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LITISPENDÊNCIA COMO INCIDÊNCIA PROCESSUAL

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERCONTINENTAL DE 
LUANDA (ISPIL) 
DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO DAS CIÊNCIAS SÓCIAS E 
HUMANAS 
 
 
TEORIA GERAL DO PROCESSO CIVIL 
 
 
 
LITISPENDÊNCIA COMO INCIDENTE PROCESSUAL 
 
 
Nome: José António Bernardo 
Curso: Direito 
2º Ano 
1º Piso, Turma: DIRM: 2 
Sala: 20 
Período: Noturno 
 
 
Docente 
Lic. Joaquina da Silva 
 
 
LUANDA – FEVEREIRO/2021 
 
 
SUMÁRIO 
 
Introdução.................................................................................................................................01 
I- Litispendência – conceito......................................................................................................02 
II- Incidente processual – conceito...........................................................................................03 
III- Litispendência como incidente processual........................................................................03 
Conclusão..................................................................................................................................09 
Referências bibliográficas.........................................................................................................10 
 
 
 
1 
 
INTRODUÇÃO 
No presente trabalho abordarei sobre litispendência como incidente processual, é um 
assunto bastante fasto o que não me permite desenvolver de uma forma cabal, porém, me 
limitarei em falar o que achei como digno de realce. A litispendência faz com que seja 
proibido o ajuizamento de uma segunda acção, idêntica à que se encontra pendente, porque a 
primeira receberá a sentença de mérito, sendo desnecessária uma segunda acção igual à 
primeira. Portanto em outras palavras diz que ocorre a litispendência quando se reproduz 
acção idêntica a outra que já está em curso. As ações são idênticas quando têm os mesmos 
elementos, ou seja, quando têm as mesmas partes, a mesma causa de pedir (próxima ou 
remota) e o mesmo pedido (mediato e imediato). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
I. LITISPENDÊNCIA – CONCEITO 
A litispendência e a coisa julgada são dois institutos processuais afins cujo objetivo é 
obter segurança jurídica e estabilidade nas relações sociais, evitando a perpetuação dos 
conflitos de interesse. 
 
O termo litispendência, que é a junção de litis, lide em latim, e pendere, pendente, 
aceita margem para dupla interpretação. Conforme Daniel Amorim Assumpção Neves, o 
termo: é equívoco, podendo significar pendência da causa (que começa a existir quando de 
sua propositura e se encerra com a sua extinção) ou pressuposto processual negativo 
verificado na concomitância de processos idênticos (mesma ação). 
 
No entanto, a lei é muito clara: além de prever a existência da litispendência, cuidou o 
legislador de trazer também a conceituação do termo. Assim, diz o art. 337 do Novo CPC em 
seus parágrafos 1º, 2º e 3º: 
 
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente 
ajuizada. 
 
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir 
e o mesmo pedido. 
 
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
 
Haverá, assim, litispendência, quando existirem em curso dois ou mais processos 
idênticos ao mesmo tempo. Para serem idênticos, é imprescindível possuir, desse modo: 
1. Mesmas partes; 
2. Mesma causa de pedir; e 
3. Mesmo pedido. 
 
Destarte, competindo ao réu, antes de discutir o mérito, alegá-las (artigo 301, incisos V e 
VI), incumbe ao juiz extinguir o processo, independentemente de apreciação meritória, 
quando acolher a alegação, a teor da norma autorizadora insculpida no inciso V do artigo 267 
da Lei Adjetiva. 
 
Daí exsurge a importância da precisa identificação dos elementos subjetivo, objetivo e 
causal da ação, vale dizer, por intermédio da perfeita identidade das partes, pedido e causa de 
pedir, poder-se-á identificar quando uma ação é idêntica a outra. 
https://blog.sajadv.com.br/agravo-de-instrumento-novo-cpc/
 
3 
 
II – INCIDENTE PROCESSUAL - CONCEITO 
São as questões e os procedimentos secundários que incidem sobre o procedimento 
principal, que devem ser solucionados antes da decisão de mérito. Dividem-se em questões 
prejudiciais e procedimentos incidentes. As questões prejudiciais são pontos relevantes, 
vinculados ao direito material, que devem decididas antes do mérito da causa. Por sua vez, os 
procedimentos incidentes são pontos levantados durante o trâmite do procedimento principal, 
vinculados ao direito processual, que também devem ser resolvidos antes de analisado o 
mérito da causa. 
O título VI do Código de Processo Penal fala em “Das questões e processos 
incidentes” em sentido amplo, prevendo oito hipóteses, a saber: 
 
1 – Questões Prejudiciais; 
2 – Exceções; 
3 – Incompatibilidades e Impedimentos; 
4 – Conflito de Jurisdição; 
5 – Restituição de Coisa Apreendida; 
6 – Medidas Assecuratórias; 
7 – Incidente de Falsidade; 
8 – Incidente de Insanidade Mental do Acusado. 
 
III- LITISPENDÊNCIA COMO INCIDÊNCIA PROCESSUAL 
 
Como anotaram Nestor Távora e Rosmar Rodrigues, estamos diante de uma forma 
de defesa por meio do qual o acusado objetiva a extinção do processo sem julgamento do 
mérito ou ainda a procrastinação do feito. Tal se manifesta mediante a forma de exceção de 
suspeição; de incompetência; da ilegitimidade da parte; da litispendência; da coisa julgada. 
A competência penal é questão de ordem pública, seja absoluta ou relativa, e pode 
ser reconhecida de ofício pelo juiz. Não sendo oposta pelo juiz, caberá a exceção de 
incompetência a ser arguida no prazo da defesa. Superada tal fase, há preclusão temporal, 
se não ajuizada. 
Qual o recurso cabível da decisão nesse incidente? Se for julgada procedente, o 
recurso cabível será o recurso em sentido estrito (artigo 581, II e III do CPP). Não há 
recurso cabível se for julgada improcedente. 
Vem à pergunta: Pode o Ministério Público opor a exceção de incompetência? 
 
4 
 
A esse respeito, disse Tourinho Filho se ó órgão ofereceu denúncia perante um 
juízo, é porque o entendeu competente para conhecer da espécie. Logo não seria possível 
que a parte acusadora oferecesse a declinatoria fori. O mesmo autor admite que possa o 
órgão do Ministério Público, no Processo Penal, na qualidade de custos legis, não como 
parte, opor a exceptio. Assim ajuizada a exceção deverá o juiz intimar a parte contrária 
para falar nos autos. 
Há ainda exceções dilatórias, envolvendo a suspeição, onde se discute sobre a 
imparcialidade do juiz, diverso da competência, que diz respeito ao juízo. 
O juiz será suspeito (artigo 254 do Código de Processo Penal): se for amigo íntimo 
ou inimigo capital de qualquer das partes ou do advogado da parte; ser ele cônjuge, 
ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo 
caráter criminoso houver controvérsia; ser ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou 
afim até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de 
ser julgado por qualquer das partes; se tiver aconselhado qualquer das partes; se for credor 
ou devedor, tutor, curador, de qualquer das partes. 
Dir-se-á que todas as condições que afetam a competência subjetiva do juiz não 
passam de incompatibilidades. Será o caso do juiz que é amigo do réu, que é amigo do 
advogado ou seu irmão. Haverá incompatibilidade se o juiz estiver funcionando, por 
absurdo, num processo, em funções inconciliáveis, como advogado e juiz ao mesmo 
tempo. Se as funções forem distintas exercidas pela mesma pessoa, contemporânea e não 
simultaneamente, haverá impedimento. Se as funções distintas forem exercidas, 
contemporaneamente, por pessoas diversas que guardarem entre si aquele grau de 
parentesco estabelecido em lei, haverá impedimento. Se pessoas diversas, parentes entresi, 
exercerem, simultaneamente a mesma função, haverá impedimento. 
A arguição deve ser feita em petição dirigida ao próprio juiz que se pretende 
recusar, trazendo-se os esclarecimentos sobre o motivo da recusa. 
Poderá a exceção ser ajuizada pelo procurador da parte desde que na procuração 
outorgada haja poderes especiais, Por sinal, o Tribunal de Justiça de São Paulo, no 
julgamento da Exceção de Suspeição 53.839 – 0, Câmara Especial, Relator Oetterer 
Guedes, 18 de fevereiro de 1999, entendeu que a arguição deve vir acompanhada de 
instrumento de procuração com poderes especiais, como a melhor interpretação do artigo 
89 do Código de Processo Penal. 
 
5 
 
Podem o Ministério Público como ainda a assistência da acusação, ao querelante, na 
ação penal privada, arguir a suspeição. Se a causa de suspeição for superveniente, isto é, 
vier a ocorrer após o ajuizamento da ação penal, tal não poderá impedir essa arguição. Se o 
órgão do Parquet tem conhecimento de qualquer motivo legal de suspeição, oferecida a 
denuncia em separado, o órgão do Ministério Público poderá, na própria inicial, levantar a 
exceptio ou, então, no próprio corpo do inquérito policial, ou das peças de informação ou 
da representação. 
Arguida a exceptio suspicionis, se o juiz reconhecer a suspeição, sustará o 
andamento do processo, determinando a juntada da petição do excipiente aos autos, e, 
declarando-se suspeito, ordenará a remessa dos autos a seu substituto. 
Se o juiz não acatar os argumentos contidos na petição de suspeição, em prazo 
impróprio de 3(três) dias, encaminhará os autos da exceção ao tribunal competente. Se o 
tribunal entender que a exceção é procedente ficarão nulos os atos do processo principal, 
desde o instante em que surgiu a suspeição, artigos 101 e 564, I, do Código de Processo 
Penal. 
Se a exceção for rejeitada e o tribunal avaliar malicia da parte, determinará a 
cominação de multa e o pagamento das custas do incidente à parte excipiente. 
Não existe recurso apropriado para combater o reconhecimento da suspeição, 
notando-se que o artigo 581, III, do CPP, estabelece que contra a decisão que julgar 
procedente as exceções, caberá recurso em sentido estrito, ressalvando a de suspeição. Ora, 
a parte prejudicada poderá ajuizar habeas corpus (se estiver em discussão o ir e vir) ou o 
mandado de segurança (direito líquido e certo diverso). Poderá ser ajuizado recurso 
extraordinário, no caso de suspeição de órgão do Parquet, como já decidiu o STF, na RCL 
631, Relator Ministro Octávio Gallotti, Informativo STF n. 65, de 31 de março de 1997. 
Exceções peremptórias são a coisa julgada, a ilegitimidade da parte, a 
litispendência, que devem ser opostas no prazo da defesa escrita, segundo o artigos 108 e 
110 combinado com o artigo 396 do Código de Processo Penal. 
A exceptio litispendentiae deve ser arguida contra alguém que propõe, no mesmo 
juízo ou em outro diverso, novamente, a mesma causa, podendo o réu esgrimá-la, alegando 
que aquela causa já pende de julgamento. Ofertada e recebida a denúncia, citado o réu, 
validamente, fala-se em lide pendente de julgamento, litispendência. 
 
6 
 
A litispendência pode ser arguida pelo réu ou reconhecida ex officio. O órgão do 
Parquet, como custos legis, pode argui-la. 
O juiz deve ouvir a parte contrária. 
Reconhecida a litispendência o recurso será o recurso em sentido estrito(artigo 581, 
III, CPP). Se, porventura, houver decisão onde o juiz afirme de oficio, a litispendência, 
caberá apelação(artigo 593, II, CPP). 
A exeptio illegitimitatis partis poderá ser declarada de ofício. 
Será o caso do promotor ajuizar ação penal pública incondicionada quando o caso é 
de ação penal privada. 
Se a parte for legítima, mas houver defeito de representação será caso de 
ilegitimidade processual, seja porque o representante da vítima não está legalmente 
habilitado ou porque outro é o seu representante legal e não o que comparece em juízo. 
O artigo 110 do Código de Processo Penal permite que por meio de exceção de 
ilegitimidade da parte se poderá arguir a illegitimatio ad causam e a illegitimatio ad 
processum. 
Oposta tal exceção o juiz devera ouvir a parte contrária e o incidente deve ser 
autuado em separado. 
O recurso cabível da decisão que reconhece a ilegitimidade da parte será o recurso 
em sentido estrito (artigo 581, III, CPP). Se o juiz reconhece, para Fernando da Costa 
Tourinho Filho caberia aplicação do artigo 591, I, do CPP, pelo recurso em sentido estrito, 
pois seria uma forma de não recebimento da peça acusatória. 
A exceção de coisa julgada visa a excluir a lide diante de outra já julgada. Há coisa 
julgada diante das mesmas partes, pela mesma causa de pedir (razão do pedido e 
fundamento da pretensão), mesmo pedido. 
Sabe-se que óbvias necessidades de ordem prática impõem que se assegure a 
estabilidade à tutela jurisdicional. 
A lei atende a tal exigência tornando imutável e indiscutível, a partir de certo 
momento, o conteúdo da norma concreta formulada na sentença. 
 
7 
 
Desde o trânsito em julgado, fica a sentença definitiva revistada da autoridade da 
coisa julgada em sentido material de forma a que a situação trazida pelo Judiciário, se pela 
condenação ou absolvição do réu, fique imune a contestações juridicamente relevantes não 
apenas no âmbito do mesmo processo em que se proferiu a decisão, mas ainda fora dele, 
vinculando as partes e quaisquer juízes de eventuais processos subsequentes. 
Haverá o que chamamos de efeito preclusivo que se arrasta aos processos 
posteriores, uma eficácia que chamamos de pan-processual. A decisão ao produzir efeitos 
dentro dos limites da lide será chamada de coisa julgada formal. Fará coisa julgada material 
quando o efeito preclusivo projetar-se ad extra. 
A coisa julgada não é efeito da condenação, mas é uma qualidade dela, como já 
aduzia Libman, um modo de se manifestarem e produzirem os seus efeitos, uma 
imutabilidade do comando emergente da sentença, como dizia o próprio Fernando da Costa 
Tourinho Filho, à luz dos ensinamentos de Liebman, já reportados.
 
Eventual absolvição do réu em processo onde se detecte que o juízo é 
absolutamente incompetente deve ser perenizada sem oportunidade de ajuizamento de ação 
de revisão criminal. Ao contrário, se houver condenação, abrem-se as portas para a revisão 
criminal para desconstituir a coisa julgada formada e obter-se um novo julgamento. 
Em Angola, ao contrário do Brasil (Lei de 1960), da Noruega, da Suíça, por 
exemplo, não há falar em revisão pro societate. As sentenças absolutórias, justas ou 
injustas, uma vez preclusas as vias de impugnação, permanecem imutáveis, inalteráveis, 
em respeito ao direito fundamental que é a liberdade. 
A sentença de pronúncia não faz coisa julgada material, pois se trata de decisão de 
natureza eminentemente processual. 
Em sede de coisa julgada, em tendo havido crime continuado, é conhecida posição 
de Delitala no sentido de que a ficção da unidade delituosa não se dá, apenas, para se tornar 
menos rigorosa a sanctio juris. É o crime continuado um só delito para todos os efeitos. 
Assim, condenado o réu por crime continuado, se outros fatos forem descobertos novos 
processos poderão ser instaurados, porque o objetivo da sentença é a unidade jurídica. 
Cumpre ao juiz da execução penal fazer a necessária unificação da pena, caso haja 
posteriores condenações por crimes objeto da continuidade delitiva. 
 
8 
 
Caso, havendo crime continuado, haja exclusão na denúncia de alguns crimes, esses 
poderão ser arguidos em outra peça acusatória. Se houver condenação transitada em 
julgado, caberá ao juiz da execução penal (Lei 7.210/84) fazer a devida unificação de 
penas, como reza o artigo 111. 
De toda sorte, em havendo crime permanente, tem-se que se o agente praticou um 
crime de extorsão mediante sequestro e após o transito em julgado da decisão que o 
condenou ou o absolveu, vier o agente praticarcontra a mesma pessoa a mesma infração, 
nada obsta que se instaure contra ele um novo processo, uma vez que o fato é outro. 
Da mesma forma cometido um crime habitual, como o de manter casa de 
prostituição (artigo 229 do Código Penal), a decisão passada em julgada com relação a essa 
espécie de ilícito, impede que se proponha uma nova ação penal para o processo e 
julgamento de crimes anteriores do acusado, que se integrem no contexto criminoso. 
Por certo havendo ação penal nos casos de coautoria, havendo acusação e posterior 
condenação apenas contra um dos autores, nada impede que o outro ou outros, 
posteriormente, venham a ser processados. Havendo absolvição, no primeiro caso, a força 
obrigatória da decisão absolutória se estende, de forma reflexa, sobre os demais. 
Em havendo concurso formal se um só dos resultados foi objeto de sentença 
condenatória, poder-se-ia admitir a instauração de outro processo quanto a outro ou outros 
resultados. 
Se houver absolvição, a abertura de outro processo com relação a outro resultado 
poderá trazer situações perniciosas à liberdade individual, uma absoluta insegurança 
jurídica que tornaria combalida a garantia da coisa julgada. 
O juiz, de oficio, pode reconhecê-la ou a parte ré pode opor tal exceção de coisa 
julgada, artigo 108 do Código de Processo Penal, processando-se o incidente em autos 
apartados. 
Reconhecida a coisa julgada, estará extinta a ação penal e o recurso cabível será o 
recurso em sentido estrito, a teor do artigo 581, III, do CPP. Ser for reconhecida de ofício, 
caberá apelação, do que se lê do artigo 593, II, CPP. Se a decisão não acolher tal pedido, 
poderá caber habeas corpus. 
 
 
9 
 
CONCLUSÃO 
A definição está no art. 337, §§1º a 4º, do CPC, que prevê a ocorrência de 
litispendência quando se propõe ação processual ao mesmo tempo em que outra ação, 
idêntica, está em curso, enquanto que a coisa julgada ocorre quando se propõe ação que já foi 
julgada anteriormente. Nesse ponto já se pode destacar fato relevante: quando uma das ações 
é julgada não há mais debate possível para a litispendência, devendo-se analisar, somente, a 
existência de coisa julgada; e quando as duas ações são julgadas também não há debate de 
coisa julgada, levando a discussão para a seara da ação rescisória. 
Para a identidade de ações referida é necessário que haja, de forma simultânea, 
identidade nos elementos da ação: personnae (partes), petitum (pedido) e causa petendi (causa 
de pedir). Se um dos elementos não é igual ao processo comparado, a litispendência e a coisa 
julgada devem ser afastadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://migalhas.uol.com.br/
 
10 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil 
Comentado. 16.ed. São Paulo:Revista dos Tribunais, 2016. p.1006. 
2. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. 
Novo Código de Processo Civil Comentado. 2.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2016. p.606. 
3. NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil 
Comentado. 16.ed. São Paulo:Revista dos Tribunais, 2016. p.2054-2055. 
4. GIDI, Antonio, Coisa julgada e litispendência em ações coletivas, São Paulo, 
Editora Saraiva, 1995, 
5. MOREIRA, José Carlos Barbosa. O Novo Processo Civil Brasileiro. 15- edição. Rio 
de Janeiro, Editora Forense, 1993. 
6. SANTOS, Emane Fidélis dos. Manual de Direito Processual Civil. Volume I. 4-
edição. São Paulo, Editora Saraiva, 1996.

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