perdurar ao longo do tempo, com base em procedimentos rotinizados, incorporados às atividades da empresa; (f) Rastreabilidade: devem ser adequadamente documentados, dados e informações utilizados, bem como formulários e memórias de cálculo, inclusive registro do pessoal envolvido na medição; e (g) Abordagem experimental: os indicadores selecionados devem ser inicialmente testados, verificando se as informações obtidas atendem aos objetivos da medição. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 96 de 112 De acordo com o Gespública, o programa de melhoria da Gestão Pública Brasileira, os indicadores de Qualidade e Eficiência podem ser classificados da seguinte forma: Uma definição de metas muito comum hoje são as Metas SMART: Em uma compilação de diversos autores, e práticas temos uma forma de definição bastante completa para qualquer indicador: Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 97 de 112 Estudamos diversas formas e métodos de definição de indicadores, mas para nosso processo de Gerenciamento de Rotina temos que definir no mínimo, para cada indicador: • Nome; Sigla; • Descrição; • Fórmula de cálculo; • Unidade de medida; • Periodicidade do indicador; • Meta e valores referenciais (Limite Superior e Inferior de Controle); • Responsável pelo gerenciamento (nome e área). Exemplo: Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 98 de 112 Sugere-se sempre ter Itens de Controle no início e fim do processo. Sempre é muito importante acompanhar os Itens de Controle de forma gráfica para facilitar a visualização e acompanhamento dos mesmos. Também podem ser utilizados sistemas automatizados para acompanhamento dos itens de controle. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 99 de 112 5.7. Método Análise e Solução de Problemas MASP ou Análise de Falhas – MAF O Método de Análise e Solução de Problemas (MASP), ou ainda, QC Story, é uma metodologia que pode ser utilizada para a análise de problemas, defeitos ou anomalias, podendo até ser útil em melhoria de processos. O Método de Análise de Falha – MAF é um método simplificado de solução de problemas, que utiliza o ciclo do PDCA como ferramenta na solução de problemas simples que não exigem um tratamento mais elaborado de dados, ou seja, é aplicado para resolver anomalias do dia-a-dia, cuja solução envolve um número reduzido de variáveis. Fonte: Adaptado de www.indg.com.br/sobreoindg/metodopdca.asp, acesso em 19abr2012. Ao utilizar o MAF procure seguir rigorosamente todas as etapas, registrando os resultados no formulário mostrado nessa instrução. PASSOS: 1. Saber que tem um problema; 2. Entender o problema (Observação); 3. Identificação das Possíveis Causas (Análise); 4. Priorizar as propostas; 5. Plano de Ação; 6. Execução; 7. Verificação; 8. Agir em Função dos Resultados: Novo Giro, Padronizar, Melhorar, Aprender, Prevenir; 9. Conclusão. Passo 1. Saber que tem um problema A implantação de qualquer método da qualidade deve partir da consciência de que temos problemas. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 100 de 112 Temos que compreender, ou temos que fazer com que as pessoas que trabalham conosco compreendam que da forma que estamos agindo não está atendendo as necessidades das partes interessadas. É com base nessa consciência dos resultados indesejáveis, que iremos buscar soluções. “Um problema bem definido é um problema quase resolvido.” Charles Kettering (inventor) Passo 2. Entender o problema - Observação P R OB L E M A: “É O RESULTADO INDESEJÁVEL DE UM PROCESSO” Como o item de controle mede o resultado de um processo, podemos dizer que: “PROBLEMA É UM ITEM DE CONTROLE COM O QUAL NÃO ESTAMOS SATISFEITOS” Para entender o problema devemos discutir, debater e procurar fazer com que as pessoas envolvidas (que estão diretamente relacionadas com o problema ou que foram convidadas a auxiliar na solução do problema) expliquem e entendam: o problema em análise, contém a história do problema. No método MAF esta etapa inicia pela chamada “Caracterização do Problema”. Nesta fase (muro de lamentações) temos que ter muita paciência, pois para obtermos uma boa Caracterização do Problema, temos que ouvir primeiro sobre situações que afligem as pessoas envolvidas com o problema e que irão aproveitar esta oportunidade para serem ouvidas. Quanto mais informações e quanto mais claras e completas elas forem, mais fácil e objetiva será a análise do problema nas próximas etapas. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 101 de 112 Nesta fase é interessante observar em que circunstâncias problema ocorre, nos aplicaremos um “Ishikawa” não estruturado – estaremos preparando o Brainstorming. Faça as seguintes perguntas: O que está realmente acontecendo? Onde ocorre? Quando ocorre? Como ocorre? Com quem ocorre? Com qual intensidade? Ao perguntar quem está envolvido, estamos buscando saber TODOS os envolvidos no problema, seus nomes, áreas e função que exercem. (podendo ser fornecedores, clientes, recursos e outros) Se possível levante alguns fatos, imagens e dados relativos ao problema para avaliação. Neste momento o 5W2H, na versão de Análise de Problemas (4W2H) é muito útil para auxiliar na análise e compreensão do problema. Esta fase da aplicação do método é também chamada de Observação do Problema. Logo após, para tornar mais obvio o problema e facilitar a sua compreensão, o Método MAF solicita que seja explicado e registrado qual era o Resultado Esperado e qual Resultado é Obtido Atualmente. A comparação entre os dois, permitirá a percepção do problema, pois torna obvio o “Gap”, diferença entre o resultado esperado e o resultado obtido. RESULTADO ESPERADO: RESULTADO OBTIDO ATUALMENTE: Neste momento, devemos voltar a ser bem objetivos na definição dos resultados esperados e obtidos. Assim teremos a clara percepção entre o previsto e o realizado, entre o esperado e o obtido. Deve ser um choque que irá levar as pessoas a agir buscando atingir o Resultado Esperado. E principalmente, provocar a busca pelas causas que levaram a acontecer o Problema. Passo 3. Identificação das Possíveis Causas– Análise Agregue mais colaboradores ao grupo encarregado da solução do problema (Quem está envolvido com o problema) e utilize o método de Tempestade Cerebral (brainstorming) para levantar Possíveis Causas que podem estar contribuindo para este resultado indesejável. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 102 de 112 Faça a seguinte pergunta: Quais são as causas que realmente podem influenciar neste resultado? Aqui retorna o “W” do 5W2H que não foi analisado na etapa anterior: Também podemos utilizar outras técnicas e métodos para descobrir as causas que levam a acontecer este problema em análise: ➢ Braistorming Aplique o método para buscar o conhecimento das pessoas envolvidas com o problema, estas foram definidas no “Quem” do 4W2H aplicado anteriormente. ➢ Relação das Causas Influentes Pode ser utilizado o DIAGRAMA DE ISHIKAWA ou Espinha de Peixe, uma das sete ferramentas da qualidade, para facilitar a busca de causas para o problema em estudo. Relacione nas “várias espinhas” as causas que realmente podem influenciar na obtenção do resultado indesejável. ➢ Técnica dos POR QUÊS A técnica consiste em perguntar “por que?” três, quatro, ou cinco vezes, até chegar-se à causa fundamental do problema e erradicá-la de maneira definitiva. Exemplo: Suponha que numa fábrica uma causa provável para que a unidade não produza o número esperado de peças seja: -Um equipamento apresenta contínuas paradas para manutenção. Pergunta: Por que o equipamento está sofrendo constantes paradas? Resposta: Porque certos parafusos estão sempre quebrando. Pergunta: Por que os parafusos quebram com tanta frequência? Resposta: Porque há excesso de vibração. Pergunta: Por que há excesso de vibração? Resposta: Porque o suporte de fixação não é adequado. Pergunta: Por que o suporte não é adequado? Resposta: Porque a montagem foi feita por pessoa não qualificada (Causa Fundamental). Temos agora uma lista de possíveis causas. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 103 de 112 Passo 4: Priorizar as propostas ➢ Escolha das Causas Mais Prováveis (priorização) A partir da listagem de possíveis causas, obtida no passo anterior, selecione as causas mais prováveis de estarem provocando o resultado indesejável. A experiência dos participantes e as informações obtidas na observação do problema são importantes nesta fase. Os métodos apresentados a seguir podem ser utilizados individualmente, ou em conjunto, dependendo da situação. ➢ Análise de Causas Prováveis Para identificar a(s) Causa(s) mais prováveis aplicamos os Métodos para Priorização de causas: - BOM SENSO - CONSENSO RÁPIDO - CONSENSO TÉCNICO - ANÁLISE DE CAUSAS PROVÁVEIS Utilize para relacionar a causa com o efeito, o quadro com o exemplo a seguir: Área: Supervisão de Transporte Processo: Atender à Solicitação de Usuários de Veículos Produto: Atendimento à Solicitação (Veículo Disponível) PROBLEMA: Baixo índice de atendimento às solicitações de veículos causa influente provável improvável justificativa 1. Falta planejamento na utilização da frota. X Não há procedimentos para utilização da frota. 2. Frota com vida útil esgotada X A frota é relativamente nova. 3. Número de veículos é insuficiente X Áreas com características semelhantes e com mesmo número de veículos têm melhor desempenho. 4. Cancelamento da manutenção preventiva. X A falta de manutenção preventiva gera mais falhas e paradas na oficina. ➢ Identificação da Causa Fundamental Após identificada a causa fundamental ou causas fundamentais, devemos passar para o próximo passo, a montagem do Plano de Ação para eliminar cada uma das causas fundamentais. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 104 de 112 Passo 5. Plano de Ação Para a implementação das ações para eliminar - solucionar a(s) causa(s) do problema é imprescindível planejar cuidadosamente cada ação que será adotada, aplicando a Técnica do 5W 2H (veja tópico Método 5 W 2 H para Plano de Ação). Passo 6. Executar Não é possível ficar apenas no planejamento, temos que executar as ações contidas no Plano de Ação para bloquear as Causas Fundamentais do Problema. Passo 7. Verificação: Avaliar os resultados Procure verificar através de itens de controle, gráficos sequenciais ou observações, se os resultados desejados estão sendo alcançados. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 105 de 112 Passo 8. Agir em Função dos Resultados: Novo Giro, Padronizar, Melhorar, Aprender, Prevenir. Baseados nos resultados obtidos temos algumas opções de ações a realizar: Para confirmar os resultados, muitas vezes realizamos vamos “giros” do PDCA, executando repetidamente os procedimentos definidos no(s) Plano(s) de Ação; Em caso positivo, a eliminação das causas foi efetiva e o novo procedimento deve ser padronizado, estabeleça o novo procedimentooperacional ou altere o antigo, caso seja necessário. Neste caso é definido um POP Procedimento Operacional Padrão, para garantir o “anti-recuo” do PDCA; Em muitas situações percebemos oportunidades de melhoria do processo, dos procedimentos e até dos produtos. Então poderemos realizar um giro do PDCA como processo de melhoria; Em todas as atividades de análise de problemas existe um grande aprendizado, assim, estes conhecimentos devem ser registrados, divulgados e utilizados para gerar inovações (gestão do conhecimento). Por isto muitas vezes do PDCL. Um cuidado importante é com a prevenção, devemos desenvolver um Plano de Ação para que o problema não volte a acontecer. Na Norma ISO 9001:2015, quando define a “gestão de riscos”, estes procedimentos de prevenção são solicitados. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 106 de 112 Em caso de resultados negativos, a eliminação das causas não foi efetiva e deve-se retomar a análise do processo. Passo 9. Conclusão Faça uma análise dos resultados obtidos. Se houve problemas remanescentes, relacione os itens pendentes e aspectos sobre a metodologia que precisam ser melhorados. Registre os resultados, as informações, as análises desenvolvidas, seus resultados, os planos de ação, as lições aprendidas, pois somente assim aplicaremos a Gestão do Conhecimento na organização. E, principalmente, evitaremos retrabalhos quando surgirem situações semelhantes. 5.8. Relatório de 3 Gerações O Relatório de Três (3) Gerações é uma ferramenta de preparação e planejamento para participação em reuniões, que permite ao profissional estar preparado para aos possíveis questionamentos sobre o andamento dos projetos e atividades que o profissional esteja envolvido ou como responsável. Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 107 de 112 Este relatório descreve o que foi planejado, o que foi executado, quais os resultados obtidos e o que foi feito para solucionar os problemas encontrados, bem como uma análise e proposta do que pode ser feito para solucionar os problemas e dificuldades encontradas. Por este motivo o nome de Relatório de Três (3) Gerações: - Passado: o que foi solicitado ou planejado fazer; - Presente: o que está acontecendo, o está sendo feito, quais os resultados obtidos até o momento; - Futuro: o que poderá ser feito para solucionar os problemas e dificuldades encontrados. É utilizado para preparação de reuniões de acompanhamento de projetos, de atividades e de planos de ação. Permitindo ao profissional que o escreve uma preparação para possíveis questionamentos que possam surgir na reunião. Somente ao escrever e responder as perguntas do Relatório de 3 Gerações o profissional irá se questionar sobre o andamento das atividades, e sobre sua responsabilidade nelas. 5.9. Círculo de Ohno Fonte: Toyota - Matthew E. May "(...) o Sr. Ohno nos ensinou como pensar. Acho que o "T" em STP (Sistema Toyota de Produção) não é só de Toyota, mas "Thinking". O "Thinking Production System". O Sr. Ohno sempre desenhava um círculo no chão, no meio de uma área congestionada, e nos fazia ficar naquele círculo o dia inteiro, observando o processo. Ele queria que observássemos e nos perguntássemos o tempo todo: “Por quê?” (5 Porquês no STP). Nesse círculo, observando e nos perguntando "Por quê?", ideias melhores surgiriam. Ele percebeu que os novos pensamentos e as novas tecnologias não aparecem assim do nada. Surgem sim, de um entendimento real do processo. Matthew E. May, no livro "Toyota” cita que: ... Quando paro para pensar no que o Sr. Ohno nos ensinou, uma coisa é muito clara para mim: ele nos ensinou como pensar, nos ensinou a pensar profundamente. Quando penso nisso, acho que o "T" em STP (Sistema Toyota de Produção) não é só de Toyota, mas de "Thinking". O "Thinking Production System". Agora eu gostaria de contar uma história dos ensinamentos do Sr. Ohno sobre pensamento. O Sr. Ohno sempre desenhava um círculo no chão, no meio de uma área congestionada, e nos fazia ficar naquele círculo o dia inteiro, observando o processo. Ele queria que observássemos e nos perguntássemos o tempo todo: "Por quê?" Você já deve ter ouvido falar dos 5 Porquês no STP. O Sr. Ohno sentia que, se ficássemos nesse círculo, observando e nos perguntando "Por quê?", ideias melhores surgiriam. Ele percebeu que os novos pensamentos e as novas tecnologias não aparecem assim do nada. Surgem sim, de um entendimento real do processo. No meu caso, achei estranho quando ele me pediu para entrar no círculo. Mas o que eu podia dizer? Eu era um iniciante, e ele era o chefão e membro do Conselho de Administração. Então, entrei no círculo e comecei a observar o processo. Na primeira hora, comecei a Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 108 de 112 entender o processo. Depois de duas horas, comecei a enxergar os problemas. Depois de três, quatro horas, comecei a me perguntar "Por quê?". Finamente, descobri a causa básica e comecei a pensar em contramedidas. Com as contramedidas em ordem, contei ao Sr. Ohno o que eu havia pensado, os problemas que tinha visto e as contramedidas que havia encontrado, assim como os motivos dessas contramedidas. O Sr. Ohno só me respondeu: "Sério?" e foi embora. Ele nunca nos dava respostas. Na maioria das vezes, ele nem nos dizia se o que fazíamos era bom ou mau. Ele estava tentando nos fazer pensar profundamente, e pensar sozinhos... Prof. Paulo Roberto May, MSc. Qualidade na Construção Civil 2020 – UNISUL –2º Semestre Página 109 de 112 REFERÊNCIAS A metodologia Six Sigma Revista BANAS QUALIDADE BQ_228/37 5/2011, acesso 4/10/2011. AHUJA, H. N. et. al. Project Management: techniques in planning and controlling construction projetcts. New Yaork: Juhn Wiley & Sons, 1994. 505p. BANAS QUALIDADE. PROGRAMA 10S. 12/1/2009 - Jornal Digital Banas Qualidade nº38. BANAS. 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