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Fabiano Nagamatsu Economia do meio ambiente Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Jeane Passos de Souza – CRB 8a/6189) Nagamatsu, Fabiano Economia do meio ambiente / Fabiano Nagamatsu. – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2018. – (Série Universitária) Bibliografia. e-ISBN 978-85-396-2319-8 (ePub/2018) e-ISBN 978-85-396-2320-4 (PDF/2018) 1. Ciências ambientais 2. Meio Ambiente 3. Economia I. Título. II. Série. 18-764s CDD-363.7 BISAC BUS069000 BUS099000 NAT011000 Índice para catálogo sistemático 1. Ciências ambientais: Economia 363.7 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE Fabiano Nagamatsu M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Luiz Francisco de A. Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Editora Senac São Paulo Conselho Editorial Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Jeane Passos de Souza Gerente/Publisher Jeane Passos de Souza (jpassos@sp.senac.br) Coordenação Editorial/Prospecção Luís Américo Tousi Botelho (luis.tbotelho@sp.senac.br) Márcia Cavalheiro Rodrigues de Almeida (mcavalhe@sp.senac.br) Administrativo João Almeida Santos (joao.santos@sp.senac.br) Comercial Marcos Telmo da Costa (mtcosta@sp.senac.br) Acompanhamento Pedagógico Ana Claudia Neif Sanches Yasuraoka Designer Educacional Mônica Penalber Revisão Técnica Fernando Rodrigues da Silva Coordenação de Preparação e Revisão de Texto Luiza Elena Luchini Preparação de Texto Amanda Lassak Revisão de Texto AZ Design Arte e Cultura Projeto Gráfico Alexandre Lemes da Silva Emília Corrêa Abreu Capa Antonio Carlos De Angelis Editoração Eletrônica Sidney Foot Gomes Ilustrações Sidney Foot Gomes Imagens iStock Photos E-pub Ricardo Diana Proibida a reprodução sem autorização expressa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Senac São Paulo Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP Tel. (11) 2187-4450 – Fax (11) 2187-4486 E-mail: editora@sp.senac.br Home page: http://www.editorasenacsp.com.br © Editora Senac São Paulo, 2018 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Sumário Capítulo 1 Noções básicas, conceito de economia e o problema de escassez, 9 1 Conceito de economia e os três problemas econômicos fundamentais, 10 2 Curva de possibilidade de produção, 12 3 Custo de oportunidade e deslocamento da curva de possiblidade de produção, 14 4 Fatores/recursos de produção e suas remunerações, 16 5 Bens intermediários e bens finais, 17 6 Divisão da teoria econômica, 18 Considerações finais, 20 Referências, 22 Capítulo 2 Escola do pensamento econômico, 23 1 Mercantilismo, 24 2 Fisiocracia, 26 3 Adam Smith, 27 4 John Maynard Keynes, 29 Considerações finais, 30 Referências, 31 Capítulo 3 Demanda e oferta. Equilíbrio de mercado, elasticidade, produção e custos, 33 1 Demanda ou procura de mercado, 34 2 Oferta de mercado, 36 3 Equilíbrio de mercado, 37 4 Elasticidade-preço da demanda (EPD), 38 5 Teoria da produção, 40 6 Custos de produção, 41 7 Maximização dos lucros, 43 8 Lucro normal e lucro extraordinário, 43 Considerações finais, 45 Referências, 46 Capítulo 4 Estrutura de mercado de bens e serviços e introdução à macroeconomia, 47 1 Monopólio, 48 2 Concorrência perfeita, 50 3 Concorrência monopolista, 51 4 Oligopólio: Conselho Administrativo de Direito Econômico (CADE), 53 5 Conceitos e metas de políticas macroeconômicas, 54 6 Instrumentos de política macroeconômica, 56 Considerações finais, 57 Referências, 59 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 5 Determinação da renda e do produto nacional e contabilidade nacional, 61 1 Oferta agregada, 62 2 Demanda agregada, 64 3 Equilíbrio no modelo keynesiano básico, 66 4 Produto Interno Bruto (PIB), 67 5 Investimento agregado e poupança agregada, 69 Considerações finais, 72 Referências, 73 Capítulo 6 Taxa de câmbio e política cambial, balanço de pagamentos e organismos financeiros internacionais, 75 1 Conceito de taxa de câmbio, 76 2 Mercado cambial, 77 3 Regimes cambiais, 78 4 Valorização e desvalorização cambial, 79 5 Conceito de balanço de pagamentos (BP), 80 6 Estrutura do balanço de pagamentos, 82 7 Ajuste no balanço de pagamentos, 86 8 Principais organismos financeiros internacionais, 87 Considerações finais, 88 Referências, 89 Capítulo 7 Inflação, 91 1 Definição e impacto negativo das altas taxas de inflação, 92 2 Tipos de inflação, 95 3 Metas de inflação, 97 4 Como uma redução na taxa de juros (Selic) pode afetar o dia a dia, 98 Considerações finais, 99 Referências, 100 Capítulo 8 Moeda e crescimento e desenvolvimento econômico, 103 1 Conceito e evolução da moeda, 104 2 Funções da moeda, 106 3 Oferta de moeda, 107 4 A oferta monetária pelos bancos comerciais, 109 5 Conceitos de crescimento e desenvolvimento econômico, 110 6 Fatores de crescimento econômico, 111 Considerações finais, 112 Referências, 113 Capítulo 9 Banco Central, política monetária e política fiscal, 115 1 Funções do Banco Central, 116 2 Política monetária e instrumentos de política monetária, 117 3 Carga tributária, 121 4 Política fiscal e orçamento do setor público, 123 5 Contas públicas: conceito primário e nominal, 125 6 Financiamento do déficit público e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), 126 Considerações finais, 131 Referências, 132 Capítulo 10 Economia ambiental e economia ecológica, 135 1 O ambiental como característica econômica, 136 2 Conceitos ambientais, 138 3 Conceitos de economia ambiental, 140 4 Evolução da relação homem e meio ambiente, 141 5 Economia e economia ambiental, 143 6 Economia ecológica, 144 Considerações finais, 147 Referências, 148 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Capítulo 11 Economia dos recursos naturais e dos recursos naturais renováveis, 151 1 Dos estudos de Malthus à economia dos recursos naturais, 152 2 Classificação dos recursos naturais, 153 3 A classificação de McKelvey, 155 4 Recursos exauríveis: a regra de Hotelling, 157 5 Recursos renováveis e obtenção do ótimo econômico, 159 6 O desenvolvimento sustentável, 161 7 Gerenciamento sustentável de recursos naturais, 162 8 Modelos econômicos associados aos recursos renováveis, 163 9 O casoda pesca, 164 10 Modelo de gestão de pesca e capacidade de suporte, 165 Considerações finais, 167 Referências, 169 Capítulo 12 Economia da poluição: externalidades, 171 1 Externalidades, 172 2 Externalidades positivas, 173 3 Internalização dos custos de controle, 176 4 Externalidades de consumo, 179 5 Externalidades de produção, 180 6 Externalidades: causas e soluções, 181 Considerações finais, 184 Referências, 185 Capítulo 13 Poluidor-pagador sob a ótica da legislação, 187 1 Conceitos gerais e legais, 189 2 Soluções públicas, 192 3 Políticas ambientais, 194 4 Instrumentos de comando e controle, 196 5 Instrumentos de incentivo, 198 Considerações finais, 200 Referências, 202 Capítulo 14 Valoração de danos ambientais, 203 1 Bens econômicos e serviços ambientais, 204 2 Valoração do meio ambiente, 207 3 Objetos de valoração, 209 4 Tipos básicos de valoração do meio ambiente, 210 5 Métodos de valoração econômica ambiental, 212 Considerações finais, 215 Referências, 216 Capítulo 15 Valoração de danos ambientais: estudo de caso, 217 1 Mudanças ambientais no Pantanal, 218 2 Parque Nacional do Iguaçu, 220 3 Valoração econômica da biodiversidade: Mata Atlântica, 222 Considerações finais, 225 Referências, 226 Capítulo 16 Avaliação de custo-benefício, 229 1 Análise custo-benefício, 230 2 Custos e benefícios marginais, 233 3 Ajustes de tempos nos benefícios e os custos ambientais, 234 4 Comparações de custos e benefícios marginais, 237 5 Avaliação de custo-benefício, 238 6 Instalação de múltiplas indústrias, 241 Considerações finais, 242 Referências, 244 Sobre o autor, 247 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 9 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 1 Noções básicas, conceito de economia e o problema de escassez Com as constantes mudanças no mundo empresarial devido à evo- lução das novas tecnologias, do poder de compra dos consumidores e da alta exigência por qualidade e capacidade de resposta rápida às necessidades de consumo, gerando novas formatações de trabalho e especializações profissionais, torna-se fundamental ter conhecimento dos estudos de economia. A relevância do estudo está atrelada ao conhecimento básico sobre os conceitos e os fatores econômicos de forma a auxiliar o cotidiano do gestor diante de um cenário de alta competitividade. 10 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . O objetivo deste capítulo é explicitar o conceito de economia e o pro- blema da escassez, introduzindo ideias essenciais para os estudos da ciência econômica e sua relação com o meio ambiente. 1 Conceito de economia e os três problemas econômicos fundamentais 1.1 Princípio da escassez e definição de economia Para entender o conceito de economia, é importante primeiramente conhecer o princípio da escassez, que é a otimização de recursos es- cassos utilizando recursos alternativos a fim de gerar competitividade. Os recursos escassos são bens e serviços destinados à produção que têm o objetivo de agregar valor ao produto final e atender a uma demanda. Logo, a escassez é a base para os estudos de economia, pois sua existência dá relevância aos dilemas (trade-offs1) econômicos, como mostra a figura 1. Figura 1 – Exemplo do princípio da escassez (+) barato ( - ) conforto Ônibus lotado (+) conforto ( - ) barato Ônibus com poucos passageiros 1 Ocorre quando há um conflito de escolha em que se deve considerar o lado bom e ruim dentro de uma tomada de decisão. Por exemplo: oferecer produtos com facilidade de pagamento a prazo pode ser mais atraente ao consumidor e, consequentemente, resultar em mais vendas; por outro lado, também pode haver um risco de aumento da taxa de inadimplência. 11Noções básicas, conceito de economia e o problema de escassez M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Em outras palavras, Frank e Bernanke (2012) reforçam que o princí- pio da escassez é popularmente conhecido pela expressão “Não existe almoço grátis”, pois enquanto o almoço oferecido a você pode vir gratui- tamente, na verdade ele é pago por outra pessoa. IMPORTANTE A economia estuda como a sociedade administra recursos escassos na produção de bens e serviços, distribuindo-os entre diferentes indivíduos (MOCHÓN, 2007). Portanto, a economia é o estudo das decisões pessoais sob con- dições de escassez e dos resultados inerentes às escolhas para a so- ciedade. Vasconcellos e Garcia (2014) acrescentam ainda que se trata de uma ciência social que estuda como a sociedade gerencia recursos produtivos escassos. Os autores também afirmam que o termo economia serve como base para outros estudos, como da própria ciência social e dos concei- tos de escassez (falta), necessidades (justificativa), recursos, produção, escolha (decisão) e distribuição. Embora a visão da economia, em geral, se incline para modelos ma- temáticos como ferramenta de análise, ela é considerada uma ciência social, pois busca explicar a relação do homem na sociedade enfatizan- do a produção, o consumo e a troca de bens e serviços. 1.2 Problemas econômicos fundamentais Quando se envolvem as definições de produção, as necessidades limitadas do profissional e a escassez de recursos, formam-se também os problemas econômicos fundamentais, definidos no quadro 1 a seguir. 12 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Quadro 1– Problemas econômicos fundamentais PROBLEMAS DEFINIÇÕES O que e quanto produzir? A partir da escassez de recursos na produção, existe a necessidade de escolher os produtos que serão produzidos e suas respectivas quantidades para atender a demanda. Como produzir? A sociedade escolhe os recursos para a produção de bens e serviços de acordo com a tecnologia existente; a concorrência acaba influenciando na forma que esses bens e serviços serão produzidos; os produtores escolhem o método mais eficiente e o que oferece o menor custo de produção. Para quem produzir? A sociedade define como cada membro irá participar da distribuição dos resultados de sua produção. Fonte: adaptado de Vasconcellos e Garcia (2014). Os problemas econômicos fundamentais são bases do mercado econômico, relacionando diferentes tipos de segmentos em uma ca- deia produtiva. Vale ressaltarque esses problemas econômicos sempre estarão interligados com os trade-offs. 2 Curva de possibilidade de produção Depois de entender os problemas econômicos fundamentais, o pró- ximo passo é entender a curva de possibilidade de produção, também conhecida como "fronteira de possibilidade de produção". A curva de possibilidade de produção (CPP), representada por gráfico, mostra a escassez das produções e a capacidade máxima produtiva de uma empresa, nação ou região (FRANK; BERNANKE, 2012). Na CPP, é apresentado o potencial produtivo que a empresa dispõe em seu processo de produção. Para esclarecer esses conceitos, consi- dere o exemplo a seguir. 13Noções básicas, conceito de economia e o problema de escassez M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Imagine uma indústria que produz notebooks e celulares e tem as seguintes alternativas de produção (em milhares): • Alternativa A = 20 notebooks e 0 celular • Alternativa B = 15 notebooks e 35 celulares • Alternativa C = 10 notebooks e 52 celulares • Alternativa D = 5 notebooks e 65 celulares • Alternativa E = 0 notebook e 75 celulares Gráfico 1 – Curva de possibilidade de produção de notebooks e celulares E 0 5 10 15 20 20 10 30 0 40 60 50 80 70 notebooks celulares D C B A Nesse exemplo, pode-se considerar que as alternativas A e E repre- sentam a fronteira de possibilidade de produção, enquanto as alternati- vas B, C e D representam a capacidade de produção em conjunto, não mantendo ociosidade como nas alternativas A e E. Para obter eficiência na produção, é necessário buscar a hipótese de pleno emprego de recursos produtivos, o que significa que todos os recur- sos (matérias-primas, tecnologias, mão de obra e maquinários) estarão sendo utilizados completamente, sem que haja ociosidade. 14 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 3 Custo de oportunidade e deslocamento da curva de possiblidade de produção 3.1. Custo de oportunidade ou custo alternativo O custo de oportunidade refere-se à transferência de recursos da produção de um bem ou serviço para a produção de outro bem ou ser- viço, considerando o pleno emprego dos recursos utilizados (sem ocio- sidade). Basicamente, trata-se de analisar quanto custa a oportunidade de alterar uma produção para outra dentro das alternativas da curva de possibilidade. NA PRÁTICA Considere o exemplo do gráfico 1 e a mudança da produção de celulares de 35.000 (Alternativa B) para 52.000 (Alternativa C). Em termos de notebooks, o custo de oportunidade é 10.000, ou seja, 10.000 notebooks são deixados de lado para produzir mais 17.000 celulares. Nesse exemplo, fica claro que o custo de oportunidade pode ser considerado como custo alternativo, em que se sacrifica uma quantida- de de produção para produzir outra. No entanto, quando se aumenta a transferência de produção, o custo de oportunidade cresce e fica mais oneroso, pois o grau de sacrifício também aumenta. Isso se deve porque as produções não são totalmente especializa- das para diferentes linhas de fabricação e, por isso, não são totalmente adaptáveis, com mão de obra e tecnologias qualificadas. 15Noções básicas, conceito de economia e o problema de escassez M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 3.2 Deslocamento da curva de possibilidade de produção da economia O deslocamento da curva de possibilidade de produção ocorre pelo aumento de fatores de produção, como eficiência produtiva, melhor aproveitamento dos recursos existentes, mão de obra qualificada, pro- gresso dos fatores tecnológicos e investimentos em novas fábricas e equipamentos. Esse deslocamento representa um crescimento econômico e pode ser visualizado pela trajetória da curva, que se move para cima e para frente, como mostra o gráfico 2. Gráfico 2 – Crescimento econômico E 0 5 10 15 20 20 10 30 0 40 60 50 80 70 notebooks CPP nova CPP atual celulares D C B A 25 Note que a CPP nova (curva de possibilidade de produção nova) aumenta a produção tanto de notebooks quanto de celulares, represen- tando o crescimento econômico. 16 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 4 Fatores/recursos de produção e suas remunerações É importante entender que os fatores básicos de produção são com- postos por terra, mão de obra e capital. As famílias e as empresas têm um papel duplo no fluxo real da economia. Para Vasconcellos e Garcia (2014), no mercado de produtos e servi- ços, as famílias demandam e as empresas oferecem. Já no mercado de fatores de produção, as famílias oferecem e as empresas demandam. A figura 2 ilustra essa relação. 4.1 Funcionamento de uma economia de mercado: fluxos reais e monetários A efetivação do fluxo real da economia ocorre quando há a presença da moeda para pagamento dos produtos e serviços e para a remunera- ção dos serviços dos fatores de produção. Figura 2 – Fluxo real da economia$ demanda Mercado de bens e serviços Empresas Mercado de fatores de produção Famílias $ oferta $ oferta $ demanda Fonte: adaptado de Vasconcellos e Garcia (2014, p. 9). O fluxo monetário (ou fluxo nominal) ocorre quando as unidades pro- dutoras (empresas) pagam os serviços das famílias. Os pagamentos 17Noções básicas, conceito de economia e o problema de escassez M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. monetários são estabelecidos por meio dos preços dos serviços, defi- nidos como: • salário: remuneração aos proprietários pelo fornecimento da mão de obra. • taxa de juros: remuneração aos proprietários das empresas pelo investimento nos fatores de produção. • lucro: remuneração ao capital físico, patrimônio, equipamentos e maquinários. Considera também o pagamento de dividendos, ou seja, a lucratividade paga às famílias proprietárias das empresas produtivas. • aluguel: renda da terra aos proprietários. IMPORTANTE Fluxo real: disposição dos recursos produtivos das famílias (mão de obra/prestação de serviço) para as empresas e, por outro lado, as merca- dorias (produtos e serviços) das empresas para as famílias. Fluxo monetário: representa o recurso financeiro no processo de fluxo real, remuneração da mão de obra (prestadora de serviços) e pagamen- to dos produtos e serviços às empresas produtoras (CANO, 1998). 5 Bens intermediários e bens finais Para compreender os bens intermediários e finais, é relevante enten- der a estrutura de bens de maneira geral. Em resumo, existem os bens de capital, os bens de consumo e os bens intermediários e finais, que vamos discutir com mais detalhes a seguir. Os bens de capital são ativos fixos das empresas utilizados para o pro- cesso produtivo, como maquinários,equipamentos e prédios. Já os bens de consumo são destinados às necessidades humanas e são divididos 18 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . em duráveis (veículos, geladeiras, máquina de lavar roupa) e não duráveis (alimentos, produtos de higiene e limpeza). 5.1 Bens intermediários Os bens intermediários são transformados ou agregados na fabrica- ção de outro produto e são totalmente utilizados no processo produtivo. Esses bens são considerados “meios” para se chegar ao produto final. Exemplos: insumos commodities, componentes e matérias-primas. 5.2 Bens finais Os bens finais são os produtos finais prontos para comercialização (consumo ou utilização final). Neste caso, os bens de capital são conside- rados bens finais, pois estão prontos para satisfazer as necessidades na fabricação de outros produtos, não sendo consumidos como intermediá- rios no processo produtivo. Exemplo: máquina de solda elétrica. 6 Divisão da teoria econômica A economia possui três fases: • economia descritiva: visa mensurar e analisar os fatos econômi- cos de maneira superficial, preparando para a teoria econômica. • teoria econômica: busca reunir sistematicamente teorias e mo- delos construídos com base nos princípios e leis da economia, jul- gando, de forma científica, coerência, consistência e objetividade. • política econômica: é a prática das teorias econômicas, um siste- ma de valores e convicções que reforçam o discurso de um partido em relação à ordem institucional de um país, estado ou município. 19Noções básicas, conceito de economia e o problema de escassez M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Considerando essas fases, a ciência econômica pode ser estudada em microeconomia e macroeconomia. 6.1 Microeconomia A microeconomia estuda o comportamento dos personagens eco- nômicos individuais, buscando entender o comportamento dos con- sumidores, das empresas e suas produções, bem como a relação de custos. Seu foco é na determinação de preços dos bens e serviços e, por isso, também é conhecida como "teoria de formação de preços". Por analisar sistematicamente a relação de troca entre os persona- gens na economia, destacam-se algumas atividades como: • o comportamento do consumidor e suas necessidades/desejos diante das restrições de rendas; • o comportamento dos vendedores diante dos avanços tecnoló- gicos e alterações de preços no mercado; • as atitudes dos compradores em relação às alterações de preços e de rendas; • a busca por maximização de lucros por parte das empresas; • a estruturação de custos, a formação de preços e tipos de mercados; • a competição dos mercados e o poder de monopólio. 6.2 Macroeconomia A macroeconomia estuda o comportamento de todo o sistema econômico, tendo por foco o comportamento do sistema econômico 20 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . nacional: produto interno bruto (PIB), inflação/deflação, investimentos, aplicações, contas e balanços governamentais, índice de desenvolvi- mento humano (IDH), entre outros. Analisa também: • o comportamento geral dos preços de segmentos da economia; • o orçamento, o sistema tributário, as despesas, as receitas e os investimentos públicos; • o nível de empregabilidade (ingresso e desemprego); • as transações de produtos e serviços quanto às questões de im- portação e exportação; • a análise das taxas cambiais nominais. Confira no quadro 2 as características principais da micro e da macroeconomia. Quadro 2 – Características da micro e da macroeconomia CARACTERÍSTICAS MICROECONOMIA MACROECONOMIA Foco Individual Geral Objetivo Analisar o comportamento das famílias e das empresas na relação com os fatores de produção. Analisar o global da economia (visão sistêmica). Variáveis fundamentais do estudo Lei da oferta e procura, precificação, comportamento do consumidor, mercados competitivos, produção e processos das empresas. Nível de produções gerais, pesquisa de preços, emprego versus desemprego, taxas de câmbio, inflação, juros. Considerações finais Neste capítulo, vimos que a economia estuda como a socieda- de administra e distribui recursos escassos na produção de bens e 21Noções básicas, conceito de economia e o problema de escassez M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. serviços. Também vimos que o princípio da escassez consiste na otimi- zação de recursos escassos utilizando recursos alternativos e gerando competitividade. Os recursos escassos são bens e serviços destinados à produção para agregar valor ao produto final e atender a uma demanda. Por isso, podemos dizer que a escassez é a base para os estudos de economia. Os problemas centrais da economia estão embasados nos seguin- tes questionamentos: O que e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir? Ao longo dessa discussão, constatamos que a curva de possibilidade de produção ocorre quando a empresa compara suas produções e seus fatores de produção, sendo, portanto, o potencial pro- dutivo da empresa. Nesse sentido, o custo de oportunidade é a análise usada quando se decide alternar entre processos produtivos. Já o deslocamento da curva de possibilidade ocorre quando há uma mudança nos fatores de produ- ção, seja por progresso tecnológico, mão de obra qualificada ou maior produtividade, o que certamente contribui para a melhoria da economia do país. Quanto aos fatores de produção e suas remunerações, as relações de personagens (famílias e empresas) têm via de mão dupla. Para cada fluxo foi apresentado o tipo de remuneração: os fluxos reais consistem na interação entre famílias e empresas segundo seus interesses, e os fluxos monetários, que consistem na disponibilização de moedas de troca como remuneração pelos recursos produtivos. Os bens interme- diários e finais são bens do processo produtivo e produtos acabados, respectivamente. Por fim, vimos que a microeconomia estuda o comportamento dos personagens econômicos individuais e a macroeconomia estuda o comportamento de todo o sistema econômico global. 22 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Referências CANO, Wilson. Introdução à economia: uma abordagem crítica. São Paulo: Editora Unesp, 1998. FRANK, Robert H.; BERNANKE, Ben. Princípios de economia. Tradução: Heloisa Fontoura e Monica Stefani. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. MOCHÓN, Francisco. Princípios de economia. Tradução: Thelma Guimarães. Revisão técnica de Rogério Mori. São Paulo: Pearson Prentice Hall,2007. SOUZA, Nali de Jesus de. Curso de economia. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos da economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. 23 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 2 Escola do pensamento econômico Depois de estudar os princípios da economia, é importante compre ender o surgimento das escolas do pensamento econômico que servi ram de base para o avanço das teorias econômicas atuais. Para Vasconcellos e Garcia (2014), as teorias econômicas se origi naram no período antes de Cristo, tendo Aristóteles, Platão e Xenofonte como principais referências. Contudo, há um consenso de que a teoria econômica mais estruturada teve seu início com os fisiocratas e princi palmente com a obra A riqueza das nações, de Adam Smith. Neste capítulo, serão apresentadas as principais escolas do pen samento econômico e suas características, idealizadores, contrapon tos e influências no mercado atual. Para isso, vamos discorrer sobre o 24 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . mercantilismo, a fisiocracia, além das valiosas contribuições de Adam Smith e John Maynard Keynes. 1 Mercantilismo O mercantilismo teve início no século XVI junto com mais dois gran des marcos: o Renascimento Científico e a Reforma de João Calvino. Foi considerado a “primeira escola econômica” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014). Foi nessa era que o intervencionismo estatal atingiu o seu ápice, formando os primeiros monopólios estatais. O foco era dado aos in teresses do Estado Absoluto, abrindo mão inclusive do bemestar in dividual em prol do enriquecimento do Estado (PINDYCK; RUBINFELD, 2010). Essa luta constante pela proteção e enriquecimento do país era o propósito principal em que o movimento mercantilista era lide rado pela Igreja. Segundo Pindyck e Rubinfeld (2010), os objetivos desse novo pensa mento econômico não tinham bases técnicas, mas uma preocupação excessiva com o acúmulo de riquezas nacionais. Assim, os pensadores mercantilistas acreditavam que quanto maior o acúmulo de metais pre ciosos de um país, maior seria seu poder e soberania diante das outras nações (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014). Esse acúmulo de riquezas nacionais pode ser ilustrado na figura 1 a seguir. 25Escola do pensamento econômico M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Figura 1 – Mercantilismo Protecionismo e nacionalismo econômico Dificultando (não contribuindo para o fortalecimento do mercado externo): - Aumento de taxas - Criação de leis Redução das importações Aumento das exportações Facilitando (focando no fortalecimento do mercado interno): - Incentivo às produções - Colonialismo e criação e monopólios A figura 1 representa o movimento desenvolvido pelo mercantilismo. Enquanto de um lado criavam-se dificuldades para diminuir as compras do exterior, aumentando as taxas alfandegárias e as leis de bloqueio, por outro facilitavase a comercialização para fora do país por meio de in centivos à produção e à criação de monopólios, acumulando riquezas de outras nações. IMPORTANTE O mercantilismo não se limitava somente à doutrina e às ações inter- vencionistas do Estado soberano, mas trazia um conjunto de regula- mentações para as relações entre os Estados e suas tratativas coloniais (OLIVEIRA; GENNARI, 2009). Para Vasconcellos (2001), outro fator que representa o mercantilis mo é a criação da teoria econômica liberal ou liberalismo econômico, em que se defende a livre concorrência e a lei da oferta e da procura. Esse mercado acirrado pelo liberalismo econômico contribuiu para que os empresários buscassem maior competitividade a fim de fortalecer seus negócios no mercado interno e fomentar o nacionalismo econômico. 26 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 2 Fisiocracia A partir do século XVII, a economia passa a ser estudada com um novo pensamento: o da fisiocracia. Aqui, a terra passa a ser o principal elemento de riqueza, ao contrário do mercantilismo, em que a valorização primordial eram os metais preciosos e o acúmulo de riquezas. Ficou co nhecido como o “Governo da Natureza” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014). Uma característica relevante dessa escola é a valorização da terra como principal elemento econômico. Segundo o pensamento fisiocra ta, a terra, a lavoura, a pesca e a mineração passam a ser ferramentas essenciais para o enriquecimento, dando início ao liberalismo e à mo dernização da teoria econômica. Nesse sentido, o trabalho do homem no campo passa a ser a principal fonte de renda para o enriquecimento. PARA SABER MAIS Uma das grandes contribuições da fisiocracia foi a construção da Esco- la da Ciência Econômica, que, segundo Murteira (1966), é considerada um marco na constituição da ciência. Para Campos (1983), a fisiocracia durou pouco tempo, mas deixou contribuições duradouras, especialmente para a formalização e a es truturação do pensamento econômico com foco na educação. Esse foco na educação é reforçado quando se afirma que a produção, a dis tribuição, a circulação e o consumo são regidos pelas leis da natureza, que são objetivas, universais, indispensáveis e não dependem da von tade dos homens. Essa afirmação contribuiu substancialmente para a concepção do caráter científico iniciado no século XVIII. A curta duração do período fisiocrata se deu pela popularidade da nobreza instituída por Karl Marx, que dizia que esse pensamento 27Escola do pensamento econômico M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. econômico beneficiava apenas os grandes proprietários de terras, de fendendo os direitos feudais. Ao apoiar os grandes proprietários de ter ras, Marx valorizava o principal elemento econômico da escola fisiocra ta: a riqueza natural. O quadro 1 apresenta as diferenças entre as escolas precursoras da teoria econômica. Quadro 1 – Comparação entre as escolas mercantilista e fisiocrata MERCANTILISTA FISIOCRATA Intervenção do Estado Governo da Natureza Empirismo Leis naturais Comercialização como fonte de riqueza Cultivo da agricultura como fonte de riqueza Corporativo Individualista Monarquia – Burguesia Monarquia – Burguesia Note a diferença de conceitos entre mercantilismo, regido pelo Estado, e fisiocracia, com foco na natureza. Essas duas escolas aca bam culminando na escola econômica de Adam Smith. 3 Adam Smith Importante filósofo e economista do século XVIII, Adam Smith foi considerado pioneiro na modernização da teoria econômica, abordan do-a de forma científica e sistematizada, na contramão das teorias anteriores. Adam Smith publicou algumas obras, sendo a mais conhecida A ri- quezadas nações, em 1776, que trata de questões de mercado e formas de distribuição de renda (SMITH, 1983). Nessa obra, Adam Smith defen de que a concorrência deve ser livre e guiada por uma espécie de “mão 28 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . invisível”, fazendo com que o mercado se autorregule sem a intervenção do Estado, o que traria, assim, muitos benefícios para o coletivo e inicia ria o liberalismo. Segundo Cannan (1996), Adam Smith analisava com bons olhos o modelo fisiocrático, mas não concordava com os aspectos empíricos e naturalistas que norteavam esse modelo econômico. Por conta dis so, ele seguiu a carreira acadêmica e foi eleito, em 1752, professor de Filosofia Moral da Universidade de Glasgow, fortificando ainda mais seu cunho intelectual e, principalmente, seu interesse pela economia anali sada cientificamente. De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014), um dos pilares de seus argumentos na defesa da livre concorrência se baseava no laissez-faire, expressão francesa que simbolizava o liberalismo na forma de capitalis mo, ou seja, sem intervenção do Estado, apenas com regulamentos que protegiam o direito de propriedade. Além disso, Adam Smith acreditava que a riqueza das nações estava no trabalho humano, mais precisamen te na divisão do trabalho, fator decisivo para o aumento da produção. Nesse cenário, surge a necessidade de aprimoramento de mão de obra e invenção de novas máquinas e técnicas de trabalho, ficando para o Estado apenas a responsabilidade de proteger a sociedade. Com base no valortrabalho, Smith (1983) assume que o crescimento da riqueza de um país depende da produção do próprio trabalho, que é uma função do nível de especialização de uma divisão de trabalho. PARA PENSAR Para Adam Smith, o aumento de riqueza e da produtividade do trabalho se dá por meio da divisão social do trabalho. 29Escola do pensamento econômico M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 4 John Maynard Keynes Outro estudioso que leva seu nome na escola econômica é John Maynard Keynes, que criou o keynesianismo na publicação da Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda. Segundo Vasconcellos e Garcia (2014), Keynes se destacou com sua teoria sobre a crise econômica mundial conhecida por Grande Depressão de 1930. Uma das soluções que ele trazia era de que, na impossibilidade de o mercado absorver todo o excedente de mão de obra, seria necessária a intervenção do Estado para acolher e empregar esses trabalhadores, evitando o desemprego. Keynes não acreditava no autoajustamento do mercado e defendia a intervenção do Estado por meio das políticas de gastos públicos, fazen do cair por terra toda a crença trazida no laissez-faire. No entanto, para Lima (2003), Keynes tinha um pensamento voltado apenas para o pre sente, ou seja, para um espaço de tempo muito curto, não se atentando para as consequências a longo prazo. PARA SABER MAIS Ao contrário das outras teorias, a teoria keynesiana defende a interven- ção do Estado para ajustamento da economia no mercado. Veja uma figura explicativa do modelo keynesiano enfatizando a forte influência do Estado tanto nas empresas quanto na própria eco nomia doméstica: 30 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Figura 2 – Modelo keynesiano Na figura 2, notamos a grande influência do Estado sobre as empresas e economias pessoais dos consumidores. Para Keynes, a única forma de regular a economia do mercado é com a política de gastos públicos. Nesse período, abriuse espaço para muitos apoiadores e também oposicionistas. O período póskeynesiano continuou explorando suas obras, trazendo discussões e comprovando que Keynes não negligen ciou o papel da moeda e da política econômica, mas reforçou o papel do Estado como grande responsável pela condução do ritmo econômico de um país. Considerações finais Dentre as várias teorias econômicas, este capítulo destacou quatro escolas do pensamento econômico, sendo dois precursores (o mercan tilismo e a fisiocracia), uma clássica vista como moderna (a teoria de Adam Smith) e uma neoclássica (a teoria de Keynes). Vimos que, antes dos precursores das teorias econômicas, a ativi dade econômica do homem era baseada na filosofia da sociedade, da moralidade e da ética, não havendo um estudo sistemático e científico Estado oferecem trabalho pagam salários oferecem trabalho pagam salários Economias domésticasEmpresas redistribui rendas redistribui rendas 31Escola do pensamento econômico M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. das relações econômicas. O mercantilismo regido pela Igreja visava o acúmulo de riquezas (metais preciosos) e a extrema valorização do pro tecionismo e do nacionalismo, o que levou ao aumento das exportações e à diminuição substancial de importações de mercadorias, criando grandes monopólios internos. Já para a fisiocracia, o foco do enriquecimento se dava pela valori zação da terra, tornandose conhecida como o Governo da Natureza. Outro ponto relevante da fisiocracia é a autorregulação da economia no mercado que ficou conhecida por “mão invisível” (Mão de Deus), a lei da oferta e procura. Adam Smith foi o precursor da teoria econômica moderna e res ponsável pela formalização da economia por meio de estudos cien tíficos e sistematizados. Um dos seus pilares se baseava na livre concorrência, considerada como o princípio do liberalismo. Ele acre ditava que a riqueza das nações estava no trabalho humano, princi palmente na divisão do trabalho, o que gerava a necessidade de os trabalhadores se especializarem em algumas atividades. Enquanto Adam Smith defendia que o papel do Estado na econo mia deveria ser somente na proteção social contra possíveis ataques, Keynes enfatizava a necessidade da influência do Estado tanto nas em presas quanto nas economias pessoais. Keynes acreditava que, a partir da política de gastos públicos, o Estado era o grande responsável pela condução do ritmo econômico do país. Referências CAMPOS, Roberto. Apresentação. In: PETTY, W. Obras econômicas. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Coleção Os economistas). CANNAN, Edwin. Introdução. In: SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. São Paulo: Nova Cultural, 1996. (Coleção Os economistas). 32 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . FRANK, Robert H.; BERNANKE, Ben. Princípios de economia. Tradução: Heloisa Fontoura e Monica Stefani. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.LANGE, Emily. Contributo para um debate conceitual do desenvolvimento e subdesenvolvimento. DRd: Desenvolvimento Regional em debate. [revista eletrônica]. Canoinhas, ano 2, n. 1, p. 6281, julho/2012. LIMA, Gilberto Tadeu; SICSÚ, João. Macroeconomia do emprego e da renda: Keynes e o keynesianismo. Barueri, São Paulo: Manole, 2003. MONTELLA, Maura. Micro e macroeconomia: uma abordagem conceitual e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. MURTEIRA, Bento. Prefácio. In: QUESNAY, F. Quadro econômico. 3. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1966. OLIVEIRA, Roberson de; GENNARI, Adilson Marques. História do pensamento econômico. São Paulo: Saraiva, 2009. PINDYCK, Robert; RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. 7. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. SCHUMPETER, Joseph A. História da análise econômica. Rio de janeiro: Fundo de Cultura,1964/1968. RICARDO, David. Princípios de economia política e tributação. São Paulo: Abril Cultural, 1979. SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. São Paulo: Abril Cultural, 1983. VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2001. _________; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos da economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. 33 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 3 Demanda e oferta. Equilíbrio de mercado, elasticidade, produção e custos Como já estudamos nos capítulos anteriores sobre macro e micro- economia, é relevante agora compreender e desenvolver ações que contribuam de forma eficiente para a redução de custos, ajustando a produção a fim de maximizar o lucro da empresa. O gestor deve considerar variáveis internas e externas à sua organi- zação, tais como preços de mercado, preferências, publicidades, fatores climáticos e sazonais, questões tecnoló gicas e produtos alternativos, estrutura de custos do produto ou serviço, entre outros. 34 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . O objetivo deste capítulo é entender os conceitos básicos envolvidos na determinação de preços em uma economia de mercado e como as empresas definem o nível de produção que maximiza o lucro. Para isso, vamos estudar a sistemática da oferta e procura, os custos de produ- ção e elasticidade-preço de demanda até chegar aos lucros extraordiná- rios por meio de uma maximização eficiente. O estudo enfatiza as variáveis que influenciam direta e indiretamente a relação de oferta e procura, apresentando soluções práticas para me- lhorar a compreensão dos conceitos econômicos. 1 Demanda ou procura de mercado A demanda ou procura de mercado trata basicamente de uma quan- tidade de bens ou serviços desejados pelos consumidores. Essa rela- ção da procura de um bem ou serviço ocorre considerando somente alguns pontos relevantes, como preço estipulado e análise do preço dos concorrentes, renda, preferência e período. Vasconcellos (2001) complementa com outras variáveis que tam- bém influenciam no deslocamento da demanda: • riqueza (e sua distribuição); • fatores climáticos e sazonais; • propaganda; • expectativas sobre o futuro; • facilidades de crédito (disponibilidades, taxas de juros, prazos). Com isso, a quantidade demandada varia de acordo com os pontos influenciadores ou variáveis citadas. Veja o gráfico 1 para entender me- lhor a questão de demanda de mercado. 35Demanda e oferta. Equilíbrio de mercado, elasticidade, produção e custos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Gráfico 1 – Curva da demanda ou procura Q0 Qp P₁ P Q1 P₀ Em que, • Qp (Qp0, Qp1) = quantidades demandadas; e • P (P0, P1) = preços (variável). O gráfico 1 considera apenas o preço como variável influen- ciadora, isto é, quando o preço sobe, a quantidade procurada cai, e quando o preço é reduzido, a quantidade procurada aumenta. Isso quer dizer que a alteração das variáveis externas da empresa con- duz a curva da demanda. IMPORTANTE A demanda ou procura de mercado pode ser entendida como uma con- sequência do custo-benefício. Trata-se da realização de uma atividade se seus benefícios forem pelo menos iguais aos custos empregados (FRANK; BERNANKE, 2012). 36 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Oliveira e Gennari (2009) reforçam que a demanda pode sofrer influências: • da preferência dos consumidores: com o avanço da tecnologia e maior exigência dos consumidores, as preferências influenciam a de- manda. Exemplo: preferências por aparelhos digitais e não analógicos. • da renda dos consumidores: além da renda, considera-se tam- bém a mudança do custo de vida. Exemplo: desemprego ou au- mento de despesas com moradia e transporte. • dos preços (relativos) dos bens ou serviços substitutos ou com- plementares: ou seja, o efeito de os consumidores consumirem bens ou serviços alternativos. Por exemplo: substituição de veícu- los de alto consumo por veículos mais compactos e econômicos. 2 Oferta de mercado A oferta, por sua vez, complementa a demanda. Portanto, ela é a ex- posição de bens e serviços para os consumidores. Rasmussen (2006) afirma que a oferta é composta por conjunto de produtos e serviços, escassos ou não, comercializados por grupos de fornecedores para pú- blicos de consumidores. Assim como a demanda, a oferta também depende de diversas variá- veis, como o próprio preço de custo, os fatores de produção e os objetivos dos empresários (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014). Ainda devemos considerar os fornecedores que dominam marcas ou ti- pos de commodities e que não geram movimentação na curva da oferta. Um exemplo clássico é a oferta do relógio Rolex, em que o consumidor compra pelo prestígio sem considerar ofertas de outras marcas. Vale ressaltar que essa prática não é considerada monopólio1, mas oferta única. 1 Comercialização abusiva de determinado produto faltante no mercado a um preço exorbitante. 37Demanda e oferta. Equilíbrio de mercado, elasticidade, produção e custos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Matematicamente, a equação que representa a oferta é Q0 = f(P), em que Q0 representa a quantidade ofertada de produtos ou serviços em um período, e P representa o preço do produto ou serviço ofertado. Dessa maneira, a correlação entre quantidade ofertada do produto ou serviço se deve ao aumento do preço no momento que rentabiliza a empresa, contribuindo para a elevação da produção. 3 Equilíbrio de mercado Como já estudado nos tópicos anteriores, demanda e oferta são for- ças que compõem o mercado e, para haver equilíbrio de mercado, é necessário que essas duas forças estejam alinhadas. Para exemplificar um equilíbrio de mercado, vamos usar o gráfico 2 para comparara quantidade produzida de um bem e o seu preço. Gráfico 2 – Equilíbrio de mercado na relação oferta e demanda Q D E O P1 P Q1 A linha vertical P representa o preço do bem ou serviço; a letra Q expressa a quantidade desses bens; a linha azul com a letra O indica a 38 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . oferta, e a roxa com a letra D, a demanda. Se for produzida a quantidade Q1 no preço P1, a oferta e a demanda estarão relativamente proporcio- nais, levando à intersecção das curvas no ponto E e, consequentemen- te, a um ponto de equilíbrio desse mercado. Alguns fatores podem alterar o comportamento da oferta, como a tecnologia, os preços dos fatores de produção, os preços de bens re- lacionados e as políticas governamentais (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012). Todos esses fatores exercem influência direta devido às variações no preço dos bens e serviços, alterando a curva e gerando um desequi- líbrio de mercado. Também pode ocorrer devido à variação do poder aquisitivo, gerando um excesso de demanda. 4 Elasticidade-preço da demanda (EPD) Para analisar e calcular o preço e a renda sobre a relação de oferta e demanda, utiliza-se a elasticidade. Para Wessels (2010), a elasticidade é uma medida de reação de causa e efeito dos percentuais em que o efeito é o numerador, e a causa, o denominador. IMPORTANTE Trata-se de um conceito econômico que pode ser objeto de cálculo a partir de dados reais confrontados com as proposições da teoria eco- nômica. (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014). Já a elasticidade-preço da demanda consiste em medir o volume ou quantidade demandada de produtos em relação à variação no seu preço atual. Para entender a elasticidade-preço da demanda, confira: 39Demanda e oferta. Equilíbrio de mercado, elasticidade, produção e custos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. E (Qd, P) = Variação percentual da quantidade demandada/ Variação percentual do preço Tabela 1 – Tipos de elasticidade-preço da demanda E(Qd,P) > 1 A demanda é elástica, ou seja, uma alteração no preço gera uma variação maior da quantidade de demanda. Exemplo: os consumidores de cerveja reagem consideravelmente de acordo com a alteração dos preços. Se o preço aumenta, diminuem o consumo; mas quando há uma queda nos preços da cerveja, aumentam o consumo. Q D P0 Curva de demanda, perfeitamente elástica P E(Qd,P) < 1 A demanda é inelástica, ou seja, os consumidores reagem pouco com a alteração de preços. Existe, então, uma baixa sensibilidade ao que acontece nesse tipo de mercado em relação ao fator preço. Exemplo: reduz 10% do preço de óculos de grau, aumenta 5% na procura. Q (quantidade) D Curva de demanda, perfeitamente inelástica P E(Qd,P) = 1 A demanda é de elasticidade-preço unitária, o que significa que as variações no preço e na quantidade são proporcionais, mas em sentido oposto. Exemplo: é indiferente se os sacos de café estão em quilos ou toneladas, pois as variações percentuais de preços são as mesmas. O D Curva de demanda de elasticidade unitária P P = preço; Q = quantidade Assim como na demanda e na oferta existem fatores que influen- ciam na variação, o grau de elasticidade-preço da demanda também é influenciado pelos seguintes fatores: • existência de produtos alternativos: se houver produtos substi- tutos, mais elástica será a demanda. 40 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • essencialidade do produto: se o produto é essencial, a alteração de preços pouco importará (demanda inelástica). • relevância do produto (com relação ao seu gasto no orçamento da empresa): em um restaurante, imagine um aumento de 80% no preço do palito de dente e 5% no preço da carne. A carne tende a ser mais relevante, pois tem parcela maior no seu orçamento. 5 Teoria da produção Para entender melhor essa teoria, é importante primeiramente definir o que é produção. Silva e Sinclayr (2010) definem produção como o proces- so de transformação dos fatores de produção de uma empresa, tendo a finalidade de criar bens e serviços a serem disponibilizados no mercado. Já Vasconcellos e Garcia (2014) a definem como a preocupação com as relações tecnológicas entre as quantidades de produtos e de fa- tores de produção, envolvendo custos e preços dos insumos utilizados. 5.1 Função de produção A função de produção é a quantidade de produto obtido por meio de fatores de produção, capital e trabalho em período determinado (VASCON CELLOS; GARCIA, 2014). A função de produção pode ser tam- bém representada pela expressão: q = f(x1, x2, x3, ..., xn) Em que: • q representa a quantidade de bens ou serviços produzidos em determinado espaço de tempo; • X1, X2, X3, ..., Xn indicam as quantidades de fatores de produção utilizadas; 41Demanda e oferta. Equilíbrio de mercado, elasticidade, produção e custos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • f representa que q depende de X1, X2..., e é a função da quantidade de insumos utilizados. Também é possível representar a função de produção com uma expressão mais simplificada: q = f(N,K) Em que: • N representa a quantidade de mão de obra utilizada; • K representa o valor de capital utilizado. Por meio desse cálculo é possível analisar se a quantidade de produ- to ou serviço produzido atende no curto ou longo prazo. 6 Custos de produção Com o aumento da concorrência e a escassez de recursos, surgiu a necessidade de planejar melhor os controles das empresas, a começar pela análise do custo da produção (também chamada de custo total), calculando os custos dos fatores de produção mais os gastos dos em- presários (SILVA; SINCLAYR, 2010). Para arcar com os custos, é necessário que a empresa venda seus produtos ou serviços para gerar o que chamamos de receita ou lucro, tornando este o objetivo básico de qualquer empresa. Assim, os custos totais (CT) podem ser subdivididos em custos variáveis totais (CVT) e custos fixos totais (CFT). Sendo assim: CT = CVT + CFT Os custos variáveis totais ou custos diretos (CVT) estão relaciona- dos à produção, como compra de matéria-prima utilizada, energia e comissões sobre as vendas. 42 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Os custos fixos totais (CFT), ou custos indiretos, não estão rela- cionados diretamente à produção, mas aos gastos fixos das em- presas, como aluguéis, salários e demais despesas administrativas (TEBCHIRANI, 2012). Figura 1 – Lucro contábil, lucro normal e lucro extraordinário Custo de produçãoCustos diretos com maquinário + pessoal Custos diretos com insumos Custos indiretos A figura 1 ilustra a composição geral dos custos de uma empresa, em que as subdivisões de custos são os custos diretos com maquiná- rios mais o custo de funcionários, custos diretos com a produção (insu- mos) e custos indiretos, totalizando o custo total da produção. Como a teoria da produção analisa os custos da produção em um espaço de tempo, pode-se dividir os custos em curto e longo prazo, que têm, res- pectivamente, parcelas de custos fixos e custos variáveis. 43Demanda e oferta. Equilíbrio de mercado, elasticidade, produção e custos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 7 Maximização dos lucros Desde a microeconomia tradicional, a maximização dos lucros tem sido um dos pontos principais de uma empresa seja a curto ou a longo prazo, definindo como lucro total o resultado da diferença entre as recei- tas e despesas (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014). Pode ser representa- da pela expressão LT = RT - CT, em que: • LT é o lucro total; • RT é a receita total; • CT é o custo total. Para alcançar a maximização dos lucros de uma empresa, é pre- ciso buscar um equilíbrio entre a oferta e a demanda, tornando po- sitiva a diferença entre a receita total e o custo total (CRUZ; SCHIER; ANDRICH, 2012). Para Rossetti (2013), é importante o empresário não perder o real objetivo da relação oferta e demanda, em que a demanda deve mostrar o quanto o consumidor deseja comprar um produto e está disposto a pagar por ele em um momento específico, e a oferta deve determinar o quanto a empresa quer vender um produto a um preço e em um pe- ríodo específico. 8 Lucro normal e lucro extraordinário Algumas literaturas tratam o lucro normal como "custo de oportu- nidade de capital" e o lucro extraordinário como "lucro econômico". Por isso, é possível encontrar essas variações de nomenclatura em diferen- tes materiais de economia. Para Vasconcellos e Garcia (2014), o lucro normal se refere ao valor que mantém o proprietário em determinada atividade e, se o lucro for menor, o proprietário sairia deste mercado. Para Hendriksen e Breda (1999), o lucro extraordinário é todo o excedente do lucro normal. 44 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Existe ainda um terceiro tipo de lucro, o lucro contábil, que requer somente uma avaliação dos ativos com base em seus custos não ex- pirados (SOLOMONS, 1971). Nesse contexto, destacamos três pontos fundamentais: • O lucro econômico é apurado pelo incremento do patrimônio líquido. • O patrimônio líquido é mensurado pela capitalização dos recebi- mentos líquidos futuros. • O lucro contábil não tem nenhuma relação com o lucro econômi- co, representando a diferença entre a receita e os custos efetivos. Para entender melhor, considere que João, um investidor do ramo de produtos naturais e saudáveis, está analisando a compra de uma parte da empresa Natureba Vida Saudável, que comercializa produtos orgânicos e naturais. Após a análise, João investiu um certo capital, mas deixou claro que se não houvesse rendimentos acima da aplicação “X”, em que estava seu capital, retiraria imediatamente seu investimento. Ou seja, o rendi- mento representa o custo de oportunidade do investidor. Passados 12 meses, a empresa Natureba Vida Saudável lucrou mui- to mais do que o lucro contábil (que é a diferença entre a receita e os custos da empresa) e mais do que o lucro normal (custo de oportunidade do investidor), auferindo, assim, um lucro extraordinário. Confira na figura 2: Figura 2 – Exemplo de lucro contábil, lucro normal e lucro extraordinário L. Contável L. Normal L. Extraordinário Receita (-) Despesas(=) 45Demanda e oferta. Equilíbrio de mercado, elasticidade, produção e custos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Considerações finais Para entender os conceitos básicos na determinação de preços em uma economia de mercado e como as empresas determinam o nível de produção que maximiza o lucro, este capítulo buscou destacar a rela- ção de oferta e procura vinculando variáveis que influenciam diretamen- te na composição dos custos. Aprendemos que, na relação oferta e procura, além das variações pode acontecer um equilíbrio de mercado quando a oferta e a deman- da estão relativamente proporcionais, interseccionando as curvas. Para isso, foi preciso entender que há pelo menos três tipos de elasticidade- -preço da demanda: demanda elástica, em que a alteração do preço altera consideravelmente a procura do consumidor pelo produto ou serviço; demanda inelástica, que define a sensibilidade como baixa na procura de produtos quando há uma alteração de preço; e elasticidade- -preço de demanda única, que altera proporcionalmente as variações de preço e procura, mas em sentido oposto. Destaca-se também a teoria de produção, que consiste na preocu- pação com as relações tecnológicas entre as quantidades de produ- tos e de fatores de produção, envolvendo custos e preços dos insumos utilizados. Assim, com uma análise mais sistêmica sobre os custos de produ- ção, é possível aumentar a margem de lucro ou maximizar os lucros da produção. Por isso, destaca-se a descrição dos tipos de custos a serem trabalhados na produção. Ao final do estudo, destacamos os tipos de lucro: o econômico, que é a apuração do patrimônio líquido da organização (mensurado pela ca- pitalização dos recebimentos líquidos futuros) e o lucro contábil, que representa a diferença entre a receita e os custos efetivos. 46 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Referências CRUZ, June Alisson W.; SCHIER, Carlos, Ubiratan C.; ANDRICH, Emir G. Contabilidade introdutória descomplicada. 5. ed. Curitiba: Juruá, 2012. FRANK, Robert H.; BERNANKE, Ben S. Princípios da economia. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. HENDRIKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. Van. Teoria da contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. RASMUSSEN, Uwe Waldemar. Economia para não economistas: a desmisti- ficação das teorias econômicas. São Paulo: Saraiva, 2006. ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2013. SAMUELSON, Paul A; NORDHAUS, William D. Economia. Tradução: Elsa Fontainha e Jorge Pires Gomes. 19. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. SILVA, César Roberto Leite da; SINCLAYR, Luiz. Economia e mercados: introdução à economia. 19 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. SOLOMONS, David. Economic and accounting concepts of income. The Accounting Review, v. 36, n. 3, p. 374-383, jul. 1971. TEBCHIRANI, Flávio Ribas. Princípios de economia micro e macro. 3. ed. Curitiba: Ibpex, 2012. VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2001. __________; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos da economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. WESSELS, Walter J. Economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. 1 Capítulo4 Estrutura de mercado de bens e serviços e introdução à macroeconomia O mercado capitalista é regido pelas questões de conjunturas eco- nômicas funcionando sobre a lei da oferta e da procura. Com isso, o mercado possui características como local onde produtores e consumi- dores negociam compras e vendas de mercadorias e serviços. Entretanto, é relevante que tanto o produtor quanto o consumidor compreendam de maneira sistêmica a atuação e as políticas que regu- lamentam o mercado de concorrências. Assim, este capítulo apresen- ta as estruturas de mercado de bens e serviços, bem como, a estrutura da macroeconomia. 2 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Dessa maneira, este estudo objetivou diferenciar as estruturas de mercado de bens e serviços e entender os objetivos e os instrumentos de política macroeconômica. Para isso, destaca-se pontos como mo- nopólio, oligopólio, concorrência perfeita e concorrência monopolista, conceito, metas e instrumentos de políticas macroeconômicas. 1 Monopólio De maneira geral monopólio significa a ausência de concorrência, ou seja, apenas um único fornecedor não havendo inclusive produtos substitutos (HAFFNER, 2013). Já Pindyck e Rubinfeld (2006) trazem o conceito de que no monopólio o fornecedor pode estabelecer o preço que lhe for mais favorável, ou seja, podendo impor preços as suas mer- cadorias, ficando suscetível ao nível de vendas. IMPORTANTE Vale lembrar que a legislação comercial brasileira proíbe a criação de monopólios e quaisquer práticas monopolistas. Mesmo diante desta proibição o setor de petróleo é praticamente um monopólio do governo, sendo controlado por acionistas estatais da Petrobrás. Outro ponto é que, na prática, monopólio não é somente quando há ape- nas uma empresa ofertante no segmento, mas quando há uma empresa capaz de controlar e influenciar o segmento. Para que os monopólios existam, são necessárias barreiras que im- peçam a entrada de novos concorrentes no mercado que são elas: • Monopólio puro ou nominal: caracterizado pelo capital eleva- do em suas operações, gerando um custo unitário muito baixo, sendo esta uma enorme barreira na tentativa de entrada de no- vos concorrentes. Como exemplo, a exploração de petróleo rea- lizada pela Petrobrás, onde há espaço para outras concorrentes 3Estrutura de mercado de bens e serviços e introdução à macroeconomia M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. entrarem, porém, a Petrobrás exerce influência sobre os preços do mercado, devido a sua estrutura. • Patentes: é necessário que a marca caia em domínio público para que sua tecnologia seja compartilhada. Um exemplo de patentes que viraram domínio público são os medicamentos das indús- trias farmacêuticas. Após virar domínio público, podem se criar os chamados “genéricos”. • Controle de matérias-primas básicas: a empresa é quem con- trola inclusive a produção e o fornecimento da matéria-prima bá- sica de sua produção. No controle de matérias-primas básicas, a Petrobrás é novamente um bom exemplo. O gás de cozinha de diversas marcas/engarrafadoras é controlado pela Petrobrás. A figura a seguir ilustra o centralismo de poder destacado nos três pontos anteriores: Figura 1 – Domínio do segmento de mercado 4 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 2 Concorrência perfeita Antes de tratarmos sobre a concorrência perfeita, faz-se necessário a definição de concorrência, onde está se caracteriza pela disputa de um mercado de bens e serviços com a finalidade de angariar uma maior quantidade de clientes. Segundo Mankiw (2006), Pindyck e Rubinfeld (2006), o mercado competitivo ou concorrência perfeita traz a ideia da existência um gran- de número de fornecedores de um mesmo bem ou serviço, sem que este cause fortes influências sobre os preços dos produtos. Para Vasconcellos e Garcia (2014) a existência de um grande núme- ro de empresas fornecedoras faz com que elas sejam apenas tomado- ras de preços, sendo necessário prezar por algumas premissas como a transparência do mercado, onde as informações de preços e lucros devem ser conhecidas por todos os participantes deste mercado, a não existência de barreiras para novos entrantes, permissão de entrada de produtos homogêneos e a presença de várias empresas do mesmo segmento gerando um mercado atomizado. NA PRÁTICA Em linhas gerais, uma concorrência perfeita gera a livre concorrência e consequentemente uma redução dos preços e melhorias na qualidade dos produtos. Um forte exemplo que pode ser citado são os comercian- tes da Rua 25 de Março em São Paulo/SP local onde são comercializa- dos os mesmos produtos a preços praticamente idênticos. A seguir é possível analisar a figura que traz as principais diferenças entre um mercado de concorrência perfeita e um monopolista, sendo destacadas suas discrepâncias. 5Estrutura de mercado de bens e serviços e introdução à macroeconomia M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Figura 2 – Concorrência Perfeita versus Monopólio CONCORRÊNCIA PERFEITA X MONOPÓLIO Muitos produtores: nenhum produtor individualmente controla o mercado; Um único produtor; Muitos consumidores: nenhum consumidor controla o mercado individualmente; Produtores são formadores de preços; Produto comercializado é homogêneo; Existem barreiras à entrada e saída; Produtores são tomadores de preços; A demanda e a receita marginal (RMg) tem o mesmo coeficiente linear, mas o coeficiente angular da RMg o dobro do da demanda. Inexistência de barreiras à entrada e saída de empresas Dessa maneira, concorrência perfeita pode ser entendida como, uma concorrência que não oferece altos riscos para quem está no mercado ou para pretende entrar. Geralmente, ocorre em tipos de produtos e ser- viços que não possuem valores agregados, ou considerados mercados tradicionais ou de necessidade básica. Em contrapartida, um mercado monopolista é totalmente o oposto do mercado competitivo sendo o domínio de mercado por conta de um único fornecedor, controlando preços e criando barreiras para novos entrantes. 3 Concorrência monopolista A estrutura de mercado denominada concorrência monopolista ou também chamada de competição monopolista por algumas literaturas é determinada pela existência de muitos vendedores em um mesmo mercado, porém o produto de cada um apresenta um de algum modo uma diferenciação (MENDES, 2004). Vasconcellos e Garcia (2014) trazem a concorrência monopolista como uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência 6 Economia do meio ambiente Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to
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