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3 - Agricultura familiar e agricultura empresarial

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Yohanna de Tarso
Agricultura Familiar x Agricultura
Empresarial
- Características: pequeno produtor,
produtor de subsistência, produtor
de baixa renda (termos populares).
Mas segundo a lei..
- Lei n° 11.326, de 24 de julho de
2006 - estabelece as diretrizes
para a formulação da Política
Nacional da Agricultura Familiar e
Empreendimentos Familiares
Rurais.
- Art. 3° Para os efeitos desta Lei,
considera-se agricultor familiar e
empreendedor familiar rural aquela
que pratica atividades no meio
rural, atendendo,
simultaneamente, aos seguintes
requisitos:
I. não detenha, a qualquer
título, área maior do que 4
módulos fiscais;
*módulo fiscal é uma
unidade de medida, em
hectares (valor do módulo
no brasil varia de 5 a 110
hectares), cujo valor é
fixado pelo incra para cada
município levando- se em
conta:
a) tipo de exploração
predominante no
município
(hortifrutigranjeira,
cultura permanente,
cultura temporária,
pecuária ou
florestal);
b) a renda obtida no
tipo de exploração
predominante;
c) outras explorações
existente no
município que,
embora não
predominantes,
sejam expressivas
em função da renda
ou da área utilizada;
d) o conceito de
“propriedade
familiar”.
ex: Mata de São João (BA): 7 ha; Sitio do
quinto (são francisco); 70 ha.
II. Utilize predominantemente
mão de obra da própria
família nas atividades
econômicas do seu
estabelecimento ou
empreendimento;
III. Tenha percentual mínimo
(50%) da renda familiar
originada de atividade
econômica do seu
estabelecimento ou
empreendimento, na forma
definida pelo Poder
Executivo; (Redação dada
pela Lei n° 12.512, de
2011).
IV. Dirija seu estabelecimento
ou empreendimento com
sua família.
Esta lei também beneficia na mesma
categoria: quilombolas (comunidades
remanescentes, indígenas, assentados de
reforma agrária, extrativistas/ribeirinhos,
aquicultores e pescadores.
*a lei não homogênea, pois não abrange
as particulares e distinções das
propriedades e situações encontradas
nelas.
- Dimensão
Censo agropecuario 2017
N° de estabelecimentos: 5.073.324
Áreas dos estabelecimentos:
351.289.816 ha
* Conclusão do gráfico acima: Embora a
agricultura familiar seja majoritária em
número de estabelecimentos, ela não
detém uma área proporcional. Já a
agricultura não familiar embora tenha um
número menor de estabelecimentos
detém 77% da área total dos
estabelecimentos agropecuários.
*legenda: A Bahia, seguida por Minas
Gerais, é o estado que mais possui
estabelecimentos familiares.
Santa catarina = 3,7% (cortado na foto)
- Pessoal ocupado em
estabelecimentos agropecuários
*N° de estabelecimentos - a agricultura
familiar encolheu no país. Dados do
censo agropecuário de 2017 (gráfico
acima), mostram redução de 9,5% no
número de estabelecimentos em relação
ao censo de 2006.
*Pessoal ocupado - o segmento também
foi o único a perder mão de obra. Na
agricultura NÃO familiar houve a criação
de 702 mil postos de trabalho, a
agricultura familiar perdeu 2,2 milhões de
trabalhadores.
Em suma, a agricultura familiar perde:
número, pessoal e área e a agricultura
NÃO familiar ganha nesses três aspectos.
- Participação da agricultura familiar
na produção agrícola
--------------------------------------------------------
De acordo com censo (2006)
agropecuário, a agricultura familiar é a
base da economia de 90% dos municípios
brasileiros com até 20 mil habitantes.
Além disso, é responsável pela renda de
40% da população economicamente ativa
do país e por mais de 70% dos brasileiros
ocupados no campo.
*dentro da porteira e não na extensão de
toda sua cadeia
* censo de 2017
*O valor da produção da agricultura
familiar foi responsável por 23% do valor
total da produção dos estabelecimentos
do Br.
- Apoio de políticas
ex: ATER ( assistência técnica e
extensão rural)
O censo também relaciona outras
políticas como crédito,
organização, acesso a internet,
todos números muito pequenos.
- Desafios
Estudo - Artigo: Desigualdade nos
campos na ótica do censo
agropecuário 2006. Alves, E.;
Souza. G. da Silva e; ROCHA, D. de
PAULA.
- O artigo analisa os
dados do censo
para a renda bruta
de 4.400.527
estabelecimentos
localizados em
5.036 municípios os
estabelecimentos
foram definidos em
dois grupos de
áreas (em
hectares): < ou =
100 e > 100
4 classes de renda bruta, em salário
mínimo mensal:
- muito pequena - (0,2] (zero
excluído e dois incluído);
- pequena 0 (2, 10] SMM
- Média - (10, 200] SM
- e grande > 200 SMM
"Essas classes serão usadas para
mostrar como a produção está
concentrada - pois poucos produziram
muito, e muitos produziram muito pouco”.
- Concentração de renda bruta “a classe
de renda bruta muito pequena (0,2]
abrange 2.904.769 estabelecimentos,
66,01% do total. Eles responderam por
apenas 3,27% da renda bruta de 2006.
Cada estabelecimento produziu apenas
0,52 (meio salário) salários mínimos mês;
portanto, impera a pobreza, derivada da
produção deficiente. Essa classe carece
fortemente de transferência de renda, e a
solução agrícola de seu problema de
pobreza é delicada.
“A classe de renda bruta pequena (2, 10]
compreende 995.750 estabelecimentos,
22,63% do total, que produziram 10,08%
da renda bruta de 2006, tendo cada um
deles produzindo 4,66 salários mínimos
de renda bruta mensal”.
*Em síntese essas 2 classes são 3,9
milhões de estabelecimentos e somente
contribuíram com 13% da renda.
“Eles necessitavam também de políticas
específicas, como crédito rural, extensão,
facilidades para exportação, proteção
contra as restrições de mercado e
cooperativismo. Mas tem futuro mais
promissor”.
A classe média (10, 200], com 472.702
estabelecimentos, 10,74% do total,
produziu 35,46% da renda bruta, com
34,49 salários mínimos de renda bruta
mensal por estabelecimento. Eles podem
caminhar por conta própria, ao abrigo de
políticas gerais, sem nenhuma
especificidade/ apoio direto
governamental.
O grupo grande (> 200], com apenas 27
306 estabelecimentos, 0,62% do total de
estabelecimentos, produziu 51,19% de
toda a renda bruta de 2006. Cada
estabelecimento gerou 861, 91 salários
mínimos mensais. Foram muito
prósperos, portanto.
*carece tão somente de políticas gerais,
como seguro agrícola, infraestrutura,
redução do custo Brasil, taxas de juros
competitivas com o mundo desenvolvido e
proteção contra a competição predatoria”.
*Em síntese, as 2 maiores classes 500 mil
(11,4%) estabelecimentos, de 4,4 milhões,
geraram 87% da renda bruta.
“...o grande dilema da política agrícola
que é a INCLUSÃO na agricultura
moderna de milhões de agricultores que
ficaram à margem dela”.
Com os mesmos dados do censo de
2006, os autores mostram a influência da
terra, trabalho e tecnologia na renda.
Variáveis: renda, a área do
estabelecimento, os gastos com trabalho
e os gastos com insumos (que carregam
tecnologia como máquinas
equipamentos), fertilizantes, sementes,
rações e agrotóxicos.
- Conclusão:
A tecnologia explicou a maior parte das
desigualdades de renda bruta e nas
regiões, e a terra se tornou menos
importante em relação às outras variáveis.
Pelo censo agropecuário 2006, de 100%
de crescimento da renda bruta, a terra
explicou 9.6%; trabalho 22,3% e
tecnologia 68,1%.
“Apenas distribuir terra não é a solução
para reduzir a pobreza no campo.”
“Programas de assentamentos de
agricultores fracassaram, caso não deem
prioridade à tecnologia moderna. Isso
inclui extensão rural e remoção de
imperfeições de mercado (insumos e
produtos, da assistência técnica, além de
outros fatores”.
3.9 milhões de estabelecimentos não
inseridos na agricultura moderna.
Necessidade de medidas que procurem
fazer os mercados mais eficientes, ou em
pouco tempo os campos se esvaziarão”.
Recomendação: a pesquisa, ao lado da
extensão rural, formular sistema de
produção e avaliá-los. Considerando-se
regiões e níveis e entendimento dos
produtores.
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