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Bases de Gestão - Tema 5

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DEFINIÇÃO 
Noções elementares das ciências econômicas a partir dos ferramentais da 
Microeconomia, da Macroeconomia e do desenvolvimento econômico. 
PROPÓSITO 
Apresentar o funcionamento das firmas, a composição dos mercados e a formação dos 
grandes agregados econômicos, além dos reflexos dessas variáveis no cotidiano das 
organizações. 
OBJETIVOS 
 
2 / 43 
 
INTRODUÇÃO 
Certamente em algum momento de sua vida você já se deparou com alguns dos 
questionamentos a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
Todos esses questionamentos se referem ao campo de estudos da Economia, que estuda 
o funcionamento das atividades econômicas da sociedade global. Para compreender 
essa área de conhecimento, é necessário conhecer os conceitos fundamentais da 
Economia, os ferramentais básicos da Microeconomia e os principais agregados 
macroeconômicos. É o que veremos neste tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCEITOS FUNDAMENTAIS 
O estudo introdutório da Economia tem o intuito de estimular a busca por respostas para 
os principais problemas econômicos, demonstrar as principais teorias e correntes 
econômicas e sua aplicabilidade em questões práticas na vida dos indivíduos e 
no funcionamento das organizações. 
Mas você sabe quando a economia moderna surgiu? 
De acordo com Pinho e Vasconcellos* (2017), o marco inicial da economia 
moderna surgiu entre os séculos XVIII e XIX. Nessa época, foram fundamentados 
diversos princípios econômicos, desenvolvidos a partir de três tipos de concepções: 
*Pinho e Vasconcellos: Diva Benevides Pinho é doutora em Economia pela Faculdade de 
Economia pela FEA-USP. 
Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos doutor em Economia pela Faculdade de 
Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP). 
Fonte: Curriculo Lattes. 
 
 
 
 
 
 
Mecanicista 
Os economistas desse grupo 
explicavam as leis econômicas de 
maneira similar ao comportamento 
da Física, empregando, inclusive, a 
mesma terminologia (estática, 
dinâmica, elasticidade, fluidez etc.). 
Organicista 
Os economistas desse grupo 
afirmavam que as leis 
econômicas se comportavam 
como um órgão vivo e usavam a 
mesma terminologia 
da Biologia (órgãos, funções, 
circulação, fluxos). 
 
Humanista 
Para os economistas desse grupo, 
a Economia é uma ciência social e 
reflete as atitudes do ser humano, 
cheias de aspectos psicológicos, e 
a preocupação em fixar relações 
de causa e efeito entre 
os fenômenos sociais. 
 
http://ftp.novatech.net.br/dev.repo.d/pensamento_economico/
4 / 43 
 
Como pudemos ver nas três concepções, a Economia possui uma forte inter-relação com 
outras ciências — Matemática, Estatística, Política, História, Geografia e Sociologia —, 
embora tenha o seu núcleo de estudo muito bem delimitado. Essa particularidade 
possibilita ao estudante interagir com vários outros domínios do conhecimento científico, 
empregando o seu ferramental teórico visto na Economia para avaliar de forma 
sistemática o comportamento humano em sociedade. 
Diante de tantas concepções, como podemos definir a Economia? 
Segundo Samuelson e Nordhaus* (2004): 
*Samuelson e Nordhaus: Paul Anthony Samuelson se formou em Economia, em Chicago 
e é autor do livro A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, por meio do qual 
revolucionou o pensamento econômico. William D. Nordhaus é professor na Universidade 
de Yale e é o criador do modelo de avaliação integrado, modelo quantitativo que descreve 
a interação global entre a economia e o clima. 
Fonte: Livro Os Economistas de Paul Anthony Samuelson / El País. 
“ A Economia pode ser definida como a ciência que estuda a forma como as sociedades utilizam os recursos escassos para produzir bens com valor e de como os distribuem entre os vários indivíduos. 
 
Observe que, nessa definição, estão presentes três conceitos fundamentais: 
http://ftp.novatech.net.br/dev.repo.d/pensamento_economico/
5 / 43 
 
Escassez 
Representa o objeto da 
economia e consiste em 
uma restrição física, afinal, 
temos meios de 
produção e recursos 
insuficientes para atender 
aos desejos e 
necessidades de todos os 
seres humanos. 
Eficiência 
Está relacionada à 
combinação ótima 
dos insumos 
produtivos (trabalho, 
capital e terra) para obter 
a máxima produção e 
ao uso racional dos meios 
disponíveis para alcançar 
um objetivo previamente 
determinado. 
Equidade 
É a distribuição justa 
da prosperidade 
econômica entre 
os membros da sociedade. 
A desigualdade de renda é 
consequência de uma baixa 
equidade. 
Atualmente, podemos perceber que a equidade talvez seja o grande desafio de ser 
colocado em prática de forma ampla. Alguns economistas, para explicar a situação da 
desigualdade de renda, afirmam ser preciso esperar o bolo crescer para depois distribuir, 
pois não se pode distribuir o que não foi produzido. 
Mas o que isso significa? 
Vamos utilizar os três conceitos mencionados para fundamentar a explicação. Para 
muitos economistas, a relação entre eficiência e equidade no sistema econômico 
representa um trade-off, situação em que há um conflito de escolha. Nesse caso, para se 
ter uma distribuição mais justa da renda entre os agentes econômicos, é necessário abrir 
mão de uma parcela da eficiência produtiva. Sobre esse conflito de escolha, leia o 
poema Ou isto ou aquilo de Cecília Meireles*: 
*Cecília Meireles: Nasceu no Rio de Janeiro no dia 7 de novembro de 1901. Foi poetisa, 
professora, jornalista e pintora brasileira. É considerada a primeira voz feminina de grande 
expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas. 
Fonte: Ebiografia. 
Ou isto ou aquilo 
Ou se tem chuva e não se tem sol, 
ou se tem sol e não se tem chuva! 
 
Ou se calça a luva e não se põe o anel, 
ou se põe o anel e não se calça a luva! 
 
Quem sobe nos ares não fica no chão, 
Quem fica no chão não sobe nos ares. 
 
É uma grande pena que não se possa 
http://ftp.novatech.net.br/dev.repo.d/pensamento_economico/
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estar ao mesmo tempo em dois lugares! 
 
Ou guardo dinheiro e não compro o doce, 
ou compro o doce e não guardo o dinheiro. 
 
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo... 
e vivo escolhendo o dia inteiro! 
 
Não sei se brinco, não sei se estudo, 
se saio correndo ou fico tranquilo. 
 
Mas não consegui entender ainda 
qual é melhor: se é isto ou aquilo. 
Esse poema ilustra bem o conflito de escolha existente na relação entre eficiência e 
equidade. Para que as necessidades humanas sejam satisfeitas, é preciso se valer de 
recursos produtivos disponíveis, que são escassos. Esse desequilíbrio, inevitavelmente, 
implica escolhas. 
Como, então, satisfazer necessidades ilimitadas com recursos limitados? 
As teorias econômicas ajudam a responder a essa pergunta por meio de três questões 
fundamentais: 
O que e quanto produzir? 
A sociedade deve escolher, dentro de um leque de possibilidades, quais bens e 
serviços serão produzidos e em que quantidade. Os produtores aumentam ou 
diminuem a sua produção de acordo com os preços (rentabilidades) dos produtos. 
Como produzir? 
De acordo com o nível tecnológico existente, consideramos que os fatores de 
produção são os recursos básicos empregados na oferta de bens e serviços e podem 
ser divididos em: 
• Terra ou recursos naturais (N): recursos naturais utilizados no processo produtivo. 
• Mão de obra ou trabalho (L): trabalho empregado na produção de bens e serviços. 
• Capital (K): máquinas, equipamentos e imóveis empregados no processo. É 
importante destacar que, em Economia, o termo capital refere-se ao capital físico e 
não ao capital financeiro. 
7 / 43 
 
Mais uma vez nos deparamos com o problema da escassez. Quer ver? Se uma quantidade 
infinita de bens pudesse ser produzida e caso as necessidades humanas pudessem ser 
completamente satisfeitas, não estaríamos preocupados com a utilização racional dos 
recursos produtivos, nem em desenvolver novas tecnologias para aumentar a eficiência 
deprodução. Além disso, também não estaríamos pensando em questões relacionadas 
ao meio ambiente. 
A relação básica entre escassez e escolha dá origem a um termo muito empregado na 
economia: o custo de oportunidade. Ele representa o valor associado à melhor alternativa 
não escolhida. Ou seja, ao tomarmos uma decisão, renunciamos aos benefícios que 
outras opções poderiam nos proporcionar. Vejamos um exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
A forma como as sociedades respondem a essas três questões fundamentais (O que e 
quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir?) depende de seus Sistemas de 
Organização Econômica, que podem ser divididos em: Sistema de Concorrência Pura (ou 
Perfeitamente Competitivo), Sistema de Economia Mista e Economia Centralizada 
(planificada ou de direção central). Vamos conhecê-los a seguir. 
Sistema de Concorrência Pura (ou Perfeitamente Competitivo) 
Para quem produzir? 
A sociedade deve decidir quais os setores que serão beneficiados na distribuição do 
produto: 
• Trabalhadores, capitalistas ou proprietários da terra? 
• Mercado interno ou mercado externo? 
8 / 43 
 
 
A partir da grande crise dos anos 1930, questionou-se a capacidade de autorregulação do 
mercado, o qual, agindo livremente, não consegue garantir que a economia opere sempre 
com pleno emprego de seus recursos, evidenciando a necessidade de uma maior atuação 
do governo na atividade econômica. 
SISTEMA DE ECONOMIA MISTA 
Prevalecem as forças de mercado da demanda (consumidores) e da oferta (produtores), 
mas com a intervenção governamental em áreas estratégicas, 
como infraestrutura, energia, saneamento e telecomunicações. De acordo com 
Vasconcellos (2010), a atuação do governo justifica-se com o objetivo de eliminar as 
distorções alocativas (na alocação de recursos) e distributivas e de promover a melhoria 
do padrão de vida da população a partir das seguintes formas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 / 43 
 
ECONOMIA CENTRALIZADA (PLANIFICADA OU DE DIREÇÃO 
CENTRAL) 
O sistema produtivo é controlado por um órgão central de planejamento e não pelas 
forças de mercado. O Estado é o detentor dos recursos, dos meios de produção e 
define o que é necessário ser produzido para a sociedade. Nessa situação, não há a 
propriedade privada; todos os bens pertencem ao governo. De acordo com Vasconcellos 
(2010), uma economia centralizada apresenta ainda as seguintes características: 
 
Papel dos preços no 
processo produtivo 
Os preços representam 
apenas recursos contábeis 
que permitem o controle da 
eficiência das empresas. 
Ou seja, os preços são 
apenas escriturados 
contabilmente: as 
empresas têm quotas 
físicas de matérias-primas, 
por exemplo, mas não 
fazem nenhum desembolso 
monetário, apenas 
registram o valor da 
aquisição com os custos de 
produção. 
Papel dos preços na 
distribuição do produto 
Os preços dos bens de 
consumo são determinados 
pelo governo. 
Normalmente, o governo 
subsidia fortemente os 
bens essenciais e taxa os 
bens considerados 
supérfluos. 
Repartição do lucro 
Uma parte do lucro vai para 
o governo. Outra parte é 
usada para investimentos 
na empresa dentro das 
metas estabelecidas pelo 
governo. A terceira parte é 
dividida entre os 
administradores (os 
burocratas) e os 
trabalhadores como prêmio 
pela eficiência. Se o 
governo considera que 
determinada indústria é 
vital para o país, esse setor 
será subsidiado, mesmo 
que apresente ineficiência 
na produção ou prejuízos. 
 
 
 
 
 
10 / 43 
 
 
 
Resumindo 
As diferenças entre os sistemas de economia de mercado (Concorrência Pura e 
Economia Mista) e Economia Centralizada podem ser resumidas em dois aspectos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 / 43 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. (Economista - Embratur - 2011) Sobre os problemas econômicos, de escassez e 
escolha e de livre mercado, assinale a alternativa correta: 
 
a) A eficiência representa o objeto de estudo da economia. 
b) As necessidades humanas são ilimitadas e os recursos produtivos existentes na 
natureza são escassos, ou seja, não são encontrados em grande abundância. 
c) Serviços é a denominação usual de coisas tangíveis, resultantes das atividades 
primárias e terciárias de produção. 
d) As necessidades humanas são limitadas, e os recursos produtivos existentes na 
natureza são encontrados em grande abundância, não havendo, portanto, o problema de 
se tornarem escassos. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa B está correta. 
A escassez é o objeto de estudo da economia, não a eficiência. Os problemas 
econômicos fundamentais são três: o que e quanto produzir, como produzir e para quem 
produzir. Os recursos produtivos são escassos para atender às necessidades humanas 
ilimitadas. 
 
 
 
 
 
 
 
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2. De acordo com a teoria econômica: 
I. O trade-off é o termo que define uma situação de escolha conflitante, ou seja, quando 
uma ação econômica, visando à resolução de determinado problema, acarreta, 
inevitavelmente, outros problemas. 
II. O custo de oportunidade é aquilo que o agente econômico deve ter de recompensa para 
abrir mão de algum consumo. 
III. A visão organicista da economia explica as leis econômicas de maneira similar ao 
comportamento da Física. 
IV. A eficiência está relacionada à combinação ótima dos insumos produtivos (trabalho, 
capital e terra) com vista à máxima produção. 
Está correto o que se afirma em: 
 
a) I e II, apenas. 
b) II e III, apenas. 
c) I e IV, apenas. 
d) III e IV, apenas. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa C está correta. 
O custo de oportunidade representa o valor associado à melhor alternativa não escolhida. 
A visão mecanicista da economia explica as leis econômicas de maneira similar ao 
comportamento da Física. 
 
 
 
 
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PRINCÍPIOS DE MICROECONOMIA 
A Microeconomia é o ramo da Ciência Econômica que se preocupa com a análise do 
comportamento das unidades econômicas – os consumidores, as famílias e 
as empresas – na formação dos preços em mercados específicos. Esse ramo observa a 
atuação das diversas unidades econômicas como se fossem individuais 
nesses mercados. 
 
 
 
 
 
Na definição de Microeconomia, falamos de “mercados específicos”. Mas, afinal, o 
que é mercado? 
 
Grupo de compradores (demandantes) e vendedores (ofertantes) que 
tem potencial para negociar uns com os outros. 
14 / 43 
 
Essa definição expressa a relação entre a oferta, representada por pessoas ou empresas 
dispostas a vender determinados produtos, e a demanda (procura), a qual consiste em um 
grupo de pessoas ou empresas a fim de adquirir bens e serviços. Vale lembrar que as 
empresas também podem ser demandantes, pois precisam adquirir materiais de 
consumo, máquinas, equipamentos e mão de obra para o seu processo produtivo. 
Em um conceito mais amplo, mercado pode ser entendido como um espaço de interação 
e troca, regido por normas e regras (formais ou informais), onde são emitidos sinais 
como, por exemplo, os preços, que influenciam as decisões dos atores envolvidos. Ao 
estudarmos o funcionamento de um mercado, procuramos compreender algumas 
questões: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para entendermos a formação de preços em mercados específicos, dividiremos o 
mercado em lado da demanda e lado da oferta. Como o funcionamento do mercado e a 
formação de preços dependem da interação entre vendedores e consumidores, faremos a 
junção dessas duas teorias, chegando aos conceitos de equilíbrio e desequilíbrio de 
mercado. Vejamos a seguir. 
TEORIA DA DEMANDA 
De acordo com Sandroni* (2016), a demanda, também chamada de procura, pode ser 
definida da seguinte forma: 
*Sandroni: Paulo Sandroni é um economista brasileiro, graduado pela FEA-USP e mestre 
em Economia pela PUC-SP. Atualmente é professor da Escola de Administração de 
http://ftp.novatech.net.br/dev.repo.d/pensamento_economico/
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Empresas da FGV-SP e da Faculdade de Economia e Administração da PUC-SP. 
Fonte: Adaptado de Blog doSandroni. 
 
É a quantidade de um bem ou serviço que um consumidor deseja e 
está disposto a adquirir por um preço específico e em determinado 
momento. 
Os modelos de demanda tentam explicar o que determina a escolha individual dos 
compradores. Sabemos que o consumidor visa satisfazer suas necessidades e desejos 
da melhor maneira possível, levando em consideração seus gostos e preferências. 
Entretanto, ele fará isso enfrentando diversas restrições. Observe o exemplo a seguir: 
 
Exemplo 
Suponhamos as seguintes informações de preços (Px) e quantidades demandadas (Qdx), 
obtidas e tabeladas com base em uma pesquisa hipotética, no município do Rio de 
Janeiro, em fevereiro de 2020. A função demanda, calculada para o produto x, pode ser 
expressa por: 
 
A partir da equação, pode-se gerar a tabela: 
 
15 / 4343 
 
16 / 43 
 
Preços ($) Quantidade demandada (kg) 
5,00 5 
4,00 10 
3,00 15 
2,00 20 
1,00 25 
Preços ($) Quantidade demandada (kg) 
Tabela 1: Demanda hipotética de um produto (x). 
Percebe-se, claramente, que quando o preço do produto aumenta, sua quantidade 
demandada diminui. Quando o preço está em R$1,00, são demandadas 25 unidades do 
produto, enquanto que, ao preço de R$5,00 (maior preço da tabela), somente 5 unidades 
são demandadas. Veja a representação gráfica dessa situação: 
 
A curva de demanda (em vermelho) representa a relação entre os preços 
alternativos e quantidades demandadas do produto, por unidade de tempo, coeteris 
paribus. Essa expressão do latim significa: tudo o mais permanecendo constante, ou seja, 
se as demais variáveis que influenciam a demanda permanecem constantes, podemos 
16 / 4343 
 
17 / 43 
 
afirmar que há uma relação inversamente proporcional entre o preço do produto e a sua 
quantidade demandada. E isso resume a Lei da Demanda. 
 
Atenção! 
Na Microeconomia, expressamos o mesmo conceito a partir das 
linguagens literal, matemática, tabular e gráfica. No exemplo anterior, o -
5 representa o coeficiente angular da função do primeiro grau. O sinal 
negativo informa que a quantidade demandada (Qdx) varia em proporção 
inversa ao preço (Px). Pode-se construir a tabela e o gráfico a partir da 
equação dada ou, de modo inverso, definir a equação a partir do gráfico 
ou tabela. 
Em outros termos, segundo a Lei da Demanda: 
 
Cabe destacar que, efetivamente, a quantidade demandada (Qdx) do produto no mercado 
não é influenciada somente pelo preço (Px); uma série de outras variáveis também afeta a 
demanda desse produto. Segundo Vasconcellos (2010), devemos considerar outros 
fatores que também afetam a demanda dos consumidores: 
Preço dos produtos substitutos ou sucedâneos (Ps) 
São aqueles que atendem às mesmas necessidades e funções. Por exemplo, a 
margarina é um produto substituto da manteiga. Sabe-se que um aumento de preços da 
manteiga reduziria sua quantidade demandada e levaria o consumidor a buscar mais a 
margarina. 
18 / 43 
 
À medida que a renda dos consumidores aumenta, a sua demanda por bens e serviços 
também cresce. Essa máxima é válida para a maioria dos produtos que são conhecidos 
como bens normais. No entanto, os produtos conhecidos como bens 
inferiores apresentam uma relação inversamente proporcional entre renda e demanda. 
Em outros termos, quando o rendimento dos consumidores aumenta, a demanda pelo 
bem inferior diminui; e à medida que o rendimento diminui, a demanda aumenta. Vejamos 
alguns exemplos de bens e serviços considerados inferiores que apresentam um aumento 
em sua demanda quando há redução na renda dos consumidores: 
 
Passagem de ônibus 
Os consumidores 
substituem o uso dos 
carros pelo transporte 
público. 
Ovo 
Os consumidores 
substituem o consumo de 
carne pelo consumo do 
ovo. 
Serviços públicos de 
saúde 
Os consumidores 
substituem o consumo dos 
serviços particulares de 
saúde pelo público. 
Podemos expressar a função demanda da seguinte forma: 
Preços de produtos complementares (Pc) 
São aqueles bens que tendem a ser consumidos conjuntamente. Um exemplo de bens 
complementares são o pão e a margarina. Se o preço do pão baixar, haverá um 
aumento da quantidade consumida e, consequentemente, de margarina, uma vez que os 
dois são frequentemente oferecidos em conjunto. Em outros termos, se temos dois 
bens complementares A e B, um aumento no consumo de A resulta em uma procura 
maior de B e vice-versa. 
Renda dos consumidores (R) 
Relacionada ao poder de compra dos consumidores. Quanto maior a renda do 
consumidor, maior é a sua quantidade demandada de bens normais. Por outro lado, 
consumidores com rendas mais baixas demandam uma menor quantidade de produtos, 
tendo em vista a sua restrição orçamentária. 
19 / 43 
 
 
TEORIA DA OFERTA 
De acordo com Sandroni (2016), oferta pode ser definida como: 
 
A quantidade de bens ou serviços que se produz e oferece no mercado 
por certo preço e em determinado período. 
Os modelos de oferta tentam explicar o que determina a escolha 
individual dos vendedores, dando ênfase à influência dos preços dos bens e serviços. 
Para entender a teoria da oferta, observe o exemplo a seguir: 
 
 
Exemplo 
Consideremos as seguintes informações de preços (Px) e quantidades ofertadas (Qox), 
obtidas e tabeladas com base em uma pesquisa hipotética, no município do Rio de 
Janeiro, em fevereiro de 2020. A função oferta, calculada para o produto x, pode ser 
expressa por: 
Qox = 2Px - 4 
A partir da equação, pode-se gerar a tabela: 
19 / 4343 
 
20 / 43 
 
Preços ($) Quantidade demandada (kg) 
8,00 12 
7,00 10 
6,00 8 
5,00 6 
4,00 4 
3,00 2 
Tabela 1: Demanda hipotética de um produto (x). 
Ao contrário do observado com as quantidades demandadas, as quantidades ofertadas 
aumentam à medida que o preço sobe. Em outros termos, a um preço mais alto (produto 
valorizado), o produtor tem mais incentivos para aumentar a produção. Assim, a maior 
quantidade ofertada (12 unidades) ocorre quando houver o maior nível de preço (R$8,00). 
Veja a representação gráfica dessa situação: 
 
 
20 / 4343 
 
21 / 43 
 
 
Atenção! 
Na Microeconomia, expressamos o mesmo conceito a partir das 
linguagens literal, matemática, tabular e gráfica. No exemplo anterior, o -
5 representa o coeficiente angular da função do primeiro grau. O sinal 
negativo informa que a quantidade demandada (Qdx) varia em proporção 
inversa ao preço (Px). Pode-se construir a tabela e o gráfico a partir da 
equação dada ou, de modo inverso, definir a equação a partir do gráfico 
ou tabela. 
 
 
Além do preço do próprio produto, existem outras variáveis que influenciam a oferta de 
um bem, podendo-se destacar: 
 
 
 
 
 
 
 
Podemos expressar a função oferta da seguinte forma: 
 
 
Custo de produção (CP) 
Preços dos insumos e fatores 
de produção, como mão de 
obra, matérias-primas, terra, 
entre outros. 
 
Nível tecnológico (NT) 
Melhoria na forma de combinar os 
fatores de produção. 
 
Condições climáticas (CC) 
Escassez de precipitações, 
geadas, altas ou baixas 
temperaturas e outros. 
 
22 / 43 
 
EQUILÍBRIO DE MERCADO 
Após o conhecimento das curvas de oferta e de demanda, é possível entender como 
ocorre a formação de preços dos bens. Em Microeconomia, o equilíbrio de mercado 
expressa o resultado da interação entre as forças de oferta e de demanda, que são 
determinadas pelo processo de negociação entre produtores (vendedores) 
e consumidores. 
 
 
 
 
 
 
 
Veja a representação gráfica dessa equação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim como na análise gráfica, podemos definir o preço e a quantidade de equilíbrio, 
igualando-se as funções de demanda e de oferta. 
 
23 / 43 
 
Vamos exercitar o que você aprendeu até aqui? 
ATIVIDADE 
Dadas as funções de demanda e oferta, determine o preço e a quantidade de equilíbrio: 
Qdx = 300 - 8Px 
Qox = 48 + 10Px 
 
Passo 1 
Fazer QdX = Qox para encontrar o preço de equilíbrio: 
48 + 10Px = 300 - 8Px 
10Px + 8Px = 300 - 48 
18Px = 252 
Px = 252/18 = 
Px= 14 
Passo 2 
Substituir o preço de equilíbrio encontrado na função demanda (Qdx) ou na função oferta 
(Qox) para encontrar a quantidade de equilíbrio. 
Qex = 48 + 10 (14) = 48 + 140 = 188 
Portanto, temos o ponto de equilíbrio dado por: 
Pex = 14 
Qex = 188 
Passo 3 
Representação gráfica do equilíbrio de mercado do produto X. 
 
 
 
24 / 43 
 
 
Ainda seguindo o exemplo do exercício, para qualquer preço diferente de R$14,00, 
teremos um desequilíbrio de mercado, caracterizado por um excesso de oferta (escassez 
de demanda) ou de demanda (escassez de oferta). 
ESTRUTURAS DE MERCADO 
A forma de atuação da empresa no ambiente econômico, seu planejamento estratégico e 
suas possibilidades de sucesso dependem muito da sua forma de organização no 
ambiente econômico. São três os elementos básicos que determinam as estruturas 
mercadológicas nas quais acontecem a atuação das firmas: 
 
E quais são as estruturas de mercado? 
Veja a seguir. 
CONCORRÊNCIA PERFEITA (PURA) 
É uma estrutura de mercado que visa descrever o funcionamento ideal de uma economia, 
servindo de parâmetro para o estudo das outras estruturas de mercado. Trata-se de uma 
construção teórica. Apesar disso, algumas aproximações dessa situação de mercado 
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poderão ser encontradas no mundo real, como é o caso dos mercados de vários produtos 
agrícolas. Destacam-se como principais características desta forma de organização 
econômica: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONOPÓLIO 
Quando falamos de concorrência perfeita, estamos abordando um tipo de estrutura de 
mercado situada no extremo da concorrência. Em um ponto diametralmente oposto, 
temos o monopólio, uma situação de mercado em que existe um só produtor de um bem 
ou serviço que não tenha substituto próximo. Com isso, o monopolista exerce grande 
influência na determinação do preço a ser cobrado pelo seu produto: ou os consumidores 
se submetem às condições impostas pelo vendedor, ou simplesmente deixam de 
consumir o produto. As principais características do monopólio são: 
 
 
 
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OLIGOPÓLIO 
O oligopólio é uma estrutura de mercado que se situa entre a concorrência perfeita e o 
monopólio. O setor produtivo brasileiro é altamente oligopolizado, sendo possível 
encontrar inúmeros exemplos, como serviços de telefonia móvel, serviços bancários, 
montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria de papel, indústria química, 
indústria farmacêutica, indústria de bebidas, dentre outras. Os mercados oligopolizados 
possuem as seguintes características: 
 
Pequeno número de 
empresas grandes controla 
a oferta de um bem ou 
serviço 
O mercado pode ter muitas 
empresas, mas poucas 
Produtos homogêneos ou 
diferenciados 
Existem exemplos de 
oligopólios em que os bens 
são homogêneos, como o 
caso da indústria de 
alumínio e cimento; e de 
Dificuldade de entrada de 
novas empresas 
O difícil acesso de novos 
concorrentes pode ser 
explicado por uma série de 
barreiras como: proteção 
de patentes, controle de 
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dominam a oferta do 
produto 
oligopólios em que os 
produtos são diferenciados, 
como o setor de 
cosméticos no Brasil. 
insumo produtivo chave e 
tradição. 
No Brasil, de acordo com o Banco Central (2019), temos o oligopólio de cinco bancos que 
detinham, em 2018, 84,8% do mercado de crédito e 83,8% dos depósitos totais. São eles: 
 
 
 
 
 
 
 
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA 
Estrutura de mercado que contém elementos da concorrência perfeita e do monopólio, 
ficando em situação intermediária entre as duas formas de organização de mercado. 
Vejamos as características dessa estrutura de mercado: 
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Resumindo 
Preparamos um quadro-resumo com as principais características das estruturas de 
mercado: 
Grande parte dos empreendimentos 
dos setores de serviços e varejistas 
podem ser enquadrados como 
concorrência monopolística, 
destacando-se: bares, restaurantes, 
escritórios de advocacia, clínicas 
médicas, escritórios de contabilidade 
e de consultorias. 
 
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Características Concorrência 
perfeita 
Monopólio Oligopólio Concorrência 
monopolística 
Número de 
ofertantes 
(empresas) 
Muito grande 
(mercado 
atomizado). 
Somente uma 
empresa. 
Pequeno Grande 
Tipo de produto Homogêneo 
(não possui 
diferenciação). 
Único (sem 
substitutos 
próximos). 
Homogêneo ou 
diferenciado. 
Diferenciado 
Barreiras à 
entrada de 
concorrentes 
Não existem 
barreiras (livre 
entrada e saída 
de empresas). 
Impossibilidade 
de entrada de 
concorrentes. 
Dificuldade de 
entrada de 
concorrentes. 
Facilidade de 
entrada de 
novos 
concorrentes. 
Quadro 1: Estruturas de mercado: principais características. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. Dada a curva de demanda abaixo, o deslocamento do ponto A para o ponto B pode 
significar: 
 
a) Um aumento na quantidade demandada do próprio bem. 
b) Uma diminuição no preço do bem complementar. 
c) Um aumento no preço do próprio bem. 
d) Um aumento no preço do bem substituto. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa C está correta. 
O deslocamento do ponto A para o ponto B causa o aumento do preço do bem em 
questão e a redução de sua quantidade demandada. 
 
 
 
 
 
 
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2. Ao contrário da concorrência perfeita, na concorrência monopolística os bens são: 
 
a) Homogêneos e substitutos perfeitos. 
b) Homogêneos e substitutos próximos. 
c) Únicos e sem substitutos próximos. 
d) Heterogêneos e substitutos próximos. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa D está correta. 
Na concorrência monopolística, cada firma produz e vende um produto diferenciado 
(heterogêneo), embora substituto próximo. A diferenciação caracteriza a maioria dos 
mercados existentes. Observe que não existe um tipo homogêneo de perfumes, de 
aparelhos de televisão, de restaurantes, de automóveis ou DVDs. Na realidade, cada 
produtor procura diferenciar seu produto a fim de torná-lo único. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCÍPIOS DE MACROECONOMIA 
Segundo Garcia* e Vasconcellos (2002), a Macroeconomia estuda a economia como um 
todo, analisando a determinação e o comportamento de grandes agregados, tais como: 
*Garcia: Possui graduação, mestrado e doutorado em Economia pela USP, onde atua 
como coordenador de estágio supervisionado e professor doutor. 
Fonte: Adaptado de Currículo Lattes. 
 
Esses fatores mostram que a teoria macroeconômica se preocupa com questões 
conjunturais de curto prazo, como desemprego e inflação, e de longo prazo, como 
distribuição de renda e crescimento econômico. Isso parece distante da sua realidade? 
Claro que não! Ao longo dos últimos anos, você deve ter ouvido algumas das seguintes 
afirmações: 
 
 
 
 
 
http://ftp.novatech.net.br/dev.repo.d/pensamento_economico/
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Essas são algumas variáveis analisadas no estudo 
da Macroeconomia (PIB, inflação e balança comercial). 
Para entender bem a diferença... 
 
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA 
O governo possui instrumentos de política macroeconômica para alterar o 
comportamento da economia e melhorar a qualidade de vida da população. Esses 
instrumentos variam de acordo com a política macroeconômica adotada: 
 
 
 
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Política fiscal 
Diz respeito aos instrumentos disponíveis pelo governo para a arrecadação de 
impostos e contribuições (política tributária) e o controle de suas despesas (gastos 
públicos). Ela também é utilizada para estimular ou inibir os gastos do setor privado. Um 
exemplo foi a política do governo federal de redução do IPI (Imposto sobre Produtos 
Industrializados) sobre automóveis e produtos da linha branca, como eletrodomésticos, 
que impulsionou o consumo das famílias em 2012. 
Política cambial e comercial 
Trata da atuação governamental no setor externo da economia. A política cambial diz 
respeito à ação dogoverno sobre a taxa de câmbio. O governo fixa ou permite que a taxa 
de câmbio seja flexível por meio do Banco Central. A política comercial refere-se aos 
instrumentos que estimulam as exportações – estímulos fiscais e taxas de juros 
subsidiadas – e ao controle das importações – tarifas e barreiras maiores. 
Política monetária 
Refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos, sendo os 
recursos disponíveis para sua emissão, compra e venda de títulos, regulamentação sobre 
crédito e taxas de juros, entre outros. 
Política de rendas 
Refere-se à interferência do governo na formação de renda, mediante o controle e 
congelamento dos preços. Esse controle sobre os preços e salários é obtido pelo 
combate ao aumento persistente e generalizado nos preços, que é a inflação. As políticas 
anti-inflacionárias brasileiras são o salário mínimo e o congelamento de preços e salários, 
por exemplo. 
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Uma política macroeconômica bem-sucedida tem impacto direto no ritmo da atividade 
econômica, podendo melhorar a geração de emprego e renda e até mesmo a distribuição 
dos recursos entre os habitantes do país. Quando o governo emprega as suas políticas 
econômicas, ele tem o intuito de alcançar os seguintes objetivos: 
 
 
 
Alto nível de emprego 
Considera-se emprego a utilização dos 
recursos produtivos (trabalho, capital e 
recursos naturais). Quanto maior a utilização 
de recursos produtivos, maior o ritmo da 
atividade econômica. Na situação de 
desemprego, temos ociosidade na utilização 
de recursos produtivos, dentre os quais a 
mão de obra. 
 
Estabilidade de preços 
O governo busca garantir a estabilidade de 
preços (controle do processo inflacionário). 
Entende-se por inflação o aumento contínuo 
do nível geral de preços. O Brasil 
experimentou, ao longo das últimas décadas 
do século passado, períodos com inflação 
superior a 1.000% ao ano. Com uma inflação 
tão alta assim, a renda das famílias é 
corroída, pois os preços sobem muito e não 
é possível fazer planejamento financeiro. Por 
isso, a preocupação contínua do governo 
com o controle da inflação. 
Notícia de jornal sobre medida do 
governo Sarney para controle de preços. 
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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
Muitas pessoas confundem os conceitos de crescimento e desenvolvimento econômico. 
Embora existam diversas interpretações, podemos afirmar: 
 
Distribuição de renda 
É possível, a partir de políticas 
macroeconômicas, diminuir a disparidade de 
renda entre os indivíduos e entre as regiões 
do país. A cada dia, a disparidade de renda 
aumenta. Garcia e Vasconcellos (2002) 
apontam que a renda de todas as classes 
aumentou e o problema é que, embora o 
pobre tenha ficado menos pobre, o rico ficou 
relativamente mais rico. O governo deve atuar 
a favor da igualdade na distribuição da renda 
gerada no país. 
 
Crescimento econômico 
O governo também tem a função de estimular 
a atividade produtiva nacional. Quando 
falamos em crescimento econômico, estamos 
pensando no aumento da renda nacional per 
capita, isto é, que seja colocada à disposição 
da coletividade uma quantidade de 
mercadorias e serviços que supere o 
crescimento populacional. 
Notícia sobre a desigualdade de renda 
no Brasil. 
Gráfico que demonstra a renda per 
capita no Brasil entre 2012-2018. 
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Todos os objetivos da política econômica apresentados buscam levar o país a um grau 
de desenvolvimento econômico. Para tal, precisa garantir o crescimento econômico, que 
é medido principalmente por dois indicadores: 
 
Produto Interno Bruto (PIB) 
Representa a soma (em valores 
monetários) de todos 
os bens e serviços finais produzidos numa 
determinada região durante um período. 
PIB per capita 
É expresso pela divisão do 
PIB pelo número de habitantes da região. 
Esse indicador de renda média é o mais 
recomendado para analisar o crescimento 
econômico, pois demonstra a relação 
entre o produto nacional e a população da 
região. Note que, se o PIB real crescer 10% 
em um ano, mas a população crescer 10% 
ou mais, a renda por habitante estará 
estagnada ou declinante. 
E no Brasil? Como performamos nesses dois indicadores? Veja um quadro 
comparativo do PIB e do PIB per capita* em relação a outros países. 
*PIB per capita: 
 
 
Gráfico comparativo PIB per capita. 
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O desenvolvimento econômico deve ser entendido como um processo que engloba o 
crescimento de longo prazo da renda per capita, a melhoria nas condições de vida da 
população e a criação de um ambiente social que minimize a desigualdade na distribuição 
de renda, poder e oportunidades. Um indicador muito utilizado para analisar o 
desenvolvimento econômico é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH 
considera três variáveis: 
 
Assim, se a renda cresce muito, mas a qualidade de vida não melhora, sendo esta 
capturada pelos indicadores de saúde e educação, não haverá desenvolvimento. A partir 
do IDH é possível classificar os países em três grupos de desenvolvimento humano: 
 
O mapa a seguir mostra como os países são classificados de acordo com o seu IDH. 
Observe: 
 
Como o cálculo do IDH baseia-se em três indicadores (educação, saúde e renda), ele pode 
ser calculado para qualquer país ou região, tendo em vista que todos os cidadãos, em 
alguma medida, são alcançados por uma dessas variáveis. 
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Resumindo 
As quatro políticas macroeconômicas são: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. (Biblioteconomia – BNDES, 2013) A Macroeconomia é o estudo da estrutura de 
economias nacionais e das políticas econômicas exercidas pelos seus governos com o 
objetivo de melhorar o desempenho econômico doméstico. Não se considera uma 
questão pertencente ao ramo da Macroeconomia aquela que: 
 
a) Causa desemprego. 
b) Causa aumento do nível geral de preços. 
c) Causa o desequilíbrio entre oferta e demanda de produtos. 
d) Determina o crescimento econômico de uma nação ao longo do tempo. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa C está correta. 
A Microeconomia estuda a formação de preços em mercados específicos, analisando 
situações de equilíbrio e desequilíbrio de demanda e oferta de produtos. A 
Macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a determinação e o 
comportamento de grandes agregados, como o desemprego, o crescimento econômico e 
a inflação. 
 
 
 
 
 
 
 
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2. (Adaptado de FCC - Consultor Técnico-Legislativo. Câmara Legislativa, 2018) Em que 
pesem as pequenas variações nos indicadores ao longo do tempo, o grau de 
concentração de renda no Brasil apresenta-se como um dos mais elevados do mundo, 
desde meados do século XX, até nossos dias. Destacam-se, no caso brasileiro, como 
causas estruturais do baixo desenvolvimento econômico, exceto: 
 
a) Os baixos índices de crescimento econômico. 
b) O poder e a habilidade política das classes dirigentes em manter situações de 
privilégio. 
c) A elevada concentração de riquezas do país. 
d) A ausência histórica de políticas públicas que objetivem mudanças estruturais e 
objetivas de forma consistente. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa A está correta. 
O Brasil passou por períodos de elevado crescimento econômico, mas não conseguiu 
distribuir esses ganhos em prol da melhoria da qualidade de vida da população. Todas as 
demais alternativas ajudam a explicar o baixo grau de desenvolvimento econômico do 
país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Discutimos os conceitos fundamentais da Economia, verificamos o que é a 
Microeconomia e suas teorias e finalizamos falando a respeito da Macroeconomia e de 
seus agregados principais. Tudo isso nos ajuda a entender a composição dos mercados e 
a formação dos grandes agregados econômicos. 
REFERÊNCIAS 
EL PAÍS. William D. Nordhaus e Paul M. Romer ganham o Nobel de Economia de 2018. 
Publicado em: 8 out. 2018. 
MANKIW, N.G. Introdução à Economia. Traduçãoda 6ª Edição Norte-Americana. Cengage 
Learning, 2013. E-book. 
PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M.A.S. Manual de Economia. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 
2017. 
SAMUELSON, P. A. Fundamentos da Análise Econômica. In: Coleção Os Economistas. São 
Paulo: Ed. Nova Cultural, 1997. 
SAMUELSON, P. A.; NORDHAUS, W. D. Economia. 17. ed. Lisboa: McGraw-Hill, 2004. 
SANDRONI, P. Dicionário de Economia do Século XII.Record, 2016. E-book. 
VASCONCELLOS, M.A.S. Economia: Micro e Macro. São Paulo: Atlas, 2010. 
VASCONCELLOS, M. A. S.; Garcia, H. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 
2010. 
 
 
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EXPLORE + 
Se quiser uma perspectiva geral da inflação histórica brasileira, leia a página do 
site inflation.eu e veja os gráficos. 
Aprenda mais sobre os instrumentos de política econômica do governo a partir do Plano 
Real e sua importância para estabilidade econômica do Brasil lendo o texto de André 
Eduardo da Silva Fernandes, Distribuição de renda e crescimento econômico: uma análise 
do caso brasileiro. 
CONTEUDISTA 
Raphael de Paiva Barbosa

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