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GERENCIAMENTO DE COMUNICAÇÕES, RISCOS E AQUISIÇÕES EM PROJETOS Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Deivison Augusto dos Santos Domingues CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz Prof.ª Tathyane Lucas Simão Prof.ª Kelly Luana Molinari Corrêa Prof. Ivan Tesck Revisão de Conteúdo: Augusto Geller Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Revisão Pedagógica: Bárbara Pricila Franz Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2017 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 302.2 D671g Domingues, Deivison Augusto dos Santos Gerenciamento de comunicações, riscos e aquisições em projetos / Deivison Augusto dos Santos Domingues. Indaial : UNIASSELVI, 2017. 115 p. : il. ISBN 978-85-69910-43-5 1. Comunicação. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci Deivison Augusto dos Santos Domingues Graduado em Marketing pela Faculdade de Jandaia do Sul (2011). MBA em Gestão de Projetos pela Unicesumar (Maringá - PR), Especialista em Docência no Ensino Superior pela Unicesumar (Maringá - PR), Pós- Graduando em EaD e as Tecnologias Educacionais. Atualmente é Professor Mediador do Núcleo de Educação á Distância da Unicesumar. Professor Orientador para os cursos de Pós-Graduação Lato Sensu na área de Gestão na Unicesumar. Professor do MBA em Gastronomia (Unicesumar). Autor do Livro - Comportamento do Consumidor (Unicesumar, 2016). Sumário APRESENTAÇÃO ......................................................................7 CAPÍTULO 1 Gerenciamento das Comunicações .......................................9 CAPÍTULO 2 Gerenciamento dos Riscos ..................................................47 CAPÍTULO 3 Aquisições em Projetos .......................................................85 APRESENTAÇÃO Olá Prezado Acadêmico, Este material foi preparado especialmente para você! Estudar os tópicos presentes aqui são de extrema importância para exercer de forma eficiente a Gestão de Projetos. Um dos principais desafios desse profissional é conseguir alinhar todas as atividades, cumprindo de forma efetiva o cronograma do projeto, buscando sempre, obter um aproveitamento máximo e satisfatório. Nosso livro foi dividido em três importantes temas e áreas para uma boa gestão. Nosso primeiro capítulo apresentará o Gerenciamento de Comunicações em Projetos. Neste capítulo será possível perceber a real importância das comunicações dentro dos projetos, verificando a forma como essa afeta diretamente o resultado de um projeto, além de algumas técnicas e ferramentas que podem colaborar nesse processo de administração. No segundo capítulo, discutiremos sobre a Gestão de Riscos em Projetos. Vamos verificar que um bom gestor deve saber não somente como lidar com os riscos, mas também como se planejar para evita-los, fazendo, assim, com que os possíveis riscos não interfiram no resultado e sucesso do projeto. Concluiremos nossos estudos abordando a Gestão das Aquisições. Neste último capítulo, verificaremos o momento em que nossa empresa necessita de ajuda para realizar determinada atividade, desse modo, estudaremos as principais ferramentas que auxiliam nesse processo e também alguns tipos de contratos, que permitirão uma maior noção sobre como realizar as negociações. Ao longo do nosso livro você encontrará sugestões de leitura que vão corroborar na compreensão do conteúdoe agregar informações aos seus estudos. Assim, espero que este material contribua de forma efetiva em seu processo de ensino e aprendizagem, vale ressaltar que a busca pelo conhecimento é uma tarefa que deve ser constante e cotidiana. Nunca deixe de estudar, busque sempre conhecimento, tenho certeza de que este será um grande diferencial em sua vida, pessoal e profissional. Bons Estudos! Um abraço! Prof. Deivison CAPÍTULO 1 Gerenciamento das Comunicações A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Compreender a importância das comunicações para os negócios. � Compreender as diversas etapas e formas de aplicação das comunicações. � Despertar nos gestores o know-how possibilitando o gerenciamento de expectativas das partes interessadas. � Efetuar de forma satisfatória a negociação e gestão de conflitos. 10 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos 11 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 Contextualização Olá, caro acadêmico! Seja bem-vindo a um dos principais capítulos a serem estudados em nosso curso, o Gerenciamento das Comunicações. É provável que você deve questionar o motivo de estudar este tema e, provavelmente, fez um comentário mental do tipo: eu já sei gerenciar minhas comunicações. Bom, fique tranquilo! Quando iniciamos nossos estudos acerca deste tema também nos fizemos os mesmos questionamentos, e após exercer a função de professor e nos vermos frente a algumas situações no mundo corporativo, pudemos perceber quanto equivocados estávamos. Estudar o gerenciamento das comunicações vai além de saber se comunicar, por este motivo a importância deste capítulo para nossos estudos e também para a formação do perfil de um eficaz e eficiente gestor de projetos. Queremos deixar um desafio para você: enquanto estudamos este capítulo o convidamos a analisar um pouco mais o seu cotidiano, tanto no ambiente empresarial quanto familiar, pessoal e profissional. Sempre que se ver à frente de um determinado problema ou questionamento, queremos que se faça a seguinte pergunta: Uma comunicação efetiva, realizada de forma mais clara, poderia ter evitado ou auxiliado de modo positivo na solução deste problema? Você vai se surpreender com as reflexões que vai realizar. A comunicação está diretamente ligada às demais etapas de qualquer projeto, é impossível, sim, realizar qualquer tipo de projeto sem comunicação, seja ela formal ou informal, verbal ou escrita. Estamos diretamente ligados a outras pessoas que são de grande importância no resultado do projeto. Em nosso capítulo vamos verificar os diferentes tipos de comunicação, formas para realizá-la e algumas barreiras que você, como gestor, estará prestes a enfrentar. Assim, pegue seu caderno e vamos aos estudos. Uma dica para uma melhor compreensão do conteúdo é, sempre que realizar a leitura de um determinado tópico, buscar sua compreensão e assimilação com situações cotidianas, assim, seu entendimento será ampliado e a fixação do conteúdo será efetiva. Vamos nessa! Bons estudos! A Comunicação e o Seu Papel A comunicação é de grande importância para toda e qualquer ação de um indivíduo. É uma ferramenta importante para nossa existência e de grande necessidade no mundo dos negócios. 12 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos Segundo Mendes (1999, p. 34), “a comunicação significa tornar comum, trocar informações, partilhar ideias, sentimentos, experiências, crenças e valores por meio de gestos, experiências, crenças e valores, através de diversos meios ”. Vamos começar nossos estudos abordando este tema importante para a gestão de projetos, o Gerenciamento das Comunicações. Com base na relevância desta ferramenta, convidamos você a fazer uma reflexão. Imagine a seguinte situação: Você está dentro de uma sala, com uma das ideias mais geniais da atualidade. Todavia, ao tentar explicá-la, a sala com aproximadamente mil pessoas está totalmente distraída, eles conversam e o barulho é ensurdecedor. Ao imaginar esta cena, provavelmente, você se viu incapaz decontrolar o público e, automaticamente, a impossibilidade de transmitir suas ideias, fica impotente. Esta breve reflexão serve para que você imagine como um projeto sem a devida administração da comunicação acontece: é exatamente isso, as informações até podem ser repassadas, todavia, os ruídos e a falta de atenção, assim como a possibilidade da interpretação errônea, podem acontecer, interferindo de forma crítica no resultado de um projeto. O gerenciamento das comunicações inclui os processos necessários para assegurar que as informações do projeto sejam planejadas, coletadas, criadas, distribuídas, armazenadas, recuperadas, gerenciadas, controladas, monitoradas e, finamente, dispostas de maneira oportuna e apropriada. (PMBOK, 2014 , p. 287). É necessário compreender que comunicar vai muito além do que simplesmente falar sobre seu projeto, é necessário convencer, é necessário induzir o ouvinte a comprar o conceito do seu projeto, fazendo com que todos os envolvidos tenham a mesma visão do seu projeto, ou seja, recebam a informação da mesma forma, compreendendo a fundo quais são os seus objetivos. No trabalho de projeto, a omissão ou falta de atenção à necessidade de comunicação é a raiz de muitos problemas de desentendimento ou conflito, mas o planejamento e o esforço consciente podem lançar as bases de uma boa rede de negócios (networking) para evitar, ou, em último caso, sanar as sérias consequências do colapso da comunicação (KEELING, 2009 , p. 229). Um bom gestor deve ter habilidades de gerir toda a equipe simultaneamente, independente da distância física do restante de seu grupo, mantendo-se assim de forma presente durante todo o decorrer do projeto. 13 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 Convidamos você a analisar o caso a seguir, que apresenta de forma clara a importância da ligação pessoal no processo de comunicação. ESTUDO DE CASO: O PERITO EM COMUNICAÇÕES George Harris foi indicado para o cargo de gerente executivo em uma pequena consultoria administrativa especializada em pesquisa de mercado. A consideração determinante que influenciou a escolha foi a sua experiência em processamento e análise de dados. Antes da indicação de Harris, a equipe de especialistas em pesquisas era bem motivada e desfrutava de cordiais relações de trabalho. O moral era excelente e os membros da equipe trabalhavam em estreita cooperação. Uma das tarefas de Harris era estabelecer uma reputação elevada em relação à acuidade, profundidade e análise e discernimento incisivo. No cargo, um exame detalhado das tarefas recentes levou-o a suspeitar da possibilidade de lacunas ou deficiências no conhecimento e experiência de seu pessoal e de casos de investigações sem resultados. Harris começou por uma conversa coletiva com todos os funcionários da empresa e depois procedeu a entrevistas individuais para definir e elaborar seus planos e discutir as expectativas de cada funcionário. Em seguida, garantiu a cada um seu apoio e disponibilidade permanentes para conselhos ou orientação. Após o período inicial no cargo, Harris passou a ficar cada vez mais preocupado com o estabelecimento de uma nova base de dados, a reorganização de entrada de dados para os programas existentes e a administração das rotinas. Isso deixou muito pouco tempo para a discussão de equipe. Os consultores que tinham desfrutado de relações de trabalho cordiais e relaxadas, em conversas formais e informais com o diretor executivo anterior, sentiam-se indesejados ao entrar no escritório de Harris e encontrá-lo absorto no trabalho no computador e indisposto a lhes dar atenção, enquanto continuava a digitar no teclado e “contemplar estupidamente o monitor”. O trabalho prosseguia em relativa harmonia, mas os consultores estavam confusos devido ao excesso de procedimentos e diretrizes 14 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos escritos que emanavam da mesa de Harris. Apesar de ocuparem escritórios ao lado, descobriram que a única maneira de garantir a atenção de Harris era colocar suas preocupações no papel e enviá- las por e-mail ou fax. Os membros da equipe estavam desiludidos e houve uma baixa sensível no moral à medida que os resultados declinaram. Os novos funcionários da firma aceitavam o sistema impessoal e burocrático e pareciam ser favoráveis ao gerente executivo, mas não se “cruzavam” com o resto da equipe e tornavam-se objeto de animosidade. Harris demitiu-se após 18 meses no cargo. Fonte: Keeling (2009, p. 235). Após analisar o estudo de caso, você consegue compreender a relação e a importância da comunicação para os negócios? É preciso estar ciente de que falhas no processo de comunicação podem ser vitais para o sucesso ou não do projeto, além disso, a falha na comunicação pode resultar em estresse, frustrações, falhas e insucesso deste. Quando algo não está dando certo em seu projeto, você deve se questionar sobre o que está causando esses problemas. Será que uma comunicação mais clara e efetiva teria evitado ou resolvido o problema? Convidamos você a analisar a imagem a seguir, amplamente divulgada na internet: Quando algo não está dando certo em seu projeto, você deve se questionar sobre o que está causando esses problemas. Será que uma comunicação mais clara e efetiva teria evitado ou resolvido o problema? 15 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 Figura 1 - Falhas no Processo de Comunicação Fonte: Disponível em: <http://escritoriodeprojetos.com.br/gerenciamento- das-comunicacoes-do-projeto.aspx>. Acesso em: 10 jun. 2016. É possível perceber, através de uma análise na imagem, que as falhas na comunicação dos projetos estão envolvidas diretamente no resultado do mesmo, podendo afetar todas as etapas deste. Todos os setores envolvidos em determinado projeto precisam estar em sintonia, recebendo as informações da mesma forma, compreendendo-as de forma unificada. O homem sempre precisou se comunicar, independentemente da forma. Assim, através dos tempos, a comunicação começou a se aprimorar, evoluindo de gestos e desenhos para palavras. Podemos afirmar que a comunicação está diretamente ligada ao desenvolvimento e à sobrevivência, seja do indivíduo ou da empresa. O desenvolvimento humano e o avanço das civilizações dependeram principalmente do progresso alcançado numas poucas atividades: a descoberta do fogo, a domesticação dos animais, a divisão do trabalho; mas, acima de tudo, da evolução dos meios de receber, de comunicar e de registrar o conhecimento, e particularmente do desenvolvimento da escrita fonética (CHERRY, 1996, p. 24). Quando uma pessoa entra em sua fase adulta, após dominar grande parte das habilidades humanas, começa a tomar suas próprias decisões, exercendo 16 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos então sua participação como um indivíduo ativo perante a sociedade, buscando sempre influenciar as pessoas ao seu redor (BERLO, 1999 ). Se você ainda está questionando o motivo de estudar a Administração das Comunicações, o motivo é simples: a comunicação acontece em todos os lugares, momentos e principalmente nos projetos, independentemente do tamanho. Assim, o aprofundamento nesta área é inevitável para qualquer gestor. Os Diversos Desafios na Comunicação É necessário estar ciente de que encontrará em seu caminho diversos desafios que nem sempre serão positivos para o projeto. Em muitos casos é necessário realizar uma análise mais aprofundada para somente após o resultado desta optar pela melhor forma de resolver este conflito. É importante ressaltar ainda que os desafios não estão ligados somente à gestão de projetos, mas também aos diversos fatores ligados a eles, como: grupos, pessoas, financeiro, escopo, desenvolvimento, fatores ambientais etc. Os gerentes precisam interagir com grupos diversificados, e os que são bem-sucedidos reconhecem as armadilhasque as características de cada grupo ou indivíduo podem representar para a comunicação e estabelecem pontes para atravessar esses como verdadeiros “rios caudalosos”. A comunicação é uma habilidade e, como toda habilidade, precisa e pode ser desenvolvida com a prática e com o aprimoramento contínuo, principalmente para vencer desafios (CHAVES et al., 2010, p. 23). Entre as diversas habilidades do gestor, lidar com os desafios é uma das principais. E quando falamos em desafios, existem diversas barreiras que o gestor precisa quebrar. Vamos apresentar, neste tópico, algumas das principais barreiras. Segundo Chaves et al. (2010, p. 22), “Barreiras são elementos que interferem e distorcem o processo de comunicação, dificultando ou impedindo o correto entendimento entre emissor e receptor. Essas barreiras podem ser de conhecimento, comportamentais, organizacionais e técnicas”. a) Barreiras à comunicação As barreiras à comunicação podem ser consideradas aquelas a que o gestor precisa se adequar para melhor conseguir transmitir as informações, por exemplo, 17 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 traduzi-la em diversas línguas (atendendo às especificidades de cada uma das partes interessadas), além, é claro, de codificar sua mensagem de uma forma clara, permitindo a compreensão de todos os stakeholders. b) Barreiras do conhecimento As barreiras do conhecimento envolvem diretamente o gestor e seu conhecimento acerca do projeto ao qual deseja transmitir as informações. Para ilustrar este tipo de barreira, imaginemos a seguinte situação: você está em uma reunião discutindo assuntos relevantes do projeto, todavia, ao chegar à parte dos maquinários envolvidos na execução do projeto, você utiliza termos técnicos específicos, em que os principais stakeholders não conseguem compreender do que se trata e o quão importante estes são para o bom andamento do projeto. Para evitar o impacto negativo, algumas boas ideias nesse sentido são: Usar uma terminologia apropriada para cada receptor, evitar ou explicar os termos que podem causar dúvidas no jargão profissional, utilizar metáforas adequadas, capazes de explicar e exemplificar situações mais complexas ou detalhes técnicos de maneira mais simples ou familiar ao receptor, detalhar toda informação que for nova ou complexa, solicitar feedback ao receptor para assegurar a clara compreensão do que foi transmitido, avaliar os indícios da correta compreensão e repetir aquilo que não foi compreendido (CHAVES et al., 2010, p. 24). Assim, é de extrema importância e responsabilidade do gestor identificar a melhor forma de lidar com as barreiras do conhecimento, evitando assim resultados negativos no projeto. c) Barreiras comportamentais Estas barreiras estão diretamente ligadas ao comportamento individual, tanto do gestor quanto da equipe de projeto. Está relacionada ao comportamento e psicológico de cada um destes membros, é a forma como cada um recebe e lida com as informações. O gestor precisa saber que, muitas vezes, os stakeholders não estão necessariamente interessados no projeto, desatentos, dessa forma, é necessário driblar esta situação, fazendo com que os membros se interessem, para evitar esse tipo de barreira, ou até mesmo para lidar com ela. Chaves et al. (2010) sugerem uma comunicação face a face, evitando as conversas em grupo e as comunicações escritas, que possuem facilidade na dispersão do conteúdo. Quando a forma escrita for a única opção, ela deve ser a mais clara e objetiva possível. 18 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos d) Barreiras organizacionais e técnicas São referentes às normas e equipamentos existentes na empresa. Em muitos casos, a empresa possui algumas normas internas de funcionamento que não permitem a transmissão das informações com qualidade, além de possuir equipamentos não funcionais que podem interferir em uma boa transmissão da mensagem para a equipe ou membro do projeto. Por exemplo, a empresa não permite a realização de reunião, pois os colaboradores não podem deixar seu posto de trabalho, ou ainda, os telefones apresentam chiados ou cortes que limitam a comunicação. Essas barreiras, muitas vezes, estão ligadas à alta gestão da empresa, sendo necessária a intervenção de superiores para que seja possível lidar com elas. Agora que você já compreendeu um pouco mais sobre a comunicação, porque estudá-la e quais barreiras pode enfrentar, vamos conhecer as diferentes técnicas de comunicação, quando utilizá-las, entre outras informações que podem facilitar o cotidiano de qualquer gestor de projetos, agindo de forma eficiente para uma boa comunicação e resultado no projeto. Modelo de Comunicação Você, como um gestor de projetos, precisa estar ciente de que passará grande parte do seu tempo em comunicação com os demais participantes deste, sendo de extrema importância que todas as partes envolvidas recebam a informação da mesma forma. Convidamos você agora para conhecer como funciona o processo de comunicação. É necessário estar ciente de que a comunicação se destina principalmente para três diferentes finalidades, segundo Valeriano (2005, p. 237). São elas: Comunicação no âmbito do projeto, destinando-se aos clientes internos. Comunicação com fornecedores e clientes do projeto, também chamados de clientes externos. Repositório de informações: cliente institucional e os ativos em conhecimentos organizacionais. O processo de comunicação pode ser representado pelo esquema de emissor e receptor, conforme imagem a seguir: 19 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 Figura 2 - Modelo Básico de Comunicação Fonte: PMBOK (2014, p. 294). Neste esquema, o emissor é o responsável por emitir a comunicação, a mensagem que deseja compartilhar com o receptor. Assim, para que a comunicação possa iniciar e a transmissão aconteça, é importante que o emissor conheça o projeto e a mensagem que deseja transmitir. Só assim é possível codificar e iniciar a transmissão das ideias. É função do emissor codificar a mensagem que deseja transferir a escolher qual o canal que melhor se adapta em sua comunicação, buscando uma otimização da transmissão da mensagem. A mensagem é aquilo que o emissor deseja transmitir, repassar ao receptor. A mensagem pode ser transmitida de diversas formas: por conversas, textos, imagens, sinais etc. A mensagem deve ser apresentada de modo que seja fácil a sua compreensão, por ambas as partes. A codificação é o ato de traduzir a mensagem que se está enviando ou recebendo para uma linguagem que atingirá o receptor, permitindo e facilitando a compreensão. Consiste no processo de traduzir a mensagem para um formato específico, possibilitando a sua transmissão. O canal de comunicação, também chamado de meio ou mídia, é a base onde tudo acontece. É importante que o canal escolhido atenda às especificidades da comunicação, que seja capaz de transmitir de forma eficiente a comunicação, atingindo o receptor, permitindo que ele a receba e a compreenda. É o mecanismo escolhido para encaminhar a comunicação. Os canais utilizados não precisam obedecer a um determinado padrão, eles podem ser formais ou informais, cabe ao emissor escolher qual dos canais melhor se adapta à sua comunicação e ao resultado que deseja obter. Os canais formais normalmente usam processos estruturados e diretivos e são produzidos de acordo com as regras e padrões 20 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos determinados, por exemplo: memorandos, e-mails, políticas, instruções normativas e relatórios. Já encontros face a face, telefonemas e mensagens orais são considerados canais informais (CHAVES et al., 2010, p. 19). Em relação ao receptor, podemos considerá-lo como quem receberá a mensagem, o alvo final. Se o processo de comunicação acontecer com sucesso, o resultado será perceptível nesta etapa. Para o sucessoda comunicação é importante que o emissor utilize ferramentas e uma linguagem que o receptor compreenda e consiga assimilar as informações. Para que o processo de comunicação seja efetivo, é nesta etapa que o receptor precisa receber as informações e compreendê-las conforme a ideia passada pelo emissor. Ainda em relação ao processo de comunicação, vamos falar agora sobre o que pode interferir diretamente em seu sucesso, os ruídos. Podemos considerar como ruído tudo aquilo que afeta a comunicação e/ou a transmissão da mensagem. Os ruídos podem acontecer das mais diversas formas, e estão diretamente ligados aos canais de comunicação envolvidos. Para exemplificar os ruídos, podemos citar erros de digitação, falhas no sinal de equipamentos eletrônicos, voz baixa, conversas paralelas, uso de gírias, códigos não reconhecidos por todos os envolvidos, enfim, todos os fatores que estão diretamente ligados ao meio utilizado. Figura 3 - O ruído na comunicação Fonte: Cordeiro (2015 , on-line). Para finalizar este processo, vamos falar do feedback ou realimentação. É nesta etapa que o receptor recebe a mensagem encaminhada, esboçando uma reação, resultado da compreensão da comunicação. O feedback é a resposta 21 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 emitida pelo receptor, direcionada ao emissor. O feedback também está sujeito a ruídos, que podem interferir diretamente na compreensão por parte do emissor, permitindo que o emissor compreenda se sua mensagem foi entregue com sucesso, ou não. A comunicação é um processo indireto. Ao contrário de uma transmissão rápida e clara dos conceitos de A para B, ela é composta de uma série de passos algumas vezes hesitantes, que precisam de atenção constante para assegurar a continuidade. O emissor deve conceber nitidamente a ideia, traduzi-la adequadamente em um código ou linguagem apropriada, transmiti-la claramente através do meio correto e monitorar o esforço de decodificação do receptor (DINSMORE E SILVEIRA, 2005, p. 137). Podemos concluir assim o tópico que apresenta como funciona a comunicação, expondo como ela acontece, quais ferramentas podem ser utilizadas, o que pode interferir no desenvolvimento do projeto quando falamos de comunicação etc. É necessário estar ciente de que o processo de comunicação acontece não só no ambiente corporativo, mas também em nossa vida cotidiana, dentro de nossas casas, roda de amigos etc. Assim, é importante para os gestores de projetos saberem como devem se comunicar, quais abordagens utilizar, entre outros. Estes fatores estão diretamente ligados ao resultado positivo de um projeto. Após conhecer todas as etapas que compõem a comunicação, você deve se questionar sobre como evitar os possíveis ruídos na comunicação, já que estes podem afetar de forma negativa o desenvolvimento do projeto. Assim, listo aqui algumas dicas que podem colaborar no momento da comunicação a fim de evitar os possíveis riscos. DICAS PARA EVITAR OS RUÍDOS NAS COMUNICAÇÕES Os ruídos interferem na comunicação escrita, na verbal e na linguagem corporal. Poderosa linguagem do corpo, mesmo sem dizer uma só palavra, é a forma mais verdadeira de se comunicar. O corpo fala, os olhos falam, o tom de voz fala... No ambiente corporativo, os gestores devem cultivar o hábito de revisar seus diálogos, textos e expressões corporais para reduzir o impacto das interpretações dos colaboradores, ouvintes, observadores e leitores. As pessoas costumam interpretar as mensagens em vez de responder conforme a expectativa do 22 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos interlocutor. Em razão dessa interpretação quase sempre equivocada, surgem os conflitos, os desgastes desnecessários, que poderiam ser evitados se a linguagem fosse objetiva e direta. Não é fácil calar os pensamentos, afinal colecionamos muitas histórias que influenciam fortemente o nosso juízo, e isso nos faz julgar em vez de entender exatamente o que o outro quer dizer. Mas não é impossível ter objetividade e senso crítico ao se comunicar. O primeiro ponto a ser considerado é distinguir uma pessoa da outra, especialmente, compreender que você é único e seu modo de pensar e agir é diferente da maioria das pessoas. Um ou outro pensa e age como você, a maioria não entenderá metade do que você quer dizer de imediato. Pense nisso, antes de se irritar com aquele tipo que faz cara de paisagem ao ouvir suas instruções, ou com aquele que faz inúmeras perguntas sobre uma coisa tão óbvia! Realmente não é fácil. Mas, o que é óbvio? O que é óbvio é simples, de fácil entendimento e que salta aos olhos. Só que a tendência do ser humano é ignorar o óbvio e valorizar a complexidade, criar caminhos tortuosos, em vez de seguir o instinto natural. Se não entendeu, pergunte! E como funciona a comunicação escrita? Uma dica preciosa é a respeito do tamanho do texto. As pessoas já não dispõem de tempo, nem têm paciência para ler mensagens com mais de 140 caracteres, modelo twitter. Menos é mais! É importante escrever o mínimo necessário ao redigir um e-mail, por exemplo. Cuide para que a mensagem escrita responda às perguntas: O quê? Como? Por quê? E quando? Coloque-se à disposição para esclarecimentos em caso de dúvidas. Portanto, seja você líder ou liderado, vale observar como a sua comunicação tem afetado as pessoas no ambiente de convívio. Saiba quais são os pontos-chave que fazem de você um comunicador assertivo: 1. Ouvir com atenção A escuta ativa permite que você compreenda exatamente o que a outra pessoa deseja transmitir. Para isso, repita o que acabou de ouvir e peça confirmação ao interlocutor. Havendo ruídos em seu entendimento, essa é a melhor hora para eliminá-los. 23 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 2. Dar abertura para o feedback Conhece o grilo falante? Eleja o seu entre as pessoas de seu convívio. Isso vai contribuir para o aprimoramento da comunicação. Esteja aberto a receber feedback de outras pessoas sobre o seu desempenho. Uma crítica construtiva é a maior contribuição para o desenvolvimento pessoal. 3. Faça perguntas Boas perguntas enriquecem os argumentos, despertam a criatividade, clareiam as informações e ampliam a visão. Não é à toa que a base do coaching são as perguntas. Elas ajudam o comunicador a trazer ao debate detalhes que para ele eram muito óbvios ou sem importância, mas não eram tão óbvios para quem o escutava. 4. Tenha autocontrole – Inteligência emocional Respire fundo! A respiração é a pausa de que necessitamos para organizar as ideias. Quando prestamos atenção em nossa respiração, nos tornamos mais presentes, conscientes do que acontece dentro e fora de nós. Com isso podemos evitar conflitos no ambiente. 5. Seja empático Sabe qual é a diferença entre simpatia e empatia? O simpático se faz presente oferecendo alguma coisa, já o empático se posiciona no lugar do outro, sente o que ele sente em vez de jogar palavras de conforto. A empatia é uma das maiores belezas da comunicação, é respeitosa e gera confiança. Escrito por Noscilene Santos Fonte: Disponível em: <http://www.businessreviewbrasil.com. br/l%C3%ADderesempresariais/397/5-dicas-para-evitar-ruiacutedos-na- comunicaccedilatildeo-no-ambiente-corporativo>. Acesso em: 15 jul. 2016. 24 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos Atividades de Estudos: 1) Com base nas etapas de comunicação estudadas neste tópico, relacione as colunas com seus respectivos significados. I – Mensagem. II – Emissor. III – Receptor. IV – Canal. V – Ruído. VI – Codificação. VII – Decodificação. VIII – Feedback. ( ) Consiste na resposta da mensagem que se recebeu. ( ) É aquilo que se deseja transmitir. ( ) É utilizado para realizar a transmissão da comunicação. ( ) É a pessoa que deseja transmitir a mensagem inicial. ( ) Pode interferir de forma direta no resultado dacomunicação, geralmente causa transtornos ao projeto e comunicação. ( ) Adaptar uma mensagem de melhor forma para que ela possa ser encaminhada. ( ) Ajusta a mensagem que foi enviada de forma que ela possa ser compreendida. ( ) É o destinatário da mensagem, a pessoa ou grupo que vai receber a comunicação. 2) Questão do Exame PMP – Greene e Stellman (2010, p. 537): Kyle é o gerente de um projeto que tem equipes distribuídas em muitos lugares diferentes. Para ter certeza de que todos recebam as mensagens corretas, ele precisa se certificar de que o plano do projeto seja traduzido para espanhol, hindu, francês e alemão. O que Kyle está fazendo quando ele providencia essas traduções é: 1. Codificação. 2. Decodificação. 3. Escuta ativa. 4. Escuta efetiva. 25 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 Tipos de Comunicação Dentre os inúmeros tipos de comunicação existentes, vamos abordar neste tópico as três principais classificações utilizadas com frequência. a) Comunicação verbal: é a comunicação que é transferida utilizando como ferramenta as palavras. Na comunicação verbal as palavras podem ser faladas ou escritas, englobando ferramentas como cartas, e-mails, mensagens de WhatsApp, postagens no Facebook etc. As redes sociais e os aplicativos de troca de mensagens são responsáveis pelo expressivo aumento deste tipo de comunicação. A comunicação verbal pode ser dividida em subgrupos, sendo eles: • Comunicação verbal oral: esta comunicação tende a ser mais rápida se comparada à comunicação escrita, permitindo assim uma mensagem menos elaborada, simples e objetiva, apresentando na maioria das vezes o objetivo da comunicação. • Comunicação verbal escrita: costuma ser muito mais detalhada se comparada à comunicação oral. Este tipo de comunicação deve ser preferencialmente utilizado para explicar temas mais complexos, ou ainda, para a formalização de diferentes tipos de processo, já que, por ser uma comunicação escrita, é obrigatoriamente necessário registrá-la (o ato de registrar, neste caso, remete a ter que escrever em algum lugar, pode ser em papel, e-mails, mensagens etc.). Esta comunicação permite por parte do receptor uma melhor interpretação e análise, já que ele pode realizar a leitura desta quantas vezes for necessário. b) Comunicação não verbal: acontece sem o uso de palavras, excluindo ainda o uso de quaisquer sinais paralinguísticos e variações emocionais da voz. Para esta comunicação faz-se o uso comumente de gestos e sinais perceptíveis. Existem casos em que a comunicação não verbal consegue apresentar um resultado mais eficiente se comparado à comunicação verbal, podemos exemplificar a comunicação não verbal através de sentimentos, entre eles o sofrimento, a dor, a tristeza, o cansaço etc. 26 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos Figura 4 - Exemplos de comunicação não verbal Fonte: Disponível em: <http://www.tecdiario.com.br/placas- de-transito/>. Acesso em: 15 out. 2016. Figura 5 - Exemplos de comunicação não verbal Fonte: Disponível em: <https://pixabay.com/pt/thumbs-up-polegar- m%C3%A3o-positivo-1006172/>. Acesso em: 15 out. 2016. c) Comunicação paralinguística: este tipo de comunicação é caracterizado com o uso de tonalidades de voz, sons que tendem a acompanhar a fala, indicando, muitas vezes, a situação em que o emissor se encontra. Esta comunicação está diretamente ligada e dependente do poder de interpretação do receptor, pois pode apresentar de forma clara qual a situação em que o emissor se encontra. Por exemplo, é possível perceber na comunicação se o emissor está nervoso, feliz, alterado, estressado etc. Estilos de Comunicação Dentro da comunicação existem ainda os diferentes estilos de comunicação. 27 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 O gestor de projetos também precisa analisar qual o melhor estilo de comunicação que se adéqua à mensagem que deseja transmitir, analisando os prós e contras de cada estilo e a especificidade da comunicação. Dinsmore e Silveira (2003) apresentam que a comunicação pode ser: a) Formal: no estilo de comunicação formal, geralmente existem padrões a serem seguidos, fazendo-se necessário o uso de protocolos ou formulários. A comunicação formal acontece de forma escrita, pois, obrigatoriamente, precisa de um registro. Os gestores de projetos optam atualmente por utilizar mais a comunicação informal, pois assim conseguem emitir uma comunicação clara a todos os envolvidos. b) Informal: quando bem utilizada, esta comunicação pode resultar positivamente para a empresa e para todos os envolvidos no projeto. Costuma-se utilizar para esta uma linguagem mais clara, mais precisa e direta. Está diretamente ligada à confiança entre os envolvidos, pois neste estilo de comunicação não existe o registro (conforme acontece na comunicação formal), assim, o gestor precisa analisar a mensagem que deseja transmitir e, após sua análise, optar pelo estilo de comunicação que irá utilizar, qual melhor atende às suas expectativas e necessidades. Atividades de Estudos: 1) Você foi encaminhado para outra cidade a fim de prestar consultoria para uma empresa no setor alimentício. Após um dia de trabalho, entra em contato com seu supervisor para passar os resultados desse primeiro dia, todavia, o telefone dele está desligado e você, então, deixa uma mensagem na caixa postal repassando as primeiras informações sobre a empresa. Com base em nosso conteúdo, assinale a alternativa que apresenta o tipo de comunicação utilizada neste caso. a) Comunicação simples. b) Formal escrita. c) Informal escrita. d) Informal verbal. 28 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos Planejamento e Gerenciamento das Comunicações Planejar as comunicações consiste em analisar e buscar a melhor forma de se comunicar com os envolvidos. Este processo é de extrema importância, pois, sem ele, pode não ser possível alcançar o sucesso. Além disso, o planejamento quando não realizado de forma correta pode acarretar sérios problemas para os projetos. Planejar o gerenciamento das comunicações é o processo de desenvolver uma abordagem apropriada e um plano de comunicação do projeto com base nas necessidades de informação e requisitos das partes interessadas e nos ativos organizacionais disponíveis. O principal benefício deste processo é a identificação e a documentação da abordagem de comunicação mais eficaz e eficiente com as partes interessadas (PMBOK, 2014, p. 289). É de extrema importância estar ciente de que todo e qualquer tipo de comunicação está sujeito a interferências. Greene e Stellman (2010) apresentam que entre os diversos fatores que podem influenciar a comunicação, temos o recebimento da mensagem por pessoas não autorizadas, a distorção da mensagem (ocasionada devido aos ruídos existentes), erros no momento da codificação e transmissão da mensagem. Este plano de gestão tem por objetivo apresentar o conjunto das mais diversas atividades e necessidades importantes que são primordiais para as partes interessadas. O PMBOK (2004) apresenta que no gerenciamento da comunicação existem algumas funções importantes, que são: • Determinar a real necessidade de informação e comunicação dos stakeholders do projeto. • Inserir e disponibilizar as informações pertinentes à disposição dos stakeholders. Para que um planejamento de comunicações seja realizado de forma efetiva e satisfatória, é necessário estar atento às necessidades específicas do determinado planejamento, fazer uma boa escolha em relação às tecnologias que vão ser envolvidas no projeto. Convido você para conhecer como funciona o processo do gerenciamento das comunicações, que pode ser dividido em três principais etapas, que são: 29 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 Quadro 1 – Processo de gerenciamento das comunicações Planejar o gerenciamento das comunicaçõesNesta etapa é necessário analisar o projeto e verificar a impor- tância das informações que precisam ser repassadas, levando em conta a importância das informações. Gerenciar as comunicações Neste momento, o gestor dispõe às partes interessadas todas as informações referentes ao projeto. Neste momento é neces- sário atentar-se às informações buscando filtrar somente o que é relevante para o projeto. Controlar as comunicações Certificar-se de que as partes interessadas receberam a men- sagem da forma como deve ser. Nesta fase, o controle e o mo- nitoramento das comunicações se fazem necessários. O ato de comunicar exige diversas habilidades, cabe ao gestor de projetos a função de se certificar de que todas as informações sejam apresentadas de forma clara, de modo que todos os envolvidos recebam a mensagem conforme planejada pelo emissor. Após o envio da informação, cabe ao receptor analisar a informação que recebeu e informar no feedback o que compreendeu da mensagem. Gerenciamento de Partes Interessadas e Expectativas Projetos são considerados, na maioria das vezes, como mudanças, assim, em muitas ocasiões o projeto é recebido bem por alguns e temido por outros. Infelizmente, não é possível prever e controlar as atitudes e reações dos envolvidos e interessados. Consideramos pessoas interessadas como todas aquelas que são direta ou indiretamente afetadas pelo projeto, a quem, neste estudo, podemos chamar de stakeholders. Um projeto sempre envolve várias pessoas. Segundo o Guia PMBOK (2014), é importante identificar todas as partes que vão ser afetadas pelo projeto, para isso se faz necessário o gerenciamento das partes interessadas. Realizar análises constantes para saber como lidar com todas as partes afetadas é, para qualquer organização, buscar garantir o cumprimento de todas as etapas do projeto. Fonte: O autor. 30 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos Ainda segundo o Guia PMBOK (2014), o processo para gerenciar as partes interessadas é composto por quatro principais etapas, que são: Quadro 2 - Etapas do gerenciamento de partes interessadas Identificar as partes interessadas Esta etapa consiste em identificar quem será afetado pelo projeto, e é importante identificar e registrar a influência de cada uma das partes, envolvendo diversos fatores que podem afetar diretamen- te o projeto. Planejar o gerenciamen- to de todas as partes interessadas Esta etapa é composta pelo planejamento de estratégias para motivar e convencer os stakeholders, garantindo assim que se terá o apoio e feedback necessário dentro do projeto. Gerenciar o engajamento das partes interessadas É estabelecer o plano de comunicação adequado, focado sempre nos stakeholders, tendo como função informar e influenciar deci- sões durante todo o decorrer do projeto. Controlar o engajamento das partes interessadas Esta etapa completa a etapa anterior, é baseada no monitoramen- to do engajamento, ajustando as estratégias quando necessário, buscando sempre atender a todos os pontos já listados anterior- mente. Fonte: PMBOK (2014). Podemos considerar como stakeholders todas as pessoas envolvidas em determinado projeto. Os processos apresentados acima trabalham entre si, associando- se a diversas áreas e sentimentos. Por lidarem com pessoas, estão diretamente ligados a fatores sentimentais. Relatório de Desempenho A administração das comunicações está ligada em reunir todas as informações de importância para as partes interessadas, assim, faz-se necessário o uso do relatório de desempenho do projeto, para então fornecer informações pertinentes e verídicas para os stakeholders. Segundo Bruce e Langdon (2000), os relatórios de desempenho são componentes importantes do processo de projetos, participando ativamente da monitoração, buscando sempre um acompanhamento realista do projeto. Podemos considerar como stakeholders todas as pessoas envolvidas em determinado projeto. 31 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 O relatório de desempenho é uma ferramenta fundamental para a Gestão de Projetos, uma ferramenta de comunicação imprescindível. Este relatório tem por finalidade coletar e distribuir as informações acerca do desempenho dos projetos, incluindo etapas, desenvolvimento etc. É baseado em diversas coletas de informações e acompanhamento real do projeto. Para uma melhor compreensão, vamos analisar os quadros a seguir: Quadro 3 - Relatório de desempenho, entradas ENTRADAS 1. Plano de Projeto 2. Resultados do Trabalho 3. Outros Registros do Projeto Fonte: PMBOK (2014, p. 218). 1. O plano de projeto contém diversas informações que vão ser utilizadas como base para análise nas avaliações do desempenho. É um documento que apresenta a aprovação do projeto. Entre as informações são apresentados: os stakeholders, cronogramas, projeções financeiras etc. 2. Na etapa dos resultados do trabalho são apresentados alguns resumos sobre quais resultados o projeto já gerou, entre eles: trabalhos concluídos, custos etc. O modelo deste relatório deve atender às especificidades estabelecidas pela comunicação formal, conforme estabelecido pela administração das comunicações. 3. Em outros registros devem ser apresentadas as comunicações que foram trocadas durante a execução do projeto, entre elas os e-mails, memorandos, mensagens, avisos, comunicados etc. Todas essas informações são de extrema importância e pertinentes ao projeto. 32 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos Quadro 4 - Relatório de desempenho, ferramentas e técnicas FERRAMENTAS E TÉCNICAS 1. Revisões de desempenho 2. Análise de variação 3. Análise de tendência 4. EVM 5. Ferramentas e técnicas para distribuição da informação Fonte: PMBOK (2014, p. 218). 1. Revisões de desempenho: as revisões costumam acontecer em encontros de toda a equipe envolvida. Esses encontros servem para realizar revisões acerca do desempenho do projeto em diversas áreas. 2. Análise de variação: esta análise consiste em equiparar as informações obtidas, ou seja, os resultados obtidos com aqueles que se esperavam do projeto. Analisar o planejamento versus o resultado. 3. Análises de tendência: esta análise consiste em verificar o desenvolvimento do projeto se comparado ao tempo. Verificar como o projeto está sendo desenvolvido se comparado ao tempo, se seu avanço está acontecendo de forma mais rápida ou lenta. 4. Análises do valor do trabalho realizado: tem por finalidade verificar a eficiência da equipe junto ao projeto, incluindo análises do escopo, do cronograma, de custo etc. 5. Ferramentas e técnicas para a distribuição da informação: consiste em distribuir os relatórios de desempenho obtidos, utilizando para isso diversos meios, entre eles: E-mail, relatórios, memorandos, mensagens de voz etc. Quadro 5 - Relatório de desempenho, saídas SAÍDAS 1. Relatórios de desempenho 2. Solicitações de mudança Fonte: PMBOK (2014, p. 218). 1. Relatório de desempenho: o relatório de desempenho é o documento de que tratamos até o momento, responsável por apresentar o desempenho do projeto e demais informações pertinentes sobre ele. Todo stakeholder 33 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 deve acompanhar este relatório, para melhor compreensão do que está acontecendo junto ao projeto. 2. Requisições de mudanças: após a análise do relatório de desempenho é de praxe que seja necessário realizar mudanças no projeto. Assim, neste momento são geradas requisições de mudanças que buscam a melhoria e melhor adaptação do projeto junto à empresa. O relatório de desempenho é uma ferramenta fundamental para acompanhamento do projeto e das atividades que são realizadas no decorrer do mesmo, sendo possível aferir o desempenho do projeto. Para facilitar a compreensão acerca do tema, verifique, a seguir, um exemplo de relatório de desempenho: 34 Gerenciamentode Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos Figuras 6 - Modelo de relatório de desempenho Fonte: Escritório de Projetos (2015, on-line). Paiva (2013) apresenta em suas obras uma forma de mostrar o relatório de desempenho de maneira clara e de fácil interpretação, separando as unidades por cores, baseado na situação de determinada etapa. • Vermelho: a cor vermelha na análise indica que esta etapa requer uma atenção; caso não atendida, pode ultrapassar o orçamento, estourar o prazo de entrega ou, ainda, não efetuar sua colaboração para o projeto conforme se espera. 35 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 • Amarelo: o projeto precisa de atenção, pois existe a possibilidade de ultrapassar ou não cumprir o orçamento conforme definido, existindo ainda a possibilidade do atraso da entrega. • Verde: o projeto está correndo bem. Sua estrutura está bem articulada e respeita todos os processos já estipulados anteriormente. Utilizar o esquema de cores facilita a visualização e possibilita uma interpretação rápida e assertiva sobre o processo. É importante apresentar a todas as partes envolvidas como está o desenvolvimento dos projetos, o excesso ou falta de informações pode gerar diversas frustações, desgastando o interesse destas no projeto (RODRIGUES, 2011). Rodrigues (2011) apresenta ainda sete diferentes modelos de relatórios que podem ser utilizados para demonstrar o desempenho do projeto, que são: Quadro 6 – Tipos de desempenho do projeto Modelo visual O modelo visual busca apresentar várias informações, entre elas o escopo, marcos, custos, riscos etc. É um relatório de fácil visualização. Modelo simplificado O modelo simplificado geralmente é utilizado para gerir portfólios, é ca- racterizado por apresentar as informações em frases curtas e objetivas. É um relatório de elaboração mais rápida e informal. Burn down graph Este modelo é mais preciso, apresentando informações sobre quanto tempo ainda resta para que a atividade seja cumprida. O controle assertivo das informações tende a alimentar o relatório. Modelo 1 página Apresenta de forma resumida a realização das etapas do projeto. É informativo e de rápida elaboração. Modelo detalhado Utiliza de várias laudas, apresentando de forma completa todas as in- formações acerca do desempenho do projeto. Por apresentar informa- ções mais detalhadas, permite maior discussão sobre o desempenho do projeto. Modelo completo Este modelo funciona para todos os projetos, possui um controle acir- rado de informações, por exemplo: custos, escopo etc. Gráfico de bolha Este é um dos modelos mais específicos, pois deve ser utilizado em projetos que utilizem métricas, informações específicas de desempe- nho, análise de custos e de prazos. Fonte: Adaptado de Rodrigues (2011). 36 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos É importante apresentar que em algumas situações pode-se fazer o uso de mais de um desses modelos, ou ainda, que os modelos podem ser alterados conforme o decorrer do projeto. Os modelos apresentados são somente exemplos para maior compreensão das possibilidades e principais utilidades e diferenças do modelo. Vale lembrar que cada projeto precisa de um modelo específico, cabendo ao gestor de projetos analisar e escolher o modelo que melhor se adéqua ao projeto a ser executado. O modelo do relatório de desempenho apresenta de forma clara sobre o que tratamos neste documento tão importante para os stakeholders e para as partes interessadas. Sendo possível aferir então a importância deste relatório, que visa auxiliar no acompanhamento do projeto e na requisição de mudanças para melhorias. Identificando Partes Interessadas Você já se imaginou como um gestor de projetos? Já imaginou as decisões que serão necessárias tomar? Que vai precisar administrar toda a equipe, respeitando de certa forma cada especificidade de cada setor? Cabe ao gestor de projetos eleger a melhor estratégia e o melhor método para lidar com os stakeholders. O PMBOK (2014) apresenta que o direcionamento adequado está diretamente ligado à satisfação e resultado do projeto. Vamos analisar agora um pouco mais a fundo a identificação das partes interessadas. Figura 7 - Fluxo de dados do processo de identificação de partes interessadas Fonte: PMBOK (2014 p. 393) O PMBOK (2014) apresenta ainda uma descrição um pouco mais detalhada sobre cada uma das etapas presentes na imagem. 37 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 a) Entradas • Termo de abertura do projeto: é composto por um documento que contempla informações gerais e iniciais do projeto, informações importantes para um bom desempenho do projeto. O termo de abertura deve responder, de forma clara, a alguns dos seguintes questionamentos: – O que o projeto busca desenvolver? – O projeto apresentará qual benefício para a empresa? – Quem são os apoiadores do projeto? – Quanto de dinheiro será necessário para realizar o projeto? – Quem vai gerenciar o trabalho? – Quais setores estão envolvidos na execução do trabalho? • Documentos de aquisição: esta etapa contempla projetos que estão diretamente ligados com compras, ou ainda, com contratos. Nesta etapa consideramos os stakeholders e fornecedores como principais dentro do projeto. • Fatores ambientais da empresa: estão relacionados todos os fatores que podem direta ou indiretamente influenciar a execução do projeto, fatores ambientais, sociais e culturais. • Ativos de processos organizacionais: são citados modelos de sucesso e exemplos de casos bem-sucedidos de outros projetos e empresas. b) Ferramentas e técnicas • Análise de partes interessadas: segundo o PMBOK (2014, p. 395), “a análise de partes interessadas é uma técnica de coleta e análise sistemática de informações quantitativas e qualitativas para determinar os interesses que devem ser considerados durante todo o projeto”. O Guia PMBOK (2014) apresenta ainda uma descrição das partes interessadas. – Buscar sempre identificar todas as partes interessadas, incluindo sua atuação dentro da empresa e o seu nível de influência no projeto. Dentro desta análise, alguns membros são mais fáceis de se identificar, todavia, é necessário buscar conhecer também os demais, para isso podem-se utilizar conversas, entrevistas etc. – Buscar compreender o poder dos interessados sobre o projeto, ou seja, 38 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos identificar o impacto que cada um deles pode exercer sobre o projeto, assim, será possível definir as estratégias de forma mais certeira e efetiva. – É necessário que o gestor conheça a forma como possivelmente os stakeholders vão reagir quando inseridos em situações não agradáveis ou que lhes retirem da zona de conforto, assim, é importante estar preparado também para os possíveis impactos negativos. Para facilitar o processo de identificação e atenção aos stakeholders, apresentamos a você um exemplo para análise e acompanhamento de cada um destes componentes para o projeto. Este modelo é chamado de modelo de classificação de partes interessadas. Figura 8 - Modelo de exemplo de interesse e poder das partes interessadas Fonte: Adaptado de PMBOK (2014). Com o uso deste modelo é possível estar sempre atento às partes interessadas, realizando a manutenção e buscando de forma mais certeira qual técnica adotar para utilizar com este stakeholder. Todavia, vale destacar que, mesmo com o modelo, é necessário analisar de forma individual cada um dos que compõem as partes interessadas, pois as pessoas são diferentes e, quando submetidas a situações diferentes, tendem a gerar modelos e informações que divergem dos padrões. 39 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 • Opinião especializada: consiste na busca de informações de terceiros, pessoas experientes que já possuem conhecimento e vivência em determinada área ou projeto, utilizando estaspara buscar um aprimoramento e resultado mais certeiro, auxiliando a definir qual é a melhor estratégia para utilizar naquele determinado grupo ou indivíduo. Costumam fazer parte deste grupo os: – Diretores da empresa. – Presidentes da empresa. – Investidores da empresa. – Partes interessadas no projeto. – Especialistas na área de projeto. • Reuniões: são encontros que buscam expandir os conhecimentos e compartilhar vivências e experiências, buscando o aprimoramento contínuo, permitindo conhecer todos os stakeholders e envolvidos, e detectar um pouco mais sobre o perfil e interesse que cada um possui no projeto. c) Saídas • Registro das partes interessadas: após realizar todas as etapas anteriores é necessário registrar as informações, buscando sempre apresentar as informações da forma mais clara e direta possível. Para facilitar a compreensão, apresentamos um modelo de como o registro pode ser elaborado, buscando sempre a otimização do projeto. Todos os stakeholders devem ser monitorados durante a execução do projeto, independentemente da sua influência para a realização. Todos os stakeholders devem ser monitorados durante a execução do projeto, independentemente da sua influência para a realização. 40 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos Quadro 7 - Classificação dos stakeholders baseada em suas influências Fonte: Adaptado de PMBOK (2014). Assim, com base no registro das informações e sua análise, posteriormente é possível ter uma melhor perspectiva sobre quais estratégias adotar para cada um dos stakeholders, confirmando então as ideias transmitidas pelo PMBOK (2014) acerca da importância do registro dessas informações. Aliando essas informações fornecidas pode-se ter um maior entendimento sobre a melhor forma de identificar as partes interessadas e como lidar com elas durante o projeto. Para ilustrar um pouco mais nosso conteúdo sobre a identificação das partes interessadas, convidamos você a analisar o seguinte estudo de caso. Nele é possível perceber algumas informações importantes e confrontá-las com situações cotidianas do mundo corporativo. ESTUDO DE CASO: O projeto da pista de aeroporto da Ásia Central O aeroporto internacional de Ashkhatar é o principal ponto de acesso para uma pequena democracia enquistada na Ásia Central. 41 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 Anteriormente parte da extinta URSS, a nação independente está situada em terreno montanhoso. Os habitantes possuem um estilo de vida simples, respaldado por uma previdência e serviços básicos de saúde. A renda familiar depende muito da agricultura de subsistência e de uma lucrativa ocupação secundária na criação de martas, que tem sido desenvolvida pelos habitantes mais prósperos. O aeroporto está baseado em um aeródromo militar e seus prédios administrativos. O inverno inclemente provoca danos à pista de pouso, que necessita de constantes reparos e é muito curta para acomodar grandes aviões de passageiros e de cargas. Isso limita a comunicação e prejudica o desenvolvimento regional e nacional, as viagens internacionais e o turismo. O governo tem se beneficiado de programas de ajuda estrangeira nos setores de educação e saúde, e essa experiência o animou a procurar assistência técnica e financeira para melhoria do aeroporto e da pista de pouso. Propostas preliminares preconizam o prolongamento e recapeamento da pista existente, fornecimentos de pistas adicionais de rolagem e iluminação da pista de pouso. Afirma- se que essas melhorias acomodariam jatos modernos, abririam o país ao turismo, facilitariam o aumento do comércio e resultariam em um avanço sustentável na prosperidade e padrões de vida. Após a rejeição da proposta por um dos doadores-patrocinadores, uma nova proposta, incluindo uma contribuição de 25% por parte do governo e o fornecimento de engenheiros e empreiteiros por uma outra nação doadora, possibilitou a execução de um estudo de viabilidade. A equipe de estudo, constituída por um especialista em projeto de aeroportos da ICAO, um engenheiro civil com experiência em construção de pistas de pouso e um especialista nas condições locais, foi instruída a trabalhar dentro de uma estrutura bem definida. Uma das principais preocupações foi com o possível impacto das mudanças da pista sobre a população local, alguma resistência local que poderia ter de ser superada e a conveniência da mão de obra local para o trabalho braçal e técnico do projeto. A equipe apresentou relatório favorável e recomendou o aumento realizado no orçamento que contemplasse a construção de uma pista de pouso inteiramente nova, paralela à já existente, e novas pistas de rolagem e iluminação. Reparos menores seriam realizados na pista em uso, que permaneceria operante durante o trabalho de construção. Devido às condições climáticas extremas, a construção seria realizada em duas fases durante o verão. A pista mais extensa implicaria também em mudar o local da torre de transmissão. Pretendia-se fazer amplo uso de mão de obra local, mas previu-se um problema na entrega de certos materiais de construção e no embaraçoso equipamento de construção da pista. Considerou-se a viabilidade de transporte aéreo 42 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos dos materiais e máquinas parcialmente desmontadas, utilizando a pista existente, ou por meio de uma extensão temporária da pista para comportar grandes transportes. A equipe observou que o projeto talvez encontrasse oposição por parte de um pequeno, mas potencialmente influente, grupo de criadores de marta, uma vez que seus animais poderiam ser adversamente afetados pelo aumento do barulho devido à nova rota de voo. O sucesso do projeto dependia da aquiescência dos moradores, cuja aceitação em mudar, receber indenização e/ou alguma forma aceitável de redução do barulho deve ser levada em consideração. Isso exigiu uma cuidadosa e coordenada discussão em um plano de comunicação apropriado às condições e culturas locais. Investigações sobre métodos, meios e custos seguiram-se ao relatório de viabilidade e obteve-se aprovação para um projeto devidamente financiado e bem estruturado. A atividade de engenharia foi planejada, programada para aprovação e monitorada por um diretor de projeto independente que também foi encarregado de relações com os interessados. Ele permaneceu no país durante todo o período de construção inativa no inverno e realizou consultas regulares com representantes do governo e moradores locais. Os criadores de marta afetados foram realocados antes do começo da segunda fase, e o projeto foi concluído no prazo e dentro do limite adicionado de 12% do orçamento. Fonte: Keeling (2009 p. 253). Com o estudo de caso podemos aferir a real importância da comunicação. O projeto só se concretizou porque todas as etapas foram cumpridas de forma correta, monitorando as partes interessadas, atentando-se sempre ao que os stakeholders estão esperando, gerenciando suas expectativas. Vamos aprimorar ainda mais nossos conhecimentos? Antes de encerrar este capítulo, queremos deixar algumas sugestões para que você possa aprimorar um pouco mais os conhecimentos acerca da importância da comunicação. Para isso, seguem algumas indicações: 43 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 Começamos citando o filme “Garota exemplar” (adaptado do livro de Gilian Flynn). O filme apresenta o comportamento corriqueiro da mídia, destacando importantes lições sobre como o planejamento das comunicações é importante, mostrando de forma clara como as informações são influenciadoras. Direção: David Fincher Elenco: Ben Affleck, Rosamund Pike, Neil Patrick Harris Gênero: suspense Nacionalidade: EUA Classificação indicativa: 16 anos. Convidamos você a imaginar a seguinte situação. Você está em uma reunião de negócios, todavia, não consegue se comunicar com elas, pois aúnica coisa que consegue enxergar é uma sala vazia. Para se comunicar, você precisa de uma mediação de uma das poucas pessoas que consegue ver, sua mãe. O filme brasileiro Entre Abelhas nos leva a uma reflexão acerca da importância da comunicação e de se comunicar. Direção: Ian SBF Elenco: Fábio Porchat, Marcos Veras, Leticia Lima, Giovana Lancellitti, Marcelo Vale, Irene Ravache Gênero: Drama Nacionalidade: Brasil Classificação indicativa: 14 anos. É importante perceber a influência da comunicação e sua presença em todos os ambientes cotidianos em nossa vida. Para aprofundar ainda mais nossos estudos e instigá-los à busca de materiais que demonstrem a importância da comunicação, indicamos o livro O poder da comunicação. Autor: Manuel Castells Editora: Paz e Terra; Edição: 1ª (14 de janeiro de 2016) Idioma: Português 44 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos O livro apresenta assuntos da atualidade, como a era da informação, cultura, sociedade e economia, apresentando esses conteúdos baseados em estudos realizados em movimentos culturais, grupos sociais e também fundamentados em processos políticos. Este livro é indispensável nesta etapa de nossos estudos, pois apresenta de forma clara e ilustrada a forma como estamos conectados ao mundo e como estamos cada dia mais dependentes da tecnologia e da comunicação. Algumas Considerações Querido pós-graduando! Encerramos aqui o capítulo em que tratamos exclusivamente da Gestão das Comunicações. Esperamos ter conseguido transmitir a você o conhecimento necessário para realizar uma comunicação eficaz e eficiente em seus projetos futuros. Ao longo de nosso livro, você verá como os capítulos estão interligados, sendo possível aferir quanto a comunicação interfere em um resultado de sucesso. Recorde-se do desafio que propusemos no início de nosso capítulo? “Queremos deixar um desafio: enquanto estudamos este capítulo convidamos você a analisar um pouco mais o seu cotidiano, tanto no ambiente empresarial quanto familiar, pessoal e profissional. Sempre quando se ver à frente de um determinado problema ou questionamento, queremos que se faça a seguinte pergunta: Uma comunicação efetiva, realizada de forma mais clara, poderia ter evitado ou auxiliado de forma positiva na solução deste problema?” Esperamos que você tenha realizado essa reflexão e, então, percebido quão diretamente estamos ligados à comunicação, e como diversas situações estão à mercê de uma comunicação mais clara e objetiva. Ressaltamos a importância de continuar sua busca pelo conhecimento, não limite seus estudos acerca da Gestão das Comunicações a este livro, verifique nossas sugestões de leitura e assista aos filmes, procure sempre aprofundar seus conhecimentos. Lembre-se de que a comunicação é a chave para o sucesso. Referências BERLO, D. K. Processo de comunicação: introdução à teoria e à prática. 8. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. 45 Gerenciamento das Comunicações Capítulo 1 BRUCE, A.; LANGDON, K. Como gerenciar projetos. Série Sucesso Profissional. São Paulo: Publifolha, 2000. CHAVES, L. E.; NETO, F. H. da S.; PECH, G.; CARNEIRO, M. F. dos S. Gerenciamento das comunicações em projetos. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV Management, 2010. CHERRY, C. A comunicação humana. São Paulo: Cultrix, 1996. DINSMORE, P. C.; SILVEIRA, N. F. H. Gerenciamento de projeto e o fator humano: conquistando resultados através das pessoas. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. GREENE, J.; STELLMAN, A. Use a cabeça! PMP. São Paulo: Alta Books, 2010. KEELING, R. Gestão de projetos: uma abordagem global. São Paulo: Saraiva, 2012. MENDES, E.; JUNQUEIRA, L. A. Escritório de projetos. Disponível em: <http:// escritoriodeprojetos.com.br/gerenciamento-das-comunicacoes-do-projeto.aspx>. Acesso em: 12 set. 2016. _______. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos (Guia PMBOK ® Texto e Tradução) Project Management Institute. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. _______. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos (Guia PMBOK ® Texto e Tradução) Project Management Institute. 3. ed. São Paulo, Saraiva, 2004. _______. Comunicação sem medo: guia para você falar em público com segurança e naturalidade. São Paulo: Editora Gente, 1999. PAIVA, Luiz. 5 itens essenciais para seus relatórios de status. 2013. Disponível em <http://pmkb.com.br/artigo/5-itens-essenciais-para-seus-relatorios- de-status>. Acesso em: 2 dez. 2013. RODRIGUES, Eli. Como fazer relatórios de status. 2011. Disponível em: <http://www.elirodrigues.com/2011/03/30/statusreports/>. Acesso em: 12 set. 2016. 46 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos SANTOS, Noscilene. 5 dicas para evitar ruídos na comunicação no ambiente corporativo. 2014. Disponível em: <http://www.businessreviewbrasil. com.br/l%C3%ADderesempresariais/397/5-dicas-para-evitar-ruiacutedos-na- comunicaccedilatildeo-no-ambiente-corporativo>. Acesso em: 12 set. 2016. VALERIANO, Dalton. Moderno Gerenciamento de projetos. São Paulo: Prentice Hall, 2005. CAPÍTULO 2 Gerenciamento de Riscos A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Identificar e compreender os diferentes tipos de riscos que podem afetar os projetos. � Identificar a presença de riscos. � Analisar fatores que colocam em risco o sucesso de um projeto. � Registrar de forma competente os diversos possíveis riscos dentro de projetos. 48 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos 49 Gerenciamento dos Riscos Capítulo 2 Contextualização Olá, prezado acadêmico! Dando continuidade aos nossos estudos, vamos falar um pouco sobre os possíveis riscos existentes em um projeto. Provavelmente você já deve ter presenciado em alguma palestra ou até mesmo em vídeos na internet, a tradicional imagem de um copo de água (com água até a metade do recipiente) seguida da tradicional pergunta: para você, o copo está meio cheio ou meio vazio? Com essa reflexão, podemos ter uma visão de forma clara do papel do gestor de projetos, atuando nos bastidores do projeto. Para um bom gestor, a pergunta que fica é: o que motivou esse copo a não ser preenchido de forma completa? Um problema na torneira, um quebrado no copo, enfim, os motivos são diversos. Assim, fazendo uma conexão direta com nosso conteúdo a ser debatido neste capítulo, a questão é: a pessoa responsável pela execução deste projeto (encher o copo com água) estava preparada para o imprevisto? Ela se preparou para os possíveis problemas com a torneira, com o copo ou até mesmo com a pessoa responsável pelo transporte do copo, assegurando de que o mesmo chegaria ao seu destino de forma completa? Gerenciar os riscos consiste em “prever” o que pode acontecer e afetar de forma negativa o projeto. Para isso, são necessários diversos estudos buscando uma análise mais aprofundada do tema, a busca por pessoas que já vivenciaram projetos deste tipo também colabora de forma positiva para esta previsão. Espero que este capítulo colabore de forma positiva, apresentando métodos de observação, análise e até mesmo ferramentas para a gestão de riscos em seus projetos futuros. Bons estudos! Riscos Todo e qualquer negócio ou projeto está sujeito a riscos. É de extrema importância destacar que, independentemente do quão bem planejado foi o projeto, os problemas podem acontecer em qualquer etapa, sendo estes inesperados, previsíveis ou imprevisíveis. A gestão de riscos pode ser considerada como uma das mais importantes áreas da gestão de projetos, pois ela está presente em todas as etapas de um projeto, tanto no planejamento quanto na execução. 50 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos Figura 9 – Importância do planejamento de riscos Fonte: Disponível em: <https://pixabay.com/pt/>. Acesso em: 18 nov. 2016. Podemos conceituarriscos como toda condição que, se ocorrida, pode afetar o projeto e os resultados finais, tanto positiva quanto negativamente. Entende-se por risco a possibilidade de ocorrência de um resultado indesejável como consequência de qualquer evento. O projeto é caracterizado por se tratar de um conjunto único de ações, não havendo dois projetos iguais. Por esta razão, devido às incertezas que todo projeto encerra, o risco é um fator que lhe é inerente, essas consequências podem ser de maior ou de menor severidade para o projeto (VALERIANO, 1998, p. 363). Em uma breve reflexão é possível perceber o quanto estamos suscetíveis a riscos. Por exemplo, aquela reunião importante onde você simplesmente esquece sua apresentação em casa; aquele colaborador que fica doente no dia do lançamento de seu projeto; quando o guitarrista não pode comparecer a um importante show que está prestes a definir o destino da banda; ou ainda, quando você já comprou as passagens para aquele final de semana na praia, todavia, a previsão é de chuva torrencial em todos os dias. Gerenciar riscos é uma forma de se preparar para o desconhecido. Os riscos estão presentes em todas as situações de nossas vidas, o grande diferencial é a forma como vamos lidar com determinados imprevistos. É necessário estar ciente de que, nem sempre um risco é algo ruim ou negativo. Em diversas situações os riscos podem resultar em situações positivas ou até mesmo impactos relevantes para o sucesso de determinado projeto. 51 Gerenciamento dos Riscos Capítulo 2 Os riscos podem ser negativos ou positivos. No caso de riscos negativos, é fundamental a identificação dos fatores adversos ao projeto e como se preparar para lidar com eles, minimizando seus efeitos e até impedindo que ocorram. Os riscos positivos também devem ser analisados, fazendo com que a equipe do projeto esteja também preparada para os prováveis eventos bons, tirando o maior proveito possível deles (DAYCHOUM, 2005, p. 85). É necessário compreender que em determinadas situações os riscos devem ser aproveitados como oportunidades para aperfeiçoar os projetos, os resultados ou até mesmo otimizar os possíveis resultados, custos, tempo de execução etc. O risco do projeto é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, provocará um efeito positivo ou negativo em um ou mais objetivos do projeto, tais como escopo, cronograma, custo e qualidade. Um risco pode ter uma ou mais causas e, se ocorrer, pode ter um ou mais impactos. Uma causa pode ser um requisito, premissa, restrição ou condição potencial que crie a possibilidade de resultados negativos ou positivos (PMBoK, 2014, p. 310). O gestor de projetos deve estar apto a diferenciar os riscos dos fatos. Por exemplo, em um novo projeto apresentado para a equipe, percebe-se a ausência de maquinários específicos para executar aquele determinado projeto, ou até mesmo, o desconhecimento da equipe para como executar aquela determinada atividade, estas situações são consideradas fatos e não necessariamente riscos. Para facilitar a compreensão de riscos e fatos, vamos analisar o seguinte exemplo: Você precisa produzir gelo em apenas quatro horas, todavia, percebe que seu congelador está desligado, mas mesmo assim, insiste em colocar água dentro da fôrma e armazená-la dentro do congelador, o fato é que de forma alguma o gelo estará pronto, independentemente do tempo que ficar dentro deste. Assim, podemos perceber que o projeto falhou, ultrapassando os fatores como tempo, custos etc. Nesta mesma situação, o risco pode ser apresentado como inserir a fôrma dentro do congelador ligado, todavia, não é possível certificar-se de que o gelo estará pronto dentro do período determinado, pois o dia está quente e o congelador está sendo aberto de forma constante, o que pode fazer com que o congelador não atinja a temperatura necessária para então, produzir o gelo. 52 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos A forma mais fácil de compreender os riscos é elaborar uma sequência da forma como os projetos ou execuções devem acontecer. Sempre que compreendemos a forma como algo ocorre, a aplicação acontece de forma mais clara, simples e objetiva. Se estivermos sempre atentos ao projeto e às etapas, o resultado da execução tende a ser positivo. Convido você a refletirmos sobre um dos maiores casos da história, que pode ilustrar de forma clara a importância do gerenciamento de riscos. Figura 10 – Titanic Fonte: Disponível em: <http://cdn.history.com/sites/2/2014/01/ titanic-P.jpeg>. Acesso em: 18 nov. 2016. Em 1912 o Titanic, pesando aproximadamente 43.362 toneladas, parte de Southampton com destino a Nova York transportando 2227 pessoas. Enquanto realizava seu trajeto no oceano atlântico, aproximadamente às 23 horas do dia 14 de abril, o Titanic se choca com um iceberg, naufragando em menos de quatro horas. Provavelmente você está se questionando como uma das maiores tragédias da história, contabilizando 1522 vítimas, nos auxiliará na compreensão do conteúdo, certo? O caso serve como uma reflexão, além de servir como base para nossos estudos no decorrer deste capítulo, o gerenciamento de riscos, a identificação dos riscos, a gestão dos riscos etc. 53 Gerenciamento dos Riscos Capítulo 2 Assim, como qualquer projeto, o Titanic passou por diversas análises e conferências antes de, finalmente, ser colocado ao uso, então, se nos questionarmos o motivo pelo qual o caso trágico aconteceu, existem diversos pontos que podem ser observados, todavia, para nossa análise vamos considerar apenas um. O número relativamente baixo de botes para emergência presentes no navio, com base nesse número pode-se perceber que o responsável provavelmente desconsiderou o risco de naufrágio, não incluindo assim, o número adequado de botes para acomodar todos os tripulantes. Com base nesta pequena reflexão, podemos perceber a importância do gerenciamento dos riscos. A palavra “risco” faz parte de nosso vocabulário diário comum e é amplamente utilizada em relação a circunstâncias pessoais (saúde, pensões, seguro, investimentos etc.), à sociedade (terrorismo, desempenho econômico, segurança alimentar etc.) e aos negócios (governança corporativa, estratégia, continuidade do negócio etc.). Uma área na qual a gestão de riscos encontrou certa proeminência é o gerenciamento de projetos, talvez pela natureza arriscada dos projetos (DINSMORE; CABANNIS-BREWIN, 2014, p. 189). O guia PMBoK apresenta que o gerenciamento de risco deve seguir uma estrutura, que é apresentada a seguir e que vamos estudar com maior profundidade nesta unidade. 54 Gerenciamento de Comunicações, Riscos e Aquisições em Projetos Figura 11 – Etapas do gerenciamento de riscos do projeto Fonte: PMBoK (2014, p. 312) Percebemos assim, as diversas etapas que compõem o gerenciamento de riscos e que estão diretamente ligadas ao sucesso deste planejamento de extrema importância para o projeto. Assim, é necessário que o gestor esteja ciente de que quando falamos em identificar o risco, falamos sobre a identificação de diversos fatores que estão diretamente ligados ao sucesso ou não do projeto. O que pode acontecer a um projeto que não contemple um planejamento de riscos eficiente? Em que esta falha no planejamento e na gestão de riscos pode afetar no bom desempenho do projeto? Para ilustrar nossos estudos e aferir a possibilidade dos riscos em todos os tipos de projeto, vamos analisar o caso a seguir, um projeto ambiental. Ao analisar o caso, convido a analisar as informações presentes neste e traçar um paralelo sobre qual seria o seu posicionamento como um gestor frente a esta situação. 55 Gerenciamento dos Riscos Capítulo 2 O PROJETO DE REFLORESTAMENTO O objetivo do projeto era aumentar a beleza de uma área de terra entre alguns antigos monturos e uma faixa de bosques deteriorada na periferia
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