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Jovens leitores Relato de uma experiência de formação de jovens monitores de leitura para crianças _ Revista Emília

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19/04/2019 Jovens leitores – Relato de uma experiência de formação de jovens monitores de leitura para crianças | Revista Emília
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E
Jovens leitores – Relato de uma
experiência de formação de
jovens monitores de leitura para
crianças
POR ALDA BERALDO | 7 DE MARÇO DE 2018 | EMÍLIA & CE CEDAC |
Para uma determinada situação, investir na solução
m 2004 comecei a atuar como formadora pelo Programa Escola que Vale, realizado pela Fundação Vale e
desenvolvido pela CE CEDAC (Comunidade Educativa Cedac), em parceria com Secretarias Municipais
de Educação, em vários Estados do Brasil. Por três anos, meu local de atuação foi o município de Alto
Alegre do Pindaré, Maranhão. Nosso foco era o ensino e a aprendizagem da língua nos anos iniciais.
Partindo da realidade das escolas, considerando os índices de analfabetismo, as frágeis condições locais para o
desenvolvimento da leitura e da escrita dos alunos, encaminhávamos a formação continuada buscando articular
ações e provocando reflexões entre gestores, coordenadores pedagógicos e professores. Investíamos na
aprendizagem da leitura e da escrita – base de acesso ao conhecimento nas diversas áreas e promotoras da
inserção social. Ora a teoria ancorava a prática, ora a prática provocava reflexões e remetia à teoria, num jogo
de interações, na busca do avanço da aprendizagem dos adultos refletindo na aprendizagem das crianças.
Além da premissa de que aprendizagem de qualidade exige qualificação dos educadores, existe a necessidade
de que as crianças frequentem as aulas constantemente. Como éramos um programa guiado pelo lema “aula
todos os dias” mas os professores precisavam se ausentar para participar das reuniões de formação, nasceu a
ideia: que jovens da comunidade do entorno da escola entrassem nas salas de aula, não para substituir
professor, mas para atuar como leitores. Jovens monitores. Jovens realizando rodas de leitura com as crianças.
Mas como isso seria, se daria, se faria? Foi o início de um trabalho frondoso, experiência maravilha no reino da
leitura jovem. O projeto Jovens Leitores nascia1. Nos anos seguintes também foi desenvolvido em Alto Alegre
do Pindaré e Arari, Maranhão. Neste último encaminhado por Sandra Medrano, na época também formadora do
Programa Escola que Vale.
 
Orbitar pela leitura: objetivos
Ler para o outro solicita que se viva para si e em si a experiência de leitura. Leitura pede livros. E aqueles
jovens, em um ambiente de poucas letras, tinham uma vantagem: contariam na sua formação com o acervo
http://revistaemilia.com.br/author/alda-beraldo/
http://revistaemilia.com.br/categorias/emilia-ce-cedac/
http://revistaemilia.com.br/jovens-leitores-relato-de-uma-experiencia-de-formacao-de-jovens-monitores-de-leitura-para-criancas/#nota1
19/04/2019 Jovens leitores – Relato de uma experiência de formação de jovens monitores de leitura para crianças | Revista Emília
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literário levado ao município pelo Programa de formação dos educadores (a serem usados em aula e na
biblioteca da Casa do Professor2, para serem acessados pelas crianças e adultos). Viveriam ainda encontros
mensais comigo, formadora, para entrar em contato com a leitura de forma intensa, como veremos adiante.
O que direcionou e sustentou o projeto foi o amplo objetivo: envolver jovens e crianças em um contexto de
leitura como direito fundamental para sua formação, em um contexto em que a ficção poderosamente nos
conecta com a própria intimidade, humanos que somos, e com a humanidade de todos; um contexto que nos
possibilita vivenciar experiências por meio de personagens de papel, nos reconhecermos nelas e reconhecendo
o outro. E nesse contexto, vivenciar experiências estéticas, a arte temperando as emoções. A arte literária nos
mostrando o poder das palavras e sua função socializadora, e a arte pictórica, por meio das ilustrações das
obras.
Outros objetivos iam se impondo. Partindo de uma necessidade, das amplas palavras “educação” e “literatura” e
de um grupo de jovens do local, eles brotavam, mostrando suas pétalas. E foram estes:
 
 O jovem no contexto pedagógico
 
• Integrá-los ao programa de formação dos educadores, promovendo neles o reconhecimento como
colaboradores pedagógicos, participantes do processo educativo das crianças das escolas do município.
 
• Introduzir a prática do registro escrito, pelos jovens, visando autoria e autonomia.
O jovem e a literatura
 
• Possibilitar-lhes acesso a bens culturais, ampliando seu repertório de literatura infantil e sua capacidade
de ler.
 
• Promover a habilidade de reconhecer o valor literário dos textos e de apreciá-los, apoiando-os na
construção de critérios de escolhas de livros e dar-lhes condições de leitura para crianças de diferentes
segmentos.
 
• Promover a percepção do valor do livro e da leitura como lazer, fonte de informação e de trocas de
experiência e alimento para a formação ética e estética.
O jovem e a comunidade
 
• Promover a construção de um grupo cooperativo, na compreensão sobre o valor da ação voluntária como
manifestação de cidadania contribuindo para a resolução de um problema da comunidade.
 
• Valorizar o jovem individualmente, frente à comunidade escolar e aos familiares.
 
Metodologia: ler, apreciar, analisar e comunicar
A interlocução com os jovens ia tecendo a formação. Ouviam leituras para aprender a ser leitor. Vivenciavam as
mediações da formadora como sustentação para o que realizariam com os livros em mãos, brevemente, junto às
crianças. Na mediação incluía-se ouvir e realizar leituras, apreciar o texto e ilustrações, conhecer o livro como
um suporte organizado. Tudo tratado como conteúdo enquanto se lia, obra a obra, muitas vezes de forma
comparativa, em um movimento espiralado, cada leitura referência para a próxima que viria.
http://revistaemilia.com.br/jovens-leitores-relato-de-uma-experiencia-de-formacao-de-jovens-monitores-de-leitura-para-criancas/#nota2
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A
A porta de entrada para as obras, portanto, foi muita leitura e muita troca de impressões sobre o que se leu e se
viu, sobre a obra como um todo: como se realiza, o que me toca, o que evoca, sobre o que permite refletir.
o fomentar a elocução dos jovens, era sabido que exercitavam suas possibilidades de comunicação,
feixes de palavras que ajudariam na expressão para efetivar interlocução com as crianças. Expressavam-
se, descobriam-se, desinibiam-se, apropriavam-se de uma linguagem que promoveria o contato social.
Cada jovem, por exemplo, escolhia um livro, o explorava e o apresentava aos colegas. Em outras situações,
levava o livro para casa, ensaiava a leitura e o lia, no encontro seguinte, em voz alta. A comunicação era
avaliada pelo grupo, sua expressividade, que incluía fluência, tom de voz, postura.
Incluímos leituras dos variados gêneros, obras de ficção e não ficcionais. Quando iniciaram leituras nas salas de
aula, seus depoimentos foram absorvidos no roteiro dos encontros como conteúdo formativo.
 
Beneficiários e seu espaço
No Programa de formação dos educadores participavam, em um dos municípios, em torno de 10 escolas
municipais da zona urbana e zona rural – o povoado mais distante atendido pelo programa ficava – e ainda fica
– a 26 km da sede. Eram em torno de 100 educadores participantes, entre professores, coordenadores
pedagógicos e diretores, e em torno de 2800 crianças. Eram mais de 30 os jovens leitores permanentes.
Em Arari eram 74 escolas urbanas e rurais, 170 professores, 35 diretores e 15 coordenadores pedagógicos.
Jovens leitores participantes eram aproximadamente70, vindo de diferentes localidades, em sua maioria, da
zona rural, com idade variando de 12 a 25 anos. Muitos eram alunos do EF II e Médio.
Os jovens leitores dos dois municípios, eram crianças grandes, meninos quase moços; jovens crianças,
mocinhos e moças e uma jovem mãe. Inscreveram-se, em um deles, em torno de 50 jovens, nascidos no
período de 1971 a 1993, com idade entre 11 e 33 anos, frequentando da 5a série ao Ensino Médio. Na grande
maioria eram filhos de lavradores não alfabetizados. Muitos desejavam ser professores; outros, profissionais de
áreas diversas (médicos, engenheiros, advogados; algumas meninas desejam ser modelos). Eram alunos e ex-
alunos da rede municipal.
Nesses municípios da região maranhense a economia continua sendo de subsistência, com plantação
principalmente de arroz e de mandioca. Com rios percorrendo os municípios, ainda se garante uma enorme
variedade de peixes para alimentação caseira e para comercialização.
O babaçu, espécie de palmeira, é o ganha-pão de muitas famílias, pela quebra do coco realizada por mulheres –
“É como o boi”, me diziam. Do babaçu se aproveita tudo: o coco para carvão, da semente oleaginosa e
comestível extrai-se óleo, usado na alimentação, para fritura e na produção de remédio, sabonete e cremes,
além de estar sendo pesquisado para fabricação de biocombustíveis. Com o lenho constroem-se cochos para o
gado e se constroem casas. Com as folhas do babaçu, a “palha” – se produzem utilitários artesanais, como
bolsas, abanadores, cestos. Com as folhas, ainda, as casas são cobertas (principalmente na zona rural), assim
como se fazem paredes de folhas trançadas, se fazem portas e janelas – que na maior parte do tempo ficam
abertas devido ao calor acentuado da região.
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A estrutura do projeto
As grandes etapas
 1. Convite aos alunos e esclarecimentos aos pais sobre o projeto.
 2. Parceria com a direção das escolas, para esclarecimentos, explicitando sobre o caráter voluntário da
atividade, o papel da criança e do jovem não como quem está trabalhando no lugar do professor; o projeto
como instância formativa
 3. Inscrições dos interessados.
 4. Oficinas de formação e de acompanhamento.
 5. Entradas em sala de aula, para leitura.
O formato e duração da formação: oficinas de 4 horas cada, uma vez por mês, durante todo o período de
duração do Programa no município.
Os agrupamentos: aos sábados ou domingos, dependendo da disponibilidade dos jovens da zona urbana e
rural.
As questões operacionais: eram tratadas com os jovens também como conteúdo. Conheciam as expectativas
sobre o projeto, inteiravam-se da organização e colaboravam para isso. Conheciam os limites das suas ações,
reconheciam a necessidade de consultar as tabelas organizadoras das entradas em sala de aula e de
distribuição dos livros nas escolas e de conhecer o cronograma do semestre.
 
Os conteúdos estruturantes da formação leitora
Nossos encontros não tratavam os conteúdos de forma sequenciada, eles se inter-relacionavam, emergiam e
provocavam discussões, análises, fruição, tratados ora de forma mais superficial, ora com mais profundidade.
Os jovens, a literatura e a leitura
 
• “O que é literatura”, “o que é literatura infantil”.
 
• A contribuição do leitor para a formação das crianças.
 
• A importância da literatura na vida das crianças.
 
• Condições a serem garantidas na leitura.
 
• Intervenções do leitor – antes, durante e depois da leitura.
 
• Apreciação de ilustração: diferentes técnicas e estilos.
 
• Apreciação da linguagem.
Os jovens e as crianças
 
• “O que é criança”.
 
• Organização das crianças para ouvir e para ler os livros.
 
• Relacionamento das crianças com o suporte livro.
 
• Relacionamento com as crianças.
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Os jovens e a própria escrita
 
• A produção de relatório sobre as oficinas.
 
• A produção de registro sobre as entradas em sala de aula (perfil do grupo, dados da obra, sinopse da
história, relacionamento das crianças com o livro lido e com o jovem leitor).
 
• A revisão o texto e sua comunicação (clareza e precisão das informações).
 
• A escrever da avaliação final.
 
Detalhando o conteúdo
Partindo dos conteúdos estruturantes, e com a entrada dos jovens em sala de aula, o detalhamento das ações
foi se explicitando, assim como a clareza das intenções. Os procedimentos de leitura, por exemplo, começaram
com algumas indicações da formadora que foram enriquecidas com a experiência, e assim pudemos
sistematizar o que fazer antes, durante e depois da leitura:
Antes de realizar a leitura:
• Preparar a leitura em voz alta, para poder dar entonação e interpretar adequadamente o texto (dar vida ao
texto), buscando garantir que os alunos se interessem.
 
• Escolher o livro ou aceitar sugestões e atender a pedidos das crianças.
 
• Acalmar as crianças antes ou durante a leitura.
 
• Conversar com as crianças antes de começar a história, relembrando o que leram no encontro anterior.
 
• Fazer alguns comentários antes, se considerar importante.
 
• Conversar com as crianças para que elas mostrem seus conhecimentos sobre o assunto do livro, pelo
título ou pelo assunto apresentado, ou falem sobre suas experiências.
 
• Organizar o espaço da sala para que todos possam se concentrar e enxergar o livro e um ao outro.
Durante a leitura:
• Pode-se ler o texto diretamente, sem interrupções, combinando com as crianças seus comportamentos de
ouvintes.
 
• Lê-se o texto integralmente, sem resumir nem simplificar.
 
• Pode-se ler o livro fazendo algumas paradas, para que as crianças interajam na hora.
 
• Quando os alunos fazem perguntas ou comentários, pode-se parar e incluir a pergunta ou esperar
terminar o trecho que está lendo para depois discutir a pergunta com as crianças.
Depois da leitura:
• O monitor/leitor propõe uma conversa sobre o texto lido, estimula os alunos a darem suas opiniões e a
argumentar sobre elas; faz questão que as crianças reflitam sobre os assuntos, os fatos, as emoções e
reações dos personagens; conversa sobre o que mais gostaram, de qual trecho, de qual personagem e por
quê.
 
• Ouve sempre as crianças, interrompendo se uma só estiver falando muito sem dar espaço para as
demais, dizendo que é importante ouvir um pouco de cada um.
 
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• Pode reler trechos que considera bonitos, bem escritos, interessantes e perguntar a opinião das crianças.
 
• Pode voltar a observar apenas as gravuras, recuperando a história, relembrando os fatos, os trechos
engraçados e as emoções das personagens.
Os jovens iam reconhecendo quais eram suas contribuições, quando liam para as crianças, como ajudar na
formação de leitores competentes e de cidadãos críticos. Iam tomando ciência sobre a importância dos “livros de
histórias”, como aqueles que ajudam a entender o mundo, colocam as pessoas diante dos seus próprios
sentimentos, sensações e emoções, ampliam os conhecimentos sobre a linguagem literária, dentre outros. E
aprendiam sobre condições a se criar quando lemos para as crianças, como criar um ambiente agradável e
organizá-las para ficarem à vontade para ouvir as histórias.
 
Resultados
Os relatórios que os jovens produziam já eram importantes indicadores de bom resultado – pois ali revelavam
tanto os conhecimentos que construíam nas oficinas como no trabalhode campo – suas experiências de leitura
para as crianças. Em algumas situações, promovemos sessões de revisão de texto, já que um dos objetivos era
um aprimoramento básico da escrita – muito mais para promover a consciência dos cuidados com o interlocutor,
para garantir comunicação mais eficaz. Também a própria presença dos jovens nas reuniões – em massa – nos
indicavam valorização da ação e perseverança do grupo (raramente alguém faltava aos encontros).
A seguir trechos de registros dos jovens como forma de expor como o percurso explicita os resultados:
 
A compreensão das expectativas sobre eles, junto às crianças:
“Esperamos nos tornar capazes de ajudar as crianças, entendê-las, para que assim possamos ter mais
experiência e também nos ajudarmos. ” (Silvana, Luana e Maria da Paz).
“Passar adiante um pouco do nosso conhecimento, e ao mesmo tempo adquirir mais, nos relacionando com
crianças, perdendo um pouco da nossa timidez de se expressar em público. ” (Wanderson, Fábio e Ananias).
“Enriquecer os nossos conhecimentos e desenvolver um trabalho de modo mais eficiente”. (Marinaldo,
Francilene e Vanda).
 
A percepção do que é “criança”:
“A coordenadora distribuiu papéis para que cada grupo definisse ‘o que é criança’. Tivemos muitas definições,
tais como:
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• Criança é a esperança de um mundo melhor.
 
• Tem fantasias, faz brincadeiras, é pureza.
 
• Tem liberdade de falar.
 
• Deve ser tratada com amor.
 
• É fonte de sabedoria.
Após as definições, houve um debate no qual todos participaram, expondo melhor suas opiniões.” (Jovens do
povoado Mineirinho)
“De acordo com as ideias apresentadas pelos subgrupos, concluiu-se que criança é curiosa, sapeca,
espontânea, inteligente, carinhosa, carente e às vezes interesseira, a criança precisa de atenção, ela traz alegria
para o casal e tem os adultos como espelho. Muitas são amadurecidas precocemente por terem que trabalhar,
por isso precisam brincar e deixar sua grande imaginação fluir. ” (Jovens da zona urbana)
“Criança é um ser que precisa de amor e carinho. Toda criança precisa brincar, viver na alegria e não no
trabalho. Criança é viver em alegria, geralmente sem se preocupar com os problemas que a rodeiam. ”
(Wanderson, Fábio, Ananias).
“A criança é sempre muito curiosa, sempre quer saber de tudo, gosta muito de chamar atenção. Mas por um
lado é bom, quem pergunta quer saber, por isso devemos dar valor a suas ideias pra não machucá-las
sentimentalmente, porque criança precisa de atenção. ” (Cícero, Evalda e Leide)
 
Noções sobre o que é literatura
“Discutimos sobre o tema ‘o que é literatura’, onde cada grupo deu a sua opinião e concluímos:
• A literatura passa a arte numa linguagem diferente.
 
• A literatura desperta o interesse pela leitura.
 
• A literatura mostra a realidade como pode ser, deixando a imaginação fluir.
 
• A literatura pega o lado da fantasia.” 
 
Conhecer e vivenciar o gênero relatório
No percurso distinguimos relatório de ata e progredimos fazendo observações sobre o documento, observando a
possibilidade de flexibilizá-lo, imprimindo-lhe dinamismo e estilo, buscando marcas de autoria em relação à
estrutura e à linguagem.
“Primeiramente a coordenadora leu um texto de Marina Colasanti, ‘Uma voz entre os arbustos’. (…) Depois Alda
comentou sobre o que ela achou dos relatórios e que ele precisa garantir a informação, ser claro e trazer as
referências básicas. Foi feita comparação com a ata, falando sobre formalidade. ”
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A importância do treino da leitura
“Concluímos que para lermos os livros aos alunos se torna fundamental conhecer o conteúdo do livro e praticar
a leitura, logo porque essa seria nossa oportunidade e nosso único tempo de explorar o livro, para passar com
mais clareza o que se leu. ” (jovens de Timbira do Bogéa)
 
Aprenderam a analisar as situações de leitura – sobre causas e consequências, exercício da reflexão
sobre o trabalho que se realiza, para uma nova ação, mais eficaz:
 Quando os jovens comentavam ocorrências, discutíamos os possíveis motivos, buscando compreender as
razões do comportamento do grupo de crianças, se de forma atenta ou desconcentrada. Por exemplo:
Situação 1: As crianças estavam inicialmente concentradas, no final, inquietas. Questão: a atividade foi
muito longa? As crianças já haviam lanchado?
Situação 2: As crianças no início estavam dispersas, ao final, atentas. Questão: A história certamente
despertou o interesse das crianças. Foi o tema, a linguagem, os personagens? A forma de realizar a
leitura?
E os jovens iam tirando suas conclusões:
• Sempre há uma criança mais inquieta, menos concentrada.
 
• As crianças recontam naturalmente as histórias.
 
• Falam todas ao mesmo tempo.
 
• Geralmente pedem para que se leia outro livro.
 
• Pedem para ficar com os livros.
 
• Dizem quando já conhecem o texto, mas não se importam que seja lido novamente.
 
• A 4a. série não gosta de ler, alguns leem melhor mas parece que têm preguiça de ler.
 
• Às vezes “tem uns meninozinhos perigosos”.
 
• Livro desconhecido chama a atenção.
 
• É bom combinar como vai ser a leitura.
 
Aprenderam que dormir enquanto se ouve uma leitura… é muito bom:
“Depois a própria formadora nos apresentou o texto ‘Entre a espada e a Rosa’, de Marina Colasanti. Tratou
primeiro da questão da antecipação de leitura, quando propiciou oportunidade para os alunos opinarem sobre o
que pensavam do texto em relação ao título. Só então a formadora fez a leitura, na medida em que lia, nós, os
espectadores, viajávamos deslumbrantemente na imaginação. Em seguida foi propiciado a nós um debate sobre
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a questão do sono, quando crianças e adultos ficam com sono quando ouvem histórias fictícias, contos…”
(Jovens do povoado Mineirinho).
 
Aprenderam um pouco mais sobre crianças – que vai além da leitura e inclui noções de organização e de
responsabilidade:
“Depois recebemos um texto que falava sobre infância, o menor e a TV, lemos mais livros e cada um explicou
seu entendimento.”
“Depois de dividirmos as três partes do relatório para os grupos, ficamos sabendo o que era problemas
‘operacionais’, que nos despertou interesse em aprender. São alguns problemas ou fatos não muito favoráveis
ao que se esperava. E tivemos como exemplo a ausência dos jovens de alguns povoados por causa de
transporte e também das coordenadoras que iriam fazer o planejamento, impossibilitando-nos de transformar a
escola numa comunidade de leitores”.
 
Em depoimentos livres, continuaram revelando capacidade de expor situações-problema, com visão
crítica:
“Fui na sala da professora Erondina, na 2a série. Me apresentei, ela me deixou só com as crianças, falou, “toma,
agora a classe é sua”. Fiquei um pouco nervoso, deu pra se virar. Fiz a leitura do ‘Chuá, chuá, tibum’. Achei
meio besta pros meninos falar de água, de tratamento de água.
Tinha uns atentados que ficavam pulando de cadeira, eu não falava, eles me perguntaram ‘mas por que tu só
sorri? Tinha quatro atentados. Ficaram pulando na cadeira e dizendo “quero ir no banheiro!” (Marinaldo)
“… a Alda perguntou sobre a experiência dos monitores e como se relacionaram com os alunos em sala de aula.
Alguns tiveram um bom relacionamento, outros já tiveram um pouco de dificuldade, pois alguns alunos
mostraramcaracterísticas negativas.
Aproveitando o assunto sobre os alunos com características negativas, a Alda falou que existem escolas que
tentam separar os alunos malcomportados (com mais dificuldades) de alunos comportados (com mais facilidade
de aprender), disse que essa não seria a melhor forma de resolver o problema e sim colocando misturados, pois
os alunos malcomportados tentariam imitar seu colega mais disciplinado, obtendo-se melhor resultado entre
eles.” (Timbira do Bogéa)
 
Aprendiam sobre leitores, comportamentos e relacionamento com os livros
“Toda sala tem uns atentados. Tinha um mais saliente, abria a porta e ele não saía. A Vanusa passou lá, a
secretária. Fiz a leitura, alguém disse ‘eu quero ler’. As meninas são mais cooperativas. Levei só um livro. Os
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meninos procuravam em todo parágrafo ‘Chuá, chuá, tibum’. Alguns não sabiam como ler então viam pela
gravura. ” (sem anotação de autoria)
“Muitas vezes na sala de aula ao ver algum aluno inquieto me dava uma vontade de deixar a turma sozinha,
mas com o convívio, as brincadeiras, esse meu lado impaciente mudou, ou seja, eu aprendi a respeitar as
diferenças e defeitos dos outros.” (Edna Gomes da Silva)
“Eu aprendi a respeitar a imaginação das crianças e os relacionamentos delas.” (Clêuma)
 “Aprendemos que nem sempre o relacionamento com alguns alunos vai ser como se planeja e que também
podemos nos surpreender com o interesse do aluno pelo livro. ” (Natália F. Barros)
“Aprendi como devo conversar com as crianças, que é de uma maneira que elas possam entender, com calma.
Devemos brincar com elas, para que assim possamos ter um bom relacionamento.” (Iranilde Lima da
Conceição)
“Com as crianças aprendi a ter mais paciência, a lidar com cada uma delas e a dar a mesma atenção sem
nenhuma diferença.” (Cleudimar Santos Sousa)
“Os encontros também serviram para mostrar como não é tão ruim lidar com as crianças como já haviam me
falado, é claro que não é tão fácil, mas com paciência e perseverança e um pouco de ajuda se chega lá. ” (Maria
Francinete Gonçalves de Morais Araújo)
“Ao entrar em sala de aula, aprendi que lutar com criança não é muito fácil, mas aos poucos a gente vai
conquistando o respeito delas. E isso é muito importante. ” (Raimundo Rodrigues Gomes)
 
A aprendizagem envolveu como apresentar o livro às crianças
“Fiquei sabendo como apresentar o livro para as crianças, falando da editora, do tema do livro, inclusive do
autor, lembrando que a formação da roda é indispensável, para que os monitores e os alunos possam se sentir
mais à vontade uns com os outros. ” (Eugênia S.C.)
“Acrescentei mais minha capacidade de ler e expressar a leitura (…) também aprendi muitas coisas novas e
engraçadas que às vezes eu ficava surpreendida.” (Mirian Silva)
“Nos encontros aprendi que os livros são tão importantes quanto eu pensava. (…). Aprendi também que quando
vamos fazer uma leitura, devemos nos aprofundar integralmente. Nas entradas em sala eu aprendi mais ainda,
ou seja, eu aprendi que devemos não só deixar os alunos interagir, como também devemos interagir juntamente
com eles. Devemos também ler para eles com entonação, para que eles possam sentir prazer na leitura, ou
seja, no momento que estivermos lendo. ” (Clefison Pereira da Silva)
“Aprendi a me relacionar mais com os alunos, a conhecê-los, e também que a leitura é fundamental na vida
delas. Estou aprendendo a escrever com menos erro, pois muitas vezes erramos e aqui temos a chance de
19/04/2019 Jovens leitores – Relato de uma experiência de formação de jovens monitores de leitura para crianças | Revista Emília
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corrigir nossos erros.” (Eliane)
“…aprendi que entrar em sala de aula sem se preparar não é possível. Pois mesmo depois de termos nos
preparado nesses encontros, não foi nada fácil nossa entrada em sala de aula.” (Zilene de Jesus Paiva)
“Nos encontros em que participei aprendi bastante coisa, uma delas foi como ler os livros como se eu fosse cada
personagem, isso me ajudou muito dentro da sala de aula, pois a criatividade que dava para os personagens
fazia com que as crianças dessem mais atenção à leitura.” (sem registro de autoria)
“Com essa oficina eu pude aperfeiçoar em mim a postura de como fazer uma boa leitura, me espelhando, é
claro, na nossa coordenadora Alda. O tom de voz e a expressão facial são indispensáveis em uma boa leitura,
ainda mais quando se trata de um público infantil. ” (sem registro de autoria)
 “Eu já conhecia vários conceitos de literatura, mas não sabia identificar os estilos de se escrever um texto, que
foram mostrados durante as oficinas”. (…) “Vimos vários textos diferentes, mas o que me chamou mais a
atenção foi a forma com que nossa coordenadora Alda faz uma leitura. É impressionante! É como se ela
presenciasse o fato, despertando no ouvinte uma certa ‘curiosidade’ em relação ao fim do texto. Tenho certeza
que aprendemos muito observando isso. ” (Maria Jhany da Silva Marques)
 
Compreender objetivos de leitura foi também aprendizagem:
“Partimos para o estudo dos textos, nos dividimos em três grupos, estudamos por dez minutos e cada um
comentou sobre seu texto.
O primeiro falou sobre a diferença de ‘ler para aprender’ e ‘ler para entreter’, baseado numa entrevista com o
escritor Ricardo Azevedo. Definimos que ‘ler para aprende’ é necessário para adquirir conhecimento e saber
onde encontrá-lo, pois o conhecimento não cessa de progredir. E ‘ler para entreter’ não se exige muito
conhecimento, é algo ligado à diversão, sonho, emoção.
O segundo grupo comentou sobre literatura infantil, livros didáticos e paradidáticos, do mesmo autor. Em
literatura infantil sempre se usa ficção, se não seria História, biografia, etc. A literatura muitas vezes trata de
assuntos sobre os quais não tem cabimento se cobrar em aula, porque se fala por exemplo de paixão, morte,
amizade.
Enfim o terceiro grupo falou do tema, na infância, ‘Menos TV e mais livros’. E tirou-se como exemplo uma
criança de 5 anos, chamada Clara Carvalho, que por gostar de ler a coleção de Monteiro Lobato e outros
clássicos da literatura infantil, não queria saber de brincar ou assistir TV, apenas ler (…). No último momento
fomos escolher os livros que seriam adequados aos alunos.” (Relatório Timbira do Bogéa)
 
Destaque dos resultados: o reconhecimento dos jovens na comunidade
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A
O que seria mais valioso, para eles, junto aos pequenos que ouviam suas leituras? O que lhes dava orgulho, os
alçava a um patamar que para eles era sinônimo de respeito, de lugar ocupado, sinônimo de reconhecimento e
de possibilidades sociais? Serem chamados de “professores”!
Os professores adultos, cujos alunos recebiam os jovens nas salas, confiavam neles, valorizavam seu trabalho,
assim como os coordenadores pedagógicos e gestores. E eram também – e muito – valorizados pelos seus
pais, pelos parentes, pelas autoridades e comunidade em geral. Visitamos suas casas, conversamos com os
pais, firmamos nosso reconhecimento e agradecimento pelo compromisso.
Esses jovens tiveram oportunidade de comunicar seu trabalho no Seminário do final da etapa presencial de
formação no município. Com muita propriedade.
ceitaram também o desafio de iniciar – e levar em frente – o projeto Jegue Livro3, que promovia atividades
de incentivo à leitura: a cada 15 dias, o acervo da Casa do Professor servia para encher os jacás de um
jegue que levava, tanto à zona urbana, comoàs comunidades rurais, livros que eram colocados sobre uma lona,
na parada do jegue em uma sombra, à disposição da população. Quando o jegue chegava e quando se
despedia, uma pequena multidão de crianças e adultos o seguiam, como quem brinda a uma oportunidade que,
além de promover o contato com as letras, promovia a interação entre crianças, jovens e adultos preenchendo
as mais variadas idades.
Mesmo que grande parte não soubesse ler, os adultos levavam os filhos, os netos e amigos para ouvir,
manusear e ler obras de variados gêneros. Muitos viveram a surpresa de ouvir pela primeira vez uma história.
Um dos jovens leitores, Manoel Ribeiro Filho, mais conhecido como Barraca, experimentou uma significativa
mudança em sua vida, no continente do Projeto Jovens Leitores. E disse: “O Barraca que eu era há dois anos,
rodeado de más companhias, viciado em maconha, revoltado com tudo e com todos, sem ligar para o conselho
dos meus pais, nem para a orientação dos professores da escola – e sempre com uma resposta atrevida na
língua – não tem nada a ver com meu modo de vida atual”.
 
Considerações finais
Pareando-me com um dos comentários do jovem leitor – e parodiando o poeta Drummond, diria eu: “Lutar com
jovens e crianças não é luta vã”. Lidar com jovens, promovendo-os a leitores e leitores para alguém, nem luta é,
é uma ação extremamente importante e nos premia com satisfação. Os jovens que se propõem a um trabalho
em parceria, que conhecem os objetivos que os unem, que são apoiados por uma estrutura organizativa e por
alguém – ou equipe – que lhes apresentam desafios e os ajudam a sustentar suas ações podem se reconhecer
como grupo produtivo, vivo, interessado e interessante.
A esses jovens devemos, como cidadãos e educadores, criar oportunidades que otimizem suas potencialidades,
que oportunizem seu protagonismo. Na raiz desse lugar protagonista reside a autonomia e a solidariedade. No
corpo desse lugar, residem ações de inserção. Na cabeça desse lugar que se ocupa, a elevação de valores, a
descoberta das potencialidades. No coração desse, o desejo de reconhecimento, o desejo de utilidade e da
redução da desigualdade. O jovem, isoladamente ou em parceria, que tem o outro e a sociedade – ou um grupo
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social em mira – , com as potencialidades alimentadas, torna-se uma fonte comprometida, crítica, ativa, em
qualquer área, no exercício da cidadania. Estar com eles e com livros, no nosso caso, foi uma valiosa
oportunidade.
Para conhecer mais um pouco, um vídeo produzido sobre este projeto.
 
 Notas
 
1. O Projeto Jovens Leitores iniciou-se com um planejamento básico. Foi se detalhando e se formatando conforme as
oficinas se desenvolviam. Inspiramo-nos também na experiência do projeto de leitura Mudando a História – programa
mundial Make a Connection, promovido pela Nokia International Youth Foundation ( IYF ) e, no Brasil, fazia parceria com
a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança. O projeto nasceu em 1997 do interesse comum dos envolvidos em
contribuir para a ampliação da participação juvenil na sociedade. Formava jovens de 13 a 25 anos, de escolas públicas e
particulares, universitários, participantes de projetos e organizações não-governamentais, para atuarem como
mediadores de leitura e multiplicadores dessa ação. Mediariam a leitura para crianças de creches, escolas de educação
infantil ou instituições de atendimento direto à infância em situação de risco. O projeto acabou em 2010, porém deixou
herdeiros, como o Rodas de Leitura – fonte no link.
2. Casa do Professor: lugar de referência para os educadores e alunos como espaços para estudo, que continua
contando com acervo de títulos de literatura infantojuvenil e adulta, de Arte e de formação – mesmo depois de terminada
nossa ação direta no Programa Escola que Vale. Conta também com computadores com acesso à Internet e
equipamento audiovisual para exibição de vídeos pedagógicos e filmes. Algumas publicações de orientações para estes
espaços podem ser lidas aqui.
3. O projeto Jegue Livro foi vencedor do PRÊMIO VIVALEITURA na categoria Bibliotecas Públicas, Privadas e
Comunitárias, em 2006 – uma iniciativa do Ministério da Cultura (MinC) e do Ministério da Educação (MEC), em parceria
com a Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e apoio do Conselho
Nacional de Secretários de Educação (Consed), da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e da
Fundação Santillana. O Prêmio VIVALEITURA integra as ações do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL).
IMAGEM ROGER YCAZA
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http://rodasdeleitura.org.br/
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mailto:http://www.comunidadeeducativa.org.br/publicacoes/casa-do-professor/
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SOBRE O AUTOR
Alda Beraldo
Formada em Letras (USP), especialização em
alfabetização (IVC). Formadora da Comunidade
Educativa CEDAC há 15 anos, atuando em vários
Estados do Brasil presencialmente. Atua como
formadora do curso a distância Itinerários
Literários Virtuais, pela CE CEDAC. Participou da
equipe de elaboração do material adaptado para
o Brasil, Myra, juntos pela leitura – programa
inspirado no Lecxcit – Leitura para o êxito escolar
(Catalunha), parceria CE CEDAC e Fundação
SM. Faz parte da equipe de apoio permanente da
Revista Emília.
http://revistaemilia.com.br/author/alda-beraldo/

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